Nota da Autora: Eu disse que precisava de continuação, então transformei a oneshot em long. O episódio escolhido foi "Hell Hath No Fury"apenas para ganhar contexto na história, não necessaariamente abordarei um episodio por capitulo e sim, cenas e situações ocorridas ao longo da série. Enjoy!
Cap.2
Kate Beckett
arrumara um grande problema nas últimas semanas. Desde que caíra na besteira de
ceder a um impulso e dormir com Rick Castle. Se ela soubesse que uma específica
noite de prazer iria rendê-la não apenas uma sombra, mas uma situação
complicada no trabalho, não teria feito. Castle usou sua influência com o
prefeito e agora dizia estar escrevendo um novo livro baseado nela.
Era bem
difícil lidar com isso. Não apenas pelo comportamento de Castle, especialmente
porque depois de “conhecê-lo” em outros sentidos, a tentação estava sempre
próxima. Beckett fazia o possível em seu poder para esquecer esse detalhe. Uma
coisa ela tinha que admitir, ele podia ser irritante, porém suas análises e
teorias acabaram ajudando nas últimas investigações. De fato, as suas
discussões, as ideias similares, as sacadas a colocavam em uma posição
comprometedora, como se pisasse em ovos.
Criara uma
certa admiração por ele à medida que trabalhavam em casos. Havia uma sincronia
interessante, por mais que tentasse negar. Essa realização não chegaria ao
conhecimento dele, porém isso a fazia se lembrar da primeira noite deles juntos
e do quanto gostaria de repetir a dose mesmo sabendo que significaria brincar
com fogo, quase que literalmente. Em vez de levantar suspeitas, ela
interpretava seu papel muito bem. Mantinha a figura de desinteressada e mandona
sendo sempre a pessoa chata responsável por acabar com as brincadeiras ou
qualquer possibilidade de insinuações e cantadas.
Esse acabava
por ser o principal motivo de enfrentar o dia a dia. Cada vez que olhava para
aqueles olhos azuis, lembrava-se dos momentos que passaram juntos. Era somente
uma noite o que tinha em mente. Em um piscar de olhos, tornou-se uma sombra em
sua vida. Há quem diga que a vida nos prega peças, zomba de nós ao nos colocar
diante de uma determinada situação. Fora exatamente o que acontecera a Kate Beckett.
O que mais a incomodava? Estar começando a gostar da experiência, da troca.
Exceto pelos momentos nos quais ele insistira em lembra-la das horas que
passaram juntos mesmo que não tão explicitamente.
Eles haviam
encerrado um caso ontem à noite. Portanto, a tarefa de hoje era cuidar da
papelada, o que para Castle significava trabalho extremamente chato, ainda
assim ele estava lá. Deveria ter um bom motivo.
- Meu Deus.
Este é provavelmente o pior café que já bebi. De qualquer modo é fascinante. O
sabor é como...como mijo de macaco com ácido de bateria – enquanto ele
reclamava, Beckett não conseguia evitar de revirar os olhos. Tagarelar enquanto
fazia um relatório era a pior estratégia que sua mais nova companhia podia ter
arrumado.
- Seu livro não
sai hoje? – ela estava sempre antenada. Podia estar trabalhando com ele, não
queria dizer que deixara de ser fã.
- Sim e daí?
- Você está me
vendo realizar trabalho burocrático. Dá medo. Não tem outro lugar para ir?
- Gosto daqui.
- Oh, meu Deus.
Entendi. Está se escondendo. Seu livro sai hoje e você se esconde.
- Não. Se
esconder seria construir uma fortaleza e me servir de whisky, mas isso não é
saudável.
- Achei que
não se importava com que os outros pensam.
- Não me
importo. Muito – o telefone toca. Um novo homicídio. Ao chegarem à cena do
crime, ouviu murmurinhos. Aparentemente a fofoca corria nos corredores da NYPD
sobre o escritor que estava seguindo-a para basear seu novo livro na detetive.
Sempre que possível, alguém queria confirmar se era verdade ou rumor.
- Inspirou-se
na detetive para o novo personagem? – o policial perguntou.
- Todo artista
tem uma musa – Castle adorava dizer isso. Beckett o puxou para o lado e falou
bem séria.
- Se me chamar
de musa de novo e quebro suas duas pernas, ok?
- Detective Beckett. Jack Lyford e Hal Morrison. Durante
a mudança eles viram um tapete em uma lixeira. Acharam que era o dia de sorte.
Trouxeram para casa e encontraram um prêmio. Um cadáver embrulhado no tapete. Naturalmente
pensamos em você. Calibre 38 a curta distância. Morreu instantaneamente.
- Identificação?
