segunda-feira, 1 de junho de 2015

[Stanathan] Kiss and Don't Tell - Cap.47


Nota da Autora: Capíitulo simbólico, repararam no número? Gostei de escreve-lo e acabei cedendo um pouco no angst. Tenho usado muito ultimamente, mas ele ainda está presente e voltará a aparecer. De qualquer forma, esse período da renovação de contratos mexeu com todos e aproveitei isso para abordar outro tópico. Não quis fazer ninguem de vilão ou mocinho na história, mas Nathan ganhou minha estrelinha! Os próximos irão abordar a SF... espero que gostem. Enjoy! 


Cap.47
      
Nathan se levantou do sofá. Precisava entender isso direito. Era um erro, não? Ela se espressou mal. Só podia ser essa a explicação, porque nenhuma outra faria sentido a essa altura. Ela era Beckett, dos pés à cabeça. Ninguém podia ser aquela detetive além de Stana. Ele cruzou os braços olhando sério para ela.

- Stana, que diacho é isso? Você quer sair de Castle? Por que? Isso é... isso...

- Impactante?

- Um choque! E tão absurdo que sinceramente estou achando que você está brincando comigo, não? É uma pegadinha?  Porque você me assutou pra caramba – mas o rosto dela não era de alguém que estava pregando uma peça, estava um pouco desconfortável, quase evitando olhar diretamente para ele. 

- Meu Deus! É verdade – ele passou a mão nos cabelos, nervoso - Como você pensou nisso, logo você uma shipper declarada, uma apaixonada da série, ama sua personagem. Eu sei o quanto é grata por esse papel. Não consigo entender. Não dá. Isso seria uma decisão que talvez coubesse a mim. Todos esperam isso de Nathan. Sou sempre o estrela, o metido, o cara que não conseguiu se desligar do seu primeiro grande sucesso na TV mesmo tendo sido cancelado. Essas atitudes combinam com o Nathan... não com você – ele tinha medo de perguntar - isso tem alguma coisa a ver conosco? Com a nossa relação?

- Nate, eu não... nunca pensei em abandonar Beckett, sou grata por cada momento que vivenciei ao interpreta-la. É uma personagem incrível. Por muito tempo, eu vivi Kate. Sonhei em ser Beckett em 100%. Queria a vida dela até que consegui. Eu ganhei você. Então, as coisas ficaram um tanto devagar, ela resolveu o caso de sua mãe, ela está feliz, o que vem a seguir? Pensei muito sobre isso, nosso futuro, o que seria o próximo passo. Castle me deu você, mas não seria a hora de parar, mudar? Encerrar no auge? Eu fiquei muito confusa diante das decisões que estive prestes a tomar. Ainda estou.

- Não! Beckett tem tanto mais para viver, ela e Castle juntos! Nada funciona sem você, não percebe? O nome do show é Castle, mas toda a história gira ao seu redor. Beckett é a cola que mantém todos juntos. Por que você está pensando em desistir? Por que não quer mais viver essa mulher brilhante? Está enjoada de mim, é isso?   

- Não, Deus! Não! Isso não é por sua causa. É sobre mim e... indiretamente também por você. Não me julgue mal.

- Indiretamente? Isso nos afeta em cheio. Estamos falando de nossas vidas. Pensar de outra forma é um sinal de egoísmo. Essa decisão tem a ver com o tal projeto mencionado ao telefone?

- Não, o projeto é apenas um filme independente.

- Espera, você já está tratando os acertos de um novo filme que vai filmar provavelmente em algum lugar escondido da Europa ou do Oriente e não ia renovar seu contrato com a ABC. Quando você pretendia me contar sobre isso?

- Eu não ia embora sem falar com você. Planejava falar antes de ir, depois que terminássemos de fazer a temporada, as filmagens começariam no fim de abril e...

- Ir embora... Você está percebendo o que está fazendo? O que está falando? É o nosso futuro! Eu não sei o que pensar, sinceramente Stana. Quando comentei a Terri que estava prestes a firmar meu contrato com a emissora não estava mentindo, espero fechar até o final das gravações. Eu direi sim a Castle. Agora você revela que vai desistir da série somente porque eu pressionei? – ela se aproximou dele procurando tocar seu braço, queria contato, queria tentar minimizar a dor que via em seus olhos. Nathan se esquivou.

- Nathan, espera não faz isso... eu estou com medo, preocupada, você precisa entender... – ele se afastou, cruzou os braços.

- Você não parece estar me dando explicações para isso...na verdade, se está tão preocupada, por que não me procurou? Por que não pediu ajuda? Sabe o que é isso no meu dedo, no seu? – ele apontou para a aliança – sim, somos casados e devíamos dizer o que sentimos. Compartilhar as dúvidas. E medo, Stana. Que medo é esse? – ela sentou-se na mesinha de centro mantendo a distância, respeitando seu desejo. Um minuto se passou, nenhuma palavra foi dita. Nathan não desviara o olhar dela, viu as lágrimas enchendo os olhos, ela numa luta para mante-las firmes e não desabar – estou esperando, Stana...

