Nota da Autora: Mais um capitulo. A razão de eu estar postando é porque passarei trës dias longe de fics devido ao trabalho e não gostaria de deixar ninguem triste, apesar de que hoje não foi um bom dia. O capitulo é interessante, vou defini-lo assim... e tudo aqui tem um propósito... minha história, minha lógica. Espero que gostem!
Cap.58
Três semanas se passaram após o pequeno
quase deslize de Beckett na sala de reunião do distrito. Desde ali, ela fazia
de tudo para evitar ao máximo qualquer contato com o escritor por menor que
fosse, mesmo que isso a custasse a sanidade em alguns dias.
Esses quatro últimos dias estavam sendo
particularmente difíceis devido a um caso complicado que investigavam. Duas
mortes, muito dinheiro, drogas e chantagem. Pelo menos quatro suspeitos e muita
perseguição pelas ruas de Nova York. Finalmente, Ryan consegui uma pista
valiosa em um dos vídeos retirados de uma câmera de transito e após cavarem
informações no sistema, chegaram a um nome.
Estavam de tocaia no apartamento do cara
esperando ele aparecer. Castle estava com ela em sua viatura, Esposito e Ryan
estavam na calçada em frente ao prédio. Foi Espo quem percebeu o sujeito se
aproximando, assim que tentou aborda-lo, ele percebeu que se tratava de polícia
e saiu em disparada. Os dois detetives seguiram em seu encalço e Beckett usou o
carro para encurrala-lo em uma esquina. Porém, ele era arredio e escapou a primeira
vez. Sacou uma arma e atirou na direção de Ryan.
Beckett fez uma nova manobra e ameaçou
jogar o carro contra ele forçando-o a mudar de direção levando uma rasteira de
Esposito que o derrubou no chão. Ryan correu ao encontro do parceiro e algemou
o suspeito. De volta a delegacia, Beckett levou uma hora para fazê-lo suar de
verdade e confessar o duplo homicídio, além de revelar o nome de seu cúmplice,
um dos suspeitos prévios que eles encontraram durante as investigações.
Eles estavam esperando apenas Esposito
arrancar a confissão do cúmplice para dar o caso como encerrado. Meia hora
depois, Espo entrega o cara para um dos policiais a fim de ficha-lo. Exausto,
ele se deixa cair na cadeira.
- Que caso! Esse deu trabalho!
- Nem me fala! – concordou Ryan.
- Agora é preparar o relatório e deixar o
promotor arrasar com eles, vai demorar para deixarem a prisão depois de tudo o
que aprontaram – disse Beckett.
- Hum, Beckett? Você não está dizendo que
temos que fazer o relatório agora, certo? – perguntou Esposito.
- Bem, quanto mais cedo a promotoria tiver
as informações, mais cedo eles irão para Sing Sing. Não quer isso?
- Claro que sim, mas será que não podemos
deixar a papelada para amanhã?
- É Beckett, dá um tempo para os rapazes.
Eles trabalharam muito nesse caso – disse Castle percebendo o quanto Espo
queria se livrar da chatice da burocracia. Ela olhou para Castle intrigada.
- Por que você está defendendo-os? Ao contrário
de você, eles tem obrigação de fazer relatórios, Castle.
- Detetive, são sete da noite. Relaxe um
pouco.
- É Beckett, amanhã faremos isso logo cedo
– ele piscou para Castle - Cara, eu estou precisando mesmo é de uma gelada. O
que me diz, bro – ele olhava para Ryan – que tal comemorarmos o fim desse caso
no bar do Castle?
- Ótima ideia, Esposito. Estou dentro,
Ryan? – Castle já estava todo animado.
- Por que não? Só não posso me demorar
muito. Tenho que ir para casa encontrar a Jenny.
- E você, Beckett? – perguntou Esposito.
- Vocês não querem fazer a papelada,
alguém terá que fazer. Eu passo, vou terminar o relatório – Castle olhou para
ela incrédulo.
- Ah, corta essa, detetive, não seja
estraga-prazer. É hora de comemorar o trabalho em equipe. Formamos um ótimo
time – disse Castle – os rapazes merecem. E você também. Vamos, Beckett.
- É, vamos Beckett – disse Ryan.
- Até o Ryan que é encoleirado vai... –
disse Espo. Ela revirou os olhos.
- Tudo bem. Mas não quero saber de
desculpas amanhã. Vocês farão o relatório mesmo que estejam de ressaca – eles
riram. Pegando seus casacos, eles saíram do 12th distrito para o The Old Haunt.
Era uma quinta-feira e a casa estava cheia
já entrando no ritmo do fim de semana. O bom de se conhecer o dono era o fato
de que sempre haveria uma mesa reservada para ele e os amigos. Começaram
tomando cerveja, duas rodadas depois, estavam tomando whisky. Em meio a risadas
e deboches por causa das histórias que Esposito contara de suas aventuras na
54th, eles estavam curtindo a noite.