- Bolsos
vazios. Sem carteira, chaves ou jóias. Presumimos um roubo que deu errado.
- Não foi um
roubo – ambos disseram em sincronia, o que fez Beckett o olhar intrigada.
- Se roubasse
alguém, não me preocuparia em embrulhar o corpo e jogar fora – disse Castle.
- Respingos
indicam que estava parado perto do tapete quando foi alvejado.
- Onde
encontraram?
- A oeste da
3ª Av..
- Vamos ver o
que a perícia diz sobre o tapete, fibras, sangue. Envie uma equipe para checar a
lixeira e ver se há algo. Identifique a vítima – ordenou Beckett.
- Certo.
- Não se
incomode. Sei quem é – disse Castle.
A vítima era Jeff
Horn, 48, duas vezes membro do Conselho Municipal. Tentava a reeleição. Beckett
pretendia avisar a família antes que a imprensa deixasse escapar. No
apartamento que o casal dividia, ela comunicou a esposa. Isso sempre era
difícil de fazer, informar a um ente querido que alguém próximo tivera sua vida
interrompida. Para completar, precisava fazer perguntas para entender o que
acontecia e se alguém teria motivo para mata-lo. Infelizmente, a esposa não
podia revelar muita coisa. A rotina dele era trabalhar na campanha e quando não
vinha para casa, ela não estranhava porque costumava dormir no comitê. Frank Nesbit,
o coordenador de sua campanha geralmente estava com ele.
Momentos como
aqueles em que uma pessoa se questionava porque alguém fora morto, eram duros.
Especialmente quando não se encontra uma justificativa plausível para tal fato.
Abalam famílias. Castle não pode deixar de perceber a mudança no semblante de
Beckett. Ela não apreciava essa parte do trabalho, notara. Era bastante
pessoal.
-Está bem? –
ele perguntou quando estavam no carro, de volta às ruas.
-Sim, por quê?
- Não deve ser
fácil dar esse tipo de notícias.
- Sim, bem... Obrigada
por não fazer piada.
- Sou
sarcástico, não imbecil.
- Não sabia
que havia diferença – ela alfinetou.
- Qual é o
próximo passo? Último a vê-lo vivo? Linha do Tempo? Comprar um donut? Mais
daquele café horrível? – vendo que ele procurava criar um clima para interagir
no caso, Beckett se perguntara o quão realmente ele pretendia retratar do seu
trabalho na policia, de sua personalidade no suposto livro que escreveria.
Resolveu arriscar-se e perguntar.
- Esse
personagem seu. Exatamente quanto foi baseada em mim?
- Não é tão
brilhante e é meio safadinha.
- Está sendo sarcástico
ou imbecil?
- Imbecil. Não
decidi ainda. Você não tem de se envergonhar de nada. Ela vai ser vai ser muito
inteligente. Muito esperta, espantosamente linda, e muito boa no seu trabalho –
vendo que ela parecia ter aceitado, completou - E um pouco safadinha.
- Castle – o
telefone atrapalhando a conversa entre eles. Era sua mãe. Pelo teor da
conversa, pode captar que estava preocupada por ninguém estar comprando seu
livro. Mesmo desconversando os argumentos da mãe, ela notou um certo ar
preocupado no semblante do escritor. Principalmente por comentários como
“Derrick Storm não é Harry Potter” ou “Ninguém comprou um?”. Ao desligar, ela
perguntou.
-Tudo bem?
-Sim.
Antes de
partir para sua próxima visita, Beckett pediu para Esposito monitorar as
chamadas da vítima para ver se falou com alguém além da esposa.Encontraram a
carteira sem dinheiros ou cartões onde provavelmente o mataram. Nada veio da
vizinhança, porém estava claro que fora um crime premeditado. Entrando no
comitê, ela apresentou-se e pediu para falar com Frank Nesbit. O colega parecia
abalado, na verdade Beckett ouviu que eram amigos. Para ela, era importante
confirmar o álibi e alguns passos da vítima antes do assassinato.
- Estava com
ele noite passada?
- Sim, até as
11:00. Sugeri pegar táxi, mas ele queria caminhar.
- Onde foi a
arrecadação de fundos?
- No
Marconi's, na 83 com a Broadway. Doze quarteirões daqui.
- O corpo do
Sr. Horn foi encontrado no centro. Ele tinha inimigos?
- Era um político.
- E seu
adversário?
- Acho difícil
Jason Bollinger fazer isso. Ele tem oito pontos de vantagem nas pesquisas.
- Horn recebeu
ameaças na campanha recentemente?
- Somente os
loucos habituais. Nada especial. Sem contar as cartas de ódio de Calvin
Creason.
