Up In the air
Autora: Karen Jobim
Classificação: NC17 – Romance
Histórias: Parte do projeto – Guilty Pleasures
Quando: S5 – depois de Still
Disclaimer: Castle e Beckett não me pertencem...são da ABC yada yada
yada... conteúdo criado para diversão, todos os direitos da autora reservados!
Castle e Beckett estão namorando. Continuam enfrentando vários bandidos,
colocando criminosos atrás das grades. Após o último momento tenso quando uma
bomba ameaçava a vida de Kate, Castle descobriu que não apenas ganhara o mundo
como tinha a melhor namorada. Kate ainda não agradecera o suficiente por estar
ao lado dela, porém o tempo jogava contra os dois.
Nota da Autora: Quinta história do projeto – Guilty Pleasures.
Finalmente, uma nova sugestão, veio da Lee (Leticia Pedrosa) e eu escrevi essa
ideia. Lugares, lugares... combinam com Castle e Beckett. Esse não poderia ser
diferente... obrigada, Lee! Acho que ambas estávamos com as cabeças nas nuvens
em abril (isso antes das notícias!). E não é a primeira vez que escrevo uma
cena assim...
O próximo desafio de maio. Botem a cabeça para funcionar! Ajudem a
manter a chama viva. Desejo ou fantasia de Castle e Beckett, ok? Lugares... de
preferências lugares públicos ou difíceis (não impossíveis, por favor!),
cenários, roleplay... Que venha Maio!
Lembrem-se é TOP15 a situação tem que ser boa! Deixem as ideias no post
oficial do projeto.
Up In the
Air
Castle e Beckett estão numa boa com sua relação.
Na verdade, para Castle os
últimos acontecimentos demonstraram que eles tinham futuro. Após a ameaça de
bomba que quase tirou Kate de sua vida, eles retornaram a vida normal. Uma
coisa sempre se destacou para o escritor quando pensava sobre seu
relacionamento. Nos momentos mais tensos ou drásticos, eles sempre encontravam
um ao outro. Eram nessas horas que a importância de seus sentimentos vinha à
tona, falava mais alto.
Daquela vez não fora
diferente. Apenas significara o mundo para ele. Castle ainda se lembrava da
cena com carinho. O policial responsável pedira para que evacuassem o prédio.
Ele fora o último, não queria deixá–la. Kate olhou para ele, os olhos cheios de
lágrimas e disse as palavras que ele ansiava ouvir há algum tempo. E disse
chamando-o pelo primeiro nome, o que tornava tudo ainda mais especial.
– Rick...I love You
– Rick...I love You
É claro que respondera e
naquele instante decidira que não poderia abandoná-la. Não o fez. E graças ao
que faziam de melhor, investigar crimes juntos, eles conseguiram desarmar a
bomba. O caso estava encerrado, o crime resolvido e podiam relaxar. Aliás, era
o que Kate estava fazendo agora. Dormia ao seu lado. O semblante sereno.
Descanso mais que merecido após o susto. Estava assim por cerca de três horas.
Checou o relógio, quase hora de jantar. Ele decidiu preparar algo para comerem
e só então a acordaria.
Não precisou realmente. Perto
das oito da noite, ela apareceu na cozinha. Castle estava abrindo uma garrafa
de vinho. A mesa posta para duas pessoas. Definitivamente, ele estava esperando
por ela.
– Acordou bela adormecida.
Pelo menos descansou bastante.
– É, eu até estranhei. Pensei
que você ia me acordar... na verdade, estava contando com isso – ela se
aproximou do balcão inclinando–se para beija-lo, porém ao invés dos lábios,
sentiu o polegar roçando. Ela o segurou com os dentes para dar uma sugadinha.
Ele riu. Então tirou o dedo da boca de Kate e a beijou.
– Queria que eu a acordasse...
era o que pretendia. Você se antecipou – Ele a abraçou, desde que ela saiu de
cima daquela bomba, ele fazia isso. Era como se ainda precisasse protege-la,
como um escudo, ou simplesmente para saber que ela estava ali. – Fiz o jantar,
nada demais. Bolo de carne e legumes ao vapor. E comprei uma torta de morango
de sobremesa. Sei que você gosta.
– Está me mimando, babe? Vou
ficar mal-acostumada. Tudo isso por causa da bomba? – ela esfregou o nariz na
abertura da camiseta dele – ou perdi alguma coisa – ela o fitou. Foi a
declaração. E ainda tinha sido pouco diante do que ele fizera para ela – acho
que demorei muito para dizer eu te amo, não?
– Não, seu tempo foi perfeito.
De verdade.
– Fala isso porque estou aqui
agora, se o resultado tivesse sido diferente...
– Nunca seria diferente Kate,
nós precisamos ficar juntos. Ainda não escrevemos nem um terço da nossa
história. Você mesma reconhece com os beijos. Sequer começamos – ela esticou todo o corpo para beija-lo – falando
em beijos... – ela sorriu – vamos comer.
Depois daquela experiência, Kate ficou pensando
em como poderia retribuir aquelas horas e dedicação de Castle para com ela.
Tudo bem, era seu namorado, ele a amava. Porém, não era a primeira vez que
fazia isso. Sempre esteve ao seu lado. Ela chegara perto do nível que ele
merecia quando preparou a festa surpresa de aniversário. Ele dissera que fora
um dos melhores momentos de sua vida. Kate sabia que podia mais. E demonstrou
quando usou o truque dos cubos de gelo. O que ele esperava? Castle a
surpreendera outra vez ao saber que ela era a número 1 em sua bucket list. Não
tinha problema, ia pensar em algo para comemorarem adequadamente.
– Por que está calada, Kate? Ainda pensando no
caso? Esquece isso, amor.
– Não, estava pensando em como tenho sorte. E
que depois de comer essa sobremesa especial, eu quero curtir outro tipo de
explosão com o meu namorado.
– Estou começando a gostar de bombas... – ela o encarou – muito cedo?
– Você aceita um morango, Castle? – ela pegou
um dos morangos da torta e levou aos lábios chupando a fruta para provoca-lo.
Ele a olhava boquiaberto. De proposito, ela mordiscou o morango deixando o suco
escorrer pelo canto da boca rumo ao queixo. Aquilo foi o suficiente para a
acender a faísca entre eles. Castle a puxou para si apertando–a contra seu
corpo enquanto lambia o suco da fruta até tomar-lhe os lábios. As mãos de Kate
já foram se livrando da camisa.
O peito nu a sua frente era convidativo. Ela
pegou mais um morango e saiu levando-o para o quarto. De frente para a cama,
ela olhou com cara safada.
– Mais morango? – pressionou a fruta no peito
dele e usou os lábios e a língua para prova-lo. Ouvindo-o gemer, sabia que
estava no caminho certo. Assim começaram as brincadeiras daquela noite que
terminaram com um belo orgasmo. Mas não era suficiente. Na mente de Beckett,
ainda não servira para justificar a o que ele fizera e dissera para ela durante
aquele dia, mantendo-a calma, desviando o foco de sua quase morte. Não,
precisava de algo mais. Esse fora o último pensamento dela antes de adormecer
naquela noite.