Quando Castle pediu uma nova rodada de
Jameson para os quatro, Beckett comentou após esvaziar seu copo alertando o
garçom para encher o copo outra vez.
- Castle, você é um grande fã desse
whisky, não?
- Devo confessar que gosto muito.
- Já imaginava. Foi por isso que deu o
nome de Jameson ao jornalista que segue Nikki? Pelo seu amor a bebida?
- Não!
- É verdade! Agora que você falou, Beckett
– concordou Ryan – por que que outro motivo ele teria para chamar um cara com
esse nome? Quer dizer, tantos nomes interessantes como Kevin... e ele escolhe
Jameson. Kevin Rook.
- Oh, Castle... parece que você tem outro
grande fã – Beckett implicou.
- Obrigado Ryan, mas detesto discordar de
vocês. O nome do Rook não tem nada a ver com o whisky.
- Mesmo? – ela não acreditava nisso – e de
onde veio tal inspiração tão peculiar, escritor? – ela perguntou virando mais
uma dose. Já perdera a conta de quantos tomava e estava começando a se sentir
afetada pelo álcool.
- É em homenagem a um grande escocês de
visão. Um homem de negócios que em pleno século 18 viu uma oportunidade e criou
um ícone no mundo da bebida.
- Em resumo, o que disse antes. Tudo pela
bebida – disse Beckett e foi a vez dele revirar os olhos.
- Certo, está na hora da saideira – disse
Ryan – preciso ir para casa. Jenny está me esperando e já passa das dez da
noite.
- Cinderella, Cinderella,
bee-be-de-bo-bee-de-boo – Castle implicou.
- Não ligue para ele, Ryan. Você é sortudo
por ter alguém te esperando em casa, ao contrário dele e de Esposito. Certo,
Espo? – mas o detetive sequer percebeu que estavam falando com ele. Estava
muito interessado numa morena que estava sentada no balcão bebendo um mojito -
Espo? Alguém está perdido ou pensando se vai se dar bem essa noite...
- Pensando em mudar de lugar, Esposito? –
nada dele responder - Javier? Hey! – Castle gritou. Finalmente o amigo virou-se
para fita-lo – nossa! A morena te pegou, não?
- Acho que tenho grandes chances...
- Só há uma forma de descobrir – disse
Castle. Ryan virou a dose de whisky e tratou de se despedir.
- Eu realmente preciso ir, pessoal. Castle
quanto eu devo? – nesse instante o celular de Beckett tocou.
- Por conta da casa, Ryan. Não se
preocupe... – disse o escritor. Ao ver Beckett atender a chamada, Esposito se
desesperou.
- Por favor não me diz que temos um
caso...eu realmente preciso falar com aquela morena – ele estava quase
implorando para a detetive.
- Não é um caso, eu preciso atender essa
chamada – e Beckett se afastou da mesa. Ryan se dirigiu para a porta e Esposito
foi em seu encalço para investir na morena deixando Castle sozinho na mesa.
- Ótimo, rapazes...todo mundo foi embora
e...- ele bebeu a dose de whisky – fiquei falando sozinho...- contrariado, ele
entortou a boca. Talvez fosse uma boa hora para ir ao banheiro.
Ele se dirigiu ao banheiro masculino não
reparando que Beckett tinha optado por atender a ligação no corredor que dava
acesso às toaletes justamente por causa do barulho do salão. Ela conversava com
Maddie animadamente. A amiga estava em Los Angeles para uma conferência de
donos de restaurantes e acabara de encontrar um sapato exclusivo e perfeito que
Kate iria amar ter. Aproveitou a ligação para conversar já que se lembrara da
amiga. Ela não se importou, afinal era bom falar com alguém diferente e também
estava meio alta devido a todas as doses de Jameson que consumira. Só que esse
não era o único motivo que a amiga ligara. Ela queria convidar Kate para
aparecer em um evento especial que aconteceria em seu restaurante na semana
seguinte. Um evento beneficente e como sabia que Castle continuava trabalhando
no 12th e era uma ótima pessoa e chamariz para esses lances, ela não aceitaria
um não como resposta. Tudo que Beckett disse era que pensaria sobre o assunto.
Maddie falou que a procuraria em Nova York.
Quando Castle voltava do banheiro, Beckett
estava finalizando a ligação com Maddie. Ao caminhar no corredor, viu que um
cara bem grande vinha em sua direção zonzo e cambaleando provavelmente por
causa da bebida. Tentando evitar um possível choque e propenso desastre caso o
sujeito quisesse tomar satisfações com ele, Castle desviou-se para o lado
embora seu corpo ainda se chocara com o do homem fazendo-o perder seu balanço e
tombar diretamente contra Beckett imprensando-a na parede com o seu corpo.
