Stay Tonight
Autora: Karen Jobim
Classificação: NC17 – Romance
Histórias: Stanathan – oneshot
Quando: Fim das gravações da S8
Disclaimer: História de ship real em universo alternativo. Baseada na
seguinte hipótese. Fim de gravações. Um pressentimento ruim envolve Stana e em
meio a nostalgia e um momento melancólico e carente, ela se vê pensando em
Nathan e na possibilidade de não vê-lo novamente. O que poderia acontecer
então? Castle e Beckett não me pertencem...são da ABC yada yada yada... e
logicamente Nathan e Stana também não são meus! Conteúdo criado para diversão,
todos os direitos da autora reservados!
Nota da Autora: A ideia para essa fic surgiu do nada. Em uma tarde no
trabalho. Comecei a rabiscar como seria imaginar uma espécie de one night stand
entre nosso casal real apesar de acreditar que isso não é bem o feitio de
Stana. Porém, o que vale é a imaginação e outra vez, após ouvir uma canção, eu soube
que precisava escrever. Detalhe: não lembro exatamente qual a bala que Stana
ama, mas taffy é bem popular entre os canadenses, então.... Enjoy!
Importante! Minha ideia aqui não é tomar lados ou culpar ninguém, pura diversão a partir de um ponto de vista, não levem tudo tão a sério! Caso queiram ouvir a canção que a inspirou aqui está uma versão ao vivo simplesmente divina!
NC17 be aware!
Stay Tonight
A semana passava rápido. O frenesi do final da temporada contaminava a
todos no estúdio, atores, produtores e equipe técnica, apesar da grande maioria
não ter ideia do que seria seu destino, o que o futuro os reservava. Havia
risos, gritos, piadas e algumas brincadeiras. Somente uma pessoa parecia alheia
a tudo isso. Stana Katic.
A cada nova cena terminada, uma parte de seu coração se quebrava. Ela
tinha um pressentimento ruim sobre a season finale. O fato de não ter ouvido
qualquer ruído, uma palavra sequer da emissora quanto a renovação de contrato,
apenas agravava a situação. Ela sabia o que estava em jogo. Desde o instante
que a oitava temporada começou, ficou claro a jogada da ABC e de Alexi. Episódio
por episódio, eles tentavam diminuir sua participação. Primeiro com a separação
ridícula de Castle e Beckett, depois a ênfase ao escritório de PI de Castle, a
introdução de uma nova investigadora, o aumento da aparição de Alexis com o
pai, tudo para demonstrar que sua personagem era descartável. Embora os fãs
reclamassem, eles não pareciam dispostos a ouvir.
Ao receber o script, Stana sabia que o destino de sua personagem estava
planejado e traçado naquelas páginas. Não se surpreendeu com o suposto
cliffhanger criado. Convenhamos, era bem cômodo encenar uma cena onde criava-se
a dúvida quanto ao futuro dos protagonistas incitando a possível continuação
sem um deles, no caso, Beckett.
Ela estava sozinha por duas semanas. O marido estava viajando a
trabalho. Havia uma mistura de sentimentos confusos pairando em sua mente.
Estava solitária, triste. Talvez nostálgica fosse uma palavra melhor para
descrever o que sentia cada vez que entrava em um dos cenários do estúdio. A
sensação era de despedida, de encerramento. Era fim de temporada que mais
parecia o fim da linha para ela.
Oito anos de histórias, de emoções, de reviravoltas. Tudo acontecera
naquele lugar. Encontrara o sucesso, fizera amigos. Dera vida a uma das
personagens femininas mais intrigantes e admiradas da televisão. Tivera esse privilégio
de viver Kate Beckett e inspirar tantas jovens e mulheres ao redor do mundo.
Amara, fora amada. Na tela e fora dela pelo mesmo homem. Fechou os olhos por um
momento suspirando enquanto a imagem dele surgia em sua mente. Nathan.
Estava na sala dos escritores sozinha. Tomava café e ao abrir os olhos
deparou-se com o próprio a sua frente. Ele sorriu. Stana olhou diretamente para
aquele azul hipnotizante de seus olhos. Ela podia perder-se neles. Ao ver que
ela parecia não notar sua presença, ele inclinou a cabeça para o lado, franziu
a testa.
– Hey... tudo bem? – a voz melodiosa a fez despertar da pequena viagem
que a fazia afogar-se naquele oceano azul bem a sua frente.
– Hey...
– Você me parece distante. Cansada? – ele começou a preparar um café
para si – esses últimos dias não tem sido fáceis.
– É verdade, são onze da noite. Não, são quase meia noite e meia!
– E ainda temos uma cena para filmar para encerrar esse longo dia. Você
já pensou o que vai fazer no seu hiatus? Vai para Europa, tem projetos? Ou vai
simplesmente sumir no mundo por um tempo? Não seria você se não fizesse um
pouco disso, Stana – ele sorriu bebendo o café.
– Eu planejo ficar em Los Angeles pelo menos uns dois meses – ela olhava
para a caneca em suas mãos, estava evitando fita-lo com medo de perder-se outra
vez em seus olhos. Havia algo que gostaria de perguntar a ele. Criando coragem,
ela decidiu que não havia problema em dividir suas preocupações com seu costar
– a emissora já contatou você com relação ao novo contrato, as negociações?
– Eles procuraram Michelle há umas duas semanas, mas agora com o lance
do tratamento eu terei que conversar pessoalmente com eles e os advogados
quando me chamarem. Por que pergunta? – ele percebeu no olhar dela que algo a
incomodava. Tanto tempo trabalhando juntos, convivendo, conhecia as facetas de
sua parceira. E não podia negar que já foram mais que parceiros profissionais
um dia, mesmo que por um breve período de tempo, suficiente para deixa-lo
marcado para a vida toda.
– Eu enviei uma proposta para a emissora, porém eu acredito que a ABC
não está mais interessada em mim. Não querem meus serviços, não querem Beckett.
Às vezes, acho que nem querem mais Castle.
– Não diga isso.
– Eu sinto como se fosse minha última vez nesse estúdio. Minha despedida
de Kate Beckett. É tão estranho.
– Será que você não está exagerando? Se deixando levar pelo clima de fim
de temporada, do episódio?
– Nathan, sejamos sinceros. Eles praticamente anularam minha personagem
durante essa temporada. Focaram em você, em Hayley. Queriam vender a ideia do
PI. Alexi é primeiro a incentivar isso em todos os escritores. Sei que tenho
culpa nisso também por causa da última negociação. Eu provoquei. O castigo
veio. Essa cena, o tal cliffhanger, não parece óbvio para você? Ambos levamos
tiros, mas alguém, nesse caso, Beckett pode não sobreviver. Eu sinto aqui dentro.