12th distrito
Beckett tem um novo caso. Como Castle mesmo
falou, era a rebelião das máquinas. Porém, isso não era a única coisa
atrapalhando o casal de passar um tempo sozinho. Infelizmente, Gina estava no
pé do escritor devido ao seu atraso com o seu livro de Nikki, Deadly Heat.
Quando não estava no distrito ajudando–a, ele
ficava perambulando pela casa ao invés de escrever. Sabia disso porque Martha
fofocava para ela e as vezes, ela mesmo via. Perdia tempo com jogos e
brinquedos. Como ele mesmo dizia, não apresse o mestre. Por causa disso, estava
enrolado, evitando o encontro com a editora. Ele mesmo já a impedira de atender
o telefone várias vezes.
Estava sentada em sua mesa analisando um e-mail
enviado pela equipe de peritos quando ele chegou trazendo café.
– Boa tarde, Castle. Pensei que não ia aparecer
por aqui hoje. Não estava escrevendo?
– Beckett você também? Alexis e minha mãe já me
deram sermão por conta disso. Alexis fez pior, ligou para Gina e disse que ela
se certificaria que eu não viria até a delegacia trabalhar com você, minha
prioridade era o livro.
– Então, o que você está fazendo aqui?
– Alexis teve que sair. Grupo de estudo.
– Castle isso é feio. Sua filha está cuidando
da sua carreira. Devia estar em casa escrevendo.
– Isso significa que você não quer o café? –
ele afastou o copo da direção dela, porém Beckett foi mais rápida e quase
derrubou o copo, sorte que ele tinha bom reflexo.
– Não! – o grito saiu mais alto do que
esperava. As pessoas na delegacia olhavam para ela. Fuzilando-o com o olhar,
ela tomou o primeiro gole do café.
– Que vexame, detetive.
– Cala a boca, Castle.
– Você está mesmo me expulsando?
– Não, babe, só não quero que se prejudique.
– Beckett, Frozen Heat ainda está sendo lançado
em alguns lugares do mundo. As pessoas ainda estão curtindo o mistério do
livro. Não entendo essa pressa de Gina. Deixe as pessoas comentarem mais um pouco.
Especularem.
– Por acaso você não sabe o que fazer com a
história depois daquele cliffhanger? – ela o encarava não como a detetive e
namorada, mas como a leitora número um.
– É claro que sei! – a cara não soou muito
convincente – só acho interessante saber que teorias as pessoas criariam.
– Não vou discutir com você – nesse exato
momento, o celular dele toca. Gina – vai atender?
– Não, mas vou conversar com os meus amigos
Ryan e Esposito sobre o caso e depois vou para casa escrever. Passar bem, detetive
Beckett – ela revirou os olhos e balançou a cabeça. Esse era Castle, uma
verdadeira criança birrenta.
Na verdade, estava feliz por ele a deixar em
paz. Queria ter tempo para pesquisar sobre suas opções para a surpresa de
comemoração que gostaria de preparar para eles. Pensara em se vestir de alguma
coisa diferente, talvez uma lingerie sexy ou uma outra fantasia. Tinha que
pesquisar.
Expulsando Castle era isso que pretendia fazer.
Infelizmente ficou apenas na vontade. Nem bem ele saiu, Gates a chamou em sua
sala. Tinha um novo assassinato, algo mais sigiloso que a capitã queria que ela
assumisse. Apenas Beckett teria os arquivos e daria seu parecer diretamente
para a capitã. Era o chamado código cinco. Além disso, Gates a escolheu para ir
até o tribunal ajudar a promotoria em dois casos que investigaram há três meses
atrás. Sem alternativa, seu plano de pesquisa fora por agua abaixo.
Beckett chegou no loft por volta de onze da
noite. O silêncio chegava a ser incomodo. Será que Castle estava dormindo? Doce
ilusão. Ele estava no escritório, o que era surpreendente. Escrevendo?
Finalmente ouvira a ela e a Alexis? Ele não percebeu a entrada dela. Usava
fones de ouvido. Então, Kate entendeu porquê.
– Castle, você está jogando? – ela deu uma
tapinha no ombro dele que o assustou e o fez levar um tiro no jogo.
– Ah, não! – ele choramingou – vou ter que
começar essa fase toda de novo.
– Não. De jeito nenhum. Você deveria estar
escrevendo.
– Beckett, você já chegou do trabalho? Saiu
cedo hoje.
– Cedo? Que horas você pensa que são? Onze da
noite, Castle. Estou morta. Vou tomar um banho e dormir. Se quiser ficar
jogando, faça por sua conta e risco.
Ela não queria brigar com ele. Porém, Castle
não facilitava. Se era para ficar emburrado que seja. Assim tinha tempo de
ficar sozinha e ler o caso que Gates lhe dera. Não queria fazer o trabalho na
delegacia para evitar comentários especialmente dos rapazes. Ela estava
distraída fazendo anotações que sequer reparou que ele seguira para o banheiro.
Assustou–se com a voz dele ao seu lado.
– Essa linha do tempo está errada.
– Castle... que susto!
– Esse não é o caso do drone, você tem outro
assassinato para investigar e nem me avisa? Você já foi melhor detetive. Nem
depois de eu ficar ao seu lado, correndo o risco de ser morto, explodido por
uma bomba para ser mais exato você não me considera... – ele se fazia de vítima.
– É claro que eu o considero, tanto que disse
que te amo. Isso aqui não diz respeito a você. É confidencial. Somente posso
responder a Gates. Nem os rapazes sabem.
– Eu não sou os rapazes. Sou seu namorado e não
sou membro oficial da NYPD e continuo afirmando. A linha do tempo está errada.
– Castle, eu não posso, se Gates descobrir...
– Ela só irá saber se você contar – ela ficou
tentada. Sabia que não deveria ceder, mas ele vira algo no caso apenas com a
primeira olhada. Também reconhecia que Castle interpretava dados como ninguém e
não ia contar para Gates.
– Tudo bem. Mas se Gates sonhar que estou
fazendo isso posso perder meu emprego.
– Não vai – ela abriu o arquivo sobre a cama
espalhou os papeis e mostrou suas anotações inclusive a linha do tempo.
– Certo, o que está errado? – juntos, eles
discutiram os detalhes do caso, fizeram considerações e arrumaram a cronologia
do assassinato. Três possíveis motivos e dois prováveis suspeitos. O restante
ela teria que pesquisar na delegacia. Quando se deram conta, eram quase quatro
da manhã – precisamos dormir. Obrigada, babe, pela ajuda.
– É o que parceiros fazem – aconchegando–a em
seus braços, ele fechou os olhos. Kate ainda pensava sobre a tentativa
frustrada de preparar algo especial para ele. Amanhã arranjaria tempo. Afinal,
ela já adiantara 60% do caso com a ajuda de Castle.
Na manhã seguinte quando saiu para a delegacia
Castle ainda dormia. No caminho, sua mente ia pensando em todas as
possibilidades que poderia utilizar para fazer a surpresa para seu escritor
favorito. Algo temático? Vestir–se de enfermeira? Nah... talvez algo mais
singelo. Intimista. Chegou ainda distraída. Sentou–se em seu computador e
começou a checar os e–mails. Gates se aproximou de sua mesa.
