Nota da Autora: Capíitulo simbólico, repararam no número? Gostei de escreve-lo e acabei cedendo um pouco no angst. Tenho usado muito ultimamente, mas ele ainda está presente e voltará a aparecer. De qualquer forma, esse período da renovação de contratos mexeu com todos e aproveitei isso para abordar outro tópico. Não quis fazer ninguem de vilão ou mocinho na história, mas Nathan ganhou minha estrelinha! Os próximos irão abordar a SF... espero que gostem. Enjoy!
Cap.47
Nathan se levantou do sofá.
Precisava entender isso direito. Era um erro, não? Ela se espressou mal. Só
podia ser essa a explicação, porque nenhuma outra faria sentido a essa altura.
Ela era Beckett, dos pés à cabeça. Ninguém podia ser aquela detetive além de
Stana. Ele cruzou os braços olhando sério para ela.
- Stana, que diacho é isso?
Você quer sair de Castle? Por que? Isso é... isso...
- Impactante?
- Um choque! E tão absurdo que
sinceramente estou achando que você está brincando comigo, não? É uma pegadinha? Porque você me assutou pra caramba – mas o
rosto dela não era de alguém que estava pregando uma peça, estava um pouco
desconfortável, quase evitando olhar diretamente para ele.
- Meu Deus! É verdade – ele
passou a mão nos cabelos, nervoso - Como você pensou nisso, logo você uma
shipper declarada, uma apaixonada da série, ama sua personagem. Eu sei o quanto
é grata por esse papel. Não consigo entender. Não dá. Isso seria uma decisão
que talvez coubesse a mim. Todos esperam isso de Nathan. Sou sempre o estrela,
o metido, o cara que não conseguiu se desligar do seu primeiro grande sucesso
na TV mesmo tendo sido cancelado. Essas atitudes combinam com o Nathan... não
com você – ele tinha medo de perguntar - isso tem alguma coisa a ver conosco?
Com a nossa relação?
- Nate, eu não... nunca pensei
em abandonar Beckett, sou grata por cada momento que vivenciei ao
interpreta-la. É uma personagem incrível. Por muito tempo, eu vivi Kate. Sonhei
em ser Beckett em 100%. Queria a vida dela até que consegui. Eu ganhei você. Então,
as coisas ficaram um tanto devagar, ela resolveu o caso de sua mãe, ela está
feliz, o que vem a seguir? Pensei muito sobre isso, nosso futuro, o que seria o
próximo passo. Castle me deu você, mas não seria a hora de parar, mudar? Encerrar
no auge? Eu fiquei muito confusa diante das decisões que estive prestes a
tomar. Ainda estou.
- Não! Beckett tem tanto mais
para viver, ela e Castle juntos! Nada funciona sem você, não percebe? O nome do
show é Castle, mas toda a história gira ao seu redor. Beckett é a cola que
mantém todos juntos. Por que você está pensando em desistir? Por que não quer
mais viver essa mulher brilhante? Está enjoada de mim, é isso?
- Não, Deus! Não! Isso não é
por sua causa. É sobre mim e... indiretamente também por você. Não me julgue
mal.
- Indiretamente? Isso nos afeta
em cheio. Estamos falando de nossas vidas. Pensar de outra forma é um sinal de
egoísmo. Essa decisão tem a ver com o tal projeto mencionado ao telefone?
- Não, o projeto é apenas um
filme independente.
- Espera, você já está tratando
os acertos de um novo filme que vai filmar provavelmente em algum lugar
escondido da Europa ou do Oriente e não ia renovar seu contrato com a ABC.
Quando você pretendia me contar sobre isso?
- Eu não ia embora sem falar
com você. Planejava falar antes de ir, depois que terminássemos de fazer a
temporada, as filmagens começariam no fim de abril e...
- Ir embora... Você está
percebendo o que está fazendo? O que está falando? É o nosso futuro! Eu não sei
o que pensar, sinceramente Stana. Quando comentei a Terri que estava prestes a
firmar meu contrato com a emissora não estava mentindo, espero fechar até o
final das gravações. Eu direi sim a Castle. Agora você revela que vai desistir
da série somente porque eu pressionei? – ela se aproximou dele procurando tocar
seu braço, queria contato, queria tentar minimizar a dor que via em seus olhos.
Nathan se esquivou.
- Nathan, espera não faz
isso... eu estou com medo, preocupada, você precisa entender... – ele se
afastou, cruzou os braços.
- Você não parece estar me
dando explicações para isso...na verdade, se está tão preocupada, por que não
me procurou? Por que não pediu ajuda? Sabe o que é isso no meu dedo, no seu? –
ele apontou para a aliança – sim, somos casados e devíamos dizer o que
sentimos. Compartilhar as dúvidas. E medo, Stana. Que medo é esse? – ela
sentou-se na mesinha de centro mantendo a distância, respeitando seu desejo. Um
minuto se passou, nenhuma palavra foi dita. Nathan não desviara o olhar dela,
viu as lágrimas enchendo os olhos, ela numa luta para mante-las firmes e não
desabar – estou esperando, Stana...
- Eu amo meu trabalho. Amo quem
eu sou por causa dele. Durante esses sete anos vivendo Kate Beckett, eu aprendi
muito mais que na faculdade e em tantos anos da minha vida. Conheci pessoas
incríveis nas mais diversas profissões, pessoas me desafiaram, me obrigaram a
crescer. Vi o quanto esse mundo do showbizz pode ser perigoso. Você sabe do que
estou falando. É como andar na corda bamba, você tem o carinho dos fãs e suas
obsessões. Mas nada se compara ao que você significou. Castle me deu você, o
amor da minha vida.
