Nota da Autora: Sei que muitas leitoras estão imaginando uma linha de pensamento para o que virá a seguir. Eu tenho a minha própria, a que é fiel a essencia das personagens. Não posso mudar isso. O capitulo não é tão grande, porém contém discussões interessantes... espero que gostem!
Cap.56
- Você pode me explicar por que decidiu
que não quer nossa parceria? Sim, porque há algumas semanas estava tudo bem,
até jantar você me obrigou a fazer dizendo que era parte das regras e de
repente, não está mais interessada?
- Não é questão de interesse. É questão de
foco. Castle, eu já expliquei para você que estou fazendo terapia, que meu
tratamento exige concentração. Quero evoluir, tentar encontrar uma forma de
abraçar a vida sem medo. Tenho tanto o que entender sobre mim mesma. Lembra-se
dos muros que falei para você? Ainda estão lá. E não estou completamente curada
da PTSD.
- E o que a nossa parceria com benefícios
tem a ver com isso? Eu pensei que a estava ajudando. Fazendo você relaxar,
abraçar a vida como disse. Não faz parte da sua terapia também? Buscar se
soltar, se abrir? – ele estava irritado, ela notara apenas pelo tom de voz.
- Não estou dizendo que é ruim, mas isso
me tira o foco. Esse clima doméstico...
- Ah, certo, o clima doméstico. Sentir-se
relaxada...sabe, você pode tentar quantas vezes quiser, não vai me convencer.
Essa história tem outro motivo.
- Castle, eu não estou acabando com a
nossa parceria. Você ainda trabalhará ao meu lado, investigaremos juntos. Estou
recuando com relação aos benefícios. Você vai estar ao meu lado no distrito,
quero que esteja. Somente não teremos jantares, saídas e sexo. Beijos também
estão fora do acordo – ele riu diante da colocação dela. Tinha vontade de
gargalhar, por dentro, porém o que sentia era frustração. Sabia o porquê disso
agora, ou ao menos suspeitava.
- Beckett, não duvido que você queira
focar em seu tratamento, mas esse não é nem de longe o motivo pelo qual você
quer acabar com a nossa parceria com benefícios. Não percebe o quanto está se
contradizendo? Essa sua recaída é por causa de Sophia. Desde que ela apareceu
você está estranha, bolada. Teve uma crise de ciúmes e nem adianta negar porque
até minha filha foi testemunha. Ela mexeu com você. O fato dela ter sido minha
fonte de informação e inspiração para Clara Strike mexeu com a sua cabeça. Por
isso está querendo acabar com algo interessante. Porque sentiu-se intimidada
por Sophia.
- Isso não tem nada a ver com ciúmes ou
Sophia.
- Não? Você não gostou de saber que houve
outra musa, ficou até preocupada se existiam mais. Também não sei o que Sophia
possa ter falado a você para faze-la recuar desse jeito. Acredito que já sabe
agora que ela não é confiável. O que quer que seja, deveria pensar bem, afinal
nem tudo o que ela disse foram verdades – ele praticamente cotara a detetive quando
ela respondera ao perguntar do seu pai.
- Por que está insistindo em dizer que
isso tem relação com Sophia? Por acaso não sou capaz de tomar decisões que
digam respeito a minha vida?
- Não, Beckett, você é totalmente capaz de
tomar decisões. Contudo, eu a conheço o suficiente para saber que algo na minha
história com Sophia mexeu com a sua cabeça. Sabe o que é mais interessante? Ela
não foi minha musa. Ela foi a pessoa que me deu acesso a vida na CIA. Você
sequer entendeu que o perfil de Clara não é o da Sophia, ao contrário de Nikki
que além da personalidade, tem a história. Eu só tenho uma musa.
Ela ficou calada por um instante. Já
imaginava que ele pudesse trazer o nome de Sophia para essa discussão. Ele
estava certo, parcialmente. E a ênfase a palavra “uma” não passou despercebida
a Beckett.
- Você não vai admitir que sentiu ciúmes
como aconteceu com Serena?
- Não tenho que admitir nada – ela estava
emburrada. Ele realmente sabia como cutucar a ferida.
- Beckett...
- Está bem! – ela elevou a voz - Quer que
eu diga o que eu acho? Se eu não posso ser a musa de dois escritores, você como
escritor não pode ter duas musas. E isso não muda o que propus a você. Estou
fazendo apenas uma colocação – ele ria. Beckett fora buscar uma história antiga
para criar um argumento, porque é tão teimosa que só consegue ouvir o que quer
– por que está rindo? Está tirando sarro da minha cara? – ela já estava
irritada, começava a pensar sinceramente em bater nele – quer que eu atire em você,
Castle? Ou esqueceu que tenho uma arma? – ela estava vermelha.
