Nota da Autora: Primeiramente, tenho que pedir desculpas. Ontem o cansaço era tanto que não consegui concluir meu plano. Propositalmente, não dei parabéns a uma amiga fofa do cuore porque queria dedicar esse capitulo de Ono a ela. Infelizmente, o cansaço e o sono me dominaram e não pude fazer os ultinos ajustes no capitulo. Será que vale um dia atrasado? #medo
Van, obrigada pela amizade, pelas ideias, pelos surtos. Obrigada por ser minha leitora. Happy Bday, Van! Que todos os seus sonhos se realizem e muito sucesso. Esse é meu presente para você, porque é um marco na vida de Kate e há uma cena que demonstra todo o meu amor (e o seu) a essa história. #Always
Quem sabe ano que vem não comemoramos em Santorini...(ainda não foi dessa vez!)
Sinto informar que o angst chegou... enjoy!
Cap.62
Castle
fez a ligação relatando o seu encontro com Beckett. Após as informações do
escritor, a terapeuta ficou mais calma. Pequenos passos e sua paciente chegaria
onde queria.
Beckett
voltou ao trabalho na manhã seguinte, apesar de ainda ter um pouco de olheiras,
ela sentia-se melhor. Os rapazes não a questionaram sobre o ocorrido. Somente
quando Castle apareceu no distrito trazendo os copos de café foi que insinuaram
sobre a possível surra. Beckett negou afirmando que esperaria ansiosa por outra
oportunidade. Felizmente, um novo homicídio os levou para as ruas e mesmo sendo
um caso simples, era bom ter algo diferente para se concentrar e esquecer os
demais assuntos por algumas horas. A burocracia acabou por atrapalha-los outra
vez.
Mesmo com
as tentativas de Castle em contatar o juiz, seu amigo, para fornecer o mandado
foram frustradas. Teriam o documento apenas pela manhã. Isso os forçou a
encerrar os trabalhos por volta das seis da tarde. Despediram-se e deixaram o
distrito indo cada um para um lado. Beckett já pensara muito com relação ao
experimento de Dana, sentia que precisava conversar com a terapeuta. Apesar de
ter dito que queria um tempo, não havia outra pessoa com quem pudesse dialogar
sobre o que remoía em sua mente.
Pegou o
telefone e ligou para a amiga antes de pegar o metro rumo ao consultório dela.
Para sua sorte, ela acabara de liberar o último paciente e concordou em esperar
pela detetive. Quinze minutos depois, Kate adentrara a sua sala.
- Para
alguém que precisava de um tempo, você foi bastante rápida. Que café?
- Sim,
obrigada. Não é como se eu pudesse conversar com outras pessoas sobre o assunto
– falou sarcástica pagando o comentário da terapeuta na mesma moeda. Dana
sorriu não se importando. O fato dela já estar de volta ao consultório era um
bom sinal. Entregou a caneca de café e sentou-se calmamente com a pasta e a
caneta nas mãos pronta para ouvir o motivo da visita de Kate.
- Então,
você andou fazendo suas reflexões. Quer compartilha-las comigo?
- Foi por
isso que vim. Depois que sai daqui, continuava muito chateada com a apunhalada
que você me dera. Acredito que nunca ninguém foi tão cruel sobre o assunto da
morte da minha mãe. Quem já chegou perto foi Castle quando me acusou de me
esconder atrás do caso para evitar de ser feliz.
- E
podemos concordar que ele estava certo, ao menos eu posso – Kate não respondeu,
continuou sua dissertação.
- Eu
pensei muito, chorei, recordei vários momentos da minha vida. Você me deixou
mal, Dana. Mal a ponto de não ir trabalhar no dia seguinte. Eu simplesmente não
teria cabeça para enfrentar papelada ou ver Castle me questionar a cada minuto
sobre o que acontecera. Eu passei o dia em casa, refletindo, analisando.
Adivinha o que aconteceu ao fim do dia? Castle apareceu no meu apartamento. Tinha
o semblante preocupado, chegou me dando como desculpa que viera até lá para me
alimentar. Eu sabia que não era verdade, estava curioso para descobrir por que
motivo não tinha ido trabalhar. Disse que tinha pensado em muitas teorias.
- E
chegou perto?
- Talvez,
mas isso não foi o mais importante. Ele me disse que qualquer que tenha sido o
motivo dizia respeito apenas a mim. Isso não é algo que se espere de Castle.
Quer dizer, o escritor nele adora inventar histórias e fazer muitas perguntas.
Ele não foi até meu apartamento para me cobrar uma explicação, foi para se
certificar de que eu estava bem. E tinha razão em me alimentar, eu não comera o
dia todo.
- E
enquanto estava lá, você conversou com ele? Sobre o experimento?
- Apesar
dele me perguntar indiretamente se era algo com a minha PTSD, porque vi a
preocupação em seu rosto, eu disse que tinha relação com a minha terapia, porém
não podia entrar em detalhes. Ele estava inclinado a ir embora após me ver
comer. Não queria se intrometer e isso mexeu comigo. Insisti que ficasse um
pouco. Eu me senti melhor somente por ele estar lá, me apoiando. Dessa vez não
houve provocações, brincadeira ou insinuações. Éramos apenas parceiros, amigos
que apoiam um ao outro sem dizer muito.
- Você se
sentiu bem?
