Nota da Autora: Finalmente consegui terminar o capitulo. Acredito ter um pouco de tudo, algo me diz que vcs vão gostar. E se preparem para chacoalharmos as coisas daqui para frente... acho que o momento pede voltar com o angst, pelo menos o psicológico... não nesse, aqui teremos um presentinho para vocês. Aguardem os próximos! Enjoy!
NC17... be aware!
Cap.33
Na manhã
seguinte de volta ao trabalho, Kate acordou cedo demais talvez ainda
desacostumada com a mudança de fuso. Checou o relógio. Três da manhã.
Virando-se de lado, reparou que Castle ainda dormia sereno de bruços. Sem
qualquer disposição para voltar a dormir, ela começou a se esfregar no corpo
dele. Os lábios percorriam nuca, ombros e costas, as mãos faziam um caminho
parecido exceto que acabaram por se aninhar por baixo do bumbum dele. Com um
beliscão, ela roçou os dentes no ombro dele rindo da reação que provocava em
seu corpo. Sabia que estava meio acordado. Depositou vários beijinhos no rosto
dele fazendo-o virar para encara-la, o olhar ainda sonolento.
- Que horas
são? – perguntou esfregando os olhos.
- Um pouco
mais de três da manhã. Não consigo mais dormir. Efeito do jetlag.
- Eu tenho
sono, Kate... você está animada demais...
- Ah,
Cas...vai me dispensar? – ela mordiscou a orelha dele. Como ele estava de lado,
foi bem mais fácil deslizar a mão sobre o corpo em busca do membro para
atiça-lo. O gemido foi imediato.
- Jogo baixo,
Kate... fica difícil resistir – ele a puxou para cima de seu corpo.
- Não deve
resistir, Castle. Preciso de você, então compareça.
- Mandona! –
Castle sorveu os lábios dela sentindo o corpo reagir aos seus movimentos contra
o corpo dele. Kate sentou-se nas pernas obrigando o seu parceiro a se levantar
no instante que jogou a camiseta do pijama para fora da cama. Sentando-se com
ela, ele devorou-lhe os seios arrancando gemidos satisfeitos dela. Em minutos,
ela estava em seu limite para recebê-lo, após penetra-la a dança preguiçosa
inicial tomou um novo rumo e Castle totalmente disperso aproveitava-se do corpo
e da mulher a sua frente. Bastaram mais uns minutos para renderem-se
completamente ao prazer.
Deitados um ao
lado do outro, Castle cheirava o cabelo de Kate e acariciava seu braço. Ela de
vez em quando voltava para beija-lo. Apesar de ser quatro da madrugada, ela
estava desperta o suficiente para não cair no sono. Tinha certeza que isso a
prejudicaria mais tarde e precisaria de muito café, nesse momento não se
importava realmente. Dando um novo beijo em Castle, ela se levantou da cama.
- Aonde você
pensa que vai?
- Tomar um
banho e preparar o café.
- Meu Deus!
Durma mais um pouco, Kate. Você somente precisa estar na delegacia as nove.
- Já disse que
estou sem sono... durma você, não me importo. Pelo menos minha cama ficara com
seu cheiro.
- Já com
saudades? Como sou bom!
- Exibido! – e
deu língua para ele rindo. Seguiu para o banheiro.
Mais tarde,
ela apareceu no quarto com uma caneca de café para ele. Já estava parcialmente
vestida e ficou feliz por encontra-lo de pé pegando uma roupa para ir ao
banheiro. Entregando a bebida para Castle, tratou de pegar uma toalha para ele.
- Quando
terminar, podemos descer para tomar café.
- Pensei que
já tivesse feito isso – virando a caneca – está bom.
- Somente o
café, podemos comer ovos e torradas depois. Estou sem pães e frutas por causa
da viagem – ele já estava nu na frente dele, envolveu o corpo com a toalha –
não demore... – Kate o viu entrando no banheiro. Sabendo que eram apenas sete
horas, ela se deitou novamente na cama agarrando-se ao travesseiro aonde ele
dormia. Tinha o cheiro dele impregnado na fronha, também pode senti-lo no
lençol logo abaixo, empurrando o nariz contra a superfície, ela sorriu. Talvez
com isso ela conseguisse passar a noite.
Pensou em
fazer manha e quem sabe chantagea-lo para ficar mais uma noite. Porém,
lembrou-se da filha de Castle. Certamente estava curiosa para saber as
novidades da Itália. Melhor era deixa-lo voltar ao loft e sugeriria um fim de
semana em seu apartamento. Afinal, quantas vezes ela ficara com ele no loft?
Decidiu entrar
no banheiro para ver o que ele fazia. Castle estava na pia preparando-se para
fazer a barba. Enrolado na toalha, Kate podia ver as gotículas de água descendo
pelo peito dele. Isso sempre mexia com ela. Abraçando-o por trás, ela
beijou-lhe as costas e sorriu.
- Vou sentir
falta dessa pequena barba que se formou durante esse tempo em Roma. Faz cócegas
e da uma sensação tão gostosa...
- Vou me
lembrar disso, quem sabe não decida mudar o visual um pouco?
- Eu lembro
que você tinha essa barbinha quando te conheci. Achava sexy – beijou-lhe o
ombro – sabe, estava pensando sobre a volta de hoje ao trabalho. Para manter o
disfarce, você não precisa chegar cedo. Não quero ninguém desconfiando que
estivemos juntos esses dias.
- Você sabe
que perguntas serão inevitáveis. Foram cinco dias sem a nossa presença e
voltamos no mesmo dia? Os rapazes vão perturbar. Se bem que eu acredito que
poderemos enrola-los direitinho.
- Desde que não
façamos nada estranho ou que você não conte alguma historia mirabolante,
estaremos bem.
- Como pode
pensar tão pouco da minha pessoa? O escritor aqui sou eu.