– Bom dia, detetive Beckett. Vejo que está
atrasada em seus relatórios, eu pedi uma atualização diária.
– Desculpe, capitã, porém tenho um bom motivo.
Ontem, enquanto estava analisando o arquivo percebi um erro na linha do tempo.
Por isso que o álibi e as filmagens não combinavam. Eu revi a linha e tenho
dois prováveis suspeitos e alguns motivos. Se a senhora me der tempo agora, eu
quero procura–los no sistema e verificar seus álibis. Terá meu relatório ao fim
do dia.
– Tudo bem, apenas porque você fez mais
progresso do que aqueles bobocas da 34th. Estarei aguardando.
Beckett respirou aliviada. Em menos de três
horas, ela checara os suspeitos e fechara seus álibis. Um deles deveria ser o
criminoso. Ainda tinha pelo menos seis horas pela frente e seu relatório estava
pronto. Então, por que não tirar vantagem disso para fazer sua pesquisa
pessoal? Sorrindo, ela abriu o navegador da internet.
Passara duas horas fazendo pesquisa, anotações
e gravando telefones em seu celular. Montara o cenário perfeito. Seria em seu
apartamento. Assim evitariam qualquer intromissão. Achava ser suficiente
intimista para agrada–lo. Depois de amanhã. Era o tempo necessário para se
livrar do caso de Gates e estar com tudo pronto para surpreende–lo. Sorrindo,
ela decidiu enviar o relatório para a capitã. Não se passaram nem quinze
minutos e Gates veio a procura dela na mini copa.
– Detetive Beckett, devo dizer que estou
impressionada. Você fez um bom trabalho e rápido nesse caso. Acha que
conseguimos entrevistar o suspeito amanhã?
– Senhora, eu pensei que isso seria de
responsabilidade do 1PP agora.
– Sim, é. Mas eu vou falar com o comandante.
Tenho certeza de que ele não irá se opor a nossa presença no interrogatório,
nem que seja para observar. Será bom para você detetive, conta pontos para sua
carreira se um dia quiser o posto de capitã – ela não iria escapar dessa,
pensou.
– Claro, senhora. Eu teria muito interesse em
participar.
– Ótimo!
Mais tarde, Gates confirmou para Beckett que
deveria ir direto para a 1PP amanhã para auxiliar no interrogatório. A capitã
estaria por lá também. Que droga! Ela pensou. Tenho menos tempo para preparar o
encontro para Castle. Decidida, ela seguiu para casa nem pensou em passar no
loft.
O dia fora corrido. O trabalho na 1PP se
desdobrou em mais. Pelo menos, ela conseguira arrumar tudo para amanhã. Não
apenas isso, ainda recebera elogios do comandante. O caso estava praticamente
encerrado. Saindo da central de polícia, ela pensou em ir direto para o loft
comunicar de seu convite especial para o namorado.
Quando chegou ao loft, encontrou Castle
discutindo muito contrariado ao telefone.
– Não, tudo é muito fácil para você. Acha que
controla a minha vida. Pode simplesmente sair por aí aceitando tudo por causa
de dinheiro. É só o que você pensa, ganhar dinheiro. As pessoas têm vida,
compromissos. Eu tenho uma pessoa que precisa ser comunicada, tenho um
trabalho... – ele se calou por um tempo – não, eu não sou apenas escritor. E
meu trabalho na NYPD é sério, Gina. Se não tem como voltar atrás, eu vou. Mas
que fique claro que essa será a última vez que cedo as suas exigências... – ele
ficou ouvindo por mais um tempo – atender o telefone? Ah, agora vai usar a
desculpa que porque não atendi o telefone não pude me programar? As vezes que
você telefonou perguntou sobre o livro para Alexis e nunca falou de tour – ele
olhou para Kate, fez sinal para que ela se dirigisse a cozinha – tudo bem, Gina
não quero falar mais sobre isso. Eu já disse que vou. Esteja com o jatinho
pronto as três da tarde.
Desligou.
– Problemas?
– Gina é inacreditável!
– O livro de novo?
– Não. Ela simplesmente me arranjou uma turnê
para Frozen Heat por uma semana na costa oeste. Seattle, Oregon, Nevada e Califórnia.
E tenho que viajar amanhã.
– Amanhã? Ah, não! – Kate ficou extremamente
chateada. Isso estragaria seus planos – por que amanhã? Podia ter avisado
antes.
– Exatamente meu ponto. Quer que eu esteja à
disposição dela sempre. Acho que ela pensa que ainda manda em mim – ele
percebeu o semblante chateado de Kate – espera, você está chateada, o que
aconteceu? Você está com algum problema? Precisa de mim amanhã?
– Não... quer dizer, talvez. Ah, droga Castle!
Era para ser uma surpresa!
– O que era para ser surpresa? – ele não estava
entendendo.
– Eu queria fazer algo diferente para nós.
Desde o caso da bomba venho pensando nisso. É uma forma de agradecer por tudo,
mas sobretudo de celebrarmos a nossa vida. Nós. Eu planejei tudo. Vim aqui para
te fazer o convite e agora... terei que cancelar – ele podia ver a decepção nos
olhos amendoados.
– Eu posso cancelar. Vou ligar para Gina.
– Não – ela avançou tirando o celular de suas
mãos – não quero que me use para atrapalhar seu trabalho. Não é justo. Todas as
vezes que eu precisei no meu, você esteve lá, me apoiou. Eu só terei que fazer
algumas ligações, nada demais.
Era óbvio para Castle que não era nada demais.
Era muito importante para ela, para eles. Sentiu–se culpado. Ao que parecia ela
tinha se programado, planejado. Como poderia compensar?
– Hey... por que não vem comigo para Seattle?
Depois teremos Vegas e Los Angeles. Podemos aproveitar para curtir umas férias
de uma semana assim o tour não será tão entediante e você não terá perdido
completamente a oportunidade de me agradar com o que quer que estivesse
planejando.
– Ah, sabe que é uma ótima ideia? Preciso
checar se tenho dias disponíveis porque você se lembra que eu fiquei afastada
por três meses depois do tiro e cumpri um mês de suspensão depois do caso de
Maddoxx ah, droga! Ainda teve os Hamptons... acho que não tenho uma semana,
babe.
– Cheque. Será que Gates não pode dar um
tempinho a você? Quase perdeu a vida em seu último caso. Vamos, Kate... seria
muito bom ter você ao meu lado.
– Acho que capitã Gates me dar dias está fora
de questão. Lembra do caso que estava investigando? O confidencial? Nós
estávamos certos. Eu eliminei os suspeitos e chegamos ao culpado. Participei do
interrogatório na 1PP hoje. O comandante veio me agradecer pessoalmente. Eles
me querem no tribunal.
– Isso é excelente, Beckett. Parabéns!
– É, não me dê os parabéns ainda. Não conclui a
história. Por seu um código cinco, eles farão um julgamento de emergência.
