quarta-feira, 20 de julho de 2016

[Stanathan] Kiss and Don´t Tell - Cap.80



Nota da Autora: Sim, uma postagem especial. Enfim, o angst não acabou, o psicologico está afetado, porém é preciso demonstrar que deve-se respirar e procurar uma maneira de seguir em frente. Afinal, temos uma data especial a comemorar. Enjoy! 

PS.: As musicas aqui citadas fazem parte do clima, não são minhas. 



Cap.80


Gigi chega em casa cansada do dia de trabalho e triste pelas coisas que aconteceram com a irmã. Jeff não estava. Ao chegar ao banheiro, encontrou uma pequena bagunça. Toalha enrolada sobre a pia, a pasta de dente apertada no meio e droga! Ele deixara as meias sujas penduradas do lado de fora do cesto. Ela grunhiu de raiva. Começou a arrumar o banheiro irritada, quando abriu o cesto de lixo, encontrou uma embalagem de sombras quebrada.

- Ah, não! Filho da p... – ela não completou a palavra porque Jeff surgiu no quarto sorrindo com um buquê de rosas na mão.

- Oi, amor...

- Oi, amor? Oi, amor? É isso que você tem para me falar? E essas flores são para me comprar? Errou feio. Jeff, quer me explicar o que aconteceu nesse banheiro? Está uma zona! O que deu em você?

- É...e-eu, amor eu acordei atrasado... você desligou o alarme e eu perdi a hora. Fiz tudo correndo e meio que não tive tempo...sinto muito, eu não...

- Quer dizer que toda vez que você fizer bagunça no banheiro, eu ganho flores? Então está me devendo várias porque não é a primeira vez que você amassa a pasta de dente no meio. Qual a dificuldade de apertar das pontas? Meu Deus! Deve ser algum defeito dos homens de coordenação, só pode! Porcaria! – ela jogou as meias dele na direção de Jeff, chutou o cesto. Claramente aquela raiva toda não era por causa do estado do banheiro. Jeff suspirou. Deixou as flores sobre a cama. De repente, ela tornou a falar. 

- Você está mentindo. Você trouxe essas flores por culpa. Vai contar a verdade? Estou esperando... – ele ainda não entendia o porquê daquela vontade de brigar, ela estava procurando algo para atingi-lo, gritar com ele – não vai dizer... ótimo! Não precisava disso, bando de chauvinistas querendo mostrar que são melhores que nós. Fez merda, dá flores para a babaca que fica tudo bem...

- Hey! – ele elevou a voz indo na direção dela, segurou seus pulsos – olhe para mim, Gigi. O que aconteceu? Você não pode estar assim, com tanta raiva porque eu baguncei o banheiro e quebrei um dos seus estojos de sombra sem querer...

- Pelo menos admitiu... isso não muda o fato de estar com raiva e quer saber? Não vou arrumar nada! – ele fez menção de agarra-la, mas Gigi escapou de seus braços. Então a ficha caiu. Ela ia ver a irmã, não disse porque – Gigi, aconteceu algo com Stana? É por isso que você está me atacando? Ela e meu irmão brigaram?

Finalmente a pergunta a fez acordar de seu pequeno surto. Jeff, ao contrário do irmão, não era de ficar sempre conectado nas redes sociais e quando ela falou com a irmã, não contou o motivo para o namorado porque nem ela acreditava na notícia. Suspirou. De repente, ela sentou na cama chorando. Jeff agoniado foi até onde ela estava. Sentou-se ao seu lado ainda receoso, ergueu o queixo dela para que olhasse para ele.

- Fala comigo, Gi.

- Eles a demitiram, Jeff. A ABC demitiu Stana.

- Como assim demitiram? Ela é a atriz principal do seriado. Isso quer dizer que vão demitir Nathan também? A série acabou?

- Não foi o que ela me disse. Querem continuar sem ela.

- Mas, isso não faz sentido. Nossa! Ela deve estar arrasada.

- Arrasada nem começa a descrever o estado da minha irmã. Ela está triste, apática. Na minha frente, fez questão de se fazer de forte. Oito anos, Jeff. Impossível. Nathan está apavorado. Ele disse que ela passou o resto do dia chorando e dormindo. Tem medo que ela entre em depressão. Conversei com ela, tentei faze-la entender que precisa se manter bem. Mas eu nem consigo imaginar a decepção que ela está sentindo, a dor.

- É um golpe muito pesado. Imagina o clima. Ela desempregada, ele sem saber qual será o próximo passo que dará. Preciso ligar para meu irmão.

- Não. Você não pode.

- Por que?

- Eles deixaram Los Angeles, querem passar um tempo longe do assédio da mídia. Ela está visada, basta olhar o twitter, fãs reclamando, imagens de Stana em todo lugar. Xingamentos a Nathan. Eles precisam de um tempo. Dê um espaço aos dois. Ele sabe que você ficaria preocupado. Deus! Minha irmã estava tão triste, Jeff... e-eu não sabia o que fazer, eu falei, mas será que adiantou?

- Gi, sempre adianta. Talvez não no momento, depois ela vai se lembrar. Nada é fácil para aqueles dois!

- Todo mundo quer desafia-los, acabar com a felicidade deles mesmo que inconscientemente. Acho que a melhor coisa que fizeram foi manter esse segredo mesmo. Imagina se a imprensa sonha que eles são casados?

- Nem me fala. Isso acabou com o aniversário da Stana... Nate queria fazer algo especial para a esposa, veio conversar comigo.

- Ela não está em clima. Amanhã é o aniversário de Anne. Ela me deu o presente da menina. Para Stana não ir ver a sobrinha, você pode imaginar o nível da tristeza que está sentindo.