Stana cobriu o rosto com as
duas mãos por um momento, tomando fôlego.
- É o emprego dos sonhos. Fui
abençoada. O problema é que ao longo desse ano as coisas vem mudando, os
mistérios vem diminuindo. Fechamos o caso de Johanna, teve o sumiço de Castle
ainda mal explicado na minha opinião, 3XK se foi. Não há mais mistérios,
Beckett está casada com Castle e parece que estão brincando de casinha. Como
atriz quero ser desafiada. O que mais posso acrescentar a minha personagem? Foi
por isso que comecei a pensar na possibilidade de encerrar a história de Beckett.
Gostaria de pensar no futuro. Não apenas no trabalho, também para nossa vida.
- Você pensou em simplesmente
desistir em vez de falar com os produtores ou com Terri e Andrew? Dialogar não
passou pela sua cabeça?
- Eu... eu errei! Na minha
ânsia de acertar eu errei. Comecei a pensar em possíves oportunidades de
carreira que perdi. Filmes que não fiz devido às horas que preciso dedicar a uma
série de TV. Fazer um longa é tão difícil quando se está comprometida com a
televisão. Eu pensei que se fizesse uma pressão com a ABC, me recusando a
voltar para mais uma temporada eles aceitariam a minha proposta. Eu realmente
não pensei na rejeição. Não imaginei o que faria se a emissora se recusasse a
assinar o meu contrato. Quer dizer, seria um futuro incerto, mas eu iria atrás
de projetos.
- Filmes independentes? Aqueles
que nem em circuito nacional aparecem que dirá mundial? É assim que você
pretende seguir sua carreira? Trabalhando com desconhecidos? Se escondendo
atrás de produções medíocres?
- Não fale assim. Eu já disse
que gosto de desafios. Passar dez anos fazendo uma única personagem? Acho que
não.
- E me deixaria para trás?
Sozinho, com a responsabilidade de assumir o show, possivelmente arruinar minha
reputação, manchar meu currículo e o seu por tabela, tendo que lidar com
milhares de fãs que certamente iriam me acusar de ser o responsável por sua
saída. Isso é tão egoísta.
- Não! Eu fiz pensando em nós.
Precisava saber se ainda podíamos fazer isso. Se ainda era importante. Eu quis
jogar e acabei estragando algo precioso.
- Acabou estragando? Então você
está dizendo que não tem mais volta? A ABC não vai renovar seu contrato?
- Não estou falando do
contrato, estou me referindo a nós. Eu traí sua confiança, eu o magoei... e
isso está me matando.
- Nisso você está certa. Estou
magoado, com raiva de você. Sobre todo o resto? Não me convenceu, Stana. Então,
ou você me conta o real motivo de toda essa loucura ou definitivamente não sei
o que será o futuro para nós.
- Eu sinto muito... eu estou me
odiando agora.
- Ótimo! Temos o mesmo
sentimento – ele gritou virando-se de costas para ela. Essa história estava
errada, não fazia sentido. Ele não podia ser tão idiota a ponto de achar que
ela realmente pensava em desistir de tudo.
- Droga! Você me odeia...
- Como você não quer que eu
esteja com raiva diante de tudo isso? – Nathan seguiu rumo às escadas – não
podemos continuar aqui ou iremos machucar ainda mais um ao outro. Preciso de um
tempo.
Stana deixou as primeiras
lágrimas escaparem contra sua vontade ao vê-lo subir os degraus sem olhar para
trás. Fizera tudo errado. Magoara o homem que ama, passara uma mensagem errada
do que gostaria e nem sequer pode justificar sua ideia de futuro ao lado dele.
- Idiota!
Ela se levantou limpando o
rosto para se livrar das lágrimas, não queria que ele a visse chorando. Quando
abriu a porta do quarto, viu Nathan já deitado de costas. Entrou com cuidado,
pegou o travesseiro, uma manta. O movimento o fez virar.
- O que você está fazendo?
- Vou dormir no quarto de Anne.
- Não é porque brigamos que
você não pode dormir aqui, Stana. Deixe de besteira e deite-se nessa cama.
- Nathan, não. Eu preciso ficar
sozinha. Tenho que pensar. Melhor eu estar distante de você – a voz saiu
embargada, a garganta ardia como se estivese prestes a sufocar. Antes de fechar
a porta, ela disse as únicas palavras que realmente importava para ela – eu te
amo, Nate... – fechou a porta e pela primeira vez naquela noite, ele ouviu a
sinceridade na voz de sua esposa.
Stana deitou-se na cama que
geralmente era ocupada pela sobrinha em alguns finais de semana. Ali, sem
reservas, ela se entregou ao choro sufocado por um bom tempo. Não queria passar
como fraca, porém no momento tudo o que gostaria era sentir os braços de Nathan
ao seu redor. Talvez ele fosse o único que Stana deixava vê-la destruída. Sabia
que esse não era o caso. Colocara em risco sua vida, seu casamento simplesmente
porque não sabia como lidar ao certo com o que poderia estar acontecendo com
ela.