- Você ouviu o que eu disse? Ou sua
teimosia te deixa surda também? Eu só tenho uma musa. Você! – ele respirou
fundo, não queria perder a paciência com ela, não queria gritar – Estávamos
bem, nos entendendo. Seu tratamento não sofreu nenhuma retração, pelo contrário
achei que estava ajudando-a. E olha para nós! Discutindo como em um
relacionamento! Porque a parceria, mesmo que profissional, detetive é um
relacionamento – ele queria esmurrar o carro, mas suspirou para manter o autocontrole
- E quanto a sua proposta, bem – ele riu, o tom de sarcasmo na risada, não
conseguia evitar mesmo sabendo que aquilo podia piorar as coisas entre eles -
quem sou eu? Nem pensei que iria mudar afinal é sua, você tem que ter a
primeira palavra, mandar em tudo... ter o controle – ao ver o jeito como ele
falara, Beckett se pegou pensando se não fora longe demais. E se ele disser que
não quer apenas investigar?
Ele ficou por uns bons instantes fitando o
nada. Calado. Ele sinceramente pensava em dar um gelo nela, sumir por uns
tempos, faze-la perceber que precisava dele, sentiria sua falta. Consequências,
não? O problema é que Castle sabia que ela vinha numa crescente, evoluindo.
Quase pensou que Kate pudesse declarar-se para ele em pouco tempo. Virar as
costas não era a solução. Não se quisesse ajuda-la. Um passo para frente, três
para trás. Essa era a dança que executavam. Teria que encontrar outro jeito de
mostrar o que realmente significava a parceria com benefícios. Precisava
descobrir o que apavorara tanto a detetive que se deixou agir como a velha
Kate.
O silêncio entre eles começava a deixa-la
preocupada. Castle estava pensando em desistir? Sair daquele carro de uma vez,
para sempre, de sua vida? De repente, a ideia lhe causou náuseas. Sentiu as
palmas das mãos começarem a suar. Por que ele não falava nada?
Castle fechou os olhos por uns instantes. Tinha
certeza que ela estava agoniada esperando uma resposta. Ele abriu a porta do
carro e saiu. Beckett arregalou os olhos na mesma hora. A porta foi batida com
força. Raiva. Ele estava com raiva. Por impulso, ela saiu do carro correndo até
a calçada, puxando-o pelo braço.
- Castle... por favor, diga alguma coisa.
Qualquer coisa, me xingue, grite. Mas fale! – ele virou o rosto para
fita-la.
- Apesar de eu achar que você está
cometendo um erro, algo que poderá se arrepender depois, tudo bem. Apenas parceiros,
então – ele viu o alívio nos olhos dela, isso apenas confirmou que havia uma
história por trás da decisão - E quando você achar que está melhor, que as
palavras ditas por Sophia não façam mais efeito, voltaremos a falar sobre a
parte dos benefícios se ainda for viável.
- Por que insiste em achar que Sophia me
disse algo?
- Como já disse antes. Eu a conheço,
Beckett. Até amanhã, parceira – Castle abriu a porta do prédio e entrou
fechando-a em seguida sem olhar para trás. Kate fechou os olhos e suspirou.
Esperava que não se arrependesse do que acabara de fazer.
Castle chegou em casa chateado. Serviu-se
de uma dose de whisky e fitando sua estante pensava no que aquela mudança
significaria em termos de relacionamento para eles. Quando achava que estavam
evoluindo, se acertando, algo a fazia travar. Será que havia dedo de Dana nessa
decisão? Será que a terapeuta propôs isso a ela? Não, essa atitude era toda de
Beckett. Não parecia algo que Dana faria a menos que estivesse tentando provar
algum ponto a detetive. Ainda assim lhe soava estranho.
Sem encontrar as respostas para os seus
questionamentos, ele decidiu dormir. Fizera uma promessa a si mesmo. Se Beckett
acreditava que poderia ficar longe de alguns benefícios, ele faria questão de
mostrar o quão difícil seria. Ação e reação. Causa e efeito. Castle reconhecia
que teria que agir com cautela, para isso precisava se unir a terapeuta. Amanhã
conversaria com a única pessoa capaz de esclarecer essa mudança de
comportamento de Beckett.
Consultório de Dana
Ela abriu a porta afastando-se para que
ele entrasse. Castle sentou-se no divã.
- Devo confessar que estranhei o
telefonema essa manhã, então me lembrei que talvez tenha uma ideia do porquê
você está aqui.
- Tudo bem, não quero rodeios. Kate veio
me propor para recuarmos com a nossa parceria com benefícios. Eu preciso saber,
tem dedo seu nisso? Você propôs algum teste ou estudo para ela? De onde você
tirou que a nossa parceria com benefícios estava sendo prejudicial ao
desenvolvimento do tratamento?
- Não. Ela disse isso?
- Não... – ele suspirou escorando a cabeça
na almofada – eu pensei que, de repente, sei lá! Queria achar uma explicação
para ela querer parar agora. Nós estávamos tão bem. Ela estava sorrindo mais,
relaxada. Cheia de joguinhos. Por que?
