Nota da Autora: Nesse momento da história, ainda estou explorando o angst para sacudir a vida de Castle e Beckett, lembre-se que não sou especialista em direito, portanto não sei se a maneira que tratei as informações legais são corretas, mas em se tratando de obra de ficção, o contexto da história é que vale. Sempre é bom chacoalhar as arestas de vez em quando. Acalmem-se, Roma ainda é uma idéia....
Cap.29
Kate o olhava
analisando o semblante de Castle. Apesar de tranquilo embora percebesse a
preocupação e a seriedade impressa nas palavras. Não era o local nem o momento
para uma briga, ele ainda estava se recuperando do susto que ambos levaram
naquela noite. Segurando a mão dele entre as suas, ela procurou responder a
colocação que fizera de forma pacifica.
- Castle, não
é o momento de discutir... você está se recuperando. Quase me matou de susto.
Pensei um monte de besteira quando o vi caído na calçada, por favor.
- Kate não se
trata de uma discussão, estou afirmando que não deixarei essa situação passar
em branco. Aquele cara atacou você pela segunda vez. Já parou para pensar no
que poderia ter acontecido se eu não tivesse chegado? Sei que você sabe se
defender, mas estava em desvantagem quando eu a vi. Não irei admitir que
esqueçamos tudo. E se algum dia ele estiver esperando por você dentro do seu
apartamento? Não há discussão, você fará o exame e daremos entrada na
solicitação judicial.
- Castle, eu
sei que o fato de ter acontecido novamente torna a situação mais preocupante.
Eu me defendi, o prendi e mandei para a delegacia por agressão a uma policial.
Conversei com meu colega, ele está tratando dos procedimentos necessários para
ficha-lo. Mas uma ordem de restrição é demais.
- É claro que
não! Se você não colocar um pouco de razão nessa sua cabeça e agir como deve,
eu mesmo farei isso sozinho.
- Nós podemos
registrar a queixa da agressão. Jackson se ofereceu para colher o nosso
depoimento amanhã cedo caso você esteja liberado e tomar as providências o mais
rápido possível. Tenho certeza que isso é suficiente para manter Josh afastado.
- Não será.
Por que insiste em não querer usar a lei a seu favor, Kate? Qual o problema? –
ele percebeu a aflição no rosto dela, pela primeira vez desde que entrara
naquele quarto, ela se afastou dele. Passou a mão nos cabelos, visivelmente
nervosa.
- Eu sou uma
policial treinada e armada. Jurei proteger os cidadãos dessa cidade contra o
mal. Não posso ser assombrada por um homem que pensa estar apaixonado por mim,
não posso ceder a algo tão fútil só porque você está tendo uma crise de ciúmes!
- Não se trata
de uma crise de ciúmes, Kate! De onde veio isso? Estou zelando pela sua vida
porque corre perigo e não estou disposto a perder você. Como pode pensar que se
trata de uma briga de egos? Eu estou me lixando para aquele almofadinha idiota.
Aliás com esse comportamento, ele devia ser proibido de exercer a medicina.
Estou cuidando de você e quando esse tal Jackson conversar conosco, eu vou
pedir a ordem.
- Você não
pode fazer isso sem meu consentimento. Droga, Castle! – ela se colocara de
costas para ele, segurava as lágrimas – olhe para a gente. Acabamos de sofrer um
ataque, estamos feridos. Devíamos estar conversando, nos recuperando, dando
carinhos um ao outro e ao invés disso, estamos aqui brigando em um quarto de
hospital. Dois teimosos querendo se mostrar superior ao outro e para que?
- Só brigamos
porque você não quer admitir que precisa de proteção, brigamos porque você é
teimosa o bastante para concordar que encontra-se em um momento vulnerável e
não quer se mostrar frágil. Por que não aceita que tudo o que me importa é
proteger você, Kate? Deixe-me fazer isso. Não diminui sua autoridade nem sua
capacidade de lutar contra assassinos e bandidos. Não quero roubar sua identidade
de policial, quero mantê-la viva. É tão difícil baixar a guarda e me deixar
cuidar de você?
Kate virou-se
para fita-lo. Castle estava sentindo a cabeça explodir devido à discussão.
Mesmo assim, ele não pararia até convencê-la do que era melhor. Sabia que havia
outro motivo para a detetive relutar quanto a isso. E na sua opinião, não era
nada relacionado ao médico.
- Você não
entende... sou uma policial e se não conseguir me defender de um sujeito como
Josh, o que isso diz de mim? Como irei lutar e me defender contra os homens que
mataram minha mãe? – então era esse o maior receio de Beckett, achar que ele
estava julgando sua competência – como os enfrentarei se preciso de uma ordem
de restrição contra um idiota que se julga apaixonado por mim e está claramente
sobre efeito de drogas?
- Kate...oh,
amor... é isso que está lhe afligindo? Como pode sequer considerar que isso a
diminui como pessoa e profissional? Aquele cara nunca poderia fazer isso com
você. Não será em uma briga com socos e pontapés que irá fazer justiça a sua
mãe. Será usando sua mente brilhante, seu raciocínio. O que está em jogo é o
estrago que Josh pode fazer na nossa vida, no nosso relacionamento. E-eu não
estou falando de sentimento...- ele levou a mão até o rosto cobrindo os olhos,
a cabeça latejava.
- Cas, está
tudo bem? O que está sentindo? – se aproximou preocupada segurando-lhe o queixo
e forçando-o a olhar para ela.
- Dor de
cabeça... insuportável.
- Oh,
Castle... desculpe, eu não devia... vou chamar a enfermeira – mas ele a cortou
segurando-a pelo pulso. O gesto fez Kate estremecer, a pele estava sensível e
dolorida no local. Castle percebeu e optou por não comentar nada ainda.
- Não, por
favor, deixe-me terminar o raciocínio. Sei que você não sente nada pelo
almofadinha, mas se não o colocarmos em seu devido lugar, ele pode se tornar
uma pedra no sapato. Pode persegui-la e nos expor. Ele é do tipo capaz de fazer
um escândalo sem proporções principalmente se estiver, como você já atestou,
sob o efeito de drogas. Nosso segredo e nossa relação estão ameaçados com ele a
vigiando. Aceite a ordem de restrição. Será melhor, Kate. Por favor... – ele tornou
a fechar os olhos deitando a cabeça no travesseiro. Mordendo os lábios, ela
acariciou os fios de cabelo que caiam na testa.