- Creason,
dono de hotéis e clubes noturnos? Dono do Axium e do Soho Majestic. Administrou
o Tasty Clube uma vez. Houve um tempo... – mas Castle percebeu a irrelevância
do comentário - História para depois. Por que? Ele brigou com os traficantes?
- Creason comprou
o antigo açougue na Lower East Side. Queria transformar em moda. 300 lugares,
bar, discoteca. Os vizinhos não queriam um monte de bêbados em Manhattan. Então
Horn convenceu o comitê.
- Deixando
Creason com milhões de dólares investidos em uma propriedade sem valor – disse
Castle.
- Creason
tinha brigas com Horn. Não quer dizer que o matou.
- Tampouco que
não matou – replicou Beckett - Com licença – deixaram o comitê direto para um
dos empreendimentos de Creason. O empresário foi bem direto quanto a sua
percepção da morte de Horn.
- O que fiz
quando soube que ele morreu? Pedi uma garrafa de vinho Cristal, e brindei a
beleza do universo, certo?
- É muito
insensível da sua parte Sr. Creason – frisou Beckett.
- Sim, mas o
que importa? Que me interessa? Aquilo foi um disparate, como se a construção do
hotel fosse o fim do mundo. Tem ideia do efeito dos meus imóveis na economia
local? Deveriam me pagar, não proibir.
- Então acho
que podemos dizer que tem motivo.
- Quem é você?
Polícia?
- Gostaria de
prendê-lo – disse Castle para logo ser repreendido por Beckett.
- Castle!
- Por favor! Não
tem nada. Se tivesse que matar a todos que entram no meu caminho, haveria
corpos por todo o Chrysler. Não tenho que matar ninguém para enterrar.
- Onde estava
na noite passada?
- Em casa –
referindo-se ao seu clube.
- Alguém viu?
- Detetive,
quando estou em casa, todo mundo me vê.
- Obrigada,
Sr. Creason – enquanto saiam do cluble Castle perguntou.
- E agora?
- Verificar o
álibi.
- Na verdade,
não será necessário – falou Castle.
- Por que não?
– viu que ele tomou a liderança caminhando como alguém que sabe exatamente o
que procura - Castle, o que está fazendo?
-Prometa não
me odiar.
-Já odeio -
retrucou.
- Justo. Esta
manhã, com o corpo.Tirei umas fotos.
- Na minha
cena de crime? – começou a ficar irritada.
- Não fique
com raiva, as enviei para uma amiga.
- Enviou a uma
amiga – definitivamente, ele só piorava a cada comentário.
- Não
exatamente. Era minha decoradora, transamos e agora não sei como defini-la. O
que estava pensando? Trabalha junto, acha que será legal mas sempre é estranho.
É uma fábula real – de alguma forma, isso a atingiu. Do jeito que falava da
decoradora podia falar dela, não?
- Estou
falando sobre as fotos. Do corpo.
- Que? Não
enviei as fotos do corpo. E sim do tapete. Pensei que ela poderia nos dizer de
onde vinha. E adivinhe: ela disse – ele apontou para um dos cômodos onde uma
arrumadeira passava aspirador.
- É o tapete –
Beckett não podia acreditar - O mesmo tapete – ele formou um sorrisinho no
canto dos lábios - Não se ache! Não é atraente!
- Agora
podemos prendê-lo? – foi o que Beckett fez, porém enquanto ele esperava, ela
checou o álibi. Não chegou na boate até depois da meia-noite.
- E agora?
Esperamos seu advogado?
- Seguimos
outras pistas. Algo que chamamos trabalho.
- Outras
pistas? Bom! – disse Castle - Sabemos que não foi ele.
- O que o faz
pensar que não foi ele?
- Não é óbvio?
Tudo aponta pra ele.
- E isso o faz
inocente?
- Ele é um
falso culpado.
- Um falso
culpado?
- Um personagem
inocente que parece culpado.
- Sei o que é.
É uma figura literária da literatura. Na vida real não dispensamos um suspeito
porque parece culpado. Pensei que queria prendê-lo.
- Porque é um
idiota, não porque é culpado. É milionário. Não é tão burro pra enrolar um
corpo no próprio tapete.
- Não importa.
Esses tapetes foram customizados para seus hotéis. Sabemos que está conectado –
de repente, ela gritou - Esposito! Veja o que encontra sobre o tapete. Se algum
sumiu, de que quarto era ou quem teve acesso. Obrigada – Castle não perdeu de
comentar, o que para Beckett deveria ser um elogio, soou como também parte de
uma cantada.
- Você é muito
boa sendo mandona. Reparei.
