Nota da Autora: Esse capítulo é o começo de um momento especial. Uma das minhas leitoras disse que ao aborda-lo deveria colocar o assunto em dois posts. Confesso que não imaginava tanto assunto para escrever... adivinhem? Fui imaginando, escrevendo, escrevendo.... quando vi tinha mais de 10 páginas e muito assunto ainda! Então, dividir foi fácil. Leiam com calma, apreciem o momento e paciência para o próximo pois não sei se conseguirei escrever tão rápido, ok? Enjoy!
Pitadas de NC-17....
Cap. 32
Um silêncio pairou na sala. Marlowe
e Terri se entreolharam sem entender direito a colocação dela. Stana suspirou
olhando dessa vez para Terri. Sabia que tinha deixado a escritora intrigada
apenas pela jeito que falara sem contar a maneira que olhava para Nathan.
- Finalmente Castle e Beckett
terão seu final feliz. É real mesmo? Você não planeja mais um truque conosco,
não irá me fazer ficar cheia de esperanças e depois partir o coração da Kate,
vai?
- Não, Stana. Dessa vez será
definitivo – Terri ainda a olhava com desconfiança.
- Ah, meu Deus! Nem acredito. Parece
um sonho que finalmente se transformará em realidade – a alegria em seu rosto
era reconfortante para quem a olhava. Antes de ter a atriz totalmente focada
somente no casamento, Terri tratou de tomar as rédeas da conversa.
- Antes que a Stana queira
discutir detalhes e fazer um monte de perguntas, quero falar com vocês a
respeito da dinâmica desse episódio. Eu e Marlowe conversamos bastante sobre
como deveríamos retomar a idéia do casamento a fim de sermos honestos com a
situação que nosso casal enfrentou anteriormente, especialmente Kate. Foi então
que eu pensei em algo talvez considerado por muitos clichê, porém que retrata
bem criando uma abertura para que Castle e Beckett percebam que precisam viver
o hoje, o agora. Não há um momento certo ou planejado para ser feliz, você
simplesmente se arrisca, mete a cara. Por isso o episódio é uma espécie de
“what if”. E se Castle e Beckett não tivessem se conhecido? Como estaria a vida
de cada um deles? Casados, felizes, bem sucedidos? É claro que vocês devem
imaginar que um dos dois está bem diferente nessa realidade alternativa.
- Aposto que é o Castle... –
disse Nathan – é sempre ele que ferra. Então, como construiremos esse universo
alternativo?
- Resgatando algumas coisas
clássicas de outras temporadas especialmente o piloto. Eu adorei escrever esse
episódio, me trouxe tantas boas lembranças. Vocês vão perceber ao lerem o
script. Acho que já chega de enrolar porque estou vendo a Stana a ponto de
quebrar seus dedos de tanto contorce-los – ela realmente mexia as mãos
excessivamente apertando uma na outra para tentar controlar a ansiedade, Terri
entregou o roteiro de cada um. Vendo Stana pular logo para as páginas finais,
alertou – nem adianta que essa cópia não está completa. Preciso que vocês se
dediquem ao momento alternativo.
Os dois folheavam as páginas do
script observando a forma como Terri montara esse novo universo. Quando a
escritora tornou a falar, rapidamente as atenções voltaram-se para ela.
- Castle está primeiramente
surpreso por encontrar todos os seus amigos no 12th distrito e constatar que
ele nada mais é que um estranho ali. Em poucos minutos, ele vai descobrir que
sua vida não é a mesma nesse lugar e que de alguma forma, ele terá que influenciar
a Capitã Beckett para ajuda-lo a voltar para sua vida onde pode ser feliz. Nada
para ele faz sentido, por não se conhecerem, Castle não escreveu os livros de
Nikki Heat e depois da morte de Derrick Storm, ele somente acumulou fracassos
literários. Angustiado por perceber que sua vida não é mais a mesma, ele aposta
todas as suas fichas em seu charme, seu conhecimento e poder de convencimento.
Só que estamos falando de Rick Castle, um cara que não obedece regras e se
intromete em tudo. Acredito que deu para captar, certo Nathan?
