terça-feira, 13 de janeiro de 2015

[Stanathan] Kiss and Don´t Tell - Cap.35


Nota da Autora: Nesse capitulo estamos em ritmo de Thanksgiving (sei que estou atrasada no tempo, mas hiatus acaba fazendo isso - a pesquisa continua). Teremos Anne e pouco referente aos episódios já que os últimos não me deram inspiração para montar algo interessante. Mas.... temos uma nova personagem! Adivinha quem vem visitar? O próximo deve abordar o episodio do PI e quem sabe já o PCA?! Por enquanto, enjoy!!! 

Sim, pitadas de NC17!!!


Cap.35 

A volta para o trabalho em estúdio tornou-se mais prazerosa depois da aventura do resort. Stana e Nathan começariam a filmar o episódio oito que tinha o personagem de John como centro das atenções, isso era bom pois sobrava tempo para eles fazerem outras coisas. Segundo o cronograma, ao final do nono episódio, eles teriam o recesso para o thanksgiving. David ainda mencionara que poderiam iniciar algumas cenas do episódio que encerrava a midseason, escrito por Dara e Chad.

Enquanto a vida no set permanecia normal, a experiência fora deles era ainda melhor.

Nathan e Stana estavam aprendendo a viver como um casal. Não que isso fosse novidade para ambos, porém um final de semana é diferente de 24 horas por dia, sete dias por semana. Ela quase não parava em seu apartamento. Da última vez que foram lá, ela fez uma mala com várias roupas e artigos pessoais quase que se mudando por completo.

Viver domesticamente passou a ser uma bela aventura. Ela descobriu alguns maus habitos de Nathan, aos poucos tentava lidar com isso e convencê-lo a fazer diferente. Contudo, agora sabia o quanto era bom acordar com beijos e abraços carinhosos entre lençóis. Seu marido era extremamente romântico. Fato que ela sempre soube mesmo com as exs dele. Adorava surpreende-la com um agrado, um café na cama, eram pequenos gestos que tornavam o convivio interessante.

Fazia cerca quase um mês que ela não falava com a sobrinha. Stana não havia percebido até que a menina ligou para o seu celular. Ao reconhecer o número do irmão, ela sorriu. Alguém estava com saudades.

- Hey, docinho!

- Tia Stana! Esqueceu da Anne?

- Claro que não, meu amor. Como você está?

- Com saudade da tia, muito muitão!

- Eu também pequenina. Tenho trabalhado muito, mas vou ver quando posso sair com você. Que tal um cinema com bastante pipoca? Depois podemos passear um pouco, você me conta as novidades, que tal?

- Anne gosta muito. Quando,tia?

- Vou checar e te ligo. Um beijo.

Stana sabia que estava em débito com a menina, porém a nova vida de casada e as atividades no trabalho estavam tomando tempo demais. Ela iria verificar o cronograma das gravações para marcar com a menina, mesmo que fosse somente ela. Estavam finalizando o oitavo episódio e deveriam começar o próximo já na outra semana. Verificou que estaria relativamente livre na outra quarta, então conversou com Nathan e ligou para comunicar à menina que pulara de alegria.

Os planos de Stana, porém tiveram que ser mudados. Às vesperas de sua saída com Anne, houve mudanças nas filmagens forçando-a a cancelar o compromisso com a sobrinha. Ela ligou e se desculpou. Claro que a mãe disse que não seria problema, o trabalho em primeiro lugar, haveria outras possibilidades. O cancelamento de Stana não foi muito bem recebido pela menina. Anne não falou nada na frente da mãe e segurou as lágrimas ao receber a notícia, porém assim que entrou em seu quarto desabou. Na mente da menina havia apenas uma explicação: a tia não gostava mais dela como antes.

Começou assim uma série de problemas que passaram alheios aos olhos de Stana que estava assoberbada no trabalho. Anne não queria comer e não saia do quarto. Passou três dias sendo adulada pela mãe que já se aborrecera com o fato da criança estar adoecendo por causa da tia. O irmão, que até ali tinha se mantido calado, decidiu ligar para Stana. Tinha certeza que a filha ficaria melhor se falasse com a irmã. No momento que deu a ideia, a mulher reclamou.

- Você já vai fazer as vontades de Anne?

- Não se trata de vontades, querida. Anne sente falta da tia e está abalada emocionalmente por isso. Será bom para ela falar com Stana.

- Não consigo entender essa dependência de Anne com a sua irmã. Parece que não existe outra pessoa no mundo. Às vezes, sinto que ela é capaz de se abrir mais com ela do que com a própria mãe.

- Você não vai ter uma crise de ciúmes agora, não? É tão óbvio o motivo. Stana adora Anne, ela é a filha que não teve, sempre tratou crianças muito bem, não foi à toa que a escolhi como madrinha. Além do mais, minha irmã é como se fosse uma princesa para Anne, dessas que ela vê nos desenhos. É bonita, artista, trabalha na televisão. Está sempre muito bem arrumada. É famosa sem ser antipática. Longe disso, o mundo do show buzz em nada afetou sua vida, continua reservada, humilde e um amor de pessoa. Quero mais é que minha filha se inspire nela.

- Eu sei que Stana é uma boa influência para a nossa filha, mas o fato de até adoecer porque não poder sair ou ver a tia? Isso não é normal. Parece que as duas vivem de segredo. Em alguns momentos é muito estranho.

- Mais uma razão para cultivarmos isso. Stana é a madrinha, segunda mãe. Então, se tiver que se aconselhar melhor com ela que com estranhos. Bem, vou ligar para a mana.

Quando viu o número do irmão, imaginou que fosse a sobrinha querendo falar e cobrar um novo passeio, porém ao atender e ouvir a voz masculina estranhou.

- Hey, sis. Pode falar um minuto?

- Claro. O que foi?

- Stana é a Anne. Ela está há três dias sem comer direito, não sai do quarto e há pouco medimos a temperatura dela, está febril. Imagino que o motivo seja saudades de você.

- Oh, Deus...

- Eu não estaria ligando se não tivesse realmente preocupado. Sei que você deve estar muito ocupada no trabalho, mas creio que apenas você pode convencê-la a voltar a comer, entre outras coisas.