Quando Beckett
entrou na sala de interrogatório com Creason, porém, descobriu que apesar do
álibi não necessariamente conferir, o que ela julgara como motivo e
oportunidade foi desbancado pelo simples comentário de que Creason não precisava
mata-lo, apenas esperar o resultado das eleições dando a ela motivos para fazer
uma visita ao oponente de Horn.
Após comentar
o nome de Creason para o filho do oponente de Horn, Beckett e Castle acabam por
descobrir que eles tinham algo comprometedor o bastante para certificar-se que
Horn não ganharia a eleição. Fotos comprometedoras dele com uma acompanhante de
luxo, nome chique para prostitutas esses dias. Castle, obviamente, estava
amando tudo aquilo. Na viagem de carro de volta ao distrito, ele continuava
examinando as fotos comentando coisas nada agradáveis.
- Devo
aplaudir o conselheiro safadão ele é incrivelmente flexível pra idade que tem. Olhe
isso. Já fez isso? – como ele podia estar perguntado isso para ela?
- Pode guardar
isso?
- Só estou
dizendo que deve fazer Yoga ou Pilates.
- Por que são
os caras de família que sempre são pegos sem as calças? – ela estava chateada
com a história.
- Porque o
universo adora ironia. E porque a maioria das pessoas é hipócrita.
- A garota
achava que ele ia deixar a família por ela? – disse Beckett.
- Isso é tão
sexista! – exclamou Castle.
- Sexista por
quê?
- Supõe só
porque ela é uma mulher, buscava uma relação? Não pensou que podia querer só
sexo? – ele foi além – especialmente considerando que há algum tempo atrás você
também... – viu o olhar frio dirigido a ele mediante o comentário.
- Nem pense em
completar esse pensamento ou jogo você na rua em dois tempos, sem remorso. Não
brinque comigo – suspirando, Beckett tentou voltar a pensar no caso e nas fotos
- Pensei – infelizmente Castle a fez recordar a noite de sexo com o comentário.
Esqueça isso, conclua a ideia de antes, ralhou consigo - Então vi ele.
- O que te
esfriou? O fato dele estar vestindo um tapete? Muito cedo? – ao ver o olhar
fuzilando-o.
- Espero que o
investigador possa nos ajudar – e Beckett estava certa, além de ajuda-la, pode
ouvir alguém falando mal do trabalho de Castle, não que concordasse, porém era
bom ver que havia pessoas que poderiam ter uma outra opinião sobre o trabalho
dele. De qualquer modo, a prostituta contratada era profissional conseguida
através de um website.
No distrito,
os marmanjos babavam nas fotos do site enquanto procuravam pela prostituta do
conselheiro. Estavam empolgados, especialmente Ryan. Beckett estava a fim de acabar
com a farra, detestava esse tipo de coisa.
- Olhe pra
ela. Se tivesse seu dinheiro – disse Ryan.
- Não é
Disk-sexo, Ryan. Não paga pelos 2 minutos que usa – implicou Beckett - Têm 800
números registrados em um servidor fora do estado. Devemos rastrear o IP pra
ver onde está hospedado.
- E se o IP
for de fora do estado também? – perguntou Castle.
- Contatamos a
polícia local – disse Esposito - Se quiserem colaborar.
- Os sites
querem escapar de autoridades. Pegaremos. Só leva tempo – confirmou Beckett sem
perceber que ele já discava algo no celular.
-Faremos do
jeito fácil. V.I.P Liasons.
- O que está
fazendo? – Beckett não acreditava no que via.
- Oi, me chamo
Richard! Sou um homem generoso, querendo marcar um encontro especial com Tiffany
– ele saiu correndo pelo salão com ela atrás querendo escapar para terminar a
ligação - Ligue. Meu telefone é 3475552079. Obrigado.
- Não pode
ligar e marcar um encontro com uma prostituta!
- Por que não?
- Porque somos
da Polícia.
- Não. Você é
da Polícia. Sou só um rico solitário procurando um encontro – ela não estava
nada satisfeita - Aposto que a encontro antes.
- Algum Rick
Castle aqui?
- Bem aqui!
- Onde quer,
chefe? – o cara da entrega tinha uma caixa enorme consigo.
- Coloque ali.
- Castle.
- Gostará
disso – ele sai empurrando-a.
- Tenho
certeza que não.
- Rapazes! Coloque
ali. Perfeito! Use os joelhos. Espere um segundo, ok? Porque têm sido tão
hospitaleiros comigo, resolvi retribuir. E porque o café é uma merda, comprei
pra vocês uma máquina de café expresso. Não é legal?
- Acho que meu
telefone tá tocando – Beckett disfarçou para sair dali. Havia uma espécie de
quebra de regras ali.
