Hurts Like Hell
Autora: Karen Jobim
Classificação:
NC-17
Gênero: AU
Advertências: Sex/Romance – after XX
Capítulos:
Oneshot
Completa:
[x ] Sim [ ] Não
Resumo: A detetive Beckett toma uma decisão
dolorosa. Uma separação forçando-a a viver longe de Castle e sem noção do que a
distancia realmente custara muito emocionalmente. Será que ela suportará o que
está por enfrentar?
Nota da autora: Essa ideia surgiu logo após eu
assistir o episodio XX com alguns comentários no grupo do what’s up. Na
verdade, Ariane me inspirou. Espero que esteja dentro do que você pensou...
posso dizer que foi difícil de escrever! Muito angst na veia para vocês ou
não...
Hurts Like Hell
Ele ouvira o choro sentido vindo do corredor. Castle
ainda estava em choque com a atitude de sua esposa. Kate, após participar de
uma verdadeira caçada contra sua vida decidira sair da casa deles. Da vida
deles. Não conseguia processar como isso acontecera tão depressa. Pensara que
ao estarem juntos, poderiam investigar aquele caso tão intrigante.
Podia correr atrás dela, tentar convencê-la de
que estava fazendo tudo errado. Lembra-la que não era uma alma solitária agora,
ela tinha um marido. Alguém para dividir as dificuldades. Na alegria e na
tristeza. Será que ela não compreendia o significado disso? Não. Sabia muito
bem que Kate entendia, apenas optara por não cumpri-lo como manda o sacramento.
De nada adiantaria correr atrás dela, implorar?
Não era assim que Kate Beckett funcionava. Sua teimosia era uma das suas
maiores características que podia servir como uma faca de dois gumes. Porém,
não era a mais importante. Teria que reconhecer as palavras de Bracken. Sua
maior qualidade e também o defeito era sua obsessão, a forma como ela encarava
cada problema quem encontrava. Sua sede e senso de justiça simplesmente a
impediam de deixar aquilo de lado. Ele a admirava por isso. Infelizmente, essa
característica era exatamente o que os separara nesse momento.
O que Kate não sabia era que ao fazer isso
magoara profundamente Rick Castle. Ele não a amara menos por causa disso. Não,
seu amor por aquela mulher é infinito. A mágoa existia porque ela não quis
dividir o fardo com a pessoa que mais arriscara sua vida por ela. Oito anos
enfrentando bandidos, bombas, tiros, serial killers, loucos e mercenários. Nada
disso pesara diante da decisão de deixa-lo.
Kate podia alegar que fazia isso para protegê-lo.
Ele não a condenava por isso. Mas a separação mesmo que fosse temporária doía
demais. Ela comentou que quando tudo terminasse, se ele ainda tivesse um lugar
em seu coração para ela, tudo poderia voltar ao normal.
Logicamente que ela sempre estaria em seu
coração, porém ele também precisava se recuperar do baque provocado em sua
vida, em seu coração nesses últimos dias.
Durante o fim de semana, Castle curtiu sua dor.
Apenas comunicara a filha que Kate saira de casa e que não queria comentar
sobre o assunto. Ele passara boa parte do tempo em seu escritório acompanhado
do computador e de uma garrafa de whisky. Não chegara a ficar bêbado, estava se
dando o direito de experimentar a fossa. Ele remexera em arquivos antigos de
casos que trabalharam juntos, reviveu alguns momentos a dois, passou quase uma
hora olhando a foto deles de casamento enquanto era levado pelas memórias do
dia em que Kate Beckett entrara pela porta daquele mesmo loft atirando-se em
seus braços e dizendo que apenas queria a ele. Não havia como negar, o amor que
sentiam um pelo outro era tão imenso que os impelia a fazer sacrifícios muitas
vezes insuportáveis.
A maneira mais simples de enfrentar essa
situação fazendo jus a sua personalidade seria enfiando-se no distrito caçando-a,
cercando-a, insistindo até fazê-la ceder. Podia forçá-la a aceita-lo, teorizar
como sempre fizera ao lado dela. Todas essas alternativas seriam provas como
uma recordação de como Kate se apaixonara por ele. Recuperaria sua esposa da
sua maneira romântica e engraçada. Sem esquecer da irritação que tantas vezes
fora motivo de discussões entre os dois.
Era uma excelente ideia. Porém, não seria mesmo
a alternativa escolhida por Castle. Se ele estava sofrendo, ela também
sofreria. Ao invés de segui-la como fizera durante sete anos, ele se afastaria.
Se você quer incomodar alguém, não havia solução melhor do que a
indiferença. Não era fácil, ficar longe
dela seria muito triste. Partia-lhe o coração agir dessa maneira, contudo ele
já perdera as contas de quantas vezes escolhera Kate, priorizara sempre ela em
detrimento a tudo.
Não havia volta. De agora em diante, Castle
concentraria seus esforços em seu escritório de investigador profissional.
Alexis parecia estar bem interessada em ajuda-lo, então seria uma boa forma de distraí-lo,
passar o tempo, ocupar-se.
Alexis o encontrou na cozinha fazendo um
sanduiche. Era a primeira vez que via o pai comendo desde que Kate colocara os
pés fora do loft. Esse gesto a deixou aliviada.
- Vim checar se você já tinha ido para a cama.
Precisa descansar, pai. E espero que já tenha parado com a bebida. Nem adianta
negar. Eu vi o que aconteceu aquela garrafa de whisky. Sei que não quer comentar
o assunto, pode me proibir depois disso, mas pretendo dizer algumas coisas. Não
sei as razoes que levaram Kate a querer esse tempo distante de você, mas sei
que o motivo é genuíno e importante. Quer lhe proteger, eu a admiro por isso. Abrir
mão do seu casamento, da pessoa que ama para salva-lo.
- Ótimo! Tudo o que eu precisava, minha filha
defendendo o que Kate fez.
- Não estou defendendo, apenas atestando que
entendo. Você está magoado, pai. Tem todo o direito, não o culpo. Ela não o
abandonou, vocês se amam demais para sequer cogitar essa possibilidade. Eu
estou aqui, do seu lado e prometo que a partir de agora se você não quiser que
fale sobre Beckett, não farei. Só precisava expressar minha opinião.
- Tudo bem, vou considerar o seu ponto de vista.
Agora voltando ao nosso próximo passo. Amanhã estarei cedo no escritório. Temos
dois casos pendentes porque nos dedicamos a encontrar Kate. Quero saber se você
vai continuar me ajudando além de estudar.
- É claro que sim! Sou sua parceira. E se você
aceitar uma sugestão, acho que podemos contratar um par extra de mãos.
- Você está falando da inglesa? Qual é a sua
fixação com a tal Hayley?
- Não se trata de fixação. Sei reconhecer um
bom trabalho. Ela é esperta e como uma boa inglesa se preocupa apenas em fazer
o trabalho acontecer, não está ali para fazer amigos.
- Não posso prometer. Vamos ver qual será nossa
carga de trabalho e depois decidimos.
- Tudo bem. Vou concordar com o seu modo de análise.
Vou dormir. Te vejo no escritório – ela se aproximou e deu um beijo no pai –
boa noite, pai. Não fique acordado até tarde – ele sorriu. Sim, seria muito bom
passar esse tempo com sua filha.
