Nota da Autora: Desculpem o atraso, gerenciar 3 histórias e mais uma ainda não publicada não é fácil. Angst é o tom da maioria do capitulo além de saudades. Sim, reflexões e saudades. É um periodo critico para Kate e ainda está longe de terminar, esperem por algumas revelações nos proximos. Maddie e Dana brilham nesse e no proximo...just saying... enjoy!
Cap.63
De volta
ao loft, Castle se trancou em seu escritório. Serviu-se de uma dose de whisky e
bebeu-a de uma vez. Recarregou o copo. Sentou-se em sua cadeira colocou a
garrafa da bebida de frente para o notebook que piscava “You should be writing”
na tela de proteção.
Decepção.
Esse era
o sentimento que inundava Rick Castle. Depois de quase quatro anos, tantas
lutas, idas e vindas, ele não esperava ser apunhalado pelas costas por Beckett.
Mentir. Tinha algo pior que a mentira? Todo esse tempo, ele esperando e ela
jogando. Sentiu-se um tolo. Já tinha criado uma certa expectativa depois que
ela contou sobre o tratamento naquela outra noite. Acreditara que estava
próximo de tê-la em seus braços novamente. Beckett parecia querer isso em breve
devido ao modo que falava. Mas ela já sabia, por que jogara? Por que escondera
isso dele? Havia somente uma explicação. O sentimento não era reciproco.
Ele bebeu
o whisky. Não fazia sentido. Ela o desejava, sentia-se atraída. Só que não
podia ser apenas isso. Não podia simplesmente usá-lo porque ela já foi
apaixonada por ele. Já estivera em outro nível. Viveram o tudo. Não sabia o que
fazer. Deveria confronta-la? Ele poderia brigar e gritar com Kate por tudo o
que ela o fez passar. E depois? Isso apenas o deixaria mais triste e zangado. E
se ele perguntasse se ela o amava e fosse rejeitado?
Volta a
se servir de outra dose.
Não
sabia. A única coisa que sabia com absoluta certeza era que a amava. A teimosa
Kate.
Escuta
algumas vozes e barulhos na sala. Então, os acordes entoados ao piano invadiram
seu escritório na voz de Martha cantando. Era capaz de reconhecer a melodia em
qualquer lugar. ”You Go to my Head”. As lembranças de um fim de semana
longínquo vieram-lhe à mente. O primeiro final de semana nos Hamptons. Aquele
Memorial Day. Beckett tocara essa canção ao piano para os dois. Ela estava tão
linda, tão cativante. Não havia muros ou traumas. Apenas uma mulher sexy e
maravilhosa aproveitando a companhia de um homem, um homem por quem se
apaixonara uma vez. E na mente de Castle, ela ainda era, apesar de tudo. É
apenas complicado, não? Ele se levantou para pegar um pouco mais de bebida,
encheu o copo e escorou-se na estante. Seu cotovelo esbarrou num álbum de
fotografias fazendo-o cair ao chão. Castle agachou-se para juntar percebendo
que algumas fotos caíram pelo chão. Uma delas, a foto de Kate com flores que
tirara próximo ao hotel de Roma. Linda, simplesmente linda. Juntou tudo e
voltou a sentar-se em sua cadeira com o copo numa mão e a foto na outra. A voz de
Martha continua cantando.
“You go to my head with a smile that makes my temperature rise like
a summer with a thousand Julys, you intoxicate my soul with your eyes. Though
I'm certain that this heart of mine hasn't a ghost of a chance in this crazy
romance. You go to my head”
Sua mente
fez uma viagem a partir dali. Castle constatou que o jogo de gato e rato sempre
se repetia. Nos últimos quatro anos, eles rondaram os mesmos terrenos juntos.
Uma noite de sexo. O jogo, a sedução e a amizade colorida. Então, ele suspende a
parceria com benefícios porque precisa de mais. Separam-se. Ela luta, eles
brigam. Ciumes, pessoas, balas, traumas. O relacionamento, a aceitação do tudo,
a fase branda. E novamente o turbilhão, a PTSD, as ameaças, o tiro. A separação
outra vez. A parceria com benefícios. O medo. O tratamento. Quatro anos que
mais pareciam um loop infinito de encontros e desencontros.
Ele ainda
poderia ter esperança?
Esperança...
não era o sentimento que o dominava naquele instante. Raiva, frustração
combinava mais. Ele deveria deixá-la, seguir em frente, esquecer tudo, mas se
ele escolher ir embora isso poderia devasta-la, destruí-la. Ela sofreria assim
como ele agora, seria mais uma culpa nas costas de Beckett. Como tantas outras
que ela já tomara para si ao longo dos anos.
Confrontação
poderia ser uma opção. Isso era algo que ele não poderia decidir sozinho. Ele
precisava falar com Dana, ela saberia o que fazer. Não ligou ou esperou nem
mais um minuto. Pegando a chave do carro, saiu sem sequer dar atenção ao que a
mãe dizia. Ao chegar no consultório de Dana, perguntou diretamente da
secretaria como estava a agenda da terapeuta. Estava com um paciente e tinha
mais dois logo em seguida. Não havia pausa até o fim da tarde.
- Quer
agendar para outro dia?
- Não.
Tenho que falar com Dana hoje. É urgente.
- Sr.
