Nota da Autora: Finalmente novo capítulo. Esse é epi-free. Estão vendo o número? 47. Por esse motivo, decidi fazer algo especial. Fiquem atentas pois alguns acontecimentos aqui serão abordados mais tarde na fic. Dana está de volta...só um pouquinho para a gente rir dessa vez. Sentem-se, relaxem e aproveitem! Ah, o trecho do livro citado "Heat Wave" não foi traduzido por mim e sim pelo grupo de fãs que postou online. Usei-o a título de diversão. Vocês entenderão ao ler a história. Enjoy!
Atenção...NC17!
Cap.47
Chegara atrasada ao 12th, não que
estivesse preocupada com o que sua capitã iria pensar. Longe disso. Beckett
cumprimentou os rapazes e perguntou se já tinham seus relatórios do último
homicídio pronto além dos relatos do assalto ao banco. Bastou olhar para os
dois e entender que a resposta era não. Ela sentou-se de frente para o seu
computador com a intenção de escrever o seu próprio relatório, porém, abriu a
sua gaveta e retirou de lá o caderno azul.
Ao abri-lo em uma nova página branca, as
palavras fluíam. Por meia hora, ela escrevera sobre os últimos acontecimentos e
o que cada momento representou para ela. Kate ficara surpresa com quantas
páginas conseguira escrever. Ao ver Castle se aproximando, ela fechou o caderno
e guardou-o no mesmo lugar. Ele sorria caminhando na direção dela. Oh, Castle
não dê bandeira, por favor... sim, ela pensava enquanto o observava vir ao seu
encontro com dois copos de café.
- Bom dia, detetive. Acho que você deve
estar precisando de um café, não? – estendeu o copo para Beckett que inalou o
aroma antes de beber um pouco – o que aconteceu na minha ausência essa manhã?
Alguém morreu?
- Não, mas foi bom você ter aparecido.
Estamos fazendo o relatório do assalto ao banco e preciso do meu parceiro.
- Beckett, você sabe muito bem que não
faço papelada.
- Sim, eu sei só que nesse caso, você foi
testemunha, portanto preciso de seu depoimento. Você era os meus olhos e
ouvidos lá dentro – ele fez uma careta – nem adianta fugir. Você faz parte do
caso, não vai escapar principalmente porque trata-se de um caso que não é da
nossa jurisdição e eu intercedi por você sem ao menos consultar a minha capitã,
portando é o mínimo que você pode fazer.
- Tem certeza? – ele estava muito
contrariado com a ideia.
- Castle, eu salvei sua vida será que não
pode passar duas horas prestando um depoimento coerente da situação? Lembre-se
que eu ainda não tenho prestigio com a capitã, se ela me punir como vai ficar
sem sua parceira? – dessa vez, fora ele quem fizera o gesto tão característico
de Beckett, revirara os olhos.
- Tudo bem. Quase perco minha vida, ajudo
a resolver o homicídio e ainda sou ameaçado.
- Pense por outro ângulo, se você
cooperar, posso terminar isso mais cedo e podemos ir até o meu apartamento. Comer
alguma coisa, em retribuição ao gesto da nossa parceria.
- Hum, está começando a ficar mais
interessante – o olhar sacana e o sorriso que ele dirigiu a Beckett lhe rendeu
uma resposta nada boa. O olhar fuzilante da detetive.
- Será que não sabe disfarçar? Vamos para
a sala de interrogatório – juntos eles seguiram para Beckett coletar toda a
entrevista em uma gravação para ser anexada ao processo. Duas horas se passaram
até que ela se desse por satisfeita. Depois, voltou para sua mesa e redigiu o
que gostaria de acrescentar. Castle tinha ido pegar mais café para os dois. Ao
retornar, perguntou.
- Você já acabou, Beckett?
- Quase. Você podia ver se os rapazes
terminaram, fazer uma pressão. Quanto mais rápido eles agirem, mais cedo irei
para casa. Se você me entende...
- Absolutamente – ele se distanciou.
Ótimo, agora podia acabar o relatório sossegada. Era óbvio que Castle não
conseguiria arrancar nada dos rapazes, ao menos ele se distraia e a deixava
trabalhar. Meia hora depois, satisfeita, ela salvou o relatório e enfiou para a
capitã. Cansada, ela se levantou da cadeira esticando o corpo. Checou o
relógio. Quase seis da tarde. Estava na hora de ir para casa. Sem um novo
homicídio para investigar, ela podia aproveitar sua noite. Foi quando o seu olhar
bateu no calendário da sua mesa. Era quinta-feira, ela tinha consulta com Dana.
Precisava avisar a terapeuta que não iria naquela noite.
Castle já vinha em sua direção, não queria
que ele ouvisse a conversa com Dana, então pediu mais café a ele. Aproveitando
que saíra de perto, pegou seu celular e ligou para a terapeuta. No terceiro
toque, ela atendeu.
- Oi, Kate. Você está atrasada. Já está a
caminho?
- Na verdade, não. Estou ligando porque
surgiu um imprevisto e não poderei ir hoje.
- Por imprevisto posso entender que você
está me trocando por alguém morto, mais precisamente um corpo morto. Que
triste! Estou sem moral – claro que a terapeuta falava isso da boca para fora,
tinha o maior respeito pelo trabalho da amiga – você sabe que estou implicando
com você.
- Tudo bem, mas dessa vez o encontro não é
com um corpo morto. É com alguém bem vivo... – Kate não pode evitar o riso.
