domingo, 26 de julho de 2015

[Castle Fic] One Night Only?! - Cap.29


Nota da Autora: Nesse momento da história, ainda estou explorando o angst para sacudir a vida de Castle e Beckett, lembre-se que não sou especialista em direito, portanto não sei se a maneira que tratei as informações legais são corretas, mas em se tratando de obra de ficção, o contexto da história é que vale. Sempre é bom chacoalhar as arestas de vez em quando. Acalmem-se, Roma ainda é uma idéia.... 


Cap.29      


Kate o olhava analisando o semblante de Castle. Apesar de tranquilo embora percebesse a preocupação e a seriedade impressa nas palavras. Não era o local nem o momento para uma briga, ele ainda estava se recuperando do susto que ambos levaram naquela noite. Segurando a mão dele entre as suas, ela procurou responder a colocação que fizera de forma pacifica.

- Castle, não é o momento de discutir... você está se recuperando. Quase me matou de susto. Pensei um monte de besteira quando o vi caído na calçada, por favor.

- Kate não se trata de uma discussão, estou afirmando que não deixarei essa situação passar em branco. Aquele cara atacou você pela segunda vez. Já parou para pensar no que poderia ter acontecido se eu não tivesse chegado? Sei que você sabe se defender, mas estava em desvantagem quando eu a vi. Não irei admitir que esqueçamos tudo. E se algum dia ele estiver esperando por você dentro do seu apartamento? Não há discussão, você fará o exame e daremos entrada na solicitação judicial.

- Castle, eu sei que o fato de ter acontecido novamente torna a situação mais preocupante. Eu me defendi, o prendi e mandei para a delegacia por agressão a uma policial. Conversei com meu colega, ele está tratando dos procedimentos necessários para ficha-lo. Mas uma ordem de restrição é demais.

- É claro que não! Se você não colocar um pouco de razão nessa sua cabeça e agir como deve, eu mesmo farei isso sozinho.

- Nós podemos registrar a queixa da agressão. Jackson se ofereceu para colher o nosso depoimento amanhã cedo caso você esteja liberado e tomar as providências o mais rápido possível. Tenho certeza que isso é suficiente para manter Josh afastado.

- Não será. Por que insiste em não querer usar a lei a seu favor, Kate? Qual o problema? – ele percebeu a aflição no rosto dela, pela primeira vez desde que entrara naquele quarto, ela se afastou dele. Passou a mão nos cabelos, visivelmente nervosa.

- Eu sou uma policial treinada e armada. Jurei proteger os cidadãos dessa cidade contra o mal. Não posso ser assombrada por um homem que pensa estar apaixonado por mim, não posso ceder a algo tão fútil só porque você está tendo uma crise de ciúmes!

- Não se trata de uma crise de ciúmes, Kate! De onde veio isso? Estou zelando pela sua vida porque corre perigo e não estou disposto a perder você. Como pode pensar que se trata de uma briga de egos? Eu estou me lixando para aquele almofadinha idiota. Aliás com esse comportamento, ele devia ser proibido de exercer a medicina. Estou cuidando de você e quando esse tal Jackson conversar conosco, eu vou pedir a ordem.

- Você não pode fazer isso sem meu consentimento. Droga, Castle! – ela se colocara de costas para ele, segurava as lágrimas – olhe para a gente. Acabamos de sofrer um ataque, estamos feridos. Devíamos estar conversando, nos recuperando, dando carinhos um ao outro e ao invés disso, estamos aqui brigando em um quarto de hospital. Dois teimosos querendo se mostrar superior ao outro e para que?

- Só brigamos porque você não quer admitir que precisa de proteção, brigamos porque você é teimosa o bastante para concordar que encontra-se em um momento vulnerável e não quer se mostrar frágil. Por que não aceita que tudo o que me importa é proteger você, Kate? Deixe-me fazer isso. Não diminui sua autoridade nem sua capacidade de lutar contra assassinos e bandidos. Não quero roubar sua identidade de policial, quero mantê-la viva. É tão difícil baixar a guarda e me deixar cuidar de você?

Kate virou-se para fita-lo. Castle estava sentindo a cabeça explodir devido à discussão. Mesmo assim, ele não pararia até convencê-la do que era melhor. Sabia que havia outro motivo para a detetive relutar quanto a isso. E na sua opinião, não era nada relacionado ao médico.

- Você não entende... sou uma policial e se não conseguir me defender de um sujeito como Josh, o que isso diz de mim? Como irei lutar e me defender contra os homens que mataram minha mãe? – então era esse o maior receio de Beckett, achar que ele estava julgando sua competência – como os enfrentarei se preciso de uma ordem de restrição contra um idiota que se julga apaixonado por mim e está claramente sobre efeito de drogas?

- Kate...oh, amor... é isso que está lhe afligindo? Como pode sequer considerar que isso a diminui como pessoa e profissional? Aquele cara nunca poderia fazer isso com você. Não será em uma briga com socos e pontapés que irá fazer justiça a sua mãe. Será usando sua mente brilhante, seu raciocínio. O que está em jogo é o estrago que Josh pode fazer na nossa vida, no nosso relacionamento. E-eu não estou falando de sentimento...- ele levou a mão até o rosto cobrindo os olhos, a cabeça latejava.

- Cas, está tudo bem? O que está sentindo? – se aproximou preocupada segurando-lhe o queixo e forçando-o a olhar para ela.

- Dor de cabeça... insuportável.

- Oh, Castle... desculpe, eu não devia... vou chamar a enfermeira – mas ele a cortou segurando-a pelo pulso. O gesto fez Kate estremecer, a pele estava sensível e dolorida no local. Castle percebeu e optou por não comentar nada ainda.  