Na segunda-feira, as coisas estavam agitadas no
distrito. Espo e Ryan passaram boa parte da manhã na rua e Beckett presa em sua
sala com muita papelada. A verdade era que nem sentira o tempo passar. Ela não
queria deixar as coisas acumularem, teria que manter a mesma reputação deixada
por Gates. Seu sumiço gerara atraso e tão logo se arrumasse, ela poderia voltar
a sua investigação pessoal. Não comera
nada, tinha se mantido a base de café. Uma boa ajuda para se recuperar do fim
de semana caótico e deprimente que tivera. Mal dormira pensando em toda a dor
que causara a Castle. Sinceramente, ele não merecia sofrer tanto. Mas era pela
sua vida, pelo seu bem. Por mais contraditório que pudesse parecer, deixa-lo
fora um ato de amor.
Batidas na porta a tiraram de seu devaneio. Era
Esposito.
- Hey, Esposito. Voltaram da rua? Como está o
caso?
- Difícil. Muitas variáveis estranhas. Nunca
pensei que ia dizer isso, mas Castle seria uma ótima ajuda nesse momento. Onde
ele está?
- Ele não apareceu hoje por aqui? – a expressão
de Beckett foi de surpresa e tristeza, felizmente Espo não percebeu – deve ter
ido para o escritório de PI. Na verdade, como agora sou capitã, a tendência é
vermos bem menos Castle por esse salão. Ele me disse isso logo que soube na
minha aprovação, disse que não tinha porque ficar no distrito se não fosse
investigar casos ao meu lado como sempre fizera. Não posso culpa-lo, Espo.
Minha vida se resumira a papeladas, reuniões no 1PP, burocracia, tribunais.
Tudo que Castle detesta.
- Ah, que consideração com os amigos...
- Espo, você sabe que ele adora vocês, mas vai
querer me enganar agora que ele não irritava você? Não tinha paciência com as
ideias nonsense dele. Eventualmente, haverá casos em que ele pedira nossa ajuda
e quando isso acontecer, nos iremos atende-lo. Não quero ninguém nesse distrito
boicotando o trabalho do meu marido como investigador profissional. Fui clara?
- Como água, capitã.
Assim que Esposito fechou a porta da sala,
Beckett apoiou a cabeça nas mãos. Estava acontecendo mais rápido do que ela
imaginara. Castle não aparecer ali era sinal de quanto estava magoado com tudo.
Isso doía-lhe o coração. A única coisa que a consolava era que Castle não
conseguiria ficar longe daquela ação por muito tempo. Seus casos como PI não
eram tantos e quando estivesse entediado, ele apareceria querendo meter o nariz
no caso dos outros. E ela apostava que não demoraria nem uma semana.
Dois meses depois...
Capitã Beckett acabava de voltar de uma reunião
na 1PP. Estava estressada por ter discutido com um capitão bem ignorante em
termos de lei. Desejava mais do que nunca um café. O pensamento a fez engolir
em seco. Ela sentia falta todos os dias de receber um copo de sua bebida
favorita das mãos de seu marido. Ela errara completamente na previsão que
fizera. Havia dois meses que Castle não aparecia no 12th.
Claro que Kate não ficara no escuro durante
esse tempo. Ela o monitorava com uma patrulha circulando sua vizinhança, o
escritório e também checando o website do seu negocio de PI. Uma vez, ela
encontrara com Alexis, chamara-a para almoçar a fim de saber noticias. Isso
aconteceu depois de uma tentativa frustrada de contata-lo via celular. Kate se
sentira muito mal após aquele episodio. Houve um descaso total por parte de
Castle. Lembrar era doloroso, mas sua mente a traia insistindo em fazê-la recordar.
Era uma sexta-feira. Livre de todas as suas
obrigações de capitã, Beckett sentiu uma urgência louca de falar com Castle.
Sentia muita falta dele. De suas conversas, dele ao seu lado, em sua cama.
Daria um braço seu por um beijo de Castle. Foi nesse clima que por impulso, ela
ligou para o seu celular. Precisou ouvir pelo menos uns seis toques antes de
ser atendida.
- Rick Castle. PI. Em que posso ajuda-lo?
- Castle, sou eu.
- O que você quer, Beckett?
- Saber de você, como você está – ela não
pretendia entregar o jogo tão facilmente, mas o impulso ao ouvir aquela voz foi
maior que a razão em controlar uma conversa amigável - Estou com saudades. Você desapareceu, não veio mais ao distrito.
Todos estranharam.
- Ando muito ocupado. O trabalho de PI vem
consumindo muito o meu tempo. Mas agradeço a ajuda que Ryan e Espo me deram
algumas vezes. Sei que isso tem dedo seu.
- Então, os negócios decolaram? – ela não ia
surtar por descobrir que Castle vinha entrando em contato com os rapazes e eles
sequer disseram nada para ela – que ótimo!
- Beckett, olha eu agradeço seu telefonema, mas
se não tem algum assunto especifico relacionado aos meus serviços eu terei que
desligar, estou atolado de trabalho. Eu e Alexis mal estamos dando conta.
- Castle, eu disse que estou com saudades.
- Kate, preciso trabalhar – aquela frase foi
uma facada no coração dela. Era a constatação do quanto ainda estava magoado. E
já se passara um mês.
- Tudo bem, boa sorte no trabalho. Eu te amo,
Rick – e desligou o celular.
A lembrança a fez engolir em seco para evitar
que as lágrimas descessem pelo rosto. Não podia desmoronar. Aquele telefonema
acabara com ela. Beckett se lembra de ter chorado e acabado uma garrafa de
vinho sozinha. Ali estava ela, a capitã do 12th distrito estressada com a
burocracia e o comodismo de certos colegas, entediada pelo trabalho monótono,
cansada por não ter evoluído nem um segundo na sua investigação pessoal,
solitária desejando a companhia de seu marido e frustrada ao constatar que
nenhum café era o mesmo se não vinha das mãos de Rick Castle.
Instintivamente, levara a mão na corrente
envolta no pescoço. Tocou a aliança. Símbolo maior de seu amor e seu
compromisso com Castle. Beijou-a e leu a palavra que ouvira tantas vezes com
toda a sinceridade através dos lábios dele. Always. Optara por segurança
retirar a aliança de sua mão esquerda, porém jamais deixaria de usa-la. Por
isso, escolheu pendura-la na corrente, perto de seu coração.
Café. Precisava de café. E foco.
Ela se encaminhou para a minicopa. Ao se
aproximar já podia ouvir as gargalhadas dos rapazes. Falavam com alguém no
viva-voz.
- Sério, cara. Esse favorzinho vai custar a
você dois ingressos para casa um dos Yankees. Se vira!
- Espo, seja razoável – ela reconheceu a voz de
Castle.
- Não estou muito confortável com isso, Castle.
Mas eu não tenho dinheiro para gastar no jogo. Tem um bebe a caminho. Bro, você
sabe que se ele contar para a Beckett que estamos tentando extorqui-lo por
informações, ela vai nos matar. Pode até nos cortar de alguns plantões e eu
realmente preciso das horas extras.
- Deixe de ser covarde, Ryan! Castle não vai
contar nada para Beckett porque ao contrario de você, ele não quer parecer uma
mulherzinha, acertei escritor?