- Eu sinto
muito, você está cansado e com dor por minha causa. Você tem razão. Falaremos
com Jackson. Desculpe, Cas...- ela inclinou-se sobre ele para beijar-lhe a
testa – vou chamar a enfermeira. Volto em um segundo – ele manteve os olhos
fechados. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios. Finalmente conseguira
convencê-la da coisa certa a fazer, porém reconhecia que a situação ainda
traria outras dificuldades para ambos, Kate não gostava de ser exposta aos
colegas, infelizmente seria o que estava por acontecer no âmbito pessoal e
profissional. Ele precisava estar preparado para apoia-la.
Kate retornou
ao quarto com uma enfermeira. Vendo-a entrar mancando, ele tinha que fazer
alguma coisa.
- O que está
sentindo, Sr. Castle?
- Muita dor de
cabeça. Deve ser da pancada, não?
- Sim, é
normal. Vou lhe dar um analgésico na veia para o efeito ser mais rápido. De
qualquer forma, pedirei para o médico vir examina-lo. Se ele achar necessário
poderá pedir mais exames e estender sua estada por aqui.
- Obrigado,
enfermeira. Só mais uma coisa. Será que poderia levar a teimosa detetive
Beckett até a sala de curativos para tratar desses arranhões e hematomas.
Aposto meu braço como ela está morrendo de dor, sofrendo calada – a moça riu do
jeito que ele falava – peça para o médico registrar os machucados e dar o
parecer dele em um relatório. Precisaremos disso para a ocorrência. Ah! Quase esqueci...
o joelho, ela está mancando.
- Castle,
pensei que estava com dor – disse revirando os olhos e entortando a boca ao ver
o jeito como ele a tratava parecendo uma relação de pai e filha.
- E estou.
Isso não significa que não possa fazer recomendações para você. Sei que está
com dor, Kate. Não adianta bancar a mandona e durona. Vá se cuidar, eu ficarei
bem. Meus olhos estão pesando...
- É o efeito
do remédio, senhor. Descanse um pouco, fará bem para sua recuperação. Eu
cuidarei dela – Kate se aproximou e beijou-lhe carinhosamente os lábios. Ele
gemeu com o contato no local dolorido do soco que levara.
- Desculpe...
– ela falou sorrindo.
- Tudo bem, é
uma dor gostosa.
- Vamos,
detetive. Deixe-o dormir – Kate deixou o quarto acompanhada da enfermeira. Quando
retornou já devidamente medicada e com pequenos curativos nos braços,
encontrou-o dormindo. Trazia um copo grande de café nas mãos. Era quase
meia-noite. Um rapaz jovem checava seu prontuário. O anti-inflamatório que
tomara reduzira bastante o incômodo da dor causada pela luxação no joelho.
- Está tudo
bem? – ela perguntou com receio.
- Sim, estou
apenas fazendo a ronda para os pacientes da neurologia, sou o residente de
plantão. Checando os últimos registros, medicação. Ele está bem. Tem uma nova
CT marcada logo cedo. Seis da manhã. Dependendo do resultado, deverá ter alta
por volta das nove horas.
- A dor de
cabeça irá persistir, doutor?
- Sim, pelo
menos por mais dois dias. A pancada foi forte. Ele teve muita sorte em sair
ileso da pancada. Podia desenvolver um coágulo, um aneurisma. Você está bem? –
perguntou vendo os curativos no braço dela – alguma dor?
- Estou bem.
Já fui medicada.
- Qualquer
coisa é só chamar. Tem um botão vermelho ao lado direito do painel da cama.
Vejo vocês pela manhã – antes de sair, ele voltou-se para encara-la – você acha
que ele assinaria um livro para mim? É que minha namorada é fã de Nikki. Eu
também. Nosso aniversário de namoro está chegando seria um ótimo presente.
- Castle
participando de uma história de amor? Pode contar com isso. Ele assinará com
certeza.
- Obrigado.
Descanse, você está precisando.
Kate sentou-se
na poltrona ao lado da cama de Castle. Tomava seu café devagar olhando para o
homem que dormia tranquilamente. Sua mente e seu coração ainda estavam em
conflito diante de tudo o que acontecera. Sabia que conseguiria render Josh
mesmo sem a ajuda de Castle, podia ter consequências mais graves, pois o médico
é forte e musculoso. Porém, não era com sua defesa que estava preocupada. Temia
sua imagem, sua reputação. Também não tinha pensado em como a obsessão do
médico poderia atrapalhar seu relacionamento. Castle tinha razão em querer a
proteção de uma ordem de restrição, mas o que isso significaria mais para
frente? Josh poderia ataca-lo por vingança? Como seu capitão reagiria ao saber
do ocorrido? Muitas dúvidas, muitas perguntas sem resposta até o presente
momento.
E pensar que
aquela noite era para ser somente de diversão. Era o que Kate imaginara ao sair
do distrito. Um strip provocante, vinho, uma bela sessão de sexo... dormir nos
braços dele. Ela sequer tivera a chance de contar a novidade sobre Roma para
ele. A vida mandava um novo recado. Tudo pode mudar em questão de segundos. O
dia seguinte seria longo. Para Beckett havia a certeza de que a discussão
aparentemente colocada de lado pelos dois, ainda seria explorada por opiniões
diferentes. Cansada, ela rendeu-se ao sono.
Por volta das
cinco da manhã, Kate acordou assustada com uma presença no quarto. Era a
enfermeira.
- Está tudo
bem?
- Sim,
procedimento padrão. Em quinze minutos, o residente virá pegá-lo para a
tomografia. Depois do exame, ele se alimenta e dependendo do resultado, vocês
poderão ir para casa – Kate percebeu que ele abrira os olhos. Levantou-se da
cadeira aproximando-se com a mão sobre seu peito. A enfermeira já deixara o
quarto.
- Bom dia...
como está se sentindo? A dor de cabeça diminuiu?