- Eu realmente preciso vê-la, estou em falta. O problema é que as gravações hoje vão entrar pela noite. Talvez consiga escapar amanhã durante umas filmagens de Nathan. Deixe-me falar com ela, ao menos posso acalma-la e fazer prometer que vai fazer o que a mãe pedir.

- Tudo bem, vou levar o telefone até Anne – por alguns instantes a ligação ficou silenciosa, depois Stana pode ouvir o irmão falando com a filha – é sua tia, quer falar com você.

- Tia Stana?

- Hey, Anne... o que você está aprontado? Poxa, fico triste em saber que você está doente por minha causa. Isso não é certo, docinho. Não é atitude de uma mocinha tão inteligente como você, seu tio não irá gostar de saber disso também – ela sussurrou para que não fosse ouvida – eu não pude sair com você devido ao trabalho, mas isso não é motivo para não comer e preocupar seu pai e sua mãe. Já parou para pensar que eles podem proibi-la de sair comigo?

- Eles não podem fazer isso com Anne... – disse quase chorando – Anne ama a tia.

- Podem sim, eles são seus pais. Se você os desobedece, fica de castigo e nesse caso você está sendo malcriada. De que adianta não comer e ficar doente? Assim vai deixar todos preocupados. Como vou poder trabalhar sabendo que está doente e fraca? Estou com gravações até a madrugada, não posso ir a sua casa.

- Anne não quer que a tia fique triste, mas Anne também não quer ficar. A tia só quer saber de trabalho e do tio.

- Você sabe que não é verdade. Preciso trabalhar. Eu e seu tio estamos realmente cansados. Por favor, não quero que pense besteira, já conversamos sobre isso antes.

- Anne tá triste porque a tia tá esquecendo dela.

- Não diga isso, eu amo você e não podia esquecer da minha princesa nunca. Só que você terá que me prometer uma coisa. A partir de agora, vai desligar esse telefone e comer. Irá obedecer a tudo que sua mãe quiser. Eu vou tentar ir vê-la amanhã. Disse tentar, ok? Se você estiver melhor e eu não tiver que trabalhar no final de semana, posso leva-la ao cinema e depois a levarei para ver seu tio.

- Vai trabalhar no fim de semana? Mas você nem é policial...

- Mas faço uma policial e posso precisar trabalhar sim. Então, Anne promete que vai obedecer sua mãe e principalmente voltar a comer? Posso confiar em você?

- Tá, tia. Anne vai fazer o que a tia Stana mandou – ela ouviu o diretor chamando para gravar, melhor desligar logo.

- Preciso desligar. Se comporte, docinho. Eu te amo.

- Também te amo, tia. Desligou. Stana saiu correndo para o set, ao chegar Nathan olhou-a com cara de interrogação. Ela se aproximou dele para gravar, primeiramente concentrando-se. Fez sinal de positivo para o diretor mostrando que estava pronta para gravar.

- O que foi? – perguntou Nathan com um ar preocupado.

- Depois... – ela respondeu. Eles filmaram três cenas seguidas antes de ter a chance de conversar novamente. Ela procurou David para saber do esquema de gravações. Tudo indicava que tinha trabalho no set até às onze da noite nos próximos dois dias. Só conseguiria escapar na quinta. Tinha uma folga de quinze minutos antes de voltarem para a próxima cena, já passava das sete da noite. Sorvendo um café na minicopa, ela estava sentada brincando com a aliança em seu dedo, pensativa quando Nathan chegou ao seu lado.

- Você está preocupada. O que aconteceu, amor? Desde que recebeu aquele telefonema, voltou para o set com um ar diferente – ele sentou-se de frente para Stana querendo interpretar o que a aflingia.

- É a Anne. Estou preocupada com ela, Nate. Desde que, você sabe, oficializamos nossa relação, não consegui fazer mais nada com ela. Marquei um cinema, mas tive que desmarcar por causa do trabalho e agora, ela não está comendo. Nunca pensei que pudesse afetar tanto uma menina, quer dizer, ela nem é minha filha.

- Stana, ela desenvolveu uma relação com você que nem tem com a própria mãe. Você é o modelo de vida para Anne. Tudo o que você faz, fala, importa. Ela se espelha em você. Quando vi a aflição nos olhos dela ao contar sobre o casamento, soube que por mais que você não queira, ela a considera como uma mãe substituta, uma espécie de irmã mais velha para dizer o mínimo.

- Tudo bem, eu fico honrada e feliz por isso, porém não quero que ela se torne emocionalmente dependente de mim. Meu irmão ligou para falar o que ela estava fazendo. Não comeu, não sai do quarto, desde que cancelei o cinema. Não pode ser assim, quero fazê-la entender isso.

- Ela irá obedecer a você. Tenho certeza. Mas Stana, não fique se culpando ou demais preocupada com isso. Você vai visita-la ou leve para a nossa casa e podemos conversar com Anne. Existe uma maneira simples de fazer isso, um pouco de atenção é suficiente. Na verdade, ela está assim porque não entendeu o que lhe falamos antes. Na cabeça de Anne, prometemos que não perderia nada do que tinha antes de nos casarmos, porém ainda não demonstramos isso a ela. Um pouco de amor e brincadeira resolvem isso. Vai por mim.

- De onde você tira isso?

- Tenho sobrinhos também e já fui criança. Era como Anne, emotivo e carente.

- Ainda é assim? – ela perguntou sorrindo.

- Um pouco. Sou uma pessoa movida a carinho, isso melhorou muito quando conheci você. Só não me deixe por muito tempo no limbo – piscou para ela.

- Você, assim como seu personagem, será um ótimo pai.

- E você, Stana, mesmo não percebendo, já é mãe. Eu queria tanto te beijar e abraçar agora...

- Não podemos, nem temos cenas para gravar desse jeito. Teremos que esperar a madrugada. Aliás, vamos logo porque não estou a fim de sair daqui às três da manhã.

Foram dois dias intensos. Além de todo o trabalho nas filmagens, decorar falas, cenas de ação, Stana sempre que conseguia uns minutos ligava para o irmão querendo saber notícias da sobrinha. Ao que parecia, a menina resolveu seguir as orientações da tia e voltara a comer. Durante o último telefonema feito, Stana comunicou que no dia seguinte passaria na casa dele para pegar a sobrinha e dar uma volta. Prometeu não demorar, mas queria conversar sério com Anne. O irmão aceitou numa boa, já esperava que ela quisesse fazer isso e apoiava, pois o sermão da irmã tinha peso de ouro frente ao seu.