- Sim,
bastante. Quando ele deixou meu apartamento, eu entendi algo muito importante.
Por causa do experimento.
- E o que
seria?
- Eu
entendi que meu tratamento chegou a um limite. Descobri que eu não posso
assumir meus sentimentos por Castle ou contar o que sei, sobre ele me amar se
não consigo me desvencilhar do caso da minha mãe.
- Pode
explicar melhor como as duas coisas estão conectadas?
- Lembra
quando você me perguntou se estava 100% pronta para dizer o que eu sinto? Isso
nunca vai funcionar se eu não perder essa dependência, essa obsessão com o caso
da minha mãe. Como estarei 100% ao lado de Castle se quando a ideia de uma
pista me faz surtar? Dana, por favor, me ajude a não basear minha vida nisso.
Eu preciso virar essa página, eu quero chegar aos 100%. Quero estar pronta para
dizer o que sinto, me entregar a Castle. Não quero ficar longe dele por muito
tempo.
- Kate,
você está dizendo o que eu acho que está dizendo? Sobre Castle.
- Não
sei. O que acha que estou dizendo?
- A conversa
de bêbado acaba aqui. Fale, Kate.
- Eu
quero falar de meus sentimentos o quanto antes para Castle. Eu preciso. Mas,
Dana, eu não posso assumir algo e na primeira oportunidade que algo real sobre
o caso da minha mãe aparecer, eu saio feito louca fugindo e esquecendo dele. Do
que ele significa na minha vida – os olhos já inundados de lágrimas - Você acha
que eu tenho solução? Eu quero estar bem, curada. Dana, eu preciso de você.
Agora mais do que nunca – a voz de Kate soava quase como uma súplica. Dana
sorriu.
- Oh,
Kate... é por isso que estou aqui. Vamos derrubar essa muralha. Confia em mim,
não? – ela meneou a cabeça – aprenda uma coisa: você não vai ser curada, não tem
uma doença grave. As suas memórias, como a morte da sua mãe são marcas de seu
passado que não desaparecerão. Porém, você irá aprender a conviver com isso.
Você não precisa ser curada. Kate Beckett precisa se redescobrir – ela sorriu -
certo, vou dizer o que precisamos fazer – e por mais uma hora, Dana e Kate
conversaram. Usando seus métodos, Dana perguntava e explorava coisas sobre
Johanna, o antes e o depois, os dias após o falecimento da mãe. Discussões
complexas e difíceis, contudo, Kate abraçou cada uma delas. Era hora de mudar o
rumo de sua vida de vez.
- Chega
por hoje. Você já está esgotada. Na próxima sessão continuaremos. Falaremos
sobre seu pai e como sua relação foi afetada após a morte de sua mãe. Estou lhe
avisando antes para que, caso sinta necessidade, pode pensar um pouco sobre o
que irá me contar.
- Tudo
bem, você está sugerindo que eu use o caderno novamente.
- Se
quiser... o que você achar melhor.
- Dana,
isso que eu falei mais cedo para você, sobre falar de meus sentimentos para
Castle, você acha que devo conversar com ele?
-
Conversar sobre o que aconteceu? Explique melhor... – claro que Dana já captara
o que Kate estava pensando, porém seu papel ali era faze-la decidir sobre o que
queria.
- Não
sobre o atentado. As vezes acredito que Castle pensa que não me importo, que
não há sentimentos. Não quero que ele pense que estou usando-o nessas recaídas.
Elas são erradas de qualquer forma. Não estou pronta, porém posso dizer a ele
que estou tentando, chegarei lá em algum momento.
- E o que
a impede de dizer isso a ele?
- Nada.
Eu apenas percebi que devo satisfações a ele. Especialmente pela forma como ele
agiu após a experiência. Ele não pressionou, não questionou. Ele me deixou à
vontade e mais importante, me fez muito bem.
- Então,
encontre o momento certo e converse, explique o que quiser para ele. Você não
apenas estará reafirmando que se importa, mas que confia nele para contar algo
tão pessoal.
-
Obrigada, Dana. Vou pensar sobre isso – a amiga sorriu. Os “babies steps”
estavam começando a ficar maiores, a experiência parece ter chacoalhado a mente
da detetive. Sim, fora um sucesso.
Ao sair
do consultório da terapeuta, ela estava cansada mentalmente embora um outro
sentimento pairasse em seu coração. Alivio. Pela primeira vez, Kate sentia que
poderia vencer a batalha contra seu antigo eu, deixar de vez a velha Beckett
para trás.
Duas
semanas se passaram. A terapia de Kate continuava evoluindo. Nas últimas
sessões, Dana arrancou toda a história entre pai e filha, toda a mágoa, a
frustração e a dor que Kate viveu durante anos. Jim levou cinco anos para ficar
sóbrio, porém esse período deixou marcas em seu relacionamento com a filha que
Dana considerava irreparáveis. No momento que ela mais precisava de ajuda, teve
que colocar sua perda e seus medos de lado para agir como adulta e ajudar o
pai. Especialmente no primeiro ano. Para a terapeuta, esse era um dos motivos
pelo qual Beckett ficara obcecada com o assassinato da mãe. Porque quem quer
que tenha feito isso, destruiu sua família, sua ideia de família. E o único vínculo
de amor que ela tinha estava relacionado a mãe, antes da fatalidade.