Começa na sexta. Gates nunca irá me liberar mesmo que tivesse um mês de férias.
Ela está inclinada a me usar nisso para ajudar, segundo ela, nossas carreiras
na NYPD. Disse isso outra vez hoje pela manhã.
– Continua sendo uma boa notícia. Pode ser a
chance que você está esperando para lhe abrir as portas, talvez na 1PP ou mesmo
chefiando seu próprio distrito – porém ele estava um pouco chateado – não será
a última turnê que terei, Kate embora adoraria ter sua companhia. Você não vai
ao menos tentar argumentar com ela?
– Argumentar que preciso acompanhar meu
namorado escritor numa turnê na costa oeste? Em que mundo ela concordaria com
isso, Castle? Isso seria dar um tiro no pé em minha carreira e em tudo que nós
conquistamos com Gates até aqui. Você se lembra do jeito que ela cedeu depois
do caso da bomba. De qualquer forma, vou checar minha disponibilidade. Se tiver
uma semana, vou tentar negociar para encontra-lo nem que seja no fim de semana.
Só que não posso prometer nada.
– Tudo bem, já é alguma coisa – ele se aproximou
abraçando-a – vai me contar o que pretendia com a surpresa?
– Não. Talvez possa usar em outra ocasião.
Estou com fome. O que tem para comer?
– Além de você? – ela beliscou o bumbum dele –
tem umas sobras de lasanha na geladeira. Posso esquentar para você. Se prefere
esse tipo de comida...
– Engraçadinho. Esquente. Vou tomar um banho e
trocar de roupa – ela beijou-o rapidamente nos lábios – já volto.
Kate seguiu para o quarto. Antes de entrar no
chuveiro, ela fez várias ligações para cancelar as coisas que havia contratado
para o dia seguinte. Estava chateada por não poder seguir adiante com seu
plano, porém não podia faze-lo viver em função dela, não era justo. Ele tinha
um trabalho também. Isso não era mesmo como esperava que essa visita
terminasse. Pior como a semana terminasse. Castle ia ficar longe dela por sete
dias, encontrando fãs, ouvindo elogios, assinando livros e... peitos.
De repente, Kate se sente com raiva. Não,
ciúmes. Ela não podia deixa-lo viajar sem uma lembrança dela porque estava indo
para o antro das loucas. As fãs malucas que o amavam. Oh, Deus! Quando ela
ficara tão insegura assim? Ter ciúmes de mulheres que nem conhecia? O que fazer
com Gates? Tinha que pensar em alguma coisa.
Saiu do banho, secou-se e foi até a cozinha
vestindo uma das camisetas de super-heróis de Castle e um roupão. Ele a
esperava com o jantar quente e uma taça de vinho. Adorava seu namorado
perfeito.
– Hum... o cheiro está bom – ela pegou o copo
de vinho e tomou. Sentou-se à mesa com Castle ao seu lado – não vai me
acompanhar? Nem bebendo?
– Tudo bem. Posso me servir de uma taça de
vinho. Acho que você vai gostar da lasanha. Foi Alexis que fez. Eu vou esperar
para dividir a sobremesa com você. Um bolo de chocolate, bem cheio de cobertura
– ela riu.
– Está bom mesmo – ela disse provando o
primeiro pedaço – Castle, que horas é seu voo amanhã?
– Três da tarde. Vou no jato particular da
editora. Pelo menos não tenho que me preocupar com check-in e malas, essas
chatices de aeroporto. Por que pergunta?
– Curiosidade. Não vou poder nem ir me
despedir. Isso é tão injusto...
– Acredite, ninguém está mais chateado do que
eu com essa situação – não, Beckett estava bem mais – talvez possa fazer a
surpresa na minha volta, que tal?
– É, vou pensar – ele viu que ela estava
triste... – não gosto da ideia de você passar uma semana rodeado de outras
mulheres. Promete que vai evitar de assinar nos peitos delas?
– Beckett, você está com ciúmes das minhas fãs?
– Não posso? Sou sua fã também. A número um
caso tenha se esquecido. E você não respondeu minha pergunta.
– Claro que não esqueci que você é a fã mais
hardcore de Rick Castle. E quanto aos autógrafos, eu não posso evitar... você
quer que eu diga, desculpe mas não posso assinar seu peito porque minha
namorada me proibiu? Não seria muito profissional para minha reputação.
– Castle, isso nem é profissional – ela o fitou
por uns instantes – poderia dizer que eu tenho uma arma e que te ameacei... – a
cara de Beckett o fez rir.
– Oh, amor... você ainda acha que eu vou querer
saber de alguma outra mulher depois de ter um avião desses em casa? – ele a
beijou outra vez – mas adorei saber que você sente ciúmes de minhas fãs, suas
rivais. Isso quer dizer que me acompanhar está fora de questão?
– Ainda não sei. Pode me passar o meu Ipad?
Posso entrar no sistema para verificar se tenho os dias para conversar com
Gates.
– É para já – Castle se levantou retornando em
menos de cinco minutos do escritório com o ipad dela nas mãos. Kate já
terminara de comer e colocava o prato na pia – ainda bem que você deixou–o
aqui. Pelo menos está carregado. Aqui – deixou-o sobre a mesa – vou servir a
sobremesa.
Beckett deu espaço para ele na cozinha pegando
o dispositivo para entrar no aplicativo da NYPD. Tentou sua senha. Erro.
Estranho. Tentou novamente sabendo que tinha apenas três chances para acertar
ou seu login era travado. Novamente erro.
– Castle, por acaso você trocou minha senha?
Quantas vezes já disse para não ficar adivinhando minhas senhas e mexendo no
meu sistema? Vou ter que levar esse ipad daqui.
– Ah, troquei. Fiz a atualização do aplicativo,
amor. A senha é “Caskett47”.
– Sério? E você se acha criativo.
– Só pensei em algo que você se lembrasse de
nós. Além do mais, sei o quanto é metódica. Era KBeckett46 esse mês, então só
dei uma melhorada – ela revirou os olhos, definitivamente iria levar o
dispositivo do loft – Aqui está o bolo. Pronta para provar essa maravilha? –
ele serviu uma garfada oferecendo-a na boca de Kate. O chocolate envolto com a
cauda amarga estava uma delícia.
– Muito bom. Posso até te perdoar por ter trocado
minha senha se me der mais um pouquinho disso aí – ele sorriu e atendeu o
pedido dela – estou entrando no sistema – ela esperou até que a tela carregasse
para a decepção ser estampada em seu rosto. Castle logo entendeu que ela não
possuía dias livres.
– Nada, certo? Sinto muito, Kate.
– Só tenho um dia. Isso é tão injusto.
– Tudo bem, não vou ficar chateado. Faz parte
das nossas vidas, nossas rotinas. Coma mais um pouco do bolo. Chocolate é ótimo
nessas horas – ela comeu mais um pouco. A fatia desaparecera. Precisava deitar.
Ela tinha um dia pesado pela frente. Encostou seu corpo no dele. Havia um pouco
de cobertura no canto da boca de Castle. Ela lambeu devagar para depois beija–lo.