- Sim, estou
melhor. Você dormiu aqui? Deve estar toda dolorida – puxou uma das mãos e
levou-a aos seus lábios. Viu os pequenos curativos – como está o joelho?
- Bem, eles
irão leva-lo para a tomografia logo. Tenho que avisar a Jackson que talvez
estaremos disponíveis apenas à tarde. Onde está seu celular? Nem me lembrei de
avisar Alexis.
- Não tem
problema. Ela sabe que estou com você, disse que passaria a noite no seu
apartamento. Prefiro que ela não saiba do que aconteceu. O ferimento na boca
pode ser facilmente explicado pela minha bravura trabalhando com a NYPD – ela
revirou os olhos – o que? Você mesma disse que sou seu herói.
- Algo que me
arrependo amargamente pela quantidade de vezes que serei obrigada a ouvir você
se exibindo quanto a isso. Acho que está mais que provado, a queda não poderia
causar mais dano do que o que já existia em seu cérebro.
- Isso
detetive, desdenhe bastante. Sua armadura não me engana. Não esqueci que me
deve um striptease, vou cobrar. Aliás, falando em cobrar, não recebi nem um
beijinho de bom dia, isso não é jeito de tratar o seu namorado doente, Kate –
rindo, ela se aproximou dele apertando de leve o nariz como quem vai dar um
ralho e inclinou-se para beija-lo com cuidado no machucado para depois
sorver-lhe os lábios.
- Hrum hrum...
parece que meu paciente já se recuperou totalmente – Kate afastou-se da cama
com o rosto avermelhado – bom dia, Sr. Castle. Nem irei perguntar como se sente,
pois está estampado na sua cara. Pronto para sua tomografia? Trata-se de um
simples cheque. Imagino que esteja tudo bem para que possa libera-lo em
seguida.
- Sim, doutor.
Estou bem melhor agora.
- Ótimo. Devo
trazê-lo em, no máximo, meia hora. Fique à vontade para tomar o café da manhã
em nossa cafeteria.
- Vou
aproveitar para ligar para Jackson e avisar ao capitão que chegarei um pouco
mais tarde hoje – assim que Castle foi levado, Kate seguiu para a cafeteria em
busca de café, o celular já na orelha retornando a ligação de Jackson – oi, bom
dia! Estou ligando para lhe atualizar. Castle está numa tomografia agora.
Provavelmente receberá alta por volta das nove da manhã. Sairemos daqui para o
36th, tudo bem? – ela escutou o que o outro policial falava – certo. E Jackson?
Vamos manter o ocorrido somente entre nós por enquanto. Quando estiver aí,
conversaremos melhor.
Suspirando,
ela desligou o telefone. Precisava desesperadamente de sua dose de cafeína da
manhã antes de enfrentar seu capitão com uma mentira. Após os primeiros goles
de café, ela fez a ligação para Montgomery. Explicou que apareceria no distrito
apenas na parte da tarde porque um colega pedira sua ajuda em um caso do 36th
distrito. Não precisava se preocupar. Se um homicídio aparecesse, ela se
juntaria aos rapazes na cena. Ao desligar sem enfrentar qualquer objeção de seu
capitão, sentiu-se um pouco culpada. Preferira nesse instante contar uma
mentira branca, queria ter certeza do final da história para saber se haveria
necessidade de contar-lhe o que acontecera exatamente.
No fundo,
Beckett estava se iludindo. Pelo procedimento da NYPD, ela teria obrigação de
reportar a ocorrência ao seu superior. Sua esperança reinava no fato de que
ainda conseguisse convencer Castle a não solicitar a ordem de restrição a um
juiz.
Voltou ao
quarto encontrando Castle e o médico conversando. Ele fazia a primeira refeição
do dia enquanto o residente contava sua admiração às personagens criadas pelo
escritor.
- Hey, Kate.
Você voltou no momento certo. Greg estava me contando que ele e a namorada são meus
fãs e de Nikki. Devia agradecer a ela, doutor. Beckett foi a razão pela qual
criei a série Heat.
- Sim, eu sei
da história. É um prazer conhecê-la, detetive. Apenas por curiosidade, quanto
de Nikki há em você? – Castle se antecipou para responder.
- Tudo! – ela
apenas balançou a cabeça rindo. Seu interesse era outro.
- Como ele
está, doutor?
- Ótimo. A
tomografia continua limpa. Vou assinar a alta nesse instante. Ah, antes que eu
me esqueça – ele estendeu uma pasta para Beckett – essas são as fotos e análises
de seus ferimentos e hematomas, os exames do Sr. Castle e meu parecer quanto ao
que aconteceu a vocês para ajudar no processo – ela tinha uma cara intrigada –
ele me contou sobre a agressão e pediu o que precisavam para continuar o
trabalho na polícia. Espero que resolva tudo da melhor maneira possível – ele
escreveu algumas palavras no prontuário e assinou – tudo pronto. Basta se
vestir e estará livre para ir. Só mais uma coisa. Você assina o livro para a
minha namorada?
- Claro! Pode
trazer para mim.
- Volto já – o
médico saiu do quarto rapidamente. Castle se vestia sob os olhos de Beckett.
Ela estava pensando em como agiria no 36th distrito.
- Eu falei com
o Jackson. Está nos esperando para depor ainda essa manhã. Josh continua preso
lá. Pedi discrição dele. Quero ter controle de todas as opções para saber como
agiremos. Avisei a Montgomery que chegaria apenas depois do almoço.
- Contou a ele
o motivo? – perguntou, mas sabia pela expressão no rosto dela que a resposta
era não – o que você disse?
- Que estava
consultando em um caso a pedido de um colega – nesse instante, o médico
retornou com um exemplar de Heat Wave nas mãos para ser autografado. Castle
assinou dedicando o livro a namorada. Cumprimentou o médico e agradeceu.
Beckett fez o mesmo e de braços dados deixaram o quarto rumo à saída.
Caminhavam devagar até o ponto de taxi. Beckett optou por irem ao seu
apartamento, ela pegaria seu carro e iriam ao encontro de Jackson.
Preocupada com
o estado de saúde dele, Beckett se policiava para não bancar a chata.