Um pressentimento ruim, é a minha despedida. Como é difícil! – ela se segurava
para não ceder completamente as emoções.
– Agora que você falou, eu posso concordar embora não quisesse que fosse
dessa forma. Oito anos não podem ser esquecidos assim, num piscar de olhos –
ela podia ver a preocupação nos olhos azuis ao encara-la.
– Eu sei, Deus! Eu vou sentir falta disso. Sentir saudades das longas
horas, das risadas, dos nossos erros... – ela fitou-o mordendo os lábios para
impedir que as próximas palavras escapassem. Iria sentir falta dele, de abraça-lo
e beija-lo.
– Todos nós iremos. Nós nos divertimos juntos, não?
– Sim, muito.
– Sentirei falta de tudo, absolutamente tudo, Stana – ele estava muito
perto dela. Stana começou a se sentir nervosa pela proximidade deles, a
respiração acelerara, podia sentir o perfume dele. Como Nathan cheirava bem, a
camisa estava com os primeiros botões desfeitos o que lhe dava uma visão do
tórax dele. Não podia negar. Ela ainda tinha sentimentos por ele. Ainda se
sentia atraída e gostava de estar com ele. A pequena voz interior da razão
pareceu incomoda-la. Você está casada, supere isso.
Nathan observava a luta interna que ela travava contra si mesma. Algo se
passava na mente de Stana. Talvez sua esperança quisesse faze-lo de bobo, mas
teve a impressão que ela estava pensando nele não como seu companheiro de cena
e sim como homem. Finalmente, ela quebrou o silêncio incômodo.
– A-acho que devemos voltar para o set... – ela o empurrou levemente
tocando o peito dele. O gesto a fez engolir seco recriminando os pensamentos
impuros que pareciam se formar em sua mente. Comporte-se, mulher! Dizia para se
mesma. Você trabalha com ele, seja profissional. Nathan afastou-se sabendo que
aqueles poucos minutos já serviram para mexer bastante com a imaginação de
ambos.
Eles retornaram para o set. A cena que filmariam era a morte do suposto
Loksat, quando Castle os surpreendia para salvar a vida de Beckett. Era uma
cena tensa. Não somente para o episódio, mas para seus personagens também. E
toda a sensação de despedida que estava sentindo antes se amplificou com aquele
abraço. Mais uma vez, ela não podia se negar a oportunidade de cheirar o
pescoço dele novamente como sempre fazia quando o abraçava em cena.
Dessa vez, porém, não fora apenas o ato de cheirar que pareceu
diferente, o próprio abraço de Nathan era diferente. Ele a mantinha muito perto
de seu corpo apertando-a com vontade, como se não quisesse solta-la. Não
ouviram o “corta” do diretor. Usaram seu próprio tempo para finalmente
afastarem-se quebrando o contato. Ele a olhava intensamente.
– É isso aí, pessoal. Terminamos por hoje. Tenham um bom resto de sábado
e vejo vocês dois na segunda para filmarmos as últimas cenas – eles se despediram
de Rob e caminharam de volta ao vestuário para trocarem de roupa.
– Uma e meia da manhã de sábado. Como está tarde!
– Você está de carro ou seu marido vem busca-la? – ele tinha que
perguntar, talvez essa fosse sua última chance de arriscar-se com ela. Stana
notou a forma como Nathan dissera a palavra. Não soara como deboche, ainda
assim havia uma espécie de sarcasmo ou repulsa. Entendia a reação, afinal eles
se detestavam por causa dela.
– Ele está viajando. Vou pegar um taxi.
– Deixe de besteira, Stana. Eu te levo em casa.
– Não, Nathan. Não vou fazer você desviar de seu caminho por minha
causa.
– Qual o problema? É madrugada, nem transito tem. Aposto que chegaremos
lá em dez minutos. Troque de roupa e me encontre no estacionamento. Nem pense
em começar a discutir – Não discutiria. Ao contrário do que Nathan pensava, ela
queria desfrutar de alguns minutos a mais em sua companhia. Chame de nostalgia
ou simples sensação de perda e término, a cada minuto que passava ela tinha
mais certeza que chegara ao fim de uma longa jornada. Um capitulo muito
importante de sua vida.
Trocou de roupa e pegou sua bolsa. Ao dirigir-se para o estacionamento,
ela se pegou pensando se nesses oito anos havia algum arrependimento, alguma
história esquecida ou mal resolvida. Claro que sim, a sua própria história com
Nathan. O modo como acabaram seu relacionamento não fora dos melhores. Ela se
acovardara, criou uma briga por ciúmes e simplesmente decretou o fim do que
viviam juntos. Ficaram remoendo as cicatrizes que deixaram um no outro pelos
últimos dois anos. Quase o mesmo tempo que ficaram juntos. As coisas
aconteceram entre eles logo na volta para a quarta temporada. A princípio,
negaram o que estava diante de seus olhos. Lutaram para não deixar que aquilo
se desenvolvesse mais do que poderiam suportar, afinal tinham que agir como
profissionais. Porém, o desejo e o coração os traiu nas filmagens de The Blue
Butterfly. Cederam. Quando gravaram a cena de Always, eles já namoravam em
segredo. Interpretar Castle e Beckett na quinta temporada foi um passeio no
parque. Então, um obstáculo grande surgiu diante deles.
A primeira grande briga deles foi depois que Nathan defendeu sua suposta
amiga Ochoa em pleno twitter após uma clara provocação e troca de farpas com
Stana. Ela odiou o fato dele simplesmente a ignorar e ao fandom que tomara
partido de Stana para simplesmente defender a outra. Também sabia que ele já
tivera um pequeno namorico com a tal e isso apenas piorava a situação. A raiva
rendeu duas semanas de distância entre eles.
Após um pedido de desculpas e muita adulação de Nathan, ela cedeu.
Odiava admitir que a carne era fraca. O problema foi que depois que isso
aconteceu, Stana passou a ficar mais insegura quanto ao seu envolvimento com
Nathan, tinha medo de ser traída, medo do histórico, ela gostava dele, não. Ela
o amava. Não negava seus sentimentos. Faltou-lhe coragem para tornar as coisas
mais sérias e acabou rompendo alguns meses depois. Ainda lembrava das palavras horríveis
que trocaram. Por poucos minutos, todo o amor que sentiam fora substituído pela
raiva, pelo ódio. Eram dois estranhos se xingando naquela briga. Ele a chamou
de covarde, ela o chamou de galinha. A pior briga de suas vidas. Palavras erradas,
completamente erradas destruíram tudo. Não podiam ser os mesmos depois daquela discussão.
