terça-feira, 20 de dezembro de 2011

[Castle Fic] Rise Again - Cap. 4



Nota da autora: Continuo seguindo a idéia da temporada paralela mas nesse capítulo vocês irão reparar que não explorei o 4x04 porque o julguei irrelevante para a história. Espero que gostem! A propósito ainda não sei se conseguirei postar outro cap essa semana. Acredito que somente após o natal.



Cap. 4



Beckett acabava de chegar do distrito e ansiava por um longo banho e cama. Assim que jogou sua bolsa e casaco no sofá, seu celular tocou.

- Por favor, que não seja um novo caso...

Ao olhar o visor sorriu.

- Hey, Dad!

- Oi, filha. Como você está?

- Estou bem.

- Katie, você sabe que essa frase não funciona comigo. Você anda trabalhando muito?

- Não, o de sempre.

- Ainda não sei porque devolveram sua arma e seu distintivo. Sério, você acabou de sair de uma situação de risco. Devia tirar uma licença.

- Dad, já fazem quatro meses. E não temos muitos casos difíceis por aqui. Não preciso ficar afastada, isso é pior para mim. Sou uma garota da cidade.

- Percebi pela maneira que você deixou a cabana. Ainda sente dores, Kate?

- Não, nada de dor.

- E pesadelos?

Kate mordeu o lábio inferior. Ela não contaria para o pai que de vez em quando ela sonhava com o tiroteio, com a morte de Montgomery e com a sua mãe. Seu pai não devia se preocupar com isso. Ela era uma policial podia se virar.


- Não.

- Olha, filha eu realmente falo sério quando sugiro você tirar um recesso, férias. Uma boa viagem, você gostou tanto de passar um tempo na Europa porque não fazer isso de novo? Você precisa se divertir. Trabalha o tempo todo com dor, corpos, morte. Precisa clarear sua mente às vezes.

- Obrigada pai mas acontece que eu gosto do meu trabalho e apesar do modo pesado como você relatou eu até que tenho meus momentos de diversão.

- Mesmo? Quando foi a ultima vez que foi ao cinema, Kate?

Beckett ficou calada.

- Já imaginava. Você está saindo com alguém? Aquele novelista o ...

- Castle. Eu não estou saindo com ele. Nem com ninguém.

- Estranho. Do jeito que você brigou com aquele médico e o defendeu eu podia jurar que você estava apaixonada por ele.

- Eu? Apaixonada pelo Castle? Não.

- Aliás, lá no hospital eu percebi o quanto ele se importa com você, o quanto ele gosta de você. Sou seu pai, Katie e apesar de estar falando por telefone nesse exato momento, eu sei que você está batendo as unhas nervosamente na mesa e mordendo os lábios.

Droga! Ele realmente a conhecia.

- Pai eu...

- Katie, sweetie me escute. Eu sei que a vida não tem sido fácil para você especialmente nos últimos meses porém acho que está na hora de você se reerguer, você precisa de diversão na sua vida, amar alguém, ser feliz, Katie. Eu estou envelhecendo e quero pelo menos saber que você está feliz. Apenas prometa que vai pensar a respeito, ok? E lembre-se, não estou cobrando nada. Essa é a sua vida, suas decisões. Se você estiver feliz, então eu estou feliz filha.

- Obrigada, pai. Foi muito bom falar com você.

- Digo o mesmo Katie e mais uma coisa: Se fosse você, daria uma chance a Castle. Talvez ele a surpreenda.

- Boa noite, daddy.

- Boa noite, sweetie. Love you.

- Love you too.

Ela desligou e suspirou. Porque todos pareciam querer dar conselhos a ela? Será que ela não sabia tomar suas próprias decisões? Ok, admitia que tinha receios mas quando ela julgasse ser a melhor hora ela saberia o que fazer. Pelo menos gostava de pensar assim. Exausta, dirigiu-se ao banheiro para uma boa chuveirada.


