Nota da Autora: Dears, nada de sacanagem nesse capitulo. Porém tem acontecimentos necessários para o bom andamento da história, calma! Tem momentos shippers e cutes. Uma observação: as vezes vcs verão eu usar pequenas palavras em inglês, faço isso pelo impacto. E fiquem tranquilas pq o proximo vai ser daqueles! LOL
Cap.14
Na segunda-feira seguinte, Beckett chega cedo ao distrito. Ainda sentia
dor na perna claro que estava bem melhor que ontem. Dirigiu-se diretamente para
a sala de Gates. Bateu na porta e pediu licença a Capitã para entrar. De frente
para ela, Kate suspirou e preparou-se para contar o que acontecera.
- Bom dia, Capitã. Quis vir lhe procurar logo pela manhã porque a
senhora mesmo pediu para avisa-la se algo estranho acontecesse. Sexta após sair
do distrito, eu estava indo para o meu apartamento quando percebi que estava
sendo seguida por dois caras estranhos. Fiquei logo alerta. Apressei o passo
para constatar se estava certa e eles fizeram o mesmo. Fui perseguida por eles
até conseguir despistá-los no metrô.
- Certo, você acha que está ligado ao caso de sua mãe? Esses podem ser
capangas do tal Maddoxx?
- Com certeza. Eles deixaram claro que me perseguiram com intuito de me
matar.
- Esses homens, você consegue fazer um retrato falado deles?
- Consigo.
- Ótimo. Você irá fazer exatamente isso agora e eu vou ordenar uma
viatura para ficar 24h na esquina do seu apartamento, sempre fazendo a ronda.
Qualquer outra suspeita, me avise imediatamente.
- Sim, senhora.
Beckett deixou a sala e foi direto a mesa do desenhista profissional do
distrito. Pediu para que ele desenhasse dois suspeitos para ela de um caso que
estava investigando. Beckett deu todas as características e os traços mais
marcantes de cada um deles. Em meia hora, ele mostrava para ela que ficou
bastante satisfeita. Com os retratos nas mãos, ela mostrou primeiramente para
Gates e acordou que ia pedir a Ryan para procura-los pelo sistema. Ver se tinha
alguma condenação, se eram fichados qualquer pista que pudesse dar a ela um ponto
para começar. Gates concordou com ela. Assim que fez o pedido a Ryan, ele
questionou.
- Isso tem a ver com o caso que estamos investigando?
- Não, é de outro caso.
- Ah, ok.
Beckett se dirigiu ao quadro branco. Nele estavam as informações do caso
que eles estavam trabalhando. Castle estava sentado esperando por ela que
sentou-se ao lado dele. Ele ergueu a sobrancelha como quem pergunta o que
aconteceu.
- Tudo bem. Ela vai colocar uma viatura no meu apartamento. Fiz os
retratos falados, resta esperar. Preciso ir ao centro, falar com o Chefe. Temos
que abrir o jogo com ele, sobre nós. Não posso arriscar. Seu apartamento
precisa ter vigilância não somente porque estou lá mas para sua própria
segurança. Vamos verificar como está o caso e saímos para a rua a fim de checar
alguma pista. Depois vamos falar com ele.
- Yo, tenho uma nova informação. Segui a placa parcial do veiculo que
foi visto no local e encontrei um dono. John Taylor e adivinha? Ele trabalhava
no escritório de advocacia da nossa vitima.
- Bom, acho que vale uma visita ao escritório. Pronto, Castle?
- Claro!
E deixaram o distrito. Como Beckett já combinara, eles foram investigar
a pista do Esposito. Em seguida, eles foram ao prédio da Central da polícia
falar com o Chefe dos detetives. Beckett informou à secretária que gostaria de
vê-lo e a mesma questionou se ela teria hora marcada.
- Não tenho mas certamente se você informar que a Detetive Kate Beckett
está aqui e tem um assunto urgente para tratar com ele, irá me receber. Estou
falando de ameaça de vida.
A secretária olhou para ela meio contrariada e foi até ao escritório
dele apenas para voltar e pedir para ela entrar na sala. Beckett entrou
acompanhada de Castle e recebeu o sinal para sentar-se enquanto ele terminava uma
ligação telefônica.Encarando-a com uma certa seriedade, o Chefe a questionou.
- Fui informado que você tinha um assunto grave a tratar comigo
Detetive. Imagino que você não se daria ao trabalho de vir aqui se realmente
não fosse. Do que se trata?
- Sim, senhor. Vou direto ao ponto. Na última sexta ao sair do trabalho
fui perseguida quando voltava para o meu apartamento por dois homens. Por muito
pouco consegui despistá-los porém, sei que não desistirão de vir atrás de mim,
me ameaçaram. Comuniquei o ocorrido a Capitã e ela disponibilizou uma viatura
para ficar disponivel 24h. Também fiz o retrato falado dos homens que estão
sendo investigados agora.