- É disso que
tenho medo – ela riu, mordeu o pescoço dele – termine logo com isso, quero tomar
café sem correria.
Quando Castle
se juntou a ela, Kate já fizera ovos para os dois e servira mais uma caneca de
café para cada. Sentados lado a lado, eles degustavam do desjejum calmamente e
trocando caricias. Ao checar o relógio, ela percebeu que precisava se arrumar.
Com um beijo no rosto dele, deixou a cozinha. Minutos depois, ela apareceu na
sala pronta e maquiada para mais um dia de trabalho. Jogou o casaco e a bolsa
sobre o sofá. Dirigiu-se para a geladeira se servindo de um copo d’ água.
Castle estava calado acompanhando seus movimentos com o olhar.
- O que foi?
- Somente te
admirando. E bom vê-la nas roupas de detetive novamente. Não que eu não
estivesse adorando aquelas roupas casuais de Roma, mas você parece ainda mais
confiante quando tem esse distintivo preso a sua calça e esse coldre em seu
ombro – ela se aproximou dele acariciando o rosto com a costa das mãos.
- Você não tem
jeito.... me enrola direitinho com essas palavras. Já pensou no que vai fazer?
- Sim, irei
para casa dar um alo para Alexis e mais tarde levo um café para você. Se tem
uma coisa que vai sentir daqui a pouco é sono. Acordou cedo demais e seu corpo
ainda está sob o efeito do fuso horário.
- Vou esperar
ansiosa – ela beijou-lhe rapidamente, pegou o casaco e a bolsa dirigindo-se até
a porta – Cas, caso eu tenha esquecido de mencionar, eu amei nossa pequena
aventura em Roma – jogou um novo beijo na direção dele.
- Um prazer.
Bom trabalho, amor.
12th Distrito
Kate Beckett
esperou a porta do elevador se abrir. Respirou fundo caminhando pelo salão, por
mais que tivesse adorado o tempo que passou ao lado de Castle em Roma, as
maravilhas da viagem e a chance de relaxar por alguns dias, ela sentira falta
daquele lugar. Era, afinal, sua segunda casa. Algumas vezes, ela passava mais
tempo ali que em seu próprio apartamento. Sorrindo, ela avistou sua mesa. A
plaquinha de detetive estava intacta. Colocou a bolsa sobre a mesa, tirou o
casaco e pendurou-o na cadeira.
Antes de
sentar-se, ela deu uma olhada de 360 graus no ambiente. A sala de Montgomery
estava fechada, porém sabia que o chefe estaria ali provavelmente ao telefone
com alguém. Os rapazes também não se encontravam na delegacia. Alguns colegas
vieram cumprimenta-la. Abriu a gaveta para guardar sua bolsa. Olhou para a
pequena família de elefantes em cima de sua mesa, sorriu. A única lembrança da
sua mãe que tinha no ambiente de trabalho. Satisfeita, levantou-se da cadeira
em direção a sala do capitão. Bateu levemente na porta.
- Entre –
disse a voz grave do capitão.
- Bom dia,
Capitão.
- Detetive...
vejo que o tempo de folga lhe fez bem. Conseguiu resolver seus problemas
pessoais?
- Sim,
consegui. Obrigada por ter me dado essa oportunidade. Estou pronta para voltar
a ativa. Os rapazes estão na rua?
- Estão com um
caso em andamento. Foram buscar um suspeito. Bem-vinda de volta, Beckett. O
crime em Nova York não deixa de gerar assassinatos, somente no ultimo fim de
semana tivemos três homicídios. Prepare-se para colocar a mão na massa.
- Pode contar
com isso, senhor – ela relutou antes de sair, precisava perguntar ao seu
superior o que estava martelando na minha cabeça – capitão... por acaso o
senhor tem noticias do meu caso de agressão? O Josh está cumprindo a pena?
- Desculpe,
Beckett. Mas com as ultimas agitações do fim de semana não contatei o detetive
Jackson.
- Tudo bem, eu
posso fazer isso. Com licença, senhor.
Beckett
retornou a sua mesa ainda relutando sobre o que fazer em seguida. Era verdade
que durante seu tempo em Roma, ela sequer lembrou-se de Josh ou da ordem de restrição,
contudo hoje de manhã enquanto cuidava do café e pensando no retorno ao
trabalho não pode deixar de recordar o que acontecia antes desse pequeno
intervalo que fizera em sua vida. Apenas queria ter certeza de que estava
segura andando peã cidade. Antes de ligar para o seu colega, Beckett optou por
tomar um café.
Ela estava
brigando com a maquina de café quando finalmente conseguiu encher sua caneca.
Ao primeiro gole, fez uma careta. Não era de todo ruim, mas o de Castle era
muito melhor. Estava quieta saboreando o latte quando Ryan entrou na minicopa.
- Olha só! Já de
volta! Bom te ver, Beckett! Como foi sua folga? – ele se aproximou dando um
abraço na amiga.
- Sim, tudo
bem. As coisas estão agitadas por aqui, não?
- Nossa! Nem
me fale! O fim de semana foi complicado. Um crime passional, outro acerto de
contas de gangues e um pequeno mistério que estamos terminando de desvendar com
o suspeito que trouxemos. O motivo foi dinheiro. Espo está interrogando-o
agora. Eu preciso de um café. Pode acompanhar da observação se quiser.
- Agora não,
além do mais, vocês estão fechando o caso.
- Quer um caso
novo, entendi – Ryan se aproximou da cafeteira para preparar o café – quer uma
nova dose?
- Aceito – ela
se sentou para esperar. Ryan encheu as duas canecas e sentou-se de frente para
a detetive. Kate provou e aprovou, ele era melhor que ela quando o assunto era
usar aquela maquina, mesmo que Castle já tivesse ensinado como usa-la. Falando
no escritor, esse fora o próximo assunto que o colega detetive puxou.
