sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

[Castle Fic] Rise Again - Cap.3


Nota da autora: Nesse capítulo coloquei algumas infos pessoais de Beckett, existem nomes fictícios e alguns já falados na série. Peço desculpas se cometi algum erro...mas isso é ficção, certo? Então, tá valendo!



Cap.3


Sexta-feira



Kate Beckett caminhava pensativa para sua próxima sessão de terapia.


Muitos tiras abandonam as sessões de apoio logo após a primeira consulta ou ao receber sua avaliação para voltar ao trabalho. Ela porém, achava que essas sessões de uma hora duas vezes na semana eram proveitosas. Não apenas pelo acontecimento de meses atrás. Beckett via nessas consultas a possibilidade de tocar em assuntos difíceis para ela, reconhecia porém, que ainda falava muito pouco. O que ela esperava era que com o tempo ganhasse confiança e quebrasse a barreira que impusera a si mesma.

Ela cumprimentou o terapeuta e sentou-se de frente para ele.

- Como você está Kate?

- Estou bem.

- Estou perguntando de verdade, você sabe que conheço esse seu jargão portanto ele não vale para mim. Quero saber como está e sobre o que você quer falar hoje.

- De verdade, estou bem. Minha semana foi tranqüila.

- E há algo de novo que queira me contar?

- Castle voltou ao distrito. Eu fui procurá-lo. Fiquei sabendo do que ele fez, trabalhou junto aos rapazes buscando por pistas. Foi por isso que contei na minha última sessão que lembrava de tudo. Do tiro, do desepero de Castle e das palavras dele. Ainda não sei como lidar com isso. Desde a morte da minha mãe, eu me tornei uma outra pessoa, forcei a mim mesma a ser a melhor policial de NY e jurei que colocaria o assassino da minha mãe na cadeia.

- Mas isso ainda não aconteceu...

- Sim, eu passei três anos da minha vida profissional buscando respostas. Fiquei tão obcecada com aquilo que quase entrei em parafuso, coloquei meu emprego em risco e por pouco não fui afastada da força. Decidi então mudar. Resolvi focar na minha carreira e tracei um objetivo claro para mim: ser a melhor detetive do meu distrito. Entenda que isso era algo bem desafiador afinal não é fácil vencer num mundo de homens.

- Só que você venceu. Tem uma das melhores carreiras na polícia de New York, ficha impecável e com um futuro muito promissor, Kate. Aposto porém, que tudo isso ainda não é o bastante para você. O caso mais importante da sua vida você não resolveu.

- Sim, durante todo esse tempo eu tive medo. Medo de sucumbir aquele período negro que vivi caso encontrasse uma nova prova. Eu me vi fraquejar a dois anos atrás quando Castle e eu encontramos algo capaz de ajudar as investigações. Eu acabei atirando no único homem que poderia me dar respostas. Meses atrás, eu quase sucumbi ao desespero novamente. Ver o Capitão morrer por minha causa, levar um tiro e quase morrer apenas indica que estive muito próximo. Não quero recuar, não posso!

- Não pode... sei. Você acabou de comentar que tem medo de entrar em desespero como no início da sua carreira. Compreendo que você se sente responsável, que deve isso a sua mãe Kate mas você já parou para pensar que talvez esse se torne um caso antigo sem conclusão? Partindo da premissa que isso seja verdade, quanto da sua vida você está disposta a perder? Vale a pena privar-se da vida sendo ela tão curta? Você mais do que ninguém deveria celebrar-la todos os dias.

- Em outras palavras, você está me dizendo que me fechei para a vida.

- Exato. E os dias e as oportunidades de felicidade passam por você sem serem agarradas, desfrutadas. Olha, Kate estou aqui para te ajudar. Fazer você perceber que é jovem, bonita e tem uma vida maravilhosa à sua frente. Só que para tudo isso acontecer, você precisa querer mudar, precisa estar disposta a se arriscar.

Ele consultou o relógio. A sessão acabara. Ele decidiu dar uma tarefa a ela.

- Nossa hora acabou. Porém, quero deixar um assunto para você pensar até a nossa próxima sessão. Você concentrou seus comentários no nível profissional. Quero que você avalie a sua vida pessoal. O que impede Kate Beckett de crescer na mesma proporção pessoalmente que profissionalmente? O que falta para você mudar e aceitar ser feliz?

Beckett ouviu atentamente as palavras dele. Assentiu com a cabeça. Levantou-se e despediu-se dele. Voltaria ali na próxima terça, caso não tivesse enrolada em alguma investigação de homicídio.


Segunda-feira


Beckett chegou cedo ao distrito estava na sua mesa quando recebeu a ligação de Lanie sobre um homicídio. Quando ela ia pegar o telefone para ligar para Castle, ele apareceu trazendo consigo seu café.