- Foi bom você ter envolvido a Capitã. Se estamos falando de mandantes
do tal Maddoxx, precisamos cobrir todos os pontos. Como você está?
- Eu estou bem. O risco já era conhecido senhor. Preciso estar preparada
para enfrentá-los. Tem mais uma coisa que precisaria da sua ajuda.
- Diga.
- É um assunto delicado senhor. Com a minha vida correndo risco e pelo
fato de Castle estar constantemente comigo por ser meu parceiro, gostaria de
solicitar também o esquema de vigilância para a casa dele. Não quero que nada
aconteça a ele e a família. Esses caras jogam pesado e se a intenção deles é me
destruir, eles utilizarão todos os artifícios possíveis inclusive ir atrás
dele. Preciso saber que ele estará em segurança também, afinal ele é um cidadão
e a NYPD tem responsabilidade sobre ele quando o aceita como consultor civil.
- Certamente que sim, Detetive Beckett. Sabemos da nossa
responsabilidade para com o Sr. Castle e eu seria totalmente insensato e
irresponsável se não autorizasse o seu pedido uma vez que você mesma passa um
certo tempo no apartamento dele.
Beckett ficou muda. Sentiu o rosto avermelhar-se e esquentar. Ele sabia!
Castle prendeu o riso ao ver a reação inusitada dela. O Chefe dos detetives
vendo que a deixara desconfortável,sorriu e procurou acalma-la.
- Detetive, antes que você desmaie na minha frente. Sim, eu sei do seu
envolvimento com o Sr.Castle. Foi o prefeito quem me contou, o que faz sentido
já que ele é amigo e fã do escritor. Acredito que ele mencionou isso um pouco
antes de chamarmos você para a audiência. Não se preocupe, isso em nada
influencia minha visão e o meu respeito por você como profissional e pessoa.
Também fique tranquila, seu segredo está seguro comigo. Não comentei com mais
ninguém e nem pretendo. Apesar de saber que vocês tornaram público o
relacionamento no último lançamento do livro do Sr. Castle, nem todos constumam
se importar com a vida de celebridades. Sua Capitã com certeza é uma dessas
pessoas. Sei ser discreto e estou aqui para apoiá-la peço que mantenha o
segredo pelo máximo de tempo possível, isso ajudará na sua segurança também.
Ela suspirou um pouco mais calma – Desculpe, senhor.
- Você não tem porque se desculpar. Diante do que está acontecendo na
sua vida ultimamente, é muito bom que você tenha alguém para se apoiar, dividir
as preocupações e estar ao seu lado. Nao somos rôbos ou ilhas Detetive. Agora
volte para o 12th. Considere seu pedido como realizado. A partir das seis da
tarde haverá uma viatura de tocaia nos arredores do apartamento do Sr. Castle.
- Obrigada, senhor.
Ela o cumprimentou e saiu. Na rua, Castle começou a rir dela.
- Você devia ter visto a sua cara! Nunca vi você tão envergonhada,Kate.
- Ah, cala a boca Castle!
XXXXXXX
Os dias passavam-se e a carga de stress e tensão para Beckett apenas
aumentava. Os casos de homicídios pareciam ter se multiplicado na ultima semana
e mesmo dividindo os casos com Ryan e Esposito, estava difícil gerenciar todos.
O atraso das análises no necrotério e nos laboratórios estavam impactando
diretamente na busca por pistas a seguir fazendo com que os mesmos não evoluíssem.
Ela continuava com a vigilância cautelosa da polícia e era quase impossível
Beckett se desligar da possibilidade de que a qualquer minuto ela poderia ter
que enfrentar seu algoz uma vez mais, cara a cara. O nervosismo já estava
deixando-a de mau humor, apesar da insistência constante de Castle para ela
relaxar e alimentar-se direito, ela perdera peso. A quantidade de café ingerida
por ela ao dia triplicou. Castle também tentou reduzir mas desistiu ao se
deparar com um daqueles olhares matadores ao sugerir tal coisa. Ela estava na
frente do quadro de evidências. Já pensara em todas as possiveis correlações
entre vítima e suspeitos e nada parecia encaixar-se. Os olhos ardiam e
instintivamente ela levou as mãos ao rosto e esfregou-os. Não conseguia
raciocinar nem enxergar mais nada.Castle veio por trás dela e tocou seus ombros
com intuito de fazer uma massagem para acalmá-la. Kate pulou da cadeira parte
por susto e parte pelo nível de tensão que ela estava sentindo.