A forma
como Kate contou das noites mal dormidas, das bebedeiras, encontra-lo jogado no
escritório com várias garrafas de whisky. Sem contar as idas aos hospitais, as
brigas. Ela se compadeceu da amiga. Em todos esses anos, mesmo após tira-la da
toca do coelho, Dana nunca tinha ouvido essa história. Entendia porque apesar
de amar o pai, ela mantinha uma certa distância. Kate o perdoara, mas não
esquecera.
- Kate,
se eu pedisse para definir família em suas palavras. O que me diria?
- Um
grupo de pessoas unidas por um laço de sangue para sempre. Aqueles que devem
estar ao seu lado a qualquer momento.
- Não
pedi a definição básica, aquela próxima do dicionário. Pedi a sua definição. O
que é família, quem é sua família – Kate desviou o olhar da terapeuta fitando a
janela. Por alguns minutos, ela permaneceu calada. Quando resolveu falar, ela
comentou.
- Minha
família de sangue se destruiu naquele janeiro. Por um longo período em me senti
órfã. Não quero que pense que não amo o meu pai, não é isso. Simplesmente nosso
núcleo familiar se perdeu. Talvez esse seja mais um dos motivos da minha
obsessão. Ao buscar respostas de maneira exagerada, me afundando em investigações
solitárias, eu acreditasse que pudesse restaurar a minha família. Achando o
assassino, eu podia fazer meu pai entender e quem sabe largar o álcool. Podia
tentar ser feliz. Mas me perdi na toca do coelho. O resto você sabe.
- Eu fui
uma loba solitária por longos anos, Dana. Escolhi me fechar para o mundo e me
dedicar a ser a melhor policial que Nova York já viu. Eu sabia que ao me
dedicar a profissão, evitaria envolvimentos emocionais. Eu foquei em trabalho,
tem sido assim até hoje.
- Então,
depois de todos esses anos você ainda diria que não tem família?
- Depois
que o Capitão Montgomery me chamou para trabalhar na Homicidios, após eu
receber meu distintivo de detetive, comecei a me abrir para as pessoas outra
vez, Roy me mostrou que era possível. Aos poucos, as pessoas que trabalhavam
comigo no meu time eram minhas amizades, aqueles que me faziam rir, tornavam o
trabalho suportável. Só que eu me decepcionei quando conheci Will. Foi a
primeira pessoa que eu deixei entrar emocionalmente, eu investi em um
relacionamento que estava fadado ao fracasso. Will era ambicioso com eu, mas a
forma que me doei, não imaginava que ele fosse me deixar para ir perseguir sua
carreira no FBI. Na verdade, não me deixou, me obrigou a fazer uma escolha sem
considerar o que era importante para mim.
- E o que
era importante, Kate?
- Minha
carreira, meu distrito, meus amigos. Ele queria que eu largasse tudo e fosse
correr atrás dele como se eu fosse uma daquelas namoradas a tiracolo, futuras
esposas donas de casa. Claro que não aceitei e aquilo me magoou demais. Foi por
causa do que eu sofri que construí outro murro e jurei que não ia me relacionar
com ninguém.
- Até
Castle.
- Até
Castle aparecer. Hoje eu tenho outra definição de família. Não são apenas
aqueles que nos impuseram através de laços sanguíneos. Família envolve todas as
pessoas que se importam conosco. Meus amigos do 12th, você e Castle são minha
família porque sei que sempre posso contar com todos. Não importa quanto eu
esteja mal ou confusa.
- Kate,
eu preciso te dar um abraço – Dana se levantou indo até onde a amiga estava,
sorrindo a abraçou com força – oh, Kate... sim, pode contar comigo – ela se
afastou um pouco para fita-la, as mãos seguravam as da detetive – estou
orgulhosa de você. Sabe, você deu um passo gigante na sua terapia com essa
declaração de família. Posso dizer que uma boa parte daquele muro se desfez
aqui nesse instante. Chegamos ao fim da nossa sessão – mas ela tornou a
questionar a detetive sobre um outro assunto. Castle.
- Kate, posso
te fazer uma última pergunta? – ela concordou sorrindo - você chegou a pensar
sobre a conversa com Castle? Ou desistiu?
- Não. Eu
não desisti, apenas não tive tempo suficiente para ponderar o que dizer e como.
É um passo muito grande e importante para mim, Dana.
- Sei que
sim, não estou pressionando. Quero saber se precisa da minha ajuda, só isso.
- Não,
estou bem por enquanto.
- E
quanto a grandes passos, você está começando a aprender a dá-los corretamente.
Kate
sorriu e despediram-se. Ela queria apenas ir para casa, tomar um bom banho e
cair na cama. Em duas semanas, ela sentia que evoluíra mais que em meses de
terapia. Todo seu esforço tinha um único motivo: Castle.
Durante
dois dias ela se questionava quanto a ideia de ter uma conversa um pouco mais
séria com Castle. Mesmo com a evolução da terapia, ainda sentia-se
desconfortável ao ter que admitir que traumas guiavam suas decisões, adiavam
seus desejos e a transformavam em alguém frágil e vulnerável. Kate também se
recordava das palavras de Dana, especialmente a primeira pergunta que deveria
responder. Contar a verdade a Castle. A conclusão que chegara era de que usar a
palavra mentirosa para defini-la era muito forte. Omitira o que ouvira de
Castle porque não estava pronta. Por mais que os sentimentos começassem a ficar
mais evidentes para ela, Beckett sabia que estava diante de um efeito dominó.
