Nota da Autora: Desculpe a demora, porém o capítulo é longo e trata de um dos episodios que mais gosto da 2a temporada. Vocês vão encontrar uma pequena referência ao episódio 2x16 e o primeiro episódio do duplo abordando o caso parcialmente e a reação de Beckett quanto a ele. Espero não demorar tanto na continuação, de qualquer forma, peço paciência. Enjoy!
Atenção...NC17!
Cap. 8
Beckett vinha
contendo suas vontades muito bem quando se tratava de Castle. Talvez pelo
período difícil que enfrentara ultimamente, ela deixara o assunto de lado.
Porém, algo mais parecia estar ocupando sua mente. Não era apenas desejo. Ela
continuava sendo seguida, ouvindo piadas e teorias malucas, por conta disso,
percebeu que estava se afeiçoando cada vez mais ao escritor. Na verdade, a
atração sexual foi apenas o primeiro passo para que Kate se deixasse levar
pelos encantos de Castle. O único problema era que um relacionamento, na sua
opinião, era errado e incerto. Além disso, seu comportamento era dúbio. Havia
momentos que Castle parecia apenas querer curtir, sem qualquer
responsabilidade, outras, ele demonstrava ser sensato e sensível como no caso
de Coonan. Dúvidas e mais dúvidas.
Na semana
anterior, ela ganhara um ótimo programa ao lado dele. Um jogo de baseball com
tudo que tinha direito logo após conhecer o próprio Joe Torre. Kate retribuiu o
gesto ensinando Castle a rebater. Ela ficara sensibilizada com a história de
que nunca fora a um jogo com o pai. A experiência mexeu novamente com os seus
sentimentos e seus desejos. Fora difícil resistir a vontade de beijar aqueles
lábios quando estavam dentro do carro. Kate demonstrava autocontrole, mas
somente ela sabia o quanto era complicada a luta que travava com seu corpo e
sua mente para não se entregar.
Não voltara na
terapeuta. Não queria tocar no caso de sua mãe, considerava assunto proibido,
pelo menos por um tempo. Recebera uma chamada sobre um novo homicídio. O corpo
da vítima foi encontrado no parque. Todo o cenário e as características
indicavam crime sexual. Castle empolgou-se com o que viu. Avaliando a cena,
Beckett comentou o tipo de algemas usadas, bom couro e feito à mão. Ele se
surpreendeu com as colocações dela, ficando ainda mais interessado nos segredos
de Kate Beckett. Indicou que apenas algumas lojas teriam aquele tipo de algema,
ordenando aos rapazes para procura-las. Castle continuava assustado e ela
apenas provocava.
A investigação
empolgou a todos. Ryan e Esposito contataram sex shops para conseguir
informações sobre as algemas. Também assistiam algumas demonstrações em seus
sites. Eles estavam intrigados com algumas imagens. Os três não acreditavam
numa cena que se desenvolvia no monitor, uma perfomance e tanto.
- Meu Deus!
Como você consegue ficar nessa posição? – exclamou Castle contorcendo o
pescoço. Ryan e Esposito também tentavam seguir os movimentos. Quando Beckett
se aproximou, fez uma nova revelação, para ela era possível. Castle estava
ficando cada vez mais interessado. Esposito implicava com Ryan sobre sua
namorada imaginária e Kate o defendeu, segundo ela não traria seu namorado ali
também. O comentário acendeu uma luzinha de preocupação na mente de Castle.
Sorrindo e provocando, Beckett decidiu que era assim que gostaria de passar
esse caso. Mexendo com a imaginação de Castle. Indo ao sex shop, a experiência
continuou.
Castle
começara a sugerir aparatos para o tal namorado imaginário que estava disposto
a descobrir se era real ou um truque para deixa-lo intimidado. Mostrando uma
das máscaras com zíper, sugeriu usa-la nele. O proprietário quis atende-lo como
se fossem um casal de iniciantes, mas Beckett tratou de cortar o barato deles.
Examinando a algema, reconheceu como sua e deu informações sobre o rapaz que a
comprou. Tyler Benson e identificou a garota morta também. Jessica Margoulis. Ela
estudava a sociologia da escravidão social e dominação. A colega de quarto não
sabia do paradeiro e indo a universidade, o orientador do projeto revelou que
Jessica passava muito tempo com madame Venom. As informações eram muito
detalhadas. Castle novamente se surpreende com uma declaração de Beckett, após
provoca-la, claro. Como ela conseguia provoca-lo de tal maneira, engana-lo tão
graciosamente?
O jogo de
pensamentos e comentários com segundas intenções continuava entre eles,
especialmente Beckett. Usando linguagem corporal ou mesmo a arma que
aparentemente deveria ser a melhor de Castle, as palavras, ela criou momentos
excitantes e complicados para ele. O tom de voz mandão tão típico da detetive
recitando expressões na qual sugeria uma relação dominante fazendo de Castle o
namorado submisso, o levara à loucura.
Terminado o
caso, Beckett pode conhecer finalmente a namorada de Ryan, Jenny era realmente
muito bonita e eles formavam um belo casal. Ao ver os dois juntos e após toda
aquela brincadeira provocante criada pela dominatrix, ela sentiu-se um pouco
mal por ter desejado algo assim para ela. Nada errado nisso exceto por desejar
algo como o que Ryan tinha com uma pessoa a princípio inusitada, Castle. Quando
ele perguntou curioso sobre o namorado imaginário dela, até pensou em
tortura-lo um pouco. Curiosamente e ainda surpresa por sua decisão, não o fez.
Beckett despediu-se dele normalmente, porém toda a dinâmica e temática girando
em torno de sexo, sensualidade e ideias diferentes sobre dominação e objetos
propícios para atiçar a imaginação de pessoas sobre o assunto pareciam mantê-la
ligada ao tema. Ela quis esquecer as sensações que persistiam em sua mente.
Chegando em seu apartamento, Beckett jogou o casaco sobre o sofá, chutou os
sapatos para longe e passou as mãos na cabeça soltando um longo suspiro.
Um banho
quente, isso! Um longo banho faria sua mente relaxar e esquecer tudo.
Contudo, Kate
estava errada. Assim que deitou-se na água confortável e aquecida da banheira
envolta em sais de vanilla, seu pensamento ao fechar os olhos voltou-se para
Castle. Ela o provocara descaradamente, mas acabara se encrencando com o seu
próprio jogo, o feitiço virou contra o feiticeiro. Agora, Kate Beckett se
encontrava perdida lembrando-se da pergunta dele sobre querer fazer algo mais
com suas algemas do que prender criminosos. Podia imaginar várias e todas
envolviam Castle. Algemá-lo numa cama, cadeira, hum... numa cela do distrito...
Pronto!
Seu corpo
começara a reagir por causa dos pensamentos impuros e, admitia, deliciosos que
ocupavam-lhe a mente. Um gemido involuntário escapou de sua garganta fazendo-a
tocar em reflexo o próprio seio.
Deus! Que
coisa louca! O que aquele homem tinha que mexia tanto com o seu equilíbrio? Sua
sanidade? Será que ele também tinha o mesmo problema que ela ou Kate era a
única perdida da história? Às vezes, ela gostaria de ser uma mosquinha naquele
loft para saber o que fazia. Fechando os olhos, ela se rendeu aos pensamentos
pecaminosos e surpreendentemente, relaxou imediatamente.
Em um outro
canto de Manhattan, alguém mais lutava e se beneficiava de pensamentos impuros.
Castle estava sentado à frente de seu notebook escrevendo um novo capítulo de
seu segundo livro de Nikki Heat. Madame Vernon e seu lance de sexo submisso
mexera com a imaginação do escritor que acabou idealizando uma cena entre seus
personagens onde fazia um trocadilho a uma frase usada por ele mesmo para
Beckett durante aquele caso. O problema é que escrever levava a pensar,
pensamentos conduziam a sensações e seu corpo reagiu visualizando a silhueta de
Kate. Sentiu a pontada na virilha e ao reler o que escrevera, um calor incômodo
o dominou. Daria tudo para estar com ela nesse momento. De repente, o vibrador
do celular o assustou fazendo-o engolir em seco. Ainda consternado, ele atendeu
balbuciando o nome que aparecera no visor.
-
B-Beckett?