Perguntava de cinco em cinco minutos se ele estava se sentindo bem. No início,
era bonitinho, porém aos poucos já estava parecendo exagero.
- Kate, pela
milésima vez. Estou bem. Concentre-se em dirigir. Quero resolver logo essa pendência.
36th distrito
O local era
bem menos convidativo e aconchegante que o departamento de homicídios. No
fundo, intimidava um pouco pelo fluxo de pessoas mal encaradas. Realmente
Beckett era detetive da elite da NYPD. Chegaram ao distrito procurando passar
despercebidos. Beckett perguntou sobre Jackson. Antes de responderem, ele
apareceu.
- Olá,
detetive Beckett. É um prazer recebê-la em meu distrito. Como está se sentindo?
Vejo que possui muitas marcas na pele. Quer me acompanhar para ficarmos mais à
vontade? Iremos para uma das salas de reunião.
- Estou bem.
Esse é Rick Castle, o escritor de mistérios. Ele está me seguindo em casos do
12th para escrever uma personagem inspirada em mim – Jackson estendeu a mão
para cumprimenta-lo, Castle fez o mesmo.
- É um prazer
detetive. O agressor está preso? – Castle perguntou.
- Sim, nas
celas do andar de baixo. Venha comigo – assim que entraram na sala, o detetive
completou – espero que tenha trazido as evidências do ataque. Serão primordiais
para dar veracidade no processo. Antes de colher o depoimento de cada um em
separado, Beckett pode me explicar de onde conhece o tal sujeito e que motivo
ele teria para querer ataca-la?
- Conheci Josh
durante um caso. Ele flertou comigo e saímos juntos uma vez para tomar um café.
O problema foi que ao rejeita-lo, Josh não aceitou muito bem. A partir dali,
nos encontramos sem querer algumas vezes, todas terminaram de maneira estranha.
Ele tentou me agarrar quando estive no hospital que ele trabalhava para me
recuperar de um caso de hipotermia após um acidente durante uma investigação,
felizmente Castle chegou a tempo de evitar o pior.
- Na ocasião
eu já teria sugerido que ela emitisse uma ordem de restrição contra ele, mas
Beckett não levou minha ideia adiante.
- Achei que
não havia necessidade. Eu realmente não esperava encontra-lo novamente. Sequer
tinha noção de que ele queria mais. Estava sob o efeito de drogas, não?
- Sim, anfetamina.
Diante do que você me contou, não tenho dúvidas que Castle está certo. Você
precisa de uma proteção a mais, mesmo sendo capaz de se defender, tendo porte
de arma. Protegemos aos nossos, detetive. Ele claramente irá tentar novamente,
como é réu primário apenas a agressão dará ao médico horas de serviços
comunitários.
- Eu não sei,
Jackson. Parece exagero obter uma ordem de restrição. Acredito que o processo
de agressão será suficiente para fazê-lo cair em si.
- Não se ele
começar a viciar-se em drogas, como pode saber se tomou anfetamina
esporadicamente ou se não faz isso há algum tempo? – disse Jackson.
- Ele tem
razão, Kate. Não vou arriscar ser surpreendido por outro ataque a você.
- Ele me disse
que vai para África. Até me convidou para acompanha-lo. Deve ir embora logo e a
situação se resolverá naturalmente – ela procurou justificar. Castle sabia que
ela temia algo.
- Detetive
Jackson, pode nos dar alguns minutos? – Castle pediu.
- Claro! Vou
aproveitar para arquivar essas evidências ao processo. Avisem quando estiverem
prontos para depor – ele saiu da sala. Castle sentou-se de frente para ela
segurando as duas mãos. O olhar fixo procurando ler os pensamentos dela. Não
conseguia compreender o motivo pelo qual Beckett insistia em deixar a história
para lá.
- Agora que
estamos sozinhos. Por que você está evitando seguir o procedimento correto? Nós
já havíamos conversado sobre isso, Kate. Josh é uma ameaça ao nosso
relacionamento – ela suspirou desviando o olhar para fitar as mãos
entrelaçadas. Não adiantaria esconder dele.
- Quando uma
ordem de restrição é emitida para um policial, automaticamente o superior
imediato é informado. Dependendo do caso e da característica da agressão, todos
os distritos recebem uma notificação. Estaria exposta em todo o circuito da
NYPD. Não estou preparada para isso. Você não entende. Na minha profissão,
mulheres devem se impor e trabalhar muito mais para ganhar o respeito dos
colegas. É um trabalho extremamente machista. Uma ordem de restrição para mim
seria admitir minha fragilidade. As pessoas me olhariam diferente. Perderia
parte do que conquistei, Castle.
- Kate, você é
a melhor detetive de homicídios que seu distrito tem. Uma das melhores de toda
a polícia. Você vai sempre além do necessário, excede as expectativas. Emitir
uma ordem para sua proteção, por precaução, não pode diminuí-la. Tenho certeza
que com seu histórico, tanto Jackson como Montgomery podem manter essa situação
em sigilo. Basta ser honesta com eles. Se esse babaca realmente estiver de
passagem marcada para a África, será ainda mais simples lidar com o problema e
convencê-los. Você tentaria? Por mim?
Kate
permaneceu calada por algum tempo avaliando as palavras de Castle. Sabia se
defender, porém a cada novo ataque de Josh, ela arriscava a vida de Castle. Não
se perdoaria se algo ruim acontecesse com ele por culpa de sua teimosia.
- Tudo bem,
vou chamar Jackson para depormos. Eu pedirei a ordem de restrição.
Cada um deles
contou o ocorrido do seu ponto de vista separadamente. Beckett afirmou quase
ter usado sua arma e comentou todas as marcas de agressão deixada por Josh em
seu corpo. Relatou os demais encontros para demonstrar a necessidade de uma
ordem de restrição. Castle também fez sua parte. Alegou legítima defesa em
todas as ocasiões que fora obrigado a bater no agressor. Deixou claro que temia
pela vida da detetive e que na sua opinião, o caso era claramente de obsessão. Terminada
as sessões individuais, Jackson reuniu os dois para concluir o processo e falar
dos próximos passos.