Precisava resolver a pendência de sua mente e de seu coração quanto ao assunto
Johanna. Precisou de um caso para entender que a conversa era importante.
Era um
novo corpo cravejado de balas. Uma execução. O motivo fora briga de gangues.
Eles investigaram todos os detalhes possíveis, amarraram o caso sem qualquer
ponta solta e dividiram o trabalho com outra delegacia, a de roubos e furtos,
as gangues eram famosas por suas rivalidades em desmanche de carros roubados.
No momento de efetuar a prisão de um dos membros e principal suspeito, Beckett
e os rapazes se viram em meio a um tiroteio da pesada. Castle que a
acompanhara, como era de praxe, a desobedeceu acabando por ficar na linha de
fogo. Se não fosse pela excelente pontaria e reflexo de um dos membros da outra
delegacia, Castle teria levado um tiro. Felizmente, nada de ruim aconteceu e
Castle ainda deu uma rasteira no suspeito fazendo-o cair de cara no chão. Pura
sorte na opinião da detetive, ainda assim os ajudou a prendê-lo.
A atitude
de Castle irritou-a. Inconsequente! E se fosse atingido? Por esse motivo, assim
que retornaram ao 12th, ela o arrastou para a mini copa e rasgou o verbo para
cima dele.
- O que
você estava pensando? Estava na mira da bala! Quantas vezes tenho que repetir,
se digo que deve ficar no carro, você fica no carro! Quase quatro anos e ainda
não conseguiu aprender?
- Mas
eu...
- Não
quero saber se você ajudou, se não consegue ficar parado. Podia ter sido
atingido! Isso é sério, Castle! E irresponsável! – ela continuava a falar dando
lição de moral no parceiro. Ryan se aproximou de Esposito que observava a briga
de longe.
- O que
está rolando?
- Mamãe e
papai estão brigando. Beckett está com raiva porque Castle a desobedeceu.
- E qual
a novidade? – eles riram.
- Ele
quase foi baleado, bro – cinco minutos depois, um Castle carrancudo deixa a
mini copa, pega seu casaco e segue para o elevador. Beckett reaparece em
seguida no salão sentando-se de frente para o computador.
- Ryan,
Esposito, estou entendendo que já começaram a trabalhar no relatório de vocês,
não? – essa foi a deixa para voltarem ao trabalho, aliás para ela também ter um
momento sozinha. Precisava que a raiva se dissipasse. Duas horas depois, o
relatório estava concluído e o caso arquivado. A calma também retomara o
controle da mente da detetive. Despediu-se dos rapazes e foi para o seu
apartamento.
De cabeça
fria, ela ponderou porque havia ficado tão irritada com Castle. Certo,
obedece-la não era seu forte. Porém, a constatação de que podia ter sido
atingido, ferido, era o que a preocupava. Não somente como parceiro, mas também
como amigo, e por ser importante para ela. Tudo bem, pegara pesado, ele
auxiliara na prisão só que vivia se esquecendo que não era um policial. Agora
Beckett sentia-se mal pelo que fizera. Fora dura demais. Devia um pedido de
desculpas ao escritor. Não somente isso, reconhecia que estava na hora de ter
uma conversa mais séria com Castle.
Consultou
o relógio. Oito horas. Será que ele já jantara? Resolveu arriscar. Passou em um
restaurante japonês e comprou uma bandeja de sushi e sashimi. Se ele não
estivesse interessado, ela comeria em casa. Outra vez estava em frente ao loft,
essa cena já se repetira tantas vezes ao longo da história dos dois. A maioria,
Kate recordara, foram discussões ruins na madrugada. Esperava que essa não
entrasse para a estatística negativa. Suspirou e bateu na porta. Após alguns
segundos, repetiu o gesto. Finalmente ouviu o barulho da chave na fechadura.
-
Beckett, temos um novo caso? – a voz era um pouco fria. Certo, a irritação de
mais cedo não passara, teria que ter cuidado – não sei se estou pronto para
investigar outro homicídio hoje, posso não estar à altura do que você precisa
em um parceiro e atrapalha-la – ouch! Ela podia ter ficado sem ouvir isso.
Ergue a sacola e dá o próximo passo.
- Vim em
missão de paz. Bandeira branca, Castle. Já jantou?
- Estava
cuidando disso agora.
- Não vai
me deixar entrar? – sim, ela ainda estava do lado de fora do loft – não que a
comida importe muito é sushi, mas trouxe uma porção de harumaki e são péssimos
frios – ele finalmente afasta-se dando espaço para Beckett entrar. Ela segue
direto para o balcão da cozinha – está sozinho ou ia cozinhar para você e
Alexis? Acho que não trouxe sushi suficiente para três pessoas.
- Alexis
não está em casa. Saiu com o namorado. Cinema.
- Ah,
ótimo! Assim você não precisa ter trabalho.
-
Beckett, o que realmente você está fazendo aqui? – ele não estava entendendo a
atitude da detetive. Aparecer com comida em seu loft, jantar, nada disse fazia
parte de sua rotina. Por que essa mudança agora? Ela não respondeu
imediatamente. Tratou de arrumar a comida na mesa, pegou pratos no armário, os
hashis que pegara no restaurante e vasilhas para o molho. Satisfeita com a
mesa, ela virou-se para encara-lo.