- Oi...eu, eu
liguei para saber o que você estava fazendo. É besteira, estou atrapalhando,
esquece - ela já ia desligar, porém Castle interviu impedindo-a com uma voz
baixa que para ela soava sensual.
- Espera...eu
estava escrevendo. O caso despertou minha veia criativa. Kate, está tudo bem?
- Você estava
escrevendo uma cena de sexo sobre mim? - ela soou mais intrigada do que
chateada.
-
Tecnicamente, a cena é de Nikki e Rook, mas vou deixá-la considerar o que
quiser. Você não respondeu a minha pergunta. Algum problema com o qual possa ajudar
a brilhante detetive Beckett? - ela ainda estava perdida na parte onde ele
falara sobre a cena. A curiosidade era uma vontade perigosa, constatou. Para
quem estava inclinada a desligar o telefone, Kate decidiu se arriscar um pouco
mais na conversa mesmo sabendo que poderia se ver em apuros dependendo da
resposta que recebesse de Castle.
- Nikki irá
usar um chicote, Rick? - ela falou provocando o que colocou o corpo de Castle
em alerta.
- Kate
Beckett!!! Você pensou isso de mim? Como ousa?
- Hahahaha!
Tão inocente, Rick...
- Não, Kate.
Não tem um chicote e apesar de parecer pervertido, posso ser um cara muito
comportado e romântico. Ao contrário de outras pessoas... acho que tinha razão
em querer fazer de Nikki uma vadia.
- Cala a boca,
Castle.
- Você
perguntou. Eu respondi. Então, quiproquó, Clarice. Está com saudades?
Entediada, Kate? Foi por isso que me ligou? Oh! O que você está vestindo?
-
Castle...limites, por favor.
- Então,
responda a pergunta.
- Ok, eu
estava me preparando para dormir, mas não consegui tirar a história do caso da
minha cabeça.
- Sexo e
fantasias tem esse efeito nas pessoas. Espere, você estava com esse tipo de
pensamento na cabeça e decidiu ligar para mim? Estou começando a achar que você
quer trocar ideias interessantes comigo ou talvez queira praticar algo? - ele
instigou. Sabia que sua insinuação era equivalente a um blefe no jogo de
pôquer. Podia afastá-la.
- Você se acha
o último biscoito do pacote, não? O todo poderoso. O solteirão cobiçado pelas
loiras siliconadas com mente tacanha. Não é tudo isso, Rick.
- Mesmo? É
essa a opinião que você tem de mim? Para sua informação, eu sou um solteiro
cobiçado e charmoso. Ao que me recordo, você bem que gostou quando esteve em
meus braços, seus gemidos não negam.
- Para alguém
que se acha, você esquece rápido regras básicas sobre mulheres e sexo. Nós
fingimos, Rick.
- Oh, Beckett!
Não jogue essa carta, péssima mão querida. Já tive minha cota de mulheres para
saber quando é real. E acredite, foi mais que real, foi intenso.
- Deus! Você é
muito convencido! - ela exclamara por ser a única coisa decente que poderia
dizer nesse momento sabendo que ele estava certo e que a conversa apenas
atiçara seu desejo.
- O que posso
dizer? Confio no meu taco, Kate - essas palavras fizeram-na estremecer ao
lembrar-se das vezes que ficara com ele.
- Menos,
writer boy... acho que essa conversa me deu sono...
- Sei, uma
desculpa muito tosca detetive. Eu perdoo sua falta de controle quando o assunto
sou eu. Tudo bem. Sonhe comigo, é permitido.
- Boa
noite,Castle.
- Até amanhã,
Kate - ele desligou com um sorriso no rosto. Não somente ligara porque estava
pensando nele, como sabia que sonhar com um momento a dois era certeza para
ambos. Castle fechou o notebook indo diretamente para o banheiro, uma ducha
gelada podia ajudar a se acalmar. Confirmando as suspeitas de Castle, ela
demorou a dormir, porém acordar no meio da madrugada suada por um sonho erótico
provou a bela detetive que o escritor tinha razão novamente.
Nada fora dito
pelos dois na manhã seguinte. Castle, porém, notou que havia uma aura
diferente, estava relaxada e a pegou olhando em sua direção com um sorrisinho
maroto nos lábios, o que o fizera deduzir que acertara sobre o sonho. Dias
depois no 12th distrito, uma nova atmosfera se formaria mostrando a Beckett um
outro lado de Castle que era ainda não presenciara. Ele acabara de chegar na
delegacia de muito bom humor.
- Oi!
- Oi!
- Pergunte
porque estou aqui.
- Sabe, me
faço essa pergunta todos os dias... - ela respondeu sarcástica.
- Era Paula,
minha agente com ótimas notícias sobre meu livro "Heat Wave" quer
adivinhar?
- Advinhar
significaria demonstrar interesse.
- Vou dar uma
dica. As manchetes serão: best-seller de Castle esquenta as telonas.
- Seu livro
vai virar filme? - ela perguntou surpresa.
- E você será
imortalizada nas telas do cinema.
- Tecnicamente
Nikki Heat será, não eu.
- Sim, mas foi
bastante divulgado que você era a inspiração. Quem você quer que a interprete?
- não mostrando interesse, ela se sentou em sua cadeira. Já Esposito e Ryan
vibraram com a notícia dando sugestões para atores os interpretarem na tela,
quando Castle ia perguntar novamente sobre sua preferência, percebeu que ela
atendera a uma ligação.
- Eu gostaria
de reportar um assassinato.
- Pois não... Tem
um endereço?
- Ah, qual a
graça nisso? - fez sinal para os rapazes rastrearem a ligação.
- Quem é?
- Um fã.
- Certo,
conte-me mais sobre esse assassinato.
- Eu o cometi,
é tudo que precisa saber - disse a voz do outro lado da linha. Desligou. Ryan informou
que conseguira, era na Grand Central Station. Eles encontraram o corpo na
segunda cabine telefônica. Alex Peterman, advogado ia pegar o último trem. O
corpo fora acertado com cinco tiros de 45. Ninguém vira nada. Lanie comunicou
que avisaria assim que tivesse mais informações. Castle não perdeu a chance de
perguntar a ela quem gostaria de ver interpretando-a no filme, prontamente
respondeu o que fez ele se voltar a Beckett ainda indignado pelo descaso dela.
- Viu? Já sei
quem pode te interpretar. Angelina, não. Espere - Castle estava pensativo
enquanto ela revirava os olhos - Kate Beckett, Kate Beckinsale. Chamaríamos de
K-Becks - ignorando-o completamente, ela se voltou aos rapazes para saber
maiores detalhes. Uma testemunha havia avistado um suspeito fazendo uma
descrição bem clara dele. Após providenciar um desenho, ela olhava pensativa
para o quadro de evidências. Castle notou a expressão fechada e preocupada.
- O que foi?
- Ele ligou
para relatar seu crime. E aquela voz... É como se tivesse feito por diversão -
ela o olhara incomodada - Não adianta, precisamos de mais informações. Lanie
deverá nos procurar amanhã. Melhor ir para casa,Castle - estava certa,
despediram-se é cedo pela manhã, Beckett ligou para acompanhá-la ao necrotério.
Lanie confirmou
que morrera por múltiplos tiros e que tomara um martini uma hora antes de
morrer. O que chamara a atenção da médica foram as balas. Estavam marcadas a
mão. Castle logo se antecipou curioso com a descoberta. Ordenando as letras,
ele formou uma palavra "kinki" e sorriu para ela. Mas, Beckett teve
um insight e reordenando as balas formou a verdadeira mensagem dada pelo assassino.
Nikki. O nome de seu alterego.
- Nikki Heat.
Por isso ele me ligou. Por isso disse que era um fã. Dedicou este assassinato.
Ele está mandando uma mensagem - disse Beckett - para mim - de repente, o
assassinato tomara outra proporção e havia um clima tenso no ar. Alguém insano
queria jogar com ela, a ideia fez o corpo de ambos estremecer.
De volta ao
distrito, ela atualizara seu capitão quanto ao caso. Um claro exemplo de
insanidade ou perseguição. A chave estava na ligação existente entre Beckett e
Heat. De relance, ela notara o semblante preocupado de Castle. Ele parara de
fazer piada, o que era algo atípico em se tratando dele. Resolveu não tocar no
assunto por hora. Alguém bateu à porta da sala de Montgomery informando que
havia uma ligação para a detetive Heat. Ela e Castle se entreolharam. Beckett
dirigiu-se até sua mesa acompanhada do escritor e dos rapazes prontos para
rastrear o telefonema.