Sofrera muito calada. E ainda teve que se render a beijos e caricias de seus
personagens, o que tornara tudo mais difícil.
Então, Kris retomou um papo do passado, querendo relembrar o que eles
tiveram um dia e contrariando todas as previsões, ela estava casada. Somente
agora podia encara o fato como uma jogada ingrata do destino. Não, não culpe um
plano secreto ou maior pelas decisões que você fez na vida, ela brigava em sua
própria mente. Aceite que você e Nathan nunca daria certo, mesmo... mesmo
gostando tanto dele. Embora am... ela não queria pensar na palavra. O que eles
tiveram fora intenso, importante, porém a forma como acabaram, por não confiar,
isso não se podia relevar ou reconstruir tão facilmente. Preferia evitar,
teriam as lembranças, certo? Era o fim de uma longa jornada. A ideia de não
vê-lo nunca mais...
Os pensamentos foram interrompidos ao chegar no estacionamento, diante
da imagem. Nathan escorado no carro esperando por ela. Ele usava uma camiseta
simples, a camisa de botões aperta sobre ela e jeans o que apenas serviu para
perturba-la um pouco mais. O contorno dos bíceps expostos pelas mangas curtas,
o peito amplo e nem queria imaginar o traseiro dele naquela calça. O que há de
errado com você, Stana?
Ao vê-lo sorrir se aproximando dela para abrir a porta como um perfeito
cavalheiro, ela mesma respondeu sua pergunta. Saudade, melancolia e a dura
constatação de que não o veria mais após a próxima segunda. Sentiu um aperto no
coração, mas sorriu diante do gesto dele agradecendo-o.
Ele tomou o controle do volante e pegou a estrada. A verdade era que
estava juntando coragem para desafia-la. Fazer uma proposta, no mínimo,
indecente.
– Você terá que me dizer que saída devo pegar. Não lembro muito bem o
caminho – mentira, sabia de cor – você ainda mora no mesmo lugar ou mudou-se?
– Moro no mesmo lugar. Pegue a saída 63.
– Você se importa se eu parar para pegar um sanduiche? Estou com fome.
Você não quer algo? Tem um in-n-out 24 horas na próxima saída.
– Talvez seja bom comer algo. Estou a base de café desde as dez da noite
embora fast food não seja a melhor ideia de refeição. Tudo bem, como umas
batatas fritas – sorrindo ele pegou a saída. Optou por usar o drive-tru já
imaginando que ela não ia querer descer do carro e ficar na lanchonete. Pediu
uma refeição completa para si e perguntou se ela queria ao menos um sanduiche.
Stana ficou com a batata frita e um milk-shake de morango. Ele parou o carro
numa das vagas do estacionamento e entregou o lanche para ela.
Passaram os primeiros minutos apenas comendo em silêncio, até que ele
falasse outra vez.
– Hum...isso está bom. Tem certeza que não quer um pedaço? Eu pedi sem
cebolas. Sei que você não gosta.
– Obrigada, mas batatas são mais que suficientes – ele lembrava desse
pequeno detalhe? Ela detestava as cebolas daquele sanduiche, eram cruas. Nathan
observava o jeito que ela tomava o milk-shake, a relação com o canudinho. Oh...não
faça isso, Stana... não ia resistir. Tentou olhar para o outro lado, evitando
qualquer contato com seu rosto ou olhar. Respirou fundo.
Ela terminou o liquido e colocou no porta copos ao seu lado. De repente,
sentiu a necessidade de virar-se para encara-lo. A posição que encontrou foi de
virar seu corpo colocando uma das pernas para cima do banco ficando de lado. Ao
ver o que ela fazia, Nathan viu como uma oportunidade. Limpando a boca e
esquecendo seu sanduiche, ele perguntou diretamente.
– Stana, você realmente acha que é o fim da linha para você em Castle?
Que não terá seu contrato renovado, Beckett morrerá e que segunda será seu
último dia naquele estúdio?
– Sim – ela suspirou – eu provoquei isso na última renovação de contrato
e sejamos francos. Sou uma coadjuvante muito cara, Nathan.
– Você não é coadjuvante.
– Talvez não em termos de contrato ou para você e para os fãs. Contudo,
na mente de Alexi, dos demais escritores e da própria ABC é assim que eles me
veem. Foi assim que me trataram a temporada inteira. Responda com sinceridade,
eu pareço sua costar? Uma das personagens principais na série nesses últimos
episódios? Conto nos dedos aquele em que realmente vivi a Beckett.
– Não, você está certa. Eles a apagaram em muitos momentos. A série já
não é mais o que era desde que Alexi assumiu.
– Entende porque digo que é o fim? – ele ficou calado. Podia ver a
tristeza em seu olhar. Era uma despedida, não? Ela esticou a mão para toca–lo.
Segurava seu braço deslizando suavemente até encontrar a mão dele – hey, está
tudo bem. Eu sempre terei as lembranças. E-eu vou superar, eventualmente.
Preciso superar... – algo dizia que ela não estava se referindo a série
diretamente.
– Vai mesmo, Stana? Oito anos de trabalho, quatro de shipper, dois de...
– ele não conseguiu completar o pensamento, ela entenderia de qualquer forma –
eu não me arrependo do que fiz, talvez do que não insisti em fazer. Não sei se
vai importar agora, parece que foi há tanto tempo, mas a sensação que tenho é de
que foi ontem.
– Nathan, eu... – porém ela não conseguiu terminar a frase, as palavras
estavam rodando em sua mente. “Não esqueci, gosto de você, se pudesse...”
faltava-lhe coragem. Ela não o veria após segunda, tinha certeza, então será
que a vida não estava lhe dando uma última chance, uma despedida apropriada?
– Você pode me odiar por isso, Stana, mas eu não posso ficar
simplesmente com um vago adeus e esse sentimento preso no peito, as palavras
entaladas na garganta. Eu preciso dizer que eu sinto muito. Por tudo.
– Como assim, sente muito? Não estou entendendo...
– Sinto muito por não ter dito o que precisava ser dito na época. Por
não ter insistido, não ter lutado. Agi como um idiota sofrendo pelos cantos,
porém com o ego ferido o bastante para passar por cima do meu orgulho e tomar a
atitude correta. Devia ter provado que estava errada. Demonstrado que não éramos,
nem nunca seriamos um simples caso ou flerte, algo passageiro. Estou pagando
pelo meu erro até hoje e tenho certeza que esse arrependimento ainda irá me
perseguir por muitos anos. Assim como o que eu sinto por você.