- Vim
desfazer um mal entendido. Vim pedir desculpas. Eu errei hoje com você. Fui dura
demais. Sim, você agiu displicentemente, mas não seria a primeira vez. Eu só...
eu exagerei na discussão. É isso. Sinto muito. Esse jantar é um pedido de
desculpas – certo, ele estava surpreso. Beckett admitindo que errara, pedindo
desculpas. O que estava acontecendo? Ao invés de questiona-la, resolveu
aceitar. Talvez pudesse descobrir algo mais nisso tudo.
- Não é
todo o dia que Beckett pede desculpas. Você me deixou muito irritado. Tem
razão, exagerou. Eu apenas estava fazendo meu papel de parceiro e ajudei a
capturar o suspeito.
- De
certa forma... – percebendo que ele ia retrucar, se antecipou - vamos jantar?
Estou com muita fome – ele deu de ombros e sentou-se ao lado dela na mesa. A
refeição correu em meio a conversas sobre o caso, o namoro da filha, as
sandices da mãe. Papo casual. Ao terminarem, Beckett sabia que precisava
concluir o que de fato a trouxera até ali naquela noite.
- Aceita
um café?
- Por que
não? – ele programou duas doses de expresso duplo e preparou as canecas. Depois
juntou o leite vaporizado e a vanilla. Entregou a caneca a ela que estava
sentada no sofá esperando para conversar. Era a hora de se abrir, afinal não
foi por esse motivo que ela tinha ido até ali? Beckett bebericou um pouco da
bebida quente e fixou seu olhar no dele assim que Castle sentou ao seu lado.
- Gostei
de ver você vindo até aqui para se desculpar. Confesso que deixei o distrito
possesso. Você brigou comigo sem motivo, Beckett. Estava agindo como seu
parceiro. Olhando sua retaguarda. Quando abri a porta, tive vontade de fecha-la
na sua cara. Por isso demorei para deixa-la entrar. Estava ponderando entre
minha raiva e minha educação. Você se desculpou, o que ajudou a me acalmar.
- Eu sei.
Já disse que exagerei. Olha, Castle... eu sei que de uns tempos para cá, eu
mudei a dinâmica da nossa relação, nós brigamos, tivemos situações complicadas.
Não está sendo um passeio no parque me seguir. Eu deixei claro que era
complicada, traumatizada, quebrada.
- Hey,
não fale assim. Você está trabalhando nisso. Você não é quebrada, Beckett.
Apenas passou por perdas e desafios demais, a maioria das pessoas passa pela
vida sem nenhum deles.
- Eu sei,
será que pode deixar eu concluir meu pensamento? – ele sorriu, era o sinal para
que continuasse - mas ainda assim existe uma barreira emocional muito grande a
ser transposta. A perda da minha mãe, destruiu muito mais que a minha confiança
no sistema. Por isso entrei para a academia porque queria fazer justiça da
maneira correta. Não admitia deixar familiares, cônjuges, amigos sem resposta.
Não destruiu somente isso, mudou minha forma de me relacionar com as pessoas,
de ver o mundo. Eu me fechei no meu próprio casulo. Ali eu estava segura. Até
você aparecer e virar meu mundo de ponta cabeça. Você trouxe coisas boas e
ruins para a minha vida. Tive que sair da zona de conforto. Você me obrigou a
rever o caso da minha mãe e quase perdeu a vida por isso. Eu quase morri. A
terapia tem ajudado. Não quero que pense que eu te esnobei ao me afastar. Não
foi essa minha intenção.
Ela deu
uma pausa. Tomou um novo gole do café.
- Quando
Dana fez o último experimento comigo, eu percebi como minhas decisões estavam
focando o lado errado. Desde lá, eu sinto que evolui muito mais do que em
longos meses. Semanas apenas, era tudo uma questão de perspectiva. O que estou
querendo dizer, Castle, é que continuo lutando para derrubar os muros. Continuo
querendo restaurar a sensibilidade emocional que me foi roubada naquela noite
fria de janeiro. Eu quero mais, contudo não estou pronta. Não ainda. Os muros
estão sendo derrubados, um a um. Dana está me ajudando. Eu não quero que pense
que desisti. Eu preciso de mais tempo.
- Eu não
estou pressionando. O que quer que Dana tenha feito a você, sei que doeu. Foi
difícil, eu constatei isso ao te visitar. Se serviu tanto para ajudar, eu sou
grato a ela também – aquilo não era uma declaração aberta de sentimentos, porém
Castle compreendia que era um passo grande vindo de Beckett.
- Sim, eu
nem sei como você ainda aceita... – ambos pensaram a mesma coisa “porque a ama”
embora nenhum revelasse isso em voz alta. Beckett deu o próximo passo – Castle,
eu não quero ser uma daquelas pessoas que faz uma escolha, perde uma
oportunidade e depois acredita que fez seu melhor declamando ser capaz de viver
de memórias. Eu não quero ser uma repetição de Casablanca. Não quero olhar para
trás e dizer que “nós sempre teremos Roma”.
Você não merece ser aquele Richard e eu não quero ser a Ilsa. Estou
lutando para não tornar Roma apenas uma lembrança perdida. Eu me desafio todos
os dias que entro naquele consultório. Eu apenas preciso de mais tempo. Você
entende?