O contato das línguas foi instantâneo causando um arrepio em seu corpo. O beijo
tinha sabor de chocolate. Ficava ainda mais delicioso saborear os lábios dele
assim.
Ela se dirigiu ao quarto, puxando–o consigo. Os
lábios dele em sua nuca devorando-a. E sim, eles puderam aproveitar um outro
tipo de sobremesa naquela noite.
Pela manhã, ela se despediu dele com um beijo
desejando boa viagem e pedindo para ligar para ela assim que chegasse em
Seattle. Ele também desejou boa sorte para ela em seu caso na 1PP. Com um último
beijo que parecia não acabar nunca, ela finalmente saiu pela porta do loft rumo
ao distrito.
12th Distrito
Beckett estava organizando a papelada do caso
para entregar ao promotor em duas horas. Depois disso, era sua vez de se
preparar para servir de testemunha no caso da 1PP. Ela checou o relógio quando
acabou o relatório e enviou para Gates. 11 da manhã. O julgamento estava
marcado para onze horas do dia seguinte. O calendário a sua frente parecia lhe
desafiar mostrando a quantidade de dias que ficaria longe de Castle. Aquilo
começava a irrita-la. Três horas. O que significava que tinha exatas quatro
horas para fazer algo um pouco louco e arriscado. A mente dela começou a
trabalhar nas possibilidades.
Seus pensamentos foram interrompidos por Gates.
– Detetive, fiquei bastante impressionada com a
qualidade de seu relatório para a promotoria e quão rápido você juntou todas as
informações. Está se preparando para o seu depoimento no banco como testemunha?
– Sobre isso, senhora. Eu gostaria de solicitar
um tempo. Vi no sistema que tenho um dia livre de folga.
– Beckett, o julgamento é amanhã.
– Eu sei, por isso mesmo estou pedindo sua
ajuda. Quero me preparar bem, mas não posso fazer isso aqui na delegacia. Há
sempre algum detetive ou oficial pedindo ajuda para analisar alguma prova, ver
uma gravação. Preciso de concentração. Ficaria mais segura se pudesse me
preparar em casa. Sei o quanto esse caso é importante. Não quero cometer erros.
– Ora, Beckett você pode se preparar comigo, na
minha sala.
– Com todo o respeito, capitã, não é disso que
estou falando. Eu tenho um ritual que aprendi com meu pai. Ele é advogado,
sabe. Ensinou-me truques. Eu preciso estar sozinha. Eu entenderei se não quiser
ceder, mas...– Beckett jogava rezando para que Gates caísse em sua conversa.
Caso contrário, seu outro plano iria por agua abaixo, o que seria irritante se
acontecesse outra vez.
– Não sabia que levava seus depoimentos no
tribunal tão a sério, Beckett.
– Levo, senhora e não é qualquer tribunal. É um
júri especial de emergência para a 1PP.
– Entendo – Gates olhava para sua detetive,
sabia o quanto ela era comprometida com o trabalho da mesma forma que conhecia
suas habilidades e sua ambição – quer saber? Tudo bem. Você está liberada para
trabalhar de casa, não vou descontar seu dia de folga com uma condição. Você
entrará naquele banco e não deixará uma dúvida sequer de que Jordan é culpado.
– Claro, senhora. Pode contar com isso, não
irei decepciona-la. Estarei na 1PP as onze em ponto. Muito obrigada, Capitã.
– Deixe-me orgulhosa, Beckett.
Ela sequer esperou a capitã dispensa-la. Com o
casaco nas mãos, a bolsa pendente no ombro, ela deixou o distrito como um
furacão. O tempo era seu inimigo agora. No caminho para casa, ela fez uma
ligação no celular.
– Editora Hyperion.
– Sim, por favor, preciso falar com Gina
Cowell. É urgente – ela esperou um pouco – em reunião? Diga para ela que se
trata da NYPD. Beckett, ela reconhecerá o nome – nova espera, a secretária
disse que ela atenderia em alguns minutos – ótimo, eu aguardo – Kate checava o
relógio, meio-dia – vamos... – ela começava a morder os lábios em sinal de
apreensão. Finalmente, quando entrava em seu apartamento, uma voz surgiu.
– Kate Beckett, por favor não me diga que Rick
está usando–a para escapar da turnê? Isso seria patético até mesmo para ele.
– Gina, não é bem isso. Eu preciso de um favor
– então, Beckett começou a conversar com a ex-mulher de seu namorado. Por mais
estranho que parecesse para as demais pessoas, Gina gostava dela e concordou em
ajuda-la.
Por volta das três da tarde, Castle chegou no
terminal destinado a jatos particulares do La Guardia. Trazia uma pequena mala
e uma bolsa com seu notebook. Não que esperasse escrever alguma coisa durante a
turnê, era para jogar e falar com Kate via Skype. Entregou a bagagem para o
rapaz encarregado da carga e checou o relógio. Não exatamente em ponto, mas
parece que Gina também estava atrasada. A menos que estivesse dentro do avião.
De repente, o pânico tomou sua face. Não,
esperava que a ex-mulher não inventasse de acompanha-lo nessa viagem. Já
bastava toda a raiva que ele sentira. Não. O co-piloto cumprimentou–o.
– Olá, Mr. Castle. Seja bem-vindo a bordo. O
piloto pediu para que ficasse à vontade. Ele deve atrasar nossa partida em uns
vinte minutos. Está liberando a papelada para a viagem, sabe como é, voo de última
hora.
– Nem me fale! Não gosto de lembrar da surpresa
desagradável. Posso subir?
– Claro – o co-piloto indicou a escada – ah!
Antes que esqueça. A senhora Cowell disse para avisa–lo que encontrará alguns
materiais promocionais em seu quarto no hotel de Seattle para autografar.
– Ela não veio por aqui?
– Passou rapidamente. Tinha umas reuniões na
editora.
– Ah! Acho que essa foi a melhor notícia do
dia, rapaz. Obrigado – ele começou a subir as escadas, parou no meio virando–se
para perguntar – alguma chance de me servir uma bebida enquanto esperamos o
piloto?
– Sinto muito, Mr. Castle. Qualquer bebida ou
comida teremos que esperar pela liberação do voo. Faz parte do procedimento.
– Tudo bem. Eu posso esperar – já sabia o que
faria antes de embarcar – sei como ocupar meu tempo – ele sentou–se na
confortável poltrona de couro. O bom de jatinhos é que sempre você se sente na
primeira classe. Lugar espaçoso, bom serviço, wifi, comida e bebida à vontade.
Pegou o telefone e chamou por ela.
– Hey, gorgeous... trabalhando?
– Hey, babe. Sim, o caso da 1PP. Gates não
admitirá erros. Tem que ser perfeito ou não largará do meu pé por um bom tempo.
E você, não deveria ter embarcado já?
– Estou esperando no avião. O piloto está
correndo atrás da liberação, Gina esquece que o mundo não gira ao redor dela. As
pessoas têm procedimentos. Protocolos.
– Olha você falando de regras... está mesmo
chateado com essa turnê, talvez até um pouco entediado, não?
– Estou chateado por você não estar aqui
comigo.