- Sim, vai ficar melhor após
ler o texto na íntegra. Caramba, ela não sabe mesmo quem eu sou.
- Não, apesar que algo a
deixará intrigada quanto ao escritor e algumas coisas não mudam. Kate continua
fã. Vocês verão referências a outras frases clássicas de episódios. Para Castle
é uma sensação de deja vú estranha. O que nos leva ao comportamento de Beckett.
Ao invés da detetive destemida, temos... – Stana interrompeu Terri.
- Capitã Kate Beckett, gosto do
título. Combina com uma mulher independente e poderosa como ela é.
- Nem tudo são flores. A
Beckett desse universo é uma mulher responsável, que vive sob as regras porém
não tem a paixão que a verdadeira detetive sempre nutriu por colocar assassinos
atrás das grades. Sua vida no distrito não costuma ter muitas emoções,
resume-se a papelada e política o que colabora para seu interesse mesmo que
discreto em Castle.
- Entendo... – disse Stana –
ela não é uma mulher amargurada apenas não está satisfeita plenamente, falta
algo na vida dela. Ou alguém. Castle.
- Isso. Parte do descontentamento
da capitã vem do passado. Nessa dimensão, Beckett não resolveu o caso da sua
mãe, o caso mais importante de sua vida. Posso dizer que a nossa sagaz detetive
tão admirada por Castle, acomodou-se.
- Ah, não! – era Nathan quem
exclamava – você não fez isso! já não basta tudo o que passei aquela semana,
tinha que colocar isso no script?
- O que? – perguntou Stana já
curiosa.
- Terri resolveu tirar uma com
a minha cara. Olha o que ela escreveu na minha ficha nesse universo paralelo –
mostrou a ela o pedaço do script – eu cantando “Let it Go” em dueto com Idina
Menzel!
- Ah, Nathan... isso parece
coisa do Castle mesmo, para quem andava nu em um cavalo roubado no Central Park
isso é mais civilizado.
- E humilhante, você esqueceu
de comentar – elas riram.
- Devo concordar com a Stana –
implicou Marlowe.
- Isso faz parte, Nathan. Bem,
voltando ao que estava comentando sobre Beckett. Ela acaba, ainda que receosa,
interessando-se pelo jeito que aquele homem misterioso se apresenta em seu
distrito dizendo conhece-la, sabendo tanto sobre o caso que seus detetives
estão investigando, além do fato de ser charmoso. Sim, Kate não demonstra tanto
mas você vai perceber que alguns momentos tem recomendações nesse script que
você, Stana, como shipper compreenderá muito bem. Por enquanto é isso. Leiam as cenas, decorem,
se quiserem ensaiem, agora é com vocês.
- Pode deixar que farei questão
de ler e reler toda essa história – disse Stana – começamos amanhã?
- Sim, estejam preparados
porque não sei a ordem correta da filmagem das cenas – disse David – ainda vou
fechar o cronograma com Rob e os demais.
- Tudo bem, mesmo sem saber a
história toda, tenho certeza que esse se tornará um dos episódios preferidos
dos fãs. Não acha, Nathan?
- Para você sei que sim – ele
piscou para Terri – tem rezão, será muito bem recebido pelos nossos fãs. Até
amanhã, Terri.
Deixaram o estúdio
separadamente. Stana mandou uma mensagem para ele a esperar em sua casa. Dentro
de uma hora estaria lá. Ele respondeu que providenciaria o jantar. Ela não
conseguia conter o sorriso no rosto. Sua reação à pergunta de Terri fora tão
simples de responder. Então, era isso? Aquela afirmação significava que ela
estava pronta para unir-se ao homem que amava independente das condições?
Suspirou ao entrar no metro. Com seus headphones no ouvido, ela se entregou ao
som da melodia de Sara Bareilles. A letra da música apenas a fazia sentir-se
melhor ainda além de manter o sorriso no rosto.
Após uma rápida passagem pelo
seu apartamento, Stana chegou nos portões da casa do Nathan vinte minutos além
do tempo que previra. Ele abriu a porta vestindo uma bermuda e camisa polo.