Castle
estava chocado com a declaração. Pela primeira vez, ela conseguiu cala-lo na
frente dela. Ela queria mais. Ambos queriam mais. Beckett o olhava sério, porém
o semblante demonstrava ansiedade, queria se fazer entender.
- E-eu
entendo – ele entrelaçou os dedos no dela – eu entendo. Tudo bem – o alivio
transpareceu no rosto de Kate. Essa fora uma das conversas mais duras que já
teve com Castle. O coração ainda batia forte. Estava cansada emocionalmente.
Ela afastou a mão da dele e levantou-se.
- Tenho
que ir para casa – ele levantou-se para abrir a porta para Beckett. Não
perguntou ou insistiu para que ficasse mais, não tentou beija-la ou persuadi-la
a esquecer o fim da parceria com benefícios. Nada disso. Rick Castle agira como
um cavalheiro respeitando a vontade de sua dama. Não era uma questão de
covardia, era compreensão. Beckett não fora ali dizer aquelas palavras para que
eles acabassem na cama. Ela fora lembra-lo de que havia um compromisso. Do seu
jeito, Kate Beckett lhe dera esperança.
- Boa noite,
Kate. Vejo você amanhã. Obrigado pelo jantar e por me contar, você sabe...
- Always
– sorrindo, ela caminhou de volta ao elevador ouvindo a porta fechar atrás de
si. Castle passou a mão nos cabelos. O dia tinha sido uma montanha-russa de
emoções. Em um dado momento do dia, Beckett estourara com ele, deixara-o com
muita raiva. Depois, aparecia em seu apartamento pedindo desculpas. E fora
além. Roma. Ela citou Roma. Um sorriso surgiu em seu rosto.
Ambos
dormiriam melhor naquela noite. Infelizmente, a vida não cansava de pregar-lhe
peças e inesperadamente algo aconteceu capaz de pôr em cheque a confiança e os
sentimentos de Rick Castle.
Uma
semana depois...
Beckett
acabara de sair do consultório de Dana. Contara a terapeuta que tivera a tão
esperada conversa com Castle. Ao
questionar como ele recebeu a notícia, Beckett disse que parecia surpreso,
porém entendeu.
- E você,
Kate? Como se sentiu? – as vezes odiava essas perguntas, curiosamente, esse não
era o caso.
- Bem.
Talvez estivesse precisando disso. Você sabe, depois de tudo. Do teste e... das
reflexões.
-
Sente-se mais confiante, então?
- Com
relação a Castle, sim. Quanto a minha mãe...
- Tudo ao
seu tempo, Kate.
Dessa
maneira, Dana encerrara a conversa com ela. Beckett retornou ao distrito apenas
no dia seguinte indo diretamente para a cena de um atentado que fora noticiado
pela tv ao vivo na noite anterior, ocorrido durante um protesto. A cena após a
catástrofe era desoladora. Ela caminhava ao lado de Castle. Corpos feridos,
mortos, todos esparramados ao chão. Não havia nada bom de se ver naquele lugar.
Ela e Castle ficaram impressionados com a abrangência. Cinco mortos, vinte e
oito feridos. Beckett parou um momento diante da faixa amarela. Silenciosamente,
ela pensava em cada uma das vidas perdidas. Seu ritual. Ao tentar cruzar a
faixa de isolamento, ambos foram impedidos. O FBI tinha a jurisdição do caso.
Encontraram Gates no local e a capitã reafirmou a posição da NYPD diante do
ocorrido. Iriam assessorar o FBI no que eles precisassem.
Assim,
começaram as pequenas tarefas como a de entrevistar todas as pessoas que
estavam no local na hora do atentado. Tristemente, descobrem que a maioria dos
familiares que ali estavam, não eram pessoas ruins. Havia casais com planos
para o futuro, jovens pensando em carreiras, turistas apenas rondando o local
por pura curiosidade.
Ela
percebeu que Castle estava afetado por tudo.
- Você
está bem?
- É
estranho. Estamos falando de pessoas comuns.
- Ninguém
parece ter sido marcado.
- Foi
aleatório. A maioria de nossos mortos, eles morrem por um motivo. Nossos crimes,
tem uma história. Há uma lógica por trás, meio distorcida as vezes, mas ao
menos faz algum sentido.
- É mais
nesse caso, as pessoas estavam no lugar errado, na hora errada – disse Beckett.
- E seus
futuros e todos os seus planos, tudo se foi em um piscar de olhos – ele a
fitou. Bem ali, havia uma tensão no ar. Percebeu um certo medo no rosto de
Beckett, ambos pareciam estar refletindo sobre suas próprias vidas e escolhas.
- Faz
você pensar em todas as coisas em nossas vidas que não queremos mais deixar
para depois – ela confessou. Castle a olhava intensamente, será que estava se
referindo aos dois por fim? Calada, ela também indicava que havia mais naquele
comentário. Contudo, foram interrompidos por Esposito. A capitã os chamava e o
momento se foi.
Ele
precisava de uma pausa, queria organizar as ideias. Em casa, ele assistia ao
noticiário quando sua mãe se juntou a ele entregando uma xicara de café. Martha
começa uma conversa sobre não gostar de ir ao distrito, ele ainda não sabia
onde a mãe pretendia chegar.
- Eu
imaginava que se o visse agindo como um policial, começaria a pensar que
realmente era um deles e isso me traria todo o tipo de pesadelo.