- Meu Deus, Kate!
- O que você está fazendo?
- Você está muito tensa...olha a rigidez dos seus músculos.
- Castle agora não....
- Você precisa desligar por um tempo. Não será nada útil pra resolver
caso nenhum. Vamos para casa.
- Não posso, tenho muito trabalho.se quiser vá escrever seu livro e me
deixe trabalhando em paz. Vá logo!
Castle sabia que essa era a válvula de escape dela quando estava
apreensiva. Porém, não podia deixa-la entrar nessa roda viva dormindo e comendo
pouco, à base de café para simplesmente chegar à beira da exaustão. Se ele
forçasse a situação ela poderia ficar mais estressada e chateada com ele.
Castle não queria brigar e aceitou a rispidez dela como um desabafo. Então
tentou fazer um trato.
- Ok, vamos fazer o seguinte. Vou deixar você observar esse quadro até às
seis da tarde, isso te dá mais duas horas depois disso você vai pra casa comigo
para comer e descansar, a massagem não é opcional.
Ela olhou para ele, o rosto visivelmente cansado. Queria ficar sozinha e
felizmente não tinha coragem de dizer isso a ele porque sabia que ele estava fazendo
tudo para ajudá-la. Então ela concordou.
- Ok, mas me deixe sozinha por um tempo ok?
Ele balançou a cabeça e dirigiu-se a mesa de Ryan para auxilia-lo no
caso que eles investigavam. Duas horas depois, ele tornou a olhar na direção
dela. Beckett estava apoiada na mesa de frente para o quadro. Vira ela
levantar-se e escrever alguma coisa sobre o seu palpite. Também percebeu pela
forma como ela remexeu nos cabelos que finalmente o cansaço a dominara. Ele
ficou de pé e a viu desligando o computador e pegando a bolsa e o casaco. Foi
até ela. Tomou o casaco das suas mãos e ajudou-a a vestir-se. Ela o olhou e
Castle pode notar os olhos vermelhos.
- Vamos pra casa, Castle. Minha cabeça dói.
Sem dizer nada ele seguiu ao lado dela.
Apartamento de Castle
Castle disse a ela para subir e tomar um banho enquanto ele preparava
algo para jantar. Assim como ela pedira no distrito, ele resolveu deixa-la ter
um tempo sozinha, para ordenar seus pensamentos e se acalmar. Conhecia Beckett
o suficiente para saber que ela precisava desse tempo, recuperar as forças. Ela
não se abatia por nada. Ele terminou de preparar o lanche e separou um
comprimido para a dor de cabeça dela. Se não fosse isso, ele certamente
ofereceria a ela uma dose de whisky. Levou a bandeja para o quarto. Ainda ouvia
o barulho do chuveiro. Ele separou um óleo de amendoas na cabeceira da cama.
Foi ao banheiro. Ela acabara de desligar o chuveiro e envolvia a toalha no
corpo. Ao olhar para o cabelo dela desalinhado e molhado não pode deixar de
sorrir lembrando-se de quando ela bateu à porta dele dizendo que só queria a
ele. Beckett ergueu a sobrancelha como sinal de quem não entendia a expressão
no rosto dele.
- O que foi?
- Seu cabelo, me fez lembrar da noite em que você veio ao meu
apartamento... nossa primeira vez. Ao lembrar daquilo sempre me pego pensando
porque esperamos tanto e a mesma resposta sempre me vem à mente. Porque era
preciso estarmos prontos para nos entregarmos completamente.
Kate prendeu a respiração. Porque ele conseguia surpreende-la nos
momentos mais inusitados? Suspirou sentido o ar encher novamente seus pulmões e
uma sensação de paz a invadiu.
- Juro que se não estive tão cansada, Rick Castle eu te agarraria aqui e
agora.
- Por mais que a sugestão seja tentadora hoje você merece descansar, é
por isso que você vai para o quarto agora, comer alguma coisa e tomar o
analgésico. Vou apenas tomar um banho rápido e já estarei pronto para te fazer
uma massagem.
Ela se aproximou dele e beijou-lhe o rosto – Te espero.
Quinze minutos depois, Beckett estava deitada na cama escorada no
encosto tomando café. Castle sai do banheiro já de pijama. Kate vestia apenas
uma camiseta dele. Ao ver qual era, sorriu e resolveu implicar.
- Hey, o que você está fazendo com a minha camiseta do lanterna verde?
Ela apenas balançou a cabeça e sorriu – Alguém me prometeu uma
massagem...
- Tira a camiseta e deite-se.
- Pelo que saiba a mandona na relação sou eu.
- Kate....