Por volta da hora esperada, Stana aparece de carro na frente da casa do irmão. Ela não pretendia entrar visto que teria pouco tempo para passar com a sobrinha, mesmo assim, conversou com os pais dela enquanto esperava. Quando a menina apareceu, tinha um sorriso no rosto porém, Stana reparou, ela estava muito comedida. Esperava uma demonstração de sentimentos com beijos e abraços bem expressiva. Anne beijou a mãe, o pai e entrou no carro beijando a tia. Manter-se calada era o melhor nesse instante. Ela seguiu dirigindo até a casa de Nathan, onde morava ultimamente, conversando com a menina. Queria saber se ela já tinha voltado a comer direito, do que brincara, se ajudara os pais. Anne respondeu a tudo que a tia pedia.

Intrigada, Stana permaneceu tranquila sem fazer alarde com relação ao comportamento da menina. Ao ver a tia entrando na garagem da casa, Anne estranhou. Desceram do carro e a garota viu quando Stana pegou sua própria chave para abrir a porta de casa.

- Seu tio deve estar lá em cima. Está com fome?

- Um pouco – ela permaneceu parada observando com os olhos tudo que estava ao seu redor. Notou pequenas mudanças no ambiente da casa. Havia almofadas diferentes, flores, um cheiro diferente. Percebeu um porta-retrato com a foto da tia e de Nathan próximo à televisão, uma foto do dia do casamento e outra onde ambos usavam chapeus de cowboys. Stana já não estava aguentando esse comportamento estranho de Anne, então se colocou na frente dela com as mãos na cintura encarando a sobrinha, perguntou.

- Então Anne, a saudade que você sentia de mim evaporou? Afinal, o que está acontecendo? – ela viu quando os olhos da menina encheram-se de lágrimas em meio a um sorriso. Em segundos, a menina estava agarrada às pernas da tia chorando copiosamente. Stana sentiu um aperto no coração, ergueu a sobrinha do chão e levou-a até o sofá. Nathan que observava da escada se aproximou sem efetivamente se mostrar. Acariciando os cabelos da menina, ela procurou acalma-la – hey, docinho. Por que você está chorando? Eu não gosto de vê-la assim.

A menina ergueu a cabeça do peito de Stana, limpou parte das lágrimas e emoldurou o rosto da tia com suas mãozinhas. Abriu um sorriso, beijou o rosto dela.

- Senti muitas saudades, tia. Mas fiquei com medo. A tia Stana prometeu não se esquecer da Anne, mas fica longe e minha mãe briga porque Anne gosta da tia...

- Não, mesmo. Sua mãe briga porque você não quer comer e desobedece. Isso a deixa triste. Eu também não gosto dessas atitudes e fico triste. Você sabe que eu trabalho muito, tenho horários difíceis. Ou você acha que eu também não estava com saudades? Fiquei chateada por cancelar nosso cinema.

- Mas a tia nem vai para casa? Só fica aqui no tio?
- Essa é a minha casa agora. Ao lado do seu tio. Isso é parte do casamento. Ainda é segredo, mas moramos juntos aqui – Stana limpou o resto das lágrimas do rosto da menina colocando-a sentada em seu colo – olhe bem para mim, Anne. Preciso que ouça com atenção – ela ergueu o queixo de Anne para que pudesse fita-la diretamente – você terá que me prometer que nunca mais fará esse tipo de coisa, não quero ver você fazendo greve de fome, respondendo para sua mãe ou desobedecendo suas ordens. Haverá momentos que não poderei busca-la para sair, dias que passarei sem vê-la, isso não é motivo para se rebelar e preocupar seus pais. Já pensou se tivesse ido parar no hospital? Então, promete?

- Prometo, pra tia Stana eu prometo. Anne ama a tia. Mas a tia pode ligar quando tiver sem ver Anne muito tempo? Só pra dizer que ama e está com saudades?

- Posso sim, essa também é uma promessa minha – beijou o rosto da sobrinha e reparou que Nathan se juntara a ela sentando-se no sofá.

- Hey, princesa. Ouvi tudo o que a sua tia disse e o que você prometeu. Conto com você para deixar sua tia feliz.

- Mas você já faz ela feliz, não?

- É verdade, e deve ser assim com cada uma das pessoas que amamos. Por isso, quando você chegar em casa hoje, deverá pedir desculpas aos seus pais pelo que fez. Além de dizer que os ama muito, combinado?

- Combinado.

- Ótimo, agora me dá um abraço bem forte porque eu também estava morrendo de saudades – rindo a menina se jogou sobre ele.

Os dias passaram-se enquanto as gravações continuavam a todo o vapor. Estavam no meio do episódio nove já intercalando com o próximo cujo texto estava pronto apenas sendo usado aos poucos pela equipe. Aceleravam tudo pois dali a uma semana fariam uma pausa devido ao thanksgiving. Stana admirava de longe a cena que Nathan filmava com a suposta gangue no last action hero. Aquela camisa que deram para ele vestir deixava à amostra os biceps bem torneados dele. Um verdadeiro teste de paciência e controle para alguém como ela. Tudo o que passava em sua mente era poder morder aqueles braços.

As gravações naquela noite se encerraram após à meia-noite. Stana foi liberada uma hora antes deixando Nathan sozinho no estúdio. Quando ele chegou em casa, super cansado, encontrou-a deitada na cama cochilando. Ao deitar-se na cama já desejando dormir, sentiu o corpo dela aconchegar-se ao seu. Com jeitinho, ela foi se aninhando até ficar quase com o corpo todo sobre o dele. Stana começou esfregando os lábios no braço de Nathan que imaginou o óbvio, queria que ele comparecesse. Depois, foi a vez dos dentes passearem sobre a pele roçando devagar, então ele sentiu a mordida.

- Aiiii.... o que foi isso?

- Desde que eu vi você com aquela blusa quis fazer isso. Adoro os seus bíceps, são um convite ao pecado.

- O que deve ser exatamente a sua vontade, não? Cometer pecados – ele sorriu acariciando o rosto dela. Stana aproximou seus lábios dos dele, beijou-o carinhosamente repetindo o gesto no peito dele.