- Eu amo meu trabalho. Amo quem eu sou por causa dele. Durante esses sete anos vivendo Kate Beckett, eu aprendi muito mais que na faculdade e em tantos anos da minha vida. Conheci pessoas incríveis nas mais diversas profissões, pessoas me desafiaram, me obrigaram a crescer. Vi o quanto esse mundo do showbizz pode ser perigoso. Você sabe do que estou falando. É como andar na corda bamba, você tem o carinho dos fãs e suas obsessões. Mas nada se compara ao que você significou. Castle me deu você, o amor da minha vida.

Stana cobriu o rosto com as duas mãos por um momento, tomando fôlego.

- É o emprego dos sonhos. Fui abençoada. O problema é que ao longo desse ano as coisas vem mudando, os mistérios vem diminuindo. Fechamos o caso de Johanna, teve o sumiço de Castle ainda mal explicado na minha opinião, 3XK se foi. Não há mais mistérios, Beckett está casada com Castle e parece que estão brincando de casinha. Como atriz quero ser desafiada. O que mais posso acrescentar a minha personagem? Foi por isso que comecei a pensar na possibilidade de encerrar a história de Beckett. Gostaria de pensar no futuro. Não apenas no trabalho, também para nossa vida.

- Você pensou em simplesmente desistir em vez de falar com os produtores ou com Terri e Andrew? Dialogar não passou pela sua cabeça?

- Eu... eu errei! Na minha ânsia de acertar eu errei. Comecei a pensar em possíves oportunidades de carreira que perdi. Filmes que não fiz devido às horas que preciso dedicar a uma série de TV. Fazer um longa é tão difícil quando se está comprometida com a televisão. Eu pensei que se fizesse uma pressão com a ABC, me recusando a voltar para mais uma temporada eles aceitariam a minha proposta. Eu realmente não pensei na rejeição. Não imaginei o que faria se a emissora se recusasse a assinar o meu contrato. Quer dizer, seria um futuro incerto, mas eu iria atrás de projetos.

- Filmes independentes? Aqueles que nem em circuito nacional aparecem que dirá mundial? É assim que você pretende seguir sua carreira? Trabalhando com desconhecidos? Se escondendo atrás de produções medíocres?

- Não fale assim. Eu já disse que gosto de desafios. Passar dez anos fazendo uma única personagem? Acho que não.

- E me deixaria para trás? Sozinho, com a responsabilidade de assumir o show, possivelmente arruinar minha reputação, manchar meu currículo e o seu por tabela, tendo que lidar com milhares de fãs que certamente iriam me acusar de ser o responsável por sua saída. Isso é tão egoísta.

- Não! Eu fiz pensando em nós. Precisava saber se ainda podíamos fazer isso. Se ainda era importante. Eu quis jogar e acabei estragando algo precioso. 

- Acabou estragando? Então você está dizendo que não tem mais volta? A ABC não vai renovar seu contrato?

- Não estou falando do contrato, estou me referindo a nós. Eu traí sua confiança, eu o magoei... e isso está me matando.

- Nisso você está certa. Estou magoado, com raiva de você. Sobre todo o resto? Não me convenceu, Stana. Então, ou você me conta o real motivo de toda essa loucura ou definitivamente não sei o que será o futuro para nós.

- Eu sinto muito... eu estou me odiando agora.

- Ótimo! Temos o mesmo sentimento – ele gritou virando-se de costas para ela. Essa história estava errada, não fazia sentido. Ele não podia ser tão idiota a ponto de achar que ela realmente pensava em desistir de tudo. 

- Droga! Você me odeia...

- Como você não quer que eu esteja com raiva diante de tudo isso? – Nathan seguiu rumo às escadas – não podemos continuar aqui ou iremos machucar ainda mais um ao outro. Preciso de um tempo.  
Stana deixou as primeiras lágrimas escaparem contra sua vontade ao vê-lo subir os degraus sem olhar para trás. Fizera tudo errado. Magoara o homem que ama, passara uma mensagem errada do que gostaria e nem sequer pode justificar sua ideia de futuro ao lado dele.

- Idiota!

Ela se levantou limpando o rosto para se livrar das lágrimas, não queria que ele a visse chorando. Quando abriu a porta do quarto, viu Nathan já deitado de costas. Entrou com cuidado, pegou o travesseiro, uma manta. O movimento o fez virar.

- O que você está fazendo?

- Vou dormir no quarto de Anne.

- Não é porque brigamos que você não pode dormir aqui, Stana. Deixe de besteira e deite-se nessa cama.

- Nathan, não. Eu preciso ficar sozinha. Tenho que pensar. Melhor eu estar distante de você – a voz saiu embargada, a garganta ardia como se estivese prestes a sufocar. Antes de fechar a porta, ela disse as únicas palavras que realmente importava para ela – eu te amo, Nate... – fechou a porta e pela primeira vez naquela noite, ele ouviu a sinceridade na voz de sua esposa.

Stana deitou-se na cama que geralmente era ocupada pela sobrinha em alguns finais de semana. Ali, sem reservas, ela se entregou ao choro sufocado por um bom tempo. Não queria passar como fraca, porém no momento tudo o que gostaria era sentir os braços de Nathan ao seu redor. Talvez ele fosse o único que Stana deixava vê-la destruída. Sabia que esse não era o caso. Colocara em risco sua vida, seu casamento simplesmente porque não sabia como lidar ao certo com o que poderia estar acontecendo com ela.