Castle, sempre é – ele não se importou com o comentário da secretaria, ela não
entendia que o seu problema era mais importante. Envolvia a vida de duas
pessoas, seu futuro. Impaciente, ele caminhava de um lado para o outro da
recepção. O paciente seguinte que já esperava por sua hora o olhava intrigado.
Aquele homem devia estar à beira de uma crise, pensou.
- Tem
certeza que não quer sentar? Aceita uma agua ou um café? – ao mencionar café,
ele travou. Ela saberá que ele estivera no distrito, deixara um café sobre sua
mesa. A quem queria enganar? Falara com Esposito. Claro que confirmaria sua
presença ali.
- Estou
bem. Quanto tempo para a próxima consulta? – ele não via a hora de falar com
Dana.
- Quinze
minutos aproximadamente – ele bufou. Foram os minutos mais longos da vida de
Castle. Enquanto esperava, não conseguia desvencilhar sua mente das lembranças
e de tudo o que acontecera entre ele e a detetive após o atentado dela. Meses
seguindo-a, adulando-a, tentando provar que poderiam ser mais que parceiros e
ela sabia de seus sentimentos. Idiota!
As
sensações vinham até Castle como ondas, em seu pico a raiva e a decepção
prevaleciam. Em sua baixa, ele recordava-se de quão frágil ela já estivera em
seus braços. Durante as crises, o medo do ataque, o caso da mãe. Os pesadelos e
a dor provocada pela PTSD. Então, seu coração amansava porque odiava vê-la
sofrer.
Quando a
porta do consultório de Dana se abriu, ele pulou. Quase não conseguiu deixa-la
se despedir do paciente.
- Dana,
eu preciso falar com você. É muito importante. É urgente.
-
Doutora, eu já expliquei como está sua agenda e urgência não é algo que defina
prioridade aqui.
- Castle,
eu tenho agenda, compromissos. Não posso simplesmente esquece-los para te atender.
Se você esperar, eu posso conversar depois com você.
- Ninguém
tem um problema como o meu. E não afeta somente a mim.
- Castle,
todos tem problemas, por que acha que os seus são maiores que os dos outros?
- Porque
são meus – Dana revirou os olhos – Dana, estamos falando de Kate – havia
desespero no olhar de Castle. Ao ver a mudança no semblante da terapeuta, o
paciente que esperava falou.
- Dr.
Anderson, eu não me importo de ceder a minha hora. Eu posso remarcar. Esse cara
está à beira de um ataque de nervos, isso se o coração não for primeiro – a
médica olhou para o seu paciente.
- Tem
certeza, Miguel?
-
Absoluta. Volto amanhã.
- Sendo
assim, obrigada. Vamos, Castle. Parece que você sensibilizou alguém – ao fechar
a porta atrás de si, Dana virou-se colocando as mãos na cintura encarando-o –
certo, Castle. O que é tão importante para você praticamente invadir meu
consultório e dizer que tem um problema que afeta você e Kate? – pela primeira
vez, ela notou o semblante cansado e desiludido do homem a sua frente – não me
diga que apareceu outra pista do caso da mãe dela...
- Não. É
pior – ele tinha os olhos fixos em seus sapatos, ao erguer a cabeça, Dana pode
ver que havia lágrimas em seus olhos – ela sabia. Esse tempo todo, ela se
lembrava que eu a amo. Deus! Como fui idiota!
- Castle,
do que você está falando?
- Do
atentado de Kate. Ela mentiu para mim – Castle contou tudo o que aconteceu. Dana,
como boa terapeuta, ouviu. Ao vê-lo calar-se, Dana sentou-se ao seu lado. Ali,
ela era a terapeuta, porém também era a amiga. Se afeiçoara a Castle da mesma
forma que adorava sua amizade com Kate. Os dois já viveram muitas coisas
juntos, sofreram e continuam se evitando e driblando obstáculos ao invés de
fazerem o que seus corações clamam. O que ela temia, aconteceu. A vida
encontrara uma forma de fazer Kate encarar uma das difíceis perguntas que a
terapeuta impusera a sua paciente.
- Castle,
ela sabe que você ouviu isso?
- Não.
Ela não sabia que eu estava atrás daquele vidro. E o que importa isso agora,
Dana? Todo esse tempo, eu me desdobrei fazendo tudo para agrada-la, para não
melindrá-la. Preocupado, querendo mostrar que me importava e para que? Ela
sabia! Ela me usou! Estou com raiva dela e de mim por ser tão estúpido. Ao
mesmo tempo, eu sei que nada entre nós é fácil. Lembro o quanto ela sofreu com
a PTSD, eu vi o quanto ela ficou mexida com a tal experiência. Essa Kate, a que
mentiu, ela não é a mesma que esteve em meu apartamento dizendo que estava
lutando contra os muros, que me disse querer mais que Roma.... não... eu não
sei o que fazer, o que pensar – Castle passou as mãos no rosto nervoso – e você
sabia disso, não? Ela não escondeu de você.
Dana
suspirou. Ia ser uma conversa difícil e ainda estava intrigada com o que Castle
revelara. Ele estava confuso, entre sentimentos contraditórios. Ela precisava
ajuda-lo se quisesse que os dois ficassem juntos.