- Não, só queria matar a vontade desde hoje à tarde no set. Pode dormir, sei que está cansado, babe... boa noite – sorrindo, Nathan a envolveu em seus braços e fechou os olhos.          

XXXXXXXX

No início da semana curta, eles gravariam cerca de dezesseis horas por dia. Estariam liberados na quarta às seis horas. Eram quase nove da noite na terça quando o celular de Stana tocou. Era sua irmã, Gigi. Nem bem atendeu, foi sabatinada com várias perguntas.

- Hey, sis. Por onde você anda? Seu apartamento está uma bagunça. Está sem diarista? Tinha coisa vencida na sua geladeira. Você está morando no estúdio agora, sis?

- Olá, Gigi. Boa noite para você também. Eu estou trabalhando e mal tenho tempo para ir em casa, só deito e durmo. Como você entrou no meu apartamento?

- Esqueceu que você me deu uma cópia da chave? – sim, ela esquecera completamente.  

- Olha, Gigi eu não sei que horas vou sair do estúdio, por que não vai para um hotel? É melhor para você. Aliás, você nem avisou que vinha. As coisas estão enroladas por aqui.

- E desde quando tenho que avisar? Minha visita aqui é especial. Vamos passar o feriado de ação de graças juntas. Adivinha aonde? Hawaii! Partiremos na quarta à noite e voltamos no domingo. Diz ai se não sou uma super sis? Não precisa me agradecer, você merece.

- Eu não sei o que dizer... – era a mais pura verdade. Não esperava por isso e como driblaria Gigi sem magoa-la? O mesmo valia para o Nathan, se dissesse que não passaria o feriado com ele, teriam problemas. Uma dor de cabeça começou a se instalar por conta da pressão. Teria que lidar com tudo isso, mas não agora. Primeiro precisaria trabalhar – Gigi, eu preciso trabalhar. Vá para um hotel. Amanhã antes de vir para o estúdio, eu ligo e conversamos ok?

- Por que eu iria para um hotel? Pode deixar que me viro por aqui mesmo. Quer que eu prepare algo para você comer quando chegar?

- Não, nem sei que horas irei para casa. Falamos depois – Stana desligou o telefone engolindo em seco. Estava numa furada. O diretor chamava seu nome para continuar a gravação. Precisaria conversar com Nathan a respeito desse problema. Se não fosse para o seu apartamento, Gigi iria desconfiar. Ao vê-la entrando no set, ele percebeu de cara que acontecera algo. Infelizmente, não conseguiria conversar nesse instante, tinham que continuar as gravações.

Três cenas depois, fizeram um novo intervalo de quinze minutos. Faltava apenas uma cena para encerrarem os trabalhos daquela noite. Checando o relógio, Nathan entendeu o porque de tanto cansaço, era quase meia-noite. Decidiu não tomar o café ou não dormiria bem. Optou por água. Stana tinha ido ao toilete e já o encontrara na minicopa. Sentou-se ao lado dele, suspirando, colocando a cabeça nas mãos.

- Sei que você está cansada, mas esse não é o motivo dessas marcas de preocupação que vejo em seu rosto. O que foi?

- Temos um problema. Gigi está simplesmente no meu apartamento esperando que eu chegue em casa. Pior, ela veio com uma surpresa. Passarmos o feriado no Hawaii. Eu não sei o que fazer. Desculpe, babe, mas não tinha ideia de nada. Não sei o que fazer.

- Resolveremos com calma, Stana.

- Mas é o nosso primeiro ação de graças casados. Não queria me separar de você. Não é justo.

- Vou lhe fazer uma pergunta e preciso de uma resposta sincera. Você confiaria a verdade a sua irmã?

- Contar que estamos juntos, casados oficialmente? – Nathan balançou a cabeça – entendi seu ponto. Gigi é muito louca e ligada no 220, mas ela não me enganaria se contássemos a verdade. Seria capaz de manter o segredo se eu lhe desse munição o bastante para fantasiar sobre isso.

- Então, posso deduzir que se sente segura para abrir o jogo com ela?

- Sim, mas não estamos nos arriscando demais? Quer dizer, era para ser um segredo nosso. Ao contar para Gigi estarei incluindo uma nova chance de termos esse assunto escapando de nós... eu realmente estou indecisa sobre o que fazer. Dividir isso com a minha irmã seria muito bom, ainda assim tenho receio. Estou fazendo a coisa certa?

- Stana, não racionalize demais. Na verdade, a decisão é bem simples. Ou você conta a verdade para Gigi, ou teremos que passar o feriado separados. A segunda opção não me agrada nem um pouco porque o natal já será assim.

- Você está jogando a decisão toda para cima de mim. Não é justo!

- Não se trata disso, estou falando sobre você querer se abrir ou não com sua irmã. Sei o quanto esse segredo pode incomoda-la, aposto que sente vontade de conversar com alguém que a conhecça bem. Dara é uma boa amiga, mas ela está ligada ao trabalho. Já sua irmã...
- Eu nunca escondi nada dela, Nate. Gigi sempre foi minha confidente.

- Acho que você acabou de responder sua dúvida. Faremos o seguinte, você vai para casa hoje encontrar sua irmã. Converse com ela, mate as saudades. Se achar que é a hora, conte o que quiser. A partir daí, veremos como reorganizar as coisas. Espero sinceramente que ela me aprove, caso contrário, teremos um problema pela frente.

- Gigi? Vai ser fácil vê-la sorrindo. Certa vez, ela me disse que era capaz de se passar por mim para agarra-lo.

- Eu suspeito que você considere isso um bom sinal... por favor, não quero ser motivo de brigas entre irmãs – ele soou apreensivo, Stana apertou sua mão e sorriu.

- Não será. E para sua informação, eu não ligo desde que eu esteja feliz com você. Vamos terminar logo, quero muito ir para casa, pois a noite será longa. Não sei se dormir fará parte dos meus planos.

Com a última cena filmada, ela se despediu de todos pegou seu carro e foi para o apartamento. Estava tão acostumada com o rumo da casa de Nathan que acabou errando uma saída, tendo que retornar na estrada. Quando estacionou na garagem, checou o relógio. Eram quase duas da manhã. Torcia para que Gigi estivesse dormindo apesar que duvidava disso, mesmo se estivesse no décimo sono, ao ouvi-la chegar, despertaria.