Castle foi
para casa sem maiores pistas do caso. Enquanto conversava com sua filha,
Alexis,foi questionado sobre seu relacionamento com a detetive Beckett.
- Falando na
condição humana, como anda com Det. Beckett?
- O que quer
dizer? – ele estava ganhando tempo, sabia exatamente o que a filha estava
pensando.
- Está criando
um personagem baseado nela. E sempre diz que tem que amar suas personagens.
- É uma
personagem. Mas só pesquisa, nada mais – em sua mente, ele já tinha ideia do
que era “amar” a personagem como a filha se referia. As imagens estavam vividas
a todo momento. Não bastando isso, sua mãe resolveu ler uma critica ruim de
Derrick Storm. Ela parecia se esmerar para coloca-lo para baixo. Então, seu
celular tocou. Era Tiffany. Parece que finalmente conseguiriam continuar a
investigação.
XXXXXXXX
Beckett não
conseguia evoluir no caso, não havia retorno dos acessos ao site e sinceramente
não era o que tinha em mente naquele momento. Ela estava irritada. Não com
Castle, bem, talvez um pouco com ele. O problema estava realmente com ela. Sentiu-se
incomodada. Ao trazer aquela maquina de café, podia estar querendo fazer um
gesto bacana para o distrito, contudo isso também significa uma forma de
marcação de território como quem diz “hey, estou aqui para ficar!”. Limites
estavam se quebrando, o que provava para Beckett que sua presença se estenderia
ao seu lado. A quem queria enganar? Sua irritação devia-se ao fato dele ter
ligado para uma prostituta. Ele seria capaz de dormir com a mulher, não?
Afinal, dormira com ela uma noite.
Passou as mãos
pelos cabelos. Estava perdendo o foco. Por que isso a incomodava tanto? Ela
mesma exigiu que Castle esquecesse a noite de sexo. Então, porque estava tão
irritada? Por que ela não podia esquecer? A resposta era algo que Beckett não
gostaria de admitir. Sentia-se suja, isso a igualava à prostituta, não? Porém,
o pior era estar se sentindo com ciúmes. Por que? A sensação de troca? Devia estar
maluca! Daria tudo para conversar com alguém. Lanie, provavelmente a amiga
entenderia suas frustrações bastava não contar que a relação entre Castle e ela
não era tão profissional assim. Pegando seu casaco, foi até o necrotério.
- Droga
garota, me assustou!
- Lanie, você
está rodeada de cadáveres!
- Não espero
os vivos depois das 7h.
- Engraçadinha.
Nem eu.
- Sou médica
forense. Qual a sua desculpa?
- Não seja má.
- Você merece.
Prefere ir beber comigo, a ir pra cama com o escritor?
- Ele é
irritante, egocêntrico, egoísta e completamente...
- Divertido? Confie
em mim, amiga, precisa se divertir. Não pode ser tão ruim, não é? – oh, Lanie!
Se você soubesse o quanto é bom... definitivamente não poderia levar a conversa
adiante sem comprometer-se. Foi o pensamento dela antes do celular tocar.
- Beckett.
- Adivinha
quem tem um encontro com uma prostituta? – ótimo! Simplesmente ótimo, pensou.
Ela passou na casa dele e seguiram para um restaurante. Castle esperava por
Tiffany ainda mantendo o disfarce, Beckett observava de longe.
- Richard? Sou
Tiffany.
- É um prazer
conhecê-la Tiffany. Por favor – puxou a cadeira para que ela sentasse.
- Um
cavalheiro.
- Somos uma
espécie em extinção – metido e galanteador, Beckett observava. Odiava que isso
não fosse com ela.
- Tenho sorte
em encontrá-lo.
- Na verdade,
temos sorte em encontrar você.
- Dt. Kate
Beckett. Temos que perguntar sobre sua relação com o vereador Jeff Horn.
- Era um
regular. Juro que não tive nada a ver com sua morte.
- Com que
frequência o via?
- Uma ou duas
vezes por semana. No início, só queria conversar.
- Claro, ele
pagava só para conversar – Beckett ironizou.
- A maioria
dos homens me procuram por se sentirem solitários. Porque as pessoas em suas
vidas não os escutam mais. Sexo é só um meio para se sentirem conectado.
- Quando foi a
última vez que vocês se conectaram?
- Há algumas
semanas. Ele me procurou, histérico. Disse que não podia mais me ver.
- O que houve?
A mulher dele descobriu?
- Não, outra
pessoa. Disse que o estavam chantageando. Alguém tinha fotos nossas.
- Quem?