Deixou-a entrar primeiro para somente ao fechar a porta beija-la. Notou o
brilho no olhar de Stana, desde o momento que Terri revelara sobre o casamento,
ela não conseguia tirar o sorriso dos lábios e a luminosidade do olhar. Ainda
que intrigado por saber se aquela resposta dela foi espontanea pela pergunta da
escritora, Nathan resolveu investigar o assunto mais tarde.
- O jantar está quase pronto.
Basta cozinhar a massa – com o braço ao redor da sua cintura, ele a conduziu
para a sala. Serviu uma taça de vinho deixando-a à vontade enquanto cuidava do
macarrão. Stana decidiu escorar-se no balcão da cozinha americana para
admira-lo cozinhando. Desde que estavam juntos de fato, ela passava a conhecer
habitos e hobbies de Nathan. Além de gostar de bancar o anfitrião, de video
game o que não escondia de ninguém, era extremamente romântico e adorava cozinhar.
Todas essas qualidades fizeram-na amá-lo muito mais. Bebendo e admirando os
gestos dele ao picar alguns temperos e adicionar ao molho já fervendo na panela
ao lado, ela sequer percebeu que murmurava uma melodia, na opinião dele, bem
gostosa ao mesmo tempo que o observava, ele sorriu perguntando.
- O que você murmura tanto
aí,Staninha? Stana?
- Ahn? O que?
- Você não me ouviu? Está no
mundo da lua? Perguntei o que você murmura.
- Ah, desculpe. Gosto de
admira-lo cozinhando. Você fica tão à vontade, relaxado. E esse cheiro está me
dando água na boca. Estava murmurando novamente? É que desde que saí do estúdio
escutei uma música que ficou na minha cabeça, linda, por sinal a letra me
lembra nós dois.
- Mesmo? Por que não canta para
mim? – ele perguntou escorrendo a massa na frente dela. Pegou a taça de vinho
que ficara esquecida sobre o balcão e tomou um gole. Virou a comida em uma
travessa, regou-a com bastante azeite, temperou com manjericão e oregano.
Satisfeito, segurou o prato com uma luva em um das mãos e outro pano para
apoia-lo levando para a mesa onde jantariam. Ele retornou e despejou o molho em
outro recipiente. Stana segurava o azeite, queijo ralado e sua taça de vinho
caminhando em direção à mesa. Retornou para pegar a garrafa de vinho e a taça
dele.
Vendo-a já sentada à vontade na
mesa, ele tornou a perguntar.
- Não vai cantar a música?
- Não, talvez depois do jantar.
Vou pensar no seu caso. Vamos comer? Quer que eu sirva você? É o mínimo que
posso fazer depois que você preparou essa comida deliciosa.
- Tudo bem, mas você sabe que
faço por prazer. Especialmente para você, Staninha.
Devidamente servidos, eles
começaram a comer. Conversavam pouco, bebiam e uma vez ou outra trocavam
carícias. A massa estava tão deliciosa que Stana repetiu. A garrafa de vinho
acabara, Nathan providenciou outra e mesmo sentindo-se um pouco zonza, ela
aceitou mais um copo da bebida. Ele recolheu os pratos colocando-os na pia.
Guardou o resto da comida na geladeira e do freezer tirou uma pequena torta
gelada de chocolate,crocante e amendoas. Serviu em um único prato para os dois.
Com a sobremesa na mão, ele segurou sua mão com a outra puxando-a para
sentarem-se no sofá.
A formiguinha quase devorou a
sobremesa sozinha, ele não fez objeção porque ela acabava dando pedaços em sua
boca ou ele provava através dos beijos que ela distribuia entre uma colher e
outra. Quando acabou, deixou o prato sobre a mesinha e voltou sua atenção a
Nathan. Já estava escorada em seu peito, sentiu os braços dele a envolvendo.
Virou-se para fita-lo e beija-lo enquanto as mãos deslizavam pelo peito dele.
Stana enrolava para criar coragem. Sabia que Nathan iria perguntar sobre a
reunião de hoje com Terri. De repente, ela se colocou ereta. Lembrando-se da
canção.
- “Tell
the world that we finally got it all right, I choose you. I´ll become yours and
you´ll become mine. I choose you.”
- Essa era a canção?