Três dias depois...


Eles estavam trabalhando em um caso tenso que remetia a um passado próximo. O caso do 3X onde Ryan perdeu sua arma e Castle foi prisioneiro, descobriu a identidade dele e não pode ajudar a prende-lo. Agora pessoas estavam aparecendo mortas e a arma usada era a de Ryan.

Por mais que todos quisessem ajudar, Beckett pediu um certo espaço a sua equipe. Por Ryan. E de certa forma, isso funcionou. Mesmo Castle soube manter uma certa distância já que ele próprio sentia-se um pouco vulnerável nesse caso.

No fim, tudo acabou bem para Ryan. Já tarde da noite no distrito, Castle percebeu o cansaço no rosto de Beckett. Ela precisava de um drink.

- Hey, Beckett. Que tal irmos ao Old Haunt para um drink. Você tá com cara de quem precisa...

- Obrigada, Castle eu aprecio o convite mas estou cansada e tudo o que quero agora é um bom banho e horas de sono.

- Ah, Beckett, só uma dose de vodka...

Ela olhou para ele, pensando. Pode ser que um drink não faça mal. E ajudaria ela a relaxar também.

- Ok, Castle. Um drink e vou para casa.

- Ok, Detetive. Um drink.

Ele sorriu apenas pelo fato dela aceitar. Dando o braço a ela, deixaram o distrito.

O bar continuava aconchegante. Desde que adquirira o local, Castle fez o possível para conservar sua aparência original. The Old Haunt era um lugar perfeito para um happy hour com boas doses de bebida e música de boa qualidade como jazz e blues.

Castle como sempre fazia uma festa ao entrar no bar. Falava com todos, fazia piadas, sorria. Definitivamente, Castle era um homem divertido. Ele a levou até uma mesa de canto que ele mesmo reservara. Chamou um dos garçons e antes de pedir, olhou para ela.

- Você vai de vodka mesmo?

- Sim, pura.

- Você ouvia a moça, uma dose de vodka e uma de whisky para mim. E traga um couvert.

Ele virou-se para ela.

- Estou feliz que tudo tenha terminado bem no caso para o Ryan.

- Yeah, eu também. Nós todos temos nossos casos difíceis Castle só temos que saber lidar com eles.

- Como o caso da sua mãe?

O semblante dela mudou. O sorriso desaparecera. Ele percebeu na mesma hora.

- Desculpe, não pretendia tocar no assunto. Esqueça.

- Tudo bem, Castle. Esse foi certamente o caso mais difícil da minha vida.

- Não precisamos falar disso. Vamos mudar de assnto. Já que estamos aqui, eu estou tento um certo problema para escrever uma cena de crime no meu novo livro de Nikki Heat, quer me ajudar?

- Não sei...

- Ah vai ser simples, escuta só...

Eles continuaram conversando por mais meia hora. Então, Kate se despediu.

- Obrigada pela companhia, Castle. Te vejo amanhã?

- Onde tiver um corpo assassinado, eu estarei lá Beckett.

Balançando a cabeça e sorrindo, ela deixou o bar.

Quando Beckett chegou para trabalhar no dia seguinte, ela não tinha idéia de que o caso que teria que investigar ia se tornar uma dor de cabeça para ela, pessoalmente. Depois da boa noite que tivera e da companhia agradável de Castle, ela não imaginava que ia sofrer com algumas atitudes dele.

O caso em questão foi um homicídio ocorrido num museu onde uma exposição beneficiente era o evento da noite anterior. Além do homicídio, uma peça valiosa fora roubada. O punho do capitalismo. Kate não contava em absoluto com a nova entrante no caso. Ela e Castle conversavam com a assistente do morto.

- Espere. Está dizendo que ele tinha medo de alguém roubar o Punho?