- Se a
bomba prova alguma coisa é que coisas ruins acontecem independente do que faça.
O amanhã de ninguém está garantido.
- Então,
o que planeja fazer diante dessa constatação? – perguntou Martha.
- Como
assim?
- Oh você
sabe o que quero dizer. Richard por mais quanto tempo enrolará até contar a
Beckett como se sente. E digo quando ela estiver acordada, não no chão com uma
bala no peito.
- Você
não entende...
- É
complicado, você dirá. Exceto que não é. Não é. O amanhã de ninguém é
garantido, certo? Não seria melhor contar a ela, mesmo que a hora não seja boa,
do que jamais contar?
- E se
ela não estiver preparara? – questionou-se lembrando do que ela dissera a ele
na semana anterior.
- Então
nunca estará – disse Martha – ai você segue em frente – entendera a colocação
da mãe. Porém, ela não tinha a visão total da história, do que estava em jogo.
Por outro lado, a declaração de Beckett e suas palavras sobre a bomba, podiam
significar que realmente acreditava nisso. Que já perderam tempo demais. Talvez
esse atentado seja um sinal do universo para que eles conversem verdadeiramente
sobre seus sentimentos. Não custava tentar. Seguiu para o distrito com dois
copos de café. Entregou um a Beckett.
- Oi.
- Oi,
obrigada – sentou-se em sua cadeira.
- Tem um
segundo?
- Sim, o
que foi? – ela deixou o copo com a bebida sobre a mesa, juntou as mãos e
encontrou seu olhar.
- Estive
pensando sobre as vítimas e... todas as oportunidades que nunca terão... –
Beckett engoliu em seco, talvez soubesse aonde ele estava indo – e não quero
que isso aconteça – Deus! Ele estava nervoso. O que Castle pretendia, se
declarar ali no distrito? – Estive... – ela já tinha a sobrancelha arqueada, a
testa franzida, tinha se inclinado para ouvir o que ele estava prestes a dizer
quando Ryan a chamou, acabando completamente com o clima entre os dois – tudo
bem, pode esperar até o fim do caso – ele sorriu. Ela sorriu de volta e
levantou-se seguindo Ryan. Castle suspirou e foi logo atrás.
O caso
continuou exigindo o máximo de todos. Inclusive de Castle que ganhou uma
atenção especial de Gates para uma tarefa. Beckett estava cheia de trabalho e
com tudo que acontecia, não tinha expectativas de deixar o 12th. Conseguiram
colocar um suspeito nas mãos do FBI, agora precisavam de evidencia para liga-lo
a bomba. Ao entrevistarem um artista de rua, perceberam que o FBI tinha o cara
errado.
Apesar de
ter muito trabalho na delegacia, Castle optou por dar um tempo em casa para ao
menos jantar com a mãe e a filha. Sabia que Beckett viraria a madrugada ali,
queria poder tira-la por umas duas horas ao menos para se alimentar, mas
conhecia sua teimosia muito bem, não conseguiria tira-la dali.
Em casa,
após o jantar ele ficou em seu escritório por um tempo analisando os arquivos
que Gates pedira. Então, seus olhos encontraram uma foto. Ele tirara essa foto
nos Hamptons no primeiro fim de semana deles. Estava em seu celular quando
meses atrás resolveu imprimi-la. Kate estava de pé, naquele maiô azul contemplando
o mar antes de se decidir pular em direção a suas ondas. Os cabelos voando seguindo
a direção do vento. Um semblante de perfil lindo e pacifico. Ela estava feliz
naquela imagem. Ela mesma lhe revelara após o fim de semana o quanto ele a
fazia feliz, estava leve, sorridente. A foto o fez recordar a conversa
interrompida de hoje.
Beckett
parecia querer ouvir mais, ele percebera em sua linguagem corporal. Estaria
certo ou era apenas um desejo escondido de seu próprio subconsciente? Não...
ela não falara sobre adiar momentos à toa. Já dera indícios de que estava se
preparando para isso. Havia o risco. Dela se chatear, de concluir que ele
estava apressando, pressionando ou confundindo as coisas. Podia ficar com raiva
ou podia concordar, gostar.
Não era
exatamente como sua mãe dissera. Ele sabia detalhes da vida e de traumas de
Kate que a mãe desconhecia. Beckett já declarou que está lutando para ficar
pronta. Suspirou. Depois do caso, teria sua chance após essa loucura de
atentado chegar ao fim. Voltou sua atenção aos arquivos.
No
distrito pela manhã, Beckett fitava o quadro de evidências, mas não eram as
pistas que chamavam sua atenção. Sua mente silenciosa refletia sobre os últimos
dias, as conversas trocadas com Castle. Ele queria lhe dizer algo aparentemente
importante ontem. Estava falando deles. Ela tinha quase certeza. Kate
acreditava que ele ia falar de seus sentimentos. Não seria mais fácil se ele
desse o próximo passo? Talvez sim, ou não. Tudo era uma grande interrogação.
Ainda não estava pronta, porém diante dos fatos, cederia?
O
pensamento foi interrompido quando Esposito se aproximou para contar que
prenderam o real suspeito. Estavam trazendo-o para interrogatório. Seria todo
dela. Quando Castle chegou ao distrito com os usuais copos de café informando
que não conseguira nada nos arquivos, Esposito lhe contou sobre o novo status
do caso. Sem perder tempo, ele correu para observar a entrevista de Beckett
pelo vidro.