- Sim, ela é linda e diz tudo o
que gostaria de dizer.
- E o que é Staninha?
- Sobre nós. Pensei muito sobre
tudo o que você disse a alguns dias atrás, querer ser feliz, viver o momento.
Eu me privei tanto de sentir especialmente após eu ter lutado contra
sentimentos conflitantes, medo, desejo, amor, insegurança. Hoje estou aqui, ao
lado de um homem maravilhoso, muito feliz. Talvez você não tenha a noção de
quanto estou sentindo-me completa desde que estamos juntos. Sabe que eu te amo,
sim, você é o homem que eu amo, a pessoa que escolhi para viver meus momentos
bons, ruins, as conquistas e as derrotas. O riso e as lágrimas. Essa união é
importante e interessa apenas a nós dois. Não me importa se vamos continuar
fingindo que somos amigos, parceiros de trabalho. É uma escolha nossa,
independente do que os outros achem. Um segredo que apenas reforça nossa
cumplicidade. Acho que não posso ser mais clara que isso. Eu aceito responder a
pergunta que você guardou para fazer no dia que eu estivesse pronta. Depende de
você, Nate.
Ela retirou o colar que usava,
deixando o anel escorregar para a palma de sua mão. Ofereceu a jóia a ele.
Novamente, ele viu o mesmo brilho no olhar. Seu próprio coração começava a
acelerar. Isso estava mesmo acontecendo? Levantou-se do sofá, colocou o anel no
bolso e ofereceu a mão para Stana. Em silêncio, Nathan a levou até a área da
piscina. A lua nova tinha um branco singular, o céu esta limpo com vários
pontos de estrelas iluminando a noite. Ainda segurando a mão dela, ele se
colocou sobre um joelho, olhando fixamente para a mulher obviamente tocada pelo
gesto que fizera, exibindo o sorriso amplo. Respirou profundamente antes de
proferir as palavras tão aguardadas por ambos.
- Não há nada que eu deseje
mais do que passar o resto da minha vida ao seu lado. Stana Katic, você aceita
casar comigo?
- Eu aceito, Nathan Fillion. É
tudo que eu quero – ele se levantou colocando o anel no dedo fino da mão
direita. No mesmo instante, Stana segurou o rosto dele com as duas mãos
beijando-o com paixão para em seguida envolver os braços ao redor do pescoço
dele. Ficaram um bom tempo trocando carinhos, beijos e palavras de amor. Ela
estava quase explodindo de felicidade. Era um passo para a realização de um
sonho, para uma nova etapa da vida que logo iriam dividir juntos. Porém, antes
ela precisava deixar algumas coisas claras.
- Nate, tem algo que precisamos
discutir. Como vamos fazer isso. Ainda viveremos em segredo, não vamos revelar
a ninguém o que iremos fazer, quer dizer, quase ninguém.
- Stana, amor, será conforme
você escolher. Seu desejo é uma ordem. Na verdade, tenho uma proposta.
- Uma proposta? Outra além do casamento?
– ela riu brincando com a gola da camisa que ele vestia. Sentou-se na cama e
ele fez o mesmo – não me venha com festa do arromba. A nossa condição não
comporta esse tipo de evento. Estou disposta a nem envolver família e talvez
uma hora eu conte para a minha mãe. Fazer isso é bem diferente para mim, porém
eu reconheço que é mais importante me casar com você – ele beijou a mão com o
anel novamente.
- Você não tem ideia do que
isso significa para mim. Minha proposta é tão simples que acredito que até você
vai dizer que estou meio louco. Apesar de não sabermos ainda exatamente como a
situação do casamento acontecerá no episódio, estive pensando que poderíamos
fazer a nossa celebração no mesmo dia. Estaremos no clima, preparados. E
conhecendo Terri do jeito que conheço, tenho certeza de que ela será
maravilhosa com cada detalhe. Nós contratamos um juiz, preparamos os papéis e
após o estúdio viríamos para cá oficializar nossa união, exatamente no mesmo
dia que Castle e Beckett farão a deles. O que você acha?
