Nota da Autora: Prontas para mais um capitulo? Esse ficou grandinho, mas nao se acostumem! O tempo para escrever diminuiu. A situação continua tensa, mas adicionei um momento de sexo para vocês, but....o angst continua nesse, no próximo...e no próximo, quem sabe quando pode parar? Afinal, a S4 esta batendo na porta... tudo uma questão psicológica! Estamos nos aproximando do episodio mais complicado para o nosso casal.... preparem-se! Enjoy!
Atenção...NC17!
Cap.38
Apesar do
clima tenso que Kate vivera durante a tarde de sábado, a noite ao lado de
Castle mostrou-se bem satisfatória. Ela conseguiu relaxar, aproveitar a
companhia, a boa comida e o vinho. Foram duas garrafas embora quando ela
percebeu que a ideia de Dana podia ser muito interessante. Não sabia dizer se
foi devido a bebida, mas Kate escolheu aquele momento para namorar e tentar
fazer as pazes com Castle antes de enfrenta-lo numa discussão pesada e dolorosa
para ambos.
Ele não a
enganara quando dissera que o lugar era discreto. As luzes do restaurante eram
mínimas, ficavam quase na penumbra. Castle estava gostando de ver a maneira
como Kate reagia a tudo. Em principio, pensou que ela se aproveitaria da ideia
de jantar para adiar a conversa. Afinal, era uma das características de
Beckett, fugir de assuntos que a obrigassem a revelar como se sentia. Foi assim
quanto a morte de sua mãe, quanto a Royce e para assumir que estava apaixonada
por ele.
Castle já
aprendera que ela funcionava diferente de outras mulheres quando o assunto era
pessoal. Por isso mesmo, decidiu dar a Kate o beneficio da duvida. Desde que
ela cumprisse com sua palavra em um futuro breve, ele estaria disposto a
ouvi-la.
Realmente não
se enganara. A conversa de Dana deveria ter rendido frutos, pois estavam no
meio da sobremesa, entre doces e caricias, quando ela comentou após sentir a
mão dele sobre a parte de baixo de suas costas.
- Castle,
espero que não esteja chateado comigo por causa de... por eu ter me assustado
com seu toque. Não foi de propósito, não tenho medo de você. Nem o rejeitei.
- Eu sei. Não
se trata de rejeição. Você estava apavorada, no limite. Eu não fiquei chateado,
se não quisesse saber de nada ou se não a apoiasse, não estaria aqui.
- Você tem
sido muito paciente comigo. Não tem obrigação quanto a isso. Nem sei como
agradecer.
- Basta
confiar em mim. Só quero ajudar, nunca diga que faço isso por obrigação, faço
porque quero, porque me importo, Kate – ele acariciou o rosto dela beijando-a
em seguida – pensei que não quisesse conversar sobre isso. Não foi você que disse
tratar-se de um assunto intimo?
- Não estou
fazendo isso nesse momento. Estou somente reafirmando para você que não fiz
aquilo por mal. Acho que e importante. A verdade é que eu sou uma pessoa
complicada, Castle. Muitos não me entendem, outros me julgam pelo que sabem ou
ouvem sobre minha reputação como policial e a maioria não se aproximaria de mim
se soubessem quem eu sou como pessoa.
- Mas isso não
se aplica a mim. Eu fui levado ao seu encontro por sua força, pela profissional
incrível que é. Quanto a pessoa me intimidar? Eu continuo aqui, não? – isso a
fez sorrir.
- O que
demonstra que você definitivamente não tem medo do perigo.
- Talvez, ou
não tenho medo de seguir meu coração, Kate.
Ao ouvir essa
ultima frase de Castle, ela sentiu o corpo arrepiar. Estavam pisando em terreno
perigoso. Melhor voltar ao instante onde relaxar era o mais importante.
Acariciando seu peito, ela mordiscou o lóbulo da orelha e pediu.
- Que tal
pedir a conta e encerrarmos essa noite em sua cama?
Castle não
precisou ouvir duas vezes. Gostaria de conversar, mas não negaria o desejo de
Kate. Se isso a fazia feliz, não via porque negar o momento a ela. Fez sinal
para o garçom e pediu a conta, Quinze minutos depois, eles chegavam no loft. Foram
direto para o quarto. A camisa de Castle já tinha a maioria dos botões abertos.
Parados no meio do quarto, ela olhava para ele, uma espécie de avaliação e
realização. Aquele homem estava ali para ela.
- Você pode
tirar meu vestido? – ela pediu virando-se de costas. Castle se aproximou
puxando o fecho para baixo, com um rápido toque nas alças, a peça de roupa caiu
no chão – me toque, quero sentir o seu toque, Castle. Somente o seu, de mais
ninguém – ele a abraçou por trás. Sentir os dedos dele em seu ventre a fez
arrepiar na hora. A sensação dos dedos ágeis e quentes em sua pele era algo que
Kate não conseguia explicar. Mágico. Os lábios dele acariciavam a nuca, o seu
pescoço deslizando pelos ombros.
Por estar de
costas para Castle, ele não podia ver a emoção que a tomava a cada novo toque.
Era uma rendição. Não havia medo ou nervosismo. Eram eles. Como tantas outras
vezes. Quando as mãos de Castle moldaram seus seios perfeitamente, ela gemeu
jogando a cabeça para trás mantendo os olhos fechados. As caricias dele se
intensificavam assim como o movimento dos lábios em seu ombro, sentia as
mordidas mais fortes, sugando-lhe a pele o que provavelmente a renderia marcas.
Não se importava.
Virando-se
finalmente para fita-lo, foi a vez de suas mãos explorarem o peito nu. Ela
admirava os ombros largos, os bíceps fortes. Mas, naquele momento, tudo o que
queria eram seus lábios. Kate os sorveu lentamente, provando, degustando até
que o desejo falou mais alto querendo aprofundar o contato. A urgência
prevaleceu tornando intenso o contato de lábios e línguas. Também sentiu o
membro dele já despontando sobre o tecido da calça. A umidade já tomava conta
de seu centro então por que perder mais tempo?
Ela se afastou
quebrando o beijo arrancando um suspiro frustrado dele que foi recompensado
pelo gesto que fizera a seguir. Kate tirara a calcinha ficando completamente
nua para a apreciação dele. Caminhou sem pressa para a cama onde deitou-se
sobre o colchão de pernas abertas convidando-o para se juntar a ela.
Castle sentiu
o coração disparar. O sangue ferveu diante da imagem. O membro se erguia puro
movido pela adrenalina e o desejo. Livrou-se das calças, do boxer, apoiando o
joelho na cama inclinou-se para beijar-lhe toda a extensão da perna até chegar
em seu lugar mais desejado. Então a provou de uma maneira que a levou a se
contorcer contra o corpo dele. Castle a tratava com carinho, com desejo, queria
proporcionar prazer intenso.
Não demorou
muito para conseguir o que queria. O corpo de Kate começava a se contorcer
dando sinais de que o orgasmo estava próximo. Em um minuto mais, ele gemia
arrebatada pelo prazer. Puxava os cabelos de Castle pedindo que ele continuasse
a fazer aquilo, a lhe deixar nas nuvens. Então sentiu sua pele ser invadida
pelos lábios e a língua dele em sua pele do abdômen até alcançar os seios
devorando-os para manter o orgasmo e a sensação de prazer viva e intensa.