O contato involuntário acendeu um alerta
na mente da detetive. Ficaram muito próximos. Castle ainda pressionava seu
corpo sobre Beckett. As bocas a centímetros de se tocarem. Então, ele reparou
que a detetive não tirava os olhos de seus lábios. Ali, tão próximos, tão
convidativos, chamando por ela, provocando... em resposta sem perceber, ela
reagia, os lábios entreabertos extremamente instigantes pareciam estar
ponderando seu próximo passo. Tentando-o a quebrar regras, ultrapassar os
limites uma vez impostos por ela. Como ele queria beija-los, porém não ousaria
tomar a iniciativa.
Os segundos pareciam infindáveis. Não
ousava se mexer.
De repente, os olhos amendoados deixaram a
boca e encontraram os olhos azuis e Castle pode ver o desejo ali presente. Em
um movimento rápido, ela o puxou pela nuca e sorveu seus lábios em um beijo sedutor
e intenso. Ela mordiscava-lhe os lábios e aprofundava o contato puxando-o ainda
mais contra si, o que o fez praticamente esmaga-la contra a parede. Ao sentir a
língua dela invadir sua boca, ele não resistiu. Suas mãos começaram a viajar
pelo corpo dela matando as saudades da silhueta que tanto adorava tocar.
Saudades de envolve-la em seus braços.
Beckett não pensava naquele momento,
queria apenas sentir.
Sentir os dentes mordiscando de leve o
lábio inferior dele, o gosto da boca com o sabor de whisky, a pressão de suas
línguas roçando uma na outra. Seus lábios devorando-a completamente. O beijo
entre eles era algo extremamente poderoso. O cérebro se rendia mandando jatos
de adrenalina em suas veias, sentiu o toque dos dedos dele por baixo da blusa
acariciando o estomago. Queria mais. Ansiava por mais.
Os dedos dela enroscavam-se nos cabelos
dele rente a nuca, um carinho simples e tão poderoso, capaz de causar arrepios
e o fazer gemer entre seus lábios. Kate sentiu o corpo arrepiar quando as mãos
de Castle roçaram seus seios. O corpo reagiu imediatamente arqueando-se contra
o homem que a abraçava, seu centro estava úmido e o estomago parecia uma
sinfonia de borboletas.
Ela
rompeu o beijo ainda aérea pelas sensações que a inundavam. Castle pode
perceber o quanto ela o desejava. Não pensou duas vezes. Puxando-a pela mão,
ele a levou para o seu escritório. Nunca descera aquela escada tão rapidamente.
Colocou-a sentada em sua mesa e Kate envolveu-o em um abraço pela cintura dele
fazendo seus lábios perderem-se em seu pescoço. Mordiscou a orelha de Castle e
rapidamente voltou sua atenção para os lábios. As mãos de Castle já estavam por
baixo da camisa que ela usava.
Era
difícil resistir a tudo que poderia acontecer. Suas reservas, seu bom senso
parecia abandona-la no instante que aquelas mãos e aqueles lábios a tomavam. A
sensação de arrebatamento era intensa demais para ser descrita em palavras. Kate,
por sua vez, desfez alguns botões da camisa dele e quando sentiu a mão de
Castle em seus seios, gemeu antecipando o que viria depois. Então, como quem
acorda de um transe, ela o empurrou. A princípio, mantendo as mãos espalmadas
em seu peito. Castle a olhava com desejo embora tivesse uma grande interrogação
em seu rosto. Ajeitando a camisa e passando as mãos no cabelo, ela finalmente
falou.
- Não! Eu
não posso. Nós...não... – a voz desapareceu ao fitar o homem a sua frente. Ele
podia desaparecer de sua frente, talvez se não visse o quanto ele a desejava
conseguisse respirar fundo e superar essa sensação louca que tinha de jogar-se
em seus braços outra vez.
- Por
que? – a voz de Castle saiu terrivelmente sexy o que apenas piorava tudo o que
sua mente já lutava por reprimir. Castle a instiga - Você quer detetive.... por
que não pode? Renda-se, Kate...
- Rick,
por favor... – ele sabia que todas as vezes que ela o chamava assim, o assunto
era muito importante.
-
Admita... – ele tornou a acariciar seu rosto, aproximou-se e roçou os dentes no
queixo dela, os lábios começaram a beijar-lhe o pescoço bem próximo ao ouvido,
sabia ser esse um de seus pontos fracos. Kate fechou os olhos. Precisava de um
pouco de autocontrole, o mínimo de autoestima por si mesma, mas como quando...
- Deus...
– ela murmurou – não faz isso, Rick... não posso...