– Nathan, você não pode... eu não posso... – ela estava atônita diante
da declaração dele. O coração batia acelerado. Ele podia ver a pulsação dela na
veia do pescoço.
– Stana, se estamos a ponto de desaparecer da vida um do outro, se a
despedida é a única coisa que nos resta, por favor, podemos faze-la especial? –
ele não esperou resposta. Avançou na direção dela e sorveu-lhe os lábios
suavemente, com carinho e delicadeza. Ao sentir o leve movimento da boca contra
a sua em retorno, ele colocou uma de suas mãos na nuca a fim de traze-la para
mais perto e aprofundou o beijo. Por alguns segundos, era apenas uma dança de
lábios, algo que se acostumaram a fazer mesmo em cena, então Nathan tomou os
lábios dela partindo-os com sua língua invadindo sua boca por inteiro. Sentiu
as mãos de Stana em seu peito acariciando e escorregando para a beira da
camiseta onde pode infiltra-las por baixo do tecido tocando sua pele por fim.
Ao sentir as pontas frias dos dedos dela, ele sobressaltou-se, mas não perdeu o
ritmo que imprimia em sua boca.
Ele também queria toca-la. Sentia o desejo aflorar em cada poro, ele a
queria, precisava dela, pelo menos mais uma vez. Nathan quebrou o beijo. Seus
olhos encontraram-se com os dela. Ele viu. O desejo feroz dominava-lhe o olhar.
Stana mordiscou os lábios, porém não recuou ou evitou o contato visual com ele.
Estava bem ciente do que acabara de acontecer. Não era um momento movido por
emoção ou atração. Era bem mais que isso. Eram sentimentos verdadeiros
guardados a sete chaves por dois longos anos. Ela o queria, e naquele momento
pouco importava o que isso dizia dela como pessoa.
Ele acariciou seu rosto. Ela percebeu quando Nathan passou a língua nos
lábios como quem se prepara para mais uma rodada, só que ao invés de inclinar-se
e beija-la outra vez, as palavras que saíram de sua boca foram as mais simples
possíveis e ainda assim completamente compreensíveis para ela.
– Por favor? – ele não precisou de palavras para saber a resposta.
Bastou olhar para a mulher a sua frente. Seus olhos amendoados diziam
exatamente tudo. Um pequeno sorriso se formou no canto dos lábios dela quando
Nathan suspirou fundo. Ligou o carro e em silêncio dirigiu rumo a sua casa.
Nathan parou o carro na garagem. Abriu a porta e Stana fez o mesmo.
Ainda incerta de como proceder, ela esperou pelos movimentos dele. Vindo ao seu
encontro. Ele tomou a mão dela. Entrelaçou seus dedos aos dela e puxou-a para
entrar em casa.
Ao adentrar na sala, Stana prendeu a respiração e parou. Nathan virou-se
para fita-la.
– O que foi?
– Entrar aqui novamente...eu pensei que não ia mais pisar aqui, voltar
nessa casa. É meio... avassalador. Tem um significado diferente, sabe?
Desculpa, eu não pretendia... – ela tinha lágrimas nos olhos. Ele chegou mais
perto dela. Com a mão livre acariciou o rosto de Stana e falou.
– Hey... está tudo bem. Somos somente você e eu essa noite. Nada mais
importa – ele a beijou outra vez. Stana pode sentir o carinho daqueles lábios.
Os mesmos que ela já beijara tantas vezes e que sempre a faziam suspirar. A
sensação de borboletas no estomago apareceu, estava ansiosa – Vem... – ele a
puxava para as escadas. Subiram degrau por degrau. Ao entrar no quarto de
Nathan, ela teve a sensação de que nunca saíra dali. Era como se ontem mesmo
tivesse estado naquele ambiente.
A cama muito bem arrumada, os travesseiros espalhados pelo edredom como
ele tanto gostava. Nathan ficou de frente, ergueu-lhe o queixo para que o
fitasse. Um sorriso tímido surgiu no rosto dela.
– Eu não sei o que estamos fazendo... não me entenda mal, Nathan – ela
fechou os olhos procurando a coragem, as palavras – eu sei que não sou a única
que se arrepende das coisas que fez, embora muitas vezes ache que a culpa de
tudo é minha. Alguns dias eu fico imaginando se eu tivesse pensado e agido de
outra forma, se tivesse coragem para viver mais, arriscar...eu...
– Stana, não é a hora nem o lugar. Não pedi para você vir aqui e se
desculpar ou assumir qualquer coisa. O nosso destino, o que aconteceu, quem
errou ou quem deve ser culpado, verdades, mentiras, boatos, não me interessam.
Não transforme esse momento em algo tenso. Eu só quero você, mais uma vez.
Apenas fique comigo – ele percebeu que as mãos dela tremiam – Stana? – ela
tinha lágrimas nos olhos. Mas seu próximo movimento não foi de desistência.
Stana aproximou-se dele. As mãos tremulas tocaram-lhe primeiro o peito
para então seguirem para o rosto. Ela o fitou. Blue Eyes. Nunca superaria
aquele olhar. Os lábios entreabriram-se fazendo-a inclinar-se na direção dele.
O toque foi sutil, apenas um breve roçar sobre a boca dele. Os olhos dela
viajavam entre os dele e os lábios. Uma, duas, três vezes, a lagrima caiu
solitária pelo rosto e com um sussurro ela o quebrou.
– Nate... – sorveu-lhe os lábios apaixonadamente, não estava
interpretando um papel, não era encenação. Era puro sentimento. Sentiu as mãos
dele passeando pelas suas costas puxando-a contra seu próprio corpo. Diminuindo
o espaço entre eles. Stana enroscou os braços no pescoço dele aprofundando o
beijo. O corpo amolecia ao toque dele, por estar um passo mais próxima dele,
por estar prestes a tê-lo por inteiro outra vez, como anos atrás. Tirou a
camisa que ele usava sobre a camiseta.
Afastou um pouco do corpo dele interrompendo o beijo apenas para
arrancar a camiseta que ele usava. As bocas se buscaram mais uma vez, como
magnetismo. Ao sentir a temperatura da pele dele em suas mãos, ela gemeu em
antecipação. Nathan tinha as mãos embaixo da blusa que ela usava. Borboletas no
estomago. Ela não se lembrava da última vez que experimentara essa sensação tão
característica de desejo e de estar apaixonada.
Foi a vez de Nathan quebrar o beijo e descartar a camisa que ela usava.