- Sim, posso imaginar embora nenhum de nós realmente compreenda. Talvez o único que possa é justamente quem está ao lado dela – ele limpou as lágrimas dela – está melhor agora que soltou os cachorros em mim? – um pequeno sorriso se formou no canto dos lábios de Jeff.

- Não pense que não estou com raiva pela situação no banheiro... e pela minha sombra.

- Gi...

- Sério, se vamos viver juntos você precisa obedecer algumas regras.

- Como a da pasta de dentes? – ela anuiu - Se eu pedir desculpas pela sombra e preparar um jantar delicioso, você me perdoa? – ele se esgueira roçando o nariz no pescoço da namorada, rindo enquanto os dentes arranhavam de leve a pele.

- Golpe baixo... – ela sussurrou.

- Só quero recompensa-la, amor...   

- Mas terá que ajeitar a pasta de dente... – mas ela já sentiu o corpo ser derrubado no colchão. Tarde demais para repreende-lo por atividades domésticas.


XXXXXXX


Nathan e Stana fizeram um ótimo passeio na propriedade de Trucco. Ela percebeu que algumas árvores estavam cheias de frutos, as plantações de morango estavam carregadas e sem autorização, ela mesma colheu alguns frutos que lavaram no pequeno riacho e saborearam juntos. Estavam sentados no píer onde anos atrás, o barco de seu primeiro encontro estava ancorado. Ela tinha a mão dele entrelaçada na sua. Tantas lembranças. Ela estava feliz por tê-lo ao seu lado. Não saberia como responderia aos últimos acontecimentos de sua vida se ele não estivesse ali. Apoiando-a, amando-a.

- Nossa primeira vez. Parece que foi há tanto tempo. Ali naquela noite eu entrava em um novo capítulo da minha vida. Um que evitei durante seis anos. Desde aquele show do Duran Duran.

- Tudo tem um tempo certo, Staninha – ele levou a mão dela aos lábios beijando-lhe as juntas – se não tivéssemos esperado, vivenciado outras pessoas, outros romances, não teríamos chegado à conclusão que chegamos depois daquele hiatus. Naquela noite, aqui mesmo nesse píer, eu sabia.

- Sabia o que?

- Que esse novo capitulo ao qual você se refere, seria o primeiro de muitos do livro da nossa história juntos. Naquela noite, eu tinha certeza que não nos separaríamos, passaríamos a ser uma unidade. Independente das complicações da vida, eu sabia que era você. Minha pessoa, minha metade.

- It had to be you... – ela lembrou.

- Sim, como Castle e Beckett.

- Castle e Beckett...

- Exceto que Beckett era bem mais cabeça dura. Ela podia ter cedido mais cedo para o cara. Toda apaixonada e fazendo tipo.

- Não! Ela precisava se curar, ela tinha um bloqueio e... – ao falar da personagem, ela mordeu os lábios. O semblante tornou a ficar mais pesado.

- Hey... isso é bom, faz parte do que você fez por Beckett e me orgulho disso. Sem sua dedicação a história dela não teríamos Always e sem aquele beijo... Olha onde chegamos amor? Casados, apaixonados e próximos de dar outro passo na nossa história. Criar a nossa família. Nada pode ser mais importante que isso...

- Nate... eu te amo, demais. Queria poder dizer que estou pronta para esse passo. Seria perfeito nesse cenário...

- Hey... não disse isso para você se sentir cobrada.

- Eu sei, eu só quero tirar isso do meu peito, me livrar dessa dor que maltrata – os olhos novamente cheios de lágrimas, ela escorou a cabeça no ombro dele – quero encerrar esse capitulo e voltar a ser feliz ao seu lado, como merecemos.

- Chegaremos lá, amor. Eu prometo – ele a abraçou perdendo-se em seus próprios pensamentos fitando o pôr do sol naquele pequeno cais.

Mais tarde, eles voltaram para a casa e apreciaram o jantar. Nathan estava regulando de perto a alimentação da esposa. Sabia que se ela não comesse, a possibilidade de se curvar a depressão seria maior. Eles seguiram para o quarto, trocaram de roupa e enrolaram-se debaixo do lençol, ela apenas queria o conforto dos braços dele, o que Nathan estava mais que disposto em dar a sua frágil amada.

No dia seguinte, ele estranhou o vazio da cama. Stana não estava no quarto nem no banheiro. Vestindo um roupão, ele começou a procura-la pela casa. Sala, cozinha, nada. Então, ele se lembrou da varanda na parte traseira da casa.

A silhueta esbelta envolta em um robe de seda recebia o reflexo da luz do sol. Os cabelos desalinhados em um coque e nas mãos, uma caneca de café. A imagem era de tirar o fôlego. Ele aproximou-se devagar envolvendo-a pela cintura com seus braços e depositando um pequeno beijo bem próximo a orelha deixando seu queixo apoiado no ombro dela.

- A cama não é tão confortável sem você.

- Bom dia, babe...

- Você dormiu bem?

- Melhor que ontem – ela não queria contar que acordara as três da manhã e não dormira mais – está com fome? – ela virou-se para fita-lo e seu pequeno delito estava estampado na sua face.

- Você tem olheiras. Não dormiu... está acordada desde que horas? – ela suspirou.

- Três... nada passa desapercebido para você?

- Não quando se trata de você. Ainda pensando sobre o que aconteceu?

- Sim, não a parte ruim. A parte boa. Estava lembrando das nossas cenas nos balanços. Adorava ficar usando aquele cenário. De volta a infância.