- Pode e você
quer... faço falta... – ele continuava sussurrando essas palavras perto do
ouvido dela enquanto a beijava ou sugava sua pele – gosta do meu beijo, não foi
o que disse na mensagem que deixou na minha caixa postal? – percebeu que falara
além do que devia, então rapidamente sorveu os lábios dela. Porém, era tarde
demais.
Ofegante
e lutando contra todo o desejo que corria em suas veias, ela o empurrou.
- Não,
Castle!
- Kate...
– ele deixou escapar ao ver o quanto ela estava afetada com tudo.
- O que
você disse? Mensagem? Eu deixei mensagem para você?
-
Esquece, Kate.
- Não, do
que você está falando? – ela já pulara da mesa afastando-se o quanto podia
dele. Precisava da distância. Os olhos ansiosos esperavam pela resposta. Castle
escolheu mostrar a prova ao invés de entrar numa discussão sem sentido. Ele
sabia que acabara de extinguir suas chances de se dar bem naquela noite. Pegou
o celular e acessou sua caixa postal. Ao ouvir sua voz, claramente afetada pelo
álcool daquela noite, ela não podia acreditar que dissera isso, que fizera
isso. O que ela estava pensando? Não, definitivamente não estava pensado. Era a
bebida falando, não? Exatamente como agora.
- Deus! –
ela escondeu o rosto nas mãos, embaraçada pelo que fizera. Castle podia ter
escolhido não contar sobre isso, porém ele não queria mentir para ela.
- Está
tudo errado! Essa não sou eu, é o excesso de vinho falando. Assim como agora, o
excesso de Jameson. Droga! – Castle tenta se aproximar e rapidamente ela se
esquiva dos braços dele.
- Kate, é
você. Não culpe o álcool. Ele apenas amplifica o que sentimos.
- Castle,
pare de falar! Não tem parceria com benefícios, isso foi um erro, um deslize e...
eu vou embora... – Castle tenta segurar a sua mão impedindo-a de subir as
escadas. O puxão a fez cair diretamente em seus braços. Ele não pensou, apenas
a beijou. Seus lábios a tomaram tão intensamente que as pernas de Beckett amoleceram
como gelatina. A razão desaparecera por alguns minutos deixando sua mente em
branco, apenas sentindo o beijo avassalador de Castle.
Quando ele
finalmente a soltou, optou por deixa-la escolher o que fazer. Sem dizer uma
palavra com medo de trair tudo que tentava negar naquele instante, Kate apenas
o olhou por mais alguns segundos. Os lábios inchados do contato, as pupilas
dilatadas. Ela suspirou e virou-se de costas fazendo o caminho de volta ao bar.
Então ele falou, novamente provocando-a.
- Não se
esqueça de tomar um banho gelado, detetive.
Sentou-se
por fim na cadeira do escritório para se recompor do que acabara de acontecer. Aos
poucos, ele sabia que estava levando a detetive a beira da loucura. Jogo de
sedução é bom, mas beija-la de verdade era muito melhor.
Kate saiu
como uma bala pela porta do Old Haunt. O coração acelerado, as emoções
amplificadas. Por que fizera isso? Por que não era capaz de resistir aquele
maldito escritor? O beijo... ela tocou os lábios fechando os olhos. Perdendo-se
na lembrança de minutos atrás. Ela entrou no carro e dirigiu o mais rápido que
pode para chegar em casa. Ele tinha razão outra vez, precisava urgentemente de
um banho gelado.
Ela
dormira pessimamente na noite anterior. Após o banho, não conseguiu para de
pensar no que ocorrera entre ela e Castle no bar. Lembrou-se das palavras de
Dana, da tal endorfina. Desejo, vontade, e porque não simplesmente aceitar que
era tudo saudade de ficar perto dele, intimamente, domesticamente? Isso não
ajudava sua terapia, atrapalhara seu tratamento. Mentiras atrás de mentiras,
ela pensou.
Beckett
estava inclinada a se convencer de que precisava continuar focada. Castle a
desconcentrava, ele a fazia esquecer... droga! Ele a fazia feliz. Até quando
negaria o fato? Até quando ela demoraria para seguir em frente e contar a
verdade? Contar que sabia que ele a amava?
Essa era
a pergunta de um milhão de dólares, não? Por mais que a remoesse, Beckett não
conseguia sentir-se completamente pronta para responde-la. Outra vez, ela
acordara no meio da madrugada chamando por ele e totalmente excitada.
