Nota da Autora: Demorei, mas consegui. Este é um longo capítulo. Mesclei três episódios (2x03, 2x04,2x05) e não foquem no caso, ok? Espero que divirtam-se.
Atenção...NC17!
Cap.5
Duas semanas
se passaram com Castle trabalhando ao lado da detetive no distrito sem maiores
problemas. Ou pelo menos era assim que Beckett gostava de pensar. Quando não
estava acompanhando-a nos casos, ele estava às voltas com seu próximo livro, “Heat
Wave” que seria lançado dali a três semanas. Terminara a história logo após
Beckett o aceitar de volta como sombra. A inspiração voltara a povoar sua mente
após aquela pequena e quente demonstração de afeto no elevador do distrito. Naquela
ocasião, ele ainda tinha um certo receio se o que acontecera fora apenas uma
forma de liberar o estresse ou se a atitude da detetive significava mais que
uma mera explosão de hormônios.
Eles não
conversaram sobre o ocorrido. Sequer mencionaram. Mesmo disfarçando, a imagem
não saia de sua cabeça. Tinha vontade de perguntar a ela. Saber se aquilo a
incomodava da forma como a ele. Devia agradecê-la, afinal Beckett havia
restaurado sua energia possibilitando que o livro fosse terminado. Estava nas
mãos de Gina para impressão apesar de já terem cópias rascunhos circulando
entre alguns jornalistas como era de costume para obter uma certa atenção da
mídia e claro, gerar as resenhas e opiniões criticas com relação ao seu
trabalho.
Aliás, nos
últimos dias além de toda a pressão pelo lançamento próximo do livro, ainda
teve que lidar com uma espécie de TPM com Beckett. Durante seu último caso, a
morte de uma modelo, alguns momentos ela implicara com ele de uma maneira
diferente. A princípio, ele pensara ser ciúmes pela cena com a modelo que
escrevera o número de telefone na mão dele, não era esse o motivo. Após uma
dança complicada de egos e provocações, Beckett acabou confessando porque
estava tão chateada. A revista com a entrevista sobre Heat Wave fez um
excelente sucesso, porém ao ler a reportagem ficou realmente irritada. Como
poderia uma repórter chata e de voz fina já ter lido o livro para o qual ela
fora a inspiração e ele sequer teve a decência de dar a ela uma cópia? Merecia
ao menos isso, não?
Claro que
Castle não deixara de notar que ela lera a reportagem e não parecia muito feliz
com isso. Ele fez um pequeno alvoroço ao ver a revista aberta sobre a mesa
dela.
- Oh, você não
pode resistir! Muito bem escrita, não?
- Sim, se você
gosta de coisas sem valor.
- Sem valor? A
repórter fez você parecer um misto de Sherlock Holmes e Angelina Jolie. E a
foto não está tão mal, também. Apesar de que você não precisa cruzar seus
braços sempre.
- Está boa.
- Então, por
que está chateada?
- Não estou
chateada.
- Parece
chateada.
- Bem, não
estou.
- Mas se
estivesse você falaria, certo?
- Não estou.
- Mas se
estivesse?
- Não importa
porque eu não estou – caramba! Ele pode ser irritante às vezes, pensou Beckett.
Ainda bem que os rapazes chegaram e mudaram o foco da conversa para a modelo do
dia anterior.
Independente
do seu foco para o caso que acabou sendo resolvido, ela não conseguia esquecer
o fato em relação ao livro. Ela era fã dele, fora sua inspiração então seria
apenas natural dar uma cópia a ela, não? Exatamente por esse motivo, ela estava
tão chata nesses últimos dias. Quem não estaria? O problema era que contar o
real motivo da sua raiva poderia fazê-lo inflar ainda mais aquele ego enorme
que possuía ou pior, Castle poderia achar que tinha algo a ver com se importar
com ele e seu trabalho, por causa das vezes que ela cedera aos gestos e
cantadas, ao desejo.
Depois de
fechar o caso, apesar de não estar muito satisfeita com o resultado ao
descobrir que o marido assassinara a esposa em uma onda de raiva. Sentada em
sua mesa, ela puxou uma conversa com Castle sobre Nikki Heat.
- Então, o que
Nikki Heat faria depois de um longo dia de trabalho?
- Ela iria
para casa, se serviria de uma boa dose de bebida, tomaria um banho quente,
leria um bom livro.
- Que pena que
eu não tenha um bom livro para ler – Beckett de certa forma estava
impressionada por ver como ele a descrevera.
- Eu daria uma
cópia de “Heat Wave” a você, mas meu editor não quer nenhuma cópia escapando,
vazando por ai.
- Por que deu
uma para a repórter da Cosmo ler, então?
- Isso é para
publicidade, você quer que a imprensa sinta o gostinho e – só então a ficha
cai, era por isso que ela estava chateada – é por isso que anda tão chateada,
porque eu a deixei ler antes de você?
- Eu sou a
inspiração. Devia ler antes de repórteres.
- Por que você
não disse antes? – Castle perguntou surpreso.
- Por que isso
não lhe ocorreu? – retrucou Beckett. Agora entendera, ela tinha razão.
- Você o terá
amanhã.
- Ótimo! – ele
deixou o distrito e o sorrisinho de satisfação não poderia ser melhor no rosto
de Beckett.
Castle
acordara cedo. A cabeça um pouco avoada devido à quantidade de champagne
ingerida ontem no jantar durante uma entrevista com o jornal New York Ledger.
Falaram de carreira, de sua musa e do seu novo livro, Heat Wave. A bebida ficou
em sua cabeça o que lhe deu pensamentos e sonhos bem interessantes com Beckett.
Isso que dá ficar falando dela durante o jantar mesmo que seja para contar algo
interessante de algum caso ou mesmo fazer comparações entre ela e a personagem.
Com a cabeça
tomada por pensamentos que diziam respeito somente a ele e envolviam um misto
de Beckett e Nikki Heat, Castle chegou ao distrito torcendo para que um caso
muito bom caísse no colo da detetive a fim de desviar sua mente de outras ideias
que certamente ela não aprovaria.
Entregando uma
caneca de café feito especialmente para ela, Castle a saudou sorrindo.
- Bom dia,
detetive. Alguém morreu?
- Não que eu
saiba – disse pegando a caneca das mãos dele tomando um longo gole – não se
preocupe, o dia está apenas começando. Mal acabara de falar isso, seu telefone
tocou – viu? É como se eles soubessem que você está aqui. O desastre parece
estar sempre buscando você, Castle – deu um sorriso provocando-o para em
seguida atender o chamado – Beckett – então ele percebeu que ela ficara calada
por um tempo, porém a expressão em seu rosto era de desagrado. Isso atiçou a
curiosidade dele – não, infelizmente essa não é uma boa hora. Preciso sair a
campo, estou no meio de um homicídio. Outra hora? Mais cômoda? Eu... eu...
certo. Eu aguardo. Bom dia – quando ela bateu o telefone com uma certa força,
ele entendera que algo a tirara do sério – droga de repórter, droga! Isso é
culpa sua!
- O que eu
fiz?
- Você
apareceu na minha vida. Não é suficiente? Por que esses jornalistas não vão
cobrir as notícias de economia, conversar com o presidente, por que tem que
perturbar uma detetive de polícia por causa de um maldito livro?
- Quem era?
- New York Ledger.
- Hum... que
chique, detetive! Parece que você está fazendo mais sucesso que eu. Eles não me
contataram ainda para falar de Heat Wave. Como isso pode acontecer? – ela
percebeu as rugas de preocupação na testa, aquilo parecia realmente incomoda-lo
– eles vem aqui? Por que poderíamos dar essa entrevista juntos, o que acha? O
escritor e sua musa. Seria perfeito...
- Castle, por
favor! Vem dizer que você não está por trás disso?