- Ela não te deu uma explicação?
- Disse que precisava focar em seu
tratamento. Que era sua prioridade.
- Ela não mentiu. Foi o que disse para mim
também.
- Mas, Dana, ela estava bem. Você sabe que
a tal parceria com benefícios fez bem a ela, ajudou-a. Por que não a convenceu
que estava errada?
- Eu tentei. Eu expliquei, mas você
conhece Kate. A teimosia é maior que a razão algumas vezes. Ela tomou a
decisão. Nem devia te dizer isso. Ela botou na cabeça que estava errado fazer o
que faziam porque se apavorou com a história de Sophia, de outra musa e do
quanto doméstico, como ela mesma disse, vocês estavam se tornando. Nesses
casos, o melhor é deixar a paciente tomar a decisão achando que estava certa e
depois ajudá-la a perceber que fora por um caminho ruim. Na verdade, o encontro
com Sophia foi o estopim.
- Chega a ser irônico você dizendo isso.
Estopim – Castle sorriu frustrado – eu sabia que o motivo era Sophia.
- A parceria fez Beckett evoluir, ela se
abriu, derrubou algumas barreiras. Isso não será perdido. Você a ajudou.
- E se ela se fechar outra vez?
- Isso não vai acontecer. Veja só, Kate se
redescobriu nesses pequenos gestos. Ela gostou da experiência, se divertiu. Ao
fazer isso, ela se questionou se era correto continuar assim. Foi aí que o medo
e a velha Kate apareceram para bagunçar a cabeça dela. Só que como ela disse
para você, tem uma prioridade. Ela quer melhorar, evoluir. É por isso que ela
não irá se fechar outra vez. Eu a pressionei de certa forma quanto ao
tratamento, coloquei-a em uma posição que exige foco e principalmente escutar o
coração. Por que você acha que ela decidiu parar com a parceria? Porque na
mente racional de Kate, isso lhe rouba a capacidade de análise, porque a
distrai, a deixa leve. Kate acha que as respostas que precisa encontrar
dependem de investigação, quando no fim, são respostas do coração. Se ela
compreender isso, ela estará livre para ser quem realmente quer. E essa nova
pessoa, essa nova Kate, inclui você na vida dela.
- Por que ela tem que ser tão complicada?
- Eu me pergunto isso todas as vezes que
ela deixa meu consultório. A vida a deixou assim. Por muito tempo, Kate viveu
só. Ela e suas sombras. Não está acostumada a confiar, a ter pessoas que realmente
se preocupem com ela. Acredite, você já fez muito. Você a mudou, ainda está
provocando a mudança nela. Sei que muitas vezes, como agora, chega a ser
frustrante. É até injusto pedir a você paciência. Ninguém tem mais do que você,
Castle. Porém, eu tenho certeza que irei conseguir faze-la enxergar o que
precisa. Mais importante é a resposta que dará a ela. Peço que pondere bem os
seus próximos passos, se decidir se afastar agora poderá colocar tudo a perder,
se a pressionar para voltar a parceria como antes, pode faze-la fugir. Estamos
em um momento crucial. Você já deu sua resposta a ela?
- Já.
- E posso saber qual foi?
- Eu aceitei, Dana. Isso demonstra o quão
trouxa eu sou, não? – ele sorriu resignado – já entendi, o que me resta é
esperar. A conclusão pura e simples. É tudo que tenho feito desde que ela levou
aquele maldito tiro, desde que começaram as crises de PTSD, desde que eu
disse... – ele engoliu em seco -... que a amava – Dana sorriu pegando a mão
dele na sua fitando os olhos azuis.
- Você não é trouxa. Você a ama. Fazemos
tudo por quem amamos, até prolongar uma espera ou sofrer um pouco mais do que
planejamos. Trouxa? Não. Talvez um bobo apaixonado. E acredite, é lindo de ver.
Não desista – ela apertou a mão do escritor, sorriu - Aliás, você não deveria
estar no distrito?
- Deveria. Obrigado, Dana. E se não for
pedir muito, tente apressar o fim desse tratamento, por favor.
- Farei o possível – ela riu.
- Kate tem sorte de ter você como sua
terapeuta. São poucas pessoas que conseguem a atenção dela, se fazer ouvir por
Beckett. Conto nos dedos de uma mão.
- É verdade, e adivinha? Você é uma delas.
Talvez a mais importante. Agora suma daqui, vá levar café a sua parceira. Ela
deve estar esperando... – eles riram e Castle falou outra vez.
- Dana, os benefícios estão fora de
questão, porém estaria fazendo mal a ela se a provocasse de vez em quando?
- Nem um pouco. Esse é um dos pequenos
detalhes que podem fazer toda a diferença para eu mostrar a Kate que tomou o
caminho errado. Brinque, atice. Uma hora, ela cai em si e cede – ele assentiu
com a cabeça e deixou o consultório.