- Acertou, é o nosso segredo. Mas nada de área
vip dessa vez. Eu entro em contato.
- Ótimo! Terá sua informação em duas horas.
- Duas horas? Eu preciso fechar esse caso do
eletricista urgente!
- Pegar ou largar. Sua mulher nos encheu de
relatórios. Se quiser falar com ela sobre esse assunto e diminuir nossa cota de
trabalho, não somente agradeceríamos como podíamos agilizar o serviço.
- Sem chance!
- Foi o que pensei! Duas horas.
A ligação terminara e Beckett decidiu dar um
tempo antes de entrar na pequena sala a fim de ouvir mais algum comentário.
Para seu azar nada mais fora dito. A decisão de esconder dos amigos que estavam
separados partiu dela e ao que tudo indicava, Castle optara pelo mesmo.
Quando entrou na minicopa, Ryan terminava de se
servir de uma caneca de café. Sorrindo para ele, se encaminhou para a máquina.
- Como foi a reunião? – Ryan perguntou.
- Estressante. Tudo bem por aqui?
- Sob controle – disse Esposito – precisamos
verificar aquela pista, Ryan. Ela é crucial para fecharmos o caso. A análise do
laboratório já deve estar pronta.
- Mas, não temos caso em aberto. Somente o
relatório – Espo dera uma olhada fatal para Ryan, o cara já estava dando
bandeira.
- Isso mesmo, precisamos da análise para
incluir no relatório. Quero terminar em duas horas.
- Ah, certo! Verdade. Vamos checar, até mais,
Beckett – ele acenou para a capitã que retribuiu o gesto.
Mentiras. Típico dos rapazes! Pelo menos isso
evitava que desconfiassem da separação.
Dois dias depois, Esposito e Ryan estavam nas
ruas de Nova York investigando um homicídio quando se depararam com uma pista
incomum. Algo que remetia ao caso do desaparecimento de Beckett a meses atrás.
Ele ligou para compartilhar a informação. Ao ouvi-la, uma centelha de esperança
se formou em sua mente. Com uma nova pista, Beckett intensificou sua busca e
acabou chegando a um novo armazém bem parecido com o que já visitara, onde salvara
Castle.
Fez uma busca completa no local, tirou várias
fotos e mesmo entrando ilegalmente ali, ela encontrou as armas de ponta,
carregamentos de bala. Artilharia pesada usada pelo exército americano e em
grandes facções como Al-Qaeda. Ela precisava rastrear alguns códigos e
informações que coletara nas caixas das mercadorias. Deixou o local disposta a
voltar no outro dia para coletar mais provas. Com sorte acharia evidencias
suficientes para pedir um mandado.
Ela virou a noite em busca de informações sobre
os carregamentos, origem, destino, transportadoras. Teve muito trabalho, porém
conseguiu identificar alguns navios e aviões que podiam ter trabalhado no
esquema. Salvou tudo em seu notebook e anotou todas as fontes que a levaram até
aqueles sites.
Por volta de oito da manhã, após cochilar
apenas uma hora, Beckett voltou ao local e teve uma surpresa. O armazém estava
limpo. Como se nunca tivesse abrigado qualquer carga ali. Nem sinal de nenhuma
caixa, as armas desapareceram. Parecia mágica. Ela deu um grito frustrada e
chutou a porta de alumínio. Outro beco sem saída. Para piorar, ela constatou
que toda a informação que coletara durante a noite também desaparecera. Como se
aqueles registros ou sites nunca tivessem existido. Ela quase chorou de raiva ao
ver a mensagem de erro na tela “404 error page not found”.
O dia começara bem ruim para Beckett. Ela estava prestes a descobrir que a frase
“nada está tão ruim que não possa piorar” era verdadeira. Na sua volta ao
distrito, Kate avistou uma cena de crime a três quarteirões do distrito.
Provavelmente os rapazes já deviam estar no local ou outro membro de sua
equipe. Porém, não fora o suposto homicídio que acabou por chamar sua atenção e
sim, um carro e uma figura conhecida a porta de uma cafeteria.
Era o carro de Castle. Escorada a ele estava a
inglesa que conhecera meses atrás. Isso era muito estranho, não? Era um caso
clássico de não coincidência. Então, Castle saiu da cafeteria trazendo dois
copos de café. Entrou um deles a Hayley sorrindo. Ela retribuiu o sorriso e
tocou os copos dos dois simulando um brinde. Conversavam alegremente caminhando
até o carro. Castle ao volante, ela de passageiro.
A imagem arrasou o coração de Beckett. Aquele
podia ser o seu café. Era o ritual sagrado deles. Por que ele estava fazendo
isso com outra pessoa? Respirou fundo
para conseguir se manter controlada. O misto de emoções que sentia era
devastador.
Chegou ao distrito apressada. Não falou com
ninguém. Pegou sua caneca encheu de café. Estava angustiada, triste. O
acontecimento a fez lembrar o quanto estava com saudades dele. Bebeu um pouco
do liquido quente e jogou o resto na pia com raiva. Não conseguia beber sem
lembrar-se do que vira. Ela retornou a sua sala.
Após longos minutos debatendo sobre o que
deveria fazer, Beckett se permitiu uma boa espiada no site do escritório de PI.
Fazia umas duas semanas que não o visitava. Ao carregar a pagina, ela se
deparou com outra surpresa desagradável que praticamente explicava a cena de
mais cedo. Junto da foto de Alexis como parceira, havia uma foto de Hayley. Na
aba de novidades, estava a noticia. Nova parceira adere ao escritório de Rick
Castle. Não acreditava naquilo. O trabalho de Castle realmente estava rendendo
muitos frutos. Mas contratar outra pessoa, a tal inglesa que chegara a omitir
informações durante seu desaparecimento? Por que?
A informação mexera com os brios de Kate,
enquanto ele trabalhava apenas com a filha, ela encarava aquilo como um negocio
de família, porem a entrada de Hayley mudava tudo. Ele estava substituindo-a.
Trocando de parceira. Como ele pode fazer isso? Dominada pelo ciúme, Kate se
condenou por parecer tão fraca.
Remoeu esse pensamento por boa parte da noite,
exatamente por isso tomou uma decisão emotiva que certamente teria um fim nada
agradável. As nove da manhã, Kate deixava seu apartamento em direção ao
escritório de Rick Castle.
Castle estava ao telefone com um cliente quando
alguém entrara na sua antessala. Alexis estava em seu notebook mostrando
algumas imagens para Hayley discutindo detalhes encontrados. Foi a primeira a
notar a presença de Kate ali. Isso certamente lhe renderia alguns problemas.
- Kate, o que faz aqui? – ela se dirigiu a
madrasta antes que o pai percebesse sua chegada – não é uma boa ideia. Papai
não sabe que venho conversando com você.
- Não se preocupe, não vou mencionar isso. Eu só
preciso falar com ele sobre um assunto especifico – não esperou mais nenhum
segundo entrando na sala dele pisando firme. Castle já havia desligado e
checava uma informação no computador. Ao ver o movimento, ele comentou.