Então, começou uma viagem no corpo da mulher a sua frente. Os lábios passeavam
pelo pescoço, colo, meio dos seios onde parou para contempla-los e desabotoar o
sutiã. Beijo-os, um a um, seguindo o caminho pelo corpo dela provando a pele,
seu gosto, seu cheiro. As mãos que haviam se firmado na cintura, começaram a
subir pela lateral do corpo de Stana para encontrar os seios quando Nathan se
ajoelhara a sua frente admirando o estômago liso. Beijou-lhe o umbigo e desfez
o botão da calça que ela usava. Elevou o rosto para fita-la. Stana tinha um
sorriso nos lábios. Ela colocou uma das mãos no ombro dele e a outra acariciou
o rosto de Nathan.
– Vá em frente...
Nathan puxou a peça até os pês dela. Stana ajudou-o erguendo as pernas.
Então, surpreendendo-o, ela se agachou ficando de joelhos na frente dele,
colando seu corpo e beijando-o outra vez. Ela percebeu quando ele relaxou os
joelhos sentando sobre as pernas. Levantou-se e com as mãos nos ombros dele o
fez levantar-se.
– Tire as calças... – ele obedeceu ficando nu na frente dela. Stana
contemplou a imagem a sua frente. Ele estava pronto. Mais do que pronto, para
ela. Aproximando-se, tomou-a pela cintura e deitou-a delicadamente na cama.
Debruçou-se sobre o corpo tão desejado e sorveu seus lábios. As mãos
acariciavam-na com carinho. A cada toque, ela respondia, esfregando-se nele,
arqueando o corpo, era sua forma de dizer para continuar.
Nathan devorava-lhe os lábios, o colo seguindo para os seios começando
uma sessão de pura provocação. Ele tomava cada um deles bem devagar, roçava os
dentes no mamilo, usava a língua para contorna-los, beijava-o para por fim suga-lo.
Repetia o mesmo tratamento no outro, porém usava a mão para beliscar aquele
mamilo que abandonara. Stana conseguia apenas gemer ao toque, entregando-se as
sensações maravilhosas. Estava excitada, desejava-o demais. Precisava dele.
Outro beijo foi trocado e ao se separarem, ela pediu.
– Nate, por favor, não me provoque... eu preciso... – ele sorriu.
– Para que a pressa, babe... – e voltou a deslizar a boca pelo corpo dela,
dessa vez tinha destino certo. Sentindo quase nas nuvens, o jeito que ele a
chamara não passara despercebido. Babe. Ele sempre a chamara assim antes.
Porém, ela não teve a chance de pensar mais sobre nada. Ele abrira suas pernas
e simplesmente a tomara com os lábios. Perdera completamente a linha de
pensamento e gemeu. A mente sofrera um blackout. E a cada movimento de lábios,
línguas e dedos, tudo o que restara para Stana era sentir.
Não demorou para que ela sentisse o corpo tremer em antecipação ao que
estava próximo, mas não queria ceder, não sozinha.
– Nate... agora... quero você...
Dessa vez, ele não a contrariou. Precisava estar dentro dela. Nathan a
penetrou devagar, prolongando o momento. Quando estava completamente preenchida
por ele, Stana o puxou para beija-lo outra vez. A sensação do momento levou-a
ao passado. Era algo que estava escondido em seu subconsciente. O quanto era
bom tê-lo para si, gemeu entre os lábios dele ao sentir que ele começava a
mover-se devagar dentro dela. Nathan quebrou o beijo para fita-la, queria olhar
em seus olhos, ver como ela reagia a tudo aquilo, precisava saber se havia
sentimento naquele momento, além do desejo. Sim, ele podia perceber que os
beijos não eram de puro desejo ou atração como pareceu o primeiro, havia mais
que a vontade de estar juntos, não estavam transando. Faziam amor. Como fizera
um dia no passado.
Ele aumentou o ritmo. Ela atracou as pernas na cintura dele procurando
uma forma de movimentar-se junto, provoca-lo. As mãos abraçavam suas costas, as
unhas fincavam a pele, os ombros, ela começava a balbuciar ou gemer, Nathan não
conseguia entender. Stana sentiu o corpo tremer. Ele sabia que faltava pouco,
então estocava mais fundo, ia e vinha aprofundando-se cada vez mais dentro
dela. Arqueando o corpo, ela gemia respondendo aos movimentos dele. Não pensava
em nada, apenas sentia. Mantinha os olhos fechados. Nathan roçou os dentes na
garganta, no colo e tornou a calar seus gemidos roubando-lhe um beijo.
Não podia mais lutar contra a força que a invadia e a explosão
aconteceu. Ele não esperou e cedeu ao orgasmo junto com ela.
Deixando o corpo cair sobre o dela, ele respirava apressado, o coração
acelerara. Ela podia sentir o ar quente que escapava de sua boca próximo ao
pescoço. Cansados, suados e completamente destruídos não pelo ato em si, porém
pelo que ele representava. As emoções a flor da pele, lembranças de um passado
que não voltava mais. E o sentimento tão bem escondidos que viera à tona em
beijos, em caricias.
Nathan rolou para o lado. Notou que ela permanecia de olhos fechados. Ele
apoiou-se de lado no próprio braço para admira-la. Stana em sua cama, pela
última vez. Suspirou. Ela continuava linda. A pele maravilhosa, tudo nela era
perfeito. Estava mais magra. Estava tão absorto na imagem da mulher relaxada em
sua cama que não reparou que abrira os olhos e o observava também. Não
aguentando, ele deslizou a ponta dos dedos sobre o estomago dela. Ao virar a
cabeça, encontrou-a calada olhando para ele. Nathan inclinou-se sobre ela e
beijou-a carinhosamente. Rolou na cama trazendo-a consigo. Stana deitara sobre
o peito dele, sentia os dedos acariciando seus cabelos. Então, vencida pela
emoção, ela chorou.
Apesar de calado, continuava a fazer carinho na cabeça dela e percebeu
que ela chorava. As lágrimas molhavam seu peito. Por um instante, ele não soube
o que fazer. Não podia dizer que estava tudo bem. Não podia convence-la que
ficariam bem e seguiriam em frente. Não tinha as respostas. Mas não podia deixa-la
chorando. Se estivesse arrependida do que aconteceu ou se chorava por ter
mexido em uma parte de sua vida que precisava ficar esquecida, não importava.
Ele teria que conforta-la independente das consequências.
– Hey... gorgeous... olhe para mim – ela relutou antes de vagarosamente
virar a cabeça para encara-lo – não fique assim. Não é para ser algo triste,
mesmo que seja uma despedida, foi especial, Stana. Muito especial para mim –
ela sentou-se na cama, limpou as lágrimas. Nathan automaticamente sentara
também. Talvez ela quisesse falar algo ou apenas quisesse... não, ele não tinha
ideia do que ela queria. Se Stana o perguntasse, ele diria que queria mais,
queria poder não dizer adeus, não ser apenas uma noite.