– Tudo bem, ossos do oficio. Não desconte em
Gina, ela só está fazendo o seu trabalho, que é deixa-lo rico e famoso, devo
acrescentar.
– Você está defendendo a mulher que me mandou
para longe de você, encontrar minhas fãs? Acabou a crise de ciúmes?
– Não, mas não tenho muita escolha. Tenho?
– É verdade. Desculpe, amor – o piloto apareceu
cumprimentando–o.
– Boa tarde, Mr. Castle. Estamos prontos para
partir. O senhor pode desligar o celular? Assim que estabilizarmos no ar, terá
sua bebida e poderá escolher o que prefere das nossas opções de cardápio – ele
sorriu.
– Tenho que desligar, Kate. Vou morrer de
saudades. Ligo assim que chegar em Seattle. Um beijo. Eu te amo.
– Também te amo – desligou. Castle apertou o
cinto de segurança. Desligou o celular. Fechou os olhos. Ossos do oficio como
Beckett dissera. Como sentiria falta dela nessa semana.
Quinze minutos depois, ele se sentia quase
cochilando quando alguém falou perto dele.
– Mr. Castle, o que gostaria de beber? Mr.
Castle? – ele abriu os olhos vagarosamente. Arregalando–os automaticamente no
segundo seguinte. Ele piscava tentando entender se não estava dormindo, talvez
sonhando. A sua frente, em um uniforme vermelho de comissária de bordo impecavelmente
maquiada, com os cabelos presos em um rabo de cavalo, estava Kate Beckett.
Sorrindo para ele.
– Kate? É você mesmo? Não estou sonhando?
– Definitivamente, você não está sonhando... –
ela inclinou–se para beija–lo.
– Mas o que você...? O caso? E Gates? – ela
sorriu diante da confusão que via em seu rosto.
– Lembra que eu tinha um dia de folga? Decidi usá-lo
bem. Esquece Gates agora. Eu tenho exatamente as horas até Seattle para passar
com você e não podemos perder muito tempo. Tenho que voltar a Nova York ainda
essa noite. Amanhã tenho um grande julgamento pela frente. Então, vai escolher
o que beber ou posso fazer por nós dois?
– Esqueça a bebida, Kate. Quero você – ele a
puxou colocando–a sentada em seu colo, sorvendo os lábios em destaque pelo
batom vermelho. Ela se afastou primeiro.
– Não tão rápido, cowboy. Tive que me desdobrar
para estar aqui. Temos seis horas até Seattle. Vamos aproveita-los
adequadamente – ela se levantou sumindo pelo corredor do jato. Voltou com uma
bandeja trazendo champagne e duas taças. Colocou na pequena mesa de apoio em
frente dele. Certificando-se que as portas estavam devidamente fechadas, sentou–se
ao seu lado. Castle serviu a bebida para os dois.
– Que surpresa. Você me enganou direitinho ao
telefone. Espera, você está me enganando desde ontem?
– Não. Eu realmente tinha algo diferente para
hoje. Sua viagem mudou meus planos. A verdade é que eu apenas pensei nisso hoje
de manhã. E não reclame de sua ex-mulher. Foi ela que me ajudou a estar aqui.
Não havia nada errado com a papelada, eles estavam enrolando para que eu
conseguisse estar a bordo apropriadamente – apontou para o uniforme.
– Você está linda nesse uniforme. Acho que é a
comissária de bordo mais linda que já conheci. Se essa não era sua surpresa, eu
posso dizer que funcionou perfeitamente para mim. Então, comissária Beckett, o
que temos na nossa programação de entretenimento de voo?
– Bem, podemos começar com drinques – ela bateu
a taça de champagne na dele tomando um gole – depois temos beijos, amassos na
poltrona reclinável e você já usou o banheiro desse jatinho para outros fins,
Castle? Ou pelo menos usou outros nesse sentido?
– Você já? – o sorriso enigmático dissera tudo.
Meu Deus! Sua namorada era uma caixinha de surpresas – oh, Katherine Beckett, o
que mais anda escondendo de mim?
– Tantas coisas, Castle, tantas coisas... – ela
se inclinou para beija-lo, os lábios deslizavam calmamente a procura dos dele.
As mãos em seus cabelos. Jogou a taça vazia de lado. Ele apertou o botão
fazendo a poltrona reclinar. O movimento fez Kate cair diretamente sobre seu
peito, não se importou. Ela continuava explorando sua boca enquanto as mãos de
Castle estavam em suas pernas entrando por debaixo da saia. Ela já sentia a
animação vindo do meio das pernas dele. Gemeu ao sentir os dedos dele roçando
sua calcinha. Isso seria muito bom.
Afastando os lábios da boca, ela começou a
beijar o pescoço dele ao mesmo tempo que desabotoava a camisa que usava.
Ficando de joelhos na cadeira, ela retirou a peça deixando o peito nu a
amostra. A boca deslizou provando a pele dele. Dava pequenas mordidinhas por
onde passava enquanto sentia as mãos dele chegando até o seu centro. Castle
gemeu ao perceber que ela estava sem calcinha. A ereção pressionada contra o
tecido da calça apenas crescia.
Ele acariciava seu clitóris enquanto ela se
perdia entre o peito dele, brincando com os parcos pelos e os mamilos. Castle a
estimulava penetrando–a com os dedos fazendo–a gemer e perder a concentração do
que fazia por alguns instantes. Sentiu as unhas dela agarrando seu ombro.
Continuou. O corpo de Beckett respondia ao toque dele muito rápido. Tornou a
sorver seus lábios, dessa vez mordiscando-os tamanho era o desejo que já a
dominava.
– Tire essa calça, Castle...
– Não... tire você – e continuava estimulando–a.
Deus! Isso era bom demais. A roupa que ela usava era um conjunto de saia e
blusa. Ele queria arranca-lo, mas não queria parar de provoca-la. Esperaria um
pouco mais. Ela estava quase sem forças. Começava a tremer ainda tentando
desabotoar a calça dele sem sucesso. Castle a segurou temendo que caísse da
poltrona quando o orgasmo a atingiu. Ela não se deixou intimidar, porém
precisava de ar. Deslizou para a poltrona ao lado dele. Foram poucos minutos
para que se recuperasse.
Então, Kate se colocou de pé. De frente para a
poltrona onde ele permanecia calmamente deitado observando–a com o membro
empinado contra o tecido da calça. Ela desfez o botão, abriu o zíper e desceu
um pouco a calça. Segurando o membro dele para fora, ela sorriu massageando a
cabecinha. O olhar malicioso dela dizia tudo, estava curtindo a brincadeira.
Ele a admirava por isso. E não previra seu próximo movimento.
Beckett se ajoelhou na frente dele. Apoiou–se
em suas coxas e olhou para Castle antes de toma-lo na boca.
– Oh, meu Deus...Kate... – foi tudo que ele
conseguiu dizer ao sentir a língua dela circulando a cabeça de seu pênis.