- Não, por favor, deixe-me terminar o raciocínio. Sei que você não sente nada pelo almofadinha, mas se não o colocarmos em seu devido lugar, ele pode se tornar uma pedra no sapato. Pode persegui-la e nos expor. Ele é do tipo capaz de fazer um escândalo sem proporções principalmente se estiver, como você já atestou, sob o efeito de drogas. Nosso segredo e nossa relação estão ameaçados com ele a vigiando. Aceite a ordem de restrição. Será melhor, Kate. Por favor... – ele tornou a fechar os olhos deitando a cabeça no travesseiro. Mordendo os lábios, ela acariciou os fios de cabelo que caiam na testa. 

- Eu sinto muito, você está cansado e com dor por minha causa. Você tem razão. Falaremos com Jackson. Desculpe, Cas...- ela inclinou-se sobre ele para beijar-lhe a testa – vou chamar a enfermeira. Volto em um segundo – ele manteve os olhos fechados. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios. Finalmente conseguira convencê-la da coisa certa a fazer, porém reconhecia que a situação ainda traria outras dificuldades para ambos, Kate não gostava de ser exposta aos colegas, infelizmente seria o que estava por acontecer no âmbito pessoal e profissional. Ele precisava estar preparado para apoia-la.

Kate retornou ao quarto com uma enfermeira. Vendo-a entrar mancando, ele tinha que fazer alguma coisa.

- O que está sentindo, Sr. Castle?

- Muita dor de cabeça. Deve ser da pancada, não?

- Sim, é normal. Vou lhe dar um analgésico na veia para o efeito ser mais rápido. De qualquer forma, pedirei para o médico vir examina-lo. Se ele achar necessário poderá pedir mais exames e estender sua estada por aqui.

- Obrigado, enfermeira. Só mais uma coisa. Será que poderia levar a teimosa detetive Beckett até a sala de curativos para tratar desses arranhões e hematomas. Aposto meu braço como ela está morrendo de dor, sofrendo calada – a moça riu do jeito que ele falava – peça para o médico registrar os machucados e dar o parecer dele em um relatório. Precisaremos disso para a ocorrência. Ah! Quase esqueci... o joelho, ela está mancando.

- Castle, pensei que estava com dor – disse revirando os olhos e entortando a boca ao ver o jeito como ele a tratava parecendo uma relação de pai e filha.

- E estou. Isso não significa que não possa fazer recomendações para você. Sei que está com dor, Kate. Não adianta bancar a mandona e durona. Vá se cuidar, eu ficarei bem. Meus olhos estão pesando...

- É o efeito do remédio, senhor. Descanse um pouco, fará bem para sua recuperação. Eu cuidarei dela – Kate se aproximou e beijou-lhe carinhosamente os lábios. Ele gemeu com o contato no local dolorido do soco que levara.

- Desculpe... – ela falou sorrindo.

- Tudo bem, é uma dor gostosa. 

- Vamos, detetive. Deixe-o dormir – Kate deixou o quarto acompanhada da enfermeira. Quando retornou já devidamente medicada e com pequenos curativos nos braços, encontrou-o dormindo. Trazia um copo grande de café nas mãos. Era quase meia-noite. Um rapaz jovem checava seu prontuário. O anti-inflamatório que tomara reduzira bastante o incômodo da dor causada pela luxação no joelho.

- Está tudo bem? – ela perguntou com receio.

- Sim, estou apenas fazendo a ronda para os pacientes da neurologia, sou o residente de plantão. Checando os últimos registros, medicação. Ele está bem. Tem uma nova CT marcada logo cedo. Seis da manhã. Dependendo do resultado, deverá ter alta por volta das nove horas.

- A dor de cabeça irá persistir, doutor?

- Sim, pelo menos por mais dois dias. A pancada foi forte. Ele teve muita sorte em sair ileso da pancada. Podia desenvolver um coágulo, um aneurisma. Você está bem? – perguntou vendo os curativos no braço dela – alguma dor?

- Estou bem. Já fui medicada.

- Qualquer coisa é só chamar. Tem um botão vermelho ao lado direito do painel da cama. Vejo vocês pela manhã – antes de sair, ele voltou-se para encara-la – você acha que ele assinaria um livro para mim? É que minha namorada é fã de Nikki. Eu também. Nosso aniversário de namoro está chegando seria um ótimo presente.

- Castle participando de uma história de amor? Pode contar com isso. Ele assinará com certeza.

- Obrigado. Descanse, você está precisando.

Kate sentou-se na poltrona ao lado da cama de Castle. Tomava seu café devagar olhando para o homem que dormia tranquilamente. Sua mente e seu coração ainda estavam em conflito diante de tudo o que acontecera. Sabia que conseguiria render Josh mesmo sem a ajuda de Castle, podia ter consequências mais graves, pois o médico é forte e musculoso. Porém, não era com sua defesa que estava preocupada. Temia sua imagem, sua reputação. Também não tinha pensado em como a obsessão do médico poderia atrapalhar seu relacionamento. Castle tinha razão em querer a proteção de uma ordem de restrição, mas o que isso significaria mais para frente? Josh poderia ataca-lo por vingança? Como seu capitão reagiria ao saber do ocorrido? Muitas dúvidas, muitas perguntas sem resposta até o presente momento.

E pensar que aquela noite era para ser somente de diversão. Era o que Kate imaginara ao sair do distrito. Um strip provocante, vinho, uma bela sessão de sexo... dormir nos braços dele. Ela sequer tivera a chance de contar a novidade sobre Roma para ele. A vida mandava um novo recado. Tudo pode mudar em questão de segundos. O dia seguinte seria longo. Para Beckett havia a certeza de que a discussão aparentemente colocada de lado pelos dois, ainda seria explorada por opiniões diferentes. Cansada, ela rendeu-se ao sono.

Por volta das cinco da manhã, Kate acordou assustada com uma presença no quarto. Era a enfermeira.

- Está tudo bem?

- Sim, procedimento padrão. Em quinze minutos, o residente virá pegá-lo para a tomografia. Depois do exame, ele se alimenta e dependendo do resultado, vocês poderão ir para casa – Kate percebeu que ele abrira os olhos. Levantou-se da cadeira aproximando-se com a mão sobre seu peito. A enfermeira já deixara o quarto.