– Nate... – ele sorria ao ouvi-la chama-lo ainda da maneira carinhosa –
é uma despedida. Não temos como evitar de sentir nostalgia, tristeza. É uma
mistura de sentimentos. Não se esquece tão fácil. E hoje... esse momento...
fazer amor outra vez, trouxe uma onda de lembranças do passado que não posso
apagar, não quero apagar, mas que para minha própria sanidade precisam estar
escondidas.
– Eu não queria dizer adeus, Stana. Queria poder dizer que não seria
apenas essa noite. Você tem razão, é uma mistura de sentimentos, mas fazer amor
com você é sempre especial. Lembrarei sempre disso. Não vou mentir, não posso
esquecer, não consegui até hoje. Enquanto eu viver, terei a lembrança porque o
sentimento existe, Stana e perdurará – ele evitava usar a palavra amor para não
assusta-la.
– Nós escolhemos nossos caminhos, Nate. É uma loucura porque mesmo
querendo, sentindo, é algo que nos faz muito bem e muito mal. Descobri hoje que
há ainda sentimento. Há um desejo avassalador que se assemelha a uma dor dentro
de mim, porque é intenso. Fizemos amor, foi especial, mas foi uma despedida.
– Eu sei... – ele falou resignado – como eu sei... – ela percebeu o
brilho e a tristeza nos olhos dele. Despedidas eram sempre difíceis. Ela ergueu-se
da cama. Começou a pegar suas roupas no chão. Nathan entendera o que ela estava
fazendo.
– Stana... o que você está pensando? O que está fazendo?
– Eu preciso ir embora, Nathan – ele respirou fundo. Não podia deixa-la
ir. Não ainda. Levantou-se colocando-se na frente dela. Stana olhou intrigada
para ele.
– Não... fique um pouco mais. A noite não terminou. Fique comigo esta
noite. Por favor... – ela pegou a mão dele na sua.
– Era uma última vez, Nathan.
– Eu sei, mas é madrugada. Não tem porque ir embora agora. Fique. Vamos
nos demorar a noite toda. Vamos fingir que está tudo bem. Porque quando o sol
nascer, saberemos que acabou. Vem, volte para cama...
– Nós sabemos onde isso vai dar, sabemos o que vai acontecer. Não
estamos juntos.
– Eu sei, por Deus Stana, eu sei. Queria poder dizer que tudo vai ficar
bem, que é verdade e que amanhã seremos nós ainda, infelizmente não podemos. Amanhã
nos despediremos, diremos adeus um ao outro. Ainda faltam algumas horas para
amanhecer, fique. Vamos fingir que não há amanhã. Só hoje. Fique...
Ela estava outra vez com lágrimas nos olhos. Colou seu corpo no dele,
passou os dedos trêmulos em sua face e levemente roçou os lábios nos dele. As
lágrimas tornaram a cair quando Nathan a beijou. O toque carinhoso em seu
rosto, seja pelos lábios ou pelos dedos das mãos que a tocavam delicadamente.
Ele a guiou de volta a cama. Sua intenção era apenas deitar-se ao seu lado,
sentir seu corpo colado ao dela, sua presença em sua cama uma última vez,
porém, Stana não queria apenas ficar de conchinha.
Ela aprofundou o beijo empurrando-o contra o colchão. Envolvendo entre
suas pernas sentou-se na cintura dele. O beijo tomou um rumo diferente,
sensual, intenso. Ela deslizava as mãos pelo corpo dele, seu próprio corpo
deslizava sobre o de Nathan criando um atrito prazeroso. Sentindo o peito, o estomago até encontrar
seu membro. Acariciou-o, instigou para deixa-lo novamente pronto. Quebrou o
beijo e os lábios passaram a explorar seu peito. Stana usou os dentes para
mordisca-lo. Fez isso nos bíceps, no peito, com os mamilos e no estomago.
Sorrindo, ela ergueu a cabeça e voltou a roubar outro beijo dele. Já estava
excitada novamente. Ela preparou-se e deixou o membro deslizar para dentro
dela. Ao senti-lo totalmente dentro de si, jogou a cabeça para trás gemendo.
Então começou a mexer-se.
Nathan entrou na dança com ela. Os quadris a acompanhavam, tinha as mãos
na cintura dela para manter o ritmo. Ela comandava agora. Sentia as mãos
espalmadas em seu peito usava-as para ter impulso e mexer-se sobre ele. Deixou
suas mãos subirem pela lateral do corpo dela para tocar-lhe os seios, aperta-los.
Ouvindo o gemido, ele não resistiu e ergueu-se da cama colando o próprio tronco
ao corpo dela, puxando-lhe os cabelos e tomando sua boca com paixão. Mordiscava-lhe
o queixo ouvindo os gemidos aumentarem, ele não aguentava mais. Precisava que
ela gozasse.
– Stana... por favor... – ela entendeu o que ele suplicava.
Intensificando o ritmo, ela se entregou em alguns minutos levando-o consigo. Abraçados,
eles caíram na cama. Permaneceram enroscados por outros minutos, imóveis.
Finalmente, ele saiu de dentro dela. Arrastou o corpo até o travesseiro
no topo da cama. Ela o seguiu. Deitados de lado, Stana agarrou-se na cintura
dele. Os lábios na direção do peito. O nariz dela roçava em sua pele. Uma das
mãos deslizou para tocar-lhe o traseiro, ela o beliscou – hey... – ele
reclamou, ela repetiu o gesto sorrindo.
Ela suspirou no peito dele. Nathan se acomodou melhor na cama para que
ela pudesse deitar sobre seu peito. Beijou-lhe a testa, a cabeça de Stana
pousada entre o ombro e o peito. Agora, ela usava os dedos para acariciar a
pele, brincar com os parcos pelos do peito de Nathan. Logo seria manhã outra
vez. O pensamento fez o seu coração apertar, ele notou que ela ficara tensa de
repente.
– O que foi?
– O dia irá clarear logo...
– Eu daria tudo para não termos o amanhecer, que a luz do sol não
chegasse, Stana. Prolongar esse momento ao máximo para nós dois.
– Diga para mim, finja... – ele sorriu e beijou-lhe os dedos das mãos um
a um. Repetiu os gestos nas juntas.
– Feche os olhos, babe... não haverá luz. Ficaremos aqui essa noite.