Duas semanas se passaram e a parceria
parecia ter continuado bem. O ritmo de investigações era o mesmo. Castle
teorizava daqui Beckett refutava de lá. As vezes pensavam no mesmo motivo ou
arma, sincronizavam pensamentos. Não tinham do que reclamar. Exceto no fim de
semana.
Beckett acabou descobrindo que a parceria
com benefícios tinha a vantagem da companhia. Ela tentou arrumar o apartamento,
ler livros, assistir filmes, o que eram boas diversões que costumava ter antes
de Castle, porém descobriu que hoje essas mesmas atividades não lhe enchiam os
olhos como antes. Para ela faltava o complemento, ter alguém ao lado para
comentar, discutir detalhes, rir de uma piada boa ou de um comentário
sarcástico. Pela primeira vez em um bom tempo, ela se sentiu solitária.
Na segunda seguinte, tinham um novo caso e
o mesmo ritual aconteceu. Dessa vez era um caso que envolvia personagens de
contos de fadas. Duas pessoas já tinham sido mortas. Uma chapeuzinho vermelho e
uma Branca de neve. Tudo indicava que tinham um potencial serial killer a
caminho, um fã perturbado dos irmãos Grimm.
Enquanto isso, na vida pessoal de Castle,
Martha estava atrapalhando qualquer chance do escritor escrever porque ela se
apossou do seu escritório para escrever a dramatização de sua própria vida. E
isso não era tudo. Ela queria fazer uma sessão de leitura. Algo que lhe
custaria uma noite de puro embaraço. E o pior ainda estava por vir. Martha
informara que convidara Beckett e ainda sugerira que eles podiam transformar
essa oportunidade em uma espécie de encontro.
Ótimo! Tudo que ele precisava a essa
altura. Especialmente agora que não era mais parceiros naquele outro nível.
Teria que falar com Beckett, tentar evitar que ela presenciasse seu próprio
embaraço. No dia seguinte, ele a abordou na delegacia.
- Você vai?
- O que você queria? Que dissesse não?
- É!
- Por que você é tão contra a
interpretação de sua mãe, a peça dela?
- Porque ela está reescrevendo a história,
minha história. Acredite, eu vivi isso. Ela estava fazendo soar como seu
próprio conto de fadas.
- Oh, então você não gosta quando alguém
escreve a sua própria versão da sua vida. Interessante – ela sorria.
- Certo, você está se referindo aos livros
de Nikki Heat? Porque isso é completamente diferente.
- Diferente como? – Beckett ergue as
sobrancelhas e faz uma cara de intrigada. Essa conversa estava bem
interessante.
- Primeiro, não digo que o que eu escrevo
é verdade.
- Eu não acho que ela também. Qual é,
Castle você mesmo disse todos precisam de um conto de fadas, o que a de errado
em sua mãe ter o dela?
- Certo, vamos mudar o assunto para um
menos provável de me dar uma ulcera – e Castle mudou para a investigação.
Felizmente conseguiram uma pista com as
fantasias e isso os levou a suposta terceira vítima. Elas estavam envolvidas em
um outro crime sete anos atrás. Um homicídio. Jovens e com medo, elas fizeram
um pacto e não contaram nada a polícia, até a chantagem começar a acontecer.
Seguindo pistas, chegaram a um suspeito. Parecia que o caso estava encerrado e
Beckett lembrou Castle de sua pequena reunião.
- Acho que ambos podemos ir à apresentação
de sua mãe.
- Sério? Você quer se aventurar pela
floresta assustadora?
- Não se preocupe, Castle. Eu tenho uma
arma. Eu o protegerei do grande lobo mau – ela disse sorrindo pegando seu
casaco.
- Você usaria sua arma na minha mãe? – ele
perguntou. Beckett o olhou assustada, isso saíra totalmente errado, porém
Castle interpretou de outra forma – estou tão comovido que seria capaz de
beija-la agora – o olhar dele fitava diretamente os lábios de Kate, provocando,
continuou – mas está fora de questão – o comentário surtiu o efeito desejado,
ela estava vermelha - Obrigado – ele acrescentou, não estava se referindo ao
gesto e sim ao fato de saber que ela ficaria pensando sobre o beijo. Ela
suspirou.
Chegaram
ao loft juntos, o que era para ser uma pequena reunião acabara de se
transformar em um evento. Receberam as taças de champagne logo na entrada.
- Ah, Castle... isso é uma boa
apresentação.
- É, tendemos a pensar grande. É de
família. Saúde – eles brindaram. Apesar de não estarem fazendo a segunda parte
de sua parceria, Castle ficou feliz por ela não o abandonar nesse momento. Porém,
ao ficar alguns minutos com sua mãe, ele teve um insight e percebeu que
prenderam o homem errado. Eles deixaram o loft de volta a delegacia para amarar
as pontas soltas do caso, só então seguiram para o hospital. No fim, a terceira
vítima era na verdade, a assassina. A vilã perfeita dos contos de fadas.