- Bom dia... como está se sentindo? A dor de cabeça diminuiu?

- Sim, estou melhor. Você dormiu aqui? Deve estar toda dolorida – puxou uma das mãos e levou-a aos seus lábios. Viu os pequenos curativos – como está o joelho?

- Bem, eles irão leva-lo para a tomografia logo. Tenho que avisar a Jackson que talvez estaremos disponíveis apenas à tarde. Onde está seu celular? Nem me lembrei de avisar Alexis.

- Não tem problema. Ela sabe que estou com você, disse que passaria a noite no seu apartamento. Prefiro que ela não saiba do que aconteceu. O ferimento na boca pode ser facilmente explicado pela minha bravura trabalhando com a NYPD – ela revirou os olhos – o que? Você mesma disse que sou seu herói.

- Algo que me arrependo amargamente pela quantidade de vezes que serei obrigada a ouvir você se exibindo quanto a isso. Acho que está mais que provado, a queda não poderia causar mais dano do que o que já existia em seu cérebro.

- Isso detetive, desdenhe bastante. Sua armadura não me engana. Não esqueci que me deve um striptease, vou cobrar. Aliás, falando em cobrar, não recebi nem um beijinho de bom dia, isso não é jeito de tratar o seu namorado doente, Kate – rindo, ela se aproximou dele apertando de leve o nariz como quem vai dar um ralho e inclinou-se para beija-lo com cuidado no machucado para depois sorver-lhe os lábios.

- Hrum hrum... parece que meu paciente já se recuperou totalmente – Kate afastou-se da cama com o rosto avermelhado – bom dia, Sr. Castle. Nem irei perguntar como se sente, pois está estampado na sua cara. Pronto para sua tomografia? Trata-se de um simples cheque. Imagino que esteja tudo bem para que possa libera-lo em seguida.

- Sim, doutor. Estou bem melhor agora.

- Ótimo. Devo trazê-lo em, no máximo, meia hora. Fique à vontade para tomar o café da manhã em nossa cafeteria.       

- Vou aproveitar para ligar para Jackson e avisar ao capitão que chegarei um pouco mais tarde hoje – assim que Castle foi levado, Kate seguiu para a cafeteria em busca de café, o celular já na orelha retornando a ligação de Jackson – oi, bom dia! Estou ligando para lhe atualizar. Castle está numa tomografia agora. Provavelmente receberá alta por volta das nove da manhã. Sairemos daqui para o 36th, tudo bem? – ela escutou o que o outro policial falava – certo. E Jackson? Vamos manter o ocorrido somente entre nós por enquanto. Quando estiver aí, conversaremos melhor.

Suspirando, ela desligou o telefone. Precisava desesperadamente de sua dose de cafeína da manhã antes de enfrentar seu capitão com uma mentira. Após os primeiros goles de café, ela fez a ligação para Montgomery. Explicou que apareceria no distrito apenas na parte da tarde porque um colega pedira sua ajuda em um caso do 36th distrito. Não precisava se preocupar. Se um homicídio aparecesse, ela se juntaria aos rapazes na cena. Ao desligar sem enfrentar qualquer objeção de seu capitão, sentiu-se um pouco culpada. Preferira nesse instante contar uma mentira branca, queria ter certeza do final da história para saber se haveria necessidade de contar-lhe o que acontecera exatamente.

No fundo, Beckett estava se iludindo. Pelo procedimento da NYPD, ela teria obrigação de reportar a ocorrência ao seu superior. Sua esperança reinava no fato de que ainda conseguisse convencer Castle a não solicitar a ordem de restrição a um juiz.

Voltou ao quarto encontrando Castle e o médico conversando. Ele fazia a primeira refeição do dia enquanto o residente contava sua admiração às personagens criadas pelo escritor.

- Hey, Kate. Você voltou no momento certo. Greg estava me contando que ele e a namorada são meus fãs e de Nikki. Devia agradecer a ela, doutor. Beckett foi a razão pela qual criei a série Heat.

- Sim, eu sei da história. É um prazer conhecê-la, detetive. Apenas por curiosidade, quanto de Nikki há em você? – Castle se antecipou para responder.

- Tudo! – ela apenas balançou a cabeça rindo. Seu interesse era outro.

- Como ele está, doutor?      

- Ótimo. A tomografia continua limpa. Vou assinar a alta nesse instante. Ah, antes que eu me esqueça – ele estendeu uma pasta para Beckett – essas são as fotos e análises de seus ferimentos e hematomas, os exames do Sr. Castle e meu parecer quanto ao que aconteceu a vocês para ajudar no processo – ela tinha uma cara intrigada – ele me contou sobre a agressão e pediu o que precisavam para continuar o trabalho na polícia. Espero que resolva tudo da melhor maneira possível – ele escreveu algumas palavras no prontuário e assinou – tudo pronto. Basta se vestir e estará livre para ir. Só mais uma coisa. Você assina o livro para a minha namorada?

- Claro! Pode trazer para mim.

- Volto já – o médico saiu do quarto rapidamente. Castle se vestia sob os olhos de Beckett. Ela estava pensando em como agiria no 36th distrito.

- Eu falei com o Jackson. Está nos esperando para depor ainda essa manhã. Josh continua preso lá. Pedi discrição dele. Quero ter controle de todas as opções para saber como agiremos. Avisei a Montgomery que chegaria apenas depois do almoço.

- Contou a ele o motivo? – perguntou, mas sabia pela expressão no rosto dela que a resposta era não – o que você disse?

- Que estava consultando em um caso a pedido de um colega – nesse instante, o médico retornou com um exemplar de Heat Wave nas mãos para ser autografado. Castle assinou dedicando o livro a namorada. Cumprimentou o médico e agradeceu. Beckett fez o mesmo e de braços dados deixaram o quarto rumo à saída. Caminhavam devagar até o ponto de taxi. Beckett optou por irem ao seu apartamento, ela pegaria seu carro e iriam ao encontro de Jackson.

