terça-feira, 12 de outubro de 2010

[Bones Fic] As Time Goes By - Cap.27

Cap.27
Afeganistão – 27 horas depois

Temperance Brennan saiu do aeroporto direto para o hospital. Estava exausta, o rosto marcado pelo cansaço e pelas horas de choro, as áreas abaixo dos olhos estavam negras. Ela parou na recepção do hospital.

- Pois não?

- Estou procurando uma pessoa: Seeley Booth é oficial americano.

- E qual o seu grau de parentesco com ele?

- Dr.Temperance Brennan. Sou sua parceira e namorada.

- Sinto muito mas somente permitimos parentes.

- Booth não tem parentes, só o avô que mora em uma casa de repouso e um irmão que está na India, cheque a ficha dele, você vai perceber que sou o contato dele em casos de emergência.

A atendente olhou séria para ela. Voltou a consultar a ficha. Com um sorriso, ela falou.

- Desculpe! Sim, você está listada aqui. Quarto 1222. A UTI fica no segundo andar.

- Obrigada.

Brennan caminhava devagar, a ansiedade que antes a dominava agora parecia querer retardar seu encontro. Outro sentimento a tomava – o medo. As mãos voltaram a tremer, respirava fundo tentando manter um ritmo calmo onde seu coração mantivesse a batida normal. Entrou no elevador. Tudo que ela queria era wncontrá-lo bem mas a verdade era que ela não sabia o que a esperava. Ela que sempre confiara na ciência dependia mais do que nunca dela nesse momento.
Brennan estava a uma porta do quarto 1222. Na frente dele havia um oficial do exército. Ela respirou fundo e o encarou.

- Posso entrar? Tenho permissão.

- Identidade por favor.

Ela mostrou o documento para ele.

- Pode seguir.

Ele se afastou da porta e girou a macaneta. Instintivamente, Brennan fechou os olhos buscando forças para o que enfrentaria. Nada importava mais do que ve-lo e mesmo já o tendo visto levar tiros e doente a sua frente, agora tudo era diferente. As circunstâncias eram outras. Ela dependia dele para viver.

Ao abrir a porta, ela soltou um gemido. As lágrimas automaticamente encheram os olhos e caíram silenciosas pelo rosto. Booth estava deitado na cama coberto por tubos em seus braços. Vários curativos espalhados pelo corpo, ele respirava através de aparelhos. Devagar, Brennan aproximou-se da cama. O nome dele saiu como um suspiro.

- Booth... sou eu, sua Bones.

Ela esticou a mão com cuidado buscando a dele. Os dedos acariciavam a pele da mão. Brennan entrelaçou seus dedos nos dele.

- Booth, você pode me ouvir?

Com a outra mão ela beijou-lhe a testa, acariciou o rosto e os lábios e gentilmente colou sua boca na dele. Sussurrou no ouvido dele.

- Eu estou aqui, Booth. E não saio desse lugar sem você.

De repente, ela sentiu o nó se formar na garganta. Ve-lo deitado naquela cama de hospital era algo forte demais, surreal demais e colocando a cabeça cuidadosamente sobre o peito dele, ela chorou copiosamente.

Brennan não sabia dizer por quanto tempo permanecera naquela posição chorando. Seu corpo doía, sua cabeça latejava mas ele sequer soltara a mão de Booth. Ela apenas se movera por ouvir a porta ser aberta. O médico entrara com uma enfermeira.

- Boa tarde. Você é...

- Temperance Brennan, parceira e namorada dele.

- Prazer em conhecê-la, sou o Dr. Robbins.

- Como ele está doutor? Quero a verdade, sou cientista.

- Amélia, cheque os sinais vitais do Sr. Booth. O estado dele é crítico. Quando ele chegou a esse hospital, o Sr. Booth perdera muito sangue. Apresentava vários cortes superficiais nos braços e costas porém possuia um pedaço de estilhaço profundo na perna direita por onde perdia sangue. Após a retirada demos a ele antibióticos para garantir que não houvesse infecção. Infelizmente, esse não era o único problema. Booth levou um tiro no ombro esquerdo e a bala se alojou no início do pulmão por pouco não acertou o coração. Operamos e retiramos a bala contudo a respiração dele permanece instável e por esse motivo o mantivemos no respirador e em coma induzido.