Ela fez o que ele disse. Deita-se de bruços na cama e percebe o quanto
está dolorida. Tudo pelo cansaço e a tensão. Ele senta-se ao lado dela e ela
percebe o aroma de amendoas. Castle vira a o óleo deixando-o escorrer nas
costas dela. E então ela sentiu o toque das mãos dele, automaticamente fechou
os olhos e suspirou. Ele começava a mover suas mãos ao longo dos ombros dela e uma
sensação de alívio tomou conta de seu ser. As preocupações que povoavam sua
mente, sumiram lentamente dando lugar a sua vontade de render-se. Ela gemeu
baixinho, o toque de Castle era algo sublime, não, deveria ter uma palavra
melhor para defini-lo e então ela lembrou, o toque das mãos dele era mágico.
Sim, essa era a palavra... e Kate gemeu mais uma vez entre sorrisos.
Castle continuava o trabalho com esmero. Tocar a pele dela era sempre um
prazer ainda mais se era para faze-la sentir-se bem. Ele subia e descia com a
ponta dos dedos tocando vagarosamente as costelas usando os polegares para
massagear as omoplatas. Os dedos ágeis se dedicavam a desfazer os nós duros
especialmente na região dos ombros e pescoço. Estava impressionado com a
rigidez dos músculos dela. Com a palma da mão, ele pressionava aos poucos toda
a extensão da coluna. Repetiu o movimento por várias vezes, nem se deu conta do
tempo que passara. Finalmente quando percebeu que a musculatura dela estava
mais relaxada, ele deu-se por satisfeito. Como Kate não emitira mais nem um
som, ele imaginou que ela dormira. Para finalizar, ele inclinou-se até ela e
beijou-lhe carinhosamente os ombros, a nuca e esfregou a ponta do nariz nos
cabelos dela inalando o cheiro do shampoo.
Ela mexeu-se vagarosamente na cama e virou-se para ele. Castle buscou os
lábios dessa vez e trocaram um beijo carinhoso. Ele se afastou dela, Kate
sentou-se na cama. Dirigiu a ele um olhar profundo, um misto de agradecimento e
carinho. Ficaram por uns bons segundos mantendo o olhar um no outro. Ele foi
quem primeiro falou.
- Está se sentindo melhor?
- Sim, obrigada – ela pegou a camiseta dele e tornou a vesti-la, de
certa forma aquele gesto poderia ser considerado por muitos como frustrante,
mas não por Castle, ele entendia – Castle, me desculpe. Eu não devia ter sido
brusca com você, te tratado mal. Foi errado e injusto, você só estava tentando
me ajudar. Desculpe mesmo, odeio me deixar levar por essa situação! Preciso
parar com isso. Você não merecia.
Buscou as mãos dele e entrelaçou nas suas, sorriu. Castle beijou as mãos
dela.
- Eu entendo, Kate. Você não tem que se desculpar. Quero apenas que você
reconheça que precisa ir devagar, não se deixar influenciar pela pressão ou
pelas ameaças. Mantenha a sua concentração. Seja você.
Ela se aconchegou nele buscando o conforto do seu abraço. Suspirou
deixando o rosto colado ao peito dele. Castle beijou-lhe o topo da cabeça e
ficou com ela assim por alguns instantes. Em seguida, ele a puxou consigo para
deitarem na cama. Ela virou-se com as costas para ele e Castle envolveu seu
braço na cintura dela tocando-lhe o ventre. De conchinha, eles adormeceram.
No dia seguinte, Kate Beckett parecia estar renovada. Chegou cedo ao
distrito depois de uma epifania que teve durante o café sobre o caso que estava
investigando. Ontem por conta do stress, ela não conseguira enxergar certos
detalhes que estavam bem ali no quadro. Chamou Esposito e pediu para ele trazer
o suspeito. Uma hora depois, o caso estava fechado. Então ela dirigiu-se até a
mini copa para tomar um café antes de pegar um novo caso para investigar.
Castle, é claro, a acompanhou.
Eles estavam sentados cada um com uma xícara nas mãos. Ele a observava.
Realmente estava bem mais calma do que ontem. Sua insistência pelo descanso
rendera bons frutos e a ajudara a solucionar um caso que estava parado. Ela
percebeu que ele já estava calado por mais de cinco minutos o que era um
recorde muito grande para Rick Castle.
- Porque está calado? Aconteceu alguma coisa?
- Não, estou mais aliviado por ver que você está relaxada. Eu tinha
razão.
- É, você tinha.
- Sério? Vai concordar comigo? Um sorriso despontou nos lábios dela e
Kate balançou a cabeça, gostava desse jeito moleque dele, sabendo que ela não
ia respondê-lo, ele já se deu satisfeito pelo silêncio dela – Quer mais café?
- Adoraria.