- Desde que chegou aqui. Até reviu as câmeras do Punho de duas semanas atrás e então o deixamos na tela. Achei que ele estava ficando paranóico. Acho que ele sabia de algo que eu não sabia.

- US$ 50 milhões? Por isso ele estava fora do jantar.

- Ele veio ver o Punho. Mas o ladrão já estava de saída. Passou pela galeria e cruzou no caminho com o Sr. Hayes. Eles brigaram, rolaram

- E Hayes foi pras estacas.

- E, nessa hora, o ladrão vira assassino.

- Um com acesso ao museu para o jantar.

- Não é provável. A chegada dos convidados era apontada em duas telas e eram recebidos por alguém que os conhecia pessoalmente. Tudo aponta que o ladrão veio pelo telhado, pela ventilação, provavelmente, e aí desativou os alarmes.

- Desculpe, quem é você?

- Serena Kaye, a responsável pela segurança do museu.

- Se ele entrou pela ventilação, como saiu?

- Pela área de carregamento. Os guardas veem quem entra, mas não quem sai. E nessa área havia vans do bufê. Ele poderia ter alguém esperando-o e se disfarçou.

- Ela é boa.

- Na teoria, e as provas?

- Não preciso delas para saber que estou certa. É meu trabalho e... posso te ajudar com o seu.

- Como?

- Fico com 1% da taxa de recuperação de perdas. Eu quero o Pulso. Você, o seu assassino. Temos objetivos comuns. Poderia prestar consultoria e dar minha opinião.

- É uma ideia interessante.

Beckett se irritou ao ver o jeito de Castle para com a tal Serena.

- Não, obrigada. Não será necessário.

Ela olhou com um sorriso debochado para Castle.

- Não pode me culpar por tentar. Sr. Castle, detetive Beckett.

Castle se aproximou de Beckett ainda insistindo.

- Ela poderia ser útil. Ela tem pontos válidos.

O olhar de fuzilamento que Beckett fixou nele o fez responder rapidamente.

- Não desse tipo.

- Castle, ela só cruzou nosso caminho.

- Sério? E se ela estiver por dentro?

Beckett pensou por dois segundos e pegou o celular.

- Ryan, verifique se as vans estão contadas e entreviste os funcionários do bufê. Veja se alguém viu algo incomum no carregamento.

Ao desligar, Castle sorria a seu lado.

- Foi tão difícil?

Beckett estava se roendo por dentro. Detestava quando alguém se metia em seu trabalho principalmente outra mulher e detestava ainda mais que Castle logo se deixasse levar por qualquer pessoa. A irritação não diminui ao saber na Central que a mesma Serena havia oferecido seus serviços a Gates e sendo assim, ela fora obrigada a engolir a nova consultora.

E assim num clima hostil, Serena infiltrou-se na investigação de Beckett concentrando toda a atenção de sua equipe, o que só deixava Beckett ainda mais contrariada. Rapidamente, Serena apontou um suspeito, Falco o maior ladrão de artes da Europa. Sem sobrenome, fotos, o cara era invisível para o sistema. E não foi isso o que mais irritou Beckett.

- Nada como US$50 milhões para te tirar da aposentadoria.

- Agora com um rumo, consigo umas pistas.

- Ótimo. Vamos.

- Você não pode vir.

A surpresa estava estampada no rosto de Beckett.

- Desculpe. Deve ter entendido mal a palavra "consultora". Este caso é meu.

- Essas pessoas não falarão com policiais, mas falarão comigo.

Ela franziu o cenho ao perceber que Castle já virara as costas para ela pronto para seguir Serena.

- Aonde está indo?

- Também não sou policial. Então...

- Tudo bem.

Mas não estava nada bem, Castle conseguira irritá-la ainda mais que Serena.

- Ela está conosco?

- Vamos falar com a Interpol. Quero descobrir tudo sobre o Falco.