- A quanto tempo ele está em coma?

- Pouco mais de 30 horas.

- E a recuperação?

- Estamos monitorando de 4 em 4 horas a evolução do pulmão dependendo da reação, podemos tirá-lo do respirador e do coma ao completar 48 horas.

- Existe algum risco?

- Sim, ele pode não reagir e o quadro pode caminhar para uma embolia pulmonar levando-o a morte. Na situação atual, diria que há um risco de 50%.

Brennan engoliu seco.

- Posso transferi-lo para outro hospital?

- Não nas condições atuais, caso ele melhore e saia do respirador aí sim podemos pensar em transferência. Preciso ir, volto mais tarde para checar a evolução do quadro.

O médico deixou o quarto e Brennan se colocou novamente ao lado dele. Puxou uma cadeira e sentou. Voltou a entrelaçar os dedos aos dele. Olhando fixamente para ele, ela implorou baixinho.

- Booth, lute! Por mim, por nós, nào desista por favor. Eu te amo.

Brennan apoiou a cabeça ao lado dele na cama e começou a cantarolar a música de Diana Krall. “Love letters straight from your heart, keep us so near while apart… “ e assim ela recitou toda a letra da música. Exausta, adormeceu na cadeira.

Quando acordou novamente, percebeu que já era noite. Ela se pos de pé para esticar o corpo. Esfregou os olhos. Uma enfermeira entrou no quarto.

- Senhora, porque não vai comer alguma coisa? Já está ai a tanto tempo, precisa se alimentar se quer ajudá-lo.

- Não posso sair do lado dele.

- Quer que eu traga então para a senhora? Café? Um sanduíche talvez ou fruta.

- Café seria bom e algum pão sem gluten.

- Vou ver o que posso conseguir.

Quinze minutos depois, a enfermeira volta com uma bandeja contendo café, duas fatias de pão, uma tijela de sopa de tomate e uma garrafa d’água. Por mais que Brennan relutasse, o cheiro da sopa a tentava e então ela se rendeu, no fim das contas ela estava faminta. Depois de devorar o prato a sua frente, Brennan debruçou sua cabeça entre as mãos. Seu corpo estava mais forte mas a mente fraca e perdida em pensamentos negativistas: e se Booth não acordasse? E se ele não recobrasse a consciência? Ou se o coma deixasse sequelas? Ou pior.... e se ele morresse? Não! Eu não posso pensar assim!

- Com licença.

A enfermeira voltava para checar a evolução dele. Brennan tentava disfarçar limpando as lágrimas do rosto vermelho.

- Querida, não precisa disfarçar seu sofrimento. Eu vejo casos assim todo dia e posso sentir quando as pessoas são realmente amadas. O sr. Booth é um homem de muita sorte por ter você. Se quer fazer alguma coisa por ele, você pode rezar.

- Eu não sou religiosa.

- Mas ele é, certo? Encontramos uma medalhinha com ele. Na verdade, espere um momento.

A enfermeira saiu e voltou cinco minutos depois com uma sacola que Brennan reconheceu imediatamente como a dele.

- Ele estava com esse saco de bagagem e além disso, tinha essa foto e uma carta no bolso do uniforme. É você. Ele deve amá-la demais. Eu sinto muito pelo sangue, eu tentei limpar mas ele manchou parte da foto.

- Tudo bem, obrigada.

Brennan segurou a foto nas mãos. Foi tirada em Athenas. Eles pareciam tão felizes....

- Como ele está?

- Melhor.

- Alguma chance do médico tirá-lo do coma antes das 48 horas?

- Talvez. Você já conversou com ele? isso pode ajudar.