- Estou te
achando bem tranquila. Seu rosto está iluminado, um ar leve, feliz.
- Tenho que
concordar. Estava precisando desse tempo.
- Beckett, tem
noticias de Castle? Desde que você saiu de licença, ele simplesmente
desapareceu. Achei muito estranho, a denominação correta é mesmo suspeito.
Estava com você?
- Ryan, eu não
sei de Castle. Estava de folga.
- Sei que sim,
por isso pensei se ele sumiu podiam estar juntos. O capitão comentou que você
ia resolver um problema pessoal, pensei quer teria relação com o caso da sua
mãe o que explicaria totalmente o fato de Castle estar com você.
- Não que eu
lhe deva satisfação, mas estava de folga e não estava em Nova York. Eu não
tenho a mínima ideia de onde ele esteja. Se desapareceu, deve estar por ai com
alguma modelo. Ele me segue se eu estiver trabalhando, se não quis trabalhar
com vocês perguntem para Castle o porque.
- Fora de Nova
York, tem razão. Seu semblante está bem melhor. Relaxado, claro que não
combinaria com essa cidade. Porém, você deve reconhecer que é bem incomum
Castle sumir do distrito pelo mesmo período que você não está. Não falou com
ele depois que retornou a cidade?
- Ryan, pela
ultima vez, eu não sei do Castle. Não entendo porque você teima em achar que
devo saber de cada passo dele. Minha relação com ele resume-se a essa
delegacia. Mas se eu sou a pessoa que ele segue por aqui, acho natural ele
desaparecer se não estou aqui. Quando e se ele aparecer por aqui, você pergunta
para ele diretamente o que andou fazendo nesses dias e porque não quis
investigar ao lado de vocês – ela se levantou no exato momento que Esposito
entrava na copa.
- Yo, Beckett!
Bom te ver. Você faz falta por aqui – ele abraçou a amiga – escuta, você sabe
de Cas – mas Ryan fez sinal para ele manter o bico calado antes que levasse
outro sermão de Beckett – sabe que já fechei o caso? Pode começar o relatório,
bro? Ele já esta sendo fichado. Menos um assassino nas ruas. Pode contatar a
família da vitima? Precisamos comunica-los do resultado e liberar o corpo para
o enterro.
- Está certo.
Quero terminar logo com isso – Beckett já seguia para a porta aproveitando a
carona de Ryan.
- Nos falamos depois, Espo. Obrigada pelo
café, Ryan – e dirigiu-se para sua mesa. Esposito apertou o passo para alcançar
o parceiro.
- Por que não
deixou eu perguntar de Castle?
- Porque eu já
fiz isso, já levei bronca e repetir o erro seria desnecessário.
- Ela não sabe
dele?
- Diz que não.
Mas eu não acreditei. Esses dois estão escondendo alguma coisa e ela negou que
tivesse trabalhando no caso da mãe. Falou que não estava em Manhattan, viajou.
Vamos perguntar a Castle por onde ele esteve. Talvez tenhamos sorte.
- E por que
não pesquisamos nas companhias aéreas para onde ela foi? – sugeriu Espo.
- Você pirou?
Estamos falando de Beckett. Se ela sonhar que estamos investigando os passos
dela, nos mata. Vamos ficar somente com as perguntas. Do jeito que Castle é
fanfarrão e exibicionista, logo soltara alguma coisa. Vamos trabalhar, bro –
meio contrariado, Esposito seguiu o parceiro.
Enquanto isso
no loft, Castle arrastava sua mala até o quarto, quando saiu, encontrou Alexis
na sala. Abraçou a filha, beijando-a.
- Pai, que
saudades! Como foi a viagem? E onde esta Kate? Quero saber de todas as
novidades sobre Roma.
- Alexis, ela
foi para o seu apartamento. Precisava se arrumar para trabalhar.
- Mas ela
acabou de chegar!
- Na verdade –
ele fez cara de culpado – chegamos ontem. Eu dormi com ela e hoje Kate foi cedo
para o distrito. Eu resolvi fazer companhia, pois estávamos muito cansados.
Você não se importa com isso, certo?
- Claro que
não. Eu entendo. Mas ela vem hoje aqui para eu saber das novidades?
- Talvez. Se não
pegar um caso complicado de homicídio já na sua volta, pode ser. Mas ela está
cansada. Efeito do jetlag, acordou três da manhã e não dormiu mais. Falando nisso, vou arrumar algumas coisas,
almoçamos e depois eu vou aparecer no distrito. Aposto que os rapazes estão
curiosos para descobrir o que andamos fazendo. Onde está sua vó?
- Na escola de
teatro. Ensaiando.
- Ótimo, assim
tenho você somente para mim. Pés
Beckett já
estava sentada novamente em sua mesa decidindo se ligava ou não para o detetive
Jackson. Ela havia se distraído conversando e ajudando outros colegas com
pequenas dicas de casos que investigavam. Saira para almoçar rapidamente e
estava de volta ao seu lugar. Não era medo que a impedia de ligar para saber do
caso de agressão. Estava ansiosa por noticias, porém não achava justo fazer
isso sem Castle. Afinal, ele também era tão vitima quanto ela, além de
interessado no processo. Esposito se aproximou dela.
- Beckett,
pode dar uma opinião sobre a conclusão desse relatório? Parece coerente? – ela
pegou o arquivo e começou a ler. Em cinco minutos, fez algumas observações e
devolveu os papeis para Esposito. Sorrindo, ele comentou.
- Está vendo
por que você faz falta? Não tenho problemas em admitir que senti saudades...
- De mim
também? – Castle apareceu bem na frente do detetive com dois copos de café nas
mãos.
- Há! Resolveu
aparecer? Pensei que estivesse morto, desaparecido. E respondendo sua pergunta,
não senti sua falta.