Quando os
lábios encontraram os de Kate, ele a surpreendeu penetrando-a ao mesmo tempo. O
grito o fez sorrir. Aos poucos, ele se movia dentro dela buscando pelo ápice do
prazer. Kate se contorcia com o movimento e o despertar de sensações que
tomavam o seu corpo. Em minutos, eles entregaram-se juntos ao orgasmo intenso
que os fez ultrapassar limites.
Castle
permaneceu dentro dela e sobre seu corpo. Kate não podia reclamar, o calor, o
peso e o cheiro dele eram reconfortantes. Diante do que acontecera naquela
noite, ela esperava nunca mais rejeitar o toque dele. Com uma das mãos livres,
ela acariciou os cabelos de Castle deixando sua mão deslizar gradativamente
pelas costas. Isso o fez virar a cabeça beijando-lhe o ombro. Ergueu-se um
pouco do corpo dela para fita-la. Depois de um beijo carinhoso, ele se afastou
deitando-se ao lado dela. Ouviu Kate reclamar sentindo falta do corpo perto do
seu.
Imediatamente,
ela se aproximou novamente beijando-lhe o peito.
- Hey... vamos
dormir um pouquinho. Depois... – ela não explicou o que viria depois, mas
Castle não se importou. A noite fora tranquila até as cinco da manhã. Separados
no meio da noite, Castle dormia de bruços e ela de barriga para cima.
Remexia-se muito no colchão como se estivesse lutando com algo ou alguém. As
feições demonstravam aflição e medo. De repente, ela acertou Castle com um
murro nas costas sentando-se automaticamente de maneira ofegante. O grito
sufocado não escapou aos ouvidos de Castle.
Ele ergueu-se
rapidamente a tempo de encontrar Kate ofegando e com o olhar fixo apertando os
joelhos com as mãos como se procurasse um porto seguro. Estava claro que
sonhara novamente. Ele aproximou seu corpo envolvendo-a em seus braços. Sentiu
um leve pulo de Kate após o contato. Ainda reflexo do pesadelo, pensou.
Finalmente,
ela virou o rosto para fita-lo. Escorou a testa na dele.
- Aconteceu de
novo...
- Eu sei,
amor. Não pense nisso agora. Apenas relaxe – Castle acariciava as costas dela
vagarosamente para cima e para baixo procurando fazê-la relaxar. Ele a puxou
consigo para deitarem novamente. Kate não dormiu, porém ela conseguiu
acalmar-se com a presença dele. Por volta das sete da manhã, ela decidiu que
precisava de café. Castle a viu caminhar até o banheiro e cinco minutos depois
ela saia do quarto vestindo um robe que trouxeram do hotel em Los Angeles.
Castle
aproveitou que estava sozinho para também usar o banheiro. Vestindo apenas o
boxer, Kate o encontrou lavando o rosto. Ao olhar para ela, se pegou sorrindo.
Trazia nas mãos duas canecas de café. Estendeu uma delas. Castle tinha ainda
cara de sono, afinal depois de todo o exercício de ontem, acordar cedo não
estava em seus planos. Saiu do banheiro encontrando-a sentada na cama
concentrada na bebida.
- Sente-se
aqui do meu lado – ela bateu no colchão – quero que você saboreie esse café
devagar. É uma espécie de pedido de desculpas por tê-lo acordado tão cedo. Sei
o quanto você precisa do seu sono.
- Não é sua
culpa, Kate. Teve outro pesadelo não? – Kate suspirou com a observação. Estava
na hora de começar a se abrir para Castle.
- Sim, um
pouco diferente do primeiro. Nesse eu estava lutando para que você não saísse
machucado, nem eu. Ele praticamente me jogou no chão e... – não completou e nem
precisava, ela estava lutando contra o fato de que mesmo em sonho havia uma
perseguição dura de um inimigo que ela não queria ter conhecido – acho que não
estou sendo clara, eu nem mesmo contei como foi meu primeiro pesadelo a você,
não posso esperar que me entenda.
- E você quer
contar agora? Se sente confortável para fazer isso?
- Preciso fazer
isso para que você me entenda e não pense que estou imaginando coisas ou vendo
o que não existe.
- Kate, eu não
disse que você imaginou, eu....- ela colocou o dedo indicador sobre os lábios
dele.
- Castle, por
favor, dessa vez somente me escute – ele assentiu com a cabeça, tomou mais um
gole de café e fixou o olhar no dela. Um pouco receosa, Kate começou a contar
exatamente como acontecera o primeiro pesadelo. Ele notava em seu semblante as
variações de sentimentos. Ao relatar o tiro, ele sabia que chegara ao ápice do
sonho. Kate ainda se perturbava com a historia. Em seguida, após recuperar o
fôlego, Kate se dedicou a descrever o sonho dessa madrugada. Ao terminar, ela
estava exausta. Reviver tudo o que se passara na frente de Castle vendo suas
próprias reações ao que contava, a deixara arrasada física e psicologicamente.
Parecia que tinha levado uma surra ou carregado dezenas de sacos de cimento.
Ao calar-se,
Kate passou as mãos sobre os cabelos desviando o olhar de Castle. Não sabia a
reação seguinte dele. Provavelmente faria um discurso usando as palavras do
jeito que apenas ele poderia fazer. Só que dessa vez, ela se enganara. A
resposta de Castle não veio por meio de palavras, veio como uma boa dose de
carinho. Ele a puxou contra si em um abraço aconchegante. Beijou-lhe o topo da
cabeça enquanto suas mãos faziam caricias leves nas costas dela.
Ficaram assim
por uns bons minutos. Quando Kate afastou-se do peito dele, usou uma das mãos
para acariciar-lhe o rosto. sentia-se um pouco mais segura para comentar sua
sessão com Dana após ver que Castle não tivera uma reação ruim com a historia
de seus pesadelos.
- Estou com
fome. Que tal comermos algo e eu te conto o que a Dana falou comigo – ela se
levantou estendendo a mão para Castle a acompanhar. Na cozinha, ele não deixou
que ela fosse para o fogão. Colocou para preparar uma nova dose de café e com a
frigideira nas mãos dedicou-se aos ovos com bacon. Ela passava manteiga no pão
para acompanhar os ovos. Em poucos minutos, estavam sentados saboreando a
refeição simples. Após uma nova mordida em seu pão, Kate resolveu falar.
- Dana disse
que tive um ataque de pânico. Ao ver Josh, algo no meu cérebro acionou um
gatilho fazendo com que sentisse todos aqueles sintomas. Achei tudo muito
louco, porque teria tanto medo de Josh a ponto de ficar paralisada e não
conseguir reagir a nada? Foi isso que aconteceu comigo, Castle. Eu fiquei estática,
o medo me dominou. As pernas tremiam, as mãos, meu coração disparara a ponto de
induzir uma taquicardia tão intensa que me deixou sem fôlego. Não sei de onde
tirei forças para entrar naquela loja.
- Tão intenso
assim?
- Foi – ela baixou
a cabeça por um instante voltando a fita-lo - Não consigo entender porque. Como
posso ter medo de um cara como Josh? Deus, Castle! Eu sou uma policial
treinada! Isso não devia acontecer comigo.
- Kate antes
de ser policial, você é uma pessoa, uma mulher. Na minha opinião, você não tem
medo de Josh. Você teme o que ele pode fazer a você. Por que outro motivo se
debateu durante o pesadelo para evitar que ele, você sabe. Esse é o gatilho do
seu medo.