- Beckett, eu
anexei os depoimentos e as evidências na pasta do processo. Irei solicitar a
ordem ao juiz da vara da mulher e pedir prioridade, especificarei o fato de
você ser uma policial. Alegarei perseguição e assédio com tendências sexuais. Conversarei
com ele pessoalmente para evitar que você vá ao tribunal depor novamente. Mas,
você sabe que preciso comunicar seu superior, não posso fugir disso. Também
contatarei o hospital onde o médico trabalha para verificar essa história da
África, se confirmada pouparemos muito trabalho para o departamento e a NYPD.
- Eu gostaria
de pedir para você que segurasse o comunicado para os demais distritos até
confirmar o lance da África. Falarei hoje mesmo com o meu capitão.
- Tudo bem. Posso
fazer esse favor a uma amiga – disse Jackson – vou providenciar uma cópia do
processo para você levar.
- Pretende
soltá-lo? – Castle perguntou.
- Com o
processo de agressão, ele precisará de um advogado para emitir um habeas corpus.
Ele será solto para responder ao processo em liberdade. Deverá ser julgado em,
no máximo, 72 horas. Você sabe como funcionam esses casos, são prioridades.
Beckett, quero sua opinião sincera. Acredita que ele pode tentar ataca-la
novamente, independente da ordem?
- Gostaria de
poder dizer que ele respeitará a lei, afinal é um médico, jurou não causar mal
a ninguém. Sinceramente, não sei se posso confiar, em especial ao saber que ele
anda se drogando.
- Se perguntar
para mim, duvido que obedeça – disse Castle – talvez fique com mais raiva.
Mesmo assim, é a melhor proteção que temos no momento.
- Certo, nem
preciso dizer para evitarem qualquer ambiente que possa ocasionar um encontro
de vocês com ele. Assim que tiver novidades, aviso.
- Obrigada,
Jackson. Por tudo – levantou-se e apertou a mão dele – espero que não tenhamos que
nos encontrar em circunstâncias como essa – Castle também o cumprimentou.
Deixaram
calados o distrito. Durante o caminho para o 12th, Castle sugeriu uma parada
para um almoço rápido e um café. Ela concordou. Kate parou em um chinês onde
costumava comer próximo ao distrito. Logo ao lado, havia uma Starbucks. Dois
coelhos com uma cajadada só. Castle evitou comentar sobre o processo focando a
conversa na alimentação e em assuntos diversos para distraí-la. Percebia que
ela estava desconfortável com a situação. Ao final da refeição, enquanto
caminhavam para comprar o café, Kate tomou coragem e falou.
- Castle,
quero lhe pedir um favor. É importante.
- O que é?
- Preciso que
me prometa que entrará na sala de Montgomery comigo, porém eu irei expor o
caso. Você falará somente se o capitão se dirigir diretamente com uma pergunta
e quando eu disser que quero conversar com o capitão em particular, você me
obedecerá e deixará a sala. Pode fazer isso?
- Você está me
excluindo de um processo no qual fui tão vitima quanto você?
- Não, eu
estou pedindo para conversar com meu superior sozinha devido a minha posição
profissional. Lembre-se que não podemos deixar transparecer nosso
relacionamento. Ainda não sei qual será a desculpa que darei para justificar
sua presença no meu apartamento.
- Eu consigo.
Direi que liguei para você porque gostaria de sua aprovação na capa do novo
livro da série Heat. Combinamos de nos encontrarmos no seu apartamento. Não
deixa de ser uma meia-verdade. Eu estou com as capas para mostrar a você. Kate,
você promete que me conta se Montgomery comentar algo importante?
- Prometo,
apenas não quero deixar suspeitas.
- Sendo assim,
farei o que me pede.
As portas do elevador
se abriram revelando a chegada da dupla em meio a uma muvuca no 12th. Esposito
arrastava um suspeito para ser fichado entregando-o a outro oficial. Ao se
deparar com a cara de Castle e o machucado em tom arroxeado próximo ao queixo,
não resistiu ao comentário.
- O que
aconteceu, bro? Brigou com o seu namorado? Ou apanhou do namorado irritado de
alguma fã que você assinou os seios?
- É para rir?
Eu estava numa luta de lasertag salvando o universo com Alexis me descuidei,
fui rendido e tropecei no móvel.
- Alguém está
ficando velho para certas coisas... – alfinetou Esposito - Eles pretendiam seguir
direto para a sala do capitão, mas diante da provocação dos rapazes, Castle não
conteve o comentário brincalhão vendo a luta de Ryan em equilibrar pastas e a
caneca de café nas mãos.
- Está rolando
um agito aqui, Ryan? Muita diversão, não?
- Haha! Alguns
de nós realmente trabalham, Castle – Beckett revirou os olhos e ralhou com ele.
- Castle,
foco! – ela bateu à porta de Montgomery. Viu que o capitão estava sozinho e
logo os mandou entrar. Após estarem sentados, ela colocou a pasta com a copia
do processo sobre a mesa.
- Senhor, eu
estive no 36th distrito hoje.
- O caso em
que você estava dando consultoria. Espere, disse 36th? Esse é o departamento de
agressão. O que isso tem a ver com homicídios? Alguma vitima foi espancada até
a morte?
- Na verdade,
senhor. O caso de agressão aconteceu comigo e Castle. Ontem à noite – a cara
perplexa do seu superior exigiu que ela continuasse a história antes que ele
começasse as perguntas. Beckett contou em detalhes o que acontecera, como
Castle chegara até ela e a ajudara. Falou das marcas, do tempo no hospital e da
decisão de emitir a ordem de restrição. Montgomery ouvira a tudo atentamente.
Nem de longe podia imaginar que algo daquele tipo pudesse estar acontecendo com
sua detetive, bem debaixo do seu nariz sem que desconfiasse. Em sua mente, ele
inferiu que talvez fosse esse o motivo dela pedir aqueles dias de folga. Para
resolver ou se afastar por alguns dias para se reestruturar após uma situação
como essa.
- Eu sinto
muito, Beckett. Não tinha ideia. Fico um pouco aliviado de saber que Castle
pode ajuda-la. Você sabe o que uma ordem como essa cria na NYPD. Conhece as
regras.