Stana a encontrou dormindo no seu quarto. Propositalmente, pensou. Com o maior cuidado, ela entrou no quarto pé ante pé para não acorda-la, mas não obteve sucesso. Gigi deu um pulo da cama ao sentir a presença de alguém no ambiente. Esfregou os olhos ainda assustada e sorriu ao ver a irmã a sua frente.

- Que horas são?

- Além das duas. Volte a dormir, vou tomar um banho e descansar também. Amanhã pego às sete no estúdio.

- Tão cedo? Mas preciso falar da nossa viagem. Voaremos amanhã à noite. Você não vai trabalhar até tarde também, vai?

- Não, as filmagens encerram-se às seis da tarde. Gigi, olha, sobre a viagem... você não pode chegar aqui de supetão e querer me levar para qualquer lugar sem me consultar antes, não funciona assim. Tenho compromissos, agendas. Devia ter me perguntado antes.

- Isso nunca foi problema antes para você. Se não vai trabalhar, então porque todo esse discurso? Você não quer viajar comigo ou tinha outros planos que não podem me incluir? – Stana mordiscou os lábios. Se não contasse a verdade, poderia criar um clima ruim com sua irmã e não queria isso. Ela passou a mão no rosto ganhando tempo e criando coragem para se abrir com Gigi quando a irmã reparou na aliança em seu dedo. Como era natural, sempre que Stana deixava o estúdio, ela colocava a aliança de casamento em seu dedo, era uma espécie de ritual.

- Stana, você esqueceu de tirar a aliança de Beckett. Acho que foi a pressa. Vai lá, tome seu banho e volte aqui para conversar – Stana não argumentou. Dez minutos depois estava de volta ao quarto já usando pijamas. Gigi tornou a reparar que a aliança continuava no dedo da irmã. Será que estava tão cansada que não reparou quando ela mencionara o anel? Viu quando a irmã sentou-se na cama de frente para ela. Estava séria – o que Stana, o que está acontecendo? Você não está agindo naturalmente, sei que deve estar cansada, mas está escondendo algo.

- Tudo bem, Gigi. Sim, eu estou cansada. Essas últimas semanas foram pesadas – ela brincava rodando a aliança sem perceber – muita coisa acontecendo. Mudanças e nova forma de ver a vida.

- Para! Eu estou capitando algo. Você por acaso está enrolada com alguém? Está apaixonada, Stana? E por favor, quer parar de rodar esse anel da Beckett? Tire isso logo do dedo – Gigi arregalou os olhos – espera, mudança, anel... eu sabia que havia um brilho diferente em seu olhar, notei nos episódios e quando você chegou. Está diferente. Esse anel não é da Beckett? – Stana abriu um sorriso.

- Não. Esse anel é meu.

- Você casou? Como assim? Com quem? Por favor, não me diga que você fez isso com o... com aquele cara eu...

- Você está falando com a Sra. Nathan Fillion – Gigi estava boquiaberta olhando para a irmã. A expressão de choque tomava seu rosto por inteiro. Não conseguia falar. Seus olhos vagavam da mão de Stana estendida a sua frente para o sorriso de felicidade da irmã.

- Mas como... quando? Casada? – Stana riu do jeito da irmã.

- Faz pouquissimo tempo. Casamos no mesmo dia que nossos personagens. Estamos juntos a mais de um ano, Gigi. Tudo em segredo. Nem as pessoas no set sabem disso – tirou a aliança para mostrar as iniciais gravadas nela – é real e eu estou muito feliz. Não venho aqui desde o casamento. Estou morando na casa dele.

- Meu Deus! A mamãe sabe?

- Não, você é a primeira a saber depois de Anne. E quero que continue assim.

- Anne sabe? Como isso aconteceu? Ela é uma criança – ainda atônita com tanta informação.

- Uma criança que soube manter em segredo o namoro e o casamento. A história é longa. A razão pela qual estou contando isso aqui pra você é porque confio na minha irmã, é bom ter alguém para dividir as alegrias e porque preciso passar esse feriado com Nathan.

- Wow... – Gigi esfregava as mãos nas pernas mostrando a ansiedade e inquietude que sentia diante da revelação – todo esse tempo, você nunca disse nada. Estava pegando o Nathan calada. Acho que o mínimo que posso dizer é aleluia! Há muito tempo eu dizia para você agarra-lo. Demorou, mas conseguiu. Stana, você está feliz?

- Muito! Como nunca estive.

- Preciso saber, como ele é? É parecido com o personagem dele? Beija bem? E o sexo? Sei o quanto você gosta do babado, tem um fogo que não é para qualquer homem. Satisfaça minha curiosidade, sis.

- Gigi! Não irei ficar falando da minha vida íntima com você. Somente posso ressaltar que estou muito feliz. Nathan tem algumas coisas de Castle sim, é extremamente romântico, beija maravilhosamente bem e sabe exatamente o que fazer para me satisfazer. O sexo é incrível. 

- Nossa! Já fiquei com inveja. Vem cá, me dá um abraço – puxou Stana para o seu lado, beijou e abraçou a irmã – estou feliz por você,sis. Mesmo sabendo que ficarei para escanteio. Você merece ser feliz. Precisamos decidir o que faremos sobre o Hawaii, por hora vou deixar você dormir. Pode esperar que essa conversa ainda não acabou. Quero detalhes da história, detalhes...

- Não quero estragar seus planos no Hawaii. Seria ótimo passar um tempo lá. Relaxar. Acho que Nate toparia.

- Já vi que vou sobrar...

- De certa forma, se não quiser nossa companhia iremos entender. Nós ainda não tivemos nossa lua de mel, seria uma forma de aproveitar. Curtir mesmo só em abril quando as gravações acabarem.

- Quer saber? Já estou aqui mesmo. Vou me programar para servir o menos possível de vela para vocês – Stana beijou o rosto da irmã – vai dormir, Sra. Fillion. Caramba! Vou demorar para me acostumar. Se eu acabar chamando vocês de Castle e Beckett não fique com raiva, será meio que força do hábito – Stana riu, para ela às vezes também sentia-se assim.

- Vai dormir, Gigi.

No dia seguinte, Stana comunicou a Nathan que ele precisava encontrar uma passagem para o Hawaii para hoje à noite em outra companhia que não fosse a American. Falou resumidamente da conversa com Gigi e do choque. Disse que estava tudo bem e passariam o feriado de ação de graças na praia.