- Eu tenho
medo dele ferir a mim, a você, Alexis. Medo de que essa loucura ultrapasse os
limites que conseguimos combater. Não irei me perdoar se ele fizer mal a você.
- E você acha
que eu ficaria bem se ele a atacasse? Se fizesse algum tipo de mal a você? Caso
não tenha percebido, ambos somos afetados, vitimas de um homem amargurado e
obsecado. Não vou deixar você ser atacada, ferida. Estarei ao seu lado. Não
precisa ficar se escondendo de mim. Guardar suas emoções apenas para si,
somente irá lhe fazer mal. Não há vergonha nenhuma em precisar de alguém, de
apoio, chorar. Você é humana, não uma super heroína. Tem um coração dentro
desse peito, Kate.
- Castle, não é
tão simples assim. Eu sou complicada. A vida adora me testar, me dar
rasteiras...
- Então, por
que não testar a vida também? Encare-a. coloque um sorriso no rosto e desafie-a
mostrando que não se deixara abater pelos tropeços, os problemas. Esfregue sua
felicidade na cara da vida – ela riu do que ele dizia – o que foi? Disse algo
errado?
- Não, pelo
contrario. Você disse tudo certo. Porém é bem mais fácil falar do que fazer. Eu
não sou essa pessoa, Castle. Pelo menos não agora, talvez um dia. Tenho muitos
defeitos especialmente no campo emocional. Isso não se cura da noite para o
dia. Dana comentou que as crises podem acontecer novamente. Ela falou que se
dividisse o que aconteceu com você, as chances de me recuperar seria maior.
- Bom saber. E
como você está se sentindo após contar tudo para mim?
- Melhor – mas
ela se calou logo em seguida. Castle considerou uma resposta digna de Kate
Beckett porque fora sucinta. No entanto, sabia que ela não cederia e nem se
transformaria em outra pessoa do dia para a noite. Ele entendia que havia muito
mais problemas para discutir, muitos outros traumas e sentimentos a explorar.
Infelizmente, ela não estava preparada para isso. Foi retirado do seu momento
de reflexão ao ouvi-la dizer que precisava ir para casa.
- Por que?
Hoje é domingo. Fique por aqui mesmo. Não há motivos para ficar sozinha em seu
apartamento, Kate.
- Tenho coisas
para arrumar, preciso de um tempo para mim.
- Kate, tem
certeza que vai ficar bem sozinha? – esse era o maior medo de Castle, o
isolamento de Kate – pelo menos durma aqui comigo. Faça assim, vá para casa,
organize suas coisas, curta seu espaço e volte para dormir comigo ou me deixe
dormir com você.
- Não hoje,
Castle. Você pode dormir comigo amanhã, por favor. Preciso desse tempo – não
adiantaria insistir, nesse momento a teimosia falaria mais alto. Castle apenas
se levantou da mesa levando os pratos para a pia. De repente, esse ato dele a
deixou insegura – Castle, tudo bem?
- Kate você
está sofrendo de ataque de pânico. Ficar sozinha pode não ser a solução.
- Castle,
ataques de pânico não acontecem em apartamentos fechados. Meu estopim está nas
ruas. Eu vou ficar bem.
- Claro. Faça
isso. Se for o melhor para você... – ela
parou tudo o que fazia para observa-lo. Ficara chateado com a sua necessidade
de se distanciar? Não fizera por mal. A verdade era que Kate considerava que se
abrira demais nesse momento, também se sentia frágil. Queria recuperar sua força
e não conseguiria fazer isso ao lado dele com todos aqueles mimos que Castle
estava disposto a oferecer.
Podia parecer
pura enganação. O raciocínio de Kate era algo que ela imaginara. Não o que
realmente aquilo tudo significara. Não era longe de Castle que ela iria se
sentir melhor. Mas estava disposta a deixar a sua teimosia lhe vencer. Havia
outra duvida martelando na sua cabeça. Depois que contara tudo, Castle
acreditara em sua historia? Ainda tinha receio de lhe perguntar.
Ela deixou a
cozinha pensativa. Precisava de um banho e arrumar suas coisas. Ia ficar bem em
casa. Tinha roupas para lavar, contas para organizar e pensamentos para
analisar. No fundo, havia uma necessidade básica em Kate. Provar a si mesma que
estava bem e não dependia de Castle nesse momento.
Quando
reapareceu na sala segurando sua valise e sua bolsa, encontrou Castle sentado
no sofá. Pensou que ele estava jogando, mas o notebook estava sobre a mesa.
Deveria estar pensando em escrever.
- Eu vou indo.
Você pretende trabalhar num domingo?
- Você não me
deu alternativa. Vou desenvolver algumas ideias já que estou sozinho durante o
dia – ela foi até onde ele estava, beijou-o com carinho. Quando já estava na
porta, voltou. Ela resolveu perguntar no impulso.
- Castle, eu
tenho que perguntar. Você acredita em mim? Acredita que vi Josh nas ruas da
cidade? – seu semblante demonstrava apreensão. Existia apenas uma resposta
certa.
- Acredito,
Kate – disse engolindo em seco. Kate não parecia tão confiante na resposta, mas
para o seu próprio bem, ela resolveu acreditar.
- Passo em seu
apartamento para irmos juntos ao trabalho amanhã, Kate.
Quando a porta
fechou atrás de si, Castle deixou-se cair completamente no sofá. Estava diante
da primeira grande crise de seu relacionamento e tinha medo que isso os
afastasse de vez. Não mentira para ela. Realmente queria acreditar que ela vira
Josh, o que o preocupava era o fato dela sequer ter pensado em checar a
informação. Esse deveria ser sua primeira ação como detetive. Não pensar sobre
isso somente significava uma coisa para Castle. Ela realmente fora afetada pela
situação e mesmo que fosse por alguns dias, Kate não era ela mesma.
Castle se
debatia em como lidar com a situação. Forçá-la como Alexis mesmo dissera não
funcionava. Ao tempo dela, Kate acabara revelando o que acontecera. As vezes, ele
queria acreditar que era apenas isso, que colocando o sentimento para fora, ela
iria se recompor e enfrentar tudo com ele ao seu lado, quer dizer, estavam
protegidos pela ordem de restrição.
Cabia a ele
agora decidir se ele faria o papel de detetive, podia consultar o hospital onde
ele trabalhava ou conversar com o seu antigo chefe. Seria simples descobrir o
paradeiro oficial de Josh. O problema era se tinha direito de fazer isso,
teoricamente por ser parte interessada das ameaças do médico e estar amparado
por lei, sim. Mas até onde iria seu limite, ao fazer essa consulta não estaria
ultrapassando uma linha tênue que poderia ameaçar sua parceria e seu
relacionamento com Kate?
Perguntas,
duvidas e ainda nenhuma definição do que pretendia fazer.
Kate aproveitou
seu tempo sozinha naquele domingo para se ocupar com trabalhos domésticos que a
obrigasse a não pensar em toda a situação que vinha vivendo nos últimos dias. Lavou
suas roupas, limpou a casa, arrumou o quarto trocando os lençóis, tudo para se
manter ocupada. Quando não tinha mais o que fazer, ela ficou duas horas de
molho na banheira.
Relaxada, ela
deitou-se em sua cama para se preparar para dormir. A cabeceira da cama estava
o seu caderninho vermelho. Ela o pegou abrindo numa pagina em branco. Com a
caneta na mão, ela se pos a pensar sobre o que queria escrever. De repente, ela
percebeu que a mente sofrera um branco. Não sabia o que colocar no papel.