Terminado o momento de descontração, Beckett pegou uma nova pasta entre
os casos acumulados. Após uma rápida leitura do caso, ela começou a montar o
quadro dessa nova vitima. Castle aproveitava para se familiarizar com o caso
também. Depois de algumas observações, Beckett decidiu que precisa de mais
informações e ligou para Lanie a fim de saber qual era o resultado da autópsia.
Falou por cinco minutos com a médica e assim que desligou, chamou Castle para
acompanha-la a uma visita ao necrotério.
Chegando lá, Lanie logo os recebeu e contou a eles os detalhes da
autopsia da vitima para eles. Sufocamento com alguns sinais de tortura. A boa
noticia era que ela encontrara uma digital parcial no corpo, o que transformava
o caso em algo mais simples de resolver que o anterior. Depois que passou todas
as informações pertinentes a eles, Lanie pediu alguns minutos para falar com
Beckett em particular.
- Se importa, Castle?
- Claro que não, vão em frente. Papo de mulheres, sei o que é isso. Vivo
com duas.
- Obrigada Castle e enquanto eu estiver ausente se você mexer em um
instrumento sequer eu saberei. Isso não é um parque de diversão entendeu? Não
toque em nada.
- Sem graça.
Lanie levou Beckett para uma salinha reservada e fechou a porta. Encarou a amiga por uns segundos antes de
começar a falar. Beckett estranhou o silêncio e perguntou.
- O que é?
- Como você está levando tudo isso?
- Tudo bem, estou bem.
- Kate pare com isso, sou eu. Esqueceu? Javi me contou que você foi
perseguida. Estão novamente atrás de você. Isso não pode ser bom. Porque você
não tira um recesso? Desaparece por uns tempos? Vai estudar, investir na sua
carreira de advogada. Saia dessa loucura. Você já enfrentou a morte tantas
vezes...
- Lanie, eu não vou seguir a carreira de advogada. Já me decidi, voltei 100%
a NYPD. Sou detetive. Quanto a perseguição, estou sob vigilância 24 horas, sete
dias por semana. No meu apartamento, no de Castle. Não há com que se preocupar,
está tudo sob controle.
- Não foi o que o Javi me falou ontem. Ele disse que você está muito
estressada. Está trabalhando demais, deixando essa coisa te consumir.
- Isso era até ontem.
- O que aconteceu então para isso mudar?
- Castle.
Lanie olhou para ela com um ar de curiosidade – Continue...
- Não tem muito para contar. Ele apenas me deu um ultimato no trabalho e
me obrigou a parar e observar o que eu estava fazendo a mim mesma. Ele tinha
razão.
- Hum, então Castle está saindo-se melhor que a encomenda? Quem diria!
- Você não tem ideia... – e um sorriso maroto se formou no rosto de
Kate.
- Ah garota! Você não devia ter feito isso. Quero detalhes! Que amiga
mais relapsa você é, Kate Beckett.
- Agora não dá pra contar. Preciso rodar essa digital no sistema e
fechar esse caso. Podemos almoçar amanhã?
- Combinado. Eu ligo pra você quando estiver mais livre por aqui. Tem
certeza que está bem, Kate?
- Estou, Lanie. De verdade. Obrigada por se preocupar.
- Sou sua amiga, essa é a minha função.
Lanie aproximou-se e abraçou a amiga. Kate retribuiu o gesto com um
beijo no rosto e voltaram à área de exames do necrotério apenas para encontrar
Castle brincando com alguns instrumentos de autopsia e fazendo diferentes
vozes.
- Richard Castle! – ao ouvir o grito de Lanie ele se assustou e deixou
cair parte dos instrumentos que mexia – Qual a parte do “não toque em nada” você
não entende? Tira as mãos dos meus instrumentos e saia já do meu necrotério.
Aqui não é um playground!
Ele largou tudo que estava mexendo e fez uma cara de medo ao olhar pra
Lanie. Beckett não aguentou e começou a rir.
- Olha garota – ela disse olhando para Beckett – eu sinceramente não sei
como você aguenta. Ele é pior que criança.
Ela saiu rindo. – Tchau, Lanie. Vamos Castle. Temos um caso para fechar.
Te vejo amanhã.
Andando pelo corredor do prédio, Castle estava chateado.
- Porque você não me defendeu? Ela me chamou de criança.
- Você mexeu nas coisas dela quando ela pediu para que você não fizesse.
Não tem muito o que discutir, você sabe como a Lanie é.
- Mas você poderia ter me defendido quando ela falou sobre eu ser
criança. Você sabe que nem de longe eu sou assim. E ela mencionou como se eu
fosse um fardo!