- Bom dia, Detetive Beckett!

- Bom dia, Castle.

Ela sorveu um pouco do café. Agora sim poderia começar a trabalhar.

- Já ia ligar para você, temos um homicídio. Vamos?

- A semana começou agitada não?

Ele sorriu. Deixaram o distrito rumo a cena do crime. Enquanto se aproximavam do local, Castle contava a Beckett sobre a noticia que abalara Alexis essa manhã. Beckett ouvira sendo solidária com ele. Sabia que ele precisava falar desse assunto com alguém.

Na cena do crime encontraram Lanie coletando um pouco do sangue no cimento. Esse era um caso bem diferente. Não havia corpo. Como investigar um homicídio sem corpo? Seguindo uma pista, eles acabaram numa espécie de armazém e para aumentar ainda mais a dificuldade do caso, eles se depararam com corpos congelados. Criogenia. E esse era apenas o começo. Explicar para Gates que eles estavam de mãos atadas para conseguir o corpo não seria fácil.

E não foi. Beckett teve que se controlar para não estourar com a sua chefa. Após entrevistar a mulher de Hamilton, ela acabou descobrindo que um dos investidores da pesquisa do cientista era Beau Randolph, o cara por trás de “Universitárias Enlouquecidas”, um magnata da pornografia. E eles não poderiam deixar de fazer uma visitinha a ele.

Beckett e Castle caminhavam pelo prédio do magnata. Várias moças transitavam no lugar com roupas mínimas. Eles conversavam.

- O projeto Ambrosia…parece um romance de Robert Ludlum onde o playboy milionário mata um pesquisador para ter a fórmula secreta da vida eterna.

- É, mas 10 anos não é a vida eterna.

- Você faria? Colocaria os implantes?

Beckett desviou o olhar para seus seios.

- Não acho que eu precise. Não é?

Castle olhou sem jeito para ela que interpretara a pergunta da maneira errada por influência do ambiente.

- Digo os... implantes farmacêuticos. Para viver 100 ao invés de 90 anos?

- Não, eu passo.

- E se pudesse ficar do mesmo jeito pelos próximos 10 anos?

- Não quero ficar igual.

- Como pode não querer 10 anos extras?

Castle olhava surpreso para ela.

- Uma coisa que aprendi é que nunca se sabe quanto tempo você tem. E se achasse que teria mais, poderia acabar desperdiçando.

Beckett lembrou-se das palavras do terapeuta. Percebeu que reconhecia estar desperdiçando sua vida e mesmo assim ainda não tomava uma atitude diferente.

- É, vai precisar daqueles implantes, do contrário vai envelhecer e, daqui a 10 anos, estarei exatamente o mesmo.

- Não é assim que estaria de qualquer forma?

Castle não comentou mas será que Beckett acabara de elogiá-lo? Afinal dizer que ele não mudaria era sinal de que ele aparentava ser uma pessoa jovem, conservada não?

- Detetive Beckett. O Sr. Randolph já vai sair.

- Ótimo. Obrigada.

- Alguém tem que dar a essas garotas roupas feitas de pano de verdade.

- Quando ficou tão crítico sobre mulheres semi-nuas?

- Desde que minha filha chegou nessa idade.

Beckett sorriu. O relacionamento dele com a filha e sua preocupação era uma das características que mais admirava em Castle.

- E aí está ele...o deflorador de colegiais.

- Detetive Beckett. Sou Beau Randolph. Certeza que não veio para o teste da série "Doutores Brincam de Médico"?

- Tenho.

- Então como posso te ajudar?

- Pode responder umas perguntas sobre Lester Hamilton.

- Como... por que você o matou?

E acabaram levando-o para interrogatório. Infelizmente, após varias perguntas e acusações Beau lhes deu um álibi estranho mas eles teriam que checar. Depois de muita briga conseguiram o corpo apenas, a cabeça lhes fora negada devido ao contrato de Hamilton de criogenia. Lanie acabou por confirmar que a arma que matou o cientista não era de Beau, ele realmente era inocente e voltaram ao distrito para tentar buscar algo para recomeçar.

O barulho de mensagem no celular chamou a atenção de Castle.

- ONDE VOCÊ ESTÁ, PAI?

- Alexis?

- É. Ela está frustrada. Ela sempre conseguiu o que queria. Se importa se eu...

- Não, não. Deveria ficar com ela.

- Tem certeza?

- Tenho, Castle. Posso ficar sem você por algumas horas.

- Certo. Não fique tão feliz por isso.