Suposições. Baseara seu futuro
em um monte de “e ses” esquecendo-se do juramento mais importante que fizera a
ele. Eram parceiros da vida, resolveriam tudo juntos. Fora assim que prometeram
um ao outro quando trocaram aquelas alianças. Stana brincava com a joia
rodando-a em seu dedo. Tirou apenas para reler as inscrições que ele mandara
fazer ali. A dor no peito voltou de foma avassaladora e Stana desabou em
lágrimas pela segunda vez naquela noite até adormecer.
Acordou assustada no meio da
madrugada. O coração batia apressado. Levantou-se da cama se dirigindo ao
banheiro. Ainda zonza, percebeu o que acontecera. Procurando se recompor, ela
criou coragem e voltou para cama aliviada, os batimentos já normalizaram. Deitou-se.
Por volta de seis da manhã, ela acordou sobressaltada pela segunda vez naquela
noite. Esfregando os olhos, suspirou fundo. O primeiro susto foi entender onde
estava. Havia esquecido que não dormira ao lado de Nathan. Devagar, ela se
levantou da cama caminhando em direção ao banheiro da suíte principal. Nathan
ainda dormia. Cuidadosamente, ela escolheu uma malha no closet, um boné, lavou
o rosto, pegou seus tênis e saiu do quarto.
Preparou um suco verde, comeu
uma banana. Pegou suas chaves e a bcicleta. Mesmo com dores, não apenas pela
noite mal dormida, mas também por toda a pressão das últimas horas, queria
exercitar-se. Precisava de um tempo no mar. O trajeto até a praia de Santa
Monica foi longo. Dedicou esse tempo a não pensar. Queria apenas sentir o seu
corpo em movimento, a força das pernas, o trabalho doa braços ao desviar-se dos
obstáculos. Fazer seu corpo cansar era uma forma de relaxar e abrir a mente.
No calçadão, após uma volta de
quatro quilômetros na ciclovia, Stana prendeu a bicicleta optando por uma
corrida na praia. O cheiro do iodo enchia seus pulmões revigorando suas
energias enquanto sentia o vento em seu rosto. Não gostara da imagem que vira pela
manhã na frente do espelho. Tinha os olhos fundos e vermelhos, a pele pálida,
as olheiras negras. Se essa era a visão de seu futuro sem Nathan, ela não
gostava daquele quadro.
Depois da corrida, Stana parou
um instante para apreciar o mar. Respirou profundamente por várias vezes.
Somente então se permitiu um momento de reflexão. Reviveu cada parte da
discussão da noite anterior, cada palavra dita, boa ou não. Pequenos flashes
surgiram da memória bem à sua frente. Fatos que o tempo não poderia apagar como
seu primeiro encontro com Nathan e a blusa cortada. Ou o bolo que encomendara
para comemorar o aniversário dele bem ali, no píer de Santa Monica. Ou as
gravações da cena final de Always.
As lembranças em Nova York, a
vinícola, os momentos sublimes na cama antes, durante e depois de fazer amor.
Eram todos parte de sua história juntos. Sejam lembranças em estúdio ou da vida
real, elas as definiam. A história deles. Sete anos, sete longos capítulos com
muitas aventuras.
Estava diante de uma
encruzilhada. Virar a página e escrever vários novos capítulos. Terminar o
livro, fecha-lo e seguir em frente? Ideias de futuros diferentes que poderia
lhe dar o melhor da vida ou o pior dela. A decisão, apartir de agora, estava
inteiramente em suas mãos. Uma delas era a errada. Uma delas a faria perder
Nathan.
Stana retornou até o lugar onde
deixara a bicicleta. Voltou pedalando para casa.
Quando atravessou o portão
empurrando sua bicicleta pelo quintal, percebeu que ele estava dando braçadas
na piscina. Ela decidiu ficar por ali. Sentou-se na ponta de uma das
espreguiçadeiras em volta da piscina, tirou os tênis e ficou admirando o que
ele fazia. Nathan ainda não tinha reparado que ela estava observando-o. Nadava
sem maiores preocupações. Não dormira direito durante a noite, pequenos
cochilos apenas, pois a mente ainda vagava pelas informações que ouvira de Stana.
Para piorar sentia falta do corpo dela ao seu lado. Não estava mais acostumado
a dormir sozinho.
Ela sorria triste ao ver os
braços fortes que tanto amava querem destruir a água. Rellexo da raiva que
também causara nele. A sua vontade era pular naquela piscina, abraça-lo e pedir
perdão por tudo que lhe dissera, pelo mal que o fizera ficar tão decepcionado
com ela. Sem mentiras, sem histórias. Se fosse apostar no amor que tinha por
Nathan, ela precisaria dizer exatamente o que estava sentindo e porque perdera
o foco. O medo não podia vencê-la, não quando o resultado dele poderia mudar
completamente o rumo de sua vida.
Nathan parara de nadar. Estava
apoiado na borda contrária ao local onde ela permanecia sentada. Ao virar-se,
seus olhos se encontraram. Ela suspirou. A visão a sua frente fez suas pernas
amolecerem. Como o amava....
- Você já tomou café? – ela
perguntou.
- Não.
- Bem, vou preparar o café e os
ovos. Eu prefiro que tomemos café antes de voltar a conversar. Preciso comer,
estou fraca ou ficarei enjoada.
- Stana, você não pode querer
agir como se estivesse tudo bem... – ele sentiu o coração acelerar ao vê-la
naquela malha.
- Eu sei. Não estou fingindo.
Apenas quero colocar algo no estomago antes de dizer o que pretendo a você –
ele estava impressionado com a visão de seu rosto. Os olhos tristes e cansados, avermelhados.