Depois de conversar com Castle sentia-se melhor, certamente o trouxera
tranquilidade, o pedido de desculpas sincero e sutil também fez bem a ambos.
Mas ainda havia duvidas.
Ao perguntar
se ele acreditava nela, uma nesga de duvida pareceu ficar martelando em sua
mente. Seria fruto de sua imaginação? Ela estaria inventando uma situação que
não existia para simplesmente criar uma desculpa que afetava sua confiança em
Castle? Ela podia estar se sabotando novamente para sentir-se segura? Evitar a
intimidade com ele já que estavam em um relacionamento? Não. Ele falara a
verdade, acreditava nela. Pare de se confundir, dizia a si mesma.
Foi assim que
ela passou algumas horas da noite antes de pegar no sono sem escrever uma linha
sequer no caderno. Apesar da conversa com Castle, extravasar sentimentos não
fora suficiente para evitar que os sonhos ruins retornassem naquela madrugada. Sozinha,
ela não acordou sobressaltada embora estivesse suada e cansada ao travar lutas
por sonhar com ataques de Josh. Definitivamente não fora a melhor das noites.
Quando Castle
apareceu na sua porta faltando uns quinze minutos para as nove, ele foi
recebido por uma Kate já completamente vestida com um iogurte na mão. Mesmo que
ela tentasse disfarçar era obvio o cansaço em seu rosto. Kate tinha colocado até
mais corretivo do que o normal para esconder o efeito das olheiras.
- Como foi sua
noite? Dormiu bem?
- Sim, dentro
do possível.
- Pronta para
ir? Ainda quero tomar um café antes de chegarmos ao distrito – Castle comentou tão
era visível a necessidade dela por café.
- Compramos no
caminho, temos um endereço. Novo caso.
- Espera, não
esqueceu de nada? – Castle perguntou com um sorriso. Ela sabia ao que ele se
referia – não dormiu comigo...- Kate inclinou-se para a frente e beijou-lhe os
lábios.
- Satisfeito?
Agora vamos andando.
Eles passaram
numa cafeteria antes de chegar ao tal apartamento onde ocorrera o assassinato.
Lanie e os rapazes já estavam por lá cobrindo as primeiras pistas e impressões.
Por se tratar de um lugar fechado, Castle imaginou que Beckett estaria
tranquila. Foi o que pareceu logo na sua analise da cena. Porém, quando
Esposito a chamou para averiguar a saída de emergência do prédio que dava para
um beco sujo e bem estranho, Castle reparou a mudança de semblante. A linguagem
corporal demonstrava que ela estava tensa. Não queria ficar muito tempo naquele
espaço. Também notou que uma das mãos tremia quando pegou seu bloco de
anotações para escrever uma informação sobre a arma que lhe fora repassada por
um dos integrantes do time do CSU.
Aproximando-se
dela enquanto voltavam para a cena do crime, percebeu a respiração mais pesada
e irregular. Com todo o cuidado, ele tocou-lhe o braço esquerdo. Felizmente,
ela não pulou dessa vez.
- Você está
bem? Pode continuar?
- Sim, tudo
bem. Só vamos apressar as coisas. Quero voltar logo para o distrito e checar as
informações que recebi. Acredito que esse será um daqueles casos que nada é o
que parece – ela estava a ponto de entrar no apartamento de novo quando Castle
a segurou pela mão impedindo-a.
- Beckett,
respire profundamente e recomponha-se. As pessoas ali dentro podem perceber
qualquer mudança em seu estado – ele acertara em cheio. A detetive precisava
daqueles dez segundos para organizar seus pensamentos e manter sua postura.
Recuperada, voltaram a cena do crime para coletar as ultimas pistas.
A verdade era
que durante o andamento desse caso, Castle pode perceber apesar de menos
intenso, alguns dos sintomas referente a síndrome do pânico em gestos dela. Ele
pesquisara um pouco mais sobre a condição justamente para ficar atento aos
movimentos de Beckett e poder ajuda-la da melhor maneira possível. De volta ao
distrito, ela agia como seu eu natural. A detetive focada em investigar e fazer
justiça, porém era possível perceber momentos de fraqueza especialmente quando
tinha que verificar algo nas ruas.
Beckett tinha
razão quanto ao caso, era daqueles com varias pegadinhas. Por isso mesmo, em um
dos dias de investigação, eles estavam tão focados que não se deram conta do
tempo. Encerraram as atividades já por volta de uma da madrugada. Deixaram o
distrito juntos indo direto para o apartamento dela. Naquela noite que dormira
ao lado de Kate, ele foi testemunha de que ela ainda tinha problemas para
dormir. Seu sono continuava sendo perturbado por pesadelos que misturavam a
presença de Josh e agora o crime que investigavam.
Apesar de não
ter acordado chorando ou gritando, Castle acompanhou toda a angustia e agitação
durante seu sono da madrugada. Já previra que ela estaria exausta pela manhã.
Talvez devesse sugerir que ela tomasse um comprimido para relaxar e ter um sono
tranquilo, mas esse tipo de sugestão era algo capaz de gerar uma discussão
entre eles.
O resultado na
manhã seguinte não fora diferente do que Castle previra. Beckett, porém, fazia
questão de demonstrar que estava tudo bem. Isso com a ajuda de muitos copos de
café. A noite mal dormida lhe rendeu um humor nada agradável e por esse motivo,
ele resolveu não sugerir o lance do comprimido e muito menos comentar sobre o
sono agitado da noite anterior.
Infelizmente,
o episodio durante o sono tornou a se repetir. Castle dormia ao lado dela na
cama com uma das mãos envolvendo sua cintura. Kate estava no estagio de sono
pesado, o que facilitou o próprio descanso dele. Em um dado momento da noite,
os pesadelos voltaram a visita-la. Kate se debatia afastando-se dele e
murmurando palavras como suplicas.
- Por favor,
Castle não... me leva.... não...
Claro que ele
acordou receoso do que deveria fazer. Se a acordasse, poderia evitar mais
sofrimento ou apenas a assustaria? Será que ela descontaria nele?
- Pare,
Josh... está machucando-o....Castle, corre!
Antes que se
decidisse por fazer qualquer coisa, ela sentou-se na cama assustada. Respirava
ofegante. Castle usou uma outra tática. Fingiu estar dormindo para não
constrange-la. Kate se levantou passando as mãos no rosto e seguindo para o
banheiro. De longe, ele pode vê-la lavar o rosto tentando voltar ao estagio
calmo. Fitou sua imagem por longos minutos no espelho antes de voltar para a
cama.
Ele ainda
fingia dormir quando Kate sentou-se a seu lado na cama. Pode ouvir o longo
suspiro antes de sentir os dedos dela acariciarem seus cabelos ficando perdidos
no calor da cabeça. Em seguida, os lábios tocaram seu ombro e Castle pode
sentir a respiração aliviada em sua pele.
- Estou feliz
que está aqui comigo... mesmo dormindo é bom – roçou os lábios no braço dele
antes de voltar a deitar-se dessa vez abraçada ao corpo do homem ao seu lado. O
gesto o fez sorrir remexendo-se propositalmente na cama para aconchegar-se a
ela.
Na manhã
seguinte, enquanto tomavam café Castle se antecipou em questiona-la sobre seu
sono.