Stana pediu para Cindy caprichar em sua maquiagem porque as olheiras de falta de sono e cansaço estavam gritando em seu rosto. O dia passou rápido, o que não necessariamente quer dizer tranquilo. As gravações exigiram bastante dos dois, porém conseguiram concluir o episódio que David tanto queria. Despediram-se de todos e deixaram o estúdio. Stana teria que passar em casa pois suas roupas e objetos pessoais estavam todos lá. Arrumou a mala, trocou informações com Nathan sobre seus voos e foi encontrar a irmã no aeroporto. Precisava de algumas horas de sono para se recuperar, uma missão bem difícil com Gigi tagarelando ao seu lado querendo saber detalhes ou mesmo comentando sobre as atividades que podiam fazer na ilha.

O tempo de voo de Los Angeles para o Hawaii era de aproximadamamete cinco horas. Conseguiu descansar pelo menos umas três. Chegando ao hotel, foram fazer um lanche e ficaram conversando até uma da manhã quando Nathan finalmente chegou aonde elas estavam. No momento que a viu pela primeira vez, abriu um sorriso e os braços para recebe-la. Beijou-lhe a testa e os cabelos até que Stana inclinou a cabeça para sorver seus lábios. Assim que se separaram, o momento estranho se instalou entre eles.

Gigi ficara admirando a irmã se aproveitar do agora marido, percebendo o quanto ela estava feliz. Não se lembrava de vê-la tão solta e risonha há muito tempo. Na verdade, podia enumerar as vezes que vira o mesmo tipo de comportamento antes. Com o primeiro namorado, ao se formar na escola de teatro e quando conseguiu seu papel em Castle. Coincidentemente, nessa mesma época, ela conhecera Nathan Fillion e ficara deslumbrada com o homem que assumiria o papel de seu co-star.

Nathan trocou um olhar com Stana dando um passo para frente a fim de cumprimentar a cunhada. Estendeu a mão e um pouco sem jeito, falou.

- Olá, Gigi. É um prazer conhecer oficialmente a minha cunhada e irmã preferida da minha esposa. Stana já lhe contou como isso aconteceu, não?

- Sim, por alto. Ainda me deve alguns detalhes, mas eu consigo arrancar dela mais cedo ou mais tarde – apertou a mão dele e sorrindo retrucou – nada de formalidades, somos família agora, vem cá me dá um abraço – Gigi puxou-o em um abraço sem o mínimo de vergonha – será que posso dizer, finalmente? Vocês demoraram demais para se acertar!

- Você achava que nós deveríamos antes? – perguntou Nathan curioso.

- Claro que sim! Por mim, Stana já devia ter agarrado você na primeira temporada. Acho que ela se empolgou com a lerdeza da Beckett. Ainda bem que conseguiram enxergar o óbvio. Fico super feliz de ver minha irmã com cara de boba sorrindo para as paredes.

- Assim fico mais aliviado. Confesso que estava com medo da sua reação. Nunca soube direito o que a família de Stana pensa de mim, quer dizer, vocês são reservados e como bons canadenses muito educados.

- Isso não se aplica para mim – disse Gigi – gosto de preto no branco, nada de rodeios. Exatamente por isso... – ela se aproximou de Nathan apontando o dedo indicador no peito dele, o olhar muito semelhante ao que Stana fazia quando queria ser incisiva e mandar recado – se eu sonhar que você fez a minha irmã sofrer, sou capaz de vir do inferno dar umas porradas e fritar suas bolas no óleo quente!

- Gigi! – Stana brigou chamando a atenção da irmã que pouco se abalou com o embaraçamento que causava a ela.

- Compreendeu, Sr. Fillion? Fui clara? Nunca pise nos calos de uma Katic.

- Claríssima. Não se preocupe, Gigi – Nathan respondeu com cara de pânico.

- Ótimo! Estamos entendidos – da mesma forma que soltara a ameaça na cara dele, abrira o sorriso como se nada tivesse acontecido para se despedir – que tal irmos dormir? Temos muito o que explorar nessa ilha. Vou ter minha primeira aula de surf às sete da manhã. Se quiserem se juntar a mim, desço pro café às seis horas. Boa noite!

Stana enterrou a cabeça no peito dele com vergonha. Gigi não deveria ter falado assim com Nathan. A cara do coitado demonstrava um pavor tremendo e a última coisa que queria era não aproveitar esses dias com ele porque ficaria preocupado ou encucado com as besteiras de Gigi.

- Desculpa, amor. Gigi não deveria ter falado assim com você. Não tem esse direito. Não pense muito no que ela diz, Gigi não faz por mal, mas ela é meio doidinha, as vezes não mede as palavras.

- Tudo bem, Staninha. Ela está no seu direito como irmã. Isso é amor.

- Eu sei mas não precisava ameaçar a esse ponto. Depois vou falar com ela. Diz isso porque não viu a sua expressão. Ficou apavorado.

- É, confesso que me senti um pouco desnorteado. Não estou acostumado a ser ameaçado tão enfaticamente.

- Não deixe Gigi meter medo em você... vamos, quero uma cama.

- Só uma cama? Não quer talvez... uma massagem? Uns beijos...

- Isso seria muito bom...

Acordaram na manhã seguinte em torno de nove horas, o que era cedo considerando que dormiram realmente depois das quatro. Com todo o cansaço, a madrugada fora bem proveitosa. Depois do café, eles escolheram o que explorar. Haviam se informado sobre um passeio de barco pela ilha e do mergulho oferecido por funcionários do próprio hotel. Um desses passeios rodavam boa parte do arquipelago podendo deixar os turistas em praias mais afastadas durante algumas horas para virem busca-los depois. A ideia de estar sozinho em uma praia deserta com Stana, somente atiçara a imaginação de Nathan.

Contratou o serviço para aquele mesmo dia na parte da tarde. Pela manhã, optaram por caminhar na praia. Para o dia seguinte, agendaram o mergulho no qual incluíram Gigi. Para o jantar de ação de graças, o hotel oferecia um evento típico havaiano com danças e culinária local para seus hóspedes, porém também possuíam o cardápio tradicional.