Ela
pressionava o rapaz de todas as formas possíveis. Ele insistia em dizer que não
se lembrava de nada antes da explosão apenas depois. Alegava uma espécie de
trauma.
- Deve
ser uma daquelas amnésias traumáticas...
- Bobby,
não minta para mim!
- É
sério, tudo se apagou. Foi o trauma.
- Não foi
o trauma – enfatizou Beckett apontando o dedo na cara dele – não vai usar essa
desculpa.
- Eu
juro, não me lembro – até ali Castle assistia fascinado a detetive pressionar o
rapaz, então ele ouviu a mais dura verdade, daquelas capazes de criar um abismo
entre duas pessoas.
- Não minta
para mim. Quer saber o que é trauma? Levei um tiro no peito e eu me lembro de
cada segundo – ao dizer aquelas palavras, Beckett sentiu que precisava parar.
De costas para o vidro, ela tentava se acalmar. Do outro lado, os olhos de
Castle arregalaram-se. Olhava para a detetive acuada e mordiscando os lábios
com os braços cruzados no peito.
- Todo
esse tempo. E você se lembra? – estava surpreso. Não, estava chocado. Ela
lembrava. E o sentimento de admiração que o dominava em questão de segundos
fora trocado pela raiva. Pela dor. A causa? A mentira.
Precisava
sair dali. Não conseguia encara-la nesse momento. O semblante triste e sério
fazia escurecer os olhos azuis. Precisava ficar o mais longe possível de Kate
Beckett.
Continua...
6 comentários:
Oh Jesus... Juro que eu temia esse dia... Enfim chegamos na parte mais tensa, na verdade no começo dela... Oh Meu Deus, logo agora que ela abriu o coração ( de forma bem singela, e muuuuuitoooo sincera). Dana, merece um senhor prêmio, de paciência, de cupido e o principal curar a Kate. Amei esse cap, muito, muito, muito bom. O que eu mudaria? Esse fim kkkkk loucaaaa para saber o que vem depois kkkk
Poxa vida, chegou o tão capítulo sofrido!!! Não acredito q vou ter q esperar p ler o resto da sofrência! :(
Castelinho agora vai se revelar e dá o tão esperado iceberg em Kate!! Pena que agora não queria mais o gelo, pois a coitadinha tá quase lá!!! Chega logo always, quero paz e amor!!
Oh sofrência desenfreada é a desses dois. E agora? Castle vai sumir? Socorre aqui Dana.
uiiii chegou a parte mais sofrida... nessas horas o meu coração fica tão pequenininho que acho que nem ta aqui!! Nossa sério dessa vez, não sei se consigo esperar o próximo capítulo, preciso dele AGORA kkk sério
OMG! Acabei de sair de uma montanha russa e não to bem... Pausa para respirar...
Vai rolar textão, surtado e emotivo e a culpa é toda sua...
Amiga, vc não atrasou, ao contrário, se adiantou e Deus... Que presente! Não rolou Santorini, mas o presente é de Grego... Hahaha To jogada ainda...
PQP, eu sabia que seria foda, mas viver isso através das suas palavras é imensamente pior... Intenso demais! A evolução da Kate com o tratamento... Vc tocou em um ponto importantíssimo e pouco abordado sobre a relação dela com o pai... Confesso que não tinha pensado muito nisso... E essa definição de familia? Como tô emotiva, me fez pensar nessa nossa familia louca caskett, que amo demais...
Eu amei cada detalhe... Essa conversa com Castle... Eu tb fique pensando "Ela citou Roma". ❤❤❤❤ OMG! E ainda rolou "always"... Quem se importa com "benefícios" quando a gente olha para evolução dessa história? É muito mais profundo... Nem vou falar muito sobre o final, pq só ta começando e quem ta broken sou eu... Quero ver o que vai sobrar de mim quando chegar Always.
Kah, obrigada. É um prazer ser sua leitora, vc me faz rir, chorar e "pervar". E mantem viva a essência Caskett, me fazendo lembrar porquê eu amo tanto essa série. E não importa o que fizeram ou quanto tempo passe, sempre vai ser a série da minha vida. Always! Obrigada pelo presente, pelo carinho e cuidado... Eu senti em cada detalhe. ILY! ❤
P.S. Ainda to chorando. E esse foi o comentário mais gay que já fiz hahaha
Eu enrolei bastante pra fazer um comentário porque ainda estava em estado de aceitação. Não é nenhum segredo que ONO é e sempre será meu baby. Eu sabia que seria intenso e incrível como sempre é, mas sinceramente não esperava por isso. Na série e em praticamente quase todas as fanfics, vemos o lado de Castle, como ele se sente. Vemos quase sempre a visão DELE no meio dessa história toda. A forma como você abordou os sentimentos de Kate sempre foi incrível, mas dessa vez foi excepcional. A evolução do tratamento de Kate, a abordagem sobre a definição de família e toda a história por trás disso. A sinceridade e o momento super especial.
Uma lágrima escapou com a citação de Roma. Amo ONO cada vez mais (se isso ainda é possível). Sobre enfim termos chegado na parte crucial da história: não tô bem, mas confio em você e sei que apesar da dor, a viagem vai ser até que prazerosa hahaha. Beijinhos Kah ����
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