Suposições. Baseara seu futuro em um monte de “e ses” esquecendo-se do juramento mais importante que fizera a ele. Eram parceiros da vida, resolveriam tudo juntos. Fora assim que prometeram um ao outro quando trocaram aquelas alianças. Stana brincava com a joia rodando-a em seu dedo. Tirou apenas para reler as inscrições que ele mandara fazer ali. A dor no peito voltou de foma avassaladora e Stana desabou em lágrimas pela segunda vez naquela noite até adormecer.

Acordou assustada no meio da madrugada. O coração batia apressado. Levantou-se da cama se dirigindo ao banheiro. Ainda zonza, percebeu o que acontecera. Procurando se recompor, ela criou coragem e voltou para cama aliviada, os batimentos já normalizaram. Deitou-se. Por volta de seis da manhã, ela acordou sobressaltada pela segunda vez naquela noite. Esfregando os olhos, suspirou fundo. O primeiro susto foi entender onde estava. Havia esquecido que não dormira ao lado de Nathan. Devagar, ela se levantou da cama caminhando em direção ao banheiro da suíte principal. Nathan ainda dormia. Cuidadosamente, ela escolheu uma malha no closet, um boné, lavou o rosto, pegou seus tênis e saiu do quarto.

Preparou um suco verde, comeu uma banana. Pegou suas chaves e a bcicleta. Mesmo com dores, não apenas pela noite mal dormida, mas também por toda a pressão das últimas horas, queria exercitar-se. Precisava de um tempo no mar. O trajeto até a praia de Santa Monica foi longo. Dedicou esse tempo a não pensar. Queria apenas sentir o seu corpo em movimento, a força das pernas, o trabalho doa braços ao desviar-se dos obstáculos. Fazer seu corpo cansar era uma forma de relaxar e abrir a mente.

No calçadão, após uma volta de quatro quilômetros na ciclovia, Stana prendeu a bicicleta optando por uma corrida na praia. O cheiro do iodo enchia seus pulmões revigorando suas energias enquanto sentia o vento em seu rosto. Não gostara da imagem que vira pela manhã na frente do espelho. Tinha os olhos fundos e vermelhos, a pele pálida, as olheiras negras. Se essa era a visão de seu futuro sem Nathan, ela não gostava daquele quadro.

Depois da corrida, Stana parou um instante para apreciar o mar. Respirou profundamente por várias vezes. Somente então se permitiu um momento de reflexão. Reviveu cada parte da discussão da noite anterior, cada palavra dita, boa ou não. Pequenos flashes surgiram da memória bem à sua frente. Fatos que o tempo não poderia apagar como seu primeiro encontro com Nathan e a blusa cortada. Ou o bolo que encomendara para comemorar o aniversário dele bem ali, no píer de Santa Monica. Ou as gravações da cena final de Always.

As lembranças em Nova York, a vinícola, os momentos sublimes na cama antes, durante e depois de fazer amor. Eram todos parte de sua história juntos. Sejam lembranças em estúdio ou da vida real, elas as definiam. A história deles. Sete anos, sete longos capítulos com muitas aventuras.

Estava diante de uma encruzilhada. Virar a página e escrever vários novos capítulos. Terminar o livro, fecha-lo e seguir em frente? Ideias de futuros diferentes que poderia lhe dar o melhor da vida ou o pior dela. A decisão, apartir de agora, estava inteiramente em suas mãos. Uma delas era a errada. Uma delas a faria perder Nathan.

Stana retornou até o lugar onde deixara a bicicleta. Voltou pedalando para casa.

Quando atravessou o portão empurrando sua bicicleta pelo quintal, percebeu que ele estava dando braçadas na piscina. Ela decidiu ficar por ali. Sentou-se na ponta de uma das espreguiçadeiras em volta da piscina, tirou os tênis e ficou admirando o que ele fazia. Nathan ainda não tinha reparado que ela estava observando-o. Nadava sem maiores preocupações. Não dormira direito durante a noite, pequenos cochilos apenas, pois a mente ainda vagava pelas informações que ouvira de Stana. Para piorar sentia falta do corpo dela ao seu lado. Não estava mais acostumado a dormir sozinho.

Ela sorria triste ao ver os braços fortes que tanto amava querem destruir a água. Rellexo da raiva que também causara nele. A sua vontade era pular naquela piscina, abraça-lo e pedir perdão por tudo que lhe dissera, pelo mal que o fizera ficar tão decepcionado com ela. Sem mentiras, sem histórias. Se fosse apostar no amor que tinha por Nathan, ela precisaria dizer exatamente o que estava sentindo e porque perdera o foco. O medo não podia vencê-la, não quando o resultado dele poderia mudar completamente o rumo de sua vida.

Nathan parara de nadar. Estava apoiado na borda contrária ao local onde ela permanecia sentada. Ao virar-se, seus olhos se encontraram. Ela suspirou. A visão a sua frente fez suas pernas amolecerem. Como o amava....

- Você já tomou café? – ela perguntou.

- Não.

- Bem, vou preparar o café e os ovos. Eu prefiro que tomemos café antes de voltar a conversar. Preciso comer, estou fraca ou ficarei enjoada.

- Stana, você não pode querer agir como se estivesse tudo bem... – ele sentiu o coração acelerar ao vê-la naquela malha.

- Eu sei. Não estou fingindo. Apenas quero colocar algo no estomago antes de dizer o que pretendo a você – ele estava impressionado com a visão de seu rosto.  Os olhos tristes e cansados, avermelhados. Sabia que ela tinha chorado. As olheiras davam pena – não vai demorar muito.