- Kate, você
não tem dormido direito. Posso ver as olheiras se destacando em seus olhos.
Continua tendo pesadelos, não?
- Claro que
não, Castle. Estou bem. O cansaço é por causa desse caso. Faz dois dias que
trabalhamos quase quatorze horas. O corpo falha. Espero que consigamos prender
o tal Jackson hoje e arrancar uma confissão. Sei que foi ele quem matou Mary.
- A quem você
quer enganar? Eu estava aqui, dividindo a mesma cama. Sei que teve pesadelos.
Você já pensou em tomar um comprimido para dormir? Isso ajudaria a relaxar e dormir
melhor – ela permaneceu calada por alguns momentos. Será que ele vira sua
agitação?
- Não posso e
não quero tomar nada. Preciso fechar esse caso para que possa descansar de
verdade.
- Ótimo! Se
não quer minha ajuda, entendo. Mas eu sei o que vi.
- Você estava
dormindo!
- Estava? Já
são duas noites, Kate. Até quando você vai lutar contra isso? Aposto que Dana
tem um remédio para ajudar com a sua ansiedade. Por que não pergunta a ela? Vai
lhe fazer bem.
- Não vou
tomar remédio. Apresse-se. Vamos direto para o distrito. Quero encerrar esse
caso.
Ele não
insistiu. De certa forma, dera seu recado e algo lhe dizia que Kate o ouvira.
No caminho para o distrito permaneceu calado, o que passou despercebido para
ela devido a série de telefonemas que recebera com atualizações da
investigação. Enquanto a observava trabalhar, Castle matutava novamente sobre
fazer seu próprio trabalho de detetive e verificar o real paradeiro de Josh de
uma vez. Daí ele esbarrava no fato de agir pelas costas dela. Talvez precisasse
se aconselhar com a única pessoa capaz de enxergar os dois lados da historia.
Após um
interrogatório conturbado, Beckett finalmente arrancou uma confissão do
assassino. Caso encerrado. Esposito levou o responsável para ser fichado
enquanto ela comunicava a família da vitima que estava acabado. Castle sugeriu
um rápido almoço no Remy’s para recuperar as energias perdidas. Ela aceitou,
porém com a condição de serem breves porque tinha um relatório para finalizar.
Castle viu
nisso a oportunidade que procurava para escapar do lado dela e fazer a tal
visita. Por mais que fosse paciente e se importasse com Kate, ele também
precisava de ajuda para lidar com a situação. Deixando-a de volta ao distrito,
ele deu uma desculpa qualquer para sair.
- Enquanto você
se afoga na papelada, vou até o loft ver como esta minha filha. Tem dois dias
que não apareço por lá. Quando terminar você me liga?
- Tudo bem.
Não devo demorar muito. No máximo umas três horas. Pretendo sair no horário,
tomar um belo banho de espuma e cair na cama.
- Se quiser
companhia... – ele sussurrou antes de se levantar de sua cadeira cativa.
- Não, será um
ato solo – ela esboçou um pequeno sorriso no canto dos lábios.
- Humm provocante...
- Mente
poluída. Sai daqui que preciso me concentrar – ele se levantou rindo do jeito
dela.
Castle fora
direto ao endereço que pegara na agenda de Kate. Era a primeira vez que ia ao
consultório de Dana. Não se preocupara em marcar hora, se ela não pudesse
atende-lo, não seria um problema. Estava disposto a esperar. Havia três pessoas
na antesala além da mesa da secretaria. Era um dia bem ocupado, ele pensou.
Usando parte do seu charme, ele abordou a jovem.
- Boa tarde.
Eu preciso de uma hora com a terapeuta. É urgente.
- Sinto muito,
senhor. Hoje a agenda da Dr. Anderson está completa.
- É que, na
verdade, ela me conhece. Eu realmente tenho que falar com Dana. Meu nome é Rick
Castle, soa familiar?
- Não e nem o
seu rosto. você não é paciente dela, certo? Nunca o vi por aqui e já trabalho há
quatro anos com ela. Não posso encaixa-lo hoje, mas se quiser agendo uma
consulta para segunda. Os horários da sexta também já estão preenchidos. Como
disse que se chamava mesmo?
- Rick Castle.
Sou famoso, tem certeza que não ouviu falar de mim?
- Não – disse
a atendente sendo sincera – o horário de três da tarde funciona para o senhor?
- Acho que
você não entendeu. O que tenho para falar com Dana é urgente. Tem que ser hoje.
- O senhor não
me parece estar com problemas. Acredite, eu sei reconhecer uma urgência. Então,
as três da tarde fica bom? – Castle suspirou. Nesse instante, a porta do
consultório de Dana se abre e a terapeuta sai acompanhando um rapaz.
- Até a
próxima semana, David. Pense sobre o que lhe falei – virando-se para o sofá,
uma das pessoas se levantou para ir ao encontro do rapaz. Então só havia mais
dois pacientes. Uma mulher levanta-se quando a secretaria avisa.
- Dr.
Anderson, a senhora Smith quer lhe entregar uns papeis do convenio médico e
falar sobre o novo contrato. Pode atende-la antes da sua próxima paciente?
Maggie pode esperar uns quinze minutos – mas ao invés de responder a
secretaria, a atenção de Dana voltou-se ao homem alto de olhos azuis que
esperava por um momento para falar com ela.
- Castle? O
que faz aqui? – ligeiramente surpresa pela presença do escritor em seu
consultório. Seus pensamentos voltaram-se para a amiga – Kate. Ela está bem?
- É por isso
que estou aqui. Estava tentando explicar para a sua secretaria que preciso
falar com você hoje, mas ela insiste em dizer que não tem vaga. Não me preocupo
em esperar até seu ultimo paciente. É urgente. Kate está bem na medida do
possível. Eu quero conversar com você para ajuda-la, Dana. Ela só tem a nós dois.
- Falta apenas
a Maggie hoje? – ela perguntou a secretaria.
- Sim, mas o
senhor Wilson agendou consulta para as cinco. Deve chegar em meia hora.
- Ligue para o
senhor Wilson e desmarque. Diga que tive uma emergência. Eu sei a importância
do que Castle tem para me falar. Maggie, prometo não demorar com o convenio.
Castle, você pode esperar a consulta de Maggie?
- Claro que
sim, Dana. Espero o tempo que for preciso.
- Obrigada.
Vamos Sra. Smith?
Dana
desapareceu em seu consultório com a mulher. Não se passaram nem dez minutos e
Maggie entrava pela mesma porta. Obviamente, Dana estava fazendo as coisas
serem mais rápidas. Sabendo que ela deveria passar pelo menos mais uma hora com
a paciente, Castle informou a secretaria que ia descer para comprar café.
Ele retornara
da cafeteria uma hora depois. Falava ao celular com a filha avisando que
chegaria tarde em casa. Hoje respeitaria o pedido de Kate para ficar sozinha
mesmo que soubesse que provavelmente a noite teria seu momento dominado por
pesadelos. Esperava ao menos que ela ligasse para avisa-lo que já estava a
caminho de casa. Checou o relógio. Seis da tarde. Não deveria demorar tanto
para redigir um relatório.
A porta do
consultório de Dana se abriu e Maggie saiu sorrindo. Bom saber que alguém
conseguiu sentir-se melhor após conversar com a terapeuta. Ele duvidava que
isso pudesse acontecer na sua vez. Quando ela fez sinal para acompanha-la a sua
sala, o celular de Castle tocou. Era Beckett.