- Farrid ficou muito satisfeito com o resultado
do caso, Alexis. Tanto que já nos indicou um novo cliente. Quero que de esse
para Hayley, afinal foi o olho dela que indicara a ligação que faltava para
solucionarmos o mistério e – ele elevou o olhar deparando-se com ninguém menos
que Kate Beckett, não perdeu a pose – Alexis? Por acaso você solicitou algum
serviço da NYPD? Se sim, poderia atender a capitã do 12th distrito? Tenho uma
conferencia com um cliente em cinco minutos.
Alexis olhava apreensiva para os dois, não
sabia o que fazer. Hayley podia sentir a tensão no ambiente. Isso não
terminaria bem.
- Não estou aqui por causa de Alexis e cinco
minutos é mais do que suficiente para o que tenho a dizer.
- Melhor deixarmos os dois sozinhos, Alexis – Hayley
tinha razão quanto a isso. Saiu arrastando a menina para a saída – não se
preocupem, eles não vão se matar.
- Isso é o que você pensa! Não conhece o ego e
a raiva desses dois – mas não contrariou a sugestão dela. Ao se ver sozinha com
Castle, Beckett colocou toda sua raiva para fora.
- Wow! Os negócios realmente decolaram.
Parabéns, Castle. Se afastar do meu distrito fez muito bem a sua carreira
exceto que isso é apenas uma mentira. Algo que escondeu de mim assim como meus
funcionários. Por que toda essa pose ao me ver? Como se você não viesse usando
os rapazes por dois meses sempre que precisa de informação.
- Hey! Nada de acusações. Não estou usando
ninguém. Ryan e Esposito são meus amigos independente do que tenha acontecido
conosco. Fato que, você já deve ter percebido, eu continuo a negar para não
afetar sua carreira como capitã. Se estão me ajudando, é porque querem.
- Eles ajudam por causa das coisas que podem
obter de você! Ingressos, jantares, eventos. Desde quando isso é amizade
verdadeira?
- Desde sempre, ou você já esqueceu como as
coisas sempre funcionaram entre nos três antes e mesmo depois do nosso casamento?
Não me importo e sabe por que? Porque se eles não quisessem ajudar, eles me
cortariam na primeira oportunidade. Especialmente Esposito.
- Eles te ajudam porque eu ordenei. Usei isso
para manter o disfarce de que ainda estávamos juntos e não deixa-los suspeitando
de algo devido sua ausência no distrito.
- Há! Olhe para você! Oh, sou a capitã Beckett,
todos me obedecem. Só fazem o que eu mando. Ah, faça-me o favor!
- E você? O que tem a me dizer sobre a
contratação de Hayley como parceira em seu escritório? Como pode fazer isso?
Ela quase nos prejudicou naquele caso. Omitiu informações!
- Verdade. Uma pena que não foi a lealdade de
Hayley que estragou aquele caso. Ele foi resolvido, ou pelo menos eu pensei que
sim antes de você cair fora. E para seu conhecimento, ela é uma ótima detetive
com muitas conexões fora da NYPD.
- Como pode fazer isso, Castle? Você.... você me
substituiu, Castle. Eu sou sua parceira. Isso é traição... não podia me excluir
assim – ela segurava-se para não ceder as lagrimas. Castle percebeu o semblante
aflito, a dor, mesmo tocado por um momento tão frágil de Kate, não recuou.
- Você meio que decidiu isso sozinha quando
saiu porta afora, capitã Beckett. E
agora se não tem um caso ou um serviço para mim, gostaria que se retirasse. Eu
tenho clientes para atender.
- Você comprou café para ela...- a afirmação
saiu como um sussurro – esse era o nosso ritual.
Foi uma apunhalada nas costas. Beckett não
conseguia nem começar a imaginar o tamanho da sua dor. Mordendo os lábios para
controlar as emoções e sair inteira daquele lugar, ela deu meia volta. As mãos
foram passadas nervosamente pelo lado do casaco, sem ideia de como lidar com
aquele momento. Apressou o passo para sair dali, sua vontade era de correr.
No escritório, Castle se deixou cair em sua
cadeira. Falando sozinho, ele respondeu.
- Errou, Kate. Hayley toma chá, o café é
somente seu.
Na rua, ela deixou um soluço escapar de seus
lábios. Não podia desmoronar agora. Tinha que reagir a dor pulsante em seu
peito. Ela era uma capitã da NYPD. Tinha um distrito para comandar. Não iria
ceder ao sentimento de derrota que insistia em lhe dominar. Precisava ser
forte. Esfregando os olhos para se livrar das lagrimas, ela tornou a se
recompor. A máscara da responsabilidade estava de volta a sua face e retornando
ao seu ambiente de trabalho, Kate canalizou sua raiva e energia para atazanar a
vida de seus funcionários, dois deles em especial.
Castle tinha o olhar perdido para a janela.
Pedaços de vidro encontravam-se próximos a porta de sua sala. Restos de uma
caneca que fora quebrada assim que Beckett deixou o lugar. Sabia que ela estava
chateada. Não, a palavra correta era possessa. A contratação de Hayley acionara
o ciúme. Como ela soubera da novidade? Bem obvio, não Castle? Ela é da policia,
deve ter checado seu site. Era o único lugar onde a noticia fora divulgada.
Então, ela mantinha um olhar próximo, acompanhava o que andava fazendo.
Interessante.
Nesse instante, Alexis entrara pela porta. Ao
ver os pedaços de vidro, perguntou aflita.
- Pai, o que aconteceu aqui? Você está ferido?
E Beckett?
- Relaxe, Alexis. Ninguém está ferido, ao menos
fisicamente.
- O que ela queria?
- Demonstrar o quão satisfeita ela ficou com a
contratação da nossa nova parceira. O bichinho do ciúme de Beckett se superou
dessa vez.
- Pai... você não disse nada pesado a ela,
disse?
- Apenas a verdade.
- Eu detesto essa teimosia de vocês. Estão
miseráveis separados. Literalmente loucos de saudades um do outro e ao invés de
se acertarem, ficam se degladiando como inimigos. Alguém tem que ceder nessa historia!
- Mesmo? Não fui eu quem foi embora – a menina
suspirou e revirou os olhos – chega desse assunto. Agora venha ate aqui, precisamos
discutir o caso do eletricista. Os rapazes merecem mesmo aqueles ingressos.
O dia foi extremamente longo para Kate Beckett.
Os ponteiros do relógio pareciam se arrastar a passos de cagado. Ela não via a
hora de encerrar o seu expediente e ir para casa se afogar na banheira com uma
garrafa de merlot ao lado. Todo o seu pescoço doía de tanta tensão. O
reencontro e o confronto com Castle fora uma péssima ideia. Além de se magoarem
novamente, trocarem farpas, o que mais a ferira fora a constatação da
indiferença por parte de Castle. Era como se ele tivesse esquecido tudo o que
viveram, toda a sua historia.
Resignada, ela deixou o distrito por volta das
seis indo direto para o seu apartamento. Tirou a roupa jogando-a sobre o chão
da sala. Ligou a torneira da banheira, derramou os sais de banho, pegou a
garrafa de vinho na geladeira e deixou o corpo se afundar nas águas quentes. Tão
logo revivera em sua mente a cena da discussão com Castle, ela se permitiu chorar
abrindo-se para as emoções reprimidas durante todo o dia.