- Ele não
sabia. Primeiro, pensou que fosse eu. Ficou chateado e entrou em pânico. Achou
que havia contado aos meus amigos.
- E contou?
- Posso
surpreendê-la, mas tenho sonhos próprios. Isso só paga as contas. Se essa
relação virasse pública, ele não era o único que estaria arruinado.
- Disse que
ele entrou em pânico.
- Queria
descobrir quem o chantageava. Queria um acordo. Não podia continuar a fazer
pagamentos sem que o pessoal da sua campanha descobrisse.
De volta ao
carro, Castle estava amando tudo aquilo e fazia questão de ressaltar. Beckett
sabia que precisavam achar o chantagista. Voltaram a falar com Jason no comitê
de seu oponente. Ele não acreditava que tivesse pegado as fotos para chantagear
Horn. Ele mesmo não pensava nisso e agora não teria qualquer utilidade já que a
mulher dele resolveu assumir a campanha. Mesmo assim, Beckett pediu pela lista
de pessoas, queria seguir a trilha de dinheiro. Em seguida, revelou a chantagem
ao chefe da campanha de Horn também querendo saber das finanças do comitê. De
volta ao distrito, colocou Ryan e Esposito atrás de verificar para quem o
vereador desviava o dinheiro.
Beckett
continuava evitando a maquina de expresso. Era questão de honra para não ceder,
demonstrando que gostara do gesto. Enquanto se servia de café da garrafa,
Castle preparava o leite para um expresso vaporizado.
- Tem algo
contra leite integral?
- Tenho, me
irrita.
A investigação
deu resultado. Os rapazes conseguiram ligar os depósitos ao chantagista.
Ninguém menos que o próprio investigador que fez as fotos. Bruce Kirby. Beckett
ordenou que o trouxesse para interrogatório. Apesar de estar chantageando a
vítima com suas fotos, ele jurava que não o matara especialmente porque sugeriu
receber 250 mil dólares para sumir com as ameaças de vez,o que o político topou.
Na noite em que morreu estava indo encontra-lo para entregar o dinheiro. Isso fez
Beckett pensar, onde estaria o dinheiro e mais importante de onde viria uma
grana tão alta? A sugestão de Castle sobre os patrocinadores acendeu uma
luzinha de alerta na mente dela. Voltaram a falar com o organizador da campanha
que dessa vez, mostrou-se desinteressado em cooperar para proteger seus
patrocinadores. Beckett não podia obriga-lo. Com o caso parado, Castle acabou
deixando o distrito esperando conseguir descobrir algo após uma boa relaxada em
casa.
Beckett, ao
contrario dele, resolveu ficar pelo distrito. Após remexer em vários arquivos e
papéis relacionados com o caso sem qualquer nova pista, acabou deparando-se com
uma crítica do The Ledger sobre o novo livro de Castle. Como boa fã, dedicou-se
a ler as repercussões da obra, particularmente, ela gostara bastante.
"O
desfecho emocionante de Richard Castle nos lembra sobre o que é a boa ficção. Queremos
um mundo beirando à imperfeição no qual poderíamos voar, e nos tornar os heróis
que sempre imaginamos ser".
Sorriu. Estava
entediada e precisando de um café. Ao se dar conta de que nenhum dos rapazes
estava por perto, pegou sua caneca, desejando provar o expresso da máquina. O aroma
era fenomenal. Estava curtindo cada momento da preparação da bebida quando foi
surpreendida por ele.
- Oi – o susto
a fez derramar o café que acabara de preparar, disfarçando sua raiva respondeu.
- Oi.
- Preciso
mostrar algo a você.
Pelo menos a interrupção
valera a pena, conforme algumas informações que levantara, Castle descobriu que
a esposa poderia ser a fonte do dinheiro provando que não apenas sabia do
envolvimento do marido com a prostituta como também providenciou o dinheiro
para pagar a chantagem, afinal ela sempre fora rica.
Quando interrogada,
a esposa alegou não ter contado porque tinha a família, como expor as filhas a
tanta degradação? Sabia de tudo e entre a humilhação pública e a chantagem,
escolhera a chantagem. A última vez que falara com ele, estava a caminho do
encontro com o chantagista. Beckett poderia ter encerrado a conversa ali, mas
faltava uma boa explicação nessa história.
- Assegura que
tinha o dinheiro.
- Sim, por
quê?
- Porque
encontramos em sua casa.
- Minha casa?
- O mandado
foi liberado essa manhã. Sua governanta colaborou muito. Se o seu marido tinha
o dinheiro como foi parar na sua casa?
- Foi mais por
que, não? Sentiu-se traída – instigou Beckett - Não só a traição, a humilhação.
Descobriu que todos saberiam e resolveu fazer desaparecer.