- Temos boas lembranças, não? Exceto aquele dia que cai – ela sorriu – nada bom – ficou satisfeito ao ver um sorriso mesmo que pequeno e rápido nos lábios dela – você só fez café para si? Pode me dar um pouquinho? – ela estendeu a caneca para o marido, ele bebeu. Stana brincava com a aliança dele enquanto a mão de Nathan repousava em sua cintura – vamos precisar de mais. Que tal entrarmos e preparar mais? Talvez uns ovos, french toast...

- Não... vamos ficar mais um pouquinho aqui. O sol está tão bonito – ela segurava a mão dele como quem não quer se soltar – hoje é aniversario de Anne. Eu preciso ligar para a minha pequena. Estou triste por não comemorar ao lado dela.

- Ela vai entender, Staninha. Anne é uma menina sensível. Gigi vai explicar tudo para a garota e vamos ligar, precisamos falar com a nossa sobrinha.

Eles permaneceram ali por mais uns minutos. A leve brisa, os braços dele, a respiração quente em seu pescoço a fazia sentir-se melhor. Com ele ao seu lado, Stana compreendia que a tristeza tinha prazo de validade, a dor seria sentida, porém não perduraria. Eles encontrariam seu caminho outra vez. Bastava que permanecessem juntos.

Depois do almoço, Nathan finalmente a convenceu a ligar para a sobrinha. Porém, Stana comentou que seria melhor ligar para o celular de Gigi, assim não corriam o risco de deixar Anne perto dos pais para ouvirem a conversa ou a voz de Nathan. Gigi atendeu prontamente a ligação da irmã.

- Hey, sis... como você está?

- Melhorando. Você está na casa do Marko?

- Estou. Acabei de conversar com Anne. Ela está chateada pelo que aconteceu, disse que você viajou, mas você conhece a pequena melhor que eu, jogou na minha cara que estava mentindo porque sabia o que tinha acontecido. Às vezes esqueço que além de sua sobrinha, Anne é louca por Castle.

- Queremos falar com ela.

- Vou chama-la e já sei, vamos para o quarto para evitar qualquer suspeita. Espera um minuto – não demorou para Stana ouvir as movimentações da irmã com a sobrinha, quando ouviu o som de uma porta ser fechada, ela sabia que estavam em ambiente seguro. Colocou o telefone em vivavoz. Gigi tornou a falar – sis, vá em frente. A aniversariante está aqui.

- Oi, docinho... feliz aniversário!

- Tia Stana, por que você não está aqui? Tia Gigi mentiu, sei que não está viajando...

- Sua tia não mentiu, princesa - era Nathan – ela está viajando comigo. Feliz aniversário, Anne!

- Ah, tio. Obrigada. Anne gostou muito do presente, mas eu queria ver vocês. Queria um abraço gostoso, e sei que a tia também quer. Não precisa esconder, Anne sabe, vi no twitter. Mas não se preocupem, os fãs não vão deixar Castle sem a policial. Ou a tia volta ou não tem outra temporada. Não vejo mais. Todo mundo diz isso, tia.

- Você não pode dizer isso, docinho. Seu tio vai ficar sem emprego.

- Ele não vai querer trabalhar sem a Beckett, ele não vai querer ficar no loft – as palavras de Anne estavam trazendo as emoções de volta com força a Stana, Nathan já percebera que ela lutava com as lágrimas outra vez.

- Anne, me escute. Nem eu , nem sua tia temos poder sobre isso. E não é esse o motivo da nossa ligação, queríamos lhe dar os parabéns, dizer que esperamos que seja muito feliz e que a amamos muito. Come muito bolo por mim, tá? – ele apertava a mão da esposa a sua frente, dando-lhe apoio.

- Sim, pequena. Seja muito feliz. Eu te amo, Anne – disse Stana.

- Anne também te ama, tia. Muitão. E tia? Ninguém vai esquecer a Beckett. Todo mundo já disse isso. O problema é que dão empregos a pessoas burras, ai fazem coisas erradas. A mãe da Judy sempre diz que tem uns idiotas que ela chama de chefe – a declaração da menina fez Stana sorrir, a forma como a pequena interpretara divinamente o que ouvira.

- Acho que a mãe de Judy tem razão, Anne – concordou Nathan.

- Nathan! – a esposa o reprendeu.

- O que? – era Gigi – só ouvi verdades. Está certa, Anne. Três contra um, Stana e no fundo sabemos que você também concorda.

- Vai ficar muito tempo viajando, tia? Não vai deixar a Anne com saudades, vai?

- Não sei ainda quanto tempo. Talvez voltemos no fim do mês – ela não tinha comentado nada disso com Nathan, viu a surpresa no rosto dele – não tem nada resolvido.

- Ta bom. Mas eu posso ligar para a tia no aniversário?

- Claro que sim, docinho. Vou ficar muito feliz.

- Ah, tá. A tia precisa ficar feliz. Ouviu, tio? – isso fez Gigi gargalhar, Nathan também riu.

- Não sei o que você quis dizer com isso, Anne...

- Sabe sim, abraços, beijos na boca, carinho e aquela palavra que a tia não quer que eu diga mais... – Stana foi quem riu dessa vez e o ato foi tão espontâneo que fez Nathan olha-la deslumbrado. Felizmente, Gigi continuou a conversa.

- Ah, ele sabe bem o que deve fazer, pequena. Não precisa ficar lembrando. Temos que desligar ou sua mãe vai achar que a raptei em pleno aniversario. Suas amiguinhas estão esperando.

- Isso, vai aproveitar sua festinha, Anne. Até outro dia. Tchau,sis.

- Tchau tia, beijo tio.

- Um beijo bem gostoso, princesa – ela desligou – essa menina é incrível. Gostei de ver o sorriso no seu rosto, Staninha. Será que eu consigo reproduzir um igual?