Quando estava com raiva, Beckett conseguia render muito mais no trabalho. Achou referências a Falco, entrevistou a responsável do museu sobre o punho e interrogou inclusive o marido dela. Nada. Serena voltara com novidades da rua e Esposito também encontrou suspeitas que apontavam Hayes, o morto, como o contato de Falco.


- Então Hayes estava no roubo?

- Contratou Falco para roubar o Punho.

-E Falco decidiu ficar com ele.

- Então matou Hayes.

- Se Hayes era cúmplice, podemos chegar em Falco. Vamos olhar as finanças...

- O de sempre.

- Isso.

- Investigarei outras fontes para achar alguma pista.

- Outro passeio pelo lado obscuro de Manhattan? Castle já estava todo empolgado - Conte comigo.

- Desculpe, não é necessário acompanhante. Só farei telefonemas,coisas chatas. Nos encontramos depois?

Beckett revirou os olhos, estava odiando esse papo meloso. Tinha que sair de perto.

- Encontre-me sempre que quiser.

Ele olhava todo sorridente observando Serena sair. Ele virou com a cara mais desligada do mundo à procura de Beckett mas ela não estava sequer por perto, deixou-o no vácuo.

- Kate...

Beckett saiu às pressas do distrito. Aquela situação estava tirando-a do sério, influenciando no seu humor e interferindo no seu trabalho. Ela não podia deixar isso acontecer. Quando chegou no consultório do terapeuta, o bom senso já fora para o espaço a muito tempo. Ela sequer pediu permissão para entrar. O terapeuta apenas observava o jeito dela, agitado, em luta consigo mesma. Esperou que ela lhe contasse o que a aflingia. E ela contou.

- Não posso trabalhar assim! Uma especialista em seguros! E como consultora! Odeio quando alguém se mete na minha investigação. A Capitã não tinha nada que impor isso a mim. É a minha investigação! É o meu território!

Kate passava as mãos nos cabelos. Nervosa. Visivelmente afetada.

- E Castle ainda acha que ela é útil! Fica seguindo-a como um cachorrinho...

- Ela é tão ruim assim?

- Ela é egoísta, arrogante, teimosa e sabichona.

- Mas é boa no que faz?

- Castle acha que sim.

Ela continuava de pé, andando de um lado para o outro.

- E isso te incomoda.

- Claro que me incomoda.

- Por quê?

Ela parou e fitou o terapeuta com olhos cheios de lágrimas.

- Porque ele deveria ser...

As palavras verdadeiras não sairam, ficaram entaladas como um nó na garganta. Deus, porque isso estava acontecendo com ela agora?

- Ser o quê?

O terapeuta instigou-a. A resposta saiu quase um sussurro.

- Meu parceiro.

E voltou a tomar forças com a raiva transparecendo um pouco mais.

- Deveria ser da minha equipe. Não ser tão impressionável.

Ela sentou-se. Com a cabeça entre as mãos, ela tentava ordenar os pensamentos. Não podia lidar com isso agora, no meio de um caso. A voz do terapeuta tirou-a da sua análise pessoal.

- Pelo que posso ver essa moça não está mexendo com você apenas profissionalmente, ela realmente a atingiu pessoalmente. Mexeu com seu ponto fraco. Castle. O que não entendo é se você não gostou das atitudes dele porque não disse? Porque não o chamou em particular e disse o que está te incomodando?

- É complicado.

- Por que é complicado?

- Sabe o porquê.

- Só sei o que você me conta.

Ela suspirou fundo. A raiva dissipou-se dando lugar a eterna confusão de sentimentos. Ela sabia que ele a forçaria a tocar no assunto de seu relacionamento com Castle e invariavelmente ela teria que pensar na mãe. Ela não queria. Não agora no meio de um caso. Ele a surpreendeu com as palavras.

- Kate...do que, realmente, tem medo? De que ele não espere por você... ou de que espere?

Ela fechou os olhos. Não tinha resposta.