Preocupada com o estado de saúde dele, Beckett se policiava para não bancar a chata. Perguntava de cinco em cinco minutos se ele estava se sentindo bem. No início, era bonitinho, porém aos poucos já estava parecendo exagero.

- Kate, pela milésima vez. Estou bem. Concentre-se em dirigir. Quero resolver logo essa pendência.


36th distrito


O local era bem menos convidativo e aconchegante que o departamento de homicídios. No fundo, intimidava um pouco pelo fluxo de pessoas mal encaradas. Realmente Beckett era detetive da elite da NYPD. Chegaram ao distrito procurando passar despercebidos. Beckett perguntou sobre Jackson. Antes de responderem, ele apareceu.

- Olá, detetive Beckett. É um prazer recebê-la em meu distrito. Como está se sentindo? Vejo que possui muitas marcas na pele. Quer me acompanhar para ficarmos mais à vontade? Iremos para uma das salas de reunião.

- Estou bem. Esse é Rick Castle, o escritor de mistérios. Ele está me seguindo em casos do 12th para escrever uma personagem inspirada em mim – Jackson estendeu a mão para cumprimenta-lo, Castle fez o mesmo.

- É um prazer detetive. O agressor está preso? – Castle perguntou.

- Sim, nas celas do andar de baixo. Venha comigo – assim que entraram na sala, o detetive completou – espero que tenha trazido as evidências do ataque. Serão primordiais para dar veracidade no processo. Antes de colher o depoimento de cada um em separado, Beckett pode me explicar de onde conhece o tal sujeito e que motivo ele teria para querer ataca-la?

- Conheci Josh durante um caso. Ele flertou comigo e saímos juntos uma vez para tomar um café. O problema foi que ao rejeita-lo, Josh não aceitou muito bem. A partir dali, nos encontramos sem querer algumas vezes, todas terminaram de maneira estranha. Ele tentou me agarrar quando estive no hospital que ele trabalhava para me recuperar de um caso de hipotermia após um acidente durante uma investigação, felizmente Castle chegou a tempo de evitar o pior.

- Na ocasião eu já teria sugerido que ela emitisse uma ordem de restrição contra ele, mas Beckett não levou minha ideia adiante.

- Achei que não havia necessidade. Eu realmente não esperava encontra-lo novamente. Sequer tinha noção de que ele queria mais. Estava sob o efeito de drogas, não?

- Sim, anfetamina. Diante do que você me contou, não tenho dúvidas que Castle está certo. Você precisa de uma proteção a mais, mesmo sendo capaz de se defender, tendo porte de arma. Protegemos aos nossos, detetive. Ele claramente irá tentar novamente, como é réu primário apenas a agressão dará ao médico horas de serviços comunitários.

- Eu não sei, Jackson. Parece exagero obter uma ordem de restrição. Acredito que o processo de agressão será suficiente para fazê-lo cair em si.

- Não se ele começar a viciar-se em drogas, como pode saber se tomou anfetamina esporadicamente ou se não faz isso há algum tempo? – disse Jackson.

- Ele tem razão, Kate. Não vou arriscar ser surpreendido por outro ataque a você.

- Ele me disse que vai para África. Até me convidou para acompanha-lo. Deve ir embora logo e a situação se resolverá naturalmente – ela procurou justificar. Castle sabia que ela temia algo.

- Detetive Jackson, pode nos dar alguns minutos? – Castle pediu.

- Claro! Vou aproveitar para arquivar essas evidências ao processo. Avisem quando estiverem prontos para depor – ele saiu da sala. Castle sentou-se de frente para ela segurando as duas mãos. O olhar fixo procurando ler os pensamentos dela. Não conseguia compreender o motivo pelo qual Beckett insistia em deixar a história para lá.

- Agora que estamos sozinhos. Por que você está evitando seguir o procedimento correto? Nós já havíamos conversado sobre isso, Kate. Josh é uma ameaça ao nosso relacionamento – ela suspirou desviando o olhar para fitar as mãos entrelaçadas. Não adiantaria esconder dele. 

- Quando uma ordem de restrição é emitida para um policial, automaticamente o superior imediato é informado. Dependendo do caso e da característica da agressão, todos os distritos recebem uma notificação. Estaria exposta em todo o circuito da NYPD. Não estou preparada para isso. Você não entende. Na minha profissão, mulheres devem se impor e trabalhar muito mais para ganhar o respeito dos colegas. É um trabalho extremamente machista. Uma ordem de restrição para mim seria admitir minha fragilidade. As pessoas me olhariam diferente. Perderia parte do que conquistei, Castle.

- Kate, você é a melhor detetive de homicídios que seu distrito tem. Uma das melhores de toda a polícia. Você vai sempre além do necessário, excede as expectativas. Emitir uma ordem para sua proteção, por precaução, não pode diminuí-la. Tenho certeza que com seu histórico, tanto Jackson como Montgomery podem manter essa situação em sigilo. Basta ser honesta com eles. Se esse babaca realmente estiver de passagem marcada para a África, será ainda mais simples lidar com o problema e convencê-los. Você tentaria? Por mim?

Kate permaneceu calada por algum tempo avaliando as palavras de Castle. Sabia se defender, porém a cada novo ataque de Josh, ela arriscava a vida de Castle. Não se perdoaria se algo ruim acontecesse com ele por culpa de sua teimosia.

- Tudo bem, vou chamar Jackson para depormos. Eu pedirei a ordem de restrição.

Cada um deles contou o ocorrido do seu ponto de vista separadamente. Beckett afirmou quase ter usado sua arma e comentou todas as marcas de agressão deixada por Josh em seu corpo. Relatou os demais encontros para demonstrar a necessidade de uma ordem de restrição. Castle também fez sua parte. Alegou legítima defesa em todas as ocasiões que fora obrigado a bater no agressor. Deixou claro que temia pela vida da detetive e que na sua opinião, o caso era claramente de obsessão. Terminada as sessões individuais, Jackson reuniu os dois para concluir o processo e falar dos próximos passos.