- Conseguiu a
primeira parte da mensagem?
- Consegui.
- Ótimo. A
segunda está no carrossel do Central Park - e desligou. Sem perder tempo, eles
deixaram a delegacia. Beckett contatou o CSU e ordenou que isolassem a área. A
vítima era uma mulher, o MO também foi tiros, quatro dessa vez do mesmo
calibre. Hematomas na lateral esquerda da mulher indicavam possíveis marcas nas
costelas dando a entender que o assassino era canhoto. Lanie retirou as balas
que novamente formavam outra palavra "will".
- Nikki irá, o
quê? - perguntara Castle intrigado.
- Ele está
mandando uma mensagem, mas não sei o que significa - disse Beckett.
- Agora é
oficial, nosso cara é um serial killer - ela percebeu novamente a névoa de
preocupação no rosto dele - pensei que um serial killer fosse o Santo Graal
para os escritores.
- Sim, seria
se o motivo não fosse Nikki Heat. Estou me sentindo um pouco responsável.
- Sério, assim
como os Beatles foram responsáveis por Charles Mason e Helter Skelter, ou Jodie
Foster por John Hinckley por atirar em Reagan.
- Se eu não
tivesse criado Nikki Heat...
- Ele teria
encontrado outro motivo para matar - de repente, vários carros pararam no
acostamento. FBI. Beckett não estava gostando nada disso. Havia uma enorme
possibilidade de perder a jurisdição desse caso. Viu uma agente dando ordens
para outras pessoas até se aproximar dela.
- Nikki Heat,
eu presumo - disse a agente apertando a mão dela.
- É Beckett.
Detetive Beckett.
- Eu sei, li
tudo sobre você na Cosmo. E você deve ser o escritor celebridade. Agente Jordan
Shaw.
- Agente Shaw?
- disse Castle - a mesma Jordan Shaw que resolveu o caso do estrangulador em
Hudson Valey em 91?
- Também sou
boa em Scrabble. Agora que já nos conhecemos, gostaria de ver o corpo.
- Agente Shaw,
meu pessoal já cobriu a área. CSU recolheu provas e estamos vasculhando a área.
Por mais feliz que eu esteja em ver a cavalaria estamos bem.
- Detetive, os
deuses de Matlon Hall me enviaram para resolver um assassinato com ou sem sua
ajuda. Agora, onde está o corpo?
- Isso vai
para o filme - disse Castle fascinado com a presença da agente. Um dos rapazes
se aproximou com uma bolsa. Havia uma carteira. Michele Williams, adestradora
de cães. Ela detectou uma digital e quando pediu para levá-la ao laboratório,
Shaw capturou a imagem.
- Pronto! Já
está no laboratório sendo analisada. Sem sujeira, sem demora.
- Tem um
aplicativo para isso? - Castle tinha os olhos arregalados, parecia um menino
que encontrara o brinquedo preferido.
- Foi por isso
que entrei para o FBI, Sr. Castle, pelos brinquedos.
No distrito,
uma verdadeira invasão tomava conta do lugar. Equipamentos e caixas eram
montadas por vários homens. Castle se aproximou dela que tinha cara de poucos
amigos.
- Estão
montando a sala de guerra. Conte-me tudo que sabe sobre a agente Shaw.
- Ela é você
na versão federal. Com 25 anos ela solucionou o caso do estrangulador, salvou a
vida da menina.
- Nunca o vi
tão entusiasmado com uma pessoa antes - o comentário de Beckett demonstrava uma
ponta de ciúmes, imperceptível para Castle. Este se mostrava maravilhado com os
aparatos instalados, tudo digital. Em questão de segundos, eles compararam os
perfis das duas vítimas traçando paralelos em suas vidas. Tinham todas as cenas
e provas digitalizadas a sua frente. Viu um rapaz chegar com duas caixas
contendo cerca de cem exemplares de Heat Wave. Shaw explicou que se o assassino
é obcecado por Nikki então todos seriam.
- É preciso
uma mente para caçar outra mente. Esse cara, ele comete assassinatos e liga
para reportá-los. Ele gosta de aparecer. É diferente, a maioria nem sabe
amarrar os sapatos. Diria pelo perfil que é um incendiário. Daí a escolha de
Nikki Heat. Faça o resumo - ela ordenou que o outro agente falasse. Castle
ficara incomodado com o jeito parco que tratavam seu best-seller. Beckett
também estava envergonhada fazendo questão de dizer que era ficção quando
mencionaram a transa entre Nikki e Rook, afinal todos os olhos estavam voltados
para ela.A risada suprimida da agente Shaw indicava que não acreditava nisso, o
próprio Castle se sentiu valorizado e satisfeito com a forma que todos
entenderam a ideia de que eram ele e Beckett projetados nas personagens. Agente
Shaw pediu que todos lessem o final do livro para descobrir o assassino. Um dos
federais identificou a digital como presente nas duas cenas, com isso seguiram
para prender o tal Donald Salt. Beckett e Castle se juntaram a ela ficando de
tocaia enquanto esperavam os demais agentes para invadir o local. Nesse
instante, Shaw percebeu que Castle cutucava seus óculos de visão noturna.
Intrigada, começa a puxar conversa com Beckett.
- O que ele
está fazendo?
- Ele...toca
as coisas.
- Óculos de
visão noturna, o meu é melhor. Sabe no meu terceiro livro de Heat, Nikki
duelará com uma bela, porém sem sentimentos, agente do FBI. Chamarei de Federal
Heat - os olhares frios de Beckett e Shaw caíram sobre ele - ou talvez não.
- A quanto
tempo está dormindo com ele?
- Não estamos
dormindo juntos. Ele só me observa.
- Sim, eu vejo
como ele a observa. Eu faço perfis, raramente estou errada.
- Dessa vez
está...errada.
- É verdade,
tirando meu segundo casamento, essa é a relação mais assexuada em que já estive
- Castle lançou um olhar maroto para Beckett que agradeceu mentalmente por ele
não ter aproveitado o momento para se exibir com os supostos deslizes.
- Se não estão
dormindo juntos, por que o mantém por perto?
- Sabe que eu
posso ouvir vocês? - retrucou Castle.
- Ele se
mostrou surpreendentemente útil.
- Vou ter que
acreditar na sua palavra – ela sorriu observando as ruas – ok, o time está aqui.
Você – disse olhando para Castle – fique no carro.
- Castle, você
a ouviu. Fique no carro – Beckett demonstrava uma satisfação enorme em seu
sorriso por poder manda-lo ficar, não que ele fosse obedecer, conhecia muito
bem o homem ao seu lado.
O esquadrão,
porém, estava adiantado. Quando estavam na porta, o suspeito chegou na porta de
seu apartamento com um sacola de compras entendendo que algo muito sério estava
acontecendo. Jordan gritou para que ele parasse de correr enquanto o
perseguiam. Vendo o que acontecia, Castle não perdeu a chance. Abriu a porta e
com a arma de choque da agente na mão, ele o atingiu derrubando-o. Beckett o
algemou e percebeu que estava faltando um dedo mindinho. Levado a
interrogatório, ele confessou ter visto um anúncio na internet pagando cinco
mil dólares por um dedo, era um ótimo negócio. Contatou o telefone e tudo o que
precisava era ter uma ficha criminal que o fizesse passar por um possível
suspeito com recente quebra de condicional. Ele sabia que a detetive Heat o
acharia. Em seu mindinho havia um recado para ela. Beckett desfez o curativo
com calma de modo a não danificar a possível pista.
No
esparadrapo, vários números pareciam formar uma espécie de código. Decifre o
código, tenha a próxima pista. O agente Avery colocou a informação no sistema
do FBI já rodando para descobrir o que aquilo significava. Porém, apesar dos
brinquedinhos havia algo faltando para entender o código. Seu parceiro os
considerou aleatórios, agente Shaw discordou dele.
- Não é
aleatório. Ele comprou o dedo de um homem, para deixar uma digital que nos
traria até este código. É como provoca Nikki: "É esperta o suficiente para
resolver o enigma"? Então, qualquer que seja esta chave, ele acha que pode
encontrá-la.
- Os números
podem significar qualquer coisa – disse Beckett olhando para os números na tela.