- Claro que
não. Então, eles vem ao distrito? – claro que isso era um pouco de culpa dele
por mencionar que uma conversa com a detetive seria bem interessante. Ao ver o
semblante dela, entendeu que Beckett não pensava assim – você os dispensou?
Como? É o New York Ledger! Você tem que fazer essa entrevista!
- Não tenho
que fazer nada. A estrela aqui é você. Eu sou apenas a policial, esqueceu?
- Oh, espere
um minuto. Você não quer atende-los na minha presença. Faço você ficar
desconfortável, detetive Beckett? Certo, vamos fazer o seguinte, como não temos
nenhum corpo para investigar, deixarei você conversar com os jornalistas
sozinha. Assim não se sentirá tão intimidada – ele ergueu-se da cadeira
fitando-a com um sorriso.
- Eu não estou
intimidada por você e não darei entrevista nenhuma.
- Ligue se
algo aparecer – deixou o distrito e Beckett de cara emburrada por ter sido
incomodada por repórteres. Nada de entrevistas, já decidira. A menos que o
Capitão a obrigasse.
Horas depois,
Beckett recebe um chamado. Dessa vez, alguém fora assassinado. Conforme ele
pedira, ligou avisando-a para encontra-la na cena do crime. Quando Castle se
juntou a eles, foi logo perguntando onde estava o corpo.
-Você não
contou? – perguntou Esposito
-Contar o quê?
– Castle perguntou ansioso.
-E estragar a
surpresa? – Beckett retrucou.
- Que
surpresa? – Castle insistiu e Beckett ligou o vídeo. Bem na frente dele, um
suposto cientista fora assassinado.
- Isso foi
incrível! Claro, foi horrível, mas... Isso não é o ártico. É um apartamento. Mas
onde?
- Ryan,
rebobine. Acho que vi algo enquanto a câmera caia. Pare. Bem ali. Perto da
janela. É arquitetura clássica do Upper West Side. Tire uma foto disso e mande
pra delegacia. Veja se um dos tiras reconhece.
A vítima era Steven
Fletcher. Veio a escola alguns meses vendendo a ideia de financiar uma viagem
ao polo norte, em troca, ele daria aulas de lá para as crianças uma vez por
semana com direito à vídeos de sua expedição. A escola topou e a parceria vinha
funcionando. A última vez que se viram, fora a duas semanas quando Fletcher
veio à escola buscar as cartas que as crianças escreveram para ele. Localizaram
o apartamento. 75 com Amsterdã. Eles rumaram até lá acompanhado pelo CSU
também.
Após ser
examinado pela legista, constatou-se que a vítima levara um tiro na face com
arma de grande calibre, isso indicava uma grande raiva por parte do atirador.
Era um vigarista, certamente teria outros esqueletos no armário. Havia dedicado
muito tempo naquele golpe, Castle pode perceber e apontar os cuidados com os
detalhes. Encontraram também vários passaportes com múltiplas identidades.
Típico de um vigarista. Provavelmente o assassino fora uma de suas vitimas.
De volta ao
distrito, Castle estava realmente interessado em saber a opinião dela sobre o
livro. Na verdade, ele estava quase morrendo de curiosidade. Na primeira chance
que teve, assim que ela sentou à mesa, ele teve que perguntar.
- Você leu?
- Li o quê?
- O livro.
- Que livro? –
provocando quase sorrindo - Seu livro! "Heat wave".
- E então?
- Não cheguei
a ler.
- Como assim, não
chegou a ler?
- Desculpe,
estou tão ocupada com o trabalho – ela sabia que ele ficaria indignado. Estava
adorando implicar com ele, como sempre fazia com ela.
- Ficou no meu
pé para conseguir uma cópia dele. Tem ideia do que tive que passar para que meu
editor não enviasse um segurança para ficar de olho em você enquanto lia? O
mínimo que poderia fazer era...- ele percebeu o quanto ela parecia se divertir
enquanto ele reclamava. Cara de pôquer - Sei o que está fazendo.
- Não estou
fazendo nada.
- Sim, está.
Está tentando me provocar, mas não vai funcionar.
- Mesmo?
Porque parece estar funcionando – por dentro ela estava gargalhando de ver a
agonia dele - Se me der licença, vou por essas identidades no sistema, para ver
se surgem outros Fletchers.
Steven
Fletcher tinha muitas identidades, seria difícil encontrar a tal vitima
assassina. Foi apenas ao fazer a conexão com uma das suas personalidades com
Elise Finnegan, herdeira de uma família muito rica em Nova York. Ao visita-la,
Beckett descobriu que eles se casariam na próxima semana, se conheciam a seis
meses e não concordava com a afirmação de Beckett sobre ele ser um golpista. Ao
questionar o pai, ele também pareceu convencido de que Steven era apaixonado
pela sua filha.
Ainda
revisando todos os possíveis golpes no distrito, Beckett, Castle, Ryan e
Esposito divagavam sobre as habilidades de Fletcher. O capitão juntou-se a eles
que acabaram falando de filmes de trapaça. Ela não estava muito interessada nos
filmes, na verdade era tudo um disfarce para não ceder a tentação de concordar
com Castle. Além disso, ela tinha outros planos em mente. Despedindo-se de
todos, ela deixaria o distrito.
-Aonde vai?
Está cedo.
-Tenho planos.
- Tem um
encontro, não é?
- Não.
- Mentirosa. Quem
é o azarado?
- Tá bom. Vejo
vocês pela manhã.
- Tudo bem,
até amanhã.
- Até mais,
cuidado.
- Então, quem
é? – ele esperou ela sair de suas vistas.
- Não sei.
- Me pegou.
- Então, ela
não mencionou ninguém?
- Caso não
notou, Beckett não é o que se pode chamar de alguém que goste de compartilhar.
- Por que se
importa, Castle? Tem alguns sentimentos não resolvidos? – Esposito provocou.
- Pela
Beckett? A mulher odeia filme de trapaça – só que ele estava curioso por saber
se ela havia encontrado alguém. A ideia de imagina-la com outro homem não era
nada agradável.
Naquela bela
noite em Nova York, a detetive Beckett tinha um encontro muito especial. Usando
exatamente a ideia de Castle, ela esquentou a água na banheira, jogou sais, acendeu
umas velas, serviu-se de uma taça de vinho tinto. Retirou a toalha e calmamente
deixou-se sentir o corpo ser acariciado pela água quente e relaxante. Deitando-se
em uma posição adequada, ela esticou o braço alcançando o livro que Castle lhe
dera. Sim, seu encontro era com o livro dele.
Saboreando o
vinho, Beckett entrava no universo de Nikki Heat. Tivera uma agradável surpresa
ao descobrir que seu mundo era bem parecido com o da personagem. Apesar dos
comentários vulgares de Castle, ele não transpusera as ideias de trata-la como
prostituta ou vadia. De fato, ele a descrevera como uma excelente profissional,
alguém que ama seu trabalho e honra suas vítimas. A mulher além da detetive
também parecia bem retratada. Tinha que reconhecer, até ali, o escritor
acertara em cheio confirmando sua admiração ao estilo de escrita dele, mesmo
que não planejasse dizer isso diretamente para ele.
Infelizmente,
alguém não estava tendo uma boa noite como Beckett. Após brigar com a filha
sobre um motivo bobo, Castle percebeu que exagerara por um único motivo. Estava
chateado porque a detetive tinha um encontro. Sendo assim, não conseguiu dormir
direito dedicando-se a pensar no caso apenas para ter uma boa desculpa para
aciona-la cedo. Para sua surpresa, Beckett chegara ainda mais cedo ao distrito.
Estava na academia.
Ele a viu
descendo a escada. A roupa colada ao corpo realçava as curvas que ele já
experimentara outras vezes. Estava com os cabelos presos e uma toalha no
pescoço. Ela estava sexy demais naquelas roupas, o fizera suspirar.