Kate usava a língua para provar toda a extensão
do membro, voltava para a cabeça e dava uma pequena chupadinha. Usava as mãos
para excita-lo também. Repetiu a brincadeira da chupada para provoca-lo umas
três vezes até decidir–se por prova-lo por inteiro. Ao toma-lo dentro da boca
podia ouvir os gemidos de prazer que provocava nele. Os lábios trabalhavam os
movimentos, uma das mãos acariciava suas bolas apertando–as uma vez ou outra.
Reparou que ele se sentara ereto na poltrona. Ele
tinha uma das mãos em sua nuca, empurrando–a contra o membro querendo mais.
Quando sentiu a pressão no pescoço diminuir e ele deslizar de volta para a
poltrona, sabia que deveria parar. Ela o tirou da boca, lambeu uma última vez a
cabecinha e olhou para ele. Castle estava quase em transe, perdido. Com uma
chupadinha, ela se ergueu do chão. Levantou a saia e se pôs sobre o membro
dele.
Deslizou com cuidado, devagar, sentindo–se
preencher–se completamente pelo membro dele. Castle tinha suas mãos em sua
cintura, estava muito próximo de ceder ao prazer. Não podia, por ela, não
podia. Ele buscou os lábios dela outra vez. Sugava–os agora com tesão, em um
beijo ardente. Kate deixava as mãos se perderem nos cabelos dele enquanto as
línguas se saboreavam. Fazia pequenos movimentos sentada sobre o membro dele.
Castle abriu o zíper do uniforme que ela usava.
A blusa afrouxou–se de seu corpo, porém ela não queria ficar sem roupa não...
ela sabia o que ele pretendia. Sim, as mãos apertaram seus seios querendo senti–los.
Mordiscava sua orelha. Kate se deixou levar. Jogou o pescoço para trás. Sentiu
os dentes dele em sua garganta. Então, Castle começou a bombar dentro dela.
Uma, duas, três vezes. Ele queria toca-la, mas o ritmo acelerado que imprimiam,
não tornou a experiência possível. Kate fechou os olhos jogando o corpo contra
ele quando a explosão a atingiu. Ele apenas se deixou levar pelo prazer. Ambos
entorpecidos demais para pensar em qualquer coisa.
Ficaram por vários minutos quietos. Sem forças
para se mexerem. Beckett tomou a iniciativa. Acariciou o rosto dele com as
mãos. Ainda podia ver desejo naqueles belos olhos azuis. Tirando as gotas de
suor que escorriam em sua testa, Kate tornou a beija-lo com carinho. Ele sorria
ao quebrar o beijo.
– Hey...
– Hey...
Ele não queria conversar. Estava inebriado pela
audácia e a beleza daquela mulher. Ela era muito mais do que sonhou, do que
desejou. A cada dia ele se perdia mais por Kate Beckett. Ela se levantou com
cuidado do colo dele. Reparou que o membro dele já estava relaxado. Podia dar
um jeito nisso facilmente.
De pé, ela estendeu a mão indicando que ainda
não terminaram o que ela pretendia. Castle ergueu–se da poltrona, segurou a mão
dela e esperou seu próximo passo. Kate começou a andar pelo pequeno corredor,
ele se perguntava se ela estava indo em direção ao banheiro. A resposta veio
logo em seguida. Parou na frente do cubículo, olhando para o namorado com as
calças arriadas. Sorriu.
– Você já tentou aqui antes? – ele perguntou
embora soubesse a resposta.
– Uma vez. Não foi uma experiência prazerosa.
Existe um truque para usar o espaço e acredito que somos altos demais.
– Acho que sei como podemos resolver isso... se
você quiser tentar – ela mordiscou os lábios. Isso decididamente era um sim –
vem comigo – ele entrou primeiro. O lugar era apertado como todos os banheiros
de avião. Ele puxou–a contra o seu corpo para fechar a porta. Tirou a blusa
dela enrolou a saia na cintura. Abriu o sutiã. Ergueu–a sentando no canto da
pia de maneira a ficar a uma distância suficiente para que ele pudesse alcança-la. Kate ainda não sabia o que ele pretendia. Ele
afastou as pernas dela. Viu os mamilos enrijecerem devido ao ar frio que vinha
da pequena abertura no teto da pia.
Castle sentou–se sobre o vaso e afastou as
pernas dela o máximo que pode, inclinando–se para frente, primeiro tocou–a com
os dedos, circulando o centro dela, atiçando, provocando. O polegar em seu
clitóris. Pode ouvir os primeiros gemidos de Kate.
– Cas... não pare...
Ele obedeceu. Dessa vez usando a língua. O
solavanco que ela deu a fez bater a cabeça na parede do banheiro. Ela não se
importava. Ele provava–a vagarosamente, apoiando–se em suas pernas para ter a
posição correta naquele pequeno espaço. Sugou–a com os lábios. Uma, duas, três
vezes, tornou a usar a língua. Ele alternava os movimentos. Kate, mesmo magra,
tentava se equilibrar na ponta da pia. Agarrou–se aos cabelos dele, forçando–o
contra si. A outra mão procurava segurar na torneira. Ele a estava levando a
loucura.
Castle não parava. Não queria ser vencido por
um simples cubículo. Continuou beijando, sugando, lambendo. Pressa não estava
lhe incomodando. Queria vê–la sucumbir a ele, fazer dessa experiência algo
memorável. Faze-la esquecer a ruim.
– Castle.... eu... por...favor... – isso era um
convite para continuar. Ele tornou a brincar com o clitóris dela, sabendo que o
limite estava próximo. Uma das mãos buscou seus seios. Apertou–os. Puxava o
mamilo. Ela gritou. E ele sentiu. Ela estava experimentando outro orgasmo. Seu
membro já estava outra vez em ponto de bala. Queria penetra-la. Levou a mão dos
seios aos lábios dela, Kate sugou o polegar. Ele se distanciou dela. O peito
arfava. Vermelha, suada e linda. Totalmente sem resistência.
Ele levantou-se contemplando-a. Envolvendo-a
pela cintura, a colocou de pé, de frente para si.
Os olhos se encontraram, o amendoado quase
sumira. Ele a beijou vagarosamente saboreando aquela boca. Ela podia sentir a
língua dele invadir sua boca assim como sentira a ereção dele em seu estomago.
Castle ainda pensava no que fazer em seguida quando Kate ergueu uma das pernas
e a colocou sobre o vaso. Era um convite. Só podia ser.
– Quero você... dentro de mim, Rick...
Não precisava pedir duas vezes. Ele a penetrou
de uma vez. Segurava sua cintura, os corpos colados. Em pé, eles começaram a
mover–se, devagar. Os lábios trocaram um novo beijo. A mão livre dele estava na
lateral do seu corpo roçando o polegar sobre o seio dela. Kate deixou a cabeça
encaixar–se entre o pescoço e o ombro dele usava os lábios para beija-lo ali,
mordisca-lo, o nariz roçava em parte do cabelo. Ela sussurrava.
– Mais...
– Agora?
– Sim... – ela friccionou a vagina no membro
dele fazendo–o gemer. Entendendo o recado, ele passou a imprimir mais ritmo. Abraçou–a
contra o seu corpo inclinando-se para apoiar-se na parede contraria. As pernas
dela começavam a fraquejar. Não tinham muito como se movimentar ali dentro.