- Sim,
capitão. Eu gostaria de conversar em particular com o senhor. Castle, será que
pode nos deixar sozinhos?
- Claro. Vou
perturbar Esposito. Ele me parece bem estressado hoje.
A porta se
fechou novamente e Beckett suspirou.
- Senhor, eu
conheço as regras. Conversei com o detetive Jackson, meu colega de academia que
me ajudou no caso. Pedi sigilo a ele até que confirme se o que Josh revelou
sobre a África tem procedência. Se ele realmente estiver indo embora do país,
isso poderá facilitar o modo como trataremos esse problema. Roy, você mais do
que ninguém sabe o quanto lutei para construir minha reputação na polícia. Um
processo como esse, traz consequências complicadas para a minha carreira por eu
ser mulher. Não quero ser vítima de olhares furtivos, comentários ou possíveis
favores que me diminuam como detetive. Pelo menos até confirmar como o juiz
tratara a ocorrência. Não lhe pediria se não fosse importante para mim.
- Beckett,
antes de lhe dar uma resposta, eu preciso saber. O seu pedido de folga está
relacionado com isso? – ela reconhecia que seria um ótimo argumento para
conseguir sucesso. A verdade era que desde o caso da bomba, ela andava
estressada, em estado de alerta e a situação com Josh só viera piorar tudo.
Resolveu usar isso a seu favor.
- De certa
forma, sim. Preciso de um tempo para mim. Deixar Manhattan por uns dias, sumir
e relaxar. Não quero que situações extremas como essas se tornem empecilhos
para desempenhar bem o meu trabalho.
- Compreendo
seu ponto de vista, detetive. Tem a minha palavra de que manterei sigilo até a
confirmação do detetive Jackson. Quanto aos seus dias de folga, considere-os
aceitos. A última coisa que preciso é ter minha melhor detetive à beira de um
colapso nervoso. Tire um tempo para você, Beckett.
- Obrigada,
senhor. De verdade – ela se levantou da cadeira e sorriu para o seu superior.
- Só mais uma
observação, detetive. Não deixe Castle irrita-la. Devo dizer que ultimamente
ele tem se revelado uma excelente ferramenta para a NYPD, de escritor fútil a
um quase parceiro, está sempre no lugar certo, na hora certa. Salvou sua vida
duas vezes em menos de um mês. Chega a ser impressionante. Espero que reconheça
isso.
- Sim,
reconheço. Ele vem provando que... é capaz de boas ações. Ele se importa – ela
preferiu ignorar o sorriso cínico no rosto de seu capitão. Não seria ela quem
alimentaria qualquer suspeita que ele pudesse ter sobre o escritor. Mal chegou
a sua mesa, foi brindada por uma caneca fumegando de seu café preferido. Junto
com a bebida, Castle entregou um post-it com um endereço. Havia um novo
homicídio em Lower Manhattan.
Por volta das
dez da noite, eles chegavam exaustos e famintos ao loft de Castle. Ele se
ofereceu para preparar sanduiches. Com uma garrafa de vinho tinto, os dois
devoraram uma grande quantidade de presunto Parma e queijo mussarela com azeite
e maionese. Comprado por muitos beijinhos, ele foi preparar um café para a
namorada. Cansada, ela colocou os pés para cima, no colo dele que rapidamente
iniciou uma massagem fazendo Kate suspirar.
- Você quer
ouvir uma boa notícia, Castle?
- Por favor!
Nas últimas 48 horas encerramos nossa cota de maus presságios, assim espero!
Surpreenda-me!
- Montgomery
concedeu meus cinco dias de folga, o que significa...
- Arrivederci
Nova York – ele disse abrindo um sorriso.
- Ciao,
Roma... – ela completou aproximando os lábios dos dele. O beijo ganhou
proporções mais intensas, ele explorava o interior da boca com a língua
enquanto suas mãos vagavam pelo corpo dela já despertando as sensações de
prazer. Esquecendo-se dos ferimentos sofridos, ela mordiscou o lábio dele.
Castle gritou de dor – oh, Deus! Desculpe, Cas.
- Tudo bem,
foi sem querer... – ele respondeu puxando-a mais para perto do seu corpo
empurrando-a contra o sofá. Quando Kate tentava prende-lo com as pernas, ela
moveu o joelho entortando-o sentindo o choque da dor automaticamente.
- Ai...ai,ai...
desculpe – ela largou dele e Castle a olhou preocupado.
- Está tudo
bem?
- Sim, mas
acho que não estamos em condição de fazer certas estripulias. Melhor nos
deitarmos para dormir. Quero você inteiro em Roma, Castle.
- Não posso
discutir quanto a isso. Você ainda me deve um strip. Vamos – ele se levantou
puxando-a pelo braço arrancando outro gemido dela, fez uma careta de culpado e
enlaçou a cintura dela – definitivamente a cama é o melhor ambiente para nós
agora – diante do olhar malicioso dado de propósito, ele se antecipou - Para
dormir, detetive...
- Ainda bem
que amanhã é sábado.
- E mais
importante, Ryan convenceu Espo a tocar o caso sem você.
- Sim, nesse
ponto Ryan é bem mais sensível. Ele notou os arranhões no meu pulso quando estava
examinando o corpo. Apenas me olhou, mas sei que percebeu – ao invés de seguir
para o quarto, ela parou no balcão da cozinha. Tirou um comprimido de uma caixa
pequena e serviu-se de água. Castle a observava tomar o analgésico. Criando
coragem, ele acabou pegando também um comprimido para dor de cabeça – você está
com dor? – ele anuiu com a cabeça – e não ia me contar... que ótimo!
- Pensei que
se nós nos distraíssemos fazendo amor, ela passaria. Como abortamos o plano,
ela permanece. Parece que estão batucando na minha cabeça.
- O médico
disse que poderia sentir dores, assim como eu. Quem diria...- ela riu – olhe
para nós, parecemos duas pessoas em fim de carreira, cheio de dores e à base de
remédio – o comentário fez Castle gargalhar enlaçando-a pela cintura e dando um
beijo no pescoço cheirando-lhe a pele de maneira carinhosa.