- Tudo bem. Vou tomar uma ducha.

Ao descer as escadas, o cheiro de bacon espalhava-se pela casa. Os ovos estavam terminando de ser feitos. Canecas, sucos, bem como torradas, pães e queijos já na mesa. Ele sentiu falta das frutas. Stana sempre comia frutas e iogurte no café, então porque não estavam na mesa? Viu que ela virara os ovos mexidos no prato. Trouxe-os até a mesa e pegou as canecas para enchê-las de café.                            

De volta à mesa, sentou-se de frente para Nathan entregando-o sua caneca. Sorveu um gole do café e deixou-a de lado. Colocou ovos e bacon no prato quase que os devorando. Saboreando uma das tiras bem torradinhas de bacon, ele a observava. Devia estar mesmo com muita fome. Pegando um pedaço da torrada cobrindo-a com ovos, ele perguntou.    

- Não vai comer as suas frutas?

- Não estou com vontade – Deus! Era difícil estar tão perto dele e fingir indiferença quando tudo o que gostaria era de se jogar em seus braços. Um simples toque, um único toque a confortaria nesse instante. Percebeu que ele acabara de comer. Os próximos passos eram determinantes. A cozinha não era um bom lugar para esse tipo de conversa. Deveria leva-lo para a sala. Uma conversa olho no olho que Stana esperava não se transformar em uma terrível discussão.

Levantou-se da mesa. Incerta quanto à forma de chama-lo para acompanha-la, ela arriscou. Tudo o que faria a partir de agora seria com o coração. Encarando-o, ela colocou sua mão sobre a dele entrelaçando seus dedos em um convite para segui-la. Nathan percebeu que a mão dela estava gelada. Sinal de nervoso. Afinal, o que realmente a incomodava a ponto de estar com os nervos em frangalhos?

Sem dizer uma palavra, ele a seguiu até a sala. Obedecendo o comando de sua esposa, sentou-se ao lado dela. Mesmo com o nervosismo, Stana não deixou de segurar a mão dele. Aquele simples gesto lhe dava forças para enfrentar o assunto. A proximidade com Nathan, sentir seu perfume aquecia seu coração.

- Antes de começar a me explicar, a exemplo de ontem, peço que você escute. Prometo dessa vez não ficar mostrando confusão. Direi a verdade e preciso voltar algum tempo atrás, pelo menos uns dois meses. Lembra quando eu fiz o leilão do ATP? Você me questionou porque colocar para doação uma lembrança como a blusa e o ingresso. Fui sincera quando disse que eram símbolos e que já tinha o mais importante. Você. Naquele momento, eu não estava pensando em desistir de Castle, eu estava começando a me abrir para outras possibilidades. Eu o observo constantemente, Nathan. A forma como trata as pessoas, a alegria, o carinho. Vejo o quanto ama o que faz e o quanto me ama. Tenho orgulho de ser sua esposa. Foi daí que percebi que podíamos ser mais.

Ela se remexeu no sofá antes de continuar.

- Depois de filmarmos o episodio da Dara onde mal apareci, comecei a pensar se não estava na hora de pensar no próximo passo. Aos poucos pequenos detalhes começaram a me chamar a atenção. Alguma coisa estava mudando em mim. Pensei se estaríamos prontos para o próximo passo, eu queria e ao mesmo tempo tinha medo. Não tenho dúvidas de quanto você está pronto, é o seu maior sonho. Quando eu conversei sobre esse assunto com Gigi, não podia imaginar que a decisão podia não depender da minha vontade. Eu estava disposta a me livrar de Beckett para ter o outro lado da vida.

- Stana, você está enrolando. O que exatamente quer dizer com outro passo e deixar Beckett?

- Seu sonho, Nathan. Ser pai. Eu vejo como você cuida de Anne, ama criança e mesmo assim me deixa ser a pessoa que irá escolher quando essa nova etapa vai acontecer. Eu realmente estava pensando em conversar sobre o assunto com você. Porém, a vida não quis me dar o tempo como você.

- Stana, você está grávida?

- Eu não estou... e-eu não sabia até ontem à noite, depois da nossa discussão. Meu período estava atrasado há mais de um mês e isso nunca acontece. Deveria ter acontecido na semana do seu aniversário. Eu entrei em pânico! Se estivesse grávida, eu tinha que sair de Castle. Apenas pensei na vida fora do trabalho, não lembrei do mais importante. Essa gravidez dizia respeito a nós dois. Decidi que era minha escolha. Até aquela possibilidade, eu não sabia como seria mãe, não fora planejado. Por Deus! As pessoas sequer sabem que estamos casados! Nossas famílias... e ainda tinha você, como contaria a você. Eu estava tão certa de que essa era a verdade, que já carregava um filho seu que já assumira como se fosse verdade, então precisava tomar algumas precauções. Por isso revi os termos do meu contrato, escolhi a cláusula exclusiva e também pedi redução de horas, como posso passar quinze horas por dia em um estúdio com um bebê dependendo de mim?

Mas Nathan não ouviu metade do que ela dissera, ele estava perplexo com a colocação da esposa.

- Como você não sabia se estava...grávida? Não pensou em fazer o teste? Em falar comigo?