- Falando em contos de fadas, minha mãe
está pronta para a sua dramatização privada para nós.
- De volta a floresta então? – disse
Beckett.
- Ainda tem sua arma? – ela sorriu – hey,
eu queria agradecer. Você realmente não precisava fazer isso. Quer dizer, somos
parceiros, nossos momentos juntos agora resumem-se a investigar casos no 12th.
- Você mesmo disse, Castle. Somos
parceiros. E de alguma forma, somos amigos. Sem a parte dos benefícios. Isso
vale também, não? – ele apenas sorriu.
De volta ao loft, após cumprimentar Martha
e receber suas bebidas, foram convidados a sentarem-se para que pudessem dar início
a sessão de leitura. Com toda a desenvoltura de uma diva, Martha começou a sua
viagem dramática de seu próprio conto de fadas. Beckett prestava bastante
atenção a história e a performance da mulher a sua frente. Ela era boa.
- Era a oportunidade da minha vida, a
chance de interpretar a Wicked Witch na Broadway. Mas isso significaria eu
estar longe de casa seis noites por semana, duas matinês. O que eu deveria
fazer?
- Percebe que nada disso aconteceu? –
Castle sussurrou para Beckett.
- Francis Bacon escreveu uma vez: “aquele
que tem filhos, entregou-se como reféns ao destino”. Bem, se eu era uma refém,
então meu filho, Richard, foi meu captor, meu feitor – Beckett já sorria
baixando a cabeça, podia imaginar o que viria a seguir.
- Eu estou bem aqui.
- Eu recusei o papel, virei as costas ao
destino. E foi a melhor decisão de carreira que eu já tomei para um papel ainda
maior que surgiu em meu caminho. Um papel, talvez o maior que já interpretei...
– Kate estava cada vez mais engajada na história – o papel de mãe – Beckett
olhou para Castle tocando-lhe carinhosamente a coxa.
- Isso é lindo.
- Tem razão, é lindo – ele estava
surpreso. Mas ainda não terminara.
- Agora, se Richard tivesse abraçado o
papel de filho com o mesmo nível de comprometimento – e Beckett já estava rindo
outra vez, algo lhe dizia que a história acabara de achar um culpado, um vilão.
- E lá vamos nós para a floresta...-
Castle comentou e Beckett segurou a mão dele na sua mostrando seu suporte. A
dramatização continuou e ainda rendera algumas boas risadas a Beckett. No
final, ela aplaudiu e cumprimentou a mãe de Castle com um abraço.
- Isso foi muito bom, Martha. Emocionante.
E divertido, além de curiosos fatos sobre Castle – ela olhava para o escritor
visivelmente chateado por ter sido o alvo da noite.
- Oh, Katherine. É bom ver pessoas que
admirem a pura arte. Obrigada – ela se afastou indo para o lado de Castle que a
entregou uma nova taça de champagne.
- Você sabe que 99% do que ela falou é
mentira, certo?
- Mesmo? E o que seria o 1%, Castle?
- O fato dela ser minha mãe, eu seu filho
e termos talento para as artes.
- Não sei, algo me diz que ela não estava
mentindo sobre o fato de você ficar horas perambulando pelos camarins se
fantasiando com as roupas dos atores e atrizes. Além do lance do piano, você
tocava para elas como também já tocou para mim. Será que foi por causa dessa
época que você começou a dar autógrafos em peitos? Foi nas atrizes amigas de
sua mãe que começou a praticar? Estou curiosa...
- Beckett, por favor, não comece. Pensei
que tinha vindo aqui para me apoiar, não para se juntar a minha mãe e atiçar
seus devaneios – ela riu – se continuar insistindo, vou precisar de uma dose
bem mais forte de whisky, champagne não tem o efeito necessário...
- Relaxa, Castle. Está tarde. Eu deveria
ir andando. Alguns de nós precisam acordar cedo para trabalhar de manhã. Vou me
despedir de sua mãe – ela ficou uns cinco minutos conversando com Martha em
meio a sorrisos e abraços, finalmente voltou-se na direção dele – certo, estou
pronta para ir para casa – ele acompanhou-a até a porta.
- Obrigado por vir, Beckett. Apesar da vergonha
que passei, foi bom ter alguém ao meu lado para segurar minha mão e me
confortar na floresta.
- É o que parceiros fazem não? Boa noite,
Castle e por favor, nada de sonhar com o lobo mau.
- Até amanhã, detetive – se inclinou e
beijou-lhe o rosto. Beckett sorriu e caminhou em direção ao elevador. Ele
observou-a até as portas se fecharem para então também fechar a porta do loft e
dirigir-se para o seu quarto.