XXXXXXXXX
Para sua
completa surpresa, Castle não mencionara absolutamente nada sobre a noite
anterior ao chegar ao distrito na manhã seguinte. Será que estava pretendendo
fazer algo mais tarde, deixa-la embaraçada outra vez? Ao contrário do que
pensava, a última coisa que Castle queria era vê-la chateada. Para ele, a noite
anterior serviu de acalanto para os dois, porém principalmente para Kate. Sabia
que isso iria faze-la repensar suas escolhas, iria confundi-la um pouco mais. Ele
apenas fizera seu papel provocando-a. Era aí que ele contava com a perspicácia
de Dana. A terapeuta saberia como abordar todo o assunto sem deixa-la pensar em
desistir, em fugir como a velha Kate provavelmente faria.
Ele
dedicou-se a ouvir as besteiras de Esposito que chegara empolgado comentando
sobre a morena. Eles tinham saído e a noite rendera. Ao perceber a conversa
totalmente chauvinista entre os homens, Beckett resolveu colocar ordem na casa.
- Hey,
Esposito! Da última vez que chequei, você tinha um relatório para me entregar.
Não estou vendo você digitando e Castle, se não quer fazer papelada, não atrapalhe
os rapazes. Faça algo de útil ou vá para casa – Esposito e Ryan olharam
diretamente para Castle.
- O que
deu nela? – Ryan perguntou.
- Está de
ressaca – disse Esposito.
- Não,
está chateada porque você estava falando da morena. Sabe que ela odeia esse
clube do bolinha. Vou me fazer útil – ele se levantou indo para minicopa
ouvindo Ryan murmurar um “boa sorte com isso”. Castle demorou mais do que se
propunha quando começara a preparar uma nova dose de café para Beckett. Na
verdade, estava dando tempo a ela de se acalmar. Queria evitar que ela soltasse
os cachorros e toda a frustração da noite anterior nele.
Finalmente,
ele voltou ao salão com duas canecas de café fumegando.
- Por que
demorou tanto para fazer um café? – ela perguntou assim que ele sentou em sua
cadeira cativa.
- Ora,
detetive, estava me fazendo útil como você pediu. Tive que fazer algumas
ligações para Gina. Estamos negociando uma turnê para os quadrinhos.
- Você
vai viajar? – de repente, a constatação de que ele podia se afastar alguns dias
não foi recebida muito bem. Ela não gostou de saber da possibilidade.
- Por
mais que adore ficar nesse distrito investigando casos com você, minha parceira
– ele foi bem enfático na última palavra – eu ainda sou um escritor. Ou tento.
Pode não parecer, mas tenho obrigações também - Ela calou-se. Não sabia como
responder ao comentário dele. Estava certo, era um escritor. Seu escritor
favorito. Resolveu voltar sua atenção ao café e ao relatório a sua frente.
Ela
voltara ao consultório de Dana no dia seguinte. Não sabia o que esperava ouvir
da terapeuta quando contasse sobre seu deslize. Ela sorriu frustrada. Claro que
imaginava, do seu jeito enigmático, Dana iria festejar o ocorrido e ainda
faze-la responder um monte de perguntas capciosas.
Assim que
ela entrou no consultório, apenas por observar a linguagem corporal de Kate,
Dana sabia que algo acontecera. Esperou a amiga se sentar no divã. Viu-a passar
a língua nos lábios. Após acomodar-se, ela fitou a janela por um instante até
que Dana começasse a falar.
- Eu não
me importo quando pacientes vem ao meu consultório apenas para fitar o nada,
ficarem calados. Eu ainda ganho dinheiro com isso. Só tem um probleminha no seu
caso, Kate. Eu sei que tem algo para me contar somente não sabe como fará isso.
Vá em frente, me acuse de bruxaria.
- Não
adiantaria. Ninguém acreditaria em mim e você não poderia ser queimada na
fogueira. É bem capaz de eu parar no hospício por isso – Dana riu – tudo bem,
tenho algo para contar. Eu estou decepcionada comigo mesma. Eu não tenho
autocontrole e não sei o que fazer.
- Poderia
ser mais clara?
- Ah,
caramba! Vou ouvir todo o tipo de crítica por isso... eu descobri que tenho um
sério problema para manter meu autocontrole perto de Castle em situações
mais... intimas...
- Ué, mas
até onde eu me lembro foi você que impôs o fim da tal parceria com benefícios,
o que você anda fazendo de intimo com Castle se somente iam investigar casos? Pobrezinha,
não consegue se controlar ao lado daquele homem charmoso, cheiroso e com belos
olhos azuis? Que pena!
- Dana! Você
é minha terapeuta! Eu te pago para me dar conselhos, não zoar da minha cara!
- Ah,
Kate... nem preciso. Você mesma acaba se zoando. O que aconteceu?
- Tivemos
um pequeno momento no Old Haunt e eu...
- Espera!
O que você estava fazendo no bar do Castle? Achei que qualquer momento fora
distrito e casos estavam abolidos da sua vida e da sua parceria com ele – Kate
revirou os olhos. Por que ela ficava martelando a mesma tecla?