- Ok, Castle.
O que é tão importante que você teve que interromper minha luta?
- Só que
desvendei este caso. Pensar em você lutando com outra mulher é estranhamente estimulante.
- Quem disse
que era com uma mulher?
- O encontro
misterioso.
- Senti um
pouco de ciúmes?
- Eu com
ciúmes? – fez cara de deboche apesar de estar se roendo por dentro - Até
parece! – ela se aproximou ficando centímetros do rosto dele e aplicou sua nova
provocação.
- E se eu
contasse que meu encontro era com seu livro?
- Mesmo?
- Não. É muito
fácil te enganar – ele estava balançado, ponto para mim, pensou Beckett - Dê
logo as informações para eu poder pegar café.
Enquanto o
caso avançava complicando cada vez mais a possibilidade de encontrar um
assassino, Castle e Beckett encontraram muitos obstáculos. As histórias
pareciam loucas. A maior delas foi a que Elise contou. De que Steven era um
agente da CIA em uma missão super secreta. O pior fora a reação de Castle, ele
estava amando tudo isso enquanto Beckett não acreditava numa vírgula da
história de Elise.
- Só estou
dizendo...
- Não.
- Não pode
negar a chance...
- Ele não é da
CIA.
- Aposto um
dólar.
- Certo, estou
dentro – Beckett o viu pegar o telefone - Para quem está ligando?
- Meu amigo na
CIA.
- Você tem um
amigo na CIA?
- Quando vai
aprender? Tenho amigos em todos lugares. Espera isso não saiu direito...
- Eu não sei
Castle, acho que “gatinho” é um apelido que lhe cai bem, ainda mais com todos
esses “amigos”... – ela fez questão de simbolizar as aspas com a palavra amigo.
- Se você está
insinuando que sou gay, detetive, acho que já provei e fiz você provar algumas
vezes essa teoria furada que está sugerindo.
- Castle, o
que eu disse sobre não comentar sobre esse lapso?
- Lapso? Se
você chama aquilo de lapso, deve gostar bastante de cometê-los, não? Foram
excelentes fontes de inspiração – ele provocava testando os limites de Beckett,
quem sabe não tivesse sorte?
- Castle! Quer
levar um tiro? – ops, ela estava irritada.
- Não – ele
revirou os olhos – ok, vamos dar o assunto como encerrado. Um acordo. Eu não
comento sobre os seus lapsos e você para de me chamar de gatinho.
- Justo –
Beckett viu-o fazer novamente a ligação.
- Comida
tailandesa é agradável para a língua. Código secreto. Ele vai me retornar.
De volta ao
distrito, Castle contou a Beckett como conhecera o agente.
- Conheci o
agente Gray enquanto pesquisava Storm Warning. Agora ele era inestimável por
sua dedicação na CIA. Esse cara é uma máquina. Já entrevistei serial killers,
assassinos de aluguel. Agente Gray? É de longe o homem mais mortífero que já
conheci. Uma vez ele matou um agente coreano com um boleador.
- Foi uma
colher de sorvete, Castle. E essa informação deveria ser sigilosa – Beckett
reparou no homem baixinho a sua frente. Não parecia nada com um agente, estava
mais para contador.
- Desculpa.
- Agente Gray.
Não é bem como imaginei baseada na descrição do Castle.
- Vivo num
mundo onde nada é o que parece, Detetive. Por uma boa razão. Transparência te
mata.
- Você não
usou isto em Storm Warning? – Beckett perguntou despreocupada se Castle notaria
que ela conhecia frases completas de seus livros.
- Sim. Também
usei algumas falas suas em Heat Wave. Mas você saberia se tivesse lido -
alfinetou.
- Eu li –
respondeu o agente - Achei ótimo, especialmente aquela cena de sexo – ele
examinou Beckett de cima abaixo - Falando de obscenidade.
- Tem cena de
sexo no livro? – ela ficou preocupada tanto que não se atentou a seu próximo
comentário - Entre nós?
- Tem uma cena
de sexo entre Nikki Heat e o repórter bonitão que a está ajudando – explicou
Castle.
- Então não
tem nada a ver com você – Beckett tentou tirar por menos, porém sua curiosidade
já estava atiçada. Ainda não chegara nessa parte, o que será que ele escrevera
sobre eles?
- Engraçada. Espera
aí. Como conseguiu uma cópia do livro? – a cara do agente quase chamava Castle
de burro. Tentando colocar foco na verdadeira discussão para eliminar aqueles
pensamentos impuros de sua mente, ela perguntou.
- Pode nos
dizer que o Fletcher não era agente para prosseguirmos nosso caso?
- Não aqui –
Beckett o guiou até a minicopa, mas aparentemente o agente sabia se virar.
Chegou dando ordens - Cai fora – o policial que tomava café saiu rapidinho. A
sós, ele falou - Oficialmente não posso dizer quem é ou não agente. Mas,
informalmente... Nunca ouvimos falar dele.
Enquanto
Beckett se gabava para receber seu dólar, o agente sumiu como fumaça.
- Tão legal.
Beckett estava
sugerindo conversarem com Elise de novo quando Alexis apareceu no distrito
chamando pelo pai. Em uma sala de interrogatório, ela viu a menina dar uma
lição de moral no pai. Sim, tendo suas razoes. Ao vê-lo tentar justificar-se,
Beckett sentiu pena dele. Não era fácil ser um pai solteiro. Assim que Alexis
saiu da sala, Beckett apareceu.
- Ela é boa.
Te derrubou como uma profissional.
-Você viu?
- Sim, pelo
vidro. Foi até meio difícil de assistir.
- Mais difícil
ainda é passar por isso.
- Precisa de
um tempo ou podemos trabalhar? – ele estava arrasado, notou - Vou te dar um
tempo.
A caminho da
casa de Elise, eles continuavam conversando sobre o ocorrido.
- Você a
incentiva a quebrar as regras, mas quando ela sai da sua zona de conforto, você
pira.
- Eu não pirei,
só...Pirei um pouco, não é?
- Bem-vindo ao
clube de pais de adolescentes. Como já fui uma, ganhou minha empatia.
Algo estranho
acontecia na casa de Elise. Aparentemente, Fletcher estava vivo. O que parecia
loucura, mas então quem era o cara morto no necrotério? Beckett retornou até lá
e Lanie confirmou seu pior pesadelo. Não tinha como confirmar a identidade
dele. Fletcher podia sim, estar vivo. Afinal, não o viram morrer realmente.
- Eu odeio
esse caso! – desabafou Beckett.
- Eu sei, não
é ótimo? – rebateu Castle.
Pensando em
milhares de teorias possíveis, eles protelavam com os motivos, armações e o
real desejo de Fletcher. De repente, alguém estava comprando passagens aéreas
para vários destinos usando o cartão de credito dele. Era outro golpe para afastar
a polícia. Beckett entendeu tudo. Fletcher poderia ser pego desde que eles se
mantivessem perto de Elise, ela era a chave.
Chegando a
mansão, porém Beckett descobriu que ela havia saído. A mãe não sabia afirmar
para onde ela fora, apenas que recebera um telefonema saindo em seguida.
Beckett reparou um folder muito similar ao do trabalho do ártico usado na
escola. Ao perguntar a mãe de Elise quem fizera o livreto, souberam que foi
Sue. Daí fora fácil deduzir o resto como uma dança sincronizada de ideias.
-É a farsa dos
namorados.
- Sue é a
informante. Ela se aproximou de Elise, aprendeu tudo sobre ela, mostrando o
caminho ao Fletcher – diz Castle.
- Que tem o
manual com os sonhos e esperanças da Elise. Voila, amor a primeira vista –
declarou Beckett.