- Eu não tive coragem de fazer o exame. Eu surtei. Estou com medo. Agi por causa do medo. Pensei : as pessoas nem sabem que estamos juntos, como vou explicar para a ABC que engravidei do meu co-star, não só isso, mas ainda dizer que você é meu marido. Eu ferrei tudo – as lágrimas rolavam pelo rosto dela.

- Nada disso importaria se você estivesse grávida. Stana, você não tem que desistir de tudo por causa disso. Se tivermos um bebê iremos dar um jeito.

- Não sei se posso, você está tranquilo com isso?

- Tranquilo? Não, de jeito nenhum. Eu estou excitado, ansioso. Só de pensar que você poderia estar esperando um filho meu.  

- Nate, posso estar surtando – ela se levanta, afasta-se dele. Estava inquieta, precisava andar para buscar equilíbrio porque a conversa não chegara nem a metade - Não quero que crie expectativa. Ver você decepcionado me parte o coração. Não gostaria de ter escondido isso de você. Sinto muito. Será que consegue entender agora porque eu estou tão assombrada? Meti os pés pelas mãos e posso ter colocado tudo a perder. Minha carreira, minha vida, nosso futuro.  

- Não pode pensar assim...

- Nathan, eu achei que estava grávida e tomei decisões erradas, como quer que eu encare isso? Ao mínimo sinal de gravidez, eu surtei. Todas as minhas dúvidas como relação ao trabalho sobrepuseram o que realmente era importante. Eu somente pensava com um bebê, o que posso fazer? Não posso ser Kate Beckett. Correr em saltos, usar armas, fazer cenas de ação com um corpo modificado? Impossível! Esqueci tudo o que Gigi me deu de conselho e deixei minha vida tomar o rumo errado, sai dos trilhos e o medo assumiu. O que isso diz de mim? Que tipo de mãe eu seria?

Ela sentiu os braços dele a envolverem. Stana deixou o rosto perder-se no peito dele. Não ia chorar novamente. Precisava dizer a verdade e o que gostaria de fazer com ele. Mais do que isso, Nathan teria que ajuda-la a encontrar uma solução para o desastre em que se metera.         

- Eu sinto muito, não sabia como contar tudo isso para você. Acabei magoando-o, levamos a conversa para outro nível que estava longe de acabar bem. Não quero que pense errado sobre minhas atitudes – ela ergueu a cabeça para fita-lo – eu quero uma família com você, Nathan. Quero ter filhos com você. Enfrentar algo não planejado me apavora e olha o resultado disso? Já tem algum tempo que penso em conversar sobre o assunto.

- Stana, não há nada que eu queira mais no mundo do que ter uma família com você. Planejado ou não, poderíamos ama-lo da mesma forma. Acharíamos nosso ritmo e nosso caminho. Mas nunca, nunca mesmo iria obriga-la a jogar fora sua carreira, sua personagem e sua paixão por atuar por causa de uma criança. É injusto e errado. Nós faremos isso juntos. É bom não saber o que esperar, descobrir as novidades dessa fase, e você? Como pode duvidar de seu instinto materno? Você será uma excelente mãe, não preciso ser convencido disso. Você só precisa estar pronta. Se isso te deixa mais tranquila, podemos planejar, basta querer.   

- Nathan, eu não sei se conseguirei consertar a burrada que fiz com a ABC.

- Você vai consertar, vai assinar. Castle e Beckett continuarão sua vida resolvendo crimes e fazendo justiça enquanto nós seguiremos casados e nos preparando para o próximo passo. Ligue para sua agente, peça as cópias dos seus contratos. Quero lê-los detalhadamente, se precisar mudar o texto, mudaremos. Posso pedir ajuda aos meus representantes legais. Daremos um jeito.  

- Você acredita que é possível?

- Acredito. Vamos virar esse jogo. E sobre o que você disse antes em relação a Beckett, não percebe o quanto ainda pode ser feito? Tantas outras coisas, tantas... – ela sorriu para ele, a mão instintivamente tocou o ventre. Ela podia ser mãe, ela estava carregando um bebê em menos de doze horas atrás.

Como pode duvidar de que ele a apoiaria? Como poderia achar que esse era o fim? Tão estúpido. Tudo era tão desesperado. Ele estava ali, pronto para ajuda-la, indicar o caminho certo, ser o parceiro, a voz da razão quando ela afundava em emoções. Nathan continuaria lá e isso apenas a fazia ama-lo cada vez mais.

- Como eu conseguiria fazer isso sem você? Nem sei o que era antes de você – ela segurou o queixo dele. A ternura nos olhos azuis a confortava, aqueciam seu coração. Nathan puxou-a contra seus lábios perdendo-se em um beijo apaixonado. Isso era tão bom, era como voltar para casa. Tudo ficaria bem. Ela se levantou do sofá, com as mãos entrelaçadas, Stana o puxou para segui-la até o quarto. Estar de volta a sua cama, ao seu lugar. Empurrou-o sobre o colchão e sorriu. Livrou-se da malha que usava ficando somente de calcinha e sutiã. Mesmo não podendo fazer amor com ele como gostaria. Ela podia dar prazer a Nathan.