- Tenho que ir, quando acabar esse caso falamos nesse assunto ok? Preciso achar um assassino.

- Por hora vou aceitar, mas você terá que me prometer, nas próximas sessões, falaremos exatamente sobre isso.

- Tudo bem. Nas próximas sessões...depois desse caso.

Ela deixou o consultório, ligou para o Esposito para se atualizar e avisou que estava indo para casa.

No seu apartamento, ela já de camisola para dormir surfava pelos canais da TV. Porém, nada ali chamava sua atenção. Ela estava frustrada com o caso, com o seu comportamento, com Castle e consigo mesma. Ela não pode evitar as lágrimas de cair. Sentia-se vulnerável. Entre lágrimas, ela adormeceu.

Beckett chegou ao distrito cedo. Ainda remoia o assunto de ontem mas estava um pouco mais centrada. Queria respostas. Castle entra sorrateiramente no salão.

- Oi.

- Oi, pensei que estivesse com Serena.

- Não, teve reunião com os chefes esta manhã.

Beckett tentava manter a compostura antes de falar.

- Então já a viu esta manhã.

- Não, ela me mandou mensagem.

Beckett estava constrangida com a conversa, a última coisa que ela precisava agora era trocar conselhos amorosos com Castle.

-Achou que estivéssemos...

-É...

Engolindo o próprio orgulho, ela continuou.

- Está na cara que ela gosta de você, então...

- Está?

Droga, Castle! Porque você não se toca?!

- Acha que devo... investir?

- Fique à vontade.

Dizer essas palavras foi como sentir uma pontada no coração. Felizmente foram interrompidos por Ryan e Esposito forçando Beckett a se manter focada nas informações que receberam e a dica era quente e pela primeira vez ela se sentiu com muita vontade de investigar o caso a fundo. Eles descobriram que não só Serena encontrou-se com Haynes como também era uma suposta ladra de artes. Gates queria presa para interrogatório o mais rápido possível.

- Onde ela está agora?

- No hotel dela.

Beckett encarou Castle.

- Ela me chamou para beber algo.

- Chamou?

- Parece sem pressa para sair da cidade.

- Bom...

- Usemos nossa única vantagem. Ela não sabe que suspeitamos dela, iremos investigá-la sem que ela saiba.

- E como faremos isso?

- É simples. Castle a convida para um encontro.

- Convido?

Beckett sentiu uma pequena satisfação ao sugerir isso.

- É o que você queria, não é?

- Tudo o que precisa fazer é mantê-la fora do quarto dela. Leve-a ao restaurante do hotel. Então... a entretenha.Enquanto a mantém ocupada...entramos no quarto dela.

- O que faço nesse encontro? Tento fazê-la... cometer um deslize, confessar?

- Não, apenas enrole,faça piadas. Conversa fiada. O importante é mantê-la fora do quarto dela para que possamos vasculhá-lo. O que me diz, Castle? Acha que consegue seduzi-la por uma hora?

- Está falando sério?

E eles se dirigiram para o hotel. Castle seguiu o que Beckett dissera e ficou surpreso ao saber que Serena ia convidá-lo para um encontro de qualquer forma. Enquanto isso, Beckett e os rapazes continuavam a vasculhar o quarto em busca de algo comprometedor. Nada parecia apontar para Serena, até o momento que Beckett começou a vasculhar o computador.


Infelizmente, foi na mesma hora que a própria Serena resolveu voltar para o quarto. Castle não pode conte-la e enviou uma mensagem para Beckett que distraída pelo que achara no computador bem como pelo equipamento que Esposito também achara.

Eles finalmente iam saindo do quarto no exato momento que Castle e Serena estavam de frente para a porta então Castle fez a única coisa que veio a sua mente, empurrou Serena contra parede e a beijou. Ao ver a cena, Beckett ficou estática por um momento vendo aquilo, até gritar. Muito chateada deu voz de prisão a Serena e levou-a ao distrito. Bufando, ela começou a discutir com Castle.