Sabia que ela tinha chorado. As olheiras davam pena – não vai demorar muito.
- Tudo bem. Vou tomar uma
ducha.
Ao descer as escadas, o cheiro
de bacon espalhava-se pela casa. Os ovos estavam terminando de ser feitos.
Canecas, sucos, bem como torradas, pães e queijos já na mesa. Ele sentiu falta
das frutas. Stana sempre comia frutas e iogurte no café, então porque não
estavam na mesa? Viu que ela virara os ovos mexidos no prato. Trouxe-os até a
mesa e pegou as canecas para enchê-las de café.
De volta à mesa, sentou-se de
frente para Nathan entregando-o sua caneca. Sorveu um gole do café e deixou-a
de lado. Colocou ovos e bacon no prato quase que os devorando. Saboreando uma
das tiras bem torradinhas de bacon, ele a observava. Devia estar mesmo com
muita fome. Pegando um pedaço da torrada cobrindo-a com ovos, ele perguntou.
- Não vai comer as suas frutas?
- Não estou com vontade – Deus!
Era difícil estar tão perto dele e fingir indiferença quando tudo o que
gostaria era de se jogar em seus braços. Um simples toque, um único toque a
confortaria nesse instante. Percebeu que ele acabara de comer. Os próximos
passos eram determinantes. A cozinha não era um bom lugar para esse tipo de
conversa. Deveria leva-lo para a sala. Uma conversa olho no olho que Stana
esperava não se transformar em uma terrível discussão.
Levantou-se da mesa. Incerta
quanto à forma de chama-lo para acompanha-la, ela arriscou. Tudo o que faria a
partir de agora seria com o coração. Encarando-o, ela colocou sua mão sobre a
dele entrelaçando seus dedos em um convite para segui-la. Nathan percebeu que a
mão dela estava gelada. Sinal de nervoso. Afinal, o que realmente a incomodava
a ponto de estar com os nervos em frangalhos?
Sem dizer uma palavra, ele a
seguiu até a sala. Obedecendo o comando de sua esposa, sentou-se ao lado dela.
Mesmo com o nervosismo, Stana não deixou de segurar a mão dele. Aquele simples
gesto lhe dava forças para enfrentar o assunto. A proximidade com Nathan,
sentir seu perfume aquecia seu coração.
- Antes de começar a me
explicar, a exemplo de ontem, peço que você escute. Prometo dessa vez não ficar
mostrando confusão. Direi a verdade e preciso voltar algum tempo atrás, pelo
menos uns dois meses. Lembra quando eu fiz o leilão do ATP? Você me questionou
porque colocar para doação uma lembrança como a blusa e o ingresso. Fui sincera
quando disse que eram símbolos e que já tinha o mais importante. Você. Naquele
momento, eu não estava pensando em desistir de Castle, eu estava começando a me
abrir para outras possibilidades. Eu o observo constantemente, Nathan. A forma
como trata as pessoas, a alegria, o carinho. Vejo o quanto ama o que faz e o
quanto me ama. Tenho orgulho de ser sua esposa. Foi daí que percebi que
podíamos ser mais.
Ela se remexeu no sofá antes de
continuar.
- Depois de filmarmos o
episodio da Dara onde mal apareci, comecei a pensar se não estava na hora de
pensar no próximo passo. Aos poucos pequenos detalhes começaram a me chamar a
atenção. Alguma coisa estava mudando em mim. Pensei se estaríamos prontos para
o próximo passo, eu queria e ao mesmo tempo tinha medo. Não tenho dúvidas de
quanto você está pronto, é o seu maior sonho. Quando eu conversei sobre esse
assunto com Gigi, não podia imaginar que a decisão podia não depender da minha
vontade. Eu estava disposta a me livrar de Beckett para ter o outro lado da
vida.
- Stana, você está enrolando. O
que exatamente quer dizer com outro passo e deixar Beckett?
- Seu sonho, Nathan. Ser pai.
Eu vejo como você cuida de Anne, ama criança e mesmo assim me deixa ser a
pessoa que irá escolher quando essa nova etapa vai acontecer. Eu realmente
estava pensando em conversar sobre o assunto com você. Porém, a vida não quis
me dar o tempo como você.
- Stana, você está grávida?
- Eu não estou... e-eu não sabia
até ontem à noite, depois da nossa discussão. Meu período estava atrasado há mais
de um mês e isso nunca acontece. Deveria ter acontecido na semana do seu aniversário.
Eu entrei em pânico! Se estivesse grávida, eu tinha que sair de Castle. Apenas
pensei na vida fora do trabalho, não lembrei do mais importante. Essa gravidez
dizia respeito a nós dois. Decidi que era minha escolha. Até aquela possibilidade,
eu não sabia como seria mãe, não fora planejado. Por Deus! As pessoas sequer
sabem que estamos casados! Nossas famílias... e ainda tinha você, como contaria
a você. Eu estava tão certa de que essa era a verdade, que já carregava um
filho seu que já assumira como se fosse verdade, então precisava tomar algumas
precauções. Por isso revi os termos do meu contrato, escolhi a cláusula
exclusiva e também pedi redução de horas, como posso passar quinze horas por
dia em um estúdio com um bebê dependendo de mim?
Mas Nathan não ouviu metade do
que ela dissera, ele estava perplexo com a colocação da esposa.
- Como você não sabia se estava...grávida?
Não pensou em fazer o teste? Em falar comigo?