- Você é a razão porque estou aqui, de pé e Nate? Isso vale mais que sorrisos – ela aproximou-se e deu um selinho nele.

Três dias se passaram antes que Stana voltasse a comentar sobre os possíveis planos de ficarem longe de Los Angeles. Ele não quis pressiona-la quanto a isso. Estavam deitados para dormir, ela escorada no peito dele. Desde que tudo aconteceu, Nathan se dedicava a fazer tudo para agrada-la, obedecia suas vontades, seu ritmo. Parecia estar funcionando. Os dias passavam, ela chorava todas as noites em seus braços, ontem não houve lágrimas. Ele viu isso como uma evolução.

Ela acariciava o rosto dele. apoiando o queixo no peito dele, falou.

- Estava pensando sobre nosso futuro, próximos passos. Teoricamente estamos em hiatos. Não quero voltar para Los Angeles antes do meu aniversário, podemos ficar aqui?

- Claro. Você quem manda.

- Nate, você ainda precisará voltar para negociar seu contrato. Não pode simplesmente ignora-los.

- Não estou ignorando. Você viu alguém me ligar? – tinha razão, ninguém o contatara até agora. Ela continuou falando para fazer a proposta que queria para o marido.

- Depois que você terminar de resolver sua situação em Castle e com a ABC, estava pensando se não deveríamos viajar juntos. Podíamos ir para a Europa, não Paris, Milão ou Roma. Nada de lugares badalados. Pensei na Croácia. Lá podemos ficar isolados, passear, relaxar. Eu não tenho nenhum trabalho previsto para esse hiatos. Tenho scripts para avaliar, recebi uns convites de desfile e fotos. Nada muito grande. Eu quero curtir umas férias com você.

- A ideia é boa, mas como você falou, além da minha situação com a ABC que deve se resolver até a quinzena de maio, eu tenho as gravações da segunda temporada de Con Man, já era parte do meu hiatus, lembra?

- É verdade. Quase esqueci. Vai demorar muito para filmar? Podemos ir depois.

- Sim, posso ver com Alan. Filmar umas duas semanas direto e depois, viajamos. Ou você pode ir na frente e eu a encontro lá – ela se mexeu sobre o corpo dele, ao se apoiar para ajeitar o corpo, Stana jogou o peso da mão em seu ombro direito, Nathan gritou de dor.

- O que foi? Machuquei você, babe? – a cara de dor era óbvia.

- Não, está tudo bem. Eu só... – ela pressionou os dedos no ombro dele, Nathan mordiscou os lábios para não soltar outro grito.

- Não está nada bem. Você está com dor... foi porque você me carregou, certo? Por isso está falando que não é nada. Para eu não ficar encucada.

- Não foi você, amor. Eu tenho problema nesse ombro desde a faculdade quando parei de jogar. As cenas da season finale de alguma forma reavivarão a dor.

- E o fato de você ter me carregado nos últimos dias, as posições que dormimos. Fez tudo piorar. Precisa ir ao médico. Aqui a única coisa que posso fazer é lhe dar um analgésico e fazer uma massagem.

- Por mais tentador que uma mensagem soe, não acho ser uma boa ideia. Estamos falando de ligamento e um movimento errado, a dor piora ao invés de melhorar.

- Nate, você está sofrendo com dor esse tempo todo? Por que não me disse? – ela sabia a resposta, sentou-se na cama – ah, droga! Nós somos um casal, dividimos os problemas, não pode ficar se preocupando comigo quando tem algo acontecendo e te incomodando, babe.

- Tínhamos problemas maiores, Stana.

- Não mesmo. Minha vontade é de pegar o carro agora e te levar para o médico. Logico que não posso fazer isso as onze da noite. E nem quero voltar para LA, mas você vai me prometer que assim que voltarmos irá ao médico ver o que está acontecendo. Promete, Nathan – ele sabia que ela falava sério apenas pelo tom da voz e por chama-lo daquela forma.

- Tudo bem, eu prometo. Podemos voltar ao assunto de antes? Sobre nosso tempo juntos? – ela deitou-se cautelosamente do lado esquerdo dele – não precisa ter medo de me tocar, amor. Não vou quebrar.

- Você fala com Alan. Se conseguirmos estar em junho na Croácia será muito bom. Quero te levar para a Dalmatia.

- Verei o que posso fazer.

Nas vésperas do aniversário de Stana, Nathan estava mais confiante. O humor dela estava melhor, o choro cessara e vários sorrisos surgiam. Ela estava curtindo o momento na casa de Trucco. Sim, de vez em quando ela lembrava de momentos da série, de palavras, ele via o olhar perder-se, e logo em seguida Nathan fazia algo que a deixava sorrindo. As reservas desapareciam e Stana estava voltando a ser a mesma de antes da suposta mudança que fora exposta há uma semana atrás.

Mesmo sabendo que ela não queria comemorar o aniversário, ele não poderia deixar a data passar em branco. Conversou com o cozinheiro da casa, fez uma relação do que queria que eles comprassem e pediu permissão para usar a cozinha no dia seguinte. Começaria preparando um café especial e depois jantariam juntos. Faltava apenas convidar quem mais importava para a festa.

Ele estava prestes a se juntar a esposa na varanda onde Stana lia concentrada sentada numa cadeira de balanço quando seu celular tocou. Um número privado. Pensou em não atender, mas acabou cedendo.

- Sr. Fillion?

- Sim, quem está falando? – o homem se identificou como o advogado da ABC. Praticamente intimou-o para uma reunião no dia seguinte. Nathan declinou educadamente afirmando estar fora da cidade. O advogado parecia bem agoniado para encontra-lo. Atitude bastante suspeita, pensou – infelizmente estarei disponível para conversar apenas no dia 29. Teria que esperar. Sem alternativa, o advogado concordou. Stana ouviu os últimos instantes da conversa quando Nathan chegou a varanda. Ao vê-lo desligar, ela pousou o livro sobre o estomago e olhou para ele que se escorara na pequena bancada de frente para ela.