- Beckett, eu anexei os depoimentos e as evidências na pasta do processo. Irei solicitar a ordem ao juiz da vara da mulher e pedir prioridade, especificarei o fato de você ser uma policial. Alegarei perseguição e assédio com tendências sexuais. Conversarei com ele pessoalmente para evitar que você vá ao tribunal depor novamente. Mas, você sabe que preciso comunicar seu superior, não posso fugir disso. Também contatarei o hospital onde o médico trabalha para verificar essa história da África, se confirmada pouparemos muito trabalho para o departamento e a NYPD.

- Eu gostaria de pedir para você que segurasse o comunicado para os demais distritos até confirmar o lance da África. Falarei hoje mesmo com o meu capitão. 

- Tudo bem. Posso fazer esse favor a uma amiga – disse Jackson – vou providenciar uma cópia do processo para você levar.

- Pretende soltá-lo? – Castle perguntou.

- Com o processo de agressão, ele precisará de um advogado para emitir um habeas corpus. Ele será solto para responder ao processo em liberdade. Deverá ser julgado em, no máximo, 72 horas. Você sabe como funcionam esses casos, são prioridades. Beckett, quero sua opinião sincera. Acredita que ele pode tentar ataca-la novamente, independente da ordem?

- Gostaria de poder dizer que ele respeitará a lei, afinal é um médico, jurou não causar mal a ninguém. Sinceramente, não sei se posso confiar, em especial ao saber que ele anda se drogando.

- Se perguntar para mim, duvido que obedeça – disse Castle – talvez fique com mais raiva. Mesmo assim, é a melhor proteção que temos no momento.

- Certo, nem preciso dizer para evitarem qualquer ambiente que possa ocasionar um encontro de vocês com ele. Assim que tiver novidades, aviso.  

- Obrigada, Jackson. Por tudo – levantou-se e apertou a mão dele – espero que não tenhamos que nos encontrar em circunstâncias como essa – Castle também o cumprimentou.

Deixaram calados o distrito. Durante o caminho para o 12th, Castle sugeriu uma parada para um almoço rápido e um café. Ela concordou. Kate parou em um chinês onde costumava comer próximo ao distrito. Logo ao lado, havia uma Starbucks. Dois coelhos com uma cajadada só. Castle evitou comentar sobre o processo focando a conversa na alimentação e em assuntos diversos para distraí-la. Percebia que ela estava desconfortável com a situação. Ao final da refeição, enquanto caminhavam para comprar o café, Kate tomou coragem e falou.

- Castle, quero lhe pedir um favor. É importante.

- O que é?

- Preciso que me prometa que entrará na sala de Montgomery comigo, porém eu irei expor o caso. Você falará somente se o capitão se dirigir diretamente com uma pergunta e quando eu disser que quero conversar com o capitão em particular, você me obedecerá e deixará a sala. Pode fazer isso?

- Você está me excluindo de um processo no qual fui tão vitima quanto você?

- Não, eu estou pedindo para conversar com meu superior sozinha devido a minha posição profissional. Lembre-se que não podemos deixar transparecer nosso relacionamento. Ainda não sei qual será a desculpa que darei para justificar sua presença no meu apartamento.

- Eu consigo. Direi que liguei para você porque gostaria de sua aprovação na capa do novo livro da série Heat. Combinamos de nos encontrarmos no seu apartamento. Não deixa de ser uma meia-verdade. Eu estou com as capas para mostrar a você. Kate, você promete que me conta se Montgomery comentar algo importante?

- Prometo, apenas não quero deixar suspeitas.

- Sendo assim, farei o que me pede.

As portas do elevador se abriram revelando a chegada da dupla em meio a uma muvuca no 12th. Esposito arrastava um suspeito para ser fichado entregando-o a outro oficial. Ao se deparar com a cara de Castle e o machucado em tom arroxeado próximo ao queixo, não resistiu ao comentário.

- O que aconteceu, bro? Brigou com o seu namorado? Ou apanhou do namorado irritado de alguma fã que você assinou os seios?

- É para rir? Eu estava numa luta de lasertag salvando o universo com Alexis me descuidei, fui rendido e tropecei no móvel.

- Alguém está ficando velho para certas coisas... – alfinetou Esposito - Eles pretendiam seguir direto para a sala do capitão, mas diante da provocação dos rapazes, Castle não conteve o comentário brincalhão vendo a luta de Ryan em equilibrar pastas e a caneca de café nas mãos.   

- Está rolando um agito aqui, Ryan? Muita diversão, não?

- Haha! Alguns de nós realmente trabalham, Castle – Beckett revirou os olhos e ralhou com ele.

- Castle, foco! – ela bateu à porta de Montgomery. Viu que o capitão estava sozinho e logo os mandou entrar. Após estarem sentados, ela colocou a pasta com a copia do processo sobre a mesa.

- Senhor, eu estive no 36th distrito hoje.

- O caso em que você estava dando consultoria. Espere, disse 36th? Esse é o departamento de agressão. O que isso tem a ver com homicídios? Alguma vitima foi espancada até a morte?

- Na verdade, senhor. O caso de agressão aconteceu comigo e Castle. Ontem à noite – a cara perplexa do seu superior exigiu que ela continuasse a história antes que ele começasse as perguntas. Beckett contou em detalhes o que acontecera, como Castle chegara até ela e a ajudara. Falou das marcas, do tempo no hospital e da decisão de emitir a ordem de restrição. Montgomery ouvira a tudo atentamente. Nem de longe podia imaginar que algo daquele tipo pudesse estar acontecendo com sua detetive, bem debaixo do seu nariz sem que desconfiasse. Em sua mente, ele inferiu que talvez fosse esse o motivo dela pedir aqueles dias de folga. Para resolver ou se afastar por alguns dias para se reestruturar após uma situação como essa.

- Eu sinto muito, Beckett. Não tinha ideia. Fico um pouco aliviado de saber que Castle pode ajuda-la. Você sabe o que uma ordem como essa cria na NYPD. Conhece as regras.