- Oi, Beckett.
- Estou
ligando como pediu já sai do distrito e vou para casa. Nada de se preocupar,
estou muito bem. Aproveite para ficar um tempo com Alexis.
- Certo. Ela
está te mandando um beijo. Tenha uma boa noite de sono, Kate. Qualquer coisa
que precisar me ligue.
- Durma tranquilo,
Castle. Nos vemos amanhã?
- Como sempre
– ele desligou sob o olhar de Dana.
- Ela não sabe
que você está aqui.
- Não. Essa é
uma consulta particular, Dana. Espero sua discrição. Confidencialidade
médico-paciente.
- Tudo bem,
você a tem. Sente-se – Castle obedeceu. Antes de mais nada, ele deu uma boa
olhada no lugar. Percebeu seus livros na estante dela – então, Castle o que os
traz aqui? Tenho certeza que tem relação com a ultima visita de Kate.
- Você lê meus
livros? Não sabia que era fã. Desculpe! Voltando a consulta. Sim, estou aqui
para conversar com você a respeito de Kate. Eu não sei se ela mencionou que fui
eu quem pediu para ela lhe procurar. Não preciso explicar quem é Kate Beckett
para você, sabe de seu problema para se expor. Imaginei que se não era capaz de
me contar exatamente o que havia acontecido, contaria para você. Felizmente ela
me ouviu.
- Sim, ela
veio me ver sábado.
- Pois é, até
conversar com você ela inventara uma historia para mim. Não revelara porque
entrara em pânico e mesmo depois de eu presenciar o efeito de um pesadelo, ela
ainda me cortou contando apenas parte do que acontecera. Por isso pedi para que
viesse aqui. Eu não sei o que você disse a Kate, mas lhe devo primeiramente um
agradecimento. Após conversar com você, ela conseguiu dizer o que acontecera. Ataque
de pânico, algo impensável para alguém como Kate, não?
- Não
realmente. Como você mesmo colocou, eu a conheço há muito tempo e posso dizer
que Kate é uma mulher complicada, que já sofreu muitos traumas na vida. Já
esteve no fundo do poço. Pessoas assim estão mais suscetíveis a problemas e
crises psicológicas. Talvez seja difícil para você entender, mas Kate
desenvolveu um lado obscuro que beira a obsessão por causa do caso de sua mãe.
Ela já escapou do limbo, o sentimento porém continua ali, guardado e pronto
para explodir a qualquer momento. Foi assim que ela lidou com pessoas esses
anos, bloqueando sentimentos que a deixassem feliz e evitando maior
aproximação. Exceto por você, parcialmente ainda – ele a fitava calado, Dana
retomou a conversa - Pelo que você disse, ela lhe explicou o que desencadeou o
pânico.
- Sim, Josh.
- Isso o
preocupa, não? Como ela tem se comportado desde que se abriu para você?
- Tentando se
mostrar forte. Não está sendo bem sucedida. Dana, eu já convivo com Beckett há
três anos. Sei como ela funciona em muitas situações. Ela ainda é um mistério
para mim, é verdade. Especificamente sobre esse assunto, eu já quebrei a cabeça
pensando porque motivo ela se deixou afetar tanto? Kate continua se assustando
em determinados momentos, não como antes, bem menos. Os pesadelos continuam.
Ela insiste em negar, mas eu dormi com ela nas duas ultimas noites e vi sua
agonia. Cheguei a sugerir que ela tomasse comprimidos para dormir, pelo menos
relaxaria.
- E deixe eu
adivinhar, ela se recusou.
- Totalmente.
Mas pedi para que conversasse com você sobre isso, que não descartasse a ideia
de primeira.
- Eu dei essa
sugestão para Kate. Sem sucesso. Posso tentar novamente. Imaginei que os
pesadelos tivessem cessado. Se continuam ainda é possível que ela experimente
outro ataque de pânico.
- Esse é o meu
medo e basicamente porque estou aqui. Tem algumas lacunas nessa historia que
ainda não consegui decifrar. Do meu ponto de vista, um suposto encontro com
Josh não deveria amedronta-la dessa forma. Fico pensando que há outra
explicação para esse pânico. Quer dizer, cheguei a achar que ela se confundira
porque teria tanto medo de Josh se estamos protegidos por lei através de uma
ordem de restrição? Somente após ouvir e ver suas reações nos pesadelos foi que
percebi não ser invenção. Cheguei a pensar que... isso é tão horrível de dizer!
- O que,
Castle? O que você pensou que fosse o ataque de pânico?
- Dana, Kate
Beckett é a melhor detetive da NYPD. Não estou justificando com isso que deve
ser imbatível. Ela tem direito a ser vulnerável como qualquer pessoa. O
problema é que a detetive que conheço lida com fatos. Se ela sofreu o ataque de
pânico por causa de Josh, a primeira coisa que faria era se certificar de que
ele realmente estava na cidade, como precaução. Em nem um momento ela pensou em
ligar para o hospital ou para o chefe dele e perguntar. Eu sou quem está nesse
dilema de ligo ou não ligo.
- Mas você não
acha que isso é resultado do estado emocional dela por conta do pânico.
- Seria
perfeitamente aceitável exceto que ela não está fragilizada ou trancada em casa
lidando com o medo ou o trauma. Beckett voltou ao trabalho, está investigando
homicídios o que demonstra que está ciente de suas habilidades como detetive.
Inclusive fechamos um caso hoje.
- Ela está
tentando voltar a vida normal. Deveria estar feliz por ela.
- Estou,
acredite. Tudo o que quero é vê-la bem. Mas...
- Existe o
pensamento horrível que você não me contou. O que é, Castle? O que é capaz de
colocar um olhar tão amargurado em seu rosto?
- Eu tenho
medo de que o real motivo desse ataque de pânico, o gatilho, não seja Josh. Eu
acho que sou eu, ou melhor, nosso relacionamento.
- Pode
elaborar um pouco mais? – Castle baixou a cabeça por alguns instantes. Passou a
mão no rosto, havia uma tristeza em seu olhar.
- Eu temo que
esse ataque de pânico seja na verdade uma forma que Kate encontrou para sabotar
sua vida novamente. Não estou dizendo que o medo e a condição psicológica não
exista, droga! Eu a vi sofrendo. Antes disso acontecer, nosso relacionamento
estava bem. Estávamos felizes. Mesmo com a morte de Royce, ficamos mais
próximos. Desde Roma para ser exato. Sei que ela continua apaixonada, porém já
passamos por tantas coisas juntos que, na minha opinião, é chegada a hora de
levar a nossa relação ao próximo nível, precisávamos dar o próximo passo. Você
sabe o que isso significa, não? Admitir seus sentimentos, aceitar o que seu
coração está sentindo e dizendo. Kate tem medo disso. Tem sido assim há muito
tempo.
- Você está
falando de amor, Castle?
- Claro que
sim. Eu não preciso esconder isso de você. Eu a amo! Não tenho duvida alguma
disso. Quanto ao sentimento dela? Acredito que ela me ame, talvez não saiba ou
não queira reconhecer. Meu medo é que Kate desista de nós. Como se o pânico
acabasse servindo de pretexto para que ela se afaste de mim. Não quero
sabotagem, eu quero viver a realidade ao lado dela, Dana. Eu não sei o que
fazer, como começar a mostrar isso. Se me declarar, tenho medo que ela se feche
de vez, quando ela estará pronta para ouvir as três palavras mais importantes
de um relacionamento?