- Queriam negociar?

- Sim, o advogado me pareceu ansioso, quase nervoso. Marquei uma data. sexta-feira.

- Tudo bem, podemos voltar a Los Angeles no dia anterior – ela viu o quanto ele parecia aliviado com essa resposta – o que foi? Por que esse suspiro tão aliviado?

- Tinha medo que você dissesse para voltarmos amanhã. Não podemos – ele se ajoelhou apoiando as mãos nas coxas dela – eu quero lhe convidar para um jantar especial amanhã.

- Nate, eu...

- Não, amor, me escute. Eu sei que não quer celebrar seu aniversário por todos os motivos que ambos conhecemos, mas seria injusto comigo. Não deixar que eu a agrade depois do presente que me deu em meu próprio aniversário. Seremos apenas nós, um jantar feito por mim e um bom vinho. Nada além disso, tudo bem? Então, Staninha, você aceita jantar comigo amanhã à noite?

- Aceito – ela sorriu e usou as suas mãos para segurar o rosto dele e beija-lo – é claro que aceito.

- É um encontro, então – respondeu sorrindo.

Na manhã seguinte, Stana foi acordada com uma bandeja linda de café da manhã. French toast, ovos, frutas, suco de laranja fresco, geleia, queijos e claro, a estrela principal, o café. Não, ela estava enganada. O ponto alto do café foram os beijos carinhosos que recebeu dele, os carinhos delicados que aqueles lábios fizeram em sua pele por longos minutos. As palavras doces e o “eu te amo” mais sincero que fizeram seu coração pular desesperado dentro do peito. O brilho daqueles olhos azuis ao fita-la demonstravam o quanto ele estava feliz por estar ali naquele quarto há milhas de distância do lugar que chamavam de lar.

- Feliz Aniversário, Staninha.

- Você sabe como deixar uma garota envergonhada em seu aniversário.

- Esse é apenas o começo – ele riu quando Stana pegou sua mão e colocou sobre o peito dela para sentir o coração, sim ela estava com o rosto vermelho – não sei o que fiz para deixa-la envergonhada.

- Essas palavras lindas no meu ouvido foram o que?

- Ah, somente a verdade. E parece que tenho razão, seus olhos estão incrivelmente verdes. Você está feliz.

- Sou feliz porque amo você, Nate. Agora... – ela se colocou de joelhos na cama, pegou mais um pedaço do morango oferecendo em seus lábios o que ele aceitou numa boa – que tal você me acompanhar em um banho naquele ofurô enorme? Quero alguém para esfregar minhas costas.

- Isso é um convite ou uma intimação, Staninha?

- Entenda como quiser, mas não devemos fazer todas as vontades da aniversariante em seu dia?

- Excelente ponto – pretendia levantar-se para cumprir o pedido, mas ela o puxou contra o corpo sorvendo seus lábios. Depois de um beijo apaixonado, eles saíram da cama. O dia estava apenas começando.

Apesar de ser apenas um banho simples, eles namoraram, brincaram, conversaram. Nathan pensava que dali a alguns meses podiam estar entrando em uma nova fase da vida deles, sempre tinha esses pensamentos quando tocava o ventre de Stana. Imaginara em breve uma vida crescendo ali dentro, poder toca-la, acaricia-la e sentir toda a experiência de ter um filho. Não ousaria dizer isso para Stana. Não nesse momento. Ainda havia feridas para curar, essa última semana mostrou que não podia avançar nessa fase sem dar por encerrada outra que os dominou por oito anos.

- Por que está calado?

- Estou apenas contemplando o momento. Você está começando a ficar com os dedos enrugados. A água já esfriou – ele brincava com os dedos dela – será uma demonstração de como você ficará velhinha?

- Não gostou? Vai me descartar quando tiver a pele cheia de rugas, engelhada e cabelos brancos?

- Nunca. Sabe aquela música do Ed Sheeran? Quando as minhas pernas não funcionarem como antes e eu não puder te carregar no colo? Quando meus cabelos se forem, minha memória falhar e a multidão não lembrar meu nome, sei que você ainda me amará. Sua alma jamais envelhecerá, ela é eterna.

- Hum... temos uma nova música para substituir “It Had to be you”?

- A verdade é que muitas músicas são nossas quando estamos apaixonados, concorda?

- Sim, eu estou gostando cada vez mais desse aniversário.

- Não espere presente.

- Quem precisa de presente quando o seu marido se oferece para cozinhar?

Quinze minutos depois, eles finalmente saíram do banho. Ficaram perambulando pelo quintal da casa, deitaram-se na grama onde Stana lia um livro e fazia cafuné na cabeça dele. O celular dela tocou algumas vezes. Gigi, Trucco, Marko, Anne, a mãe. Atendeu a todos e ficou grata quando dona Rada não tocou no assunto da sua demissão. Tinha que agradecer a irmã por isso. Então, quando o celular tocou outra vez, ela viu o nome de Dara no visor.

- Hey, Dara!

- Feliz aniversário, Stana! Quanto tempo! Você está em casa? Adoraria fazer uma visita.

- Não estou. Eu e Nate estamos fugidos de Los Angeles – a amiga logo entendeu o motivo – só voltamos daqui a três dias. Devíamos marcar algo. Vou falar com o Nate. Um jantar, um churrasco. Precisamos conversar.