Em seu apartamento, já na cama para
dormir, Kate relembrava a pequena reunião no loft. As histórias de Martha e sua
interação ajudando Castle naquela noite. Era um exemplo perfeito de que
poderiam conviver somente na parceria, sem os tais benefícios, não? Podia dizer
isso a Dana, porém ela não se convencera totalmente da mudança. Afinal, sofrera
no último domingo sozinha. Não, Kate, pare! Repreendia a si mesma. É por uma
boa causa.
Então, por que se sentia estranha com a
sua própria decisão? Castle aceitou, não? Será que se dissesse isso para Dana
ela jogaria na sua cara que errara em desistir da parceria? Talvez sim, talvez
não. A terapeuta podia ser bem evasiva as vezes. Gostava de deixa-la encucada
com seus próprios pensamentos. Só havia uma forma de descobrir.
Era dia de outra consulta com Dana,
novamente Kate se preparava para ser pressionada pela terapeuta. Tinha certeza
que ela iria querer saber o resultado de sua conversa com Castle e também como
eles estavam levando o trabalho agora que não havia mais benefícios envolvidos.
Ao entrar no consultório, Dana a
cumprimentou com um beijo. Preparou café para as duas e sentou-se na sua
poltrona cativa enquanto Kate ficava de frente para ela no divã.
- Como você está, Kate? Faz duas semanas
que não aparece aqui. Muitos casos para resolver ou você estava me evitando por
conta das nossas últimas conversas?
- Não é nada disso. Estava ocupada no 12th
distrito.
- Ótimo! Agora que está aqui, quero saber
como anda sua nova fase profissional, seu momento pós-Sophia.
- Momento pós-Sophia? De onde veio isso?
- Ora, Kate, foi logo depois que essa ex-namorada
de Castle apareceu na jogada que você passou a ter ideias diferentes sobre sua
vida e a parceria com o escritor. Não foi ela um dos supostos motivos para você
romper a parceria com benefícios?
- Sophia não foi motivo de nada, meu
tratamento foi.
- Desculpe, me expressei mal. A conversa
com Sophia a ajudou a tomar algumas decisões.
- Eu sabia que você ia tocar nesse
assunto.
- Faz parte do seu tratamento, é para isso
que estamos aqui, não?
- Tudo bem. Ao contrário do que você deve
estar especulando, eu e Castle continuamos trabalhando juntos e muito bem com a
nossa parceria. Investigado juntos, teorizando. Nada mudou em nosso
relacionamento profissional.
- Isso é bom. Porém, não acredito que
Castle aceitou de boa a mudança. Como ele reagiu?
- Ele... entendeu...
- Kate...
- Tudo bem, ele não gostou. Ele me
questionou, me acusou de ter agido assim por causa de Sophia. Ele me acusou de
ciúmes. Nós discutimos.
- Era o que eu esperava. Sejamos honestas,
Kate. Você ficou louca de ciúmes com a presença de Sophia, ela colocou ideias
em sua cabeça. E a velha Kate tomou as palavras como verdade. Castle está certo
sobre tudo e você sabe disso. Não estou dizendo que você tomou a decisão
errada, eu quero que você busque nessa fraqueza a força para compreender a si
mesma e ver o que a vida tem a lhe oferecer. Aceitar que chegará um momento em
sua vida que encontrará o caminho da sua felicidade, aceitará que sua parceria
com Castle, é mais do que investigar casos.
- Às vezes eu não acredito que ele ainda
está lá.
- Por que você acha que ele está ainda?
- Ambas sabemos a resposta, Dana. Porque
ele me ama. Castle mudou muito ao longo dos anos. Cresceu, tornou-se um homem
melhor. Não consigo evitar a pergunta: será que pode ter uma recaída, voltar a
ser quem era quando nos conhecemos? O fanfarrão mulherengo?
- Quando pensa nisso, o que vem a sua
mente?
- Nada. Na verdade, eu não sei a resposta.
Minha decisão sobre a nossa parceria poderia ocasionar isso? Fazê-lo voltar a
ser o Castle de quatro anos atrás?
- Tenho que concordar que considerando o
histórico de Castle, sua mudança foi um feito incrível. Apesar das
dificuldades, ele está lá.
- Foi por ver o que aconteceu, que todos
podemos enfrentar nossas batalhas e mudar que quis me desafiar, ser mais do que
já sou. Me vi, de certa forma, inspirada pela mudança que ele sofreu. Eu
preciso derrubar esses muros, vencer as barreiras. Deixar o passado para trás.
Ai sim, voltarei a pensar em Castle.
- Após a sua proposta, você duvidou que
ele ficasse, Kate?
- Na verdade, não. Porém, tinha um certo
receio com tudo que já acontecera. Ainda tenho, não sei, algo me incomoda. Sei
que ele ficou chateado, quis argumentar. Não vou mentir. Fiquei com muito medo
dele dizer que acabara porque eu não tinha uma resposta a dar para ele, não
naquele momento, não ainda.