- Eu não tive coragem de fazer
o exame. Eu surtei. Estou com medo. Agi por causa do medo. Pensei : as pessoas
nem sabem que estamos juntos, como vou explicar para a ABC que engravidei do
meu co-star, não só isso, mas ainda dizer que você é meu marido. Eu ferrei tudo
– as lágrimas rolavam pelo rosto dela.
- Nada disso importaria se você
estivesse grávida. Stana, você não tem que desistir de tudo por causa disso. Se
tivermos um bebê iremos dar um jeito.
- Não sei se posso, você está
tranquilo com isso?
- Tranquilo? Não, de jeito
nenhum. Eu estou excitado, ansioso. Só de pensar que você poderia estar
esperando um filho meu.
- Nate, posso estar surtando –
ela se levanta, afasta-se dele. Estava inquieta, precisava andar para buscar
equilíbrio porque a conversa não chegara nem a metade - Não quero que crie
expectativa. Ver você decepcionado me parte o coração. Não gostaria de ter
escondido isso de você. Sinto muito. Será que consegue entender agora porque eu
estou tão assombrada? Meti os pés pelas mãos e posso ter colocado tudo a
perder. Minha carreira, minha vida, nosso futuro.
- Não pode pensar assim...
- Nathan, eu achei que estava
grávida e tomei decisões erradas, como quer que eu encare isso? Ao mínimo sinal
de gravidez, eu surtei. Todas as minhas dúvidas como relação ao trabalho
sobrepuseram o que realmente era importante. Eu somente pensava com um bebê, o
que posso fazer? Não posso ser Kate Beckett. Correr em saltos, usar armas,
fazer cenas de ação com um corpo modificado? Impossível! Esqueci tudo o que
Gigi me deu de conselho e deixei minha vida tomar o rumo errado, sai dos
trilhos e o medo assumiu. O que isso diz de mim? Que tipo de mãe eu seria?
Ela sentiu os braços dele a
envolverem. Stana deixou o rosto perder-se no peito dele. Não ia chorar
novamente. Precisava dizer a verdade e o que gostaria de fazer com ele. Mais do
que isso, Nathan teria que ajuda-la a encontrar uma solução para o desastre em
que se metera.
- Eu sinto muito, não sabia
como contar tudo isso para você. Acabei magoando-o, levamos a conversa para
outro nível que estava longe de acabar bem. Não quero que pense errado sobre
minhas atitudes – ela ergueu a cabeça para fita-lo – eu quero uma família com
você, Nathan. Quero ter filhos com você. Enfrentar algo não planejado me apavora
e olha o resultado disso? Já tem algum tempo que penso em conversar sobre o
assunto.
- Stana, não há nada que eu
queira mais no mundo do que ter uma família com você. Planejado ou não,
poderíamos ama-lo da mesma forma. Acharíamos nosso ritmo e nosso caminho. Mas
nunca, nunca mesmo iria obriga-la a jogar fora sua carreira, sua personagem e
sua paixão por atuar por causa de uma criança. É injusto e errado. Nós faremos
isso juntos. É bom não saber o que esperar, descobrir as novidades dessa fase,
e você? Como pode duvidar de seu instinto materno? Você será uma excelente mãe,
não preciso ser convencido disso. Você só precisa estar pronta. Se isso te
deixa mais tranquila, podemos planejar, basta querer.
- Nathan, eu não sei se
conseguirei consertar a burrada que fiz com a ABC.
- Você vai consertar, vai
assinar. Castle e Beckett continuarão sua vida resolvendo crimes e fazendo
justiça enquanto nós seguiremos casados e nos preparando para o próximo passo.
Ligue para sua agente, peça as cópias dos seus contratos. Quero lê-los
detalhadamente, se precisar mudar o texto, mudaremos. Posso pedir ajuda aos
meus representantes legais. Daremos um jeito.
- Você acredita que é possível?
- Acredito. Vamos virar esse
jogo. E sobre o que você disse antes em relação a Beckett, não percebe o quanto
ainda pode ser feito? Tantas outras coisas, tantas... – ela sorriu para ele, a
mão instintivamente tocou o ventre. Ela podia ser mãe, ela estava carregando um
bebê em menos de doze horas atrás.
Como pode duvidar de que ele a
apoiaria? Como poderia achar que esse era o fim? Tão estúpido. Tudo era tão
desesperado. Ele estava ali, pronto para ajuda-la, indicar o caminho certo, ser
o parceiro, a voz da razão quando ela afundava em emoções. Nathan continuaria
lá e isso apenas a fazia ama-lo cada vez mais.
- Como eu conseguiria fazer
isso sem você? Nem sei o que era antes de você – ela segurou o queixo dele. A
ternura nos olhos azuis a confortava, aqueciam seu coração. Nathan puxou-a
contra seus lábios perdendo-se em um beijo apaixonado. Isso era tão bom, era
como voltar para casa. Tudo ficaria bem. Ela se levantou do sofá, com as mãos
entrelaçadas, Stana o puxou para segui-la até o quarto. Estar de volta a sua
cama, ao seu lugar. Empurrou-o sobre o colchão e sorriu. Livrou-se da malha que
usava ficando somente de calcinha e sutiã. Mesmo não podendo fazer amor com ele
como gostaria. Ela podia dar prazer a Nathan.
Uma hora depois, ela ainda
estava deitada ao lado dele. Agarrada ao corpo como se precisasse de esteio,
sentindo o cheiro de suor e loção pós-barba. Nathan acariciava os cabelos dela.