- O que quer dizer com isso? – Dana mudou
o tom de voz brincalhão pra sério - Você tem um encontro?
- Não disse nada.
- Katherine Beckett, o que você está
aprontando? Você vai sair com alguém, mesmo com toda a sua história não
resolvida com Castle? Eu digo que você não pode pensar em seguir em frente
quando está obviamente confusa com tudo isso, como sua terapeuta eu recomendo
fortemente que aborte o seu programa da noite. Ah, Deus! Quando você vai me
escutar? – Kate queria rir, mas a reação da amiga estava muito interessante
para ela estragar revelando o mistério.
- Dana, não voltarei atrás.
- Isso é besteira, Kate. Me escute... não
é justo com Castle. Precisamos conversar sério. Isso é um passo atrás em toda a
sua trajetória até aqui, uma regressão.
- Creio que você terá que esperar até a
terça para saber toda a história e me analisar como tanto gosta. Pelo menos
tive a consideração de ligar.
- Se era para me deixar aflita desse jeito
com essa notícia, era melhor ter ficado quieta. E não vou esperar até terça que
vem, você trate de arranjar um tempo e vir até o meu consultório amanhã. Não é
um pedido, é uma intimação.
- Não adianta falar assim, se eu tiver
tempo, vejo o que posso fazer.
- Aí, eu te odeio por me deixar nessa
agonia!
- Boa noite, Dana – Beckett desligou rindo
sozinha da amiga. As vezes era bom implicar com Dana pelas tantas vezes que já
a deixara confusa e sem uma explicação coerente. Castle voltou com o café. Ela
fora obrigada a tomar a bebida mesmo não estando com vontade.
- Pronta?
- Sim, já mandei o relatório para Gates.
Já posso encerrar o dia.
- Encerrar o dia de trabalho, porque a
noite está apenas começando.
- Com certeza, estou com muita fome.
- Le Cirque? Posso ligar e pedir para
entregar no seu apartamento.
- Sim, é uma boa pedida. Melhor você ir na
frente. Não quero que ninguém nos veja saindo juntos. Espere por mim na
estação.
Castle deixou o distrito enquanto Beckett
ainda disfarçava com os rapazes discutindo pormenores de um outro caso do qual
eles faziam o relatório. Quando considerou que já dera tempo bastante para
cobrir sua história, ela se despediu deles e rumou para a estação. Ele estava
esperando em um café bem próximo. Acenou ao avista-lo fazendo-o ir ao seu
encontro. Pegaram o próximo trem para o apartamento de Beckett. Após cinco
minutos de caminhada, chegaram ao seu destino. Castle checou o relógio.
- Ótimo! Chegamos cedo. Temos pelo menos
duas horas antes da comida estar aqui.
- Você já pediu o nosso jantar? Pensei que
ia fazer isso daqui.
- Sou bastante eficiente e como sou um
cliente assíduo, tenho certos privilégios. Fiz o pedido e agendei a entrega.
Você tem vinho? Porque posso pedir também.
- Eu tenho duas garrafas de vinho tinto.
Não acredito que precisaremos de mais para um jantar – ela abriu a porta do
apartamento – entre, pode ficar à vontade. Eu vou pegar o vinho – Beckett se
dirigiu a cozinha, tirou duas taças do armário e calmamente abriu a garrafa que
tinha na geladeira. Com os dois copos na mão, retornou à sala para encontra-lo
somente de boxer no sofá dela – Castle, o que é isso?
- Você disse para ficar à vontade. Sou bem
mandado – ela gargalhou entregando o copo de vinho a ele.
- Você é muito cheio de graça, isso sim!
Mas já que estamos aqui e você já fez metade do serviço... – ela tomou um gole
do vinho e tirou a blusa expondo o sutiã. Castle já desabotoava a calça que ela
vestia fazendo a peça deslizar pelas longas pernas. Ele a puxou em sua direção.
Seu rosto estava na altura perfeita, com os seios esperando por seu toque. Ele
deixou as mãos passearem pelo corpo esbelto até alcançarem o fecho do sutiã, liberando-o
facilmente. Os polegares circularam a curvatura deles antes de abrir espaço
para os lábios. O primeiro toque da boca contra a pele a fez arrepiar. As mãos
de Kate perderam-se nos cabelos dele como uma espécie de incentivo. Dali em
diante, apenas desejo os movia.
Não tinham nenhuma objeção contra o lugar
ou a hora que faziam amor. Era sempre bom e sempre que tinham vontade. A
primeira vez foi no sofá, a segunda na cama de Kate. Completamente relaxados, eles
estavam bem aconchegados nos braços um do outro quando o interfone tocou.
- Acho que a nossa comida chegou...
precisamos estar decentemente vestidos para receber o entregador. Vou atender e
você vai se vestindo para abrir a porta.
- Esse seu lado romântico me fascina...
sempre mandona!
- Não reclama, você gosta, além do mais
isso não é um romance, estou usando você. Esqueceu que somos parceiros com
benefícios? – Castle fingiu ter sido atingido por uma bala no coração.
- Ouch! Isso foi muito baixo, até para
você, detetive – ela sorriu jogando-se na direção dele tascando um beijo
ardente já provocando-o. Ao se afastar, Castle falou – seu interfone não parou
de tocar, melhor atender ou não iremos comer – ela mordiscou o queixo dele para
então atender ao chamado. Ele se vestia como podia. Desligou.
- É a nossa comida. Você pode atender a
porta enquanto me visto. Logo estarei na cozinha para ajudá-lo.