- Castle,
você tem ideia do que tem sido esses meses de tratamento e terapia para Kate? Como
terapeuta, eu não posso revelar detalhes do que nós discutimos aqui. Eu a
conheço há dez anos, porém nas últimas semanas eu descobri muito mais sobre
essa mulher e minha amiga do que pensava antes. Eu arrisquei todo o meu
tratamento em uma experiência complicada. Sabia que dependendo da reação que
ela tivesse, eu poderia perder tudo o que consegui que ela evoluísse. Mesmo
difícil e apavorante até para mim, Kate achou seu caminho, sua lógica. Ela me
disse que queria tirar essa muralha de vez da sua vida. E sabe por que? Por
você, Castle. Somente por você.
Ele ficou
calado. Aquilo era real ou papo de terapeuta querendo se eximir da culpa? Sim,
porque Dana era cúmplice da mentira de Kate. Não esperou pela resposta dele.
- Sei que
dói, a descoberta que fez põe em cheque a pessoa que você admira. Mentir é
grave. Deve estar pensando que ela não é digna da sua total confiança agora
porque ela cometeu um erro. Quero deixar um pensamento para que reflita mais
tarde. Mentira e omissão são iguais? Omitir algo visando proteger o outro é de
fato um pecado mortal? Algo imperdoável?
- Sei
porque ela mentiu, Dana. Porque tem vergonha, não sente o mesmo que eu.
- Você
acredita nas palavras que está dizendo? De verdade? Castle, você a conhece há
quatro anos, eu tenho seis a mais que você de vantagem. Durante todo esse
tempo, por tudo que viveram. O flerte, as brigas, os ciúmes, o relacionamento e
os traumas. Você ainda acredita que ela não se importa que não tem sentimentos
por você? Kate Beckett já se apaixonou por Rick Castle. Viveram um belo
romance. Acabou? É essa sua interpretação? Como explica esse desejo reprimido,
a saudade de seus beijos, seu toque. É somente sexo?
- Esse é
o ponto, Dana. Eu não sei mais! Antes de vir para cá, eu fiz uma retrospectiva.
Passou um filme na minha cabeça nesses quatro anos. E constatei que estamos em
loop infinito, andando em círculos. Começamos com uma transa única, desejo e
sexo, depois virou escapadas casuais, amizade colorida então eu cortei após uma
briga, veio o relacionamento, o trauma, o tiro, a separação e outra vez nos
vimos correndo atrás de benefícios e nos distanciando novamente. Um jogo de
gato e rato, por vezes eu, outras ela. Isso não pode continuar assim.
- Ao meu
ver o próximo passo é o relacionamento.
- Dana,
não estou falando disso para você me dizer o próximo passo. Não vê o quanto
isso é complicado, louco?
- Não
estava me referindo ao seu processo de loop infinito, estou dizendo qual o
próximo passo na mente de Kate. Ela acabou com a parceria com benefícios porque
não queria que fosse apenas sexo e amizade, não quando ela tem sentimentos por você.
Ela está se tratando porque quer o tudo outra vez. Castle, Kate nunca deixou de
ser apaixonada por você, eu nem deveria estar lhe dizendo isso, mas o
tratamento dela não terminou porque existe alguns medos que ela precisa encarar. Não se trata mais de você, reconhecer o que
sente por você. Ela já assumiu seus sentimentos no momento que o procurou para
dizer que estava lutando. Talvez nem tenha se dado conta disso. Uma vez
resolvido algumas emoções conflitantes, ela estará livre para estar com você.
- Está se
referindo ao caso da mãe?
- Sim,
porém não apenas o assassinato em si. Kate tem sequelas emocionais. Aos
dezenove anos, enfrentou muito mais do que muitos em uma vida toda. Não posso
entrar em detalhes, Castle. As feridas foram abertas e sei que aos poucos estão
sendo curadas. Não sei se consegue ter uma ideia da extensão do problema que
estou falando. Se você tem dúvidas que ela o ama, nesse momento eu estou
acabando com elas. Ela apenas não consegue se manifestar ainda porque ela é
sim, péssima em reconhecer e falar de sentimentos, porém no fundo de seu
coração, ela sabe exatamente o que sente por você.
-
Talvez...
- Você
ainda está confuso? Não vou perguntar sobre a mágoa porque sei a resposta.
Ninguém esquece uma facada nas costas tão rapidamente. Acredito que a pergunta
certa é você ainda quer o complicado? Ou chegou a sua hora de sair de cena?
- Eu a vi
tombar e se reerguer antes, a encontrei em frangalhos, sangrando por causa das
crises de PTSD, já tive a beira da morte com ela, vi Kate atirar no homem que
executara sua mãe para salvar minha vida. Percebi sua mudança, sua luta, sempre
disposto a esperar. Agora descobri que ela me enganou durante meses, qualquer
pessoa consideraria isso a gota d´agua e viraria as costas para ela. Eu me
sinto um trouxa ao dizer isso mas, não posso simplesmente ir embora. Apesar de
tudo, eu a amo.
- O
coração tem razões que a própria razão desconhece. Essa frase de Pascal se
aplica a vocês dois muito bem. A Kate porque preferiu esconder que sabia de
seus sentimentos até o momento que se considerasse pronta para retribui-los
completamente, livre de todos os seus traumas. E a você, por mesmo após uma
constatação tão grave, por perceber a guerra de sentimentos que vem travando ao
longo dos anos, ainda consegue encontrar o real sentido de tudo isso. Suas
feições mudam completamente quando diz que a ama. E Castle? Já disse uma vez e
torno a repetir, você não é trouxa. É um homem apaixonado – ela apertou a mão
dele sorrindo.