A sua mente ainda não dicernira tudo o que ela contara. Esteve a um fio de ser
pai. Isso lhe dava uma sensação de desejo e felicidade quase que avassaladora. Stana
atrapalhou seus pensamentos quando começou a divagar em voz alta.
- Sabe, já da ultima vez que
saímos com Anne eu observava muito seu jeito com ela. Enquanto vocês brincavam
nos fliperamas, tudo o que vinha a minha mente era o seu jeito. A forma como
agia com a minha sobrinha. Eu pude ver tanto amor, tanta dedicação. Aquelas
cenas parecem ter despertado algo diferente no meu corpo, na minha mente. O tal
do relógio biológico ou somente a realização de que você me fazia pensar nisso,
querer vivenciar essa experiência nova. Assim como escolhemos um ao outro,
iniciamos uma vida juntos, queria ter a chance de viver a nova fase ao seu
lado. A emoção começava a me dominar, então veio o trabalho, as possíveis
mudanças e o medo simplesmente venceu.
- Faremos isso, Staninha. Tudo
no tempo certo. Não é a hora de conversarmos sobre nossa família. Primeiro,
precisamos garantir nosso trabalho. Estarmos juntos para então dar o próximo
passo – ela suspirou, beijando o peito dele relaxava em seus braços – Gigi
realmente a ajudou dando conselhos?
- Sim, ela foi bem enfática
quanto a conseguir criar uma criança mesmo no meio artístico. Ela quem disse
que a decisão de ter um filho não cabia somente a mim, mesmo que você tivesse
me permitido a escolha, deveria ser uma decisão do casal. Quem diria, minha
Irmã conseguiu ser mais sensata que eu em um assunto bem sério.
- Talvez se tivesse escutado as
palavras de Gigi, teríamos evitado muitos desentendimentos e ofensas
desnecessárias.
- Eu sinto muito – ela
apoiou-se no peito dele para encara-lo – eu sinto tanto!
- Já passou. Esqueça. A decisão
de uma gravidez é importante e muito séria, especialmente para a mulher. Eu
entendo a sua preocupação e sua reação desde que da próxima vez que algo assim
acontecer, você venha até mim. Divida o fardo, o medo, a ansiedade comigo. É
isso que significa casamento, Stana.
- Eu sei. Eu aprendi. A verdade
é que esse é o primeiro relacionamento que me força a pensar e querer fazer
tudo certo. Nunca tive alguém ao meu lado que me inspirasse a amar mais,
construir mais, querer sempre mais. Juntos em todas as decisões.
- Teremos boas batalhas pela
frente. Devemos nos concentrar em ganha-las. Não será fácil, mas vamos
conseguir o que queremos no final.
- Adoro sua confiança, Nate. De
onde ela vem? Você me parece tão certo, tão convicto? Como?
- Eu não acredito em muita
coisa na vida, mas acredito em nós, no nosso amor. É assim que venceremos as
batalhas – ela acariciou o rosto dele, passou o polegar pelos seus lábios,
sorriu.
- Eu te amo, Nate.
- Acho que você já provou isso
alguns minutos atrás – ela gargalhou.
- Tão bom assim? – perguntou
vendo o brilho no seu olhar.
- Você não tem ideia – ela deu
uma tapinha nele. Ergueu-se da cama – onde pensa que vai?
- Tomar um banho. Eu estou me
exercitando desde às seis da manhã. Como acha que me preparei para essa
conversa?
- Será um prazer esfregar suas
costas.
- Nathan! Você já tomou banho...
- É verdade, mas aí alguém me
presenteou com uma sessão de relaxamento, bem... não preciso dizer mais nada. E
para evitar problemas será um banho gelado.
- De jeito nenhum! Água morna
ou nada feito.
- Staninha, só de estar perto
de você a temperatura já se eleva. Por que você tem que dificultar tanto as
coisas para mim?
- Porque eu posso. Assim evito
que pense em besteira.
Após o banho, Nathan tentou
conseguir que ela fizesse algo em sua companhia, porém ela estava com dor.
Queria ficar deitada, descansando.
- Podia cozinhar para você...
- Eu agradeço, mas não estou
com vontade de comer. Aceitaria um chá. Faz para mim?
- Claro – ele preparou o chá
trouxe com algumas torradas. Resolveu preparar uma massa rápida para não ficar
com fome. Stana permaneceu deitada a maior parte da tarde, o que lhe deu tempo
suficiente para começar a ler o contrato que ela havia enviado ao seu email. Se
iria ajuda-la a consertar isso, necessitava entender e ser bem convincente para
envolver seus próprios agentes se fosse preciso.
Depois de um bom descanso,
Stana finalmente se levantou para encontra-lo no escritório concentrado
escrevendo algo. Reparou nos bonequinhos deles na estante. Sorriu. Ela caminhou
até onde ele estava abraçando-o por trás. Beijou o pescoço dele vendo os pelos
da nuca se eriçarem.
- O que você está fazendo?
- Lendo seu contrato, fazendo
algumas modificações. Ainda não tenho certeza, mas deveremos acrescentar
clausulas sobre o futuro da sua personagem ao invés da ameaça. Vou precisar da
sua ajuda.
- Tudo bem, só que isso não é
assunto para um sábado à noite.
- E o que você quer fazer? –
ele perguntou puxando-a para seu colo. Stana acomodou os braços ao redor do
pescoço dele para beija-lo. Em seguida, seus lábios subiram pela mandíbula encontrando
o lóbulo da orelha dele. Uma das mãos acaricava os cabelos dele – você não vai
responder?