Três dias depois, quando saia do distrito, Ryan
a abordou.
- Ei, Beckett! Posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Castle fechou o caso do eletricista? Ora que
pergunta, ele concluiu porque nos recebemos os ingressos. O que quero saber é
se ele ficou empolgado com a pista?
- Você conhece Castle. É claro que sim, ficou
agitado e falante. Mas jamais assumiria ou diria isso a vocês. Conhecem bem o
ego dele. Independente da pista ter sido
o fato principal para fechar o caso, ele nem em sonho atribuiria a vitoria a
vocês. Dirá sempre que sua teoria e inteligência foram primordiais para o
sucesso. Aliás, se comentar esse assunto com ele, eu deixo você proibido de
fazer horas extras por um mês.
- Não se preocupe. Meus lábios estão selados.
- Ótimo! Boa noite, Ryan. Lembranças a Jenny.
Um mês depois...
Fora um longo dia de trabalho. Queria relaxar
comendo sorvete e rindo de alguma comédia na TV. Era o seu plano e ele realmente
aconteceu, o resultado, porém fora bem diferente do pretendido.
Naquela noite ao sentar-se em frente a sua
televisão com um pote de sorvete de strawberry cheesecake, Kate deparara-se com
uma nova surpresa. No intervalo do jornal, um pequeno anuncio do próximo
programa de entrevista revelava que ninguém menos que Rick Castle era um dos
entrevistados da noite.
Ela podia ter optado por desligar a TV se
levasse em consideração a ultima discussão que travara com ele, mas a
curiosidade era infinitamente maior.
- Ola, eu sou Sally Fields. Bem-vindo ao
“Tonight is the night”. Hoje
temos um convidado muito especial. Conhecido não apenas por seu charme, ele é
famoso por contar historias como ninguém, mas há muito mais do que um escritor
nele. Criando personagens, ele conquista todo o tipo de admiradores e sua
aliança com a NYPD lhe rendeu outras atribuições. Senhoras e senhores, o mestre
do macabro, Rick Castle.
Ela estava ele com seu charme habitual em
frente as câmeras. Lindo, era tudo o que Beckett conseguia pensar sobre o homem
em sua tela. O sorriso iluminado demonstrava que ele estava muito bem. Não
parecia estar sofrendo ou com problemas, apesar de que a imagem podia ser
apenas um disfarce, não? Ela insistia na ideia para não se perder pensando no
pior.
- Ola, Castle. Sente-se. Então, soube que há
muitas novidades em sua vida. As vezes achava que o trabalho de escritor era
tedioso, sentar-se horas a frente de um computador, pesquisando e criando. No
seu caso isso é bem diferente,não?
- O que posso dizer? Tive sorte.
- E que sorte. Não só faz parte do time da
NYPD, auxiliando-os a resolver crimes como frustrou muitas mulheres solteiras
ao se casar com a detetive Kate Beckett, ou melhor, agora Capitã. Isso
certamente foi uma mudança na vida de vocês, ouvir dizer que abriu seu próprio
escritório investigativo? Como foi isso?
- Trabalhei muitos anos na companhia de
Beckett. Quando ela era detetive, sempre tínhamos casos a resolver nas ruas.
Por alguns percalços, acabei abrindo o escritório que já tem quase um ano e
trabalhava em paralelo com o 12th distrito. Agora com Beckett de capitã, não
temos tanto tempo juntos, existem outras obrigações que impedem que continuemos
investigando juntos. O trabalho de PI é uma forma que encontrei de manter o
lado de detetive vivo.
- E imagino que sua esposa e o pessoal da NYPD
sempre o ajudam?
- Sim, desenvolvi um ótimo relacionamento com
os policiais e detetives. Fiz amigos. Posso contar com suas analises e
sugestões e isso é muito bom.
- E que homem versátil você é, Castle! Além do
casamento, do escritório já soube que tem um novo livro a vista? Teremos outra
aventura de Nikki Heat logo?
- É verdade. Comecei a escrever novamente, mas
dessa vez será um livro mais didático. Com experiências reais de investigação.
Acabei de lançar um novo Nikki a dois meses atrás, então ainda terei alguns
meses para iniciar um nova historia. Esse livro que estou escrevendo contara
minhas aventuras como parceiro e PI da NYPD. Selecionei três casos bem
interessantes. Dois resolvidos ao lado de Beckett e um resolvido pelo meu
escritório onde acabo esbarrando na própria investigação da policia. Claro que
os nomes das vitimas e suspeitos serão trocados assim como existirão
personagens. O leitor ira conhecer John e Vera um casal nada convencional
unidos por um crime.
- Wow parece muito interessante! Mal posso
esperar para comprar. Onde você arranja tanta energia?
- Sabe, Sally essa é uma ótima questão. As
vezes somos surpreendidos com algumas armações da vida que acabam nos dando
oportunidades excelentes. É exatamente nesse momento que eu me encontro. Sou
muito feliz com tudo que aconteceu especialmente nesses últimos três meses
contrariando todas as expectativas – ela percebeu o olhar incisivo para a
câmera. Parecia que estava falando direto para alguém.
- Excelente. E como faz para contatar sua
agencia? Certamente temos telespectadores curiosos para usar seus serviços.
- Vocês podem nos contatar através do nosso
website: www.rickcastlepi.com. Minha filha Alexis é quem faz as
análises prévias e os agendamentos de visita.
- Então, realmente é um negocio de família.
Investigar está no sangue.
- Pode-se dizer que sim.
- Esse foi Rick Castle.
Kate estava chocada. Era como se observasse a
um estranho. Ele estava escrevendo de
novo usando casos da NYPD sem ao menos lhe consultar. O tom da voz dele era
orgulhoso, satisfeito. Reparou que usava a aliança e se comportou como se
estivesse casado. Fachada para manter o marketing? Doía olhar aquela imagem,
vê-lo sorrindo e flertando um pouco com a entrevistadora sabendo que não se
importava com ela. Sentia-se excluída da vida dele. Como tudo isso foi acontecer?
A culpa era inteiramente sua. Fora o caminho
que escolhera. Sair da sua vida para protegê-lo. Infelizmente, o motivo que a
levou a fazer isso parecia ter virado um fantasma. Nenhum prova concreta,
nenhuma movimentação em DC, ou sobre o locktat. Kate começara a achar que
tomara a decisão errada ao arriscar seu casamento, sua vida a dois e a
felicidade por um projeto que a cada dia estava mais perto de naufragar.
Ela foi dormir com o peito apertado. Aos
poucos, vinha descobrindo que o pior dos sentimentos não era a magoa ou a
raiva, Castle estava usando algo muito pior para afeta-la. A indiferença. Pela
primeira vez, ela se viu encarando a possibilidade de que Castle seguira em
frente. O significado disso era bem mais doloroso. Kate se vira sozinha novamente
após sete anos, sentia-se abandonada. Talvez essa seja a sua sina. Viver como
uma solitária dedicando sua vida para fazer justiça.
Uma semana depois...
Beckett acabara de sair do telefone. Não
acreditava no que ouvira. Duas noites cansativas de tanta dedicação seguindo
uma pista que considerara quente, procurando respostas, ligações entre
Washington e Nova York para acabar em mais um beco sem saída. As olheiras
revelavam as noites sem dormir, estava mais magra por não se alimentar. O café
era seu companheiro durante o período que sucumbira a sua obsessão. Tudo por
água abaixo.