- Ainda
não acabou, certo?
- Não.
Estivemos bem mais longe, é verdade.
- Você
acha que Kate irá conseguir separar ou esquecer o caso da mãe para ser feliz?
- Ela
nunca esquecerá, Castle. Ninguém em uma situação assim esquece. O que espero é
que Kate aprenda a superar o medo todas as vezes que se depara com isso. O medo
e a impulsividade a tornam perigosa e ao mesmo tempo desesperada, ávida por
respostas e isso pode lhe custar a vida. Ela teme que se perder a pista
falhará, não terá respostas e decepcionará a mãe. Quando ela aprender a lidar
com isso sem sucumbir a obsessão, ela poderá ter os dois mundos.
- Do
jeito que fala, sinto que esperarei para sempre – Dana riu.
- Não.
Também não é para tanto. Estamos mais perto do que você imagina.
- Talvez você
tenha razão. Eu não contei antes, mas esse caso da bomba que estamos
trabalhando, ele mexeu com Kate, conosco. Achei uma abertura para falar o que
eu sinto por ela e a ironia é que se Ryan não tivesse nos atrapalhado isso
teria acontecido, eu me declararia e não seria obrigado a saber da mentira.
Entende porque não é tão fácil me livrar da mágoa? Mesmo a amando, eu preciso
me afastar de alguma forma. Parecer indiferente. Eu preciso continuar nesse
caso.
- Castle,
você seriamente acredita que pode ser indiferente perto dela? Não existe um
botão que você aperta e desliga o sentimento do amor. Não funciona assim.
- Não?
Apenas observe.
-
Castle... não vá fazer nada que se arrependa depois.
- Não
vou, Dana. Acho que está na hora de sair de cena um pouco. Dar um tempo. Tenho
uma turnê para realizar. Talvez não haja melhor momento. Fará bem a nós dois.
- Tudo
bem, sempre que quiser conversar, eu estarei aqui.
-
Obrigado, Dana.
Castle
deixou o consultório da terapeuta retornando direto para o 12th. Ao encara-la
pela primeira vez após a descoberta, Castle reparou que ela sorria, alheia a
qualquer mal que tivesse causado. Ele preparou sua melhor cara de sério e
indiferente para continuar a investigar ao lado dela. Depois de idas e vindas,
ele desconfia da repórter e o caso chega ao fim. Gates agradece e parabeniza a
todos pela dedicação e solução do caso.
Beckett
tentando prolongar seus instantes ao lado de Castle sugeriu que todos fossem
beber para comemorar o caso. Quando Ryan e Espo declinaram o convite, ela ficou
feliz assim seria apenas ela e Castle, uma ótima oportunidade para retomarem a
conversa que fora interrompida antes. Para sua surpresa, Castle também declinou
o convite. Intrigada, ela perguntou.
- O que você
queria me dizer antes?
- Nada
importante. Deixa para lá – ele se despediu dela, porém Beckett notou que havia
algo estranho no semblante de Castle, ele estava sério, talvez preocupado. Não
sabia dizer com certeza. A recusa de passar algumas horas a mais ao seu lado
especialmente sem ninguém do distrito soou estranha para Beckett. Ele sempre
torcia por momentos assim. Vestiu o casaco e por falta de opção, seguiu para o
seu apartamento.
Dois dias
depois, Castle apareceu no distrito por volta das onze e meia da manhã. Beckett
reparou que ele não trazia os copos de café.
- Bom
dia, Castle.
- Oi,
Beckett. Não tem um caso?
- Por
enquanto não – ela pensou em perguntar sobre o café, mas desistiu. Reparou que
ele vestia roupas esportivas. Estaria somente de passagem? A pergunta foi
respondida em seguida.
- Passei
somente para avisar que estou a caminho do aeroporto. Amanhã começa minha turnê
na costa leste. Tenho vários compromissos. Sete cidades em cinco dias. Terá que
investigar uma semana sem mim.
- Já?
Assim tão depressa?
- Não foi
de supetão, Beckett. Tinha comentado para você sobre a turnê.
- Sim,
porém não mencionou datas. Era isso que queria me dizer durante o caso do
protesto? – Castle viu nisso a oportunidade perfeita.
- Era. Não
era tão importante. Quer dizer, você pode investigar casos sem mim. Já fez
isso. Tenho um avião para pegar, Beckett. Você sobrevive uma semana sem mim,
certo? Espera, talvez não seja uma semana somente. Ainda terei a costa oeste. Ah,
você vai ficar bem.
- É... –
Beckett não sabia o que dizer, estava intrigada com o jeito do escritor –
então, boa viagem?
-
Obrigado. Te vejo em uma semana, Beckett – e da mesma forma abrupta que
apareceu naquele fim de manhã no distrito, Castle desapareceu sem maiores
explicações deixando a detetive com a pulga atrás da orelha. Ela deu de ombros e
continuou seu trabalho comentando para si mesma.
-
Aproveite sua turnê e sua viagem, você não fará falta. Já investiguei casos sem
você antes.