- Ah,
Esposito... você nem sabe disfarçar! Eu também senti sua falta – ele voltou sua
atenção para Beckett – café, detetive Beckett? Seja bem-vinda! – ela pegou o
copo e sorveu o primeiro gole quando Ryan apareceu curioso para questionar
Castle.
- Obrigada.
Castle. Juro que pensei que ia ficar livre de vez de você quando cheguei para
trabalhar e Ryan me contou que você desaparecera do distrito. Parece que não
tive tanta sorte assim.
- Ah, quanta
delicadeza desses detetives do 12th! Eu me sinto tão amado!
- Você tem que
concordar que tudo isso é bem estranho. Beckett sai de folga e você desaparece,
esquece que existimos. Ai, no instante que ela volta ao trabalho, você
milagrosamente aparece no distrito. Conta logo onde você andou.
- Ciumes,
Ryan? Ao contrario do que vocês pensam, eu sou um cara organizado. Quando
Beckett me disse que ia se afastar por cinco dias, eu marquei a sua licença no
calendário do meu celular para saber exatamente quando ela estaria de volta.
Quanto ao meu suposto sumiço, não que eu deva qualquer explicação para vocês,
eu estive preso com Gina tratando do lançamento do meu novo livro da serie
Heat. Estávamos trabalhando no processo de marketing, o livro deve estar nas
livrarias daqui a quatro meses. Em outubro.
- Então, você
esteve em Nova York esse tempo todo? Não viajou?
- Não, por que
viajaria? Não estou em turnê, se não prestaram atenção ainda estou trabalhando
no lançamento dele. Engraçado, isso está parecendo um interrogatório. Fiquem a
vontade para checar meu álibi com Gina – Castle deu de ombros demonstrando uma
tranquilidade e um descaso que pegara os rapazes de surpresa. Ryan e Esposito
se entreolharam. Não sabiam o que dizer em seguida. Para evitar um
constrangimento maior, eles se afastaram para finalizar o relatório. Assim que
percebeu a falta de perigo, Castle sentou-se já sua cadeira cativa e sorriu –
então, como me sai?
- Muito bem.
Conseguiu deixa-los sem argumentos. O café está ótimo, como estava precisando
dele. Meus olhos ardem demais.
- Vai ter que
se aguentar, Beckett. Precisa forçar seu corpo e sua mente a dormir no horário
certo de Nova York para se acostumar com o fuso correto. E fora o jetlag, como
tem sido seu dia?
- Tranquilo.
Os rapazes estavam fechando os casos do fim de semana. Apesar de ser quinta, as
coisas andaram bem loucas pela cidade. Estava esperando você chegar para
resolvermos um assunto juntos – ele ergueu as sobrancelhas intrigado – quero
ligar para Jackson, saber como anda o processo de agressão.
- Quer saber
se Josh irá para áfrica, não?
- Sim, acho
que não ficarei sossegada se não souber que ele pode ficar a quilômetros da
gente.
- Pensei que
você tivesse esquecido esse assunto na folga...
- E esqueci,
Castle. Mas agora que estamos de volta a cidade, precisamos nos precaver.
- Tudo bem.
Quer ligar agora?
- Vamos para
uma sala de interrogatório – assim que se instalaram na sala, Castle observou o
semblante de Kate. Ficou aliviado em saber que ela permanecia tranquila – vou
ligar para Jackson. Só quero saber se estamos seguros, eu e você.
- Eu sei.
Também acho importante. Eu tenho uma filha, quem sabe o que esse maluco pensa –
Beckett discou o numero de Jackson. Ao quarto toque, ele atendeu.
- Ola,
Beckett! Tudo bem?
- Tudo ótimo,
Jackson. Muita loucura no seu distrito? Ou todo o trabalho veio parar aqui na
Homicidios?
- Nem tanto. As
coisas estão feias por aqui também.
- Escute eu
estou aqui com Castle e gostaríamos de saber sobre o nosso processo. Josh está
cumprindo o seu papel? A sentença?
- Está. Ele
fez o exame toxicológico e iniciou as horas adicionais de tratamento no
pronto-atendimento do próprio hospital. Quanto a possível chance de se juntar
ao programa médicos sem fronteira, o Dr.William já entrou com o processo na
instituição. É de comum acordo entre ele e o juiz que a Africa seria o melhor
nesse momento para Josh. Ficar afastado e tentar esquecer o que aconteceu aqui.
Se o comitê aprovar, ele parte para o continente africano em um mês.
- Isso é uma
noticia excelente! – disse Castle.
- Também acho
– concordou Jackson – mais aliviada, Beckett?
- Um pouco.
Ainda precisamos lidar com um mês.
- Não se
preocupe, você está amparada por lei. Se Josh chegar perto de você ou Castle,
ele acabará com todas as chances que tem na vida. Cadeia na certa. Esqueça que
estão na mesma cidade. Vá cuidar de seus homicídios.
- Obrigada,
Jackson – ao desligar o telefone, Castle sentiu uma vontade enorme de toca-la,
como uma espécie de reafirmação, de que ficaria tudo bem. Mas não podia.
- Hey... está
tudo bem.
- Eu sei que
está. Apenas queria me certificar disso. Vamos trabalhar antes que os rapazes
desconfiem de algo.
Naquela tarde,
porém, não havia nada novo. Beckett estava muito cansada e apesar do convite de
Castle para jantar em sua casa, ela preferiu ir para o seu apartamento. Após
comer uma fruta, ela desabou na cama enroscada com o travesseiro sentindo o
cheiro deixado por ele.
Na sexta após
o trabalho com um homicídio simples, ela seguiu para o loft com Castle. Em meio
ao jantar, Kate contava a Martha e Alexis suas aventuras em Roma. Falou de
Giuseppe, Gigio e Pepe. Da cara de pau de Castle ao saber do carbonara e do
sucesso que fora o lançamento dos livros dele. Todos podiam perceber o quanto
estava feliz e orgulhosa dele. Mais tarde, ela o arrastou para seu apartamento.