Castle também analisava atentamente os dados.
- A coluna da
esquerda é inferior que 300. A da direita, não é mais que 260. E parece que a
combinação dos pares produz uma palavra.
- Palavras! –
o rosto de Castle se iluminou pegando os exemplares do seu livro - É "Heat
Wave". Quando é feito um manuscrito, o normal são 300 palavras por página.
E "Heat Wave" tem menos que 300 páginas. A primeira coluna é o numero
da página, 69... E a segunda coluna é uma palavra. 32, 33. "Eu".
-126, 80.
"Vou" – checou Shaw.
-145, 204.
"Matar" – checou Beckett.
-"Eu vou
matar"...
- Esperem.
Estou mandando o arquivo agora – disse Avery. Na tela, as palavras ganhavam
vida formando uma frase que Castle leu em voz alta.
- "Eu...
vou matar mais alguém antes... da meia noite de hoje, a menos que me
impeçam".
- Meia noite.
É daqui a 8 h – disse Beckett - Ele está nos impondo um tempo. Está nos
desafiando a detê-lo.
Meia hora depois, Castle retornava da minicopa
com uma xícara de café nas mãos. De longe, pode observa-la sentada de frente ao
quadro branco, seu verdadeiro objeto de trabalho. Os olhos focados nas
informações já dispostas ali. Estava pensativa, seu semblante exibia preocupação.
A forma como ela se envolvia na investigação sempre o intrigou. Ela mergulhava
nos detalhes, cada pequeno fato importava. Dessa vez, sabia que ia além de
fazer justiça e trazer paz para aquela família, havia a culpa. Apesar de não
falar abertamente, ele pressentia em sua linguagem corporal, suas expressões
que Beckett sentia-se culpada. Ele estava usando seu nome para matar. Tirar a
vida das pessoas era um hobby, um jogo para aquele serial killer que se
entitulava um fã. Castle também estava irritado consigo mesmo. Era sua
personagem que dava a motivação para que aquele homem cometesse atrocidades
contra a vida humana. Aproximando-se dela, ele escolheu brincar um pouco,
quebrar o ambiente carregado que se instalara ao redor dela.
- Voltando à
velha escola?
- O quadro
sempre funcionou para mim. Tenho estudado as rotas de metrô, tentando traçar um
padrão da Estação Central para o carrossel para a nova localização e, até
agora, nada.
- Talvez haja
algo sobre como escolhe as vítimas. Primeiro um homem, então uma mulher.
- Um advogado e
uma babá de cães? Vamos encarar. Não há nenhum padrão – disse Beckett - Não há
como prever aonde ele irá. São quase 9h00 e estamos sem tempo. E a cada crime
que comete em nome de Nikki Heat...
- Uma mulher
muito sábia uma vez me disse, "Você não pode culpar Jodie Foster por John
Hinckley". Mas pode culpá-la por "A Ilha da Imaginação".
Avery recebeu
o relatório do exame da fita onde estava o código, ambos voltaram à sala de
guerra. Beckett pedia detalhes para o agente.
- Positivo
para formol, metanol e etanol – no mesmo instante, Shaw e Castle se
entreolharam falando ao mesmo tempo.
- Fluido de
embalsamento – de repente, Beckett se sentiu incomodada. A agente e seu suposto
escritor faziam uma dança de possibilidades da mesma maneira como ela estava
acostumada a ter com Castle por várias vezes. Não admitiria, mas naquele
momento o sentimento ia além do incomodo, Beckett estava enciumada. Ela tentou
interferir na dinâmica dos dois, porém a agente descartou qualquer ajuda
comprando a teoria de Castle de que o nosso assassino trabalhava no necrotério.
Resumindo a pesquisa usando a ideia dele, chegaram a seis lugares. Ordenou que
as tropas o trouxessem até o distrito e por fim, dirigiu-se a Beckett.
- Entendi o
que quis dizer sobre ele ser útil.
A força
policial se movimentou bem rápido. Vários suspeitos estavam nas salas de
interrogatório, mesmo assim, Beckett não se dava por satisfeita. Aquilo estava
errado. Estavam apenas perdendo tempo, ele estava brincando com eles da mesma
forma que fizera com a digital. Eles estavam se perdendo. Quando se decidiu por
deixar a sala de observação para continuar sua própria investigação, Ryan
avisou que havia um telefonema para Nikki Heat. Claro que o mesmo seria
monitorado. Respirando fundo, ela atendeu.
-Alô.
-Nikki? Você
devia me deter. Quero que você me detenha.
-Diga-me onde
você está.
- Você vem
sozinha?
- Sim, só você
e eu. Podemos resolver isso. Posso ajudá-lo. Só precisa confiar em mim.
- Diga-me
algo... Como se sente sabendo que falhou? – aquelas palavras foram um golpe
baixo. Para Beckett, era como uma facada no coração. Ela não o entendia, ela
não decifrara seu jogo, errara. Isso custara a vida de outro inocente. Eles
chegaram ao endereço rastreado. Fazia pouco tempo que ele saíra dali. Devia ter
um corpo em algum lugar naquela garagem. Realmente existia uma vítima, sangue
pelo chão e quatro cartuchos de balas denunciavam isso. Beckett deduziu que ele
havia levado o corpo em sua caminhonete ou em um carro roubado provavelmente.
Shaw disse que iria rastrear a placa logo que a identificasse na filmagem das
câmeras de segurança da garagem.
-Mandaremos um
alerta geral.
-Meu pessoal
fará uma lista de todos os mensalistas desse estacionamento – disse Beckett
querendo assumir o controle.
- Meu pessoal
já está nisso. Tenho mais do que você. Tem uma unidade em seu apartamento –
disse Shaw - Vá para casa. Descanse.
- Não é...
- Sem
argumentos. Você não é útil pra mim se estiver exausta – eles deixaram a
garagem. Beckett passou a mão nos cabelos, irritada. Um último olhar para
Castle e decidiu ir para casa, mesmo que contrariada. Castle decidiu por não
insistir nesse momento, sabia que precisava de um tempo sozinha. Droga! Ele
também precisava desse tempo. Sua mente estava fervilhando diante dos últimos
acontecimentos. Estava preocupado. Ao chegar em casa, encontrou sua mãe
assistindo a TV ainda confusa pela situação que estava vivendo. Porém, bastou
um olhar para o filho para saber que ele precisava de mais ajuda que ela.
- Tudo bem?
- Este caso, é
só que... Se não fosse pelo meu livro...
- O que vai
fazer, querido? Parar de escrever, por causa de um idiota com um parafuso
solto?
- Não, é só
que... Nunca tive a intenção de colocá-la em perigo.
- Deixe-me lhe
dizer uma coisa sobre Kate Beckett. Essa garota sabe se cuidar. De verdade.
Ele
compreendia o que a mãe queria dizer com relação ao lado profissional. O lado
policial. Contudo, sua mãe não tem ideia de como Beckett era sensível e frágil
quando as suas obrigações profissionais colidiam com as pessoais. Porque para
Kate, sempre seria pessoal. Sua experiência no passado demonstrava isso. Não
queria vê-la triste, ameaçada ou culpada. De fato, nunca se perdoaria se algo
acontecesse a ela. Precisava estar ao seu lado. Esse era o tipo de caso que não
se podia abandonar o parceiro, especialmente se ela pudesse estar em perigo.
Não se importava com o que ela diria. Kate Beckett podia espernear o quanto
quisesse, ele permaneceria ao seu lado.
Apartamento de
Beckett
Kate chegara e
dedicava-se a um bom banho. Reconhecia que estava cansada, a tensão do caso
esvaíra suas forças. Estava frustrada por se encontrar numa enrascada como essa.
Detestava ficar dependente de uma outra pessoa. Ela não era vítima, era uma
detetive. Sabia lidar com bandidos, assassinos. Não era um bebê! Claro que sua
mente não conseguia desligar do fato de ter um serial killer à solta matando em
seu nome, ou melhor, no de Nikki.
A quem ela
queria enganar? Ela era Nikki. Com sua experiência, Beckett deveria não se
afetar com essa informação. Não podia se envolver com os detalhes. Era
impossível. Ela se importava demais com tudo, as vítimas, as famílias. Não
podia evitar. Era quem ela era.