- Disso não tenho dúvidas. Muita coisa aconteceu desde que nós não trabalhamos juntas e... – ela relutou – e-eu confesso que ainda estou chocada com a última notícia. Chad também, arrasado. E está mandando um beijo e parabéns. Desculpe, não devia estar falando isso. Foi um dos motivos que você sumiu, não?

- De certa forma. Quando voltar para LA eu ligo para você, teremos chance de conversar. Você mais do que ninguém tem direito de saber sobre muito do que aconteceu. O bom e o ruim.

- Hum, você vai me deixar curiosa.

- Vai ter que esperar, Dara.

- Tudo bem, aproveite seu momento com seu maridinho. Dá um beijo nele por mim. E vou esperar a ligação, viu?

- Pode esperar, vou ligar. Um beijo – ela colocou o celular de lado e percebeu que Nathan dormira com a cabeça em seu colo. Sorrindo, ela inclinou-se roçando o nariz no dele, as mãos deslizavam por dentro da camisa de botão que ela desabotoara tocando o peito quente. Ele gemeu gostoso, abriu os olhos.

- O que você está fazendo, Staninha? Ia se aproveitar de um homem indefeso que estava tirando um cochilo? Que coisa feia... – as mangas curtas realçavam os bíceps fortes e largos. Ela acariciava-lhe os braços agora, o sorriso continuava – que horas são?

- Quase quatro.

- Oh, preciso começar a cozinhar ou não teremos jantar hoje.

- Então é melhor se apressar porque você me prometeu – ele sentou-se na grama, ajeitou a camisa semiaberta e roubou-lhe um beijo – a que horas iremos jantar?

- Esteja pronta as sete – levantou-se e esticou o corpo – o dever me chama. Relaxe, leia, aprecie o sol. A noite é uma criança – ela sorriu jogando um beijo no ar para Nathan que saiu todo serelepe para a cozinha.

Não pretendia fazer nada muito exagerado. Simplicidade era a melhor pedida. Sempre ouvia de grandes chefs que menos é mais. Sendo assim, ele optara por um prato único, uma entrada leve e a sobremesa com algo que tinham em abundância na casa.

Ele se dedicou a separar, limpar e pré-cozia o que precisava para o prato principal. A entrada não exigiria muito, apenas o preparo e forno. Ele cantarolava baixinho enquanto trabalhava. A champagne estava no gelo, além de um vinho branco para acompanha-los durante o jantar. A noite seria especial, um momento a dois com simplicidade. Precisavam disso. Mereciam desfrutar de horas longe de preocupações e problemas. Era isso que Nathan esperava daquela noite.

Com tudo devidamente encaminhado, consultou o relógio e percebeu que dali a meia hora poderia tomar um banho e retornar para a cozinha a fim de dar o toque final. Stana surgiu na sala e já ia bisbilhotar a cozinha quando ele a impediu.

- Nem pense nisso. Nada de estragar a surpresa. por que não vai tomar seu banho?

- Para que tanto mistério em um simples jantar?

- Porque apesar de simples é especial. Satisfeita? Já são seis horas, precisa se arrumar para que eu também faça o mesmo e venha finalizar as coisas – balançando a cabeça rindo, ela foi para o quarto. Nathan aproveitou para trabalhar na segunda etapa de seu plano. A arrumação da mesa e a seleção musical da noite. Conectou seu ipod no dock que havia na sala, checou a lista de canções que tocariam no jantar e algumas que ficariam para depois. Sorrindo satisfeito com o que realizara, ele foi atrás dela no quarto.

Stana saia do banho naquele instante. Havia lavado os cabelos e a imagem deles embaraçados e molhados caindo nos ombros enquanto ela tinha apenas a toalha enrolada no corpo o remeteu a uma lembrança de anos atrás. A cena de Always, os takes que mudaram suas vidas. Um filme passou em sua mente. E o momento quente e sedutor o fez gemer baixinho no mesmo instante que sentiu uma pontada na virilha.

Ela tinha o secador nas mãos e ao vê-lo com olhos vidrados, estranhou.

- O que foi?

- Nada – ele respondeu rapidamente indo para o chuveiro. A agua gelada o fizera bem. Desde que Stana recebera a notícia sobre sua demissão, eles não tinham feito amor. Uma semana. Para alguns casais podia ser algo normal ou compreensível, não para os dois. Nathan levou sua prioridade a sério e por mais que estivesse sentindo saudades de explorar aquele belo corpo e se perder em cada curva, ele se contentou em dar-lhe carinho, atenção e beijos. Há sete noites dormiam abraçados, de conchinha e sem qualquer outra demonstração de afeto a não ser os beijos. Ele dera tempo para a esposa se curar, deixar a dor ser extravasada através do choro. Isso surtiu efeito, ela estava bem melhor.

Era por isso a necessidade de fazer algo especial hoje. Era parte do processo de cura. Depois do que ela fizera por ele em Nova York, precisava retribuir pelo menos um pouco do amor que recebera. Ao sair do banho envolto em um roupão, encontrou-a com os cabelos secos e vestindo apenas a lingerie.

- Tenho que me arrumar?

- Claro que sim. É seu aniversário e embora não estejamos indo para um restaurante, a ideia é a mesma. É a sua noite, Staninha.

- Mas eu não trouxe roupas chiques...

- Não disse chique, deve ter algum vestido nessa sua valise, não?

- Eu não coloquei nenhum vestido.

- Mas eu sim, um vestido justo com saia até a altura dos joelhos, sem manga bem parecido com aquele que você usou no lançamento de Heat Wave. A cor é vinho. Por isso usarei uma camisa da mesma cor.

- Você trouxe um vestido para mim? Como sabia? Eu não lembro desse...