Acabaram passando o fim de semana por lá.
Com o passar
dos dias, isso se tornara uma constante na vida deles. Algumas noites no loft,
outras em seu apartamento. Kate encontrou Dana na semana seguinte em seu
consultório ao final do expediente. Saíram para um café e ela atualizou a amiga
de todas as peripécias de Roma. A terapeuta ficou mais que satisfeita ao ver o
quanto aquela viagem fizera bem a Kate. Para não forçar uma nova paranoia na
mente dela, Dana optou por não voltar ao assunto que deixara pendente na sua
ultima conversa, mesmo porque Kate tornou a comentar sobre Josh.
- Eu me sinto,
de certa forma, segura. Mas não tinha pensado que Josh pode atacar a mim e a
Castle através de Alexis. Se isso acontecer, Castle vai ficar devastado.
- Kate, você
precisa parar de ficar criando suposições na sua cabeça. Josh sequer sabe que
Castle tem uma filha. Tudo bem, reconheço que isso não é difícil de descobrir,
mas a obsessão dele é com você. A primeira pessoa que está no pensamento dele é
você. Esqueça isso e siga sua vida. Por acaso você e Castle já programaram a
próxima viagem?
- Próxima
viagem? Como assim, Dana?
- Sim, a
primeira viagem de vocês juntos foi um sucesso, logo por que não fazer outras?
Pode ser de fim de semana. Uma escapadinha até Miami ou Chicago. Que tal Los
Angeles? Aposto que Castle adoraria a ideia.
- Não duvido –
Kate ficou pensativa e calada por um instante, algumas imagens de Roma voltaram
a mente. Sorriu – foi uma experiência muito boa.
- Não tenho
duvidas. Está estampado na sua cara. Pense sobre isso e sugira algo. Ele vai
adorar se a iniciativa vier de você.
- Sei, sei. O
papo está muito bom, mas preciso ir. O dia foi cansativo hoje e ainda preciso
investigar uma pista do caso que tenho em mãos. Vamos, eu te deixo em casa.
Um mês
depois...
Beckett e
Castle chegavam a uma cena de crime nova. Após receber as informações sobre a
vitima, como morrera e detalhes de seu trabalho, ela liberou a equipe do CSU
para coletar o que pudessem na cena e enviou uma parte ao apartamento da
vitima. Já estava de saída para fazer uma visita ao chefe da vitima quando
Esposito a abordou.
- Beckett
estava conversando com um dos moradores da vizinhança, ele declarou que havia
um terceiro elemento na cena. Quando ouviu os tiros serem disparados, ele pode
ver que um homem baleado saiu se arrastando pela esquina. Deve ter ido a algum
hospital.
- Ele consegue
descrevê-lo?
- Alto,
cabelos louros. Usava uma camiseta verde com um trevo de quatro folhas. Segundo
ele, foi baleado no estomago.
- Alguma
chance desse vizinho ter visto o nosso atirador?
- Sim, mas ele
estava todo de preto e usava máscara que cobria todo o rosto.
- Certo. Envie
a descrição do ferido para todas as unidades de ambulância móvel e para os hospitais
da cidade. Esse cara é uma testemunha e peça fundamental da nossa investigação.
- Com um tiro
no estomago? Espero que tenha conseguido ajuda a tempo – disse Castle.
- Vasculhem a
área. Castle tem razão. Ele pode não ter chegado até o hospital.
Contudo dessa
vez, Castle se enganara. Duas horas depois, Esposito comunicou a Beckett que um
homem com a descrição informada deu entrada no memorial hospital. Estava na UTI
após a cirurgia para remover a bala. Ela agradeceu informando que iria até lá.
No meio do
caminho, Castle resolveu tocar no assunto. Aparentemente, ela não tinha
percebido que o hospital onde a testemunha estava internada era o mesmo que
Josh trabalhava, a ida deles até lá não seria algo muito bom. Podiam ter um
encontro desagradável.
- Kate, você
não prefere pedir para Ryan e Espo checarem a testemunha?
- Qual o
problema, Castle? Quanto mais cedo conversarmos com a testemunha mais perto de
desvendar o crime estaremos.
- Ele está no
memorial, o mesmo hospital que Josh trabalha. Deveríamos evitar.
- Por que? Ele
sabe que não pode chegar perto de nós.
- Sim, mas
aquele é o seu território. Não podemos impedi-lo de circular pelo hospital, seu
local de trabalho. Deveríamos arriscar? – Beckett olhou pensativa para o
escritor, não deixava de ter razão. Então, ela optou por uma outra saída.
- Vou ligar
para o Dr. William. Ele poderá nos receber e manter Josh longe de nós – discou
o numero do médico – olá, Dr.William, detetive Kate Beckett. Fui informada de
que uma testemunha da minha investigação foi enviada ao seu hospital para
tratamento. Sei que ela está na sua UTI. Gostaria de conversar com ela, será
que pode me ajudar? – ela ficou escutando a opinião do médico esperando pela
concordância dele para depois revelar seu receio – ótimo, doutor. Só tenho mais
um ponto. O senhor consegue assegurar que eu e Castle não encontremos com o Dr.
Davidson? – um novo silencio se estabeleceu por parte de Beckett – certo,
estamos a caminho.
- Então? -
Castle curioso não esperou mais nem um segundo.
- Josh
embarcou para a Africa semana passada. Não temos problemas – ele percebeu o
suspiro aliviado dela ao declarar a noticia. Melhor assim, sentia-se mais
seguro e menos preocupado com a detetive.