- Castle, não exagere. Você tem sim um comportamento infantil que eu
gosto algumas vezes, mas tudo tem limite. E não preciso te defender. O fato de
estarmos juntos não é justificativa suficiente? Alem do mais, é a Lanie, ela
também gosta de provocar e mais do que ninguém, ela sabe que nosso
relacionamento é importante, ela se preocupa comigo. Ela é minha amiga.
- O que ela queria com você?
- Saber como eu estava. Por causa da perseguição. Como eu disse, ela se
preocupa.
Eles voltaram para o distrito e Beckett pediu a Ryan para rodar a
digital encontrada no sistema para identificarem o possível assassino. Quinze
minutos depois, ele voltou com um nome. Beckett pediu a ele para trazê-lo ao
12th. Enquanto ela fazia mais algumas anotações no quadro sobre as observações
da autopsia, Esposito veio até seu encontro.
- Tem um minuto, Beckett?
- Claro. O que foi?
- Você pediu a Ryan para investigar dois caras para você e como ele não
tinha conseguido muita coisa, pediu minha ajuda apenas para ter certeza de que
não deixara escapar nada, algum detalhe.
- E?
- Encontramos somente um deles no sistema. Paul Young. Ex-militar.
Serviu no Afeganistão mas acabou voltando para os Estados Unidos ficou baseado
em Fort Knox onde após seis meses foi expulso por conduta inadequada e excesso
de violência.
- Ex-militar. Isso explica a ligação dele com Maddoxx. E quem é o outro
cara?
- Não temos a mínima ideia.
- O que seria essa conduta inadequada? Acha que era algum esquema que
envolve pessoas de poder? Drogas ou corrupção dentro do exército americano?
- Talvez, Castle mas nesse momento não temos muito além de pura
especulação. Espo, obrigada. Vou informar a Capitã e pedir ajuda para
investigar mais a fundo. Você pode enviar o que encontrou para meu email?
- Claro. E Esposito se afastou.
- O que pretende fazer? Enviar isso a central aos cuidados do Chefe dos
Detetives?
- Diretamente a ele. Oh, Castle você me conhece tão bem... instigando.
Ele sorriu e ficou visivelmente de ego inflado. Beckett revirou os olhos
com a reação dele. Ryan encontrou o dono da digital e os policiais o trouxeram
para o interrogatório. Uma hora na sala com Beckett e ela quebrou-o arrancando
uma confissão e o motivo do assassinato. Antes dela começar a juntar a papelada
para fazer o seu relatório do ultimo caso, ela foi até Gates dar as noticias. A
capitã concordou com a sugestão dela em envolver o Chefe já que o caso estava
sendo investigado diretamente pelo gabinete dele. Kate checou sua caixa de
entrada a procura dos dados enviados por Esposito. Encaminhou o email e explicou
o que precisava ao seu superior. Restava a ela esperar que ele tivesse as
conexões certas para descobrir algo mais concreto sobre seus perseguidores.
Já no fim do seu horário de trabalho, pelo menos por hoje, Beckett
queria sair cedo, Gates veio a sua mesa e Beckett reparou que ela tinha uma
pasta em mãos.
- Detetive, já está de saída?
- Daqui a pouco senhora.
- Certo, bem eu sei que você quer se dedicar as investigações e os casos
de tribunal não a interessam mais como antes porém o promotor me requisitou sua
ajuda nesse caso. Ele já tem a acusação quase pronta mas quer um olho clinico
de policial para ver se não deixou nada de lado. Ele pediu você.
- Mas Capitã estamos com muitos casos no distrito e ainda tenho esses
relatórios atrasados para fechar de vez os...
- Ryan pode cuidar disso na sua ausência. Será apenas um dia no
tribunal. Não estou desviando você do seu papel de detetive, isso também é
parte do seu trabalho, você já fez antes e certamente ainda fará muitos na sua
vida de NYPD. Você sabe o que fazer. Esteja no fórum às nove.
- Sim, senhora.
No caminho para casa, Castle a questionou.
- Você não acha estranho que Gates fique empurrando esses casos de
tribunal para você? É como se ela quisesse que você criasse um vinculo com
alguns promotores, uma maneira de te afastar do distrito, das investigações.
Ela sabe que você pretende concorrer à vaga de tenente?
- Não, ainda não contei a ela sobre isso. Sei que Gates ficou meio
frustrada com a minha decisão de deixar a carreira de advogada de lado porém o
que ela me pediu não é nada demais. Faz parte do meu trabalho de detetive. Ela
tem razão. Tudo bem que tenho certeza que o promotor não me requisitou, ela me
ofereceu. Não importa. Vai ser bom. Terei um pouco mais de tempo livre e posso
almoçar com Lanie. Prometi a ela.