- Não deixaria seu aniversário passar em branco. Não seria um bom marido se fizesse isso – ela sorriu e caminhou até ele beijando-lhe suavemente os lábios – vá em frente... sei que vai servir com perfeição – a valise que ele mencionara era uma que Stana pensara ter roupas dele. E tinha, inclusive a tal camisa que falara e também uma caixa preta com uma fita prata ao redor. Ao desfazer o laço, levantou a tampa e teve a primeira visão do seu presente. Um belo vestido, ela tinha que concordar e realmente lembrava o que usara no figurino da série. Retirou-o da caixa.

Em poucos minutos, ela estava com a peça no corpo. E novamente ele tinha razão, ela adorara e servira perfeitamente. Ótimo olho, ela pensou.

- É lindo! Obrigada, babe.

- Está divino em você. Melhor do que eu imaginara. Termine de se vestir, vou dar os toques finais no jantar – ele desceu com calças pretas, porém com uma camiseta. Não queria arriscar de sujar sua camisa da noite.

Nathan colocou a forma para assar com as entradas. O prato principal estava praticamente pronto. Ele pegou os pratos em que serviria a comida para enfeita-los. Claro que fez uma quantidade maior para que pudessem repetir, porém ele queria impressiona-la com pratos de qualidade de restaurante. A sobremesa já estava gelando esperando sua hora de ser servida. Tirou uma garrafa de vinho da geladeira para esfriar a temperatura ambiente. Com o timer do forno acionado, ele retornou ao quarto para colocar sua camisa.

Encontrou Stana calçando os sapatos de salto agulha que ele também colocara na valise, ela imaginara que não traria um vestido como esse se não tivesse um par de sapatos a altura. Ele sorriu a imagem dela sentada na cama. O rosto levemente maquiado, o colar que ele lhe dera há algum tempo com as iniciais deles e os cabelos presos em um coque elegante.

- Qui est cette vision? C´est magnifique!

- Merci – ela sorria. Nathan se aproximou beijando-lhe a testa. Tirou a camiseta e vestiu a bela camisa social quase no mesmo tom do vestido dela. Colocou um pouco de seu perfume, ajeitou os cabelos e estendeu a mão para a esposa.

- Pode me acompanhar em um jantar especial, Mrs. Fillion?

- Claro que sim, mal posso esperar pelo que a noite me reserva, Mr. Fillion.

- Logo descobrirá – de braços dados, eles seguiram para a sala de jantar. O sorriso de Stana se alargou ainda mais após ver a bela mesa que ele arrumara para os dois. As flores, as taças, os suplás, tudo perfeito. Ela o fitou mordiscando o lábio inferior. Nathan sabia que ela gostara – vou leva-la ao seu lugar – puxou a cadeira para que ela sentasse. Em seguida, trouxe o vinho e serviu a ambos – começaremos a noite com um vinho branco. Mais tarde, faremos um brinde com champagne.

Ele sentou-se ao lado dela, ergueu a taça de vinho e fizeram um pequeno brinde.

- A você, meu amor, minha vida, meu tudo. Parabéns, Staninha.

- Oh, Deus... a noite mal começou e você já me arrasou com essas palavras – ela sorria e Nathan podia ver a emoção em seus olhos.

- Volto já com as entradas – tomou um gole do vinho e beijou-lhe os lábios de leve. Retirou a forma e serviu cuidadosamente as entradas nos pratos enfeitados como em um restaurante. Ao passar pelo console, acionou o ipod. Os acordes de um belo jazz começaram a tocar e logo ela reconheceu a voz poderosa de Nat King Cole. Ele colocou o prato na frente dela.

- O que é isso?

- Bruschetta ao pesto – o belo pão italiano levemente torrado, o queijo derretido e gratinado com perfeição sobre uma camada de pesto e pedaços de tomatinhos cerejas. O toque final de orégano, lascas de parmesão e uma folha de manjericão. Era de dar agua na boca – espero que esteja gostoso.

- O cheiro está maravilhoso – ela cortou um pedaço e levou-o a boca. A mistura de sabores em uma harmonia perfeita. Muito bom – nossa! Esse pesto está de morrer. Onde você aprende a fazer essas coisas, Nate?

- World wide web, conhece? – ele sorriu. Ela tomou um pouco mais do vinho e continuou a saborear sua entrada. Estava curiosa pelo resto. Ele se levantou retirando os pratos rumo a cozinha para trazer o prato principal. As músicas continuavam no mesmo ritmo, Sinatra era o cantor de um belo clássico. 

Sentia-se leve. Feliz. Pequenos gestos de alguém que se ama significam bem mais que grandes pompas ou joias extremamente caras. Nathan sempre sabia dosar isso. Porque a conhecia, não era de exageros embora ele fosse. Viu quando ele colocou o outro prato a sua frente. Boquiaberta pela arrumação, ela trocou um olhar com o marido. 

- Isso parece saído de um restaurante chique. Wow! Quanta surpresa! E que cheiro maravilhoso. Frutos do mar...

- Rissotto al frutti del mare – ele disse colocando mais vinho em suas taças – formaggio? – ela concordou enquanto ele tirava lascas grandes de parmesão deixando-a cair sobre o prato dela - manjare, bella...

- Grazzie, sposo – ela elogiou o risoto e engajaram em uma conversa interessante sobre idiomas, culinária, a arte de preparar belos pratos e o pecado de comer, um dos melhores prazeres da vida. Terminaram a garrafa de vinho, porém Nathan não queria abrir outra. Estava na hora do champagne. Recolheu os pratos e disse para ela ir para a sala. Logo a encontrava.