Estava sentada
no sofá comendo um pouco. Pedira comida chinesa. Passara mais de doze horas sem
se alimentar. Como poderia? Sua mente estava nas vítimas e na vontade de
prender aquele maníaco. À sua frente, estavam anotações e sua pasta do caso.
Podia ter sido expulsa da investigação temporariamente, mas isso não a
impediria de trabalhar em casa. Ainda tinha Castle. Diante dos últimos
acontecimentos, ela tivera vários sentimentos contraditórios com relação a ele.
Detestava a maneira como ele se empolgara com a agente Shaw. Por alguns
momentos, parecia que a esquecera por conta dela. Sentira ciúmes dele. Novamente,
outro sentimento a consumiu. Vê-lo preocupado com o desenrolar do caso, da sua
possível influência sobre o maníaco apenas por criar Nikki foi algo bem interessante.
Chegou a ser doce a maneira como ele encarou o impacto do seu trabalho na vida
dela.
Perdida em pensamentos,
ela havia se isolado do resto do mundo. Por isso, demorou um pouco para
perceber alguns barulhos estranhos vindos do corredor. Beckett se levantou
aproximando-se do armário próximo à porta procurando por sua arma backup. Ela
sabia que uma patrulhinha estava na esquina de sua casa, vigiando-a desde que
chegara em casa. Tratou de dispensa-los, apesar de não saber se a obedeceram.
Porém, sua vigília ali não significava muito quando não se conhecia o real
assassino à solta. Com extrema cautela, ela destrancou a corrente da porta
preparando-se para abri-la de arma em punho. Com a porta escancarada e a arma
apontada para o seu rosto, Castle encolheu-se todo diante da situação. Ao
reconhecê-lo, o sentimento foi de surpresa.
- Castle? O que
está fazendo aqui? – recuperando-se do susto, ele perguntou já se convidando
para entrar.
- Vinho? –
enquanto servia a bebida para os dois, Castle resolveu perguntar sobre a
viatura.
- O que
aconteceu com a segurança? Não vi ninguém.
- Eu os
dispensei assim que cheguei – Castle olhou feio, não podia acreditar na
teimosia dela.
- O que? As
janelas estão trancadas, a porta está trancada. Estou armada – definitivamente
não tinha argumentos contra isso, ainda assim se preocupava. Mas Beckett
mantinha seu foco no caso, queria debatê-lo com Castle, sozinha, já que não
teve essa oportunidade antes - Nosso cara matou os outros onde foram
encontrados. Por que não esta menina? Por que não a deixou na garagem para a
encontrarmos?
- Ele está
mudando – Castle sugeriu sentando-se ao lado dela com as duas taças de vinho.
Estendeu uma a Beckett.
- Ou esta
vítima é especial. Não, obrigada.
- Não, a
agente Shaw disse para nos distrairmos. Nada descontrai mais do que um vinho
francês de 2000 – tornou a oferecer a bebida.
- Se a agente
especial Shaw disse, então... – ela deixou escapar um sarcasmo.
- O que isso
quer dizer?
- Nada. Apenas
vi o jeito que a ouve, o jeito que olha todos os seus fantásticos equipamentos.
Agora meu quadro não é bom o suficiente pra você? Precisa de um inteligente?
- Está com
ciúmes?
- Não estou
com ciúmes, estou envergonhada pela forma como age como criança, impressionado
com sua matriz de dados. "Ela recolhe informações tão rápido, Agente Shaw.
Diga-me tudo sobre ele".
-Você é
ridícula.
-E agora faz
uma teoria com ela.
-E daí?
- Você deveria
teorizar comigo, ser da minha equipe.
- Pensei que
estávamos na mesma equipe.
- Estamos. Só
acho que se você tem uma ideia, deveria me contar primeiro.
- Tudo bem.
Contarei. Agora beba seu vinho.
- Obrigada –
ela sequer tomou um gole e recusou a taça - Mas estou cansada. E preciso ir
dormir – disse indicando a porta.
- Não. Não vou
embora. Estou aqui para te proteger.
- Com o seu
vasto arsenal de inteligência? – provocou.
- Há um louco
atrás de você por minha causa. Não vou deixá-la sozinha.
- Tudo bem. Estou
muito cansada para discutir. Mas se eu vir a maçaneta virar, você verá, Sr.
Castle, que durmo com uma arma.
- Entendido –
ela se dirigiu ao quarto enquanto Castle se arrumou no sofá apoiando sua cabeça
numa das almofadas e a taça de vinho nas mãos. Um sorriso de satisfação
formou-se em seu rosto. Então Beckett estava incomodada com a presença da
agente Shaw. Ciúmes. Isso era um bom sinal. É verdade que o momento não era tão
oportuno para que ela demonstrasse esse tipo de atitude. Havia um serial killer
no encalço dela. Um louco que se inspirava na sua personagem para matar e desafiar
a bela detetive Beckett.
Ela
provocara-o ao falar de sua proteção, porém Castle estava disposto a esquecer
porque afinal, não era todo dia que Kate contava, mesmo que de modo torto, que
tinha ciúmes dele. Fazia tempo desde que tiveram seu último momento íntimo.
Sentia saudades de estar perto dela, não como fazia no dia a dia. Dividir a
mesma cama, abraça-la. Sentir o calor de seu corpo. Não devia estar pensando
nisso, não era apropriado ainda mais com ela a poucos metros de si, dormindo na
cama, relaxada. Ele não se perdoaria se algo acontecesse com Kate. Precisavam
prender esse assassino o quanto antes. Terminou a sua taça de vinho e começou a
beber o que estava na dela. Virou mais um pouco da garrafa. A bebida era sua
companheira da madrugada.
No quarto,
Kate remexia-se entre os lençóis. Não conseguia dormir sabendo que Castle
estava na sua sala, supostamente tomando conta dela. A culpa ainda estava
presente em seu semblante. Não queria que ele se sentisse assim, Nikki Heat não
tinha nenhuma responsabilidade por aquelas mortes. De repente, ela sentou-se na
cama. Era estranho tê-lo tão perto de si e se manter alheia a sua presença. Não
conseguiria.
Kate ficou
surpresa ao constatar que expressara sua frustração para ele com relação a
agente Shaw. Era ciúmes, lógico. Ele acertara em cheio. Conhecendo Castle, ele
devia estar rindo com as paredes pela declaração dela. Ele já achara o máximo
perceber ciúmes da parte dela, imagina agora com a confirmação. O que estava
pensado? O cara estava na sua sala, preocupado com sua segurança e você
pensando em ego? Em exibicionismo? Percebeu que queria conversar, talvez agora
aquele vinho caísse bem. Consultou o relógio. Duas da manhã. Ergueu-se da cama. Vagarosamente abriu a porta
do quarto temendo que ele estivesse dormindo.
Antes de
anunciar sua presença, ela ficou parada admirando a silhueta do corpo dele. Não
percebeu que ele estava acordado. Ela queria poder tirar a preocupação do
semblante dele, porém como faria isso se nem ao menos conseguia entender o que
motivava esse maníaco, por que essas pessoas, tantas mortes? Tudo era uma
simples obsessão?
- Não consegue
dormir? – a voz baixa, quase como um sussurro a pegou desprevenida – sente-se –
ele se ajeitou no sofá para dar espaço para que ela sentasse. Beckett suspirou
e acomodou-se ao seu lado.
- Você vai
ficar dolorido nesse sofá. Por que não vai para casa? – ela perguntou.
- Já disse a
você. Estou aqui para protegê-la, cuidar da detetive mesmo que seja apenas um
escritor já salvei sua vida antes. Além do mais, foram minhas palavras que
criaram Nikki Heat, o que levou um maluco a matar e colocar sua vida em perigo.
Detesto pensar que possa se ferir por minha causa. Não suportaria vê-la em uma
cama de hospital, ou pior... – Beckett colocou o indicador sobre os lábios dele
para fazê-lo calar-se.
- Pare de
falar besteira, Castle. Ninguém vai morrer. Você é um escritor. Nikki, uma
personagem e o assassino é um louco como tantos outros que já surgiram na minha
vida. Ele já era mentalmente instável antes de Heat Wave.