- Estas
esposas que vê em conferências de imprensa, Paradas como pedra junto dos maridos.
Você pensa: Como conseguem? Como ainda estão de pé? Como podem ser estrelas, na
hora que seu mundo está envergonhado? Foi assim que o matou.
-Não. Eu
estava em casa com minhas filhas.
- Chamou seu
marido às 11h – então a viúva contou toda a armação feita para matar o marido,
ela apenas fizera uma ligação, apenas isso. Quando Beckett insistiu em um nome,
uma frase explicou tudo. Acompanhada dos rapazes e Castle voltaram ao comitê para
prender Frank Nesbit. Vasculhando seu apartamento encontraram a arma. Caso encerrado.
De volta ao distrito, conversaram sobre as circunstâncias do caso com o
Capitão. Os dois iriam presos deixando as filhas com uma tia.
O celular de
Castle tocou, era Alexis lembrando-o do evento de leitura que estava agendado
para aquele horário. Saiu voando do distrito. Aquela informação dera uma ideia
para Beckett.
Evento de
leitura
Kate Beckett estava
escondida por trás dos fãs que ouviam compenetrados a leitura dramatizada de
Rick Castle.
"Ela
estava de pé, junto a ele, enquanto a luz desbotava seus olhos. Pega em sua
mão, pela última vez, e sente que seu coração parou de bater e nesse momento, sabia
que ele havia partido. A escuridão cai sobre a cidade e assim também o pecado. Bom,
imagino...Enquanto vento envolve o cabelo.Ninguém...- Castle ficou sem palavras
por um breve momento. A sua frente, ninguém menos que Kate Beckett apareceu
livrando-se de seu casaco revelando a bela silhueta em um vestido curto que realçava
suas pernas, no rosto um olhar enigmático - Verá minhas lágrimas." –
terminou a leitura ainda abobado com a imagem em meio a uma salva de palmas
incluindo as dela acompanhadas de um sorrisinho malicioso e implicante,que
naquele instante, pouco importavam.
Cumprindo com
as obrigações de sua editora, Castle ainda teve que esperar para abordar a bela
policial ou Gina era capaz de esfola-lo. Vendo-a de conversa com um homem,
tratou de interrompê-la. Estava curioso para saber o que a trouxera até ali,
seu lado fã ou a curiosidade de vê-lo em ação. Existia uma terceira opção, mas ele
preferia guarda-la apenas para si a fim de não arruinar as coisas entre eles
antes mesmo de cumprimenta-la.
- Detetive
Beckett. A que devo o prazer da sua inesperada presença?
- Já que é
chato no meu trabalho, deveria fazer o mesmo com o seu. Foi uma bonita leitura.
Muito, comovente.
- Está zombando
de mim?
- "Bom,
ela pensou o vento envolve meu cabelo. Ninguém verá minhas lágrimas." –
ela imitava-o - Como o vento envolve seu cabelo? Estou curiosa.
- Quer fazer o
meu trabalho.
- Irritante,
não é verdade? – perguntou Beckett, porém antes dele responder, sua mãe e
Alexis aproximaram-se. Martha gostou de ver a bela detetive toda arrumada.
- Ai está
você. Denise, do Ledger disse que será o número um esta semana. Estão todos comprando
seu livro! Não se sente estúpido por acreditar nas críticas?
- Sim, eu me
sinto.
- Só esperamos
que "Nikki Heat" faça isso.
- Nikki Heat? – Beckett parecia intrigada.
- A personagem
inspirada em você.
- Nikki Heat? –
ela não estava acreditando - Podemos falar um instante? – distanciou-se dele
indicando claramente que precisavam de privacidade. Martha percebeu que não ia
ser boa coisa.
- É claro.
- Mas que tipo
de nome é "Nikki Heat"?
- Um nome de
polícial.
- É um nome de
stripper.
- Falei que
era safadinha.
- Mude Castle –
ela ordenou.
- Espere. Pense no título. "Summer Heat", "Heat
Wave" "In Heat".
- Mude o nome –
insistiu já começando a se irritar.
-Não – ele se
esquivava dela, pegou um banner seu em tamanho real para se proteger.
-Sim – ela começou
a andar para confronta-lo.
- Não.
- Mude, Castle.
- Não digo
que... tenho integridade artística.
- Integridade?
Mude Castle! Hoje!