Castle desceu, atendeu a porta e após
pagar o entregador, levou as comidas para a cozinha. Beckett apareceu logo em
seguida vestindo um roupão de seda. Os cabelos presos em um coque. Arrumou o
jantar sobre a mesa, pegou a garrafa de vinho, os copos que haviam ficado na
mesinha em frente ao sofá e finalmente sentaram-se lado a lado na mesa.
Jantaram e conversaram, os momentos que passavam juntos eram realmente
prazerosos. Era algo natural ter Castle por perto, apesar de não virem tanto ao
seu apartamento, mesmo quando antes estavam namorando de verdade, era uma
sensação confortável tê-lo em sua casa. Andando pelos cômodos.
Após o jantar, ele voltou para o sofá e
ligou a televisão. Ela juntou-se ao seu lado acomodando as pernas sobre seu
colo, mas Castle logo a fez mudar de posição querendo sentir o calor de seu
corpo deitando-a em seu colo. Desfez o coque para que pudesse acariciar os
cabelos dela. Vez ou outra inclinava-se para beija-la enquanto viam um episódio
antigo de Law & Order: SVU. Ela tomou o controle remoto das mãos dele,
mudou o canal para o jornal local.
- Por que você fez isso? O episódio estava
tão interessante...
- Castle, não acha que já chega de
investigação e assassinatos? Trabalho com isso e 24 horas é tempo demais.
- Falou a minha fã número 1 que lê livros
de mistério nas horas vagas. Por acaso não vai aparecer mortes no jornal
também?
- Vai, além de outras notícias – ele a
olhou meio que analisando o jeito dela.
- Você não está com ciúmes por que estou
admirando o trabalho da detetive Benson, está?
- Deixa de ser bobo, Castle! – não ia
deixar barato - Você ficaria com ciúmes se eu lesse os livros de Patterson?
- Claro que sim, você mesma disse que era
a garota de um escritor só, no caso, eu. Você não anda lendo as aventuras de
Alex Cross, certo? Por favor, Kate. Diga que não – o semblante dele estava
sério. Kate sorriu.
- Para sua informação, eu não gosto do
Alex. Mil vezes o Derrick Storm... claro que a Nikki é bem melhor que ele, mas
isso é meio óbvio.
- Para quem detestou o nome que escolhi
para a minha personagem, você mudou muito Kate Beckett.
- O que posso dizer? Ela é uma excelente
detetive, badass e sabe por seu homem no devido lugar.
- Olha para você, se vendo em seu alter
ego... – Kate ficou vermelha – e ainda está vermelha. Taí algo que não se vê
todo dia, Beckett inflando seu ego, orgulhosa e envergonhada. Fica ainda mais
linda, detetive – ele inclinou-se para beija-la. Depois de um longo e
apaixonado beijo, ele afastou-a de seu colo e levantou-se checando o relógio –
melhor eu ir andando, já passa da meia-noite – Kate sentou-se ereta
abruptamente. A ideia dele ir embora não passara pela sua cabeça.
- Castle, já está tarde. Pensei que ia
dormir aqui.
- Dormir aqui? – ele gostou da reação que
viu estampada em seu rosto, não pretendia ficar e ainda assim para alguém que
não quer estar em um relacionamento, ela parecia querer ceder a certas coisas
muito rápido – pensei que éramos apenas parceiros com benefícios, quer dizer, se
eu dormir aqui não seria algo que pessoas fazem em um relacionamento? Pensei
que queria manter a nossa individualidade.
- E quero! – ela tratou de corrigir o que
acabara de demonstrar a ele – eu dormi na sua casa e está muito tarde, você irá
pegar o metro. Não precisa realmente ir, questão de praticidade não tem nada a
ver com relacionamento – ele a viu morder os lábios ansiosa pela resposta.
- Tudo bem, posso tomar um banho antes de
dormir então?
- Claro! Vem comigo – ela sorria aliviada.
Juntos foram para o quarto. Eles dormiram e acordaram muito bem no dia
seguinte. Foi a vez de Kate preparar o café que tomaram juntos na mesa. Ela
pediu para pararem numa cafeteria de qualquer forma para comprarem um café decente
já que ela não tinha uma máquina de expresso como ele em casa. Separaram-se por
cerca de quinze minutos antes dele aparecer no distrito com o café. Na verdade,
o mesmo que comprara antes. O copo dela já estava pela metade, mas ninguém
precisava saber disso. Não estavam nem vinte minutos no 12th quando o telefone
de Beckett toca indicando que tinham um novo homicídio.
O caso era um daqueles simples. Bastava
fazer todo o trabalho de pesquisa, checar a vida da vítima, seus
relacionamentos. Entrevistar alguns conhecidos e suspeitos. Era trabalho para
dois dias que foi exatamente o tempo que eles demoraram para fechar o caso e
prender o assassino.
Ao se preparar para arquivar o caso, mesmo
sendo um sábado, Beckett reparou que haviam cinco chamadas em seu celular.
Dana. Ela sorriu. Devia estar se batendo para saber notícias dela. Sabia que
deveria ver a amiga, grande parte do que estava acontecendo em sua vida era por
causa dela. Castle se aproximou com a caneca dela novamente cheia de café.
- Tem certeza que quer ficar aqui
preenchendo papelada? Em pleno sábado? Devia deixar para a segunda, você sequer
estava de plantão hoje, solucionou um homicídio, pode se dar esse pequeno luxo,
Beckett.