- Ele ainda está lá porque a ama. Você é a
única mulher que importa para ele, mas é preciso ficar atenta.
- Estamos bem. Investigando, rindo,
continuamos parceiros. Eu estou pronta para continuar meu tratamento, mergulhar
fundo na busca, me conhecer e então talvez encontre as respostas que procuro. Espera,
o que você quis dizer com ficar atenta?
- Exatamente o que significa – Kate fez
cara de poucos amigos.
- Dá para ser mais clara?
- Certo, seu medo sobre uma recaída de
Castle. Na minha humilde opinião, ele somente terá uma recaída voltando a ser o
velho Castle se algo muito sério acontecer. Se ele descobrir que foi enganado,
ou se ouvir algo que não esperava de você. Kate, se decepcioná-lo, talvez volte
a ser o mulherengo despreocupado de antes.
- Resumindo, Dana. Se eu tomar a decisão
errada, estrago tudo. Serei a culpada, não importa as circunstâncias.
- Não disse isso. Pedi para ficar atenta.
Eu sequer irei retomar o assunto das perguntas hoje. Já que estamos falando de
autoconhecimento, da busca de si mesma. Deixe-me dizer algo sobre essa busca,
sobre o tempo e sua influência diante da decisão que tomou. Preste atenção as
minhas palavras – Dana limpou a garganta, Kate percebeu que tinha o semblante
sério embora a voz saísse suave – a estrada da vida por mais que queiramos não
é uma linha reta e plana. Nela encontramos buracos, curvas, bifurcações que nos
obrigam a escolher e mudar o rumo. Você já passou por vários deles. Sobreviveu
a obstáculos imensos. Agora estava diante de outro. Teve que escolher abrir mão
de sua parceria com benefícios com Castle para que a terapia e o tratamento
fossem seu foco. É uma atitude corajosa e louvável, desde que esteja fazendo
isso para realmente não fugir dele.
Vendo que Kate não se manifestara,
continuou.
- A sua terapia acaba, Kate, quando for
capaz de responder as duas perguntas de maneira correta. Poderia ter a resposta
para as duas ou apenas uma delas. O tempo do tratamento é determinado por isso.
E tudo bem se não tiver as respostas, você está evoluindo e eu estou aqui para ajudá-la
a encontrar uma maneira de responde-las. O problema é que essas mesmas
perguntas podem ser formuladas pela própria vida, amanhã, dali a um mês ou quem
sabe anos... não conseguimos prever. Quando acontecem durante um determinado
momento da vida, nos cobram ação e decisão. Não se pode pausar. Acabar a
consulta e responder na próxima semana. São imediatas. Eu sinceramente espero
que seja capaz de responde-las antes de se deparar com qualquer uma delas numa
encruzilhada da vida.
- Dana, você está me pressionando?
- Claro que não. Seria uma péssima
terapeuta se fizesse isso. Estou aqui para auxilia-la. Quero apenas que entenda
que ao expurgar o lado doméstico, os benefícios com sua parceria com Castle,
está quebrando um vínculo. Sabe porque ele acertou o lance do ciúme, Kate?
Porque ele a conhece. Aos poucos, você está deixando-o entrar, ele raspa cada
pedacinho desse muro na esperança que se dissolva com o tempo. Já está
acontecendo. Por isso sua presença é importante. Não preciso que admita com
palavras porque você sabe que estou certa, porque você sabe o que sente. Mais
uma vez reafirmo que acato sua decisão. Se tê-lo apenas presente em seu lado
profissional é o melhor para você no momento, posso trabalhar com isso.
- Claro que é o melhor. Por tudo o que
você falou, eu preciso focar na terapia. Quanto antes me descobrir, melhor e
mais fácil será para me livrar dos muros. Estamos bem, Dana.
- Eu sei que estão. Trabalham bem juntos.
A dúvida é saber se você resistirá em ficar longe de Castle, quero dizer,
intimamente – Dana sorriu.
- O que você está sugerindo com isso?
- Nada. Apenas lembro que por muito menos
já te vi irritadíssima quando não o tinha disponível para...você sabe... se
conseguir resistir... – ela atiçou.
- Essa é a imagem que faz do meu
relacionamento com Castle? De mim?
- Não, Kate. O que estou dizendo é que
você já estava se acostumando principalmente aos pequenos gestos. As coisas
domésticas. Tem que ser forte para manter a cabeça erguida e seguir em frente –
a forma como Kate reagiu disse tudo a Dana. Sua amiga baixara a cabeça evitando
o contato visual, soltou um pequeno suspiro – já aconteceu, não? Você já se viu
numa situação onde sentiu a falta dele.
- Sim, no último fim de semana. Foi
difícil passar sozinha. Tentei me distrai, funcionou por um tempo, não o
suficiente.