Chegando ao
hospital, foram recebidos pelo Dr. William e levados ao quarto de UTI onde a
testemunha se encontrava. A recomendação do médico era de que fizesse
perguntas, porem não estressasse o paciente. Beckett temia que o rapaz fosse
apenas a pessoa errada no lugar errado, felizmente esse não era o caso. Ele
conhecia a vitima e sabia que estava devendo para um agiota. Satisfeita com as
novas descobertas e uma pobre, mas interessante descrição do atirador por um
detalhe minúsculo, eles deixaram o quarto do paciente. Beckett lembrou-o que
podiam precisar da sua ajuda no tribunal quando pegasse o culpado.
Na recepção, o
Dr.William esperava por eles, convidou-os para acompanha-lo ate a cafeteria do
hospital. Devidamente servidos de café, sentaram-se um de frente para o outro.
Após o médico perguntar se conseguiram tudo o que precisavam, Beckett agradeceu
e mudou de assunto.
- Dr. William,
desculpe perguntar e insistir no assunto, mas sobre a ida de Josh a Africa,
quanto tempo ele deve passar longe da cidade nesse programa?
- Bem,
geralmente médicos do MSF ficam em uma missão durante um ano, eventualmente
voltam ao país para ver familiares a cada três meses. O mesmo deve acontecer
com Josh. Não quero que fique alarmada com a situação, caso ele volte, ficará
duas semanas na cidade e retorna. Ainda tem uma ordem de restrição, não se
preocupe.
- Três meses
sem Josh ou se você pensar positivamente, um ano. Acredito que precisamos esquecê-lo
e seguir com a nossa vida, Kate.
- O Sr. Castle
tem razão. Siga sua vida, cuide de seus homicídios e mantenha a cidade segura
como você sabe fazer. Se precisar de alguma ajuda nos seus casos, basta me
contatar.
- Obrigada,
doutor.
Saindo do
hospital, eles atualizaram os rapazes do que haviam descoberto e acabaram
chegando ao nome do agiota. Diante das pistas que se seguiram, Castle e Beckett
precisaram de apenas dois dias para encerrar mais um caso. No final da tarde,
ele entregava uma nova caneca de café para Beckett enquanto ela terminava o
relatório. Apenas permaneceu no 12th porque ela garantiu que já estava
concluindo e Castle queria muito arrasta-la para sua casa.
- Aqui está,
detetive. Seu latte preferido – sentou-se na sua cadeira – já está terminando?
- Por que pergunta?
Você acabou de sentar nessa cadeira já quer ir embora? Saiba que não estou
prendendo ninguém aqui. Fique a vontade para ir – mal tirava os olhos do
computador, queria ver qual seria a reação de Castle.
- Nossa!
Estamos chateadas e rudes hoje, não?
- Ou estamos
interessadas na sua companhia após o trabalho no apartamento... – novamente
falou sem olhar para ele, mas percebeu a sua linguagem corporal claramente
demonstrando interesse no que ela dissera – quando digo no plural, estou
falando de mim e Nikki, para o caso de você ter pensado em qualquer outra
besteira.
- Então, você
está me convidando para ir ao seu apartamento hoje. Alguma ocasião especial que
possa ter me esquecido? Deixe-me ver, o que aconteceu em julho...
- Castle não é
nada especial, somente uma noite em companhia de sua namorada. Não é
suficiente? Seria interessante que viesse disposto a dormir.
- Claro que
sim, mas porque não vamos para o loft?
- Porque eu
quero ficar na minha casa, posso? – ela finalmente encarou-o. Havia um mistério
naquele olhar.
- Claro, quer
que eu leve alguma coisa para comer? Chinesa, tailandesa? Pode escolher.
- Grega. Um
bom kebab com uma salada mediterrânea poderia ser um ótimo jantar. E doce de
morango de sobremesa. Aquele restaurante da 55th tem um excelente.
- Ok, sendo
assim vou sair daqui a quinze minutos para providenciar nosso jantar. Que tal
oito horas no seu apartamento?
- Combinado.
Por que quinze minutos?
- Para mostrar
para você que tenho autocontrole e não estou desesperado por ficar observando
você cuidar de papelada – ela riu.
- Sai daqui,
Castle.
- Tem certeza?
– ele olhou com um sorriso enorme.
- Tenho.
Talvez sem você aqui me perturbando eu consiga terminar bem mais rápido. Te vejo
depois – ele jogou uma das canetas que estavam sobre a mesa no chão para ter um
pretexto para ficar bem perto dela.
- Eu queria
tanto te beijar por esse gesto agora, Kate...
- Guarde para
mais tarde, escritor – ele sentiu a perna dela roçar na sua quase o fazendo
perder o equilíbrio. Respirando pesadamente, ele fez um grande esforço para se
levantar. Beckett continuava com o rosto impassível concentrada, ou assim os
outros pensariam, no relatório. Castle ergueu-se, ajeitou seu paletó e com um
olhar de “te pego lá fora” caminhou para o elevador. Beckett ria sozinha na sua
mesa.
Ela chegou em
sua casa um pouco depois das sete. Queria arrumar algumas coisas antes de que
Castle chegasse. Colocou a mesa para o jantar, deu uma geral no seu quarto
inclusive trocou os lençóis e rumou para o banheiro a fim de se arrumar. Não
colocou nenhuma roupa especial. Vestia uma caça jeans e uma blusa com manga
três quartos de botão azul. Checou seus armários para ver se tinha alguma
garrafa de vinho e lembrou-se daqueles que trouxera de Florence. Deixou na
geladeira para resfriar um pouco. Sentou-se no sofá para esperar por ele.
Eram sete e
quinze quando a campainha tocou. Observando a figura do outro lado da porta,
ela sorriu abrindo. Castle estava segurando as sacolas de papel com a comida.
Vestia apenas uma camisa polo rosa e uma calça jeans. Kate podia sentir o
cheiro do perfume delicioso que usava.