Uma hora depois, ela ainda estava deitada ao lado dele. Agarrada ao corpo como se precisasse de esteio, sentindo o cheiro de suor e loção pós-barba. Nathan acariciava os cabelos dela. A sua mente ainda não dicernira tudo o que ela contara. Esteve a um fio de ser pai. Isso lhe dava uma sensação de desejo e felicidade quase que avassaladora. Stana atrapalhou seus pensamentos quando começou a divagar em voz alta.

- Sabe, já da ultima vez que saímos com Anne eu observava muito seu jeito com ela. Enquanto vocês brincavam nos fliperamas, tudo o que vinha a minha mente era o seu jeito. A forma como agia com a minha sobrinha. Eu pude ver tanto amor, tanta dedicação. Aquelas cenas parecem ter despertado algo diferente no meu corpo, na minha mente. O tal do relógio biológico ou somente a realização de que você me fazia pensar nisso, querer vivenciar essa experiência nova. Assim como escolhemos um ao outro, iniciamos uma vida juntos, queria ter a chance de viver a nova fase ao seu lado. A emoção começava a me dominar, então veio o trabalho, as possíveis mudanças e o medo simplesmente venceu.

- Faremos isso, Staninha. Tudo no tempo certo. Não é a hora de conversarmos sobre nossa família. Primeiro, precisamos garantir nosso trabalho. Estarmos juntos para então dar o próximo passo – ela suspirou, beijando o peito dele relaxava em seus braços – Gigi realmente a ajudou dando conselhos?

- Sim, ela foi bem enfática quanto a conseguir criar uma criança mesmo no meio artístico. Ela quem disse que a decisão de ter um filho não cabia somente a mim, mesmo que você tivesse me permitido a escolha, deveria ser uma decisão do casal. Quem diria, minha Irmã conseguiu ser mais sensata que eu em um assunto bem sério.

- Talvez se tivesse escutado as palavras de Gigi, teríamos evitado muitos desentendimentos e ofensas desnecessárias.

- Eu sinto muito – ela apoiou-se no peito dele para encara-lo – eu sinto tanto!

- Já passou. Esqueça. A decisão de uma gravidez é importante e muito séria, especialmente para a mulher. Eu entendo a sua preocupação e sua reação desde que da próxima vez que algo assim acontecer, você venha até mim. Divida o fardo, o medo, a ansiedade comigo. É isso que significa casamento, Stana.

- Eu sei. Eu aprendi. A verdade é que esse é o primeiro relacionamento que me força a pensar e querer fazer tudo certo. Nunca tive alguém ao meu lado que me inspirasse a amar mais, construir mais, querer sempre mais. Juntos em todas as decisões.

- Teremos boas batalhas pela frente. Devemos nos concentrar em ganha-las. Não será fácil, mas vamos conseguir o que queremos no final.

- Adoro sua confiança, Nate. De onde ela vem? Você me parece tão certo, tão convicto? Como?

- Eu não acredito em muita coisa na vida, mas acredito em nós, no nosso amor. É assim que venceremos as batalhas – ela acariciou o rosto dele, passou o polegar pelos seus lábios, sorriu.

- Eu te amo, Nate.

- Acho que você já provou isso alguns minutos atrás – ela gargalhou.

- Tão bom assim? – perguntou vendo o brilho no seu olhar.

- Você não tem ideia – ela deu uma tapinha nele. Ergueu-se da cama – onde pensa que vai?

- Tomar um banho. Eu estou me exercitando desde às seis da manhã. Como acha que me preparei para essa conversa?

- Será um prazer esfregar suas costas.

- Nathan! Você já tomou banho...

- É verdade, mas aí alguém me presenteou com uma sessão de relaxamento, bem... não preciso dizer mais nada. E para evitar problemas será um banho gelado.

- De jeito nenhum! Água morna ou nada feito.

- Staninha, só de estar perto de você a temperatura já se eleva. Por que você tem que dificultar tanto as coisas para mim?

- Porque eu posso. Assim evito que pense em besteira.

Após o banho, Nathan tentou conseguir que ela fizesse algo em sua companhia, porém ela estava com dor. Queria ficar deitada, descansando.

- Podia cozinhar para você...

- Eu agradeço, mas não estou com vontade de comer. Aceitaria um chá. Faz para mim?

- Claro – ele preparou o chá trouxe com algumas torradas. Resolveu preparar uma massa rápida para não ficar com fome. Stana permaneceu deitada a maior parte da tarde, o que lhe deu tempo suficiente para começar a ler o contrato que ela havia enviado ao seu email. Se iria ajuda-la a consertar isso, necessitava entender e ser bem convincente para envolver seus próprios agentes se fosse preciso.    

Depois de um bom descanso, Stana finalmente se levantou para encontra-lo no escritório concentrado escrevendo algo. Reparou nos bonequinhos deles na estante. Sorriu. Ela caminhou até onde ele estava abraçando-o por trás. Beijou o pescoço dele vendo os pelos da nuca se eriçarem.

- O que você está fazendo?

- Lendo seu contrato, fazendo algumas modificações. Ainda não tenho certeza, mas deveremos acrescentar clausulas sobre o futuro da sua personagem ao invés da ameaça. Vou precisar da sua ajuda.

- Tudo bem, só que isso não é assunto para um sábado à noite.

- E o que você quer fazer? – ele perguntou puxando-a para seu colo. Stana acomodou os braços ao redor do pescoço dele para beija-lo. Em seguida, seus lábios subiram pela mandíbula encontrando o lóbulo da orelha dele. Uma das mãos acaricava os cabelos dele – você não vai responder?