- Agora está dizendo que não acha que ela está envolvida?

- Por que ela me revelaria que é uma ladra?

- Ela está te dando o suficiente da verdade para ser mais fácil engolir as mentiras.

- Não acho que foi ela.

Ela cruzou os braços, obviamente irritada com toda a situação. A vontade que tinha era de se jogar no pescoço dele e torcer.

- Está pensando com o órgão errado.

- Foi só um beijo. Estava fazendo o que mandou, mantê-la ocupada. Estava tentando te dar tempo para vasculhar o quarto.

A voz de Beckett se alterou.

- O quarto onde encontramos a maleta e o e-mail, ambos evidências contra ela agora.

- Só acho que deveríamos dar a ela a chance de explicar.

- Nós? Não iremos ao interrogatório juntos.

A raiva e o ciúme eram visíveis apenas Castle não percebia o motivo da reação dela.

-Fala sério!

-Desculpe, Castle, mas, com base nessa conversa e no seu comportamento no hotel, é óbvio que você foi comprometido.

Ela bateu a porta com força.

- Eu só fiz... o que você pediu.

Beckett procurou se acalmar para não interferir na investigação de maneira errada. À medida que ia fazendo as perguntas a Serena, o quebra-cabeça ia se montando e ela percebeu que ela não parecia mesmo incomodada. Na avaliação de Beckett, a pessoa a sua frente não era uma assassina mas ela simplesmente não conseguia parar de pressioná-la e por isso foi Serena quem a encurralou.

- Sei que é uma policial esperta, metódica, com ótimos instintos. E esses instintos estão te dizendo que sou inocente. Por algum motivo, está ignorando-os. Por que está fazendo isso?
Beckett teve que se controlar para não transparecer o que sentia.

- Srt.ª Kaye, seu trabalho é recuperação, como denominou. Meu trabalho é resolver este homicídio.

- Então por que não coloca de lado suas questões pessoais e pede meu álibi, para a investigação continuar? Para constar, estava em uma reunião com um de meus chefes quando fui chamada. Se quiser verificar.

Aquilo foi um soco no estômago.

- Se está dizendo a verdade, por que tem agido pelas nossas costas?

- Porque, por experiência, sei que a polícia só atrapalha. Então prometo, daqui em diante, sem segredos.

- Não será necessário. Não trabalharemos mais juntas.

- Mudaria de idéia se te dissesse que sei quem é Falco?

E Beckett cedera mais uma vez. Por sorte, Serena acabou sendo muito proveitosa na investigação e descobriu detalhes interessantes sobre o possível assassino, ou melhor, assassina. Eles voltaram juntos ao museu e descobriram que o punho nunca saiu de lá. Após o fechamento do caso, Beckett foi surpreendida novamente por Serena.

- Quero te agradecer. Não conseguiria sem você. Estou muito grata.

- Ganharei parte do dinheiro da recompensa?

- Não tão grata assim.

- Bom, eu... acho que todos terminaram com o que queriam.

Beckett deu uma olhada para Castle.

-É.

-Quero que saiba...o encontro com Castle...

-Foi mais uma emboscada.

- Ele nunca achou que estivesse envolvida. Ele acreditou em você quando eu não acreditei.

- Por que está me dizendo isso?

- Precisa saber com que tipo de pessoa está se envolvendo.

Nesse instante, Castle chega com canecas de café.

- Aqui está, senhoritas.

-Obrigada.

-Obrigada.

Ele sentiu os olhares entre as duas.

-Algo errado?

-Não, eu tenho que...Preciso arquivar algumas coisas.

Beckett saiu às pressas.

- E eu preciso voltar ao meu hotel. Convidaria você, mas, como já disse, não roubo nada que pertença a outra pessoa.

Beckett voltou ao salão e ficou surpresa ao vê-lo ali.