E não ficaria mesmo mas respeitava a dedicação dele a filha e à família. A investigação continuava morosa mas felizmente Ryan e Esposito conseguiram uma nova pista que os levou a um quarto de hotel barato que Hamilton usava para fazer experiências.

Quando Castle voltou para o distrito no dia seguinte, Beckett fez questão de perguntar sobre a menina. Preocupado ele trocou algumas palavras com Beckett.

- Só queria dar a ela a infância que eu não tive. Acho que a superprotegi.

- Deu uma ótima infância, Castle.

-Não é uma coisa ruim. Não sabe lidar com rejeição. Todos sofremos decepções. Dê um pouco de tempo a ela. Irá se reerguer.

Castle sorriu para ela. Antes de voltar a investigação, ela acabou oferecendo ajuda.

- Olha, se quiser que eu converse com ela é só avisar. Alexis é uma menina inteligente, ela achará seu caminho.

Virando-se para o quadro, Beckett não reparou na cara de admiração e no olhar apaixonado que Castle lançara para ela.

E mais uma reviravolta no caso apontou para a cabeça do sujeito que agora estava sumida. Várias suposições e perguntas depois, Castle e Beckett finalmente ligaram a esposa ao assassinato já que o amigo tinha álibi e proveu a ressonância provando os tumores no cérebro de Hamilton. Beckett a prendeu.

- Então, detetive, consideraria isso um crime passional?

- Eu consideraria como um crime de amor.

- Legal. Mas isso depende se Cynthia Hamilton estava amando ou louca.

- Às vezes, há uma linha tênue entre os dois.

Castle ergueu a sobrancelha. Tai algo que ele não estava acostumado a ver em Beckett. Ela falar de sentimentos, especialmente de amor.

Quando estavam liberando os papeis do pesquisador da criogenia, receberam um aviso de que alguém falecera naquele prédio. Beckett saiu correndo porque já imaginava o que poderia ter acontecido. Cynthia estava morta, se matara ingerindo uma pílula de cianureto. Beckett demonstrava uma tristeza singular naquele momento. Eles acompanharam o Dr.Weiss na remoção do corpo. Ao ver Cynthia já congelada no tanque, Castle não resistiu em falar.

- Não seria ótimo se eles se reencontrassem daqui a cem, até mil anos?

- Tudo é possível.

Novamente, Castle estava surpreso com a resposta de Beckett.

- Acredita mesmo nisso?

- Sobre isso que são as grandes histórias de amor, não? Superar as barreiras.

- Espero que consigam.

- Eu também.

Castle ficou calado ao lado dela absorvendo o que escutara. Ele não tinha Beckett como uma pessoa romântica. Será que nunca reparara nisso ou ela começava a transparecer isso somente agora? Perdido em pensamentos, ele não reparou o risinho bobo nos lábios dela. Beckett queria acreditar que aquela história de amor era possível. Ela consultou o relógio e percebeu que estava muito tarde para conseguir uma hora com o terapeuta. Marcaria para amanhã cedo, quinta.

Despediu-se de Castle e foi para casa.


Apartamento de Beckett


Ela já estava deitada na cama porém nem sinal de sono. Beckett se pegou revivendo momentos do último caso e de certa forma se sentiu um pouco surpresa por ter encarado tudo aquilo como uma história de amor, estranha e macabra, mas ainda assim um romance. Lembrou-se então do que o terapeuta falara para ela, o que ela estava esperando para se arriscar na sua vida pessoal?

Olhando pro teto do seu quarto, Beckett se pos a pensar na sua vida pessoal. Quando mais nova, ela fora uma pessoa renegada durante os anos da high school. Magrela e sem grandes atrativos, ela tivera que se contentar com o clube de leitura e as amizades com os geeks. Apenas no seu ultimo ano do seu Junior year, ela começou a namorar um cara do time de basquete da escola. E com o primeiro beijo, veio também a sua primeira vez. E não fora nada do que Beckett imaginara. Viajou para a Europa, Kiev onde fez intercambio e aprendeu russo. Ali sim ela aproveitara. Sua juventude teve muita festa, bebidas e diversão. Seu maior tesouro foi a compra de uma moto que ela pagou como modelo aos 17 anos.

Entrou para a faculdade aos 18 anos e no eu primeiro semestre conheceu Brian. Ele sim fora sua primeira paixão. Namoraram por dois anos quando Kate sentiu que a magia acabara. Porém, no seu terceiro ano sua mãe fora assassinada e sua vida virou de cabeça para baixo. Decidiu se tornar policial para que outras pessoas não sofressem o que ela sofreu, negligência.