- E quanto a mim? Vou com você. Não quero deixa-la sozinha andando pelas
ruas enquanto tem dois malucos querendo te matar.
- Não precisa, Castle. Eu estou sob vigilância e não esqueça que carrego
uma arma. Além do mais, você ficaria totalmente entediado em meio a tanto papel
no tribunal. Meu trabalho é burocrático, de bastidores. Não vou ao julgamento.
Você pode ficar no 12th ajudando os rapazes ou pode aproveitar para escrever.
- No distrito sem você? Melhor não. Posso virar alvo da Gates. Vou ser
obrigado a almoçar com a minha mãe.
- Oh, Castle! Isso não é ruim, você devia dar mais atenção a Martha –
ele percebeu a cara dela ao dizer isso, estava pensando em quanto ela gostaria
de fazer isso se ainda tivesse sua mãe – às vezes acho que você dá pouco
crédito a ela. Kate pareceu chateada.
- Hey, eu não estou dizendo que é nenhum sacrifício almoçar com ela, -
ele acariciou o rosto dela – só não é a mesma coisa que almoçar com você.
Ela suspirou – Castle você se importa de eu ir para o meu apartamento
hoje? É que eu ainda quero ler o caso e me preparar para a discussão amanhã.
Preciso me concentrar, quanto mais eu souber, mais rápido me livro disso.
- E qual o problema de você fazer isso no meu apartamento? Prometo que
não irei perturbar nem distrair você. Irei escrever. Estaremos os dois
concentrados. A menos que... você está cansada de mim? Quer manter uma
distancia? Você não vai me pedir um tempo vai?
A cara de Castle era um misto de pânico e preocupação.
- Não, Castle. Não é nada disso. Apenas preciso de alguns momentos de
individualidade. Está tudo bem conosco. Tire esse olhar de pânico da cara. E
antes que você comente que não devo ficar sozinha pela situação, não é
necessário. Por favor?
- Tudo bem. Mas promete me ligar se qualquer coisa estranha acontecer?
Me ligue antes de você dormir apenas para eu ter certeza que as coisas estão
sob controle? Prometa pra mim, Kate.
- Ok, eu prometo. Ligo para te dar boa noite.
Ela o beijou e separaram-se na estação do metrô, seguindo em direções
opostas.
Kate chegou em casa e após deixar o material do caso espalhado sobre a
mesa da sala, ela resolveu preparar um banho de espuma para então comer algo e
cair de cabeça no trabalho. Meia hora depois ela estava sentada na mesa da sala
de estar com uma taça de vinho nas mãos. Folheava as páginas do processo e
fazia anotações pertinentes à acusação, fatos que claramente deveriam ser
abordados pela promotoria. Rabiscou e destacou com marca texto as coisas na sua
visão importantes. Tomou mais um pouco do seu vinho e releu todo o caso
novamente. Satisfeita, checou o relógio. Quase nove da noite. Ela ergue-se,
deixou a taça que usava na cozinha e com uma maçã nas mãos seguiu para o
quarto. Ligou a TV e pegou o ultimo
noticiário do dia. Nada muito diferente acontecera na cidade de New York.
Levantou-se, foi ao banheiro e escovou os dentes. De frente para sua
penteadeira, ela soltou os cabelos e tirou o colar do infinito que Castle lhe
dera. Ao abrir a caixa, ela encontrou a outra corrente com o solitário da mãe.
Pegou-o e ficou admirando-o por um momento. O relógio do pai também estava lá.
Tomada de saudades, Kate lembrou que não contara nada ao pai sobre a sua volta
à polícia de vez. Apertou a tecla três da discagem rápida do seu iphone e
esperou o pai dizer alô.
- Hey, daddy.
- Katie... filha que saudades.
E ela passou a contar tudo o que estava acontecendo em sua vida. Falou a
quantas ia o relacionamento com Castle. Falou dos livros dele e seu pai
perguntou sobre o trabalho. Kate conta que voltara a ser detetive completamente
vinculada a NYPD e que logo estaria se inscrevendo para tentar o cargo de
tenente. O pai orgulhoso da filha determinada, parabenizou-a. Ele também
perguntou se havia novidades sobre o caso da esposa que ela fez questão de mencionar
rapidamente que nada mudara apenas que a investigação estava sendo feita
diretamente pela Central. Também não contou sobre a perseguição. Não queria
preocupa-lo.
- Fico feliz que tenha ligado, Katie. É bom ter noticias suas e ver como
você está bem.
- Como assim, pai?
- Sua voz, o jeito que você fala de Castle. Ele faz muito bem a você.
Diga a ele que agradeço por tudo.