- Não, não. Algo
não se encaixa. Por que fingiriam a morte de Fletcher tão publicamente? Eles
sabiam que a polícia se envolveria. Expor a farsa para alguém perigoso.
- A não ser
que Fletcher esteja morto – concluiu Beckett - Se o pai dela estiver certo e
Fletcher tiver mesmo se apaixonado por Elise...
-E desistiria
do golpe... – completou Castle.
- Sue não
ganharia nada pois não terminou o golpe e se Fletcher casasse com Elise, Sue
não teria chance de continuar sozinha.
-Então Sue
resolveu com suas próprias mãos e matou Fletcher com um tiro no rosto para não
identificá-lo.
-Bingo –
Beckett disse sorrindo.
- Mas e a
ligação do Steven? – perguntou a mãe de Elise.
- Ela deve ter
fingido, de alguma forma.
- Por quê?
- Porque... o
golpe continua! – disseram os dois em sincronia.
- Se Elise
precisasse de dinheiro, onde iria? – perguntou Beckett a mãe.
- No National Bank and Trust, na 84ª com a Lexington.
Felizmente, um
trabalho em conjunto com o diretor do banco e Elise foi suficiente para pegar a
vigarista. Ao vê-la brincar colocando a mão no nariz típico gesto de filmes de
trapaça, Castle reclamou.
- Espera aí!
Achei que você odiava filmes envolvendo golpes!
- Castle, é
tão fácil de te enganar, não é mesmo?
De volta ao
distrito, Beckett terminava seu relatório quando Castle se aproximou.
- Sem
encontros hoje? – brincou Castle.
- Não, só a
papelada.
- Uma das
razões para eu não ser policial. Fique bem.
- Você também
– respondeu Beckett. Calculando que ele já se fora, ela olhou para sua cópia de
“Heat Wave” na bolsa. A curiosidade voltara a tenta-la, desde que o agente Gray
comentara sobre a tal cena, ela queria ler, precisava saber. Pegando a bolsa,
se mandou de fininho para o banheiro. Trancando-se em um dos sanitários, ela
sentou-se no vaso e começou a folhear o livro em busca da tal passagem. De
repente, ela foi surpreendida por ele no cubículo ao lado.
- Castle, o
que faz aqui?
- Sabia que
você ia ler. Está na página 105, por sinal.
- Quê? – ainda
tentando se recuperar do susto e do fato de ter sido pega com a mão na massa.
- A cena de
sexo, que está procurando. O agente Gray estava certo. É bem sensual.
- Eu não
estava... – mas nada iria desfazer a cara de pânico que ela exibia agora,
nenhuma desculpa. Por isso, Castle saiu tão rapidamente do banheiro, satisfeito
por embaraçar completamente a detetive.
- Até amanhã.
Ainda em
choque, Beckett não sabia o que pensar. Como se deixou ser pega desse jeito?
Então, se lembrou da dica dele. Ah! que se dane, queria ler a tal cena. Abrindo
o livro na pagina indicada por ele, as primeiras palavras já a deixaram
boquiaberta. À medida que prosseguia com a leitura, ela sentia-se mais
envolvida, mais interessada. O corpo já começava a reagir, um calor forte subia
pelos seus poros. Rapidamente, ela fechou o livro. Não era o melhor lugar para
ler uma cena como essa. Juntando sua bolsa, ela retornou a mesa, pegou o casaco
e saiu correndo para casa.
Na sala segura
de seu apartamento, a detetive Beckett estava sentada no sofá. Pelo chão
estavam o seu casaco, a bolsa, os sapatos e a calça. Com as pernas de fora
praticamente deitada no sofá sob uma almofada fofa, o livro de Castle estava
aberto sobre seus joelhos. Recomeçara a leitura interrompida antes a partir do
capítulo onde parara, o oitavo.
A cada
palavra, cada descrição na cena, Kate podia imagina-los. Movimento a movimento,
provocação a provocação. O toque, os gemidos, os corpos. A imagem era clara em
sua mente. Não se tratava de Nikki e Rook, não. Tudo o que ela vira era Castle
e ela. O mesmo calor estava de volta. O
arrepio na pele, a umidade no seu centro. Kate já começava a respirar
pesadamente. Ao terminar de ler, deixou-se deitar no sofá, fechou os olhos e a
cena repetiu-se em sua mente, uma, duas, três vezes.
Ela e Castle.
Juntos em mais um momento de prazer. Inspirada pelos desvaneios de Castle, ela
se tocou imaginando os dedos dele, os lábios. O beijo. Kate ofegava quando o
orgasmo a atingiu e ela gritou o nome dele. Demorou cerca de vinte minutos para
que ela se recuperasse do seu momento erótico.
- Meu Deus! O
que aconteceu comigo? Por que ele faz isso? – ela levantou-se do sofá e seguiu
para a cozinha. Após procurar por cinco minutos, ela finalmente encontrou o que
estava procurando. Colocou a garrafa sobre o balcão, da geladeira retirou o
limão e o sal. Tequila. Nunca desejara tanto uma dose de tequila. Depois do
primeiro shot, ela suspirou. Serviu-se de mais uma dose amaldiçoando o escritor
– Droga! Maldito seja você, Rick Castle.
Eles voltaram
a trabalhar em outros crimes naquela semana. Castle não gostara do fato dela
não comentar absolutamente nada sobre seu livro e principalmente sua cena de
sexo. Ele sabia que ela lera, tinha certeza que gostara, porém conhecia o
quanto Beckett podia ser teimosa, mesmo adorando ela jamais admitiria a
verdade. Não tão facilmente. Decidiu não força-la. Em sua mente, ele ainda
esperava por uma oportunidade de retribuir seu último encontro, ou como ela
mesma gostaria de chamar seu lapso.
Era a semana
do lançamento de Heat Wave. Castle estava ansioso por ouvir as críticas e ver a
reação dos fãs a sua nova personagem, acreditava que Nikki Heat ia agradar a
todos, afinal como não poderia se era inspirada em uma mulher tão especial como
Kate Beckett?
Ele mal
acordara naquela manhã quando Paula, sua agente, invadiu seu apartamento. Sabia
que estavam atolados de trabalho, mas vê-la às sete da manhã no loft era algo
incomum. Assim que ela invadiu sua sala, Castle ainda sonolento começou a
preparar sua primeira dose matinal de café. Se ia ficar ouvindo Paula a essa
hora precisava de café bem forte.
- Ainda não é
oficial, mas você, meu caro está no topo da lista deles, e não posso dar mais
detalhes do que isso.
- Quer café?
Adoraria sentar e não falar mais nisso.
- Te digo
isso, é um grande relançamento de uma grande franquia, um acordo de 3 livros e
querem você.
- "Heat
Wave" sai em menos de uma semana. A festa, que você organizou, é segunda.
Estou tentando lançar meu personagem. Por que me envolveria com os dos outros?
- E se disser
que o personagem em questão é um certo agente secreto britânico?
- Quer dizer
que será...
- Não fale. Vai
dar azar.
- Decidi me
tornar escritor por ele.
- Eu sei.
- É o melhor
espião de todos os tempos - – o celular de Castle começou a tocar, mas ele
estava muito absorto na novidade para notar - Ele tem engenhocas, ele tem
garotas, ele...
- E um
pagamento inacreditável.
- E me querem
para três novos livros?
- Sim, vai
atender? Telefone tocando me dá agonia.
- É a Beckett.
Deve ter um corpo. Ligo de volta – Paula percebeu a forma como ele falava
casualmente da detetive, como se fosse sua parceira de verdade - O que não pode
me dizer?
Quando Castle
finalmente chega à cena do crime, o corpo já havia sido recolhido rumo ao
necrotério. Ao vê-lo, Beckett sorriu e acabaram brincando com ele. Ryan e
Esposito inventaram um monte de besteiras para pegar Castle. Não acreditando em
nada do que eles diziam, apelou para Beckett.