- Situações
cotidianas de um relacionamento, Kate. Vamos dormir. Amanhã te mostro a capa de
Heat Rises, eu não estava blefando quanto a sua aprovação - Rapidamente
trocaram a roupa e em menos de dez minutos estavam agarrados e adormecidos na
cama de Castle.
Kate acordou
por volta das nove da manhã. Estranhou. Castle não estava na cama. Ouvia o
barulho do chuveiro, sorriu. Levantou-se da cama e encontrou-o de costas para
ela tomando uma ducha. Se perguntava se ele estava com dor para ter acordado
antes dela. Sorrateiramente, ela tirou a camiseta que vestia dele entrando no
box abraçando-o por trás. Beijou-lhe as costas e sentiu as mãos dele acariciar
seus braços envoltos na cintura.
- Bom dia,
babe... – ela roçou os dentes na pele deixando as mãos vagarem acariciando o
peito musculoso dele – dormiu bem?
- Sim, bem
confortável posso dizer.
- Ainda sente
dores?
- Um pouco no
corpo, a cabeça passou. Seu joelho?
- Melhor.
Estou faminta, desejando...
- Nem precisa
dizer café, conheço você, Kate.
- Errou – ela
virou-o para fita-lo – estou desejando seus beijos – puxou-o até o seu encontro
sorvendo os lábios ansiosos por provar novamente o gosto daquela boca. Castle
usou o corpo para prende-la entre ele e a parede. Uma das mãos foi de encontro
ao seio dela, apertando e puxando o mamilo fazendo-a gemer entre seus lábios.
Os dentes traçavam uma linha no pescoço de Kate. Entre mordidas, língua e
beijos, ele chegara ao meio dos seios. Sem cerimônia, ele sugou-os um por um
observando a mulher contorcer-se em seus braços. Gostava de ter o domínio da
situação da mesma forma que adorava vê-la impor suas necessidades e desejos
dominando-o várias vezes na cama.
Ela cravou as
unhas nos ombros dele ao sentir os dedos invadirem seu centro. Abraçada ao
pescoço dele, Kate se entregou as carícias sentindo o corpo estremecer com a
chegada do orgasmo. A dor no joelho causada pela posição em que se encontrava,
foi substituída pela onda de prazer que inundara seu corpo. Mas o ato não
acabara por ali. Kate ainda ofegava quando segurou o membro dele em suas mãos
massageando para provoca-lo. Queria leva-lo a loucura, deixa-lo a mercê de seus
carinhos, dependente dos seus toques.
Empurrou-o
contra a parede oposta deslizando os lábios pelo abdômen dele enquanto as mãos
ágeis encarregavam-se de manter o membro rígido e prestes a explodir. Ela o
surpreendeu ao ajoelhar-se e toma-lo em sua boca. Sentia uma fisgada no joelho,
porém afastou o pensamento de dor focando no prazer. Castle acariciava os
cabelos molhados incentivando-a a continuar. A destreza de Kate quase o fez
perder a consciência por pura luxúria. Percebendo que ele estava no limite, ela
tirou-o da boca afastando-se e colando suas costas na parede de frente para
ele. As palavras por ela pronunciadas escaparam de maneira sussurrada, quase
inaudível com o barulho da água corrente do chuveiro.
- Quero você,
Castle... – ele a suspendeu pela cintura atracando-a em seu corpo. Tomado pelo
desejo que o consumia, ele a penetrou de uma vez. A dor causada pelo contato
brusco no corpo ainda dolorido de Kate foi substituída pelo contato quente dos
lábios dele em sua pele e das sensações maravilhosas provocadas pelo clímax que
se formara entre os dois. Juntos, eles gritaram sucumbindo ao prazer.
Ainda estavam
ofegantes quando Kate tomou a iniciativa de colocar-se debaixo da ducha
deixando a água fria massagear os ombros e trazer a refrescância de volta a
pele após o clima quente que se instalara entre eles minutos atrás. Castle
estava escorado observando-a cobrir o corpo com sabonete liquido. Era o seu
cheiro. Cerejas. Satisfeita, ela abriu a porta do blindex e enrolou o corpo
numa toalha saindo do chuveiro, não sem antes beliscar o bumbum à amostra.
Quando Castle entrou
no quarto, encontrou-a vestindo uma calça de moletom e uma camiseta. Enxugava
os cabelos em frente ao espelho com a toalha. Para provocar, ele aproximou-se
dela mordiscando-lhe a orelha. Ela podia sentir o cheiro da loção pós-barba e o
contato da pele lisa contra a sua.
- Vou me
vestir e preparar seu café. Espero você. Panquecas?
- Eu poderia
comer umas com bastante mel e morangos...
- Seu desejo é
uma ordem – ele se afastou, devidamente vestido deixou o quarto. Sozinha, ela
fitou-se no espelho, pensativa. A agressão surpresa sofrida praticamente no
quintal de casa ainda mexia com ela. Kate procurava ser forte, manter a postura
e a racionalidade diante do fato, entretanto estava preocupada com a
repercussão da ordem de restrição e o que ela significaria para seu agressor.
Se Josh não fosse para a África, não saberia o que esperar. O outro motivo da
sua preocupação chamava-se Rick Castle. Ela não se perdoaria se algo
acontecesse com ele por culpa exclusivamente sua e de um deslize idiota que
cometera. Precisava conversar com alguém sobre o assunto, alguém capaz de
acalma-la ou brigar se necessário. Queria falar com Dana.
Na cozinha, o
cheiro de café e panquecas despertara ainda mais a fome que sentia. A pele
devidamente coberta com hidratante para proteger os hematomas que começavam a
esverdear mantinha o tradicional cheiro de vanila, não anulando o aroma de
cerejas deixado pelo sabonete. Castle fez questão de cheirar seu pescoço e os
pulsos beijando cada um dos machucados suavemente.
Sentados lado
a lado, ela experimentou a bebida quente em grandes goles. Castle a serviu de
panquecas exagerando no mel como ela mesma pedira. Saboreava o alimento
trocando carícias entre si. Com a ponta dos dedos, ela tocou o machucado do
queixo.
- Ainda dói
quando me beija? – perguntou.