Com raiva, triste e frustrada, ela não tinha
mais forças para trabalhar. Tinha que dar um descanso a si mesma. Era o mínimo
diante da exposição que se impusera nas ultimas 48 horas. Pegou o casaco, a
bolsa e fechou sua sala.
- Esposito, preciso resolver um problema
pessoal. Cuide do distrito na minha ausência.
- Espero que esse problema seja recuperar o
sono, você está péssima.
- Quase isso – ela encaminhou-se para o elevador.
Na rua já dirigindo, ela pensava no que poderia fazer. Precisava de uma boa
refeição. Le Cirque. Podia se dar ao
luxo de almoçar um steak suculento ali. Era um dos lugares que mais gostava de
frequentar na companhia de Castle. Trazia boas memórias e talvez funcionasse
como um bálsamo para toda a frustração que a envolvia.
Ao entrar no salão do restaurante, Kate
escolheu o lado oposto de onde geralmente sentava com Castle. Eles tinham uma
espécie de mesa cativa. Um dos garçons a reconheceu.
- Olá, Sra. Castle. Bom vê-la novamente.
Sozinha hoje?
- Sim, um rápido almoço antes de retornar ao
trabalho.
- Deseja um vinho?
- Não, somente um suco de amora hoje. Estou de
serviço. E o prato tradicional da entrada – o garçom se afastou de sua mesa.
Ela analisou o cardápio e escolheu um dos seus pratos favoritos. Era estranho
estar naquele lugar sem Castle. O restaurante era a cara dele. Ainda estava
digerindo as novidades da entrevista que ele dera na semana passada. Foi
difícil responder aos questionamentos de Ryan sem levantar suspeitas.
Felizmente conseguira. Pensara em procura-lo para tirar satisfação sobre a
historia do novo livro. Como representante da NYPD tinha direito e o dever de
saber o que ele estava pretendendo. Contudo, a lembrança amarga de seu ultimo
encontro, a fez recuar.
Dentre todos os pontos negativos que já
vivenciara desde a separação, havia um único positivo que lhe dava esperança. Castle
ainda usava a sua aliança, para ela um sinal de que ainda a amava e levava o
compromisso do casamento a sério.
Sua refeição chegou e com ela, lembranças de um
jantar maravilhoso de dia dos namorados. Suspirou sentindo saudades do toque,
do beijo, do cheiro. Resignada,ela contentou-se em comer.
Terminou a refeição e pediu um café. Dois
expressos depois, ela pagou a conta, deu gorjeta e saiu do restaurante. Ao
invés de voltar correndo para o carro, Kate caminhava distraída pela calçada.
Queria apenas respirar o ar da cidade, ouvir os barulhos característicos de
Manhattan. Observar as pessoas sempre agitadas desafiando o tempo numa dança de
idas e vindas.
Dois quarteirões depois, ela avistou uma
cafeteria. Teve vontade de comer um brownie. Quando ia entrar no local, uma
imagem chamou sua atenção. Em uma mesa de canto, ela avistou Castle e a mesma
entrevistadora do programa de TV. Ela tinha um ipad nas mãos e flertava
descaradamente com ele. Castle sorria, estava muito a vontade e falante. Quando
ele ergueu o copo de café, o olhar de Kate flagrou algo inesperado. Ele não
estava usando a aliança. Logo na sequencia, viu a mulher acaricia-lhe o braço
querendo colocar sua mão sobre a dele.
Beckett sentiu o sangue esvair-se dos lábios.
Estava pálida e precisou se encostar na parede para não perder o equilíbrio.
Não, ele não podia. Oh, Deus! Precisava sair dali, para longe daquela imagem.
Não sabia como reagir ao que presenciara. Será que Castle realmente seguiu em
frente? Seu coração cansara de esperar por ela?
Apressada, ela caminhava até onde havia deixado
o carro. Queria distancia daquilo tudo. Dirigiu inconscientemente até o local
mais importante da cidade para eles. Hyde Park. Sentada em um dos balanços,
Kate viu um flashback de toda a sua vida desde que conhecera Castle. Todos os
momentos importantes compartilhados ali.
Os medos, anseios, a rendição, a celebração de
seu amor, o pedido de casamento, o refugio contra o perigo. Todos os momentos a
dois, passados com Castle. Agora ela estava sozinha. Numa luta que não levava a
nada. As palavras da madrasta de Castle ecoavam em sua mente. Deveria parar de
fugir e voltar para o amor de sua vida? Sua felicidade? Castle ainda a queria
de volta? Deveria esquecê-lo?
Novamente travava uma batalha entre mente e
coração, razão e emoção. Por que para protegê-lo teria que abdicar de sua vida,
de seu amor? Nem dera a chance dele escolher se estava disposto a correr o
risco. Eles sempre enfrentaram problemas juntos. Como um time. Eram parceiros
no crime e na vida. Talvez para as outras pessoas fosse difícil de compreender
a necessidade de ambos em correr perigo. Era parte de seu DNA, de ambos. Por
que teimar em negar o obvio?
Para completar a situação já critica, quando
ela chegou em seu apartamento e ligou a televisão, a imagem que surgiu foi a da
reprise da entrevista de Castle. Ao ver tudo que aquilo bem a sua frente, Kate
visualizou a cena com outros olhos, depois do que presenciara naquela tarde, ela
enxergara mais do que uma simples entrevista, o ciúme começara a correr em suas
veias dando espaço para a raiva.
E se isso fosse apenas o seu sentimento? E se
Castle não ligasse para o que ela pensava? Poderia estar satisfeito seguido em
frente e talvez não quisesse o mesmo que ela? Só havia um único jeito de
descobrir.
Escritório de Rick Castle
Castle acabara de fazer um café especial para celebrar
mais um caso encerrado. Batizara o dele e o de Hayley com whisky. Alexis
recusou a bebida alcoólica.
- Se eu estivesse em casa faria um dos meus
omeletes especiais para você, Hayley. Iria adorar.
- Nem pense em aceitar, a única pessoa que
gosta das misturas dele é ele.
- Alexis fala demais. Muito boa a forma como
você ligou com aquele atendente. Se não tivesse jogado o seu charme, não
teríamos conseguido aquele vídeo da câmera de segurança. O sotaque fez toda a
diferença.
- As vezes um charme não faz mal a ninguém. Por
isso digo a Alexis, nós mulheres temos que usar todas as armas disponíveis.
Podemos conquistar o mundo. Um decote e um olhar podem fazer uma enorme
diferença.
- Acho que já provei desse veneno algumas vezes
– disse Castle – mas nada de ficar mostrando as pernas para qualquer um, eu a
proíbo!
- Rick, você está longe de conseguir controlar
sua filha. Ela não é mais uma garotinha, é uma mulher – a conversa fluiu para
algo bem animado. Era possível ouvir as gargalhadas dos três já no corredor do
prédio.
Kate apareceu na porta do escritório. Na
verdade, estavam trancados lá dentro. Pelas risadas, provavelmente o trabalho
acabara ou estava acontecendo uma festa ali dentro. Tocou a campainha. Uma,
duas, três vezes. Finalmente ouviu o barulho da fechadura.