Dessa
vez, porém, Beckett estava enganada. Durante a semana que trabalhou sem
parceiro, ela sentiu-se incompleta. Quando queria dividir uma teoria, não havia
alguém ao seu lado. Ryan e Esposito eram bons, mas não sacavam as coisas como
Castle. Muitas vezes ela nem dizia a palavra e Castle já completava a ideia. Em
alguns casos, ela se viu pensando: como Castle contaria essa história?
Trabalhar sem ele ao seu lado provara ser um desafio. Não era somente de
debater o caso que sentia falta. Por vezes pegara-se fitando a cadeira vazia ao
seu lado. Pensando no que ele estava fazendo e querendo saber se ele
lembrava-se dela em algum momento.
Havia as
piadas, as tiradas inteligentes, os olhares, sorrisos e os copos de café. Os
momentos que apenas sentavam-se um de frente para o outro saboreando a bebida.
Ela continuou indo as sessões de terapia, informara Dana de que ele viajara em
turnê, mas não estendera a conversa, algo que a terapeuta acatou. Queria se
ater ao outro lado do tratamento, aquele que realmente lhe tornaria livre para
ser feliz.
Quando
Castle voltou a Nova York, ele percebeu a forma como a detetive o recebeu de
volta. Um belo sorriso, um olhar diferente.
- Hey,
Castle! Bem-vindo de volta! – foi surpreendido por um abraço no meio do
distrito – como foi a turnê? Você me parece cansado – além de surpreso, ele se
viu encurralado entre seu caldeirão de emoções. Feliz por perceber que ela
sentira sua falta, chateado porque para Beckett nada mudara enquanto Castle
tinha a sua mentira martelando na cabeça.
- Muitas
cidades, voos curtos outros longos, filas, muitos autógrafos. Noites mal
dormidas, só isso. Posso me recuperar e voltar para outra rodada na próxima
semana.
- De
novo?
- Sim,
mais uma semana. Com a última parada em Vegas. Quantos casos aconteceram na
minha ausência?
- Uns
três.
- Algum
interessante?
- Apenas
um... envolvendo a CIA.
- Você
está brincando? Não aconteceu, certo? Espo? Ryan?
- Ah, sim
era sobre alienígenas – disse Ryan – assustador.
- Há! Não
vão me enganar... e você, Beckett – ele virou-se para fita-la sério – detesto
mentiras. São atos de covardia – ela franziu a testa. De repente uma
brincadeira já tantas vezes motivo de risada entre eles se tornara algo
estranho. Ele parecia chateado.
- Você
está bem? Quer descansar?
- Estou
ótimo. Mas se não temos um caso, tenho outros assuntos para resolver.
- É...
n-nós não temos um caso, ainda.
- Certo,
então me ligue se tiver.
Ela, de
fato, ligou para Castle duas horas depois quando um morto fora achado em um
beco no Chelsea. Apesar de tê-lo ao seu lado, as coisas entre eles estavam
diferentes. Aquela conexão que sempre fora sua marca registrada, os pensamentos
similares, não estavam acontecendo. E sorrisos? Tornaram-se raros. Beckett
também reparara que ele não trouxera café no dia seguinte, o que serviu de
prova para que ela soubesse que havia algo muito errado.
A
investigação do caso continuou normalmente. Juntando evidências como sempre
faziam chegaram ao assassino. Após arrancarem a confissão, Beckett organizava
os papeis e desmontava o quadro. Castle a ajudava. Aproveitando que estavam
sozinhos, ela iniciou uma conversa.
- Quando
é sua próxima viagem? Para a turnê da costa oeste?
- Sexta à
noite. As aventuras começam sábado.
- Você
parece cansado. Está tudo bem?
- Estou
ótimo – ela colocou as fotos dentro do arquivo e fechou a pasta. Talvez devesse
tentar passar um tempo com ele, um jantar, nada demais. Queria desesperadamente
entender porque ele parecia diferente.
- Estou
com fome. Que tal um cheeseburguer do Remy´s? Eu pago.
-
Desculpe, não vai dar. Tenho compromisso, Beckett. Vou jantar com Alexis.
- Oh!
Claro, tudo bem. Depois de uma semana longe, ela também deve ser com saudades –
Castle percebeu a ênfase na palavra “também”, porém optou por se fazer de
desentendido.
- Nem
todos conseguem esconder seus sentimentos. Até amanhã, Beckett – ela abriu a
boca pretendendo falar algo, mas não conseguiu. O que foi isso? Ela pegou o
celular e discou o número de Dana.
- Oi,
Kate. Tudo bem?
- Não.
Acho que perdi a minha chance. Pode me encontrar no meu apartamento em uma
hora?
- Claro –
problemas no paraíso, Castle certamente começara a jogar pesado.
Uma hora
depois a campainha toca. Kate abre a porta para a amiga que traz uma garrafa de
vinho consigo.
- Julguei
por se tratar de uma emergência, vinho caia bem. Já jantou?
- Não,
estou fazendo um risoto. Sirva esse vinho e venha comigo para a cozinha ou não
teremos jantar – Dana caminhou seguindo-a, após sentar-se ficou observando Kate
cozinhar. Concentrada, mexia os temperos, provava.
- Tem
algo no forno?
- Um bolo
de carne, polpetone recheado com muzzarela.