-Tinha um
corpo no bueiro?
-Sim.
- Obrigado. Uma
adulta.
- Tinha que
ver o que mais tinha lá. Uma lata com adesivo de ameaça biológica e um pó
amarelo – disse Beckett implicando.
- Abrirarm
a...? – ok, estavam zoando com ele - Podem me dizer o que tá rolando?
- Vamos
procurar a arma nas lixeiras.
- Qual foi a
arma, por acaso? – Castle perguntou.
- Um tipo de
raio mortal – disse Ryan.
- Te vira ao
avesso – completou Esposito.
Após checarem
com o legista, descobriram que a vítima era uma desconhecida. Ninguém parecia
ter sentido sua falta. Era da Europa oriental e havia em seu bolso um papel de
bala, com escritas do que aparentava ser russo. Castle e Beckett decidiram
visitar algumas lojas. De volta ao distrito, Castle parecia entretido com um
bando de bonecas russas. Beckett fora falar com o capitão para atualiza-lo do
caso.
- Fomos em
mais de 12 lojas tentar achar o papel da bala, e ele insistiu em comprar algo
em toda loja.
- Em toda
loja?
- E nada do
papel.
- Algo me diz
que se ele colocar essa caçada no próximo livro, dará um final mais feliz.
- Espere,
senhor. Próximo livro? Ele vai escrever outro livro da Nikki Heat? O acordo era
pra um só. Pensei que...
- Estava
livre? Sabe como o prefeito é com ele. Se quer escrever outro livro sobre
você...
- Não sou a
Nikki Heat, senhor.
- Hizzoner
espera sua colaboração nisso – ela não acreditara nas palavras de seu capitão.
Não estava pronta para mais um livro e sabe-se lá quantas horas com Castle em
seu encalço. Infelizmente, tinha um caso para resolver o que não lhe dava o
direito de pensar sobre o assunto naquele momento.
Os rapazes
conseguiram rastrear o papel de bala o que os levou ao prédio onde a garota
morava. Descobriram seu nome. Eliska Sokol. Parecia uma solitária, sem muitas
visitas. Uma foto chamou a atenção deles. Uma criança e uma mulher loira exceto
que a mulher tivera seu rosto completamente riscado. Precisariam investigar
mais.
No dia
seguinte quando Castle estava se arrumando para ir ao distrito, teve uma
conversa bastante interessante com a mãe. Mesmo estando empolgado com a ideia
de escrever livros sobre o agente britânico, até aquele momento, Castle não
tinha pensado em sua relação com Beckett.
- Ainda não
tive a oferta oficial. E significaria não fazer outro livro da Nikki Heat.
- Conheço
alguém que ficaria muito feliz. Beckett. Ficaria extasiada em não te ter
seguindo-a. Certeza que está contando os dias...
- Gosto de
pensar que sou útil para ela, resolvendo casos.
- Por favor.
Ela se dava bem, antes de você chegar – lembrou Martha e o comentário da sua
mãe começou a incomoda-lo. Chegando ao distrito, Castle teve um exemplo do que
sua mãe mencionara. Começara a divagar sobre a foto e sua correlação entre a
área e os lugares de Nova York. Foi surpreendido por ver que ela já localizara
o local.
- Acho que
grandes mentes pensam iguais – não querendo dar o braço a torcer.
- Agora vai me
dizer que devo ir lá com a foto.
- Não seria
uma ideia horrível – ele indagou no momento que o celular de Beckett tocou.
- Olha.
Esposito está ligando. Imagino o que ele e Ryan fizeram a manhã toda – sim,
definitivamente ela se virava bem sem a ajuda dele por mais penoso que fosse
essa constatação.
Eles seguiram
para o prédio onde as pessoas identificaram que a mulher da foto morava. Ao
perguntar para o concierge sobre quem era, Beckett descobriu se tratar da
senhora Talbot e que Eliska trabalhava ali, havia sido mandada embora depois de
um incidente envolvendo a mesma mulher. A investigação continuou. Descobriram
que a vitima era casada e perdera um filho, a vida tinha sido dura com ela.
Beckett sentia-se frustrada por não achar uma pista que explicasse que tipo de
problema ela poderia ter se metido. Decidiu que era preciso voltar ao prédio que
Eliska morava.
Castle estava
pensativo se devia ou não contar a Beckett sobre a sua potencial oferta. No
fundo, tinha medo que o que sua mãe dissera torna-se realidade. Não gostaria de
saber que a detetive não sentiria sua falta, de alguma forma, isso não o
deixava satisfeito, não era o que queria. Durante a nova rodada em busca de
informações no prédio da vitima, Beckett aproveita o momento a sós com Castle
para questiona-lo sobre o novo livro que seu capitão deixara escapar.
- Posso fazer
uma pergunta?
- Já sei o que
é. O traje para a festa é passeio completo. Se está confusa, se pergunte o que
Nikki vestiria.
- Quando iria
me contar sobre o outro livro?
- Ouviu sobre
isso?
- Então é
verdade?
- Ainda não
está fechado.
- Ocorreu a
você falar comigo antes?
- Francamente,
pensei que ficaria aliviada.
- Não se
elogie.
- Estou
lisonjeado de ser considerado. Escrever sobre um certo Agente secreto britânico
é uma grande oportunidade.
- Estava
falando de Nikki Heat. Calma. Um certo agente secreto britânico. Você...
- Se eles me
oferecerem. Pode ser que não.
- Certo, mas e
se sim?
- Eu
certamente consideraria. Como disse, achei que estaria aliviada.
- Estou. Quer
dizer, estaria, se eles oferecerem a você – mas o clima ficou bem estranho
entre eles.
Conseguiram um
novo suspeito, pelo retrato falado era ninguém menos que o Dr. Talbot. Após
negar qualquer envolvimento com a vítima, ele cedeu quando Beckett ameaçou
algema-lo e leva-lo para o distrito. Disse que eles tiveram um caso.
Conheceram-se no hospital onde ambos trabalhavam. Mas a história não parecia
tão bem contada assim. Infelizmente, o álibi era sólido. O trabalho estava
concluído por hoje, afinal era a noite de lançamento de Heat Wave.
Quando estava
em casa arrumando-se, Kate não pode deixar de pensar sobre a conversa que
tivera com Castle aquele dia. Enquanto ela pagava de irritada com a
possibilidade de tê-lo seguindo-a para mais um livro de Nikki Heat, na verdade
ele lidava com a potencial oferta de uma nova historia. Ao falar que pensou que
ela estaria aliviada, Kate ficou surpresa por saber que apesar de isso ser a
ideia mais coerente, não era de todo verdade. A ideia de não ver Castle todos
os dias ou de não trabalhar ao lado dele parecia algo muito errado, distante de
acontecer em sua mente até agora.
Tudo bem, ela
reclamava de suas excentricidades, seu ego, suas brincadeiras idiotas. Mas,
gostava das teorias, das sacadas nos casos, da sincronia e da visão que ele a
proporcionava. Estaria pronta para se despedir daqueles olhos azuis?
Terminando de
se arrumar, Kate olhou-se no espelho. Esse caso talvez fosse o último deles.
Isso lhe proporcionava uma sensação de nostalgia. Mereciam uma despedida
adequada no seu ponto de vista. Precisava marca-lo. A ocasião nunca fora tão
propícia. E Kate Beckett sabia como tornar-se inesquecível.
O primeiro
impacto ao chegar à festa foi chocante. Ela sentiu-se em um evento hollywoodiano,
o mais estranho era que naquele ambiente de glamour, ela também era uma
estrela. Ao andar pelo tapete vermelho para entrar no local, os flashes quase a
cegavam e todos gritavam “é a Nikki Heat!”. O desconforto a princípio era
iminente. Ela suspirou em busca de um rosto familiar. O Capitão foi o primeiro
a vê-la.