Fazia algum tempo que Stana não curtia uma praia diferente e o mar, ao contrário de Nathan que estivera no meio do ano no mar do Caribe. Não resistiu a um bom mergulho com direito a um caldo nas grandes ondas do Hawaii. Uma hora depois, avistou sua irmã brigando com a prancha. Ela pediu para Nathan esperar enquanto ela informava a irmã de seus planos. Ele respeitou a vontade dela.

Stana aproximou-se de Gigi e comentou o que haviam reservado para os dois dias. A irmã parecia já estar muito bem ambientada no local. Fizera amizade com o instrutor de surf e já descobrira que seu irmão era guia e um eximio cozinheiro da ilha, tanto que ela pediu para que ele cozinhasse para eles o jantar do dia seguinte em plena praia, seria uma espécie de luau.

- Você vai amar tudo isso, sis. Sei o quanto gosta de experimentar a cultura, os temperos de um novo lugar. Será uma noite bem agradável.

- Tudo bem, Gigi. Hoje irei passear pelos arquipélagos e à noite temos o jantar no hotel. Amanhã mergulhamos e faremos o tal luau. Tem outra coisa....

- O que? Quer fazer trilha? Porque o irmão de Jamal conhece umas trilhas pelas montanhas que nos levam a lugares incriveis, com vistas maravilhosas.

- Não é nada sobre a ilha. É sobre Nathan. Poxa, Gigi! Você não tinha nada que ficar ameaçando o meu marido. Isso não se faz. Ele ficou sem graça.

- Ah, por favor, foi você que ficou envergonhada. Ele até que levou numa boa e aposto que entendeu o recado.

- Não interessa. Peça desculpas, conserte! – vendo que a irmã estava um tanto incomodada com a conversa, Gigi resolveu apaziguar a situação.

- Hey, não fiz por mal. Ele tem que saber que estarei de olho, fazendo meu papel de irmã. Sei que posso ter exagerado um pouquinho na dramaticidade. Ah, tudo bem... não quero tirar esse sorriso bobo do seu rosto. Pode deixar que me entendo com Nathan hoje à noite.

- Obrigada.

- O que você está esperando ai? Vai logo atrás dele. Ninguém pode deixar um homem daquele dando bobeira no meio de uma praia, sis – rindo, Stana retomou a caminhada de volta para onde Nathan estava.

Depois de um almoço à beira da praia, eles pegaram o barco rumo a praia deserta. Combinaram com o suposto comandante para vir busca-los dali a três horas. O lugar era encantador. A areia branca e fina pareciam grãos de cristal. O mar era de um azul forte que lembrava os olhos de Nathan, era calmo quase sem ondas. Após uma caminhada para conhecerem os arredores, Stana não perdeu tempo em livrar-se da roupa ficando apenas de biquini para cair na água. Nathan ficou observando o jeito dela ao entrar no mar. Parecia uma menina deslumbrada com a paisagem nova. Ao ver que ele não a seguiu, voltou correndo até onde estava para puxa-lo em direção ao mar.

A água era convidativa. Fria sem ser gelada a ponto de incomodar e contrastava com a temperatura quente do sol criando um clima agradável para se permanecer de molho. Stana seguiu puxando-o até parte do mar cobrir sua cintura. Segura na areia, ela começou a beija-lo. Aquele lugar paradisiaco era somente deles. Ninguém para vigia-los, fotografá-los ou mesmo intrometer-se no momento a dois.

Exatamente por isso, ela entrou no clima querendo aproveitar tudo o que pudesse naquele lugar. Começou beijando-o sensualmente enquanto as mãos tratavam de percorrer o corpo dele até apertar o membro sobre o calção. A reação foi automatica. Empolgada, ergueu as pernas longas e envolveu-o pela cintura. Intensificou o beijo deixando os lábios deslizarem pelo pescoço.

- Que tal esquentar as coisas um pouco, babe? – ela sussurrou ao seu ouvido e baixou o calção dele beliscando o bumbum. Nathan entendeu o recado muito bem. Erguendo-a um pouco, empurrou o biquini para o lado a fim de achar a melhor posição, ele penetrou-a suavemente com a ajuda do atrito da água. O movimento das ondas com a proximidade dos corpos apenas aumentava o desejo dela. Apoiada nos ombros de Nathan, ela se remexia sentindo a excitação  aumentar a cada estocada. Não demorou muito para que ambos alcançassem o orgasmo.

Rindo do feito, Stana beijou os lábios de Nathan com paixão. A vontade de consumi-lo por inteiro a guiava.

- Meu Deus! O que foi isso, Staninha?

- Só uma demonstração de quanto eu sou louca por você. Vamos sair daqui porque já estou ficando enrugada que nem uma velhinha. Olha só meus dedinhos – Nathan tomou uma das mãos dela e beijou-lhe as pontas dos dedos.

- Seus dedinhos continuam lindos... – sugou-os um pouco depois sorriu para ela. Deixaram o mar de mãos dadas. Nathan optou por sentar-se na areia. Ela o seguiu, porém assim que olhou para ele, Nathan avançou puxando-a pelo pescoço. O beijo apaixonado ganhava tons de tesão, urgência. Ele a deitou na areia sem deixar de saborear aqueles lábios. O peso do corpo molhado sobre o dela já causava um frisson que arrepiava-lhe a pele. Ajoelhou-se na areia deslizando os lábios pelo pescoço, colo até alcançar os seios dela. Afastou a peça do biquini, acariciou os seios com as mãos antes de usar a lingua para saborea-los. Em seguida, abocanhou-os um por um levando-a à loucura. Não passou nem um minuto e ela estremeceu diante do corpo de Nathan sob os efeitos de um novo orgasmo.

Ele afastou-se um pouco para admira-la. Os cabelos de Stana misturavam-se à areia, os mamilos rijos e o colo vermelho. Os olhos estavam verdes bem fortes refletidos pela luz do sol. Inclinou-se uma vez mais sobre ela para um beijo carinhoso. Abriu o sorriso dando lugar a uma gargalhada assim que sentiu os dedos dele brincando em suas costelas.

- Você me sujou toda de areia...

- Vai reclamar por isso?