- Sabe, você até tem razão no que falou,
mas conhece uma frase que diz “não deixe para amanhã o que você pode fazer
hoje?”, então, estou me baseando nela – ela suspirou, tomou um pouco do café –
tudo bem, Castle. Pode ir para casa. Vá escrever, jogar videogame, sair com sua
filha, qualquer coisa que não seja ficar me perturbando enquanto tenho esses
papéis todos para rever e arquivar.
- Nossa! Você está me expulsando daqui?
Podia ser um pouco mais sutil se não quisesse minha companhia. Bem diferente do
que você fez na quinta... pensei que poderíamos aproveitar o resto do fim de
semana.
- Castle, o que aconteceu com aquele
discurso de individualidade? – ela o fitava de braços cruzados. O olhar
característico de Beckett. Talvez ela tivesse razão, se continuasse insistindo
para passarem muito tempo juntos, ela poderia mudar de ideia quanto a parceria.
Kate não gostava de ser pressionada.
- Certo. Bem lembrado! Acho que vou passar
na loja de eletrônicos, comprar um jogo novo e me divertir. Será bem melhor que
essa sua “brincadeira” – pegou o casaco, vestiu-o e sorriu – boa sorte,
detetive e aproveite o resto do seu fim de semana.
- Você também. Vejo você na segunda-feira?
- Claro. Até mais, detetive.
Ela terminou de redigir o relatório.
Olhando para o relógio percebeu que era quase seis da tarde. Por que não
aproveitar um tempo com sua amiga, uma espécie de noite só de garotas? Mas
Beckett sabia que se fosse encontrar com Dana, teria que ser em um lugar
neutro. Obviamente, ela teria muito o que reclamar. Precisavam de privacidade.
Podiam pedir comida, ela levaria o vinho. Seu apartamento podia ser um lugar
para isso. Não ia deixar a amiga no escuro até a terça-feira. Pegando o celular
retornou a última ligação. Assim que ela atendeu, Beckett brincou.
- Por acaso você está passando mal? Está à
beira da morte? Por que todo esse desespero?
- Quase. Você simplesmente ignora minha
consulta, deixa um enigma no ar e quer que eu tenha calma? O que você anda
aprontando? Sinto que meu trabalho está indo por agua abaixo.
- Meu Deus! Quanto drama! Parece Castle...
de qualquer forma, eu retornei sua ligação para saber se você quer ir até o meu
apartamento, beber vinho, conversar, comer algo...
- Você está me chamando para uma consulta
particular ou irá me torturar com mais enigmas?
- Talvez um pouco dos dois? Vamos, Dana!
Você compra a comida e eu a sobremesa e a bebida. Te vejo em uma hora.
- O que você quer comer?
- Você escolhe...
Satisfeita, ela decidiu que teria que ser
honesta com a amiga porque tinha certeza que a primeira pergunta de Dana seria
sobre o tal encontro de quinta-feira. Não sossegaria enquanto não soubesse a
verdade.
Apartamento de Beckett
Ela estava arrumando a mesa quando Dana
tocou a campainha. Trazia uma sacola de papel com o que parecia ser comida para
um batalhão. Ao ver Kate tão relaxada de jeans e camiseta pensou que deveria
ter feito o mesmo. Então, tratou de ficar descalça para começar.
- Quantas pessoas vão comer aqui, Dana?
Não é uma festa.
- Relaxa, boba. É sushi e sashimi, daremos
conta. Onde quer que coloque, na mesa?
- Sim, melhor. Quer vinho tinto ou branco?
- Tinto, sempre – Kate serviu a ambas e
entregou o copo para a amiga que já tinha distribuído todo o jantar pela mesa.
Ela resolveu pegar seus hashis e as vasilhas japonesas para comerem
apropriadamente. Antes mesmo dela se sentar à mesa, Dana falou – não pense que
vai me enganar com essa conversa mole de boa anfitriã, servindo vinho, entrando
no clima do jantar japonês. Já aviso que não irá funcionar. Vim aqui
exclusivamente para entender que bicho te mordeu – Kate riu – é sério, Kate!
- Dana, vamos jantar primeiro, depois você
fala o que quiser. Estou com fome. Vamos conversar sobre outras coisas
interessantes. Eu estava trabalhando até agora, em pleno sábado. Por favor...
- Tudo bem, mas não pense que irá escapar.
Teremos nossa conversinha logo. Não saio daqui sem entender que maluquice tomou
conta da sua mente, garota! – novamente Kate riu do jeito da amiga. Sentaram-se
a mesa, uma de frente para a outra e de fato curtiram o jantar, a conversa
fluiu para outra esfera e logo estavam rindo juntas e falando sobre os tópicos
mais diversos possíveis. Dana tinha razão, uma vez que começaram a comer, aos
poucos os sushis e sashimis foram desaparecendo. Quando terminaram, Kate
perguntou se ela queria a sobremesa naquele instante, a resposta fora negativa,
precisava de um tempo antes de cair de cara no doce.
Dana se levantou da mesa enchendo seu copo
e o de Kate novamente com vinho. Sentou-se no sofá calmamente esperando para
Kate se juntar a ela. Após um longo gole da bebida, Dana não se segurou mais.