- Está bonita,
detetive.
- Obrigada,
senhor. Castle ficará feliz em te ver. Leu a dedicatória?
- Não. O que
diz?
- Vá ver você
mesma. Com licença – Kate olhou na direção de uma pilha de livros. O capitão a
deixara curiosa. Aproximando-se, pegou um deles em suas mãos. Ao longe, Castle
já notara a presença dela. Estava linda. Elegante e chique. Ele não esperava
nada diferente do que vira naquela noite. Ao seguir ao seu encontro, porém, foi
interceptado por sua agente.
- É ela?
- É ela.
- Uma grande
carta de amor que escreveu para ela. Uma noite em Ibiza, e o que consigo? Um
capítulo em Storm Fall?
- Um capítulo
muito quente.
- E ela
consegue um livro inteiro? Ela deve ser uma garota muito especial. Deixa eu
perguntar. Quando ela te liga, você retorna? Claro, porque ela é importante pra
você e porque é educado.
- Paula, eu te
retorno.
- Três livros,
e não consigo te ter no telefone para te contar da oferta oficial?
- Tem uma... –
Castle não pode completar a frase. Saber fora impactante.
- Tem.
- Eu...
- Então, posso
fechar o negócio?
- Paula, sinto
muito. É um grande passo para mim. Não sei se estou pronto pra me afastar de
Nikki.
- Quem? A do
papel ou aquela ali, com o vestido de Herve Leger?
- A do papel.
- Está
dormindo com ela?
- Não – uma
mentira branca, pensou.
- O que diabos
está esperando? Vá tirá-la do seu radar, volte ao escritório e assine a droga
do contrato, certo?
Ele a
observava antes de andar alguns passos para encontra-la. Tão linda. Sexy. Até
aquele momento, ele nunca estivera tão em dúvida quanto uma decisão em sua
vida. Ela abria o livro, virando as paginas calmamente até chegar a
dedicatória. “To the
extraordinary KB and all my friends in the 12th ”.
- Oi.
- Oi. Eu... Estava
só... A... Dedicatória. Obrigada.
- Quis dizer
isto. Você é extraordinária.
- Ouça...
Estava pensando... – de repente Kate se enche de esperanças para ouvir algo
significativo vindo dele - E se a esposa descobriu do caso?
- Melissa
Talbot, uma assassina? – nada disso, um banho de água fria, pensou ela.
- Não há fúria
como a de uma mulher desprezada.
- Bem... Tudo
é possível. Não vejo desta forma.
- Diz isso porque
nunca foi desprezada.
- O que te faz
dizer isto?
- Qual é. Qual
homem já se afastou de você? – ele tinha um ponto, porém ultimamente ela não
estava tão certa se sua vida amorosa estava bem. Kate queria muito saber se ele
já havia se decidido quantos aos livros.
- Alguma
palavra sobre um certo agente secreto britânico que não deve ser mencionado?
- Recebi a
oferta oficial.
- WOW! Parabéns.
- Ainda não a
aceitei.
- Mas vai, não
vai? – ela estava feliz por Castle apesar de por dentro sentir-se apreensiva
por não saber o que viria depois.
- O quê, acha
que eu devo?
- Sim. Tem
alguma razão pela qual não deveria? – mas ela percebeu que não era isso que
queria. Por que ele não via que estava dando uma chance de escolher a ela?
- Ficaria bem
se eu não escrevesse outro Nikki Heat?
- Por que não
ficaria? Não é como se tivesse te pedido para escrever um – a raiva começara a
aflorar.
- Algumas
pessoas ficariam lisonjeadas por alguém escrever um livro baseado nelas.
- Lisonjeada?
- Sim.
- Tem alguma
ideia com quanto sofrimento tive que aturar essa coisa de Nikki Heat?
- Deus, sinto
muito – ele falou debochado. Qual o problema dela?
- Não estou
pedindo para sentir muito. Só... Só faça o que quiser. Você sempre faz mesmo.
- Certo. Está
resolvido.
- Certo.
- Farei o
outro livro.
- Ótimo.
- Aproveite a
festa.
- Irei.
- Melhor
assim, pois não tinha o suficiente sobre a personagem para outro romance –
ouch! Essa doeu, mas Kate não deixou por menos.
- Tem muito
sobre a personagem. Ela só precisa de um escritor melhor.
- Excelente.
- Excelente.
Eles
separaram-se indo um para cada lado do salão. Kate espumava de raiva. Pegou uma
taça de champagne oferecida por um dos garçons. Virou-a de uma vez na boca.
Devolveu a taça já pegando outra. Afastou-se para um dos cantos onde não
pudesse ser perturbada.
- Idiota,
egocêntrico, narcisista. Como ele pode ser tão irritante? Não há suficiente
para outro livro. Besteira! Só pode dizer isso para me provocar. Quem ele pensa
que é? Um egoísta com o ego do tamanho dos Estados Unidos. E pensar que eu
quase.... – ela virou mais uma taça da bebida – ele se acha indispensável, um
verdadeiro detetive andando pelo meu distrito exibindo aquele sorriso
convencido e aqueles lindos olhos azuis. Droga, Castle! Por que você tinha que
estragar tudo hoje? – ela sentou-se finalmente numa mesa ao canto. Os dedos
inquietos batucavam na madeira. A raiva começando a se dissipar deixando
somente a sensação de tristeza. O coração apertado. Por que eles não conseguiam
passar uma noite tranquila, civilizada? Era um momento de festa, não de brigas.
Contudo, Castle parecia saber exatamente como fazer para irrita-la.
Não queria ir
embora dali, gostaria de aproveitar a festa, portanto serviu-se de mais uma
taça de champagne. Desejava que ele estivesse tão mal quanto ela. Felizmente,
para a sorte de Kate, ele estava. A cara fechada com que Castle chegara ao
outro lado do salão ainda espumando de raiva, não passara despercebida por sua
mãe, nem poderia pelos “elogios” que dissertava sobre Beckett.
- Ingrata, mal
agradecida. Depois de tudo que fiz para ela? Teimosa, uma mula empacada é o que
ela é. Precisa de um escritor melhor. De quem ela pensa que está falando? Não é
qualquer escritor que é convidado para escrever sobre, sobre... arfff! Droga,
ela tinha que estragar minha noite. Eu a coloquei no mapa. Ninguém sabia quem
era a detetive Kate Beckett antes de eu escolhe-la para ser minha personagem. Ninguém.
Ela não merece uma única linha escrita por mim, vou assinar o contrato para os
três livros e pronto – virou a bebida de uma vez. Martha que o observava e até
então não comentara nada, resolveu mostrar um outro lado dessa história para o
filho.
- Essa
irritação toda com Beckett é porque ela não implorou para que você escrevesse
outro livro de Nikki Heat ou simplesmente porque agora vendo a possibilidade de
deixa-la, os livros de um tal espião não lhe parecem tão atrativos? – ele
permaneceu calado, Martha aproximou-se dele tocando-lhe a mão – kiddo, já lhe
disse que Beckett sabe se virar sem você, ela não pediu para que escrevesse
sobre ela, não pode esperar uma reação contrária ao que ela acredita. Afinal o
que você quer com ela? Porque para mim,
isso está parecendo uma competição entre dois teimosos dispostos a perder tempo
ao invés de seguirem suas vontades. Qualquer que seja sua decisão vou apoia-lo,
apenas não a tome de cabeça quente. Isso é uma festa! Deveria estar se
divertindo!