- Kate? O que está fazendo aqui? – Alexis
examinara a mulher de cima abaixo. Percebera o quanto ela estava mais magra, um
ar cansado. Nunca vira com a aparência tão triste.
- Preciso falar com seu pai – ela foi entrando
sem pedir licença, estava soltando fogo pelas ventas. Hayley e Castle foram surpreendidos pela
presença dela no momento em que Hayley ria de alguma piada do escritor e
tocava-o no peito parecendo bem intima. Ela não se intimidou, na verdade ficou
ainda mais possessa.
- Rick Castle! Que historia é essa de escrever
um livro com os casos reais da NYPD? Você ao menos pediu meu consentimento?
- Olá para você também. Eu entendo pela sua
alegação que viu minha entrevista para Sally. Não estamos trabalhando mais por
hoje, capitã. Pode voltar amanhã para discutirmos o assunto de maneira mais
apropriada.
- Não! Eu quero saber o que você estava
pensando, usar casos reais sem o conhecimento e o acordo com a policia?Pensa
que é invencível? Dono da verdade?
- Eu trabalho com ficção se escutou bem o que
disse a Sally, saberia que preservarei a integridade dos envolvidos.
- Sally, Sally toda essa intimidade? Ah, claro
eu quase esqueci. Ela é sua namoradinha!
- Do que você está falando, Kate? – ele
perguntou. Hayley trocou olhares com Alexis indicando a saída a menina, melhor
sair de fininho antes que essa briga acabasse sobrando para elas.
- Sabe, Castle você não tem como negar. Ninguém
me contou, eu o vi numa cafeteria todo bobo rindo para ela, disse que estava
feliz na entrevista. Eu nunca pensei...
- Nunca pensou em que?
- Que você fosse me trair. Esses três meses
tenho vivido um inferno. Noites mal dormidas, solidão, uma busca infrutífera
por fantasmas. Tudo bem, reconheço que foi minha escolha, minhas decisões. Porém,
em nenhum momento, eu pensei que enquanto eu estivesse lutando para protegê-lo
você fosse seguir em frente. Todas as vezes que eu tentei me aproximar, você me
ignorou. A indiferença dói, Castle. Entendi seu recado. Sabe o que mais dói
nisso tudo? Ver que eu fui a única a manter o nosso compromisso – ela puxou o
cordão com a aliança pendurada.
- Esse é o símbolo que carrego todos os dias
para me lembrar que minha escolha tem um propósito, que abdicar da minha
felicidade não seria em vão. Como acha que me senti ao vê-lo sem a nossa
aliança em seu dedo? – as lágrimas já começavam a cair. Ela passou as mãos pelo
rosto para não se deixar abater pelas emoções. Fora em vão, as palavras que
teimaram em escapar de seus lábios mostraram exatamente o oposto.
- Eu desmoronei. Não me sentia tão mal desde
quando levei aquele tiro. Parabéns, Castle. Se esse era o seu objetivo, você
conseguiu. Estou derrotada pela culpa, pelo medo. E apesar de tudo, desse misto
de emoções que sinto, eu não tenho raiva de você, eu continuo te amando.
Desejando estar ao seu lado, sentir seu cheiro, provar seu beijo, anseio por um
abraço. Tudo o que passei nesses últimos meses serviu para eu entender o quanto
fui burra. Meu maior erro foi supor que poderia enfrentar o perigo sozinha. Sempre
funcionamos melhor juntos, somos parceiros. Eu ignorei algo que nos acompanhou
por sete anos. Não posso voltar no tempo, não posso apagar o sofrimento e a
dor. A única coisa que posso fazer é te pedir perdão.
Ela deu alguns passos para ficar mais próxima a
ele.
- Eu somente quero seu perdão. Vou entender se
não me quiser de volta. E se você está realmente feliz, eu...eu vou ter que
aprender a respeitar isso e seguir a minha vida.
- Pedir perdão. Devo reconhecer que você é
corajosa. Depois de tudo o que me fez passar, da mágoa que me causou você tem a
audácia de invadir meu escritório cheia de razão porque me viu com alguém.
Inferiu na mesma hora que eu a traira. Sequer pensou ou me deu o beneficio da
duvida. Por que sou sempre eu o errado? Aquele que apronta, que trai? Sua
teimosia é tão cega que não consegue ver que nada disso teria acontecido se
tivesse sido completamente honesta comigo.
- Eu já admiti que errei, reconheci minha
burrada.
- Sim, reconheceu. Até quando, Kate? Até a
próxima caçada desvairada pela sua vida? Como posso ter certeza que não vai
omitir informações de mim? As vezes tenho vontade de te esganar. Você me irrita
ao pensar que eu pudesse traí-la. Quem praticou esse ato foi você! Eu não tenho
namorada, estava dando uma entrevista complementar para o jornal. Quer saber
por que estou sem aliança? Porque eu a sujei durante uma investigação – ele
esmurrou a mesa.
- Como você pode duvidar do meu amor?
- Você me ignorou! – ela elevou a voz.
- Depois de toda a dor que você me causou, era
a minha única arma para me blindar, me manter de pé. Adivinha, Kate? Eu também
sei usar uma máscara para me proteger.
Kate ficou olhando seriamente para ele. O
coração pulsava com força em seu peito. O corpo tremia movido pela adrenalina.
Num impulso avançou contra ele agarrando a camisa com as duas mãos trazendo seu
rosto para perto do dela.
- Droga, Rick! O que posso fazer para provar
que eu te amo? Eu te amo e ficar longe de você foi a pior coisa que aconteceu
comigo – ela avançou contra os lábios dele sorvendo-os com sofreguidão. Não
estava interessada em saber o que ele pensaria ou faria. Se ele a expulsasse
dali para sempre, ao menos levaria uma ultima lembrança do que era fazer amor
com ele.
Ela o empurrou levando-o até a sala secreta.
Usando toda a sua força derrubou-o na mesa subindo logo em seguida. Arrancou a
camisa dele fazendo os botões voarem pela sala. Tirou sua própria blusa, o
sutiã jogando-os no chão. Avançou novamente sobre ele. Após um beijo, os lábios
dela exploravam o pescoço, os ombros, o peito. Roçou seus dentes no mamilo dele
arrancando um gemido de Castle. As mãos deslizaram pelo corpo dele até chegar
nas calças. Podia sentir o membro excitado dele crescido sobre o tecido.
Castle viu-se livre das roupas completamente
nu, exposto naquela mesa, ele agarrou-a pela cintura querendo tomar o controle
para si. Mas Kate foi mais rápida. Com o membro nas mãos, ela massageava
instigando-o. O toque das mãos dela fizeram Castle esquecer seu próximo
movimento. Essa mulher o levava a loucura, fazia-o perder os sentidos. Lutando
por dominar o desejo que o consumia, ele a segurou pela cintura e em um rápido
movimento, ele ficou por cima dela.
Ele a manteve contra a mesa segurando os pulsos
dela sobre a cabeça.
- Droga, Kate! Como pode duvidar do meu amor?
Meu amor é eterno, eu disse que nunca sairia do seu lado, que você nunca me
perderia. Eu te amo tanto...