-Não saíram juntos?

-Não.

-Por quê?

-Porque não posso pagar. O museu mandou a conta da obra que quebrei.

-Nossa!

-Eu sei! Achei que me safaria por ajudar a resolver o caso.

Beckett sentiu-se subitamente feliz e por conta disso resolveu que era a sua vez de aproveitar-se um pouco da companhia.

- O mínimo que a NYPD deve fazer é te pagar um sanduíche.

- Eu aceito.

- Então vamos.

Saíram do distrito conversando sobre o dinheiro. Castle notou que Beckett estava mais leve, mais sorridente agora. Será que toda aquela raiva era por causa de Serena? Seriam ciúmes?

Beckett devorava um hambúrguer acompanhado de um milk-shake de chocolate. Era o mínimo que ela merecia por ter passado por tudo aquilo esses últimos dias. E ela ainda teria que ver o terapeuta nos próximos dias não amanhã, pensou. Castle resolveu instigar.

- Vejo que está bem mais relaxada detetive. Tudo isso era por causa do caso?

- É, sim. Tensão da profissão.

- Certo, entendo porque por um minuto achei que a detetive durona estava com ciúmes da Serena.

- Ciúmes? De uma ex-ladra? Ah Castle, por favor!

Beckett tentou ser o mais casual possível e sabia que precisava achar outro assunto para impedir ele de continuar lembrando o que ela não queria.

- Na verdade, Beckett não acredito que o ciúme era por causa da profissão da Serena... nem pela sua aparência.

- E porque seria? Kate franziu o cenho mas no fundo sentiu o estomago revirar, ele não teria coragem...teria?

- Ora, por minha causa. Uma mulher interessante, independente e bonita entra na sua investigação, atrai a atenção do seu parceiro e te põe em cheque. Assuma, você ficou com ciúmes de mim e por isso descontou aquela raiva toda em mim.

- O que? Por acaso esse é uma das cenas no seu livro? Porque exige muita imaginação...

- Sei, Beckett sei...

- Ah, cala a boca Castle!

- Ok, ok trégua. Não quero brigar com você.

Ele aproveitou para beber um pouco do suco. Beckett mordiscava o canudo, queria muito dizer umas verdades para ele, porém sabia que ao fazer isso se comprometeria. Kate não soube explicar o que apertou o botão. De repente, se viu falando indiretas e diretas para Castle.

- Não é questão de brigar. Essa não é a primeira vez que você se envolve com uma mulher durante um caso, uma provável suspeita. Se você não leva à sério o trabalho do distrito, outros levam. Lá é onde eu ganho o meu salário, ralo pra conseguir colocar criminosos na cadeia. Aquilo não é brincadeira para mim Castle, não admito que você fique de flerte na minha frente.

- Beckett eu...

- Você deveria ser meu parceiro, droga! Me ajudar na investigação e não ficar correndo e babando atrás de uma ladra, esperava um pouco mais de respeito de você.

- Kate...eu... me desculpe! Achei que você estivesse tranqüila com o fato de eu talvez sair com ela, não imaginei que isso pudesse magoá-la.

- Eu não estou magoada, se quiser se atracar com ela vá adiante! Estou chateada com o seu comportamento.

Mas Castle entendeu muito bem o que ela queria dizer com aquelas palavras. Ele viu por um curto instante a tão determinada Kate Beckett demonstrar o quanto isso a afetara e sim, ela estava com ciúmes dele. Castle esticou a mão tocando a dela.

- Hey.... me desculpe, Kate. De verdade, não vai acontecer de novo.

- Castle, não faça promessas que você não possa cumprir.

Ela deu um meio sorriso e voltou a tomar o milk-shake. Castle decidiu não pressioná-la mais, sabia que ainda não estava 100% perdoado e, a seu modo, teria que achar um meio de se redimir.