- Certo, hora da verdade. Kate Beckett, será
que em todos esses meses você não aprendeu nada comigo? Posso recapitular a
possível besteira que você anda fazendo? Você demora meses para engrenar um
relacionamento e se dizer apaixonada. Ai, sofre um atentado, Castle se declara
para você. Após sua cirurgia, se afasta, pede um tempo, retrocede e decide que
não quer mais um relacionamento com ele. Tem ciúmes, se irrita e vive confusa
sobre seus próprios sentimentos e do nada, depois de uma simples ameaça de uma
zinha como aquela Serena, você acha que pode sair por aí em encontros com
outros caras? Quer jogar todo o meu trabalho no lixo? Quando eu penso que você
está finalmente se abrindo para a real possibilidade de aceitar Castle de volta
na sua vida como deveria ser, você resolve dar uma de doida! Sinceramente, Kate
Beckett, não sei o que faço com você, mas me recuso a lista-la como caso
perdido!
Por alguns instantes, Dana calou-se
recuperando o fôlego. Kate olhava-a com uma seriedade que era típica da
detetive. Então caiu na gargalhada. Não conseguia mais manter a pose. Ela sabia
que Dana ia lhe dar um sermão, mas isso? Foi uma verdadeira avalanche!
- Do que está rindo? Não há nada de
engraçado nessa situação... estamos falando de problemas sérios de compromisso,
seu comprometimento em nível pessoal com alguém, Kate. Não é piada... –
frustrada, Dana virou o copo de vinho de uma vez.
- Não deixa de ser engraçado. Você
realmente se preocupa comigo, não? Com a forma que eu conduzo minha vida.
- E como não poderia? Além de sua
terapeuta, sou sua amiga. E pelo que vejo você precisa de bem mais ajuda que eu
imaginava. É péssima em tomada de decisão no âmbito pessoal.
- Será, Dana? Você acredita seriamente
nisso, que não deveria tentar outra vez? Seguir em frente?
- Com um desconhecido? Claro que não! Você
tem problemas para se entender e expressar seus sentimentos com um homem que já
lhe salvou várias vezes da morte, vai namorar um estranho? Por favor, não me
diga que é um médico. Tenho trauma desde sua história maluca com aquele louco
do Josh.
- Não. Nada de médico. Ele é do ramo de
investigação.
- Ah, não! Alguém da NYPD? Não faça isso.
Negócios e prazer são relações complicadas.
- Dana, você realmente não tem um pouco de
fé em mim? Acha que eu não escuto seus conselhos? Preste muita atenção no que
irei lhe dizer agora.
- Sim, pode falar sobre sua nova paixonite
– ela revirou os olhos.
- Lembra do caso do banco, que saiu na
primeira página do jornal?
- Sim. Você ajudou o time e resolveu um
homicídio salvando a vida de um garotinho e sua mãe. O que tem a ver com sua
nova conquista? É alguém da força tarefa?
- Quer deixar eu contar a história e parar
de querer adivinhar? Então, Castle foi um dos reféns dos bandidos. Ele estava
preso no banco. Quando aquela bomba explodiu, eu entrei em choque, em pânico.
Pensei que ele estivesse morto. Eu não sabia o que pensar, se ele realmente
morresse não saberia que eu ouvira suas palavras, eu não saberia dizer se
conseguiria encontrar coragem para compreender meus sentimentos. Foi um momento
angustiante para mim. Ao entrar naquele lugar em meio a destroços da bomba e
encontra-lo bem, os instintos falaram por mim. Fiquei tão feliz que o beijei.
- Você, o que? – a cara de espanto de Dana
era impagável.
- Sim, eu o beijei. No momento, ele apenas
concluiu que estava feliz por ele estar bem e vivo. Após solucionarmos o
assassinato, eu o convidei para beber comigo, ele fez melhor. Levou-me para o
loft, Martha cozinhou para mim em retribuição por ter salvo a vida deles. Nós
conversamos e a verdade é que eu não consigo entender como Castle sabe
exatamente que botões apertar para me fisgar, enrolar, me deixar zonza e
confusa. Eu dormi com ele.
Dana quase derruba a taça de vinho no
chão. Engasgou-se com a bebida e começou a tossir. Kate riu e foi ajudar a
amiga. Sentindo-se melhor, ela pediu para que continuasse a história.
- Depois de dormir com ele, eu surtei.
Tinha sido um erro, me deixei levar pela emoção do momento. Não era para
acontecer. Já tivemos nessa estrada antes, não estou pronta e tenho minhas
prioridades. Então, algo estranho aconteceu. Castle me propôs um acordo
incomum. Parceiros com benefícios. Ele disse que apesar de saber que minha
prioridade era outra, talvez precisasse viver um pouco, relaxar. Momentos
especiais, de prazer. Não sei como ele conseguiu, porém eu me deixei concordar
com as palavras dele. O grande motivo deve-se quem sabe ao fato de eu também
estar pensando muito sobre momentos ultimamente. Culpa sua.
- Parceiros com benefícios. Interessante.
Como você sabe que isso não é, de um jeito ou de outro, um relacionamento? Quer
dizer, o cara é apaixonado por você, faz tudo para estar ao seu lado. Inventa
uma forma de dormir com você - Wow! Castle é meu herói. Brilhante! Pensou Dana.
- Não é um relacionamento. Se fosse, eu
não estaria passando o fim de semana sozinha em meu apartamento. Ambos prezamos
pela nossa individualidade.
- Por ambos você quer dizer apenas você –
isso garota, continue se enganando, a terapeuta pensou, estava adorando isso - Castle
está lhe dando o controle, fingindo através dessa proposta para lhe deixar
segura. Gosto disso. Funciona. Então, para resumir, ele era o seu encontro da
quinta?
- Sim. Fomos curtir um tempo juntos.
- Ótimo! Então, nem tudo está perdido.