Pegou taças limpas, a garrafa de champagne e uma pequena bandeja com as sobremesas. Ao coloca-la sobre a mesinha de centro, Stana pode observar o que ele aprontara. Havia uma pequena torta de morangos feita com pão de ló e uma bela vasilha com lindos morangos. Uma outra com chantilly.

- Você pode escolher se quer comer as duas ou apenas uma delas – disse ele servindo champagne para os dois – antes de devorar o doce, formiguinha, iremos fazer um brinde – ambos seguravam a taça com champagne. Ele a admirava quase perdido em meio a tanta beleza. Suspirou – eu não me canso de te olhar, as vezes penso que sou capaz de ficar horas perdido assim. Tem ideia do que você fez com a minha vida, do que você faz todos os dias? Você vem sempre em primeiro lugar. Se você chora, eu me arraso. Se está triste, me destrói e quando você sorrir, meu coração dispara. Quando me beija, você faz de mim o homem mais feliz do mundo. Já te disse quanto eu te amo hoje? Ir até a lua e voltar? É muito pouco para expressar o que sinto por você.

- Eu nunca duvidei... eu também te amo, Nate. Por cada pequeno gesto, cada toque, cada olhar que me faz sentir especial. Eu não estava em clima para festejar, mas você torna tudo tão mais fácil... obrigada por estar aqui, por me amar – ela se inclinou e beijou-o carinhosamente, o sentimento maior expresso naquele pequeno gesto. Ao se separarem, ela sorria.

Eles comeram a sobremesa, beberam o champagne e quando Stana pensou que a noite terminara, ele a ergueu do sofá dizendo que precisava de uma dança com sua esposa. Acionou uma lista em seu ipod. Ela sorriu abraçando-o ao ouvir os acordes de “It had to be you”. Juntos, eles balançavam o corpo. Nathan a fazia girar e a trazia de volta ao seu encontro. Sussurrava parte da letra em seu ouvido, mordiscando o lóbulo da orelha arrancando risinhos de Stana. Não fora apenas uma música. Ainda tocaram a canção de Ed Sheeran que ele mencionara mais cedo, “I choose you” de Sara e para encerrar “I´ve got you under my skin” com Sinatra. Ela estava completamente entregue ao momento. Em poucas horas, Nathan a fez esquecer os momentos ruins da semana que passara. Afastando-se do corpo dele para fita-lo, ela tinha lágrimas nos olhos, sorriu e pediu.

- Faça amor comigo, Nathan... me faça sua essa noite – ele retribuiu o sorriso e tomou-a em um beijo apaixonado. Guiou-a até o quarto e devagar as peças de roupas que vestiam formaram uma trilha no chão. Nathan a deitou na cama e vagarosamente dedicou-se a satisfaze-la.

Toques, beijos, as respirações mudando de ritmo, a ternura ao provar cada parte da pele deliciosa dela, as caricias, a forma delicada como sorveu cada um dos seios dela. Era um encontro de almas. Amantes celebrando a vida. O corpo arrepiava-se, contorcia-se, brindava o amor. Fazer amor com ele era algo indescritível. Ao senti-lo afundando-se dentro de si, ela pedia mais, balbuciava poucas palavras “meu”, “sua só...sua”, e declarava-se para ele. Quando o clímax os alcançou, seus corpos tornaram-se um só, nada mais importava que eles. Juntos deixaram o prazer lhes consumir. Se amavam, se queriam, se desejavam e perderem-se um no outro nunca fora tão especial. Ao buscar os lábios dela outra vez, seus olhos encontraram-se. Nathan pode ver a emoção naqueles olhos verdes, o brilho de antes retornara.


- Eu te amo – foi tudo que ele disse antes de sorver os lábios de Stana apaixonadamente.

Continua.... 

7 comentários:

Unknown disse...

OMG, Kah escreve tão bem a sofrência que fica difícil não relembrar e sentir tudo novamente. Anne, disse tudo, menina esperta!! E que aniversário hein Dona Stana, que isso. Doida para ver o próximo, os próximos né. A reação dela com a renovação do Nate, os protestos no Twitter e por fim o cancelamento de tudo.

Unknown disse...

Awn que coisa mais linda esse Cap mecheu comigo Nathan como sempre sendo um cavalheiro tadinha da minha Staninha ainda bem que ela tem seu marido ao seu lado dando total apoio parabéns Ka o Cap fico lindo amei mesmo 😢😭

rita disse...

Parbéns Karen, MARAVILHOSO! Emocionante e tão delicado como só você sabe demonstrar em suas fics. Não tenho mais palavras, porque também estou emocionada e relembrar que não os veremos mais juntos ainda dói muito. Acho que vai doer sempre. Beijos da amiga.

cleotavares disse...

OH! Que marido mais lindo e carinhoso, a senhora tem D. Stana. É muita emoção e amor em um capítulo, minha gente. Lindo, lindo! Kah.

Vanessa disse...

OMG! Kah, vc sabe como matar uma leitora... Tô aqui tentando me recompor, porque óbvio que chorei... O que dizer de um capítulo que começa com Giff e termina com tanto amor SN?
Gi brigando com Jeff, mal começaram... hahaha. Adorei essa parte doméstica... Bem, quando se trata de Giff sou suspeita... <3 <3
Anne perfeita em suas colocações, como sempre...
Amo o jeito como você dosa as coisas, e nos faz viajar em diversas emoções diferentes...
Nathan tão fofo e maravilhoso... Todo esse cuidado com detalhes e essas palavras... Me derreti toda aqui... Vc sempre me surpreende! #AMO

Unknown disse...

Perfeito!!!!

Silma disse...

Capítulo lindo como sempre!!!O coração fica bem pequenininho com cada palavra que leio,é duro saber que tudo isso realmente aconteceu!
Ká cê sempre arrasando com suas leituras!