- Desculpe, e se
não mudar? – o jogo entre gato e rato continuava até Castle adentrar por um dos
corredores da livraria. Estavam sozinhos longe da grande quantidade de gente
que rondava a livraria. Um lugar praticamente deserto considerando o evento que
ocorria – você não tem autoridade sobre minhas obras. Até onde sei, Nikki Heat
é uma personagem de ficção supostamente baseada em você, vamos lá, Beckett. O nome
é atraente, gera curiosidade. É inspirado em você, principalmente o sobrenome –
ele a encurralou entre seu corpo e a estante de livros - Heat! Você sabe muito
bem de onde tirei o nome... impossível esquecer o poder daquela vela, do fogo
que você me expos. Minha memória é algo impecável e pode não parecer, mas um
escritor trabalha 24 horas por dia.
- Eu disse
para você não mencionar aquilo, nunca mais! – o rosto dele estava bem próximo ao
dela.
- Não tem ninguém
por aqui que possa ouvir, detetive...
- Castle, eu o
avisei. Sem comentários.
- Certo, eu
prometi. Nada de falar sobre isso, Kate... – sentiu os lábios tocarem os seus
sensualmente. Uma das mãos segurava-lhe a nuca para aprofundar o contato. Tombando
na estante atrás de si, ela se deixou levar pelo contato, o beijo a distraia
criando uma atmosfera de calor e desejo. Castle a envolveu pela cintura
colando-a em seu corpo. O movimento brusco fez alguns livros virem ao chão tirando
Beckett de uma espécie de transe.
- Não... – o som
era um sussurro – não podemos... – os olhos amendoados fitavam-no lutando
contra a própria vontade de retomar o contato com aqueles lábios tão convidativos.
- Correção,
Kate. Nós podemos, não devemos. Era isso que você ia dizer?
- Isso é
errado, terrivelmente errado em tantos níveis.
- Não seja uma
moralista, detetive. Podemos considerar como pesquisa. Para tornar sua personagem
confiável, afinal você mesma já provou que o calor existe... – ele mantinha o braço
apoiado na estante para o caso dela querer escapar da confrontação, do inevitável.
- Você está
louco? Estamos no meio de um evento no qual você é a estrela principal. Irão nos
ver, repórteres. Como fica minha integridade? Não... – porém, o complemento
dessa afirmação não saiu da maneira desejada, a voz de Kate tremera em excitação
ao toque dos dedos em seu decote, no meio de seus seios - isso não pode
acontecer...
- Pode ou
deve? É uma questão de uso correto da linguagem e seu significado. Eu quero, você
quer, por que lutar contra o óbvio? Sexo faz bem, detetive... mesmo lugar?
- Isso é
loucura – ela fechou os olhos sentindo novamente a boca de Castle cobrir a sua
por inteiro roubando-lhe todos os argumentos para contestar o que ele pedia.
- Doce
loucura, Kate... – ele se afastou dela sem quebrar o contato do olhar – uma hora,
na frente do Four Seasons...- Castle desapareceu de sua vista, não antes dela
poder apreciar o belo traseiro se distanciando. Suspirou, passando as mãos nos
cabelos, Kate procurava entender o que tudo aquilo significava. Era errado e tão
tentador... o que estava acontecendo com ela? Quando sexo e desejo
transformaram-se em desculpas para esquecer todo o resto? Responsabilidade,
dever... Oh droga! Que se dane! Ele queria sua Nikki Heat? Então, Castle a
teria.
Determinada,
caminhava a passos largos de volta ao salão principal da livraria.
Uma hora
depois, ao revisitarem o mesmo quarto no Four Seasons não houve racionalização,
análise ou culpa. Por duas longas e excitantes horas, apenas o desejo acompanhado
de gemidos, gritos e orgasmos compunham a trilha sonora daquele segundo
encontro casual entre Castle e Beckett. Deitados na cama com uma garrafa de
champagne vazia no chão a seu lado, Kate tentava se convencer que essa noite
fora uma simples fraqueza, a satisfação de uma necessidade básica tão primitiva
de qualquer ser humano. O último de seus “rendez-vous” com o escritor. Sexo puro
e casual. Fim de papo. Se Rick Castle quisesse incrementar sua Nikki Heat teria
que usar sua própria imaginação e experiência. Nada disso se repetiria.
Kate Beckett não
demoraria a constatar que estava equivocada novamente. Ainda descobriria que o
poder de sua mente podia ser facilmente seduzido e enganado por um belo par de
olhos azuis.
Continua....
3 comentários:
ADIVINHA QUEM TA ADORANDO ESSA NOVA LONGFIC??! !!
\Õ/\Õ/\Õ/
Senti ciúmes no ar Rick e a Prostituta, será que a pequena amostra de Nikki Heat realmente vai parar por ai hein Kate Beckett?? ?!!!! ... Aaah SQNUMCA
Hehehe Kate Beckett, a durona, foi fisgada.
Que capítulo maravilhoso!!
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