- Ainda assim,
detestaria saber que causei mal a você. Não me perdoaria, Kate. Eu me importo
com você. Sei o quanto você é comprometida com o seu trabalho, com as vítimas,
é capaz de esquecer da sua própria quando luta por eles – a sinceridade e
ternura nos olhos azuis fez o coração de Beckett saltitar. Como ele poderia ser
tão galanteador, tão encantador? Sentiu a mão dele sobre a sua. O toque suave,
quente. Sentia falta daquelas mãos. Estava feliz por Castle ter insistido em
ficar.
- Será que
ainda tem um pouco daquele vinho? Eu poderia beber uma taça agora... – ela
disse sorrindo – você tomou toda a garrafa? – perguntou ao ver as taças vazias
sobre a mesinha de centro.
- Não, guardei
um pouco para mais tarde – Castle disse pegando a garrafa que repousava ao lado
da mesinha ainda pela metade. Encheu a taça dela e serviu-se de uma dose menor
na sua. Kate sorveu o liquido devagar. Era um tinto encorpado delicioso.
Percebeu que a mão dele continuava sobre sua perna movimentando-se em círculos.
O simples gesto mexia com seus sentidos. Deixando o copo sobre a mesa, Kate
tornou a fita-lo. O seu olhar dessa vez demonstrava desejo. Ele estava ali, espremido
em seu sofá porque pensava poder protegê-la, mesmo sabendo que ela estava
armada. Provavelmente se algo acontecesse naquele apartamento, seria ela quem
defenderia os dois. Sorriu. Pouco importava o que aconteceria, era a atitude de
Rick Castle que a fizera dar o próximo passo.
Kate
aproximou-se tirando a taça de suas mãos. Com uma leve batida de ombros, ela
abriu o sorriso antes de tocar-lhe o rosto acariciando-lhe suavemente a pele
com as costas da mão. Castle virou o corpo para observa-la melhor. Ela
inclinou-se buscando a boca convidativa a sua frente. De olhos fechados, o
beijo começou lendo e preguiçoso. Uma espécie de conforto experimental. Ele a
deixara guiar, afinal fora ela quem tomara a atitude de iniciar um novo contato
entre eles. Quando as mãos de Kate seguraram-lhe o rosto, sabia o que estava
por vir. O beijo intensificou ganhando novas proporções. A língua invadiu sua
boca buscando prova-lo melhor. Castle a puxou pela cintura para junto de si. As
mãos escorregavam pelo corpo dela em busca da pele macia. Por baixo da blusa
folgada, o toque dos dedos ágeis e quentes fazia Kate gemer entre seus lábios.
Castle
projetou seu corpo sobre o dela deitando-a no sofá. Os lábios exploravam o
pescoço, os ombros, o colo. As mãos mantinham-se ocupadas puxando a calça de
moleton. Beijou-lhe entre os seios e mesmo sobre o tecido podia ver a reação
positiva dela. Com as pernas longas à amostra, ele usava uma das mãos para
toca-la e instiga-la em seu centro enquanto a outra acariciava seu seio por debaixo
da blusa. O corpo dela arqueava, contorcendo-se contra suas mãos buscando
contato com o corpo dele. Em meio às sensações, ela conseguiu elaborar algumas
frases.
- Você tem
muitas roupas, Castle... – após um gemido longo provocado por umas mordidinhas
dele em sua pele das coxas, ela decidiu – vamos para o quarto, quero você na
minha cama, sem qualquer roupa – ele a ergueu no colo dirigindo-se ao quarto.
Colocou-a gentilmente na cama, sorrindo e roubando-lhe mais um beijo antes de
livrar-se das calças e da camisa para se juntar a ela. Estava excitado por
poder tê-la em seus braços novamente e por estar ali, em seu quarto. Quando
juntou-se a Kate na cama, lembrou-se das palavras dela algumas horas antes.
- Você não tem
uma arma na sua cama, realmente. Tem? – ele parecia incomodado com a ideia.
Isso apenas fez Beckett sorrir.
- Não, está na
gaveta da cabeceira. Só queria enfatizar quem manda nesse lugar. Vem cá,
Castle. Termine o que começou – ele se inclinou sobre o corpo dela tomando-lhe
em um beijo excitante. Suas mãos encarregavam-se de acariciar os seios, brincar
com eles apertando os mamilos, puxando-os. Os lábios ainda estavam perdidos nos
dela. Quando quebrou o beijo, sentiu as pernas dela enroscarem-se na sua
cintura favorecendo o contato com o membro rijo e pronto para penetra-la.
Antes, porém, Castle provou seus seios com a boca. Sugando-os, a língua
contornando-os com destreza até ficar satisfeito ao vê-la contorcer-se e
agarrar os lençóis com a mão. O corpo de Kate indicava que logo estaria próxima
a um orgasmo. Então, ele dedicou-se a explorar outra parte do corpo que seria
sua rendição. Afastando as pernas dela, não fez jogos, apenas a provou com a
língua arrancando um grito prazeroso dos lábios da bela mulher entregue
completamente aos seus cuidados e desejos.
Kate gemia
recebendo o prazer das sensações que ele a proporcionava. Deus! Isso era muito
bom! Sentia muita falta de ter aquele homem a acariciando, levando-a a lugares
desconhecidos e fazendo-a esquecer qualquer outro problema por alguns minutos.
Aos poucos, o tremor do corpo foi dando lugar a um calor excitante que a tomava
da cabeça aos pés. A explosão do primeiro orgasmo aconteceu, fazendo-a
agarrar-se nos lençóis com uma das mãos enquanto a outra empurrava o ombro de
Castle implorando por mais, querendo mais.
Ele ergueu a
cabeça para observa-la durante o orgasmo. Havia uma aura de prazer e beleza
ainda maior em seu rosto. A pele vermelha, os olhos fechados e o som
ininteligível escapando de seus lábios. Clamava por mais, ele deduziu e os
gemidos passaram de prazerosos para reclamações. Castle sabia bem porque.
Sorrindo, ele voltou a colocar seu peso sobre o corpo dela. Seu alvo dessa vez
eram os lábios. Antes, ele mordiscou-lhe o queixo e brincou com a língua nos
lábios dela. Kate o puxou pela nuca aprofundando o contato.
De repente,
ela apertou-o contra suas pernas e trocou de posição. Estando sobre ele, Kate
quebrou o beijo apoiando-se no peito dele com as mãos. Sorriu ao se inclinar
novamente sobre os lábios dele usando a língua para explorar os lábios dele
antes de render-se novamente ao beijo. Segurou o membro dele em suas mãos e
preparou-se para recebê-lo. A sensação do corpo deslizando sobre o pênis duro
era maravilhosa. O vazio desapareceu, deixando um gemido escapar de seus lábios.
Kate começou a mover-se sobre o corpo dele. Castle atracou as mãos em sua
cintura ajudando-a a impor o ritmo. Juntos, eles realizavam uma dança
sincronizada. As mãos espalmadas no peito musculoso dele deslizavam até os
braços fortes. Por um desejo maior, ela debruçou-se sobre o bíceps mordendo o
músculo e sorrindo pelo gesto. Então, Castle deu uma estocada forte e rápida
que a fez gemer. Repetiu o gesto fazendo Kate jogar o corpo para trás pronta
para ser preenchida por um novo orgasmo de prazer.
Vendo-a sucumbir
completamente ao prazer, Castle deixou sua mão deslizar sobre o corpo dela
acariciando-a. Ergueu-se da cama encontrando-se com ela. Os lábios foram tocar
o pescoço distribuindo beijinhos na pele quente. Novamente um beijo aconteceu.
Kate deixou seus braços enroscarem-se ao redor dos ombros de Castle o que
facilitou o contato e o sincronismo de ambos. Ele forçava-se dentro dela
aumentando o prazer do orgasmo preparando-se para ceder ao pedido de seu
próprio corpo. Beijou a garganta exposta a sua frente e com mais uma estocada,
ele simplesmente deixou-se levar pelo desejo.
Enquanto
desfrutavam juntos de mais um orgasmo, Kate deixava-se ser envolvida pelos
braços fortes dele. Castle desabou no colchão trazendo-a consigo em meio a um
beijo. As sensações provocadas por esse momento era diferente das demais. Havia
um carinho a mais, um conforto a mais. O beijo que recebera e retribuíra a
Castle naquele instante trazia sentimentos mais fortes, sinceros. Ao deitar-se
sobre o peito dele, sentindo o calor do corpo e as carícias dele, ela relaxou
sentindo-se bem pela primeira vez desde que esse caso começara. Kate ainda não
sabia como explicar o que estava sentindo realmente. Apenas reconhecia que
precisava desse momento, dessa demonstração de carinho. Adormecera quase
instantaneamente após o último beijo trocado com Castle.