- Sim, capitão. Eu gostaria de conversar em particular com o senhor. Castle, será que pode nos deixar sozinhos?

- Claro. Vou perturbar Esposito. Ele me parece bem estressado hoje.

A porta se fechou novamente e Beckett suspirou.

- Senhor, eu conheço as regras. Conversei com o detetive Jackson, meu colega de academia que me ajudou no caso. Pedi sigilo a ele até que confirme se o que Josh revelou sobre a África tem procedência. Se ele realmente estiver indo embora do país, isso poderá facilitar o modo como trataremos esse problema. Roy, você mais do que ninguém sabe o quanto lutei para construir minha reputação na polícia. Um processo como esse, traz consequências complicadas para a minha carreira por eu ser mulher. Não quero ser vítima de olhares furtivos, comentários ou possíveis favores que me diminuam como detetive. Pelo menos até confirmar como o juiz tratara a ocorrência. Não lhe pediria se não fosse importante para mim.

- Beckett, antes de lhe dar uma resposta, eu preciso saber. O seu pedido de folga está relacionado com isso? – ela reconhecia que seria um ótimo argumento para conseguir sucesso. A verdade era que desde o caso da bomba, ela andava estressada, em estado de alerta e a situação com Josh só viera piorar tudo. Resolveu usar isso a seu favor.

- De certa forma, sim. Preciso de um tempo para mim. Deixar Manhattan por uns dias, sumir e relaxar. Não quero que situações extremas como essas se tornem empecilhos para desempenhar bem o meu trabalho.

- Compreendo seu ponto de vista, detetive. Tem a minha palavra de que manterei sigilo até a confirmação do detetive Jackson. Quanto aos seus dias de folga, considere-os aceitos. A última coisa que preciso é ter minha melhor detetive à beira de um colapso nervoso. Tire um tempo para você, Beckett.

- Obrigada, senhor. De verdade – ela se levantou da cadeira e sorriu para o seu superior.

- Só mais uma observação, detetive. Não deixe Castle irrita-la. Devo dizer que ultimamente ele tem se revelado uma excelente ferramenta para a NYPD, de escritor fútil a um quase parceiro, está sempre no lugar certo, na hora certa. Salvou sua vida duas vezes em menos de um mês. Chega a ser impressionante. Espero que reconheça isso.

- Sim, reconheço. Ele vem provando que... é capaz de boas ações. Ele se importa – ela preferiu ignorar o sorriso cínico no rosto de seu capitão. Não seria ela quem alimentaria qualquer suspeita que ele pudesse ter sobre o escritor. Mal chegou a sua mesa, foi brindada por uma caneca fumegando de seu café preferido. Junto com a bebida, Castle entregou um post-it com um endereço. Havia um novo homicídio em Lower Manhattan.

Por volta das dez da noite, eles chegavam exaustos e famintos ao loft de Castle. Ele se ofereceu para preparar sanduiches. Com uma garrafa de vinho tinto, os dois devoraram uma grande quantidade de presunto Parma e queijo mussarela com azeite e maionese. Comprado por muitos beijinhos, ele foi preparar um café para a namorada. Cansada, ela colocou os pés para cima, no colo dele que rapidamente iniciou uma massagem fazendo Kate suspirar.

- Você quer ouvir uma boa notícia, Castle?

- Por favor! Nas últimas 48 horas encerramos nossa cota de maus presságios, assim espero! Surpreenda-me! 

- Montgomery concedeu meus cinco dias de folga, o que significa...

- Arrivederci Nova York – ele disse abrindo um sorriso.

- Ciao, Roma... – ela completou aproximando os lábios dos dele. O beijo ganhou proporções mais intensas, ele explorava o interior da boca com a língua enquanto suas mãos vagavam pelo corpo dela já despertando as sensações de prazer. Esquecendo-se dos ferimentos sofridos, ela mordiscou o lábio dele. Castle gritou de dor – oh, Deus! Desculpe, Cas.

- Tudo bem, foi sem querer... – ele respondeu puxando-a mais para perto do seu corpo empurrando-a contra o sofá. Quando Kate tentava prende-lo com as pernas, ela moveu o joelho entortando-o sentindo o choque da dor automaticamente.

- Ai...ai,ai... desculpe – ela largou dele e Castle a olhou preocupado.

- Está tudo bem?

- Sim, mas acho que não estamos em condição de fazer certas estripulias. Melhor nos deitarmos para dormir. Quero você inteiro em Roma, Castle.

- Não posso discutir quanto a isso. Você ainda me deve um strip. Vamos – ele se levantou puxando-a pelo braço arrancando outro gemido dela, fez uma careta de culpado e enlaçou a cintura dela – definitivamente a cama é o melhor ambiente para nós agora – diante do olhar malicioso dado de propósito, ele se antecipou - Para dormir, detetive...

- Ainda bem que amanhã é sábado.

- E mais importante, Ryan convenceu Espo a tocar o caso sem você.

- Sim, nesse ponto Ryan é bem mais sensível. Ele notou os arranhões no meu pulso quando estava examinando o corpo. Apenas me olhou, mas sei que percebeu – ao invés de seguir para o quarto, ela parou no balcão da cozinha. Tirou um comprimido de uma caixa pequena e serviu-se de água. Castle a observava tomar o analgésico. Criando coragem, ele acabou pegando também um comprimido para dor de cabeça – você está com dor? – ele anuiu com a cabeça – e não ia me contar... que ótimo!

- Pensei que se nós nos distraíssemos fazendo amor, ela passaria. Como abortamos o plano, ela permanece. Parece que estão batucando na minha cabeça.

- O médico disse que poderia sentir dores, assim como eu. Quem diria...- ela riu – olhe para nós, parecemos duas pessoas em fim de carreira, cheio de dores e à base de remédio – o comentário fez Castle gargalhar enlaçando-a pela cintura e dando um beijo no pescoço cheirando-lhe a pele de maneira carinhosa.