- Eu nem sei como pude ser tão idiota...eu quase perdi minha chance com você, um homem maravilhoso... – ela olhava-o com uma certa adoração no olhar, os dedos perdendo-se nos cabelos. Sentiu a mão de Nathan sobre seu ventre, o polegar movia-se com carinho sobre a pele dela. Podia apostar que ele estava pensando na ideia dela grávida.

- Pare com isso, Stana... já passou. Quem sabe daqui a uns meses não estaremos comemorando de outra forma?

- Nate, eu estou com medo. E se não conseguirmos reverter a situação?

- Nada de pensamentos negativos. Chega de falar desse assunto por hoje. Que tal assistir um filme?

- Com direito a pipoca, sorvete e me enfiar debaixo do cobertor com você? Eu topo.

Após um despertar preguiçoso de domingo, Nathan decidiu fazer churrasco para o almoço tardio de três da tarde. Devidamente alimentados, eles sentaram-se no sofá com o notebook dele, impressão dos contratos pela mesa e canetas. Stana releu o que colocara na primeira vez no contrato e fez algumas anotações. Depois foi a vez de Nathan mostrar sua versão para que ela opinasse sobre a proposta. Mais que isso, ele queria saber o que ela esperava para sua personagem. Isso poderia ser moeda de troca para barganhar o acordo com a ABC fazendo a emissora esquecer o suposto desejo de deserção da atriz.

- Vamos lá, me diga o que espera para o futuro de Kate Beckett?

- Eu não sei ao certo, quer dizer, ela precisa de um novo desafio. Algo que a estimule, a faça ter novamente aquele brilho no olhar que sempre aparecia quando ela investigava o caso da mãe ou precisava salvar alguém que amava.

- Ela vai prestar o exame para Capitã, aliás tudo indica que já conseguiu a patente pelo script da season finale. Kate, na verdade, tem duas opções de carreira com o convite para o senado. O que me lembra que precisamos ler o roteiro hoje à noite porque obviamente pelo seu olhar nem tem ideia do que vai enfrentar essa última semana, não?

- É, eu não li o script. Então você está me dizendo que eu deixaria de ser uma policial para trabalhar com política? Terri quer dizer que as palavras daquele viajante do tempo estavam certas? Não consigo imaginar Beckett como uma pessoa política, ela é muito preto no branco. Ser capitã pode ser uma excelente ideia, vê-la aprender a liderar com os olhos de chefe e não mais de parceira ou companheira para os rapazes. Por outro lado, não quero que ela deixe de investigar casos ao lado de Castle. A parceria deles é perfeita demais para coloca-la atrás de uma mesa escrevendo relatórios. Isso é difícil!

- É por isso que somos atores e não escritores. Também sou a favor de não colocar Beckett atrás de uma mesa. Você também esqueceu do outro lado, da relação com Castle, do casamento.

- Ah, eu acho que eles estão bem em termos de relacionamentos, estão felizes curtindo a fase de romance. Não vou mentir que gostaria de poder filmar mais cenas intimas entre nós, porém essa restrição da ABC por ser um canal aberto é complicada.

- Isso definitivamente é perigoso. Fazer cenas íntimas não é meu forte com você, tudo fica muito poderoso e acabo passando vergonha. Não posso evitar, você me deixa louco! – ela inclinou-se até ele e sapecou um beijo nos lábios, voltou a se escorar no sofá. Nathan fazia massagem nos pés dela – estou falando da próxima fase. Castle já não é tão mais novo...

- Você está falando de bebês... é uma parte importante da história e muito desejada pelos fãs. Também sou a favor. Gostaria de ver Beckett mãe, o problema é quanto tempo focar nisso e que parte do processo mostrar. Acredito que nosso fandom não ficará satisfeito somente com a menção a existência de um bebê na season finale por exemplo. E quero ver minha personagem carregar uma criança, passar por dificuldades para cuidar dela. Castle também merece essa chance de preferência que a tal experiência dele não sirva para muito. Porque isso seria muito bacana. Bem engraçado.

- É, nisso eu concordo com você. Também sou a favor de um novo serial killer. Tem que haver um novo inimigo e sou o maior defensor de Bracken voltar a perturbar.

- Tudo bem e como explicamos todas as nossas ideias e anseios no contrato de uma forma que a emissora entenda e também não nos considere tão exigentes e senhores de si, como se estivéssemos ensinando-os a trabalhar?

- É aí que agentes e advogados entram. Eu redigi todas as nossas ideias. O que eu sugiro é que você envie isso a sua agência e peça uma revisão de contrato tirando a clausula irrevogável e incluindo elementos que podem fazer uma diferença para as negociações. Esperamos o resultado e se não funcionar, será a hora de envolver o meu pessoal. Ah, mas antes acredito que você deveria ir a uma dessas reuniões e expor suas preocupações. Lembra que Terri comentou que iriam propor o nome de um novo showrunner? Uma conversa com o indicado cairia bem.

- Você tem um palpite quanto a isso, Nate?

- Acho que Dara seria uma ótima opção, mas para substituir o trabalho de Terri e David tem que ser alguém que conheça bastante da série, com tempo e história. Terence seria um ótimo nome ou Bowman.