- Sou uma garota simples e
discreta, Nate. Apenas preciso de uma roupa, alianças e você. Casar no mesmo
dia em que nossas personagens também oficializam sua união é de fato algo
memorável porque foi onde tudo começou. O que está me preocupando são as
testemunhas. Precisamos de duas,não?
- Isso é parte da proposta que
estou fazendo. Como manteremos o segredo, só existem duas pessoas que sabem do
nosso relacionamento.
- Mas Anne é uma criança, não
pode ser nossa testemunha.
- Não estou falando dela,
pensei em Dara e Chad. Aliás, pedirei a Dara para influenciar no dia da
gravação do casamento. Já imagino que será apenas isso que filmaremos porém, o
ideal seria ter algumas horas do inicio da noite para nos prepararmos aqui em
casa. Se a gravação for no inicio da tarde será perfeito.
- Dara... ela adorará
participar, nossa fada madrinha. Qual será o dia da semana? Não gostaria de
deixar Anne fora disso.
- E quem disse que ficará? Anne
tem um papel fundamental nessa história, ela segurará as alianças para mim.
Somente se preocupe em traze-la com você, o resto é por minha conta. Teremos nossa pequena comemoração aqui mesmo
no quintal da minha casa, ou melhor nossa dentro de muito em breve.
- Nossa, Nate? Você sabe que
não poderei morar aqui. Ainda estaremos juntos em segredo.
- Eu sei disso, manteremos o
disfarce porém, você pode ficar mais tempo aqui, não uma noite ou outra. Podemos
vir juntos do estúdio, acordarmos juntos, fins de semana... de qualquer forma,
será nosso lugar, nosso espaço.
- Será sim, seremos muito
felizes não? – ela abraçou-o, beijou a bochecha, esfregou o seu nariz ao dele –
sei que sim. Eu te amo tanto.
- Eu também. E prometo que
farei tudo para ver você feliz, Staninha.
- Será que pode provar agora? –
ela o ajudou a puxar a camisa polo que vestia. As mãos dele desfizeram os
botões da blusa de seda que ela vestia e jogou-a no chão. O toque das mãos
quentes contra a pele a fizeram arrepiar. Tomou-a em um beijo sensual brincando
com a língua entre seus lábios enquanto a deitava na cama. O ritmo dos lábios
aumentou e a dança das línguas tornou-se intensa resultando em gemidos
prazerosos de Stana durante os beijos. A mão rápida de Nathan desfez o cós da
calça, quebrou o contato por um instante para puxar a peça levando-a com
calcinha de uma vez. Entretendo-a com o beijo, ele a penetrou com os dedos. Ela
arqueou o corpo e deixou-se iniciar a jornada em busca do seu momento de
prazer.
Uma hora depois, estavam
deitados sob a colcha grossa com as pernas enroscadas e a cabeça apoiada no
peito de Nathan, lia as suas falas do script do episódio em voz alta para ele
que rebatia com as suas. Ao terminarem a segunda leitura, resolveram testar se
já haviam decorado as falas. Satisfeitos por saber que estavam bem, Stana
deixou o roteiro na cabeceira ao lado e voltou a se aconchegar nos braços dele.
- É incrível como esse episodio
é cheio de momentos especiais, muito do nosso piloto, não? Foi uma época
especial.
- Foi sim, eu amava o seu jeitinho
descolado, contudo sempre preocupada em dar o melhor de si. Você e seu
cabelinho curto, charmoso. Eu adorava. E como era carinhosa, sempre abraçando,
beijando. Sabia que senti muita falta desses pequenos momentos, desses
carinhos, da “canadian girl” de riso fácil? – ela virou-se para fitá-lo.
- Eu não sabia disso. Você
nunca me disse.
- Acredito que nunca tive a
oportunidade. Notei a mudança, sei que teve a ver com o meu relacionamento da
época e claro que hoje sei o real motivo. Seus sentimentos, seu coração. Como
agora posso desfrutar de seus carinhos na tela e fora dela, não fico tão
chateado por mantermos uma atmosfera de amizade apenas no set, porém, naquela
época entre as filmagens da quarta temporada, sua atitude fez muita diferença.