- Não foi
escolha minha. Eu não queria ir, mas os rapazes pediram e eles não sabem o que
aconteceu comigo e Castle. Nós tínhamos concluído uma investigação difícil,
queriam comemorar. Eu não aceitei a princípio, queria evitar de estar com
Castle nesses momentos mais simples e domésticos, porém eles insistiram e não
podia decepcionar meu time. Fomos para o bar, depois de umas boas rodadas de
whisky, eu tive que atender um telefonema, aliás esse é outro assunto que
preciso conversar, enfim – Kate conta tudo o que se passou. Dana não
demonstrava qualquer sentimento de espanto ou de reprovação. Beckett é boa em
ler pessoas, mas a amiga era boa em esconder emoções. Ao terminar seu relato,
ela suspirou.
- Eu não
sei o que fazer. Ele tem esse efeito em mim, parece que faz de propósito. Não
posso me render a cada sorriso ou toque, não posso ter sonhos eróticos com
Castle! – a terapeuta teve que se controlar para não rir da angustia de Kate
diante de si - Eu preciso de autocontrole, Dana.
-
Terminou? – Kate balançou a cabeça concordando – certo, quanto tempo faz que
voce rompeu a parceria com Castle? – ela viu Dana consultando suas anotações e
escrevendo alguma coisa no caderno. Sim, Dana escrevera “novo recaída. Adiar
experimento de hoje. Foco relacionamento.
- Pouco
mais de um mês? – respondeu relutante.
- Sim, e
incrivelmente você já teve duas recaídas. Não, foram três. Claro que apenas uma
com real contato. O que isso lhe diz?
- O óbvio.
Que sou fraca e não estou focando em meu tratamento como deveria.
- Fraca
em que sentido?
- Você
sabe em que sentido! De deslize, de me render a Castle.
- E
depois de tudo isso, você ainda acredita ser uma boa ideia manter a parceria
como está?
- Sim, eu
já disse que não voltarei atrás. E você deveria me ajudar. Por que fica fazendo
essas perguntas sobre Castle? Preciso focar no meu tratamento! – ela parecia um
pouco irritada.
- Kate,
foi você quem começou. Você falou de Castle. Tudo bem, aumente o estoque de
chocolate e nós seguiremos em frente. Qual era o outro assunto que você queria
abordar? – a detetive ficou vermelha na mesma hora, a terapeuta riu – deixe-me
adivinhar, diz respeito a Castle... – Dana queria gargalhar, mas conteve-se. Kate
escondeu o rosto nas mãos soltando um longo suspiro.
- Maddie,
ela me convidou para um jantar beneficente no Q4 na sexta. Ela quer que leve
Castle.
- Oh, você
conhece a dona do Q4? Esse restaurante é badaladíssimo, super frequentado e
difícil de conseguir reserva...
- Dana!
Pode esquecer o restaurante e focar no meu problema?
- Certo,
desculpe. Ela sabe da sua história com ele?
- Não,
mas já insinuou que gosto dele no primeiro contato que teve, ao conhece-lo.
Maddie quer a presença dele porque sabe que é famoso e atrai pessoas e dinheiro
para esse tipo de evento. Dana, eu não posso ir com ele.
- Kate,
por que não? É apenas um evento, um jantar. Não se trata de nada doméstico. Não
estarão sozinhos. Quais as chances de você acabar na horizontal com o cara? –
Kate mordiscou os lábios, o gesto gritava culpa em alto e bom tom, Dana não se
deixou intimidar e instigou – será uma oportunidade de testar o seu
autocontrole, de provar para si mesma que é capaz de sair com Castle sem
cometer deslizes – Dana sabia muito bem que estava jogando-a no fogo, Castle ia
agradece-la por isso – você já falou para ele sobre o evento?
- Não. E
não acho que seria uma boa ideia.
- Como
não? Que melhor chance de aumentar seu foco do que correndo risco? Convide
Castle como Maddie pediu. Explique o motivo do evento e ele entenderá que está
fazendo um favor simples, afinal a dona do evento requisitou sua presença. O
que me faz pensar, por que ela não o convidou diretamente?
- Ela
quis me dar a chance de fazer isso porque na cabeça pratica de Maddie, eu e ele
nos entendemos bem e somos mais que parceiros, entende? Mas disse que se não
receber meu RSVP até amanhã, ela mesma aparece no distrito para convida-lo.
- Parece
que você não tem muito tempo, Kate, o que prefere: se arriscar ou deixar Maddie
fazer uma cena no 12th?
- Você
fala como se eu tivesse uma boa alternativa, as duas são péssimas!