Tudo vai ficar bem. Ficaremos bem. Juntos. Nada mais importa além de nós dois
hoje à noite. Celebrando o amor, o sentimento, criando memórias. Fazendo amor –
ela reparara que Nathan falara de amor. Pela primeira vez naquela noite. Beijou-lhe
o peito antes de encara-lo – eu disse para fechar os olhos... – ela usou os
braços para impulsionar-se e deitar-se completamente sobre ele de modo que seus
rostos ficassem na mesma altura.
Stana acariciou o rosto dele. Esfregou o nariz no de Nathan de olhos
fechados. Ao tornar a abri-los, ela sorriu. Passou o polegar nos lábios dele.
– Diga o que quero ouvir, Blue Eyes... você sabe o que...
– Stana... – o fato dela o chamar de “Blue Eyes” fazia seu coração
inflar de alegria. Estavam entrando em terreno perigoso.
– Diga, por favor, será a última vez. Apenas diga... eu preciso ouvir
mais uma vez, para eu poder seguir em frente. Hey, blue eyes...
tomorrow became yesterday what was will never be felt again...
– Não faz isso, Stana... – ele acariciou o rosto dela. Os olhos azuis
fixos nos verdes. Ele sabia que ela queria que dissesse as palavras, as três
fortes palavras que para Nathan era um misto de alegria e tortura porque não
importava o quanto significassem para ela, para eles, não mudaria o fato de que
ela iria embora de verdade na manhã seguinte. Suspirou e o coração bobo
obedeceu-a novamente – eu te amo, gorgeous... amei, amo e amarei – deu um
selinho nela. Com as testas coladas, eles permaneceram calados por vários
segundos até que ela criasse coragem para responder.
– Eu sei, Blue Eyes, eu também – aconchegou-se no peito dele e fechou os
olhos cochilando em seguida.
Os primeiros raios do sol inundavam o quarto onde estavam, porém nenhum
dos dois parecia se importar com a presença da luminosidade. Haviam mudado de
posição. Stana rolara de lado e Nathan provavelmente a acompanhara em algum
momento da noite, pois tinha um dos braços ao redor da cintura dela envolvendo
quase que num ato de possessão.
Quando a luz atingiu seu rosto, ele foi obrigado a abrir os olhos para
entender o que acontecia. Era dia. Nathan observou a bela mulher dormindo
pacificamente ao seu lado. Podia passar o dia inteiro olhando para ela sem
cansar. Com a ponta dos dedos, ele acariciou o braço dela. O singelo movimento
a fez mexer-se um pouco sem abrir os olhos. Pela respiração, ele sabia que
ainda dormia. Com cuidado para não acorda-la, ele moveu seu braço e afastou o
corpo levantando-se da cama em seguida.
Após uma ida ao banheiro que incluiu escovar os dentes, ele se pegou
pensando se deveria preparar um café da manhã especial ou se apenas esperava
Stana acordar a fim de decidirem juntos.
Juntos. O som da palavra o atingiu em cheio. Essa não é sua realidade,
Nathan, dizia a si mesmo. Não existe juntos, nós, casal. Teria que lembrar o
que realmente fora essa noite. Uma despedida. Um adeus. Estava certo que ia
demorar um tempo para superar o impacto desse ato. Iria remoer, sofrer, não
seria a primeira vez. Esquecer? Nunca. Fora sincero quando falara de seus
sentimentos na madrugada.
Sentou-se aos pés dela na cama. Ficou velando seu sono. Não sabia quanto
tempo estava ali apenas olhando para ela. Então ela se virou para o lado e
encontrou o vazio. A cama fria. Automaticamente abriu os olhos e passou a mão
sobre o lençol gelado. Ele não estava deitado ao lado dela. Por que? Apenas
quando retornou à posição que estava anteriormente foi que o viu. Ele sorria
sentado com as pernas cruzadas em posição de yoga.
– Hey, bom dia... – ela sentou-se.
– Bom dia, gorgeous. Está com fome?
– Você já acordou há muito tempo?
– Um pouco... – de repente ela ficou calada apenas o fitando. Não sabia
ao certo o que fazer. Quer dizer, eles dormiram juntos, falaram de sentimentos,
era uma despedida. Mas ela podia beija-lo agora? Ela queria. Era estranho?
Errado? Mordiscou os lábios. Nathan percebeu a indecisão e a aflição perdurarem
em seu olhar – o que foi?
– Nada – ele suspirou balançando a cabeça – vamos tomar café.
– Quantas vezes terei que dizer que conheço você e sei que “nada” quer
dizer alguma coisa? – ela já estava de pé. Inconsciente, vestiu a camisa de
botão que ele usava na noite anterior e sua calcinha. Nathan achou aquilo doce,
não esperava vê-la fazendo isso. Acreditava que iria vestir-se e sair o quanto
antes porta afora. Resolveu não pressionar caso ela não lhe desse uma resposta.
Qual o ponto afinal? Eles se separariam.
Ele a acompanhou até a cozinha. Acionou a máquina de expresso para
preparar o café. Stana se sentou em um dos bancos próximos ao balcão.
– O que vai querer? Ovos? Panquecas? French toast?
– Pode fazer uma das suas omeletes com bacon e queijo? Faz séculos que
não como um desses...
– Tudo bem. Quer alguma fruta? Tem algumas na geladeira, fique à vontade
– ela desceu do banco e foi até a geladeira. Encontrou realmente diferentes
tipos. Pegou uma ameixa e três morangos. Ao passar pelas costas dele outra vez,
ela não resistiu. Deixou a mão deslizar pelo contorno do bumbum e beliscou-o de
leve. Surpreso, Nathan olhou para ela. Não se contendo, ela inclinou-se e
beijou-lhe os lábios. Nathan respondeu ao gesto incerto do que ela pretendia
com aquilo.
– Quis fazer isso desde que acordei – sorriu, porém, percebeu que ele
não esperava isso dela – Desculpe, e-eu não deveria ter feito isso e...
– Hey...– ele segurou o queijo dela – tudo bem, eu apenas fiquei
surpreso. Gostei. É só que...
– Não podemos tornar as coisas mais difíceis do que já são. Eu entendo –
vendo que ela já iria ficar completamente embaraçada e arredia com aquilo, ele
sugeriu algo para quebrar o momento estranho.
– Não. Melhor não pensar assim agora. Vamos fingir que ainda é de
madrugada, bem cedo. Vamos manter o clima, por favor, mais algumas horas, ok?
– Ok – um pequeno sorriso se formou no canto dos lábios, aproximou-se
outra vez dele tornando a beijar seus lábios. O beijo demorou um pouco mais que
o primeiro. Ao afastar-se, ela completou – bom dia, Nate – voltou a sentar no
banco para esperar sua omelete.