- Devo admitir,
Castle. Sua visão de Kate é impressionante. Se não fosse escritor, podia ser
psicólogo sem duvida alguma. Kate é complicada, a vida a tornou assim. Ela está
pronta para ouvir o que sente por ela? Não. Está pronta para admitir o que
sente? Não. Estará um dia? Sim, eu acredito e estou trabalhando nisso. Castle,
você está certo com relação a sabotagem. Mas quero que saiba que ela não faz
por mal. Kate é muito insegura quanto aos seus sentimentos porque ceder a eles
significa perder o controle. E depois da morte da sua mãe, controle foi o que
lhe restou.
- E como devo
agir para ajuda-la? Eu ainda acredito que ela deveria ter checado a historia de
Josh. Posso fazer isso sozinho, claro. Se fizer terei que omitir dela. Não sei
até que ponto isso pode afetar-nos mais a frente.
- Você precisa
apoia-la, ficar ao seu lado e mostrar que ela pode vencer esse medo, essa fase
do pânico. Sei que você está dando
carinhos, continue. Sugira que venha me procurar, mas se quer ter alguma chance
com Kate precisa segurar a urgência de expor seus sentimentos.
- Mas você
concorda comigo então que o motivo do pânico não é Josh?
- Concordo,
mas se eu falasse qualquer outra coisa em relação ao assunto estaria quebrando
o meu sigilo médico-paciente com Kate e não farei isso. O ataque de pânico existiu,
é real. Não o menospreze. O que posso dizer é que qualquer relacionamento deve
ter por base a verdade, mesmo não gostando um pouco de confronto é necessário.
Portanto, meu conselho para você é que questione o motivo pelo qual Kate não
agiu como detetive, porque não foi atrás de confirmar a presença de Josh. Pode
ser um bom começo para vocês vencerem essa crise. Ela ira se reerguer, se você
ajudar.
- Está dizendo
que preciso criar um confronto? Não me entenda mal, eu vou procurar saber de
Josh. Não sei se vou contar a ela, farei pela nossa segurança. Mas brigar?
- Não será uma
briga. Você apenas irá questiona-la sobre o motivo que não a levou a agir
racionalmente. Talvez você se surpreenda com o que pode arrancar de Kate
durante um confronto.
- Eu não sei,
e se ela brigar? Se não quiser mais me ver? Não quero magoa-la.
- E se essa
conversa a fizer demonstrar mais uma parte de seus sentimentos? Mesmo que fique
chateada, meu palpite é que o confronto ajudará Kate a enfrentar o medo e
vencer a crise do pânico. Confie em mim, confie na Kate também. Ela não deixa
transparecer, mas no fundo ela se importa com você.
Ele deixou
escapar um longo suspiro.
- Castle, você
vai conseguir. Já esteve tão longe, olhe para trás, veja o que conseguiu nesses
três anos ao lado dela. Não desista. Em todos os anos que convivo com Kate,
você foi a única pessoa que mexeu com a vida dela no bom sentido. Isso
significa muito.
- Tudo bem.
Não vou desistir, Dana. Obrigado por me ouvir.
- Não foi
nada. Temos um objetivo em comum. Agora posso pedir um favor? Você assina meu
Heat Wave?
- Claro! –
Dana foi ate a estante pegar seu exemplar. Castle puxou a caneta e assinou
sorrindo – então você gosta da historia de Nikki?
- Adoro, você
captou muito bem a minha amiga. Sabe disso, não? – ele sorriu. Levantando-se do
divã, ele se despediu dela rumando para a porta. Quando Castle estava prestes a
sair pela porta principal do consultório, ela falou novamente – Castle, faça
com que ela venha me ver. Posso convencê-las dos remédios, ok? Sem arriscar um
clichê, pode demorar um pouco mais do que você gostaria, mas Kate vai
reconhecer seu amor e se declarar um dia. Pode esperar.
Castle andava
pela calçada rumo a estação de metro um pouco mais leve. Havia um sorriso no
seu rosto e parte do medo que encobria o azul intenso desaparecera. De volta ao
loft, ele decidiu dar um tempo para Kate curtir sozinha o seu momento. Amanhã
será outro dia. Poderiam conversar então.
XXXXXX
Kate cumpriu
exatamente o que pretendia ao chegar em casa naquela noite. Depois de mais de
uma hora de banho de espuma, ela vestiu seu pijama de flanela. Porém, ao invés
de jogar-se na cama, ela se serviu de uma taça de vinho, apoiou-a na mesinha de
centro e sentou-se no sofá acompanhada de seu caderninho vermelho.
Desde que
tivera seu primeiro ataque, ela ainda não tivera a chance de escrever sobre
seus sentimentos quanto ao assunto. Pensava que não conseguiria. Mas ao abrir o
caderno em uma pagina em branco, Kate se viu inspirada por um impulso maior e
meia hora depois ficou surpresa ao ver que escrevera ininterruptamente cinco
paginas inteiras. Sobre o ocorrido, seus sentimentos, seu medo e Castle.
Somente após
esse momento solitário de reflexão, ela fechou o caderno não se preocupando com
as palavras deixadas ali. Se alguém ia ler era Dana, como fora ela quem sugeriu
o objeto e o exercício, não importava muito. Cansada, ela finalmente cedeu
deitando-se na cama. Ao contrario do que pensara, não relaxou o suficiente para
se livrar dos pesadelos. Dessa vez, Josh usara um bisturi para cortar a jugular
de Castle com precisão. Ela acordou ofegante. O coração a mil tamborilando no
peito. Pela primeira vez, Kate se viu compelida a considerar o uso de pílulas
para dormir. Seria mais um dia pesado. Talvez falasse com Dana. Castle não
precisava saber.
Ele chegou ao
12th quase nove da manhã. Beckett já estava na sua mesa. Sorriu ao ver o café
que ele trazia nas mãos. Aparentemente, as coisas estavam calmas no distrito.
- Bom dia,
detetive. Descansou?
- Ah, sim. O
banho de espuma certamente cumpriu seu papel – com o olhar comprido ela
desejava o copo de café que Castle ainda segurava – por acaso esse café é para
mim?
- Para quem
mais seria? Aliás, parece que está precisando. Tiro por suas olheiras que não
dormiu a noite inteira.
- Claro que
dormir – mas o tom da sua voz não foi muito convincente.
- Se é assim,
sugiro comprar outra marca de corretivo porque com esse está tornando visível
as marcas de uma noite mal dormida.
- Desde quando
você entende de maquiagem?
- Desde nunca,
mas entendo você. Teve pesadelos de novo? – ela negou.
- Nada de
pesadelos.
- Melhor não pensarmos
nisso agora, aqui não é o lugar nem o momento para discutir esse assunto. Tem
algum morto para nós? Um novo caso lhe faria bem – ele podia ver que estava
mentindo. Kate estava sorvendo o café, não parecia estar interessada em ter um
novo homicídio.
- A cidade está
tranquila, por hora – o capitão chamou por ela. Castle ficou sentado em sua
cadeira. Se não fosse um caso, talvez fosse melhor inventar uma desculpa
qualquer para deixa-la sozinha. Tinha algumas coisas por checar. Ela retornou
avisando que Montgomery pediu para que ela fosse ao tribunal auxiliar a
promotoria em um dos homicídios que trabalhara a meses atrás – aproveite para
tirar o dia de folga.