Sorveu a boca da sua mulher com toda a paixão
que podia demonstrar. Ela se rendeu entregando o controle a ele. Sentiu quando
ficara totalmente nua e seu corpo não resistiu ao grito quando ele a
penetrou. A sensação quase trouxera
lagrimas aos seus olhos. Como ansiara por isso. Ela se derretia no calor dos
braços dele. O toque dos dedos, dos lábios, os beijos. Em questão de segundos
eram um só corpo, movimentando-se em sincronia, experimentando prazer.
Ele ergueu-a da mesa, continuavam movendo-se
sentados. Não tinham pressa. A noite era uma criança e tinham três meses para
serem recuperados. Saudade, desejo, delírio e prazer. Tudo o que dois
apaixonados mereciam.
Ela não se lembrava de quantas vezes transaram,
nem quantos orgasmos tivera. Apenas se entregara. Pedira, implorara por mais e
mais. Castle atendeu a tudo movido pelo desejo quase animal e completamente
apaixonado por aquela mulher maravilhosa. Os corpos estremecidos, suados e
satisfeitos. Estava deitada sobre o
corpo dele. A respiração ainda um pouco ofegante. Criando coragem para
levantar-se, Kate remexeu-se o que despertou a atenção de Castle.
- Você não vai a lugar nenhum. Ainda não
terminamos nossa conversa.
- Na verdade, terminamos sim. Estou esperando
para saber se mereço seu perdão. Somente depois da sua resposta que posso ir
embora – ela sentou-se sobre a mesa olhando fixamente para o homem capaz de
fazer sua cabeça girar e seu corpo tremer.
- Deve ter algo errado no contexto dessa frase.
Você quer meu perdão e vai embora? Achei que toda a ideia era perdoar para
ficar.
- Você tem todo o direito de não me querer
depois do que fiz ao nosso casamento. Eu violei as regras, mesmo que tenha sido
por amor, eu não honrei o que prometi. Na alegria e na tristeza.
- Você ainda espera o meu perdão? Essa
demonstração não foi suficiente, Kate?
- Eu não sei. Podia ser apenas sexo, uma
despedida, uma recaída alimentada pelo desejo de me ter para você. Não para
mim. Eu me entreguei de corpo e alma.
- Eu te amo, Kate. Meu perdão é necessário?
Então você o tem. Quero muito voltar ao que tínhamos, trabalhar juntos, qualquer
coisa que você precisar, qualquer mistério desvendaremos juntos. Fizemos isso
durante sete anos. Por que mudar agora?
- Mesmo que isso signifique perder sua vida,
ver seu sangue derramado por minha busca obsessiva? Porque é exatamente isso
que pode acontecer. Se você está ciente e em paz com o fardo que estou
colocando em seus ombros, então que seja assim.
- Sei muito bem onde estava me metendo quando
quis ficar com você. Eu me casei com uma justiceira. Chega ser até poético,
você é quase uma personagem de quadrinhos.
- Eu não errei ao ter vindo invadir seu
escritório enfim. Estamos bem?
- Por que não se veste? Vou responder essa
pergunta com um gesto – ele se levantou vestindo as calças, abotoando a camisa
e ajeitando os cabelos. Ao olhar para ela, sorriu. Kate era rápida quando se
tratava de se vestir – que tal um grande skin latte two-pumps sugarfree
vanilla? Estou com saudades de te oferecer café.
Ela se aproximou dele beijando-o
apaixonadamente. Entrelaçando seus dedos nos dele, ela manteve o olhar de
admiração naquele rosto tão familiar, nos gentis olhos azuis. Caminhando até a
porta, ela voltou a falar.
- Agora que já estamos bem, você vai me contar
direitinho o que pretende nesse seu livro com casos reais da NYPD. Não vai se
safar tão fácil sem a minha aprovação.
- Pensei que já a tivesse. Hum, terei que
repensar na minha performance na cama. Mas você quer falar do livro ou da minha
suposta namorada, senhora “eu morro de ciúmes do meu marido”?
- Eu nunca disse que morro de ciúmes por você.
- Nem precisava, se Sally tivesse aqui você
arrancaria a cabeça dela de uma única vez, isso se não a fizesse queimar somente
com o poder do seu olhar.
- Não faria nada disso!
- Você não viu as faíscas que saiam do seu
olhar quando entrou aqui – eles já estavam na porta da cafeteria, Castle tinha
um sorriso maroto nos lábios. Sentira falta de irrita-la – ah, quase me
esqueci. Aqui está o recibo eletrônico da aliança – ele mostrou no celular –
tenho que pega-la amanhã. E mesmo não gostando de Sally, ela soube reconhecer
que você era uma mulher de sorte. Pode perguntar a ela na sua entrevista.
- Entrevista? – Kate franziu a testa.
- Ela tinha me pedido para entrevista-la, mas
aleguei que talvez fosse difícil devido a sua rotina. Não queria revelar que
estávamos separados. Pensando melhor, esqueça. Não quero vê-la acusada de tentativa
de homicídio – ele a lançou um olhar debochado - Afinal, passamos três meses separados
por conta de um mistério em torno de uma palavra locktat. Pelo menos descobriu
alguma coisa?
- Nada. Simplesmente nada. Todas as pistas me
levaram a vários becos sem saída, passei três meses vivendo em frustração.
- Eu sei. Obtive os mesmos resultados nas
minhas pesquisas. Parece que estamos fuçando em uma terra inexistente, uma
cidade fantasma.
- Você estava investigando por conta própria?
Arriscando ser morto? Depois de eu ter me sacrificado para mante-lo em
segurança? Como pode fazer isso?
- Você realmente acreditou que eu não ia atrás?
Eu, a pessoa mais curiosa que você conhece, que se mete onde não deve. Será que
devo lembra-la do caso da sua mãe?
- Deveria ter desconfiado. Você é impossível!
- Admita, você ama esse meu jeito, Kate...
- Rick Castle, cala a boca e me beije! – ele a
puxou pela cintura sorvendo os lábios intensamente ao entrarem na cafeteria.
Tudo estava bem novamente. Lar é onde seu
coração está. Kate Beckett estava de volta a sua casa. E Dorothy estava certa,
não há lugar como a nossa casa.
The End
5 comentários:
Amei. Grande Castle, mostrando como é que negócio funciona. Partiu meu coração vê o sofrimento da Beckett,mas ela tem que aprender (na alegria e na tristeza) e no final muito, muito love.
Eu amei esse ciumes da Beckett e essa reconciliação senhor, doeu um pouquinho esse sofrimento da kate mas vamos dizer que é errando que se aprende né mesmo? Essa indiferença do castle foi o que me deixou com a vontade de ler ainda mais rápido, amei! =)
Ameiiii sua fic, queria q acontecesse assim na série p kate aprender a lição,
mas pelo q vi na promo, ele voltará a ser o castle das primeiras temporadas e ficará atrás dela!!!
Parabéns, sua fic está escelente. Manda u historia para os escritores da serie, eles estão precisando de ideias. Visto estarem a estragar a serie e a imagem e Kate e Rick
Não havia lido essa sua fic!! Maravilhosa e o final então foi de infartar(en,agora não importa erros de ortografia)!! Uma pena que nada disso aconteceu, e para nós só sobrou a tristeza. Beijos querida.
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