Nathan sentou ao lado dela para comerem. Stana pegou um dos morangos,
mordeu e ofereceu a ele colocando a fruta nos lábios de Nathan que a mordeu.
Comeram calados, comunicando-se apenas com gestos, toques e sorrisos. Assim que
acabou, ela levantou com seu prato nas mãos. Colocou na pia, lavou as mãos que
tinha resíduos de morango e seu suco, voltando-se para perto de Nathan.
– Eu acho que preciso me arrumar agora. Tenho que voltar para casa. Já
está quase amanhecendo – disse mantendo a ideia sugerida antes por Nathan – eu
já volto.
Ele a observou subir as escadas. O momento derradeiro se aproximava.
Estava consciente de que não havia nada a ser feito. Ambos retornariam a vida
real. Passou a mão nos cabelos e no rosto. Conseguira o que queria, não? A
última noite. Mesmo sabendo que não teria mais do que isso, que fora sua ideia
em primeiro lugar, ainda deixaria um vazio, uma saudade. Estava decidindo se
voltava ou não para o quarto quando ela surgiu completamente vestida com a
roupa de ontem no topo da escada. Ele caminhou para encontrá-la rente ao
degrau.
– Preciso ir. Acho que é isso, não? Nossa despedida. Ainda iremos nos
ver na segunda, mas... isso é a nossa lembrança.
– Sim, não importa o que acontecer. Teremos essa noite – eles saíram
caminhando até a porta. Ela parou esperando que ele dissesse qualquer outra
coisa ou ao menos abrisse a porta indicando que era hora de ir. Os olhares se
encontraram, não quebraram o contato por longos segundos – espere um
instante... – ele falou quase sussurrando, se afastando dela e sumindo em um
cômodo da casa. Stana queria um último beijo. Tinha direito, não? Parte da
despedida. Estava tentando ser forte, levar a situação numa boa, porém sabia
que desabaria no minuto que deixasse a casa dele. Essa era a história deles
afinal. Escolheram seus caminhos. Nathan retornou com uma pequena sacola.
– Você quer que eu chame um taxi? Posso te levar em casa também se
quiser.
– Não, irei andando. Não se incomode. Prefiro assim – ela segurou a mão
dele na sua, aproximou-se dele quase colando o corpo ao de Nathan – então é
isso. Obrigada, Nate – Stana puxou-o pela nuca até seus lábios se encontrarem
em um beijo carinhoso. Um beijo de despedida. Um simples gesto que carregava
todo o sentimento de duas pessoas com escolhas diferentes, separadas por decisões,
independente de certas ou erradas, na estrada da vida.
– Obrigado por ficar... – ele disse ao quebrar o beijo, viu que os olhos
dela estavam envoltos em lágrimas outra vez – aqui, isso é para você – entregou
a sacola. Curiosa, ela abriu e não acreditou no que vira.
– Taffy? Salt water taffy? Como você conseguiu isso? – ele sabia que ela
amava aquela bala. Recordava sua infância.
– Meu irmão trouxe há duas semanas quando veio me visitar. É seu.
– Nathan... – ela sorriu, os olhos brilhavam. Deu um selinho nele –
obrigada – finalmente ele abriu a porta. Ela pisou do lado de fora e suspirou –
te vejo na segunda?
– Sim, segunda. Tenha um bom fim de semana, Stana – com um último
sorriso, ela começou a caminhar pela calçada. Ele observou-a até desaparecer na
esquina. Não podia ver, mas Stana tinha o rosto completamente marcados por
lágrimas.
Uma noite. Um adeus. A recordação para sempre em suas mentes e seus
corações.
THE END
12 comentários:
OMG tão lindos, tão fofos, tão maravilhosos... Podia ser verdade, mas eles não facilitam!!! Kah vc acaba de alimentar o bichinho Stanathan, que vive em mim, com essa fic.
Simplesmente... sem palavras!
Aiiiiii q lindo!!! Karen alimentando a esperança de SN na minha mente!!!! Que fic linda, amei!!
Pena que é one, poderia ter continuação!!!
Meu Deus! Lindo demais.
confesso q não curto fics StaNathan,não dei sorte porque a primeira e unica q havia lido deixou entender q Stana fez um teste do sofá;mas enfim resolvi ler essa pq é sua;ESTOU AOS PRANTOS DESCONSOLADA....SEM PALAVRAS
confesso q não curto fics StaNathan,não dei sorte porque a primeira e unica q havia lido deixou entender q Stana fez um teste do sofá;mas enfim resolvi ler essa pq é sua;ESTOU AOS PRANTOS DESCONSOLADA....SEM PALAVRAS
Morta....sabia que devia ter ido dormir mas a curiosidade falou mais alto. Karen amo suas fics...adoro de vdd...tao cheia de sentimentos tão carregada de emoções.... E o que dizer da parte da série? Quanta injustiça meu Deus. Ai...a cena deles dois... Que droga! Queria que algo voltasse no tempo e tivéssemos eles de volta...que eles tivessem um ao outro de volta. Enfim.... O mundo não é perfeito. Mas sua fic é. Amei, amo e amarei. 💔
Karen,agora mais calma preciso dizer que ainda estou no chão com essa fic,a forma como você colocou os dois frete à frente,não esquecendo que Stana etá CASADA,porém em uma situaçã que pode acontecer com qualquer um de nós(não cheguei a ter essa despedida.mas isso já aconteceu comigo,me vi exatamente na situação de Nathan)Cada dia mais admiro seu trabalho!
To sem palavras so sei dizer que foi Lindo 😭😭😢😢💔
O que dizer de você, uma escritora incrível! Essa fic foi maravilhosa, excelente (como todas as que escreve). Para nós (eu) que vou amar Castle eternamente foi doído, mais doce ler o que eles sentiram ao fazer amor sabendo que seria a última vez, mais ao mesmo tempo serviu para colocar de vez os pés no chão. Seriam um lindo casal,tanto na série como na vida, mais não tinha que ser.Continue a escrever, é um alívio para a alma. Beijos e abraços da amiga.
Ficou lindo Kah! Eu tento enterrar meu Stanathan, daí leio uma fic dessa, o que posso fazer?
Parabéns! Eu acho que você lê as mentes das Stanathan´s. kkk
Você sabe direitinho como arrancar uns belos chororo de suas leitoras! Você nos entende tão bem,tudo que você escreve nos deixa ainda mais apaixonadas por Stanatan!Meu amor por esse casal vai ser eterno,independente da realidade.
Uma última noite de amor dos dois!"Última" essa palavra machuca pra caramba.
Obrigada por todas as fics! ❤️
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