Beckett estava
sentada no mesmo lugar. A sua frente, um prato de salgadinhos vazios e sua
última taça de champagne. Talvez tivesse tomado umas cinco ou seis. Não estava
bêbada. Precisava de algo mais forte que champagne para derruba-la. Levantou-se
em direção aos banheiros. A bebida dava seu sinal de existência. Após olhar-se
no espelho, ela relutava a respeito de seu próximo movimento. Deveria ficar na
festa ou ir embora? Queria mesmo sair dali em pé de guerra com Castle?
Conhecia-o bem para saber que uma briga não era suficiente para mantê-lo longe
do distrito. A menos que ela o ordenasse. Não era uma garantia, apenas algo que
poderia funcionar se ela fizesse corretamente.
Ela ainda não
estava preparada para desistir do que tinha em mente quando viera até aquele
lugar. No entanto, não sabia qual seria a reação de Castle se ela o
interceptasse na festa. Teria que ser ao final com o mínimo de pessoas ou
apenas ele presente. A questão era, esperaria até o final ou desistiria de tudo
e ia cuidar de sua vida?
Ao sair do
banheiro, ela esbarrou nele. Por uns instantes, os olhares se cruzaram,
fitaram-se como já fizeram tantas outras vezes. Então, Castle a agarrou pelo
braço e a puxou para uma espécie de reservado ao lado do banheiro.
- Hey! O que
está fazendo?
- Eu não ligo
se você é teimosa, birrenta ou está com raiva de mim. Escrevi sobre você porque
é a melhor. Não admito sair dessa festa sem ao menos lhe agradecer
apropriadamente – não dando chance para ela reagir, Castle a beijou
intensamente prensando seu corpo contra a parede. As mãos não podiam manter-se
longe do belo vestido que realçava as curvas de Kate. Ela não lutou, não questionou
nem sequer lembrou-se da raiva de momentos atrás. Entregou-se ao beijo como um
assassino no corredor da morte entrega-se a sua última refeição, como se fosse
seu último desejo. Aqueles lábios...
Quando
finalmente se separaram, ela pode ver o desejo através dos olhos dele.
Permaneceram calados sem quebrar o contato visual. Ao menor sinal de
afastamento, Kate pegou a mão dele na sua.
- Espere! Se
vamos nos despedir é melhor que seja de maneira mais adequada.
- Não pode
resistir, detetive? – ele provocou.
- Uma última
noite. Sem compromisso e não o vejo mais no meu distrito. Uma noite para
celebrar o final da jornada e nos separamos. Você vai se dedicar ao seu outro
livro e eu, a minha vida de detetive. Temos um acordo?
- Temos... –
eles apertaram as mãos.
- Ao fim da
festa... eu te procuro, então veremos quem não resiste a quem – disse Beckett
saindo caminhando calmamente rebolando rumo ao salão enquanto Castle a admirava.
Duas horas se
passaram, as pessoas começavam a se dispersar. Havia poucas pessoas no salão,
logo ele estaria praticamente vazio. Castle encarregou-se de pedir a Paula para
que dispensasse todos os empregados e deixasse a limpeza do ambiente para o dia
seguinte. Também que providenciasse transporte para sua mãe e filha. Vendo que os
últimos convidados já saiam pela porta, Kate foi até seu carro pegar uma
sacola. Viu Martha e Alexis entrando numa limusine. Podia deduzir que
finalmente estariam a sós. Acertara. A última pessoa que deixara o local fora
sua agente. Ao adentrar no salão, Kate fingiu não vê-lo próximo a um dos
biombos onde seus livros estavam expostos.
Em vez de ir
ao seu encontro, Kate optou por seguir até a estrutura onde o bar ficava.
Retirou da sacola a garrafa de tequila e um pacote contendo dois copos, vários
limões e sal. Arrumou tudo sobre o balcão. Com uma faca, cortou os limões em
pedaços generosos próprios para serem usados em boas doses de tequila. Ela fez
sinal com o dedo para ele se aproximar. Ao ver as coisas dispostas sobre o
balcão percebeu que ela já planejara algo, só podia ser essa a explicação.
- O que é tudo
isso?
- Eu tinha
comprado um presente para você, algo para se lembrar de mim e de Nikki não
importando o que acontecesse. Já que estamos aqui, melhor não desperdiçar nada
– ela sorria para Castle enquanto espalhava o sal nas costas de sua mão. Ele
serviu dois shots de tequila. Kate segurava o limão entre o polegar e o
indicador da mão esquerda oposta a que continha o sal. Mordiscando os lábios,
ela ofereceu a mão para que sorvesse o sal. Castle aproximou-se segurando o
copo de tequila em uma das mãos inclinando o corpo para encostar seus lábios na
mão de Kate sugando-lhe a pele. Virou o copo da bebida e segurando em seu
pulso, mordeu o limão.
- Como no
livro... – ele sussurrou.
- Nem tanto –
ela respondeu melando seu dedo indicador no sal e passando sobre os lábios
dele. Então, lambeu a boca com a ponta da língua para suga-la em seguida. Virou
o shot de uma só vez, porém assim que mordeu o limão tornou a encontrar os
lábios salpicados de sal. O beijo tinha gosto de amargo da tequila com o limão.
Kate deixou os abraços envolverem o pescoço dele aprofundando o contato. Sentiu
as mãos de Castle acariciarem seu corpo exatamente como ela havia imaginado ao
ler a cena do livro.
De repente,
ele a suspendeu colocando-a sobre o balcão. O movimento fez a saia do vestido
curto encolher-se até a cintura, o que facilitou o trabalho de Castle. Os dedos
puxaram a calcinha pela lateral deixando-a nua. Kate livrou-se dos colares
fazendo o decote entre os seios realçar. Ele abaixou-se beijando suas coxas.
Sabia qual seria o próximo movimento dele, não estava com pressa.
- Hey... não
tão depressa.... olhe para mim – ele obedeceu. Kate tornara a melar o dedo no
sal, passara bem no decote diante dos seios. Com a cabeça, sinalizou que ele
deveria se servir de uma nova dose. Ele tornou a encher os dois copos. Inclinada
sobre o balcão com a cabeça para trás, ela dava todo o acesso do mundo a
Castle. Ao invés de lamber o sal e tomar a tequila, Castle derramou a bebida
entre os seios dela sorvendo a pele salgada e amarga. Uma bela mistura para
qualquer paladar, Kate, tequila e limão. Agridoce.
Ela já sentia
a umidade em seu centro quando Castle brincava com seus seios apertando-os,
mordiscando-os sobre o tecido e lambendo a pele exposta de seu colo. Os lábios
fizeram uma viagem para cima em busca do pescoço, da mandíbula e da garganta.
Sentiu os dentes dele roçarem sobre a pele fazendo-a gemer. Kate estava
entregue a ele, aos seus carinhos e caprichos. Entregou-lhe mais uma dose de
tequila, Kate a virou e sentiu descer rasgando-lhe a garganta. O olhar de
luxuria tomou conta dos olhos amendoados e ela o puxou contra si envolvendo-o
em um beijo louco e sensual.
Kate gritou
quando sentiu o membro dele a penetrar de uma vez. Um novo olhar se estabeleceu
entre os dois. Conexão. Entendimento. Prazer. Juntos, eles se moviam rápido e
precisos. O desejo os consumia. A busca pelos lábios um do outro era
inevitável. O calor dos corpos indicava o nível de adrenalina e endorfina que
corriam em suas veias. Ficariam conectados até o último suspiro do orgasmo, o
último tremor, o gemido final.
Castle tinha o
rosto afundado no ombro de Kate. O coração dela batia contra o corpo suado
enquanto as mãos se perdiam entre as costas e os cabelos dele. Ela afagava-lhe
o corpo. Dava carinho. Eles mal tiraram as roupas. O cheiro do limão misturado
ao suor predominava. Não se importava. Talvez quisesse uma nova dose de
tequila, talvez quisesse outra rodada de sexo. Ou simplesmente, ir embora.