Pela manhã ao
acordar, deparou-se com a cama vazia. Estranhou a forma como aqueles lençóis
bagunçados e o colchão frio a deixaram com uma sensação incômoda. Levantando-se
para ir ao banheiro, ouviu barulhos na cozinha. Vestiu-se com a mesma roupa de
antes e encontrou-o em plena atividade na cozinha. O cheiro de café
adentrava-lhe as narinas quase a convidando a jogar-se em seus braços pelo
gesto. Ele fazia panquecas. Meu Deus! Que homem era esse? Era tudo resultado da
culpa? A vontade era de tascar um beijo naqueles lábios, mas não seria a
atitude correta. Eles estavam no meio de uma investigação, ela não poderia
continuar seu momento de prazer com um corpo desaparecido. Estava na hora de
esquecer o momento de deslize que se dera na madrugada e agir como se nada
houvesse acontecido. Vestir a máscara uma vez mais. Haveria tempo para pensar e
teorizar a respeito de seus atos daquela noite depois. Lembrou-se do que a
agente Shaw falara sobre raramente errar nas suas avaliações quando insinuou
que eles estavam dormindo juntos. Ela era boa, afinal não errara.
- Você ainda
está aqui... E fazendo panquecas?
- Eu queria
bacon e ovos, mas seus ovos estão estragados e seu bacon tem algo peludo.
- Sim, eu
geralmente peço delivery.
- Percebi
devido ao templo de isopor que tem na geladeira. Café misturado. Acho que seu
filtro está quebrado. Pedirei um novo para você.
- Parece que
você pensou em tudo – disse impressionada de ver a habilidade e a facilidade
com que tramitava em sua cozinha.
- Com exceção do
jornal – ele deixou o que segurava sobre o balcão dirigindo-se à porta para
pegar o jornal.
- Castle, não
temos tempo para o jornal. Há um corpo lá fora que tenho que encontrar.
- Parece que
ele encontrou você – bastou abri-la e o corpo da mulher invadiu a sala do
apartamento de Beckett. Ambos se olharam. Sabiam que o café estava suspenso.
Além disso, deveriam dar explicações sobre o motivo de Castle estar ali. Um
simples olhar dela o fez perceber sua preocupação. Ele se aproximou, acariciou
o braço dela – hey, tudo bem. Vamos nos organizar, certo? Tome o seu café, você
vai funcionar melhor com ele. Coma uma panqueca também. Precisa de energia para
enfrentar o longo dia.
- Castle,
teremos que chamar a equipe e o FBI... eu...
- Sim, você
fará isso. Ninguém precisa saber o que aconteceu aqui à noite. Já deixamos bem
claro que não dormimos juntos para a agente Shaw e quanto aos rapazes, acho que
podemos dobra-los. Confie em mim, não direi nada. Será como das outras vezes,
nunca aconteceu. Porém, antes de esquecermos completamente, quero que lembre-se
do que disse. Não a deixarei sozinha. Ficarei ao seu lado e você pode contar
comigo para o que precisar. Estou sendo sincero.
- Eu sei que
está. Obrigada – ela respondeu com um belo sorriso antes de tomar um pouco do
café e provar a panqueca – hum, essas panquecas estão muito boas. Você me
surpreendeu, Castle.
- Ah, Kate...
tenho meus segredos também – piscou para ela. Quinze minutos depois, ela ligava
para o distrito. Eles não demoraram a chegar e como já esperava os olhares
curiosos de Ryan e Esposito iriam transformar-se em perguntas bem capciosas
para os dois. Ryan encarregou-se de entrevistar Beckett primeiro.
- Você tinha
acabado de acordar, certo?
- Sim. Castle
estava acabando de fazer o café da manhã e foi até a porta...
- Que tipo de
café da manhã?
- Como? – não
acreditava que ele estava perguntando isso.
- Que tipo de
café da manhã ele estava fazendo?
- Panquecas.
- Isso não é
doméstico?
- Enfim, o jornal
chega às 4h00, e nós acordamos às 7h00. O assassino teve 3 h para deixar o
corpo sem ser notado.
- A que horas
você e o Sr. Castle foram para cama ontem? – entendendo a pergunta dele,
Beckett cortou logo o barato.
- Acho que
terminamos por aqui – do outro lado da sala, Castle sofria o mesmo tipo de
questionamento de Esposito.
- Cara, eu
vejo a Beckett de pijama, taças de vinho na mesa.
- Não há nada
acontecendo entre Beckett e eu. Não mais do que havia ontem.
- Cara, você
fez panquecas? – perguntou Ryan. Diante das insinuações, ele afirmou.
- É apenas
café da manhã.
- Panquecas
não são apenas café da manhã – disse Esposito - É uma maneira comestível de
dizer: "Muito obrigado pela noite passada".
- Castle,
vamos lá, somos seus amigos. Detalhes – pediu Ryan. Pensando em uma maneira de
para-los, Castle resolveu entrar no jogo dos dois.
- Tudo bem.
Venham aqui – quando os dois se aproximaram ansiosos para ouvir o que Castle
tinha a dizer, ele sorriu e gritou ao ouvido deles - Não há detalhes.
- Não consigo
nem olhar para você agora – disse Esposito.
- Testemunha
se recusa a cooperar – Ryan escreveu em seu bloquinho. Agente Shaw e Beckett
estavam ajoelhadas observando o corpo.
- Agora
sabemos porque ele levou o corpo – Shaw disse.
- "Sei
onde você mora". Foi uma ameaça – afirmou Beckett.
- Mais que
isso. Ele está dizendo que está desapontado com você. Na cabeça dele, ele te
deu avisos claros de que mataria novamente. Se tivesse sido mais esperta, teria
sido capaz de pará-lo. Ele está dizendo que este foi sua culpa – ao ver a
preocupação e o medo no olhar de Kate, Shaw completou - Estou traçando o perfil
dele, Detetive, não concordando com ele. O cara é um maldito maluco. Não o
deixe te pegar.
- Falando em
ironia... – Castle mostrou a noticia do jornal que perguntava se o maníaco
atacaria novamente.
-Temos a
identidade da vítima? – perguntou Beckett.
- Não, ainda
não. Não tem bolsa, nem ocorrência de pessoa desaparecida. A van do legista
está lá embaixo. Levaremos o corpo ao necrotério e pegaremos os projéteis. Só 4
ferimentos de entrada. Se o padrão se mantiver, teremos uma palavra de 4
letras.
- Engraçado.
Também tenho uma palavra para ele – desabafou Beckett.
- Por que não
escoltam o corpo ao necrotério e me contem o que descobrirem? – a agente deu
uma olhada bem interessante em ambos - Assim que estiver vestida, claro – assim
que ela se distanciou, Beckett apenas anuiu sem dizer qualquer palavra olhando
para Castle. O show estava longe de terminar. Suspirou. Ao chegarem no
necrotério, mais insinuações.
- Oi. Soube
que estavam fazendo panquecas, quando o corpo foi abandonado.
- Nada
aconteceu.
- Certo... –
disse com um tom de descrença.
- Então, o que
tem?
- Letras nos
projéteis.
- B-U-...
- Burn! – disse Beckett – “Nikki will burn”, Nikki vai
queimar.
- Isso é
assustador – sussurrou Castle com um ar de preocupação ao fita-la. Era um dos
pontos levantados pela agente Shaw que ele poderia ser um incendiário. Manteve
o pensamento para si.
- As digitais
da vítima não estão no sistema. Tem algo que possa identificá-la?
- Bem,
encontrei formol nela.
- Sim, é do
assassino. Também deixou nas outras cenas.
- Não eram
traços. Estava embaixo das unhas dela, no cabelo. Ela trabalhava com fluido de
embalsamento. Também achei traços de argila, poliuretano e sangue de animal. Não
sei quem ela é, mas posso dizer o que faz.
- Ela é
taxidermista! – Castle e Beckett se entreolharam ao dizer a frase juntos.
- É tão fofo o
modo como fazem isso – disse Lanie e nenhum dos dois se pronunciou apesar de um
pequeno riso se formar no canto dos lábios de Kate. Parece que a sincronia e
parceria deles estava de volta, em sua totalidade.