- E
risoto não é um prato único?
- Sim,
mas eu não almocei hoje e estava com vontade de comer isso. E nem é um risoto
propriamente dito, é mais um arroz cremoso com queijo, tomate e manjericão.
Está pronto. Quer provar logo? A carne precisa de mais dez minutos.
- Por
mim, tudo bem – Dana serviu-se do arroz, esperou que a amiga fizesse o mesmo e
senta-se a sua frente
- Certo, o que você quis dizer ao telefone com perder sua
chance? Não está sendo um pouco drástica?
- Acho
que não, Dana. Castle está diferente. Eu não sei o que aconteceu. Achei que
estávamos bem depois que conversei com ele, sobre estar lutando, por querer
mais. Só que minha conversa deve ter tido o efeito errado.
- Por que
diz isso?
- Porque
ele está diferente. Depois do caso da bomba, ele resolveu viajar. Sair em
turnê. Ao voltar, está agindo diferente. O semblante está mais sério,
carrancudo. Nada das piadinhas inteligentes com os rapazes, trabalhamos nos
casos, porém não teorizamos juntos. É estranho e eu não sei porque. Eu pensei
que ao dizer para ter paciência, mostrar que me importo, isso serviria para que
Castle entendesse que quero mais. Dana, eu mencionei Roma. Não foi suficiente
para que compreendesse que estava falando de nós? A última de hoje foi: nem
todos conseguem esconder seus sentimentos! Isso foi uma direta para mim. E eu
acabava de mencionar saudades.
- Posso
falar como amiga? – Kate olhou séria para Dana, ao ver a boca torta sabia que
teria que continuar – Lembra quando você me contou que ficou mais aliviada por
saber que tinha se explicado do seu jeito para Castle? Eu sei exatamente o que
pretendia. Castle, por outro lado, não. Lógico que não tenho dúvidas que ficou
feliz de ver que você está decidida, está lutando. Mas será o suficiente? Você
se deu conta do que fez, Kate?
- Está
dizendo que é minha culpa ele estar diferente?
- Não,
Kate... mas o que você esperava? O cara é louco por você, faz de tudo para te
agradar, te proteger, respeita suas imposições, então você decide conversar com
ele e falar que está lutando, que quer mais... de repente, ele se sentiu
estranho. Isso pode acontecer, como se tivesse pisando em ovos. Será que se eu
fizer isso, ela vai achar que ultrapassei um limite... esse tipo de coisa.
- Não
tinha pensado por esse lado... mas...
- Mas?
- Ele
parou de levar café. Não era isso que queria. O café, Dana. Todas as vezes que
ele fez isso era porque estava chateado comigo, magoado. Eu não consigo
entender, nem pensar em nada que possa ter feito para ele agir assim – o apito
do forno soou e Kate tirou o polpetone. Serviu a Dana e ela. A terapeuta
começava a se compadecer dela, talvez seria uma boa oportunidade para revisitar
a pergunta.
- Hum...
esse polpetone é delicioso. Como aprendeu a fazer?
-
Receitas de Johanna Beckett. Castle adora....eu já fiz algumas vezes e... – de
repente parou de falar. O rosto triste, baixou a cabeça.
- Kate...
não é para ficar assim.
- E se
ele desistir de mim, Dana? – a amiga suspirou. Insegurança das grandes essa,
como pode alguém tão bonita e inteligente ser assim?
- Kate,
vamos terminar nosso jantar. Eu prometo que conversamos mais depois – elas
passaram alguns minutos comendo, Kate tomou mais um pouco do vinho. Deixou
metade da comida no prato, mas nenhum pedaço do polpetone. Dana acabou e
pegando a garrafa de vinho e a taça fez sinal para Kate acompanha-la até a
sala. Devidamente sentadas, ela volta a falar – agora, podemos conversar. Qual
o seu medo, Kate?
- E se
Castle desistir de mim? Se for isso que está mostrando?
-
Desistir? São quatro anos, ele acatando tudo o que você quer, não jogaria tudo
fora sem saber onde isso vai acabar. Kate, o que você conversou com Castle pode
ter gerado um desconforto, uma preocupação a mais em seu modo de agir, mas isso
não tem volta. Você não irá desdizer, as palavras foram lançadas. Quando ao
comportamento no caso, ele pode estar cansado, acabou de sair de uma maratona
de viagens ainda não se recuperou. Todos nós temos nosso dia ruim.
Claro que
Dana estava tentando driblar o real motivo do comportamento de Castle sem
deixa-lo em uma situação difícil, algo que fizesse a detetive recuar.
- Ele vai
viajar outra vez no fim de semana. Para a costa oeste.
- Imagino
que tenha um monte de assuntos pendentes em mente, que está administrando em
paralelo aos casos que investiga com você. Não seja tão analítica, dê uma folga
para o cara.
- Talvez
você tenha razão. Vai ser duro mais uma semana sem ele – o pensamento saiu sem
querer.
- Você
sentiu falta, Kate?
- Senti –
ela ficou vermelha olhando para Dana – cheguei até a me perguntar como Castle
contaria a história. Tinha dias que olhava fixamente para a cadeira vazia. Isso
não pode ser normal.