- Tudo
depende do ponto de vista. Acho que acabamos por hoje. Hey, você por acaso não
descolaria um convite para mim? Esse restaurante é um dos melhores de
Manhattan, nunca tive a chance de experimentar.
- Nem que
me pagassem eu daria um convite para você. Ia ficar me analisando a noite toda.
Já basta eu ter que me concentrar com Castle do meu lado. Prometo que a levo
para almoçar lá qualquer dia.
- Vou
esperar por isso – e Kate sequer percebeu o que dissera sobre o futuro evento
ao lado de Castle. Concentração, tai algo que Dana duvidaria que a detetive
tivesse no evento. Parecia que o destino estava conspirando a favor do escritor
afinal.
No dia
seguinte, Beckett passou uma boa parte de seu tempo pensando em como abordaria
Castle sobre o evento sem deixar passar a ideia de que seria algo além de sua
parceria, afinal desde o último deslize, nenhum dos dois comentou a situação.
Ela porque não queria passar por um novo embaraço e ele porque... espera, por
que ele não se aproveitou do ocorrido para pressiona-la ou provoca-la? Ele
mesmo dissera que ela não resistia, que queria beija-lo, ficar com ele. Então,
o que significava esse silêncio? Será que Castle estava cansando dela? De ficar
mostrando que poderiam ficar juntos ou simplesmente resolveu agir como ela
queria? Não, ela conhecia Castle o suficiente para saber que não obedecia a
regras. Isso não era do feitio dele. O que se passava na mente dele? Sem
qualquer resposta para as perguntas, Beckett resolveu por conversar com Castle
ao fim do dia. Faria o convite para o evento e se por algum motivo, ele não
aceitasse, poderia começar a se preocupar.
Eram por
volta das seis da tarde quando Castle voltara da minicopa com duas canecas de
café para encontrar sua parceira vestindo o casaco.
- Perdi
alguma coisa? Achei que íamos revisar as finanças da nossa vítima e do seu
sócio. Por que você está de casaco pronta para sair?
- O juiz
não está disponível para nos dar um mandado para quebrar o sigilo bancário do
sócio. Somente pela manhã. Sem isso, não sobra muito para nós investigarmos.
Hora de ir para casa – ela viu a cara de frustração dele, então provocou – deve
ser uma ótima notícia para você assim pode dedicar-se ao seu livro. Quantos
capítulos do novo Nikki Heat já escreveu?
- Gina
ligou para você? – perguntou de olhos arregalados – ela não ousaria!
- Pela
sua reação, você não tem feito muito progresso. Está com seu prazo estourado?
Com bloqueio, Castle?
- Não!
Nada de prazo estourado, eu só...eu, meio que... Nikki não tem cooperado comigo
ultimamente – havia um duplo sentido na colocação dele – a escrita emperrou a
cerca de um mês atrás... – certo, ele estava se referindo a ela.
- Talvez
eu tenha algo para ajudá-lo. Quando estamos bloqueados ou sem ideia, espairecer
ou mudar de ares pode auxiliar.
- Você
está sugerindo sutilmente que eu suma do distrito, Beckett? Nossa! Você
realmente está focada em seu tratamento...
- Não,
Castle! Não foi nada disso – de repente, ele viu um certo pânico em seu olhar -
Estou me referindo a um evento. Maddie fará um jantar daqui a dois dias, na
sexta. Ela me convidou, será um daqueles lances beneficentes que você está
acostumado a ir. Na verdade, acho que ela quer mais sua presença que a minha.
- Ela me
convidou?
- Sim,
ela praticamente me intimou a leva-lo e caso eu me recusasse, ela viria
pessoalmente aqui no distrito convida-lo. Preciso confirmar nossa presença hoje
sem falta. Então, você quer ir?
- Um
jantar beneficente em um dos melhores restaurantes de Nova York em sua
companhia, detetive? Eu diria sim a todas as alternativas, porém, não foi você
que me obrigou a não fazer programas fora do ambiente de trabalho em sua
companhia? Eu entendo esse convite como um dos tipos de benefícios que
costumávamos fazer juntos, aqueles que você considerou domésticos, não? Diante
do exposto, terei infelizmente que declinar o convite, mas tenho certeza que você
saberá explicar os motivos para Maddie – Beckett revirou os olhos diante da
resposta dele. Por que ela dava margem para Castle provoca-la?
- Tudo
bem, Castle. Eu me expressei mal. Você está correto sobre suas colocações se
esse fosse de fato um jantar qualquer. Não é. Trata-se de um evento, não um
encontro em um restaurante. Não há nada de intimo ou doméstico nisso tudo. Já
expliquei que Maddie não aceitará um “não” como resposta, portanto pense nessa
ocasião como a retribuição de um favor. Lembra quando eu compareci na leitura
da dramatização da sua mãe? Venha a esse evento comigo e estaremos quites.