- Oh, pai. Vou falar com ele para você vir nos visitar. Talvez possamos
passar um fim de semana nos Hamptons.
- Nossa! Veja só, você Katie falando de Hamptons - ele riu e ela também
– nem preciso estar olhando para imaginar o tamanho do seu sorriso agora. Verei
o que posso fazer. Se cuide querida, eu te amo.
- Também te amo, pai.
Agora era a vez de ligar para Castle. Sentou se na cama apoiando a
cabeça no travesseiro e apertou o botão de discagem rápida número 1.
- Hey, Castle.
- Hey gorgeous, você ligou.
- Eu prometi que ligaria não?
- Terminou de analisar o caso?
- Sim, está tudo pronto para amanhã no tribunal. Você escreveu?
- Um pouco, acho que faltou inspiração se é que você me entende – Ela
sorriu.
- Bem, eu preciso dormir. Apenas quis desejar boa noite e não se
preocupe, a viatura continua rondando meu prédio.
- Bom, podemos tomar café amanhã antes do tribunal?
- Melhor não Castle. Não quero me atrasar, pretendo terminar isso o
quanto antes. Paro em uma Starbucks e compro o meu café, prometo.
- Você é má, Kate Beckett, muito má...
- Por que?
- Você vai me deixar sem ver seu sorriso pela manhã ao tomar o seu
latte...
- Você pode imaginar isso, você é um escritor, não? Imaginação é o seu
forte – ela provocou.
- Tá vendo? Má...
Ela riu.
- Boa noite, Castle.
- Boa noite, gorgeous. Estou dizendo isso por pura educação porque
acredito que não irei dormir direito sem você ao meu lado.
- Dependência, Castle?
- Não, simplesmente me acostumei a ter você ao meu lado 24 horas.
- Um beijo.
- Outro pra você, Kate, me ligue pela manhã. Love you.
- Yeah, me too.
Kate deitou na sua cama e ficou pensando em como Castle podia ser
dramático às vezes, afinal era apenas uma noite que eles estariam separados. A
primeira vez que realmente faziam isso desde que ela o procurou. Ela sentiu o
sono a dominar e se ajeitou para dormir puxando outro travesseiro para abraçá-lo
como sempre fazia ao dormir sozinha em sua cama. Dessa vez, ela bolou várias
vezes durante umas duas horas para conseguir dormir, o travesseiro certamente
não fazia o mesmo efeito como ela imaginara. E Kate teve que reconhecer, seu
corpo estava acostumado ao dele. Uma noite longe de Castle fazia uma enorme
diferença.
Continua....
4 comentários:
Não sei nem por onde começar a comentar o capítulo da fic. Ficou ótimo.
Bom vou começar por aqui, já que no meu outro comentário postei sobre isso: Chefe dos Detetives deixando a Beckett sem graça por saber do relacionamento pessoal com o Castle foi ótimo.
Beckett é má as vezes, coitado do Castle só quer ajudar, mas que bom que ela reconheceu isso. também depois de uma massagem daquelas. Se bem que entendo ela, ela gosta de ser independente e ter o seu próprio espaço e tempo.
Lanie e Esposito, não tenho nem o que falar, são amigos que se preocupam de verdade.
Katie ligando para o pai... que lindo. Até na própria série eu queria ver mais dessa interação entre pai e filha.
Abraços e até o próximo capítulo.
E setembro já chegou, que nervoso...
já disse q adoro sua fic?? olho todo dia pra ver se tem capitulo novo...ta demais!!! adoro mesmo....
parabens!
vc sempre escreve perfeitamente ainda que eu sinta falta das NC-17....KKKKKK mais foi bom.
adorei ter o pai da Kate por perto, afinal de contas a vida dela não resume só ao Castle não é mesmo?
Realmente a Kate é muito má quando quer,adorei a cara dela cor de amora depois que o chefe dos detetives falou sobre ela e castle, fico imaginando com será nos epis nessa temporada,eles brincando de esconder e quem vai descobrir sobre os dois primeiros.
aguardando ansiosa pelo proximo.
bye kiss!
Vamos lá, gostei desse cap, mas coisas aconteceram, amei quando o chefe de detetive deixou Beckett muda kkk adorei isso, quero ver uma cena dessa na série, ver Kate envergonhada seria ótimo. E vamos falar da "capetã" again kkkk não me canso, ela ta aprontando alguma coisa, só arrumando coisas pra Beckett no tribunal, sei não, tow de olho nela, e tomara que ela se lasque de novo.
Achei muito bom Kate ter lembrado do pai e tow sentindo falta da Marta, ela é engraçada. E como Castle é dramático, hein?! credo. Adoro a Lanie ela demora aparecer, mas quando aparece, chega, chegando, enfim, gostei.
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