- Não, o resultado foi muito bom. Preciso me lavar – ele ajudou-a a erguer-se do chão. Stana seguiu sozinha até o mar, após lavar-se encontrou Nathan segurando duas taças de champagne, estendeu uma a ela – você pensa em tudo mesmo? Que homem perfeito esse que eu arrumei... – bebendo um pouco, ela deu um selinho nele.                                 

Três horas depois conforme o combinado, o barco atracava na praia. Eles retornaram para o hotel onde se prepararam para o jantar no restaurante. O lugar estava muito bem enfeitado tipicamente com os elementos da cultura local. A mesa de comidas chamava a atenção pelo colorido e o aroma bem diferente de uma ceia de ação de graças a qual eles estavam acostumados. Nem por isso faltou o tão famoso peru.

Eles sentaram-se numa mesa destinada a quatro pessoas com mai-tai sendo servidos constantemente e ainda assim, havia uma garrafa de champagne em um balde repleto de gelo. A conversa deles girava em torno dos sabores e dos pratos ao seu dispor. Mesmo com tantas variedades no cardápio havaiano com destaque para a comida agridoce, Nathan se esbaldava com o peru.

- Parece que alguém não abre mão das tradições mesmo estando no Hawaii... – brincou Gigi observando ele saborear uma bela coxa de peru com purê de batatas. Stana, ao contrario dele, se fartava nos frutos do mar.

- Sou um homem de tradições, Gigi. Apesar de adorar inovações e tecnologia, quando se trata de comportamento, sou conservador. Sou o chamado amante à moda antiga.

- Nathan, você não está me dizendo isso porque quer provar um ponto, me convencer que é certinho para a minha irmã? Você realmente acreditou naquela doidice que falei antes? Pela sua cara, vejo que sim – Stana lançou um olhar desafiador para Gigi – olha, eu sou meio louca. Não quis assustar, me desculpe pelo que falei. A Stana deveria ter alertado você sobre a minha pessoa. Ela é bem mais normal que eu.

- Do jeito que você fala até parece que eu sou uma desmiolada – disse Stana.

- Ah, você não é nenhuma santinha e acredito que o Nathan sabe disso. Eu sou um pouco mais louca que você, só isso. Mas, esse não era o meu ponto. Queria dizer que estou muito feliz em ver minha irmã relaxada, sorridente. Claro que ela é sempre uma simpatia, só que esse sorriso é uma demonstração de quanto está apaixonada – tomou um pouco mais do drinque antes de continuar – eu sempre torci para vê-los juntos. Acredito que desde o primeiro dia que o vi, Nathan. Conheço minha irmã, ela se encantou de cara com o rapaz charmoso de olhos azuis profundos.

- Assim você vai me deixar sem graça...

- Estou sendo sincera. Bastava olhar para vocês para perceber que eram um casal daqueles que roubam a cena por onde passam. Era uma simples questão de estar escrito, “meant to be”.  Desejo toda a feliciadade do mundo para os dois, do fundo do meu coração e prometo que guardarei o segredo a sete chaves.

- Obrigada, Gigi – Stana abraçou-a – significa muito para mim.

- Eu sei, sis. Você merece seu final feliz.

- Eu também agradeço, Gigi. Aliás, temos muito o que agradecer esse ano, não Stana? Por todos os momentos deliciosos que passei ao seu lado, pelas viagens, nossas aventuras no trabalho e principalmente por ter uma esposa tão linda como você.

- Eu também agradeço por tudo em especial ao homem que eu amo – beijou-o.

- Muito bem, vamos brindar antes que eu seja obrigada a me agarrar com o primeiro nativo que aparecer. E se as coisas esquentarem entre vocês dois, por favor, corram pro quarto! Não quero sair daqui presa por ser co-responsavel por um atentado ao pudor.

- Gigi! – Stana e Nathan falaram juntos.

- Ah que fofo! Em sincronia como os seus personagens....

Eles continuaram bebendo, comendo e se divertindo. Mais tarde, o casal levou a celebração para outro nível no quarto. Na manhã seguinte, eles fizeram o passeio de mergulho, tentaram praticar wakeboard, o que se mostrou um verdadeiro desastre e à noite, conforme a sugestão de Gigi, curtiram o luau e excelentes comidas preparada pelo irmão de Jamal. Gigi queria registrar o momento, para evitar suspeitas, ela tirou fotos apenas com a irmã e as comidinhas deliciosas. A lua estava maravilhosa no céu do Hawaii e Stana abraçada a Nathan agradecia silenciosamente pelo momento especial ao lado de pessoas amadas.

Na manhã de domingo, Stana, Nathan e Gigi despediram-se da ilha embarcando em voos separados. A irmã agradeceu a companhia e saudou a entrada de Nathan oficialmente na família. Stana deixou-a livre para ficar em seu apartamento, prometendo que a veria no dia seguinte após as gravações. Chegaram em casa depois do almoço, o cansaço causado pelos dias de praia e maresia fora tão grande que ambos deslizaram para debaixo das cobertas dormindo a tarde toda. Mais tarde, ele despertou e saiu para comprar lamen para o jantar. Acordando-a com carinho, arrastou-a preguiçosamente da cama para comer. Depois de terminar, enroscaram-se um ao outro, cobertos com o edredom para assistir um filme. Na manhã seguinte, estariam de volta ao estúdio revigorados e muito felizes após seu primeiro ação de graças como casados.



Continua.....

3 comentários:

cleotavares disse...

Ai! Coitadinha da Annie, imaginem de a Stana engravidar. E a Gigi? é uma figura mesmo. Eu quero vê(lê) a reação de D.Rada e Cookie, quando souberem.

Debora leal disse...

fico pensando nisso nao quero nem imaginar ver a pequena anne com ciumes e ter outra greve de fome ou sei la mais o que que ela possa inventar poxa staninha vacilou custava ligar de vez enquando nos intervalos do trabalho assim a anne ficava feliz

Unknown disse...

Esse cap foi tão lindo que ñ sei exatamente o que escrever, tive um medinho quando Annie ficou dodói se fosse eu no lugar dela tbm teria esse medo. E a chegada da Gigi =0
Ela causou,fiquei imaginando ela e Dara juntas kkkkkkkkkkkkk coitado de Stanathan. Nathan ñ ganha uma para as katic's,Gigi mandou bem na ameaça kkkkkkkkkkkkk e nem na praia eles negam fogo eitaaaaaaeitaaaaaa.
Aguardo o próximo :*