- Situações cotidianas de um relacionamento, Kate. Vamos dormir. Amanhã te mostro a capa de Heat Rises, eu não estava blefando quanto a sua aprovação - Rapidamente trocaram a roupa e em menos de dez minutos estavam agarrados e adormecidos na cama de Castle.

Kate acordou por volta das nove da manhã. Estranhou. Castle não estava na cama. Ouvia o barulho do chuveiro, sorriu. Levantou-se da cama e encontrou-o de costas para ela tomando uma ducha. Se perguntava se ele estava com dor para ter acordado antes dela. Sorrateiramente, ela tirou a camiseta que vestia dele entrando no box abraçando-o por trás. Beijou-lhe as costas e sentiu as mãos dele acariciar seus braços envoltos na cintura.

- Bom dia, babe... – ela roçou os dentes na pele deixando as mãos vagarem acariciando o peito musculoso dele – dormiu bem?

- Sim, bem confortável posso dizer.

- Ainda sente dores?

- Um pouco no corpo, a cabeça passou. Seu joelho?

- Melhor. Estou faminta, desejando...

- Nem precisa dizer café, conheço você, Kate.

- Errou – ela virou-o para fita-lo – estou desejando seus beijos – puxou-o até o seu encontro sorvendo os lábios ansiosos por provar novamente o gosto daquela boca. Castle usou o corpo para prende-la entre ele e a parede. Uma das mãos foi de encontro ao seio dela, apertando e puxando o mamilo fazendo-a gemer entre seus lábios. Os dentes traçavam uma linha no pescoço de Kate. Entre mordidas, língua e beijos, ele chegara ao meio dos seios. Sem cerimônia, ele sugou-os um por um observando a mulher contorcer-se em seus braços. Gostava de ter o domínio da situação da mesma forma que adorava vê-la impor suas necessidades e desejos dominando-o várias vezes na cama.

Ela cravou as unhas nos ombros dele ao sentir os dedos invadirem seu centro. Abraçada ao pescoço dele, Kate se entregou as carícias sentindo o corpo estremecer com a chegada do orgasmo. A dor no joelho causada pela posição em que se encontrava, foi substituída pela onda de prazer que inundara seu corpo. Mas o ato não acabara por ali. Kate ainda ofegava quando segurou o membro dele em suas mãos massageando para provoca-lo. Queria leva-lo a loucura, deixa-lo a mercê de seus carinhos, dependente dos seus toques.

Empurrou-o contra a parede oposta deslizando os lábios pelo abdômen dele enquanto as mãos ágeis encarregavam-se de manter o membro rígido e prestes a explodir. Ela o surpreendeu ao ajoelhar-se e toma-lo em sua boca. Sentia uma fisgada no joelho, porém afastou o pensamento de dor focando no prazer. Castle acariciava os cabelos molhados incentivando-a a continuar. A destreza de Kate quase o fez perder a consciência por pura luxúria. Percebendo que ele estava no limite, ela tirou-o da boca afastando-se e colando suas costas na parede de frente para ele. As palavras por ela pronunciadas escaparam de maneira sussurrada, quase inaudível com o barulho da água corrente do chuveiro. 

- Quero você, Castle... – ele a suspendeu pela cintura atracando-a em seu corpo. Tomado pelo desejo que o consumia, ele a penetrou de uma vez. A dor causada pelo contato brusco no corpo ainda dolorido de Kate foi substituída pelo contato quente dos lábios dele em sua pele e das sensações maravilhosas provocadas pelo clímax que se formara entre os dois. Juntos, eles gritaram sucumbindo ao prazer.

Ainda estavam ofegantes quando Kate tomou a iniciativa de colocar-se debaixo da ducha deixando a água fria massagear os ombros e trazer a refrescância de volta a pele após o clima quente que se instalara entre eles minutos atrás. Castle estava escorado observando-a cobrir o corpo com sabonete liquido. Era o seu cheiro. Cerejas. Satisfeita, ela abriu a porta do blindex e enrolou o corpo numa toalha saindo do chuveiro, não sem antes beliscar o bumbum à amostra.

Quando Castle entrou no quarto, encontrou-a vestindo uma calça de moletom e uma camiseta. Enxugava os cabelos em frente ao espelho com a toalha. Para provocar, ele aproximou-se dela mordiscando-lhe a orelha. Ela podia sentir o cheiro da loção pós-barba e o contato da pele lisa contra a sua.

- Vou me vestir e preparar seu café. Espero você. Panquecas?

- Eu poderia comer umas com bastante mel e morangos...

- Seu desejo é uma ordem – ele se afastou, devidamente vestido deixou o quarto. Sozinha, ela fitou-se no espelho, pensativa. A agressão surpresa sofrida praticamente no quintal de casa ainda mexia com ela. Kate procurava ser forte, manter a postura e a racionalidade diante do fato, entretanto estava preocupada com a repercussão da ordem de restrição e o que ela significaria para seu agressor. Se Josh não fosse para a África, não saberia o que esperar. O outro motivo da sua preocupação chamava-se Rick Castle. Ela não se perdoaria se algo acontecesse com ele por culpa exclusivamente sua e de um deslize idiota que cometera. Precisava conversar com alguém sobre o assunto, alguém capaz de acalma-la ou brigar se necessário. Queria falar com Dana.

Na cozinha, o cheiro de café e panquecas despertara ainda mais a fome que sentia. A pele devidamente coberta com hidratante para proteger os hematomas que começavam a esverdear mantinha o tradicional cheiro de vanila, não anulando o aroma de cerejas deixado pelo sabonete. Castle fez questão de cheirar seu pescoço e os pulsos beijando cada um dos machucados suavemente.            

Sentados lado a lado, ela experimentou a bebida quente em grandes goles. Castle a serviu de panquecas exagerando no mel como ela mesma pedira. Saboreava o alimento trocando carícias entre si. Com a ponta dos dedos, ela tocou o machucado do queixo.

- Ainda dói quando me beija? – perguntou.