- Entrega para
a senhorita Kate Beckett. Espero que esteja de acordo com o seu desejo – ela
deu passagem para que ele colocasse as sacolas na mesa da cozinha fechando a porta
atrás de si – como deseja pagar pelo serviço? – Kate olhou para o rosto dele
como quem está em duvida, então já sabia qual seu próximo passo – tenho uma
ideia, lembra daquele beijo? – ele a puxou pela cintura sorvendo seus lábios
com vontade. Empurrando-a contra o balcão, deixou as línguas se gostarem, se
provarem enquanto as mãos passeavam pelo corpo dela. Kate o empurrou para ter
um espaço.
- Sua calça
está apertada ou você está feliz em me ver, Castle? – ela gargalhou – estou
morrendo de fome. De comida, espertinho – acrescentou puxando-o pela mão até a
mesa. Retirou as quentinhas da sacola abrindo-as e sentindo o aroma delicioso
do tempero grego – pode pegar o vinho na geladeira?
- Claro – ele
voltou com as taças e a garrafa de prosecco. Serviu aos dois, sentando-se ao
lado dela na mesa. Kate já servira-se do kebab. A salada parecia deliciosa.
Castle ainda trouxera um creme de coalhada e grão de bico. Ele também colocou
comida para si.
- Hum, isso
está delicioso. Acertei na escolha.
- Sim, você tem
razão. O prosecco maravilhoso direto de Florence, insistiu que eu viesse jantar
no seu apartamento inclusive que passasse a noite, jantar diferenciado. Estamos
comemorando algo? Porque o cenário parece de celebração.
- Sim, podemos
celebrar a vida de vez em quando, estamos felizes, namorando, o trabalho
fluindo e sem Josh nas nossas vidas. Não seria um excelente motivo para
comemorar?
- Ah...
certo... agora faz sentido. E concordo com a sua ideia. Sempre devemos celebrar
a vida – inclinou-se para beija-la. Continuaram comendo a refeição em meio a
caricias. Com a sobremesa nas mãos, Kate seguiu para a sala esparramando-se no
sofá, ele veio atrás trazendo as taças e a garrafa de prosecco que estava pela
metade. Ela provou o doce fechando os olhos para saborear melhor. Encheu uma
colher oferecendo a ele.
- Não sabia
que esse doce era tão bom. Vivendo e aprendendo com Kate Beckett – continuaram
comendo até quase acabar o pote, então Castle fez a próxima pergunta – entendi
o lance de comemorar, mas por que não podíamos fazer isso no loft? – Kate
deixou o pote sobre a mesinha, acariciou o peito dele, sorveu os lábios devagar
e sensualmente.
- Quer mesmo
saber por que eu pedi para você vir para o meu apartamento? – mordiscou o
queijo dele – eu digo para você... – mordiscou o pescoço – porque no seu loft,
eu não podia fazer o que estou prestes a fazer, para o seu bem e sua sanidade
eu precisava estar bem longe do seu espaço e da sua família, sozinha com
você...
- E o que você
pretende, Kate? - a voz saiu meio rouca apenas de pensar o que ela queria
fazer.
- Algo que
estou devendo a um tempo... – Kate afastou-se dele chegando próximo ao seu
dockstation. Calcou um sapato alto, acionou o seu celular para que a musica
invadisse o ambiente. Perto do aparelho, estava o seu par de algemas extras que
ela pretendia usar apenas para provoca-lo durante o numero. Virou-se de costas
para ele quando os primeiros acordes de “You can leave your hat on” tocaram.
Ela rebolava no ritmo da introdução. Entendendo exatamente o que ela pretendia,
Castle se ajeitou no sofá para apreciar o espetáculo.
Kate
permanecia de costas rebolando e passando as mãos pelo corpo. Virou-se para atiça-lo
abrindo dois botões da sua blusa revelando a pele alva, obedecendo o que a
musica dizia, ela tirou os sapatos jogando-os na direção de Castle que os viu
voar pelo apartamento boquiaberto. Ela dançava vindo na direção dele
desabotoando o resto da blusa. Fazendo-a deslizar pelos braços, ela jogou a
peça na cara dele. Instintivamente, ele cheirou a roupa com vontade. Era o
perfume dela.
Castle sentia
a calça doer pela reação que ela já causava no membro dele. Começava a engolir
em seco enquanto era brindado pela bela imagem de Kate já seminua dançando a
sua frente. Ela já desabotoara a calça, aproximando-se dele. Vagarosamente, ela
deslizava a calça pelas pernas rebolando de frente, revelando a lingerie
vermelha de renda que usava combinando com o sutiã da mesma cor, como também
virava-se de costas para que ele pudesse ver que era um fio dental. A peça ficou
em algum lugar do chão. Estava bem mais próxima dele, inclinou o corpo para
morder o lóbulo da orelha dele enquanto a mão deslizava sobre o zíper da calça
de Castle apenas para atestar o quanto ele estava excitado.
Satisfeita,
ela se distanciou dele apenas para pegar as algemas com a intenção de provocar.
Girando o objeto em seus dedos, ela olhava maliciosa para Castle. Abriu um dos
lados e prendeu na lateral de sua calcinha. Voltando a ficar frente a frente
com ele, abriu o fecho frontal do seu sutiã fazendo a peça deslizar ao chão.
Ele não aguentou mais esperar. Quando fez menção de agarra-la, Kate deu uma
tapa nas mãos dele afastando-se um pouco.
A musica de
Joe Cocker já acabara e os acordes de Sweet dreams tocava tornando o momento
ainda mais excitante. Ela apoiou os joelhos no sofá para então sentar no colo
dele. Suas mãos seguravam as dele indicando que não deveriam toca-la ainda.
Mordiscando a orelha dele, ela sussurrava os versos da canção.