Ele a
olhou por alguns segundos. Parecia estar lhe observando, tentando enxergar mais
do que via. Captar um sinal. Sorriu e deu de ombros.
- Tudo
bem. Posso conviver com isso. Seria uma pena perder a chance de saborear esse
jantar, apesar de que seria enriquecedor ver Maddie a questionando sobre o real
motivo de não me convidar para o evento em pleno distrito. Como seu parceiro,
irei poupa-la do vexame. Pode confirmar minha presença, detetive. A propósito,
qual o traje?
- O que você
acha? Vindo de Maddie só podia ser black-tie.
- Você
tem um vestido ou quer que eu providencie um? – ele alfinetou.
- Não
preciso da sua ajuda, Castle. Não sou Cinderella.
- Ouch!
Da última vez, você não reclamou...
- Cala a
boca, Castle! – rindo, ele pegou o casaco e começou a caminhar em direção ao
elevador.
- Até
amanhã, detetive. Estou ansioso pelo evento. Talvez Nikki saia da toca.
Ela ficou
estática no meio do salão do distrito. Às vezes, ela tinha vontade de soca-lo.
No
caminho de volta para o seu apartamento, ela ligou para o número que Maddie lhe
dera e confirmou sua presença no jantar. Depois, ela fez uma segunda ligação.
Não ia nem de longe dar o gostinho de Castle a bancar com relação ao lance
black-tie. Ao terceiro toque, a voz soou divertida do outro lado.
- Hey,
Kate! Qual é a boa?
- Dana?
Que barulho é esse? Você está bem?
- Estou
ótima! Apenas relaxando, bebendo na companhia de uns amigos. Chama-se happy
hour, você deveria tentar algumas vezes.
-
Acredito que você sabe bem o que o ultimo happy hour fez comigo... deixa para
lá, você está ocupada. Eu me viro sozinha.
- Hey,
Kate, para com isso. Pode falar, em que
posso ajuda-la?
- Preciso
que me ajude a encontrar um vestido – o sorriso de Dana se iluminou.
- Pensei
que nunca ia pedir... onde você está?
Continua....
7 comentários:
Kate e seus Deslizes kkkkkkk ta cada dia mais dificil se render ao escritor hahahahaha
Como assim acabou?? ah meu deus!!! não sei se aguento esperar para ver esse jantar... a Kate ta caindo cada vez mais nos encantos do Castle e vendo que não ta conseguindo se controlar kkkk queria que acontecesse alguma coisa com o Castle pra ela ver que pode perder ele e que não consegue viver sem ele hahahah ou um ataque de ciúmes sei lá, alguma coisa kkkk mais confio na sua escrita para ver o que vem pela frente hahahah na verdade to mega ansiosa...
Karen já aprendeu a me deixar apreensiva nessa fic.Toda vez acaba na melhor parte!! :(
Acho q esse jantar vai dar o q falar, e Maddie vai deixar o casal em maus bocados!!kkkkkk
Por favor n demora!! Não vejo a hora deles se renderem um ao outro de uma vez!!
Qqr sia se mata alguem do coraçao mulher...to sentindo q esse jantar promete 😁
Haja chocolate até ALWAYS (ou até onde Beckett aguentar)... hahaha
Eu to achando ela muito forte,isso sim... Fraca nada... Trabalha com o homem todo dia, teve ao menos duas grandes chances de ceder lindamente e apesar de uma escorregadinha (afinal ninguém é de ferro, ne?), ela se manteve bem firme... Mais ou menos... Mas tudo bem... haha
Dana é a melhor pessoa. Não canso de dizer... Zoando Kate, ou melhor jogando na cara que ela mesma se zoa....kkkkk
Castle sempre o provocador... Ele joga muito bem..
Acho que lentamente a Kate está percebendo que esse lance de acabar com o benefícios não foi tão eficiente. Afinal se antes ela achava que se distraia com ele, agora pensando nele 24 horas, está bem pior né... Eu to amando esse medinho dela de que ele não esteja tão disposto a esperar, medo de perdê-lo. Tão teimosa essa mulher... Poderia estar vivendo sua Roma, em NY. Mas prefere se punir... Se boicotar... E dar desculpas esfarrapadas... Paciência! Ela tem seu tempo... #Esperaremos
Dana e Maddie juntas, seria meu sonho? OMG, Dana precisa ir a esse evento... Arruma um boy pra ela... Please..hahaha
A Dana é muito legal, amo quando ela "zoa" a Kate. Estou amando as provocações do Castle.E a Kate,o que dizer da Kate? Eu diria que ela está assim.....
"Mais fácil aprender japonês em braile
Do que você decidir se dá ou não"
Agradecida ao universo pela vida Dana.Melhor pessoa 😂😂👌🏽
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