- Eu nem sei como pude ser tão
idiota...eu quase perdi minha chance com você, um homem maravilhoso... – ela
olhava-o com uma certa adoração no olhar, os dedos perdendo-se nos cabelos.
Sentiu a mão de Nathan sobre seu ventre, o polegar movia-se com carinho sobre a
pele dela. Podia apostar que ele estava pensando na ideia dela grávida.
- Pare com isso, Stana... já
passou. Quem sabe daqui a uns meses não estaremos comemorando de outra forma?
- Nate, eu estou com medo. E se
não conseguirmos reverter a situação?
- Nada de pensamentos
negativos. Chega de falar desse assunto por hoje. Que tal assistir um filme?
- Com direito a pipoca, sorvete
e me enfiar debaixo do cobertor com você? Eu topo.
Após um despertar preguiçoso de
domingo, Nathan decidiu fazer churrasco para o almoço tardio de três da tarde.
Devidamente alimentados, eles sentaram-se no sofá com o notebook dele,
impressão dos contratos pela mesa e canetas. Stana releu o que colocara na
primeira vez no contrato e fez algumas anotações. Depois foi a vez de Nathan
mostrar sua versão para que ela opinasse sobre a proposta. Mais que isso, ele
queria saber o que ela esperava para sua personagem. Isso poderia ser moeda de
troca para barganhar o acordo com a ABC fazendo a emissora esquecer o suposto
desejo de deserção da atriz.
- Vamos lá, me diga o que
espera para o futuro de Kate Beckett?
- Eu não sei ao certo, quer
dizer, ela precisa de um novo desafio. Algo que a estimule, a faça ter
novamente aquele brilho no olhar que sempre aparecia quando ela investigava o
caso da mãe ou precisava salvar alguém que amava.
- Ela vai prestar o exame para
Capitã, aliás tudo indica que já conseguiu a patente pelo script da season
finale. Kate, na verdade, tem duas opções de carreira com o convite para o
senado. O que me lembra que precisamos ler o roteiro hoje à noite porque
obviamente pelo seu olhar nem tem ideia do que vai enfrentar essa última
semana, não?
- É, eu não li o script. Então
você está me dizendo que eu deixaria de ser uma policial para trabalhar com
política? Terri quer dizer que as palavras daquele viajante do tempo estavam
certas? Não consigo imaginar Beckett como uma pessoa política, ela é muito
preto no branco. Ser capitã pode ser uma excelente ideia, vê-la aprender a
liderar com os olhos de chefe e não mais de parceira ou companheira para os
rapazes. Por outro lado, não quero que ela deixe de investigar casos ao lado de
Castle. A parceria deles é perfeita demais para coloca-la atrás de uma mesa
escrevendo relatórios. Isso é difícil!
- É por isso que somos atores e
não escritores. Também sou a favor de não colocar Beckett atrás de uma mesa.
Você também esqueceu do outro lado, da relação com Castle, do casamento.
- Ah, eu acho que eles estão
bem em termos de relacionamentos, estão felizes curtindo a fase de romance. Não
vou mentir que gostaria de poder filmar mais cenas intimas entre nós, porém
essa restrição da ABC por ser um canal aberto é complicada.
- Isso definitivamente é
perigoso. Fazer cenas íntimas não é meu forte com você, tudo fica muito
poderoso e acabo passando vergonha. Não posso evitar, você me deixa louco! –
ela inclinou-se até ele e sapecou um beijo nos lábios, voltou a se escorar no
sofá. Nathan fazia massagem nos pés dela – estou falando da próxima fase.
Castle já não é tão mais novo...
- Você está falando de bebês...
é uma parte importante da história e muito desejada pelos fãs. Também sou a
favor. Gostaria de ver Beckett mãe, o problema é quanto tempo focar nisso e que
parte do processo mostrar. Acredito que nosso fandom não ficará satisfeito
somente com a menção a existência de um bebê na season finale por exemplo. E
quero ver minha personagem carregar uma criança, passar por dificuldades para
cuidar dela. Castle também merece essa chance de preferência que a tal
experiência dele não sirva para muito. Porque isso seria muito bacana. Bem
engraçado.
- É, nisso eu concordo com
você. Também sou a favor de um novo serial killer. Tem que haver um novo
inimigo e sou o maior defensor de Bracken voltar a perturbar.
- Tudo bem e como explicamos
todas as nossas ideias e anseios no contrato de uma forma que a emissora
entenda e também não nos considere tão exigentes e senhores de si, como se
estivéssemos ensinando-os a trabalhar?
- É aí que agentes e advogados
entram. Eu redigi todas as nossas ideias. O que eu sugiro é que você envie isso
a sua agência e peça uma revisão de contrato tirando a clausula irrevogável e
incluindo elementos que podem fazer uma diferença para as negociações.
Esperamos o resultado e se não funcionar, será a hora de envolver o meu
pessoal. Ah, mas antes acredito que você deveria ir a uma dessas reuniões e
expor suas preocupações. Lembra que Terri comentou que iriam propor o nome de
um novo showrunner? Uma conversa com o indicado cairia bem.
- Você tem um palpite quanto a
isso, Nate?
- Acho que Dara seria uma ótima
opção, mas para substituir o trabalho de Terri e David tem que ser alguém que
conheça bastante da série, com tempo e história. Terence seria um ótimo nome ou
Bowman.