Mesmo assim, eles seguiam buscando o ápice do prazer. Minutos depois, eles
conseguiram.
Suados, cansados e doloridos pela louca
ginastica, se apoiaram um no outro. Castle sentou–se no vaso. Ela sentou-se em
seu colo. Enroscou–se no pescoço dele e ficaram ali. Esperando recuperar a
respiração. As forças. O ânimo para se levantarem e deixar o local. Como sempre,
ela se recuperava primeiro. Juntando a roupa do chão, baixou a saia para o
lugar. Limpou as pernas. Vestiu a blusa. Jogou agua no colo e no rosto.
Suspirando, ela voltou a olha–lo. Castle tinha o olhar sereno. Sabia que ele a
observava, admirando–a.
– Estarei lá fora – saiu.
Dez minutos depois, ele saiu do banheiro bem
mais apresentável com o peito nu a amostra. A camisa havia ficado na poltrona.
Ela sorriu ao vê-lo também sorrindo. Kate esperou ele chegar mais perto. Passou
a mão no peito dele como gostava de fazer sobre a camisa deixando–as deslizar
até o bumbum. Então o beijou carinhosamente. Ele retribuiu o carinho. Ao se
afastar, ela entregou-lhe a camisa.
– Está com fome? Sente-se. Vou pegar o jantar
para nós. Ainda temos duas horas de voo – quando ela fez menção de virar–se,
ele a puxou novamente dando–lhe um novo beijo acariciando–lhe a bochecha.
– Você é incrível. Eu te amo...
– Eu sei. Para as duas coisas... – sorriu e
piscou para ele.
– Depois eu que tenho um ego grande...sei,
detetive.
Ela voltou com uma bandeja. Havia dois filés,
arroz e legumes. Colocou a comida na frente dele e pegou a mesma garrafa de
champagne que bebiam antes. Estava pela metade. Devidamente vestidos e sentados
um ao lado do outro, quem os visse jamais imaginaria o que acabara de acontecer
alguns minutos antes. Saborearam a comida, conversaram sobre o caso que ela
trabalhava, as suas opiniões para o julgamento. Depois, ela recolheu os pratos.
Ao voltar com um pote de sorvete e duas colheres, viu o sorriso de menino no
rosto dele.
– Potato chips chocolate fudge?
– Sua filha me disse que era seu preferido –
ela sentou-se na poltrona ao lado dele. Ofereceu a colher e abriu o pote – pode
avançar.
– Não, ainda. Quero saber se conseguimos apagar
a sua experiência ruim em aviões.
– Completamente – ela sorria.
– Acho que é minha vez de agradecer, então. Não
sei qual era sua outra surpresa, o que pretendia. Isso aqui foi mais do que eu
podia sonhar. Você, detetive Beckett vestida de comissária de bordo
especialmente para mim. Eu podendo proporcionar uma experiência em pleno ar
para nós dois. Me faz ama-la ainda mais por achar que eu merecia isso. Eu
apenas amo você, não peço nada em retorno a não ser seu amor. Kate.
– Eu sei. Por isso era tão importante. Você já
fez muito por mim, mesmo quando nem pensávamos em ficar juntos. Precisava
expressar meu amor também.
– Ambos fizemos muitas loucuras juntos,
enfrentando perigos. Fizemos por amor, Kate, você sabe disso – ela acariciou o
rosto dele com as duas mãos. Beijou–o com carinho.
– É exatamente por isso que preciso agradecer.
Por você ser você – ela se ajeitou na poltrona – agora vamos comer esse
sorvete. Temos meia hora antes de pousarmos em Seattle.
Meia hora depois, o avião tocava o solo da
cidade. Eles estavam prestes a se despedir. Uma semana longe do outro. Podia
ser encarado como tortura, para Kate era uma promessa. Tinha algo para se
lembrar. Ele pegou sua bolsa com o notebook. Ela ajeitou a gola da camisa que
ele usava.
– De volta a Nova York?
– Sim, de volta. Seis horas outra vez.
– Vou sentir falta de você, amor.
– Eu também. Pelo menos tenho algo para pensar
no voo de volta. Meu depoimento.
– Boa sorte amanhã com o julgamento. Ligue
quando chegar em casa.
– Tudo bem. Não abuse na turnê, Castle.
– Nada de autógrafos em peitos, prometo. Te
vejo em uma semana – ele deu-lhe um beijo apaixonado
– Essa vai entrar para a
lista.
– Lista?
– Das melhores vezes que fizemos amor – ela
sorriu vendo aproximar-se da escada pronto para deixar o avião – aliás... tenho
que riscar algo na minha bucket list. Nunca fiz isso em um avião.
– O que? – ele desceu as escadas rindo. Sabia
que ela ficaria pensando nisso por um bom tempo. Ainda ouviu a voz dela
gritando.
– Mentiroso.... eu te amo.
Sentada na poltrona, ela ria. A porta do jato
fora fechada novamente. O piloto sorriu para ela.
– Não vamos demorar muito Srta. Beckett.
Partimos assim que acabar de abastecer.
– Tudo bem, não tenho pressa alguma – esticando-se
na poltrona, ela estava outra vez com um sorriso bobo nos lábios. Cada dia ela
descobria o que era namorar Rick Castle. Uma montanha-russa de emoções e
muitas, muitas risadas. Ela gargalhava sozinha lembrando da loucura em pleno
ar.
THE END
6 comentários:
"– Nunca seria diferente Kate, nós precisamos ficar juntos. Ainda não escrevemos nem um terço da nossa história. "
Isso me cortou o coração, por causa de tudo que esta acontecendo agora :/
Muito hot a fic, ameeii *-*
Esses dois juntos é cada sex scene que vou te contar... hahah
Parabens pela fic
Não vou negar que ainda estou e vou estar doída por muito, muito tempo!!
Mais de uma coisa tenho certeza, são fics como a sua que vão me ajudar a cicatrizar o que ainda dói.
A SAUDADE nunca vai deixar de existir mais a dor vai,durante um longo período,diminuir.
Beijos querida e obrigada.
Tendo em conta as ultimas noticias, estava a pensar qual será o final de Kate? vai morrer? vai separar-se de Rick? ou vai aceitar um cargo mais alto dentro da policia ou politica e vai deixar de aparecer, sendo o seu nome mencionado em alguns episódios?
Dua historia como sempre fenomenal
Antes de tudo ... Uauuuuuu!Literalmente nas Nuvens , não uma vez INCRÍVEL. .. Então tive uma ideia não sei se é tão Boa quanto as outras , but vamos lá. Pensei em uma fantasia do Rick em uma na Sala de interrogatório da delegacia , tipo ele sendo um detetive interrogando uma strip que seria KB vestida de Strip o resto vc imagina kkkk
Beijos , M.
Maravilhosa Fic como sempre é e será! Parabéns Karen.. posso imaginar como vc deve estar se sentindo em relação ao afastamento de Stana da série.. eu acho que pior que todas nós. Mais estamos aqui se precisar de ajuda, agradeço por suas fics mais uma vez! Fica na Paz.
OMG amei amei ja quero mais 😬😬😬
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