Durante sua vida como policial, tivera seus relacionamentos: Will, Mike, Tom, Josh. O que todos eles tinham em comum? Apenas o fato de seus relacionamentos não durarem mais que seis meses. Tudo porque ela escolhera fechar-se para o mundo. Sabia que brincava de proteger-se, não se permitia apaixonar-se, ter um relacionamento duradouro. Até explicara isso a Castle que ela não conseguiria seguir em frente antes de fazer justiça à mãe. Mas seria mesmo isso? Essa pergunta certamente seria feita pelo seu terapeuta. E o que ela responderia?

Cansada de remoer o assunto, adormeceu.

Na manhã segunte já no consultório, ele a fitava com tranqüilidade. Esse ato a deixava nervosa.

- Então, Kate o que você tem a me dizer sobre sua vida pessoal?

- Pensei muito a respeito da sua pergunta e a única resposta que fui capaz de achar é que eu não consigo me dedicar aos meus relacionamentos por causa da morte da minha mãe. Por isso eles são tão curtos, não ultrapassam seis meses.

- O que a morte da sua mãe teria a ver com o ato de se apaixonar, se entregar a alguém e amar?

Ela ficou calada por alguns segundos. O próprio terapeuta respondeu.

- Nada, Kate. Absolutamente nada. O motivo pelo qual você não consegue seguir em frente e se deixar apaixonar ou arriscar é um bloqueio que você mesma criou em sua mente. Uma barreira tão reforçada que ninguém ousava transpor. Ninguém a não ser Castle. Ele consegue ver além desses muros que você construiu. Essa é a verdade. E como você se sente com isso, Kate?

- Com medo.

- Porque medo?

Beckett mordeu os lábios. Era difícil para ela admitir.

- Medo de me entregar e perder a pessoa que amo da mesma maneira que perdi minha mãe.

- Nem tudo acontece da mesma forma, nem todos partem tão cedo das nossas vidas.

- Mas o assassinato da minha mãe já matou muitos. Quase me levou e se...e se levarem ele também?

- Ele você quer dizer Castle?

- Sim...

Ela enxugou uma lágrima teimosa que escapara molhando o rosto.

- Vamos analisar isso por outro ângulo: digamos que hipoteticamente Castle morra, e com ele a sua chance de amar, que ele morresse sem saber o que você sente por ele, sem idéia de que você sabia do amor dele. Você se preocupa se algo acontecer com ele mas diante dessa situação você estaria pronta a aceitar que desperdiçara sua chance por medo? Você não quer uma vida de “e se’s” Kate. Você só tem que estar pronta para seguir em frente.


- Castle me disse que eu me escondo atrás do assassinato da minha mãe porque tenho medo de ser feliz.

- Acredito que ambos concordamos com ele não?

Ele percebeu o nervosismo que ela demonstrava, as mãos não paravam quietas.

- Diga-me Kate. Foi tão difícil pensar na sua vida pessoal?

- Um pouco. Pra falar a verdade, o caso que trabalhei essa semana acabou me ajudando. Vi que histórias de amor ainda são possíveis no mundo real mesmo que terminem de maneira trágica.

- Você reparou nas suas palavras, Kate?

- Sim, creio que estou num grande dilema entre razão e coração. Não sei como proceder, como vou saber se estou pronta?

- É por isso que estou aqui. Quero que você esteja pronta mas preciso que você também queira a mesma coisa. Não irei pressioná-la. Iremos devagar. Baby steps, Kate.

- Obrigada.

Com um longo suspiro, Kate deixou o consultório. Duas palavras martelavam na sua cabeça.


If Only....




Continua....

2 comentários:

val disse...

ela realmente é muito dura, eu fico me perguntando porque?qual medo? oh meu Deus se esta na chuva é para se molhar.
será que a Beckett ainda não percerbeu que eles são one and Only e que ela não pode passar o resto da vida se escondendo, ela tem romper , se entregar e aí vai ser tudo ou nada.

bjim aguar do o próximo e aproposito ameiiii.

Eliane Lucélia disse...

Este capítulo me deixou sem folego por duas razões, 1º a escrita, lindo, um texto maravilhoso, reflexivo elaborado, porem simples, leve, claro objetivo, vc detona, e 2º pelo assunto discorrido, os medos e aflições de Beckett, como fã da série podemos até questionar, pq ela não se livra logo desse medo e se abre para o grande sentimento sublime? mas entrando dentro da cabeça dela a gente se pega encorporando a Beckett e se perguntado, e vc? se tem todas as respostas se é tão fácil como vc está sugerindo que é, pq vc tem medo? pq vc não arrisca? Beckett tem uma vantagem, tem o amor de um homem que está disposto a esperar por ela e é tão bom vê-la reconhecendo que ama este homem, tudo bem q essa confissão foi quase arrancada dela, mas... enfim, amei d+ esse capítulo e já vou ler o próximo kkkkkkk