- Não tinha pensado nisso. Ele pode trazer um bom balanço a uma nova temporada. Ele gosta de ação, comedia e romance. Não é à toa que Blue Butterfly é um dos meus episódios favoritos até hoje.

- Teremos que esperar pelas notícias – ele fechou o notebook – bem, as ideias estão capturadas e por hoje chega de contrato. Outra hora conversaremos sobre o seu outro projeto e nossas atividades no hiatus. Que tal namorar um pouquinho antes de ensaiarmos nosso roteiro de amanhã?

- Hum... namorar? – ela se aconchegou ao peito dele sentindo as mãos dele por baixo da camisa enquanto seus lábios se tocavam.

XXXXXXX

Nathan já estava sentado na cama com o texto na mão quando Stana entrou no quarto trazendo duas canecas fumegantes de café. Entregou uma delas para o marido enfiando-se debaixo das cobertas. Pegou o script abrindo na pagina que Terri comentara ser a principal cena de Stana na segunda. Enquanto lia as palavras escrita pela musa que dera inicio a tudo aquilo, Stana não pode deixar de se emocionar. Sete anos e tanto mudou entre eles. Suas personagens evoluíram, eles cresceram com o show e encontraram seu ritmo, seu lugar, sua metade.

De repente, Nathan olha e percebe que ela está chorando.

- Hey.... o que foi?           

- Como pude fazer isso? Pensar em não querer isso... esse discurso da Beckett, as palavras de Terri são perfeitas. Eu sonhei com o dia que ela iria dizer que se orgulhava de Castle e está aqui. Se esse for realmente o último episódio da série, fico feliz que possa gravar uma cena assim. Quem diria, Kate Beckett sem medo de declarar a estranhos sua admiração por seu grande amor. Eu acabei de perceber que será bem difícil fazer essas últimas cenas, Nate. O episodio como um todo tem um tom de despedida. E se a ABC não renovar? Se realmente esse for o fim? Deus! Agora a ficha caiu...

- Staninha, é logico que será um episodio emotivo para todos nós, mas Castle é uma série sólida e rentável para eles. Na verdade, tudo se resume ao que Andrew explicou, nossos contratos e o showrunner.

- Como pode ser tão confiante quanto à renovação? Tão seguro?

- Porque somos nós, um time incrível de escritores e técnicos e um fandom apaixonado. Não tem como dar errado. É uma receita de sucesso, muitos gostariam de ter o que nós temos. Alguns percausos no caminho que iremos resolver e em julho estaremos de volta. Simples assim. Se prepare, Terri vai exigir demais de você amanhã. 

- Estou vendo que passarei cinco dias chorando, babe. E enquanto não assinar realmente esse contrato, não consigo perder o medo. Não quero pensar que a culpa é minha disso tudo estar acontecendo.

- Chega de se culpar, devemos seguir adiante. É permitido emocionar-se, viver o momento. Apenas não faça um drama tão grande com relação ao suposto fim, está longe de ser o verdadeiro capitulo final. Melhor deixar esse script de lado. Não quero te ver chorosa antes de dormir. Vem cá – tirando os papeis da sua mão, ele a puxou em sua direção aconchegando-a no peito dele, arrumava os cabelos apenas para enche-la de carinho. Conhecia Stana o bastante para saber que essa experiência de quase gravidez realmente provocou uma confusão enorme capaz de mexer demais com o seu emocional. Tudo acontecendo no momento mais crítico de suas carreiras e suas vidas. Precisava ser paciente com os medos e as neuroses tão características dela.

Tinham uma missão difícil não podia se enganar. As consequências deixadas pela ansiedade de Stana precisariam ser lapidadas e revertidas, quase uma luta de gigantes. No fundo, ele sabia bem disso. Para a sanidade dela e dos próximos dias de gravação, ele achou por bem não entrar nesses detalhes com ela. Queria vê-la brilhar como Kate Beckett nesse episódio feito com tanto amor e dedicação a sete maravilhosos anos de história.

Beixou-lhe a testa e percebeu que ela dormira em seus braços. Sozinho, ele se deu ao direito de imaginar o quão perto esteve de ser pai. Ela tinha razão, era seu sonho. De toda a discussão, momentos de raiva e briga, restou o mais precioso dos desejos. Stana queria uma família. Ela estava pensando em ser mãe de seus filhos. A descoberta não tinha preço e isso valia mais que qualquer contrato milionário que pudesse assinar.

Nathan podia se declarar o homem mais feliz do mundo.  



Continua....

2 comentários:

cleotavares disse...

Oh! Boba chorona. Por um instante, achei que a coisa estava grave e que Nathan ia querer separar. Mas, como ele é um fofo muito lindo e todo amoroso, tudo está indo bem. Agora, espero a comemoração da renovação do contrato.

Unknown disse...

NOSSAAAAA QUE TUDOOOO!!!!
QUERO UM NATE IGUAL A ESSE PARA MIM,VAMOS APLAUDIR DE PÉ... MUITO SUCESSOOO!!!
Casamento não é fácil,ai está a prova disso,mas existe amor então não barreiras que não seja derrubada. Nate se prontificou a ajudá-la com a burrada que fez.. Nossa que vacilo hein Katic(ou melhor Fillion.. Katic Filllion ♡♡♡)?!
Depois dessa deixa eu ir ali chorar...