- E ainda
assim é, completamente normal quando se ama – Kate ignorou a alfinetada de
Dana, mas a terapeuta continuou ao seu jeito – quando se está acostumada com a
rotina, a pessoa do seu lado. Tudo porque nos importamos – ao ver o semblante
tenso de Kate, ela mudou de assunto abruptamente – o que temos para a sobremesa?
-
Desculpe, não preparei nada.
- Acabou
seu estoque de chocolate? – Beckett afirmou ficando vermelha na mesma hora - Hum...
nada que a super Dana não consiga resolver apenas de olhar o que tem em seus
armários e geladeira – vinte minutos depois, Dana entregava uma sobremesa de
sua autoria feita com vários ingredientes diferentes encontrados na cozinha de
Kate. Após saborearem, Dana sorriu – parece que meu curso de pâtisserie valeu
para alguma coisa afinal. Preciso ir. Não racionalize demais esse lance com
Castle e espero você no consultório. Quem sabe após essa semana você não tenha
uma boa notícia para dar a ele?
- O que
quer dizer com isso, Dana?
- O óbvio
não precisa ser dito, Kate. Ainda assim, no seu caso, o óbvio é bem obscuro.
- Hey! O
que isso significa?
-
Conversaremos no consultório. Boa noite, Kate.
Castle e Beckett encerraram o caso em que
estavam trabalhando na quinta-feira. Durante todo o tempo, ele não trouxera
café para a detetive, chegou a servi-la com a máquina de expresso da delegacia,
mas não comprara o tão desejado café como sempre fazia. Assim que fecharam o
caso, ele se despediu alegando que tinha uns últimos detalhes da viagem para
acertar e desejou um bom trabalho para a detetive.
- Vejo
você na outra segunda.
- Você
não disse que sua turnê era de uma semana? Deveria voltar na sexta não?
- Sim,
conforme o cronograma. Mas como estarei em Vegas, talvez seja uma ótima hora
para aproveitar e relaxar. Ainda estou pensando sobre isso... de qualquer
forma, se cuide e não se atole em papelada.
- Boa
viagem, Castle – ele acenou e seguiu para o elevador.
Outra
vez, Kate Beckett se viu presa a um sentimento difícil de explicar: saudade.
Eles acabaram pegando um caso na sexta-feira cedo e trabalharam sábado
investigando. Beckett queria usar o domingo também, tudo para manter sua cabeça
focada em algo que a livrasse do pensamento em Castle. Infelizmente, seus planos
foram interrompidos por Gates. Ela ralhou com eles dizendo que não iria pagar
hora extra ou expor seus detetives ao trabalho de fim de semana em um caso de
homicídio comum. Foi o jeito Beckett se contentar em passar o domingo em casa,
acompanhada de sua tv, o controle remoto e um cobertor.
Sem muita
alternativa do que fazer, após uma bela caminhada seguida de uma corrida no
Central Park, Beckett retornou ao seu apartamento com uma sacola de compras que
fizera no mercado próximo. Tomou uma ducha e com uma ameixa e um pratinho com
uvas nas mãos, ela sentou-se no sofá para buscar um programa ou filme na tv,
queria se manter distraída.
Ao zapear
pelos canais da tv a cabo, um deles lhe chamou a atenção pelo diálogo e as
imagens do filme. Havia começado a assistir sem saber quanto tempo de filme
teria passado. Ao consultar a programação, Beckett descobriu se tratar de um
filme de Woody Allen. O nome? “Quando em Roma”. A vida adorava mexer com ela
provocando-a com esses pequenos momentos.
E Kate
Beckett fez uma nova viagem as lembranças. Os passeios, os jantares, os
sorrisos e principalmente os carinhos, o beijo e as sensações experimentadas de
quando se está apaixonada. Por mais que tentasse recordar, Kate não conseguia
elencar um outro momento em sua vida que tivesse sido tão feliz. Pensar sobre
isso, trouxe a imagem de Castle a sua mente. Não aquele Rick de Roma e sim um
homem sério, indiferente, nada parecido com o escritor que a instigava, a
irritava, a amava. A constatação da mudança trouxe lágrimas aos seus olhos. Ela
não queria acreditar que ele mudara, não queria pensar que perdera essa
batalha. Rick Castle não podia desistir dela, ou podia?
Os
pensamentos a entristeceram. O peito ardia e embora não soubesse explicar, o
sentimento que a dominava era saudade.
O resto
da semana não fora diferente. Ela sofrera com a ausência do parceiro, do café,
dos momentos tão simbólicos que diziam respeito apenas a eles dois. A terapia
focava em suas relações familiares, no caso da mãe. Dana não mencionara uma
única vez o nome de Castle. Por que? Era um novo teste? Queria saber até quando
ela aguentaria não comentar sobre sua ausência? Se estava esperando que ela
falasse de como estava sentindo falta dele, Dana podia esperar sentada. Beckett
decidira que não iria falar de Castle, simplesmente porque doía, ela ficava
mal. Era isso.
Nas
vésperas da volta de Castle a Nova York, ela foi surpreendida por uma visita
inesperada no domingo. Por volta de umas cinco da tarde, Maddie telefonou
dizendo estar a cinco minutos de sua casa. Queria leva-la para jantar. Acabara
de sair do restaurante, estava de folga a noite e estava louca para comer
sushi. Não aceitaria um não como resposta. Não tendo outra alternativa, Kate
sairia com a amiga.