- Um pouco,
mas de um jeito bom. Temos muito o que fazer hoje, detetive. Vou programar
nossa viagem a Roma. Gina já deve ter enviado o cronograma da programação
oficial. Mal posso esperar para sair do país com você a meu lado.
- Sobre
isso... – ela olhou-o fixamente – será que podemos organizar a viagem mais
tarde? Eu gostaria de sair, preciso me encontrar com Dana.
- Você está
preocupada com o processo, não? Ansiosa porque Jackson ainda não ligou. Conheço
você, Kate. Não precisa disfarçar. Se conversar com Dana vai fazer você se
sentir melhor, tudo bem. Apenas quero que lembre, estou aqui para o que quiser.
Sem segredos, nós prometemos.
- Não estou
escondendo nada de você, eu só quero ouvir a opinião profissional dela, Castle.
Dana me conhece.
- Tudo bem,
entendo. Promete que volta a tempo de jantar e planejar nossa viagem?
- Claro. É só
um almoço – ela se levantou beijando-lhe os lábios. Começou a caminhar de volta
ao quarto quando ele falou.
- Acho que vou
aproveitar sua ausência e dormir mais um pouco. As costas estão doendo –
imediatamente ela se voltou para encara-lo, pode ver a preocupação no olhar.
- Tem certeza
que está bem? Posso ficar com você. Quer ir ao hospital?
- Relaxe,
Kate. São dores musculares. Afinal, eu mal saí do hospital e já me dediquei a
fazer o que não devia no chuveiro. Vou tomar um comprimido e dormir, nada de se
preocupar. Vá encontrar Dana.
- Não está com
dor de cabeça? O doutor falou que se ela persistisse deveríamos voltar ao
hospital. Nunca se sabe os efeitos de uma pancada na cabeça de imediato e – ele
a cortou.
- Kate, estou
bem. De verdade. Pode sair – ela suspirou. Trocaram mais um beijo e ela seguiu
para o quarto – ah! faça um favor a si mesma, tome seu remédio. Está mancando,
detetive – ela não respondeu, mas se Castle pudesse ver o sorriso de satisfação
impresso no rosto, saberia que estava tudo bem. Eles cuidavam um do outro mesmo
que usassem a teimosia como um disfarce natural para esconder o que sentiam.
Ela estava a
caminho do restaurante onde encontraria a amiga quando seu celular tocou.
Jackson. Kate sentiu o coração pular uma batida. Boas ou más, chegara a hora
dela ouvir as notícias e lidar com suas consequências quaisquer que fossem.
Após um longo suspiro, ela atendeu a ligação.
- Beckett.
- Olá,
detetive. É Jackson. Desculpe estar ligando em pleno sábado, porém tenho
novidades e você me pediu para mantê-la a par de qualquer atualização no
processo. Pode conversar agora?
- Claro.
Dispenso a enrolação, Jackson. Vá direto ao ponto. Você conseguiu falar com o
juiz sobre o processo? Ele é a favor da ordem de restrição?
- Sim, o juiz
Gibson avaliou o seu processo. Ele quer conversar pessoalmente com vocês.
Aparentemente, o advogado de Josh entrou com um processo contra Castle, agressão
e danos morais por ter socado-o em seu ambiente de trabalho desmoralizando-o
perante o hospital.
- Isso é
ridículo! Ele me agrediu, foi em minha defesa. Havia um outro médico lá, ele
presenciou parte do que aconteceu, é uma testemunha.
- Ótimo. Sabe
o nome dele?
- Acho que era
William. Você pode checar a escala de plantão de duas semanas atrás quando eu e
Castle fomos admitidos no Memorial para tratar a hipotermia.
- Deixe
comigo. Não há nada que você possa fazer agora. Gibson os espera em seu gabinete
na segunda. Não se preocupe, duvido que o juiz leve esse processo de Josh
adiante. É apenas uma distração para ganhar tempo, Beckett. Coisas de advogado.
Nos falamos na segunda.
Kate desligou
o telefone irritada. Isso tudo era sua culpa. Se não tivesse dado abertura ao
médico na primeira oportunidade, nada disso estaria acontecendo. Estava tão
absorta em seus pensamentos que não percebeu o carro que se aproximava ao
atravessar a rua. A buzina estridente a despertou de seu pequeno transe junto
com o solavanco que recebeu de uma mulher puxando-a para calçada. Os gritos do
motorista a assustaram.
- Está louca,
mulher? Quer morrer, idiota! – ela fez menção de avançar na direção dele, mas
foi puxada novamente. Só então viu Dana correr ao seu encontro preocupada.
- Kate? Você
está bem? O que aconteceu?
- Ela quase
foi atropelada – disse a mulher que a acudira.
- Kate? – Dana
insistiu chamando-a.
- O resultado
de péssimas escolhas, isso foi o que aconteceu. Maldita hora que dei ouvidos
aquele almofadinha idiota – ela riu da ironia ao usar o mesmo nome que Castle
ao se referir a Josh – é uma longa história e eu preciso muito que você me
escute.
Continua....
4 comentários:
O angust q vem por aí deve ser relacionado ao Josh pelo visto. Acho q ele vai aprontar algo p Kate ou Castle!!!
Leva eles pra Roma logo, tô doida p ver esses dois em lua de mel!! Tomara q essa viagem aconteça antes da tensão que vem por aí!!!
Adorando essa fic. Ansiosa pelo próximo cap!
Mande o próximo pq todo tanto ta pouco se tratando de caskett a gente sempre quer mais!
Excelente trabalho amando essa fic...
Que venha Roma!
Espero que o Josh se mande para a Africa, pois eu, no lugar da Beckett faria a mesma coisa, com relação a restrição. Louca pra vê (lê) os dois pombinhos em Roma. Vai rolar ataque de ciúmes? kkkk
Minha NOSSA 😱 eu tô bege com esse capítulo 👌🏽NÃOOOO aguento mais esse angust 😩
Definitivamente a cama é o melhor ambiente para nós agora – diante do olhar malicioso dado de propósito,ele se antecipou - Para dormir,detetive 😂😂😂 conseguindo imaginar essa cena direitinho 😂😂😂
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