De volta ao
distrito, Castle e Beckett contaram a descoberta para a agente do FBI. As
vítimas estavam conectadas por fim. Avaliando as lojas de taxidermia, Ryan e
Esposito identificaram a vítima e o motivo pelo qual o maníaco a assassinou. O
cachorro. O maluco teve seu cachorro atacado por um rottwieller no parque
morrendo em seguida. O dono levou o cão para ser embalsamado. Porém, não tinha
dinheiro para pagar e não pode levar o cachorro. Dois dias depois, o lugar foi
arrombado, computador destruído e o seu cachorro sumira. A agente Shaw
lembrou-se que o seu pessoal entrevistou os clientes de Michelle e um rottwieller
teve que ser sacrificado por atacar e matar outro cachorro.
Beckett ainda
estava surpresa com tudo. A teoria fazia sentido, mas matar por causa de um
cachorro? Ela não conseguia acreditar nisso.
- Tudo por
causa de um cachorro? O que isso tem a ver com Nikki Heat?
- O cachorro
foi o gatilho. Talvez estivesse lendo o livro quando o cão foi morto. Quando
aconteceu, de alguma forma, culpou Nikki – disse Shaw.
- Parece um
pouco absurdo - disse Beckett .
- Deve ser
amante de gatos. Detetive, ele está procurando uma razão para matar. É isso.
A primeira
vítima, o advogado, foi quem os revelou a identidade do assassino. Ben Conrad,
um cliente que fora recusado para abrir o processo contra o dono de um
rottweiller que matara seu cão. A carteira de motorista revelou a foto. Um
equivalente ao desenho feito anteriormente. Com o endereço nas mãos, era a hora
de fazer justiça. Beckett viu a agente falando com sua filha ao telefone, esse
foi o tipo de ação que a surpreendeu. Shaw ordenou que ambos ficassem ali,
apesar do protesto de Castle, era o correto a fazer.
O telefone de
Beckett tocou. Era o capitão. Bem Conrad estava ligando para Nikki. Pediu para
coloca-lo na linha.
- Você se acha
tão esperta, não é, Nikki? Acha que, só porque me achou, você venceu?
- Ele sabe que
estamos aqui – Beckett tapou o autofalante para falar com Castle, deixou o
telefone entre seu ouvido e o dele para que pudesse acompanhar o que ela
conversava - Acabou, Ben. Hora de desistir.
- Não, não
acabou.
- Ben, me
escute. Está cercado. Preciso que abaixe a arma.
- Sabe que não
posso fazer isto, Nikki.
- Ben, preciso
que saia do apartamento com as mãos para cima.
- Este não é
nosso jogo. Um de nós tem que morrer.
- Ninguém tem
que morrer – Beckett insistia.
- Alguém
sempre tem que morrer. E já que não pode ser você...
- Ben! – ela
gritou ao ouvir o disparo. Era isso. Chegara tarde demais. Shaw ordenou a
entrada da equipe. Porém, era tarde demais. A agente encontrou-o caído com uma
poça de sangue ao lado. A arma era uma 45 provavelmente a mesma dos outros
assassinatos. Ele estava planejando algo bem maior. Criava um detonador e possuía
os esquemas do distrito, pretendia mata-la levando vários consigo. Acionando um
telefone, eles puderam ouvir “Adeus,Nikki, adeus Nikki”.
- Quando fez o
perfil dele, disse que talvez fosse incendiário. Também disse que gostava de
grandes cenas. "Nikki vai queimar" – disse Castle - Posso ver a
poesia nisso – trocando um olhar com Beckett acrescentou - A terrível poesia
homicida.
- Só não o havia
descrito como suicida – disse a agente - Acho que uma vez que o encontramos,
era a única forma que ele tinha de controlar a situação. Pelo menos Conrad nos
salvou da confusão de um julgamento. E a melhor notícia é que sairei do seu pé.
- A melhor
notícia é isto ter acabado – disse Beckett olhando através da janela perdida em
pensamentos. Na rua, eles se despediram da agente do FBI. Castle ficou sozinho
de frente para ela – vai ficar bem?
- Agora sim.
- Vá para
casa, descanse. O pior já passou.
- Você também merece
descansar. A noite foi bem agitada, não? – ela sorriu – obrigada pela
companhia. E por se importar.
- Hey... –
piscou para ela – tenho que proteger a integridade literária da minha
personagem. Nikki é muito importante para mim. Não fique acordada até tarde, Kate.
Ligue se precisar de mim – ele se distanciou seguindo para casa. Ele estava
incomodado com o desfecho do caso. Sua mente não deixava de se perguntar porque
tudo parecia tão certo. Em seu apartamento, ele revirava a pasta que trouxera
do apartamente de Beckett. Procurava alguma explicação mais coerente. Algo não fazia
sentido.
A filha
engajou numa conversa com o pai sobre a vó que logo se juntava a eles. Durante a
boa interação, algo chamou a atenção dele.
- Os
machucados na 2ª vítima... O assassino usou a mão esquerda. E... Vê a letra
dele? Olhe a inclinação do 4 e a volta do 6.
- É. Então ele
era cachoto.
- Bem, Ben
Conrad atirou em si com sua mão direita. Se o homem da janela era Ben Conrad, ele
teria atirado em seu lado esquerdo. Ben Conrad não se matou. Ele foi
assassinado pelo homem na janela. Ben não é nosso assassino. O verdadeiro só
estava jogando conosco.
-Mas a
evidência... – falou Alexis.
- Não, ela foi
plantada para nos levar até o Ben. Ele quer que pensemos que acabou. Quer que
abaixemos nossa guarda. Ele quer fazer uma grande cena. "Nikki vai
queimar" – a realização o atingiu em cheio fazendo um arrepio percorrer
sua espinha -Beckett!
- Meu Deus! –
exclamou Martha.
- Montgomery
tirou a segurança da casa dela. Ela está sozinha – discou o numero dela sem
sucesso - Ela não atende. Ligue para o distrito – pediu a mãe - Diga para irem
para lá imediatamente. Diga que estávamos errados, que o assassino está vivo.
Tranque a porta. Não deixe ninguém entrar.
Castle deixou
o loft às pressas. Beckett tomava um longo banho enquanto o celular tocava
insistentemente, o qual ela não ouvia devido ao barulho do chuveiro ligado. Assim
que fechou a torneira, o som chamou sua atenção. Saiu da banheira enrolada numa
toalha apenas para constatar que a pessoa ligando era Castle. Nossa! Como era
insistente! Pensou suspirando antes de atender.
Ele corria nas
ruas já bem próximo do prédio dela.
- Vamos,
Beckett, atenda. Atenda o telefone! Atenda!
- O quê,
Castle?
- Não foi Ben
Conrad! – ele gritava - Ele não é o assassino! – corria e ofegava tentando
fazê-la entender o que estava acontecendo - O assassino ainda está vivo! O
assassino ainda está vivo!
Um pequeno
clique seguido de um alarme chamara a atenção de Beckett dando real significado
ao que Castle gritava ao outro lado do telefone.
- Adeus, Nikki
– assustada Beckett não respondera nada ao telefone. Segundos cruciais a
fizeram pensar que estava tudo acabado. Uma explosão tomou o ar espalhando fogo
por todo o apartamento.
Boom.... as
janelas completamente tomadas pelas labaredas. O grito de Castle sumira diante
da ação do fogo.
- Kate! – ele olhava
incrédulo para as chamas à sua frente. Não, isso não podia estar acontecendo. Ali
nas ruas, Castle fora congelado pelo medo.
Continua......
5 comentários:
Quanta maldade em dona Karen...
Serio que vc pareou na mesma parte da série.
Ta mto perfeita...
Aguardando mais. ;)
Que capítulo mais perfooooo!
Amo o duplo da 2 temporada.
Beckett com ciúmes é A+ HAHAHA
Adorei a noite deles juntos, teve mais carinho envolvido, super fofos.
Ansiosa pelo próximo, beijão!!
Cap lindo,fic MARAVILHOSA
mais uma coisa que eu me pergunto
e o Demming?
Vamos ver Castle com ciumes?
e a Gina ?
Quase os dois poem fogo no ap antes do assassino.
Meu coração não aguenta isso não....Sofrendo neste momento!! !!!
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