- Vai ter que reaprender. Pelo menos até o
seu tratamento chegar ao fim.
- Eu sei.
- Acho que já explorei bastante você por
hoje. Podemos encerrar por aqui, a menos que tenha algo a acrescentar ou algum
outro ponto para conversar.
- Tudo bem... – Kate se levantou do divã.
Ia se dirigindo a porta quando parou e virou a cabeça para dirigir-se a
terapeuta - Castle disse que Sophia nunca foi uma musa – o sorriso no rosto de
Dana foi genuíno.
- Tenho certeza que não, Kate. Te vejo
daqui a três dias – Dana sorria.
Com a caneta batendo discretamente no
papel, ela escreveu “a paciente se recusa a ver o que está diante de seus
olhos. A teimosia a cega. Está perdidamente apaixonada pelo parceiro, porém insiste
em não assumir a relação, em revelar sua vontade e seus sentimentos. Kate não
está pronta, a própria descoberta, seu momento de autoconhecimento, dependia
especificamente de um assunto delicado. Enquanto não encarasse de maneira
diferente o assassinato da mãe e a representação desse ato em sua vida, não
conseguiria seguir em frente. A paciente precisa de um choque de realidade.
Preparar o experimento para a próxima sessão. “
Fechando a pasta, Dana se levantou de sua
poltrona, pegou o casaco, a bolsa e saiu. Encerrara suas atividades por hoje.
Precisava desesperadamente de um drinque e quem sabe de alguns benefícios. Bem
que Richard Castle podia ter um irmão. Rindo, ela descia as escadas rumo a rua.
Continua...
7 comentários:
"Preparar o experimento para a próxima sessão." Eita! o que será que a Dana está aprontando?
Gostei muito do capítulo, Sei que ficamos pressionando para a Kate se resolver, mas sei dos seus problemas e dificuldades pessoais. Quero eles juntos, quero pegação, mas é muito prazeroso lê os detalhes da luta da Kate para descobrir seus medos e resolvê-los. Vamos lá Kate, até quando vai resistir.
Parabéns Kah!
Kkkk bem q Castle podia ter um irmão 😂😂😂 parabens viu ninca li uma Fic tao maravilhosamente escrita
É mt amor devotado a esta mulher complicada!!!
Kate cai na real mulher, pelo visto vc só vai acordar qd ver seu homem lindo com outra!! Jacinda tá chegando e Las Vegas tb!!!
Eu amo a Kate Broken. Tenho vontade de pegar ela no colo... Confesso que tenho vontade de dar uns tapas na complikated hahaha
Amei a reação do Castle, serio. Ele falou mesmo. Ela negou, confessou o que dava e ficou nervosa com a reação dele... Eu adorei quando ele saiu batendo a porta ahhaha
Amei o fato dele pensar nela e no tratamento e isso só mostra o quanto ele cresceu. Castle e Dana o que dizer? Foi tao maravilhoso. Eu to curiosa com esse caderninho azul haha. Gente a Dana é bruxa mesmo já ta prevendo uma Jacinda e a Kate nem percebeu... Ela acha q ele vai esperar ate quando? Para tudo que a Dana querendo um parceiro com benefícios, um amigo do Castle hahaha Eu TB quero! Hahahaha
Ai Kah, eu amo a forma que vc mantem a essência deles... E expõe de um jeito bem mais intenso que na serie... Kate é um exemplo disso... Um capitulo e tantas emoções diferentes... Eu não to preparada para 47 seconds! Só pra avisar mesmo hahaha
“a paciente se recusa a ver o que está diante de seus olhos. A teimosia a cega. Está perdidamente apaixonada pelo parceiro, porém insiste em não assumir a relação, em revelar sua vontade e seus sentimentos.
CARA EU CLARAMENTE AMO A DANA !!! SIM AGORA QUE LI .
Kah é sério que não foi vc que os criou ? está escondendo o jogo ?
Você realmente entende CASKETT de uma forma assustadora e magnífica .
Kate é Broken , porém eu a entendo , não adianta ficar com Castle com todos os muros atrapalhando a visão , ela quer se dar por inteira e não apenas as migalhas . Castle é um homem sem igual , intenso , apaixonante e único ...Assim como Caskett !
Thx Kah , ALWAYS .
Mah ...
Muito bom, mais não vejo a hora de verem que estão apaixonados e os benefícios voltarem! Abraços.
Ela é cheia de neurose e deixa a gente que nem ela,credo!😂😂 Amo a minha menina complicada,porém se ela NÃOOOO tomar um rumo na vida dela,vai sofrer as consequências,quer dizer Castle a ama e todo mundo sabe disso,não restam dúvidas porém um dia ele vai se cansar e vai bastante doloroso! 😓
Tia Dana meu amor 😂😂😍 "Bem que Richard Castle podia ter um irmão" ô se podia 😏
Parabéns Ká 😍🎉
Postar um comentário