Demorei para perceber o quanto estava errado na minha suposição, achava que era
uma questão de mágoa, de empatia, como se eu tivesse feito algo muito ruim para
você. No fim, precisei de Always e outros sinais para entender o que ambos
sentíamos.
- Você teve sim, algumas
oportunidades... sabe disso, por que não questionou na época?
- Tem razão, eu tive sim. A
resposta honesta? Tive medo de ser mal interpretado. Você poderia pensar que
estava apenas querendo criar uma chance de ficar com você, tirar vantagem. Não
queria isso. Não se não soubesse expressar meus reais sentimentos por você sem
parecer falso ou idiota.
- Eu gostaria que tivesse
investido, pressionado. Teríamos poupado tempo, talvez um pouco de insegurança
e teimosia também acabou o influenciando, não?
- Nào sei. Talvez não fosse o
momento. Percebi o modo como você se fechara em seu mundo. Vestiu a carapuça da
profissional, evitava o contato direto. Acho que somos dois cabeças-dura. Ainda
bem que resolvemos romper essa barreira.
- Antes tarde do que nunca,
babe... – ela se mexeu inclinando o corpo para beija-lo – perdi o sono. Você
acha que podemos brincar um pouquinho?
- Brincar? Você quer jogar
bola, pular corda? – disse fingindo-se de bobo e inocente – videogame?
- Não, que tal uma brincadeira
mais estimulante... – ela desapareceu sob o edredom fazendo Nathan gemer ao que
ela estava fazendo. Que mãos e lábios ágeis, não poderia amá-la mais por isso.
- Ah, Stana... – fechou os
olhos apreciando o momento.
Pela manhã, ela acordou com um
cheiro de café forte nas narinas. Esfregando os olhos para se ambientar no
espaço já claro devido às cortinas abertas, espreguiçou-se esticando o corpo
procurando por outro corpo na cama, porém somente encontrou o lugar frio e
vazio. Ao sentar na cama, não havia sinal dele no quarto. Levantou-se vagarosamente
e foi ao banheiro. Já de roupão e com os cabelos amarrados em um coque sentiu o
aroma de ovos e bacon espalhando-se pela casa fazendo seu estomago reclamar. Ao
descer a escada, ela se deparou com Nathan à beira do fogão cozinhando.
- Bom dia... – ela o abraçou
por trás, beijando-lhe as costas.
- Bom dia, amor. Sente-se e
sirva-se de café. Está quentinho. Esperava poder levar até a cama mas como
acordou é melhor eu deixar para outra oportunidade. Seus ovos estão quase
prontos – ela se serviu de café e tirou um pedaço de croissant levando-o à boca
satisfeita por colocar algo no estomago. Estava realmente faminta.
- Não imaginei que estivesse
com tanta fome até provar esse croissant – tomou um gole generoso do café – ah,
me sinto revigorada após essa dose de cafeína. Nate não demore muito, temos que
estar no estúdio em menos de uma hora.
- Acertei quando deduzi que
você ia acordar com fome depois da brincadeira de ontem – ele derramou os ovos
e bacon no prato em frente a ela. Pegou a mesma caneca que ela bebia e sorveu o
café – hum... somos dois viciados em cafeína, temos problemas Staninha –
inclinou-se no balcão e beijou-lhe os lábios carinhosamente – agora sim é um
bom dia. Quer suco de laranja?
- Não, apenas o café é
suficiente. Nossa! Esses ovos estão divinos. Precisava mesmo de um café como
esse – disse tirando mais um pedaço do croissant melando no prato coberto de
bacon e ovos – muito bom. Da próxima vez quando for me servir o café na cama,
eu aceito panquecas com bastante mel e manteiga – ela raspou o prato se
servindo de mais um pouco de café.
- Já anotei sua recomendação,
madame. Você estava com fome mesmo! – disse vendo o prato limpo a sua frente.
Nathan comia um pedaço do croissant dando garfadas no prato de ovos que
preparara para si. Ela roubou um pedaço de bacon dele – hey! Você já comeu seu
bacon, pare de roubar o meu.