Fechar o capítulo. Era esse o seu objetivo quando chegara ali aquela noite.
Ele se ergueu
acariciando seu rosto. Sorriu.
- Eu tinha
certeza que não errara ao escrever aquela cena. Combina com você – ele
afastou-se um pouco para admira-la. Kate aproveitou para tomar mais uma dose de
tequila.
- É Castle,
até que você aprendeu algumas coisas sobre mim. Mas, como toda boa história ela
acaba aqui. Fizemos um trato, então... eu sei que não sou páreo para um certo
agente britânico.
- Kate, você
realmente acha que eu devo escrever os livros?
- Por que não?
É o que sempre quis. Mais prestigio para o grande autor de mistérios Rick
Castle. Está tarde. Ainda tenho um caso para solucionar – ela pulou do balcão
ajeitando o vestido - Foi um prazer, Castle. Em todos os sentidos – ela se
aproximou dele, arrumou a gola da camisa, acariciou o rosto com as costas das
mãos e vagarosamente sorveu-lhe os lábios. Beliscou o bumbum dele antes de
separar-se por completo.
- Ah...
Nikki... eu sempre disse que ela era meio vadia... – o olhar sonhador ainda persistia
– cuide-se detetive Beckett.
- Você
também.... – ela já estava a meio caminho da porta quando tornou a virar-se
para fita-lo – e Castle, tinha razão. A cena da pagina 105 foi bem... quente.
XXXXXXXXXX
A bebida da
noite anterior dera resultado. A cabeça de Beckett estava explodindo e aquele
era a terceira caneca de café que preparava na maquina. Ao retornar para sua
mesa, deu de cara com Castle.
- O que faz
aqui, Castle? Não tem um peixe maior e mais lucrativo para fritar?
- Na verdade,
esqueci meus óculos ontem.
- Por favor.
Esta é a pior desculpa que eu já... – então ela é obrigada a se calar ao ver os
óculos sobre sua mesa - Sabe o que mais? Enquanto está aqui, não esqueça
aqueles – virou-se para os rapazes - Vocês pegaram a ocorrência?
- Pegamos – enquanto
conversavam sobre os detalhes do caso, Castle agia particularmente lento para
escutar o que eles teorizavam. Ouviu cada argumento e um item chamou sua
atenção, o pagamento do aluguel.
- Ainda está
aqui – disse Beckett ao voltar para sua mesa. Ignorando a implicância dela,
Castle perguntou a outra policial.
- Você disse
que o senhorio falou que ela pagou até sexta?
- Foi o que
disse.
- Isto não faz
sentido. Esses lugares alugam por semana. Ela foi assassinada na quinta – disse
Castle.
- Como poderia
ter pago até a esta sexta? – a ficha de Beckett caiu. Ela pegou o casaco e se
dirigiu até a saída, Castle fora em seu encalço – o que está fazendo?
-
Acompanhando-a até o prédio de Eliska. É o mínimo depois de ter lhe dado a
pista, não? – ela revirou os olhos – vamos lá, detetive. Comecei a investigar
esse caso, preciso termina-lo. Com um longo suspiro, ela cedeu.
No prédio
acabaram por descobrir de uma suposta amiga de Eliska, a descrição batia com a
da Sr. Talbot, mas Castle e Beckett acabaram descobrindo que era a enfermeira
quem cobria pelo patrão. Não apenas isso, o médico pagara pelo aluguel e a
verdade veio à tona da pior maneira possível. Zade era na verdade o filho de
Eliska. Eles nasceram no mesmo hospital, no mesmo dia. Ele tinha uma doença genética.
O médico trocara os bebês. Também cometera o assassinato. Beckett decidiu dar
uma chance ao pai de conhecer o verdadeiro filho. Organizou um encontro com
Melissa Talbot e o garoto.
Com a sensação
de dever cumprido, eles deixaram o apartamento. Beckett tinha que agradecer a
Castle pela ajuda. Ao descer as escadas, havia uma certa paz, talvez até um
misto de saudade no ar.
- Obrigada,
Castle. Eu... Nunca seria capaz de resolver este caso sem a sua ajuda. Bem...
Boa sorte no novo livro. Sei que o fará maravilhosamente – por alguns segundos,
as palavras pareciam ter desaparecido para os dois.
- Obrigado. Se
cuide. E... – ele estendeu a mão para ela, um aperto de mão interrompido pelos
toques dos celulares de ambos - Minha agente.
- É... a
delegacia.
- Sabe, é
melhor você atender.
-Certo.
-Beckett.
-Oi, Paula. Sério?
- ele tapou o celular falando com Beckett
- Primeiro dia de vendas de Heat Wave, sucesso absoluto.
- Estou aguardando
o Capitão Montgomery.
- As críticas
estão ótimas – Castle disse.
- Isso – Beckett
comemorou o sucesso dele antes de atender o seu superior - Sim, Capitão.
- Se eu
estaria interessado em fazer mais três Nikki Heats?
- Sim, estou
ciente que o prefeito está enfrentando uma dura reeleição este ano.
- Eu... Me
desculpe. Quanto?
- Não,
adoraria ajudar o departamento do jeito que puder.
- Não, não,
esqueça a outra oferta. Por esta quantia, farei uma dúzia de Nikki Heats.
- Ele me quer
para quê? – ela não acreditava no que ouvira.
- Bem esta foi
uma situação única entre ela e eu.
- Três livros?
– Beckett exclamou - Isto seria para sempre.
- Você já
falou com o prefeito? – Castle repetiu o que a sua agente falara. Sabia que Beckett
não ia gostar.
- Eu vou te
matar – ela disse - Não, não, não, Senhor. Não estava falando com você.
- Eu...
- Está bem.
- Não precisa
agradecer, senhor. Estou feliz em ajudar o prefeito como puder – ela desligou. O
olhar era aquele típico da detetive pronta para acabar com seus suspeitos. Naquele
momento, Castle não conseguia ordenar seus pensamentos.
- Sabe do quê?
Eu acho...Certo, Paula. Eu vou...Eu te ligo...ligo de volta – assim que
desligou foi logo se justificando, ela estava
centímetros dele quando o celular tocou novamente - Eu não tive nada a
ver com aquela ligação.
- O quê? –
atendeu irritada - Certo. Já estou indo – virou as costas para ele caminhando
em direção a porta.
- Para onde
está indo?
- Era
Esposito. Houve um assassinato – parou e virou-se para fita-lo - Você vem ou o
quê? – Castle deu uma corrida para alcança-la - Realmente espera que eu
acredite que não teve nada a ver com a ligação?
- Eu juro, não
tive nada a ver.
- Tente um
pouco mais. Eu não acredito em você – então era isso. Kate Beckett teria que
arranjar uma forma de se acostumar a uma boa quantidade de dias com Castle ao
seu lado.
Continua....
3 comentários:
Ah! vai Beckett, tu gostaste, estais reclamando do que? Safadinhos lindos.
Ai ai esses dois...
Tequila boa essa, deu até vontade de tomar uma hahaha zueira, não bebo. Mas essa cena deles foi maravilhosa!!!
Beckett sempre tentando ser forte, mas ela não resiste a ele. FATO!
Adorando tudo, principalmente, reviver cenas da série.
Parabéns!
Beijos.
To amando essa fic,pelo mesmo motivo que a Tata citou reviver momentos e aquele Flashback. Ficar tipo"nossa aconteceu isso? Nem lembrava! " Parabéns Ka, to com dó da Kate a carne é fraca fía coitada,antes era só o corpo que a traía agora ferrou de vez pq juntou com a mente. Sei que ficou com o ♡ na mão só de imaginar sem a presença dele.... sabe de nada inocente,esperando muuuuuuuito o próximo :*
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