A enfermeira saiu da sala e Brennan ficou olhando para a sacola de Booth. Resolveu abrir. Em um dos compartimentos, ela encontrou um saco plástico contendo várias cartas. Suas cartas para ele. abriu o saco e sorriu ao tocar cada uma das correspondências. Ela se aproximou da cama e segurando a mão dele, começou a ler as cartas que escrevera. Após uma hora, ela estava conversando com ele, um monólogo realmente e sorria.

A enfermeira parou na porta do quarto observando-a.

- O que ela está fazendo? Falando sozinha ? coitada deve estar sofrendo.

- Oh, não Dr.Robbins. Ela está feliz pela primeira vez desde que chegou aqui. Acredito que ela esteja relembrando bons momentos entre eles.

- É acho que você tem razão. Daqui a duas horas quando for checar o progresso dele, se o nível de retorno dos pulmões forem 80%, diminua a dose da droga e reduza a ajuda do respirador. Se na madrugada ele continuar melhorando, desligue totalmente. Algo me diz que ele irá se recuperar logo.

- Dr. Robbins o senhor está certo disso não?

- Estou, porque pergunta? Você nunca duvidou do meu parecer antes.

- Não estou duvidando é que algo me diz que a vida desses dois já foi bem difícil e há tanto amor ali, seria realmente uma pena se ele morresse.

- Ele não vai morrer, não se eu puder evitar. Bom plantão, Grace.

- Boa noite doutor.

XXXX

Brennan continuava conversando com ele. falara das experiências desse um ano de descobertas e algumas vezes lembrava casos antigos.

- Viu só? Eu aqui relembrando vários momentos sentimentais da nossa vida. Olha o que você fez comigo, transformou uma cientista totalmente racional e com pouco tato para relacionamentos com pessoas em uma sentimentalóide, uma mulher comum que está totalmente apaixonada por você. Só tem um problema, essa nova mulher precisa de você ao lado dela porque ela ainda não sabe como agir em várias situações, ela precisa de orientação, de um professor. E para mim não há professor melhor que você Booth.

Ela respirou fundo, beijou a testa dele e fixou o olhar no rosto dele.

- Oh, Booth... queria muito que você acordasse. Queria ao menos saber se você pode me ouvir. Você pode? Aperte minha mão se puder me ouvir...

Ela esperou por um sinal, um gesto. Nada. Cansada, ela encostou na cadeira e caiu no sono.

Na manhã seguinte....

Brennan sentiu uma coceira na mão. Ao abrir os olhos percebeu que a coceira era na verdade o dedo de Booth acariciando sua pele enquanto ainda segurava a mão dele. Ela arregalou os olhos e virou-se para fitá-lo no rosto. Deixou escapar um suspiro aliviado.

- Booth...

- Hey, dorminhoca.

Ela abriu o sorriso e se levantou aproximando-se da cama. Ela tocou o rosto dele com a mão.

- Oh, Booth... você acordou.

E ela não se importou de chorar como uma criança olhando para ele. não depois de tudo o que aconteceu entre eles até aquele momento.

- Hey, Bones... pare de chorar, não combina com você.

Ela riu e beijou-lhe suavemente os lábios.

- A culpa é sua. Booth eu tive tanto medo que você não acordasse. Tanto medo de não poder estar com você, sentir você. Eu senti tanto a sua falta.

- Shh, tudo bem. Eu estou aqui agora e não vou a lugar nenhum sem você,Bones. I love you so much, Tempe.

- Shhh.... chega de falar, você ainda está se recuperando.

Ela se inclinou até ele, beijou o rosto e sussurrou no ouvido dele.

- I love you too....

E Booth sorriu pela primeira vez desde que acordara.



Continua....

4 comentários:

Estefane disse...

Incrivelmente PERFEITA.

Parabéns!!!!!

Rubine disse...

Lindo! Sem mais palavras...

mika disse...

Muito linduu perfeita!!

mika disse...

CONTINUA POR FAVOR!!