No dia seguinte, Kate não voltou ao consultório do terapeuta. Ela decidiu adiar aquela conversa principalmente depois de sua atitude de ontem. Ela deixara uma pequena parte, mínima, da barreira ruir e quase se arrependera por isso.

Castle chegou de fininho, com as mãos para trás. Por alguns segundos, ele ficou observando a figura pensativa sentada à mesa. Nessas horas ele desejava poder ler mentes só assim saberia o que se passava na mente misteriosa da mulher e da detetive mais intrigante que já conhecera.

- Bom dia, Detetive Beckett.

- Bom dia, Castle.

Ela reparou que ele escondia algo atrás de si e continuava parado a alguns metros de distância.

- Vai ficar aí parado?

Ele deu alguns passos sem mudar a posição das mãos.

- O que você vai fazer hoje, Beckett? Mais tarde?

- Ah eu não sei, Castle... talvez eu aceite jantar com o George Clooney ele não para de me ligar...

- George? Ele ligou para você?

Ela entortou a boca e Castle percebeu que caíra na conversa. Balançando a cabeça, ele abriu a boca mas Beckett foi mais rápida. Se levantou.

- O que você está escondendo aí atrás?

Ele deu dois passos para trás e falou.

- Espera! Eu perguntei o que você ia fazer hoje porque tenho um convite para você. Tenho uma noite de autógrafos do quadrinho de Derrick Storm na Barnes & Noble. Sei que você não é fã do gênero mas em homenagem aos livros que você leu dele pensei que gostaria de me acompanhar, o que acha?

- E o que eu iria fazer lá? Ver você se exibir?

- Não, você iria comigo, como minha acompanhante e também para me vigiar sabe? Evitar que eu faça besteira... depois teremos um coquetel.

Ela ficou calada por uns instantes. Ele sorriu.

- Eu adoraria que você fosse, Kate.

E então mostrou o pequeno buquê que escondera com um envelope. O convite da noite de autógrafos. Beckett pegou as flores da mão dele e sorriu. Ao abrir o cartão, viu alem do convite um pequeno recado.

“Ainda estou tentando me redimir das besteiras. Adoraria ter minha musa ao meu lado hoje à noite. Por favor, diga sim.

Seu parceiro,

Castle. “

- Então?! Aceita?

- É, aceito afinal não é todo dia que você me pede “por favor”.

- Ótimo! Te pego às 7 da noite ok?

E ele já virou as costas rumo à saída.

- Hey, Castle! E o trabalho?

- Desculpe, Beckett. Hoje eu sou o escritor de Best-seller. Até mais tarde.

Ela começou a rir. Não podia esperar nada mais de Castle mesmo.




Continua.....

2 comentários:

Eliane Lucélia disse...

Ah, eu adorei esse capítulo, nossa como eu torci para a Beckett dar umas boas bofetadas nessa Serena, oh mulherzinha, ela chegou se achando a rainha da cocada preta, mas a Kate é uma pessoa de classe, ainda bem, não se rebaixou, agora o Castle vou te contar hein? deu mole ele cai dentro, nem respeitou a parceira, mas a sequencia foi maravilhosa, adorei tudo que a Beckett falou pra ele, mesmo dando bandeira que tava morrendo de ciúmes, mas valeu, desengasgou. Gosto tbm de como Castle contorna a situação, ele sabe muito bem como fazer isso, convidar Kate para a noite de autógrafos sabendo que ela adora as obras dele foi uma grande jogada para se redimir, mas ainda quero saber o que tinha nas anotações dela que ele fotografou, o que será que ele vai fazer com elas? curiosaaaaa kkk enfim, adorei, até o próximo capítulo, bjossss

val disse...

Foi incrivelmente bom adorei ver a Beckett com ciúmes, ele mau conseguia desfaçar.
Castle é uma figura, e o fato é que ele é tão palhaço que não tem como alguem ficar chatedo com ele.
esperando o proximo...

bjim