Maddie a
levou em um restaurante japonês de um amigo. Rapidamente foram guiadas até sua
mesa e atendidas. Após fazer o pedido, ela esperou o garçom se ausentar para
puxar conversa com Kate. Já percebera que a amiga não estava bem, ou pelo menos
não em um bom dia. Sabendo que ela não era de se abrir de imediato, Maddie
optou por falar primeiro de si.
- Nossa!
Estou tão cansada. Ando trabalhando direto, me dividindo entre os dois
restaurantes. Preciso arranjar um novo gerente. Acredita que esse é a primeira
noite de domingo que tenho livre em dois meses? Não posso reclamar de Rocco.
Ele está sempre disposto a me ajudar. Está lá, trabalhando. Não sei o que faria
sem ele. Não tenho vocação para ficar sozinha. Dividir o fardo com alguém é
fundamental para o nosso bem-estar e nossa felicidade, não acha? Aposto que
pensa o mesmo de Castle. Ele é seu parceiro, afinal.
Kate
permaneceu calada. Maddie cutucou.
- Falando
nele, onde anda? Estão de folga? Ninguém quis morrer hoje?
- Ele
está em turnê na costa oeste. Há uma semana.
- Ah...
isso explica muito.
- O que
você está insinuando, Maddie?
- Sou sua
amiga, conheço pelo menos um pouquinho você. Está se sentindo sozinha, um pouco
triste. Tudo isso é saudade?
- Você
fala como se eu e Castle tivéssemos um relacionamento como você e Rocco.
- Não
como o meu, a propósito porque você é teimosa demais e não dá o braço a torcer
quanto aos seus sentimentos, mas vocês têm um relacionamento. A parceria de
vocês – Beckett revirou os olhos. Maddie ia continuar sua teoria quando foram
interrompidas pelo celular de Kate. Ao checar o visor, percebeu que era Dana.
- Oi,
Dana.
- Hey,
Kate. Estou ligando para saber como você está. Já jantou? Quer fazer alguma
coisa? – a terapeuta estava preocupada com a ausência de comentários da amiga
sobre Castle e estando sozinha não queria dar margem para Kate pensar
besteiras.
- Eu não
estou em casa...
- É a
Dana? – perguntou Maddie e Kate confirmou – manda um beijo para ela.
- Estou
com Maddie, ela me arrastou para jantar. Está te mandando um beijo.
- Ótimo!
Fico feliz em saber que você não está sozinha – de repente, Kate sente o
celular ser roubado de suas mãos, Maddie já tagarelava com Dana.
- O que
você está fazendo? De bobeira? Que tal se juntar a nós para um excelente jantar
japonês e uma conversa somente entre garotas? Algo me diz que alguém precisa se
alegrar e ouvir uns conselhos. Topa? – ao ouvir a resposta do outro lado da
linha, Maddie vibrou – ótimo! Pode anotar o endereço? – após ter certeza de que
a terapeuta chegaria em pouco tempo, sorriu e se despediu – vou pedir algumas
coisinhas a mais. Não demore! – desligou e devolveu o aparelho a Kate – ela já
está a caminho. Será uma excelente noite entre garotas.
Kate
suspirou. Era tudo o que ela não precisava. Dana e Maddie falando sobre Castle
e relacionamentos. Agora era tarde, a única forma de desaparecer dali era com
um homicídio e pela nova política de Gates. Detetives não trabalhavam no fim de
semana. Teria que enfrentar as feras e ficar na berlinda.
Continua...
5 comentários:
Hahaha! Era tudo que eu queria a Dana e a Maddie juntas, agora vai. Pobre Kate, está subindo pelas paredes e agora vai ser "prenssada" por essas duas. kkkk
Como sempre cada capítulo mais emocionante que o outro.
Clubeda luluzinha é bom demais!!! Kate, vc com certeza estará encurralada por essas duas!!!
Castelinho viajando por duas semanas, até eu fiquei com saudade!!
Vai chegar a parte que amo e odeio..o gelo e o ciúme da comissária de bordo!!! Kkkkkk
Ansiosa pelo próximo!!
Aiiii! Eu esperava coisa pior... kkkk Gosto assim, quando ja vou esperando algo muito ruim e sou surpreendida... Mas vc é muito má... A conversa de Castle com Dana. e tb com a kate, me deixou sem ar... Não queria estar na pele dela, ja é dificil ser amiga dos dois, imagina ser a psicóloga tb... Dana arrasou! Castle confuso, perdido e se sentindo trouxa.. Entendo tanto! haha
Vc jogou pesado com as recordações... Hamptons, mas Roma? OMG! Roma é meu ponto fraco e não é apenas Roma, é tudo o que representa... E os detalhes... Olhar para cadeira, a falta do café... Indiferença, indiretas... Kate insegura, Castle ferido... A dificuldade desses dois em se comunicar me irrita profundamente... Poderia ser mais fácil, mas eles escolhem o jeito mais difícil... Não vai ser fácil encarar Jacinda e Colin, mesmo sabendo que terá uma abordagem diferente, com vem sendo ate aqui. Brilhantemente, devo acrescentar.
O Maddie e Dana, contra... ops, a favor da Kate... Isso vai ser muito bom!
Essas duas vão te animar Kate 😌👌🏽
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