- Some of them want to use you, some of them want to get used
by you. Some of them want to abuse you, some of them want to be abused…
Ela finalmente
sorveu os lábios dele intensamente. Castle se rendeu ao desejo. Apertando-a
contra seu corpo, deixou as mãos vagarem pelo corpo dela perdendo-se nos
cabelos aprofundando o contato do beijo, das línguas, pele contra pele.
Rapidamente, Kate puxou a camisa dele jogando-a sobre o sofá. Seus lábios foram
direto beijar o peito dele, morder o ombro, sentindo o calor do corpo e o
volume do membro dele contra sua pele. Não aguentava mais esperar, queria tê-lo
agora. Sem nenhum minuto a mais ou a menos.
- Castle, quer
fazer o favor de se livrar dessas calças? Eu preciso de você... – ele a deitou
no sofá, ficando de pe, tirou as calças rapidinho já deitando seu corpo sobre o
dela devorando-lhe os seios. Os gemidos em resposta aos toques, fizeram Castle
sorrir. Continuou aventurando pelas curvas dela ate chegar na calcinha,
livrando-se da peça para prova-la com os lábios. Quando Kate parecia se sentir
entregue ao comando dele, Castle a puxou colocando-a novamente sobre seu colo.
Entendo o recado, ela se posicionou para recebê-lo.
Novamente
sentindo-se plena, ela começou a se mover com ele. Castle acariciava-lhe os
cabelos, ao mordiscar seus lábios em meio aos movimentos. Kate segurava o rosto
dele para beija-lo ou apoiava as mãos nos ombros dele. Sentia o corpo tremer
através dos toques que ela recebia, o desejo começava a aflorar na pele, estava
próxima de um orgasmo. Ele sabia disso e exatamente por esse motivo,
intensificou as estocadas. Apertou os mamilos dela e acariciou os seios. Kate
jogou o corpo para trás sentindo-se completamente segura nos braços dele. O
grito de prazer escapou-lhe dos lábios fazendo-a se render a transformação que
dominava seu corpo naquele instante. Vendo-a sucumbir, ele também se deixou
levar seguindo-a em busca do clímax perfeito.
Minutos
depois, estavam deitados ofegantes no sofá. Kate esparramada no peito dele, os
cabelos embaralhados sobre as costas nuas. As mãos de Castle ainda acariciavam
os vastos fios. As pernas de ambos enroscadas, seus corpos completamente nus.
Ele beijou-lhe o topo da cabeça. O gesto fez Kate erguer a cabeça para fita-lo
sorrindo.
- Aposta paga.
- E com
louvor, devo acrescentar. Posso perguntar quem estava fazendo o strip? Você ou
Nikki?
- Até onde
sei, somos uma só pessoa. Policial de dia... o escritor sabe completar a frase.
- Sempre com
uma carta na manga para me surpreender não, detetive?
- Apenas
cumprindo minha parte da barganha, eu perdi a aposta. Demorei, mas paguei. Acho
que eu quero um pouco mais do prosecco. E depois, que tal mudarmos para o meu
quarto?
- Excelente
ideia – ele se levantou com ela enroscada em seu corpo – parece que você deu
sorte, Kate. Ainda tem pelo menos duas taças aqui – serviu a bebida entregando
o copo nas mãos dela. Kate tomou um longo gole, deixando a taça na mesinha,
sorveu os lábios dele outra vez. Castle a ergueu do sofá caminhando com a sua
namorada atracada em sua cintura. Chegando no quarto, ele a deitou carinhosamente
na cama, recomeçando tudo o que fizeram na sala, porem de maneira lenta e
sedutora como somente ele sabia fazer para leva-la a loucura. Fazer amor como
se fosse a primeira vez, nunca falhava.
Terminado o
momento de prazer, ele aconchegou-a nos braços e adormeceram muito rápido.
Uma semana se
passou antes que essa fase tranquila e de grande felicidade fosse rompida. A
vida quase perfeita de Beckett ia sofrer um novo baque, para enfrentar a
turbulência Castle precisava estar ao seu lado mesmo que ela repetisse teimosamente
que era um assunto somente dela.
Quando chegara
para em sua casa naquela quarta-feira, após um dia cheio de trabalho, tudo o que
Castle queria era uma boa taça de vinho, talvez um leitura do seu livro de
cabeceira no momento e cama. Kate optara para ir ao seu apartamento, pois já
fazia três dias que não ia para casa. Quatro horas se passaram desde que ele se
sentara na cama com o livro nas mãos. Um som de telefone o acordou. Checando a
hora, ele se surpreendeu por estar recebendo uma ligação do 12th distrito em
plena madrugada. Próximo de duas da manhã, será que Kate retornara para o
trabalho? E por que não ligara de seu celular? Estava prestes a descobrir.
Não fora
Beckett quem o contatara, mas sim o próprio Montgomery, o que indicava que não
deveriam ser boas noticias. Em cinco minutos, ele contou o que estava
acontecendo chamando-o para se juntar a sua equipe em uma cena de crime nada
prazerosa. Comentou que ia ligar para a sua detetive em seguida. Ele a conhecia
o suficiente para saber que o contrariaria mesmo que brigasse com ela. Era ai
que a presença de Castle era necessária. Se tinha alguém que podia lidar com a
reação de Beckett, esse alguém era Castle.
Ao chegar na
cena, avistou o capitão. Estava com uma cara péssima. Obviamente aquilo apenas
tendia a piorar diante das próximas ações que teria que enfrentar. Tiveram uma
breve conversa. Sabia que a teimosia de Kate falaria mais alto quando as luzes
do seu carro se aproximaram, ele se preparou para lidar com o humor e as
emoções dela. Sabia o que a morte do seu mentor poderia significar para a
detetive. Assim que ela desceu do carro, ficou claro o estado em que ela se
encontrara. Dirigindo-se ao capitão, tentava se fazer de forte. No fundo,
Castle sabia que era puro disfarce.
Continua....
Um comentário:
Que strip foi esse 😏👌🏽
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