- Não tinha pensado nisso. Ele
pode trazer um bom balanço a uma nova temporada. Ele gosta de ação, comedia e
romance. Não é à toa que Blue Butterfly é um dos meus episódios favoritos até
hoje.
- Teremos que esperar pelas
notícias – ele fechou o notebook – bem, as ideias estão capturadas e por hoje
chega de contrato. Outra hora conversaremos sobre o seu outro projeto e
nossas atividades no hiatus. Que tal namorar um pouquinho antes de ensaiarmos nosso
roteiro de amanhã?
- Hum... namorar? – ela se
aconchegou ao peito dele sentindo as mãos dele por baixo da camisa enquanto
seus lábios se tocavam.
XXXXXXX
Nathan já estava sentado na
cama com o texto na mão quando Stana entrou no quarto trazendo duas canecas
fumegantes de café. Entregou uma delas para o marido enfiando-se debaixo das
cobertas. Pegou o script abrindo na pagina que Terri comentara ser a principal
cena de Stana na segunda. Enquanto lia as palavras escrita pela musa que dera
inicio a tudo aquilo, Stana não pode deixar de se emocionar. Sete anos e tanto
mudou entre eles. Suas personagens evoluíram, eles cresceram com o show e encontraram
seu ritmo, seu lugar, sua metade.
De repente, Nathan olha e
percebe que ela está chorando.
- Hey.... o que foi?
- Como pude fazer isso? Pensar
em não querer isso... esse discurso da Beckett, as palavras de Terri são
perfeitas. Eu sonhei com o dia que ela iria dizer que se orgulhava de Castle e
está aqui. Se esse for realmente o último episódio da série, fico feliz que
possa gravar uma cena assim. Quem diria, Kate Beckett sem medo de declarar a
estranhos sua admiração por seu grande amor. Eu acabei de perceber que será bem
difícil fazer essas últimas cenas, Nate. O episodio como um todo tem um tom de
despedida. E se a ABC não renovar? Se realmente esse for o fim? Deus! Agora a
ficha caiu...
- Staninha, é logico que será
um episodio emotivo para todos nós, mas Castle é uma série sólida e rentável
para eles. Na verdade, tudo se resume ao que Andrew explicou, nossos contratos
e o showrunner.
- Como pode ser tão confiante
quanto à renovação? Tão seguro?
- Porque somos nós, um time
incrível de escritores e técnicos e um fandom apaixonado. Não tem como dar
errado. É uma receita de sucesso, muitos gostariam de ter o que nós temos. Alguns
percausos no caminho que iremos resolver e em julho estaremos de volta. Simples
assim. Se prepare, Terri vai exigir demais de você amanhã.
- Estou vendo que passarei cinco
dias chorando, babe. E enquanto não assinar realmente esse contrato, não
consigo perder o medo. Não quero pensar que a culpa é minha disso tudo estar
acontecendo.
- Chega de se culpar, devemos
seguir adiante. É permitido emocionar-se, viver o momento. Apenas não faça um
drama tão grande com relação ao suposto fim, está longe de ser o verdadeiro
capitulo final. Melhor deixar esse script de lado. Não quero te ver chorosa
antes de dormir. Vem cá – tirando os papeis da sua mão, ele a puxou em sua
direção aconchegando-a no peito dele, arrumava os cabelos apenas para enche-la
de carinho. Conhecia Stana o bastante para saber que essa experiência de quase
gravidez realmente provocou uma confusão enorme capaz de mexer demais com o seu
emocional. Tudo acontecendo no momento mais crítico de suas carreiras e suas
vidas. Precisava ser paciente com os medos e as neuroses tão características
dela.
Tinham uma missão difícil não
podia se enganar. As consequências deixadas pela ansiedade de Stana precisariam
ser lapidadas e revertidas, quase uma luta de gigantes. No fundo, ele sabia bem
disso. Para a sanidade dela e dos próximos dias de gravação, ele achou por bem
não entrar nesses detalhes com ela. Queria vê-la brilhar como Kate Beckett
nesse episódio feito com tanto amor e dedicação a sete maravilhosos anos de
história.
Beixou-lhe a testa e percebeu
que ela dormira em seus braços. Sozinho, ele se deu ao direito de imaginar o
quão perto esteve de ser pai. Ela tinha razão, era seu sonho. De toda a
discussão, momentos de raiva e briga, restou o mais precioso dos desejos. Stana
queria uma família. Ela estava pensando em ser mãe de seus filhos. A descoberta
não tinha preço e isso valia mais que qualquer contrato milionário que pudesse
assinar.
Nathan podia se declarar o homem
mais feliz do mundo.
Continua....
2 comentários:
Oh! Boba chorona. Por um instante, achei que a coisa estava grave e que Nathan ia querer separar. Mas, como ele é um fofo muito lindo e todo amoroso, tudo está indo bem. Agora, espero a comemoração da renovação do contrato.
NOSSAAAAA QUE TUDOOOO!!!!
QUERO UM NATE IGUAL A ESSE PARA MIM,VAMOS APLAUDIR DE PÉ... MUITO SUCESSOOO!!!
Casamento não é fácil,ai está a prova disso,mas existe amor então não barreiras que não seja derrubada. Nate se prontificou a ajudá-la com a burrada que fez.. Nossa que vacilo hein Katic(ou melhor Fillion.. Katic Filllion ♡♡♡)?!
Depois dessa deixa eu ir ali chorar...
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