Acho que vou precisar daquela sobremesa agora. Minha consulta ainda não acabou,
Kate – ela serviu a amiga de doce e voltaram a sentar-se uma de frente para
outra. Dana aproveitou o tempo que fingia apreciar a sobremesa para pensar. Aos
poucos, Kate cedera aos encantos de Castle. Ele soube lidar com os medos e
paranoias dela muito bem, porém o mais interessante dessa história era ver que
ela começava a demonstrar, mais do que gostaria, seus sentimentos. Será que se
tocara sobre isso?
- Kate, preciso fazer uma pergunta para
você. Quero que pense e seja honesta. Tudo bem?
- Essa é a hora que você vai me pressionar
contra a parede, não?
- Gosto de pessoas inteligentes. Cada um
determina o grau da pressão dependendo de seu desconforto com a situação. Não é
o seu caso. Você tomou a iniciativa de me contar sobre as mudanças em sua vida,
isso mostra que você está disposta a discutir e ouvir o que eu tenho a dizer. A
questão é: você falou que foram curtir um tempo juntos. O que exatamente isso
significou para você?
- Dana, nada mais do que eu disse antes.
Uma noite boa entre parceiros, estava precisando depois de uns dias tensos de
trabalho. O caso do banco foi muito pesado para todos os envolvidos.
- Kate, pare de enrolar. Já entendi que
era uma noite para relaxar. Quero saber o que aconteceu, se em algum momento
vocês ultrapassaram a linha da “parceria com benefícios”, Castle está seguindo
as regras? Afinal, sabemos que ele não é bom nisso e ainda tem o fato super
relevante de que ele a ama – ela viu a amiga suspirar. Havia algo mais.
- Jantamos, conversamos, vimos tv.
- Por que não disse que transaram? Está
estampado em sua cara!
- Tudo bem, transamos. Beijos, amassos,
satisfeita? Castle não violou nenhuma regra. Foi uma noite agradável, simples.
E de manhã seguimos para o distrito. Como disse nenhum ato que mereça análise.
- Há! Você que pensa. Que história é essa
de irem para o distrito de manhã? Ele dormiu no seu apartamento? Como isso
acontece numa relação aberta, isso caracteriza um relacionamento. Foi ideia
dele? E você dizendo que não houve quebra de regras...
- Não. Por que ele dormir no meu
apartamento tem que ser necessariamente um ato de relacionamento? Estava tarde
demais, era prático.
- Oh, entendi! Foi você que sugeriu...
- Sim, mas isso não quer dizer nada demais
– Kate tratou de justificar quase imediatamente.
- Você está outra vez se enganando. Vamos
considerar que realmente foi por praticidade, a noite como um todo foi boa.
- Sim, algo comum, natural.
- Kate, da última vez que você começou
algo com Castle, a situação era praticamente igual a que está vivendo agora.
Com uma diferença, da primeira vez, ele estava se apaixonando e você também.
Agora, ele a ama e você continua apaixonada. A maneira como reagiu ao lance do
banco a fez perceber a importância de Castle na sua vida. Como tudo isso se
encaixa em não ter um relacionamento e não interferir com seus planos, suas,
como você mesmo diz, prioridades? Conseguirá evitar cruzar essa linha tênue
entre a curtição e o relacionamento com tanto sentimento envolvido?
- Eu não esqueci minhas prioridades. Você,
mais que todas as pessoas que conheço, sempre me diz para aproveitar a vida,
fala de momentos. Por que quando eu decido seguir seus conselhos, você teima em
querer algo além do que a situação realmente é?
- Então, você está confortável com os
pequenos momentos e isso não mudará seus planos de caçar os seus inimigos?
- Não.
- Mesmo que esteja a ponto de destruir sua
vida e as chances que ela está lhe oferendo a cada dia. Mesmo que signifique
morrer e deixar Castle sozinho sofrendo?
- Não mudarei meu foco, Dana. Devo isso a
minha mãe.
- Tudo bem, eu só estava checando – no
fundo, Dana conseguia ver que ela acabaria cedendo aquela obsessão, porque
chegaria um momento que se sentiria tão impotente que reconheceria que precisa
seguir em frente. Se desintoxicar e reaprender a viver sem o fantasma do caso
de sua mãe a perseguindo – confesso que estou feliz por você estar se dando
essa chance. Ainda bem que não precisarei te bater, até ensaiei uns golpes.
- Para defender Castle? – ela anuiu – você
realmente torce por ele, não?
- Não, Kate. Eu torço por você, seu
bem-estar, sua felicidade. O que indiretamente nos leva a Castle – ela se
levantou – ótima sessão, detetive – checou o relógio – nossa! Como o tempo voa!
Já são meia-noite! Melhor eu ir andando. E não se preocupe, sou corajosa e não
precisa me pedir para dormir aqui. Vou para casa com segurança.
- Dana! – a terapeuta riu. Kate
acompanhou-a até a porta e agradeceu a companhia. Confirmou que terça estaria
no consultório.
Andando pelas ruas de Nova York em direção
a estação do metrô, Dana pensava no resultado da noite. Sabia que plantara a
sementinha para deixar Kate com pensamentos suficientes a respeito da relação
que estava vivendo com Castle. Parceiros com benefícios! Ela caiu direitinho na
lábia de Castle. Tudo porque inconscientemente não podia negar o que sentia
pelo escritor. Talvez Kate percebesse mais cedo do que pretendia que o amava.
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Dias depois...