- Tudo bem.
Nos vemos hoje a noite? No loft?
- Posso passar
por lá, mas não vou ficar para dormir – ele não ia pressiona-la
antecipadamente, no momento certo, ele saberia o que fazer.
- Um jantar.
Faço um carbonara para você. Está precisando de uma comida reconfortante. Temos
um encontro?
- É um
encontro – ela resolveu ceder temendo que causasse outra impressão errada nele
e também como uma forma de cessar as tantas perguntas sobre o modo como ela
estava. Kate Beckett não gostava de sentir-se pressionada.
Kate apareceu
no loft por volta de sete horas da noite. Castle já estava com o molho do
macarrão pronto, o vinho no gelo e a massa esperando apenas que ela chegasse. Tão
logo cruzou a porta, ele a recebeu com uma taça de vinho tinto. O molho do
carbonara cheirava muito por toda a sala. Bebericando a bebida, ela se sentou
no balcão para vê-lo finalizar a massa. Se ofereceria para colocar a mesa, porém
ele já cuidara disso. Após a mistura, Castle salpicou parmesão sem medo sobre a
tigela de macarrão.
Sentados um ao
lado do outro, Castle fez questão de servi-la. Jantaram conversando
animadamente. Ainda podia ver o resquício de cansaço em seu rosto. Ela
realmente estava precisando de uma refeição assim, comida gostosa, gordurosa e
caseira. Castle tinha uma mão muito boa para a cozinha, em especial essa massa.
Terminado o jantar, ele a proibiu de lavar as louças. Ao invés disso,
arrastou-a para a sala com as taças de vinho e a garrafa.
Com o braço ao
redor dos ombros dela, Castle a puxava para acomoda-la próximo ao seu peito.
Ele queria comentar sobre o que discutira com Dana. A presença ou não de Josh
em Manhattan e o porque que Kate não averiguou a historia assim que sofrera o
primeiro ataque de pânico. Era um tópico delicado, não sabia ao certo como
endereça-lo.
Vendo-o tão
pensativo, ela começou a beija-lo enquanto fazia a carinhos em seu rosto e seu
peito. Castle a puxou contra seus braços aproximando-os. Adorava sentir o
cheiro dela junto a si. Nesse instante, a porta do loft se abriu. Alexis
chegava carregando vários livros
- Oi! Estou
morrendo de fome! Não se preocupem comigo, eu me viro.
- Tem
carbonara na panela sobre o fogão.
- Excelente,
tudo o que preciso para essa noite. Energia – ela se serviu rapidamente
colocando o prato para esquentar no microondas. Kate se afastou dele já
pensando que essa seria sua deixa para ir embora. A menina percebeu – por
favor, finjam que não estou aqui porque eu sou praticamente invisível mesmo.
Vou subir porque a noite vai ser longa. Façam o que quiserem na casa.
- Pelo menos
sente-se para jantar direito, filha.
- Não posso,
está vendo essa pilha com dois livros e uma apostila? Tem mais de mil paginas
ai. Preciso ler e escrever um artigo para segunda-feira. Ou seja, tempo é tudo!
Já estou subindo! Aproveitem a noite. Estão liberados – a menina nem deu tempo
para eles retrucarem, com um sorriso simples, Castle tornou a abraça-la.
- Quer levar
essa brincadeira para o quarto?
- Não, Castle.
Eu disse para você que não viria dormir. Foi somente um jantar. Você tinha
razão, estou cansada. Devo ter que escolher um novo corretor para os olhos.
Acho que vou pedir a opinião de Alexis – ele sorriu arrastando-a para o quarto
levando em suas mãos a garrafa de vinho e os copos. Já no quarto, ela acabou
confessando o que antes negara – tudo bem, eu assumo. Eu tive pesadelos.
- O mesmo? –
ele perguntou vendo nessa conversa a oportunidade de questiona-la.
- Uma
variação. A arma dessa vez foi um bisturi. Ele o usou em você.
- Josh?
- Sim, foi
horrível. Fui pega de surpresa, escondi minha arma, lutei com ele para que não
o pegasse, mas do nada, Josh puxa um bisturi, o imobiliza e o que vejo a minha
frente e sua jugular cortada e uma poça de sangue onde você caiu. Deus, Castle
era tanto sangue. Foi aterrorizador. Por que continuo nessa condição? Essa foi
a primeira vez que ele não usou uma arma. Acha que tem alguma explicação lógica
para essa mudança?
Castle
respirou fundo. Ela estava sentada na cama esperando para ouvir sua opinião.
Não podia deixar de questiona-la agora.
- Kate, antes
de seguirmos com essa discussão, eu preciso saber. Tem uma coisa me incomodando
muito. Quando você teve o primeiro episodio, eu vi seu estado e entendi que estava
abalada, fora pega de surpresa. Mas então, os ataques e os pesadelos
continuaram. Faz duas semanas. O que estou querendo dizer é que eu esperava que
passado o primeiro susto, você fosse averiguar a sua suspeita.
- Como assim
averiguar? Está falando se Josh está ou não em Manhattan? – Kate sentiu-se
apunhalada - Você realmente nunca acreditou em mim.
- Claro que
acreditei! O que não consigo entender é porque a detetive tão movida por
evidencias e os fatos, não fez sequer um telefonema para o chefe de Josh não
apenas para verificar, mas para se precaver. Ele é uma ameaça a mim, a você. A
Beckett que conheço teria feito isso na primeira oportunidade. O que aconteceu
com o seu lado de detetive? Você se sentiu tão ameaçada a ponto de esquecer os
passos básicos de segurança? De uma simples investigação?
- Eu não estou
bem, Castle... – ele podia ver no olhar dela como estava encurralada, mesmo
assim não dava o braço a torcer.
- Não, Kate.
Quero saber porque você não procurou saber de Josh, usar a NYPD a seu favor?
Porque a Beckett que eu achei que conhecia faria isso. A não ser que o medo, os
ataques não sejam por causa de Josh. Tem outro motivo? Kate, por que você não
checou se o médico sobre o qual temos uma ordem de restrição podia realmente
ser uma ameaça?
- Por eu não
podia... eu não... ele quer nos matar! A mim e a você – ela falava baixo
evitando o olhar dele. Ser pressionava tinha um peso muito grande em seu modo
de pensar.
- Kate.... as
mortes acontecem nos pesadelos, sonhos ruins. Por que? Apenas seja honesta, por
que? – ele foi incisivo na pergunta. Olhou-a nos olhos segurando o seu braço.
Kate se desvencilhou do aperto.
- São
pesadelos, tive medo....
- Medo de que?
- Medo de que no instante que eu checasse sobre a volta de Josh seria verdade. O pesadelo se tornaria real! Não quero que seja real! – a ultima frase foi dita a plenos pulmões. Fitando-a com pesar e carinho, Castle viu um único sentimento estampado naqueles olhos.
Pavor...
Continua....
4 comentários:
♫ Complicada e perfeitinha, você me apareceu... ♪ ♫ Eita! Kate. Vamos lá mulher, vencer esse medo de amar.
She's compliKATEd euhhuauhauhahuahaa
Eita que mulher complica esta, não? Só um veradeiro amor suporta tanta indecisão. Amor verdadeoro odete dois
Eu não aguento mais essa agonia com minha bicha 😓
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