- Um pouco, mas de um jeito bom. Temos muito o que fazer hoje, detetive. Vou programar nossa viagem a Roma. Gina já deve ter enviado o cronograma da programação oficial. Mal posso esperar para sair do país com você a meu lado.

- Sobre isso... – ela olhou-o fixamente – será que podemos organizar a viagem mais tarde? Eu gostaria de sair, preciso me encontrar com Dana.

- Você está preocupada com o processo, não? Ansiosa porque Jackson ainda não ligou. Conheço você, Kate. Não precisa disfarçar. Se conversar com Dana vai fazer você se sentir melhor, tudo bem. Apenas quero que lembre, estou aqui para o que quiser. Sem segredos, nós prometemos.

- Não estou escondendo nada de você, eu só quero ouvir a opinião profissional dela, Castle. Dana me conhece.

- Tudo bem, entendo. Promete que volta a tempo de jantar e planejar nossa viagem?

- Claro. É só um almoço – ela se levantou beijando-lhe os lábios. Começou a caminhar de volta ao quarto quando ele falou.

- Acho que vou aproveitar sua ausência e dormir mais um pouco. As costas estão doendo – imediatamente ela se voltou para encara-lo, pode ver a preocupação no olhar.

- Tem certeza que está bem? Posso ficar com você. Quer ir ao hospital?

- Relaxe, Kate. São dores musculares. Afinal, eu mal saí do hospital e já me dediquei a fazer o que não devia no chuveiro. Vou tomar um comprimido e dormir, nada de se preocupar. Vá encontrar Dana.

- Não está com dor de cabeça? O doutor falou que se ela persistisse deveríamos voltar ao hospital. Nunca se sabe os efeitos de uma pancada na cabeça de imediato e – ele a cortou.

- Kate, estou bem. De verdade. Pode sair – ela suspirou. Trocaram mais um beijo e ela seguiu para o quarto – ah! faça um favor a si mesma, tome seu remédio. Está mancando, detetive – ela não respondeu, mas se Castle pudesse ver o sorriso de satisfação impresso no rosto, saberia que estava tudo bem. Eles cuidavam um do outro mesmo que usassem a teimosia como um disfarce natural para esconder o que sentiam.

Ela estava a caminho do restaurante onde encontraria a amiga quando seu celular tocou. Jackson. Kate sentiu o coração pular uma batida. Boas ou más, chegara a hora dela ouvir as notícias e lidar com suas consequências quaisquer que fossem. Após um longo suspiro, ela atendeu a ligação.

- Beckett.

- Olá, detetive. É Jackson. Desculpe estar ligando em pleno sábado, porém tenho novidades e você me pediu para mantê-la a par de qualquer atualização no processo. Pode conversar agora?

- Claro. Dispenso a enrolação, Jackson. Vá direto ao ponto. Você conseguiu falar com o juiz sobre o processo? Ele é a favor da ordem de restrição?

- Sim, o juiz Gibson avaliou o seu processo. Ele quer conversar pessoalmente com vocês. Aparentemente, o advogado de Josh entrou com um processo contra Castle, agressão e danos morais por ter socado-o em seu ambiente de trabalho desmoralizando-o perante o hospital.

- Isso é ridículo! Ele me agrediu, foi em minha defesa. Havia um outro médico lá, ele presenciou parte do que aconteceu, é uma testemunha.

- Ótimo. Sabe o nome dele?

- Acho que era William. Você pode checar a escala de plantão de duas semanas atrás quando eu e Castle fomos admitidos no Memorial para tratar a hipotermia.

- Deixe comigo. Não há nada que você possa fazer agora. Gibson os espera em seu gabinete na segunda. Não se preocupe, duvido que o juiz leve esse processo de Josh adiante. É apenas uma distração para ganhar tempo, Beckett. Coisas de advogado. Nos falamos na segunda.

Kate desligou o telefone irritada. Isso tudo era sua culpa. Se não tivesse dado abertura ao médico na primeira oportunidade, nada disso estaria acontecendo. Estava tão absorta em seus pensamentos que não percebeu o carro que se aproximava ao atravessar a rua. A buzina estridente a despertou de seu pequeno transe junto com o solavanco que recebeu de uma mulher puxando-a para calçada. Os gritos do motorista a assustaram.

- Está louca, mulher? Quer morrer, idiota! – ela fez menção de avançar na direção dele, mas foi puxada novamente. Só então viu Dana correr ao seu encontro preocupada.

- Kate? Você está bem? O que aconteceu?

- Ela quase foi atropelada – disse a mulher que a acudira.

- Kate? – Dana insistiu chamando-a.


- O resultado de péssimas escolhas, isso foi o que aconteceu. Maldita hora que dei ouvidos aquele almofadinha idiota – ela riu da ironia ao usar o mesmo nome que Castle ao se referir a Josh – é uma longa história e eu preciso muito que você me escute.


Continua.... 

4 comentários:

Unknown disse...

O angust q vem por aí deve ser relacionado ao Josh pelo visto. Acho q ele vai aprontar algo p Kate ou Castle!!!
Leva eles pra Roma logo, tô doida p ver esses dois em lua de mel!! Tomara q essa viagem aconteça antes da tensão que vem por aí!!!
Adorando essa fic. Ansiosa pelo próximo cap!

Mônica Ellias disse...

Mande o próximo pq todo tanto ta pouco se tratando de caskett a gente sempre quer mais!
Excelente trabalho amando essa fic...
Que venha Roma!

cleotavares disse...

Espero que o Josh se mande para a Africa, pois eu, no lugar da Beckett faria a mesma coisa, com relação a restrição. Louca pra vê (lê) os dois pombinhos em Roma. Vai rolar ataque de ciúmes? kkkk

Silma disse...

Minha NOSSA 😱 eu tô bege com esse capítulo 👌🏽NÃOOOO aguento mais esse angust 😩
Definitivamente a cama é o melhor ambiente para nós agora – diante do olhar malicioso dado de propósito,ele se antecipou - Para dormir,detetive 😂😂😂 conseguindo imaginar essa cena direitinho 😂😂😂