Depois de
um caso trabalhoso e longo, Kate estava cansada. Após colocar os arquivos que
necessitaria para finalizar seu relatório sobre sua mesa, comentou.
- Nossa!
Estou cansada, com dor de cabeça. Sei exatamente do que preciso, um bom banho
de espuma, uma taça de vinho e talvez um bom livro como companhia. Uma pena que
você não tenha escrito outro livro depois de Heat Rises...
- Oh,
detetive Beckett! Será que detecto um momento fangirling? Você está dizendo que
sente falta das aventuras de Nikki Heat? Hum... será que devo marcar a data no
meu calendário? Ou uma entrada no diário: Querido diário, hoje Beckett disse
que sente falta dos meus livros.
- Quer
parar? Minha dor de cabeça está aumentando! Melhor eu ir para casa se quiser
ter ainda uma noite descente. Devia fazer o mesmo, Castle.
- Você não
vai cuidar da papelada hoje? Nossa! Deve
estar com muita dor de cabeça! Deixe-me propor o seguinte: se quiser, posso ir até
sua casa ler para você durante o banho, sou excelente em leituras... que acha?
Soa como um momento perfeito para o nosso pequeno arranjo, não? Faz quase duas
semanas que não fazemos nada? - ele fingiu não saber, a verdade? Exatos dez
dias desde a última vez - Posso levar um cheesecake daquela deli do Soho que você
adora...
- Por incrível
que pareça, essa não é mesmo uma má ideia. Especialmente se posso comer
cheesecake. Tudo bem, daqui a uma hora no meu apartamento.
- Ótimo!
Vou providenciar o cheesecake. Te vejo mais tarde - ele desapareceu pelo
corredor rumo ao elevador. Beckett estava arrumando sua mesa, sua noite poderia
ser boa. Não, acreditava que seria excelente.
Uma hora
e meia depois, Castle estava na frente do prédio de Beckett, após falar com o
porteiro, ele liga para o celular dela.
-
Beckett, cadê você? Acabei de ser informado que você não está em casa.
-
Desculpe, você não pode ficar mais chateado que eu. Gates me chamou assim que
você saiu para ajudar um colega detetive do 8th distrito, não podia dizer que
não. Estou saindo agora daqui.
- O que
você quer que eu faça, espere aqui na porta?
- Não,
está vendo esse vaso com a planta do lado do meu apartamento? Tem uma chave
extra que sempre deixo para o meu porteiro. Está debaixo do vaso. Consegue
pega-la?
- Um
minuto... - Castle se abaixa passando a mão no local até sentir a chave. Sim,
encontrara - me explicaram coisa: como uma detetive da NYPD deixa a chave do
seu apartamento tão exposta assim? Ainda mais você com todo o histórico de
atentados. Tem muita coragem, sabia? Como pode confiar em alguém tanto assim? O
que conhece sobre esse cara?
- Detecto
alguma preocupação com a minha vida, Castle? - ela percebeu a besteira que
falara - desculpe, escolha errada de palavras. De qualquer forma, entre e fique
à vontade. Estarei aí em dez minutos.
Kate não
demorou a chegar. Encontrou-o sentado no sofá saboreando um vinho. Reparou que
ele estava com os primeiros botões da camisa abertos e sem sapato. Bem à
vontade, ela pensou. A sacola da deli sobre a mesa e o seu exemplar de Heat
Wave ao lado dele no sofá. Reparou que estava marcado em alguma página
específica.
- Boa
noite, Castle.
- Olá,
detetive. Bem-vinda ao lar! O que você deseja primeiro: sua torta, a leitura ou
o banho de espuma?
-
Definitivamente o banho.
- Já
preparei os sais de banho. Vanilla e cerejas. Tão você. Basta ligar a água
quente e logo a banheira estará cheia - percebendo que ele permanecera sentado
confortavelmente no sofá, ela perguntou.
- Você
não vem?
-
Devo?
- Por que
não? Posso precisar de alguém para esfregar minhas costas ou ler para mim. Não
esqueça o livro - sorrindo, Castle a acompanhou. Kate abriu a torneira e
calmamente começou a despir-se sem se importar com a plateia. Ele sentou na
beira da banheira observando-a entrar na agua e suspirar. Com o corpo esticado
submerso na agua, ela olhou para Castle - você tem algum plano de leitura? O
que está marcado aí?
- Só uma
parte interessante desse livro.
- Página
105? - ela mordiscou o próprio lábio.
- Na
verdade, um pouco antes disso. Minha parte preferida. Margaritas feitas sem
energia.
- Ou uma
excelente preliminar para Nikki e Rook... é, eu sempre gostei mais dessa cena
do que o ato de fazer amor realmente.
- Olha
só, Beckett chamando a primeira vez de Nikki de fazer amor. Cuidado, seu lado romântico
está aflorando, detetive.
- Cala a
boca e leia, Castle - ele obedeceu. A voz melodiosa e sexy do escritor a fez
relaxar e fechar os olhos para absorver a história. A medida que as palavras fluíam,
outro sentimento bem diferente de relaxamento começou a surgir através da sua
pele. O ato de fechar os olhos a levava a imaginar a cena enquanto Castle
descrevia as ações das personagens, exceto que não via Nikki e Rook, sua mente
enxergava eles dois. Ele e ela. A realização disso fez seu corpo arrepiar,
cedia ao momento, enquanto Castle chegava ao clímax da cena.
- E
então, o que começou tão gentilmente tomou vida própria. Eles voaram um para o
outro, colando as bocas abertas, atravessando alguma linha que os desafiava e
eles aceitaram. Eles provaram profundamente e tocaram um ao outro com um
frenesi de desejo acionado por admiração e entusiasmo, os dois liberados enfim
para testar os limites da sua paixão. Uma vela votiva que estava na mesa de
café começou a crepitar e apagou. Nikki se afastou de Rook, separando-se dele e
sentou-se. Peito arfante, encharcada de suor, tanto dele quanto dela, ela olhou
o brilho âmbar da vela se apagar e, quando foi consumida pela escuridão, ela se
levantou. Estendeu sua mão para Rook e ele a pegou, levantando-se para ficar em
pé junto a ela. Uma vela brilhou fortemente e apagou, mas uma ainda estava
acesa. Nikki a pegou e usou para guiá-los até seu quarto.
-
Castle... - a voz era um sussurro sensual - entre aqui... - ele simplesmente
colocou o livro de lado e tirando a roupa juntou-se a ela. O beijo inicial foi
extremamente sensual. As mãos dele se perdiam tocando-lhe a pele. Enquanto os
lábios vagavam pelo colo de Kate, os dedos encontraram o seu centro. Sem
avisar, ele infiltrou-os dentro dela. Kate arqueou o corpo gemendo seu nome.
Ele sabia como excita-la. Não demorou muito para que a explosão do orgasmo a
dominasse. Porém, Castle estava longe de terminar. Puxando-a contra si, ele
usou as mãos deslizando por toda a extensão das costas dela até apertar seu
traseiro. Kate respondeu ao gesto sorvendo seus lábios intensamente sugando,
mordiscando-os, sentia o membro dele totalmente excitado contra seu estomago.
Ela moveu-se procurando sentar-se em seu colo. Deslizou-se sobre o membro
deixando-se preencher completamente. Castle segurava-lhe os cabelos explorando
a região do colo. Inclinou-se para sorver-lhe os seios e nos próximos minutos
eles se perderam um no outro.
Terminado
o ato, ela se aconchegou ao peito dele. A respiração ainda parecia ofegante. A
água começava a esfriar. Beijando-o outra vez, ela o encorajou a sair da
banheira e tomar uma ducha. O novo banho fez bem aos dois que não conseguiam
parar de se tocar, beijar, havia se rendido aos encantos dele mais uma vez.
Devidamente, vestidos eles seguiram de mãos dadas até a cozinha. Castle a
serviu de um pedaço de torta, fazendo o mesmo para si. Sentados à mesa, ela
comenta:
- Você
não vai continuar a leitura, estava tão bom...
- Você
quer que leia sobre a investigação
- Os
momentos tensos, você sabe dramatizar. Deve ser de família - ele riu - por
favor...
- Tudo
bem, vou pegar o livro. Você devia ter me dito isso antes de virmos comer a
torta, tinha trazido comigo - ele levantou-se retornando ao quarto, gostara de
saber que ela estava disposta a passar mais tempo ao lado dele e ao ler podia
encontrar uma forma de falar sobre o seu novo livro, queria a permissão dela
para falar sobre a morte da mãe, apesar de ser uma história bem diferente. Ele
retornou e sentou-se no sofá ao lado dela. Kate se aconchegou em seu peito
colocando as pernas para cima. Ele começou a ler. Foram quase vinte minutos de
leitura, risos, carinhos e alguns comentários sobre o narrador. De repente,
Castle decide que é hora de parar.
- Vamos
deixar o resto da leitura para outro dia. Aproveitando que estamos curtindo
meus livros, eu gostaria de falar com você sobre o plot do meu próximo livro. A
história que estou trabalhando envolve o passado da personagem.
- Você
vai insistir naquela linha de que ela é uma vadia, prostituta ou sei lá o que
sua mente pervertida está maquinando?
- Não, é
sobre o assassinato de sua mãe. Lembra quando disse para mim que Nikki Heat
teria sua história de fundo? Seu drama? É hora de contar essa história.
- E o que
você quer de mim exatamente? - ela virou-se para fita-lo.
- Sua
permissão para tocar no assunto, não escreverei igual, eu criei um outro
universo para isso. Sua mãe não é advogada, não descreverei da mesma forma. Eu
quero que esteja preparada para quando for ler, posso mostrar o que estou
pretendendo...
- E estragar
a surpresa com spoilers? Não. Posso esperar. Não é seu primeiro livro, sei que
vai saber dar o tom certo - na verdade, o fato de ter perguntado antes para ela
significou muito mais do que qualquer história que contasse. Kate ficou tocada
com a atitude de Castle.
- Nossa!
É você mesma, Beckett? Está me elogiando dessa maneira. Fico surpreso e feliz
com o comentário. Prometo que não vai se arrepender de esperar.
- Eu nunca
escondi de você que era fã e sei reconhecer seu talento de escritor.
-
Obrigado. Quer mais alguma coisa? Vou fazer um café, tudo bem?
- Sim, e quero mais um pedaço de
torta.
Por volta de meia-noite, Castle deixou o
apartamento dela. Dessa vez, movida pelas palavras que remoíam em sua mente
devido a conversa com Dana, ela não insistiu para que ficasse. Individualidade,
esse era o segredo da parceria com benefícios.
Continua...
2 comentários:
Amo esse lado "shipper" da Dana. Que bom que a Kate está sedendo aos poucos.
MEU DEUS! SVU ❤ AMO DEMAIS! Miga me passa o link do livro do Castle traduzido por favor.
Eu amo essa história ❤
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