- Os seus são sempre mais
gostosos – deu a volta no balcão para deixar as louças sobre a pia, lavou as
mãos e colocou o braço ao redor do pescoço dele – vou tomar banho. Não se
atrase, temos muito trabalho hoje – beijou os lábios dele e beliscou o bumbum
saindo de perto dele rindo pelo gesto. Nathan tinha um sorriso bobo na cara, de
repente ele atentou que logo essas manhãs prazerosas na companhia dela, esse ar
doméstico, seria uma constante em sua vida.
Por volta das oito e meia
chegaram ao estúdio. Ele parara o carro a um quarteirão antes para que ela
descesse e disfarçassem o fato de não chegarem juntos ao trabalho. Nathan já
estava com a primeira caneca de café nas mãos quando Stana entrou no local
dando bom dia a todos. Terri os aguardava junto a David para informar como
conduziriam as gravações naquele dia. David combinara com a equipe técnica que
iriam se concentrar em fazer as cenas externas com o corpo, as primeiras
análises no distrito e a cena da planta de carvão, a única de ação do dia.
Seriam ao todo sete takes.
- Tudo bem para vocês? Precisam
de tempo para ensaiarem as cenas do distrito? Estou falando das paginas 3,4, 5
até a dez.
- Talvez uma hora para repassar
tudo – disse Nathan – Não mais que isso. A cena de ação será a última, correto?
- Sim e não. Dependendo do
tempo filmaremos por último a cena inicial do loft, ainda no mundo real. Amanhã
continuaremos os trabalhos entrando no mundo alternativo. Vamos lá? Cabelo e
maquiagem, pessoal.
Como já havia sido previsto na
pequena reunião feita por David, o primeiro dia de filmagem foi bem tranquilo.
Eles ensaiaram algumas partes das cenas, conversaram entre si e entregaram o
que lhes foi pedido de maneira rápida e objetiva. A parte da tarde demandou
mais trabalho deles devido à cena de ação. Não que tivesse muita coisa a
acrescentar, era apenas a atenção nos pontos onde deveriam ficar e na forma de
movimentação de cena. A continuação da cena quando Castle se separa de Beckett,
também foi gravada em sequência.
Eram quase sete da noite quando
eles terminaram a cena de ação, David perguntou se podiam filmar mais uma. A
cena do loft. Claro que eles não se importaram, além de ser uma cena simples,
casual ainda tinha beijo. Por que reclamariam? Agiram de maneira descolada para
dizer que estava tudo bem sem revelar suas reais intenções. Apenas eles
continuavam no estúdio, exceto pelo próprio David, dois operadores de câmera e
o diretor Paul. Apesar de tarde, Susan os aguardava para fazer a cena já que
não havia necessidade de voltar ao estúdio nos próximos três dias que
dedicariam a gravar as cenas do universo alternativo no distrito e fora dele.
Gravariam a sequência muito rápido pensou o diretor. Nathan gostaria de
conversar com Dara ainda hoje, mas percebeu que não teria a chance.
Vestidos apropriadamente para a
cena, o diretor dava dicas a Stana de como simular o corte do melão em cena,
tudo já estava devidamente preparado e obviamente ela não teria que fazer força
durante as filmagens. Com todos os elementos em cena já definidos, eles tomaram
suas posições e esperaram pelo sinal do diretor.
Paul não se enganara. Nathan e
Stana trabalhavam numa sincronia de dar inveja a muitos. A cena com duração de
um minuto e vinte seis segundos foi filmada em uma tomada somente, sem
necessidade de correções. Satisfeito com o desempenho dos atores que
facilitaram em muito o trabalho técnico, Paul os dispensou agradecendo pelo dia
muito produtivo.
Stana correu para o camarim a
fim de trocar de roupa. Faltava quinze minutos para as nove quando apareceu
pronta para ir para casa em frente a sala dos escritores. Ninguém além de Paul
e David estava ali. Será que Nathan já fora?
- Pessoal, vou indo. Vocês
sabem se Nathan já deixou o estúdio? Ia pedir uma carona para ele, o jeito será
encarar o metro.
- Acho que já foi sim. Vi um
dos câmeras conversando com ele a meia hora atrás – disse David – eu te daria
uma carona se não tivesse que avaliar as cenas com Paul ainda hoje.
- Tudo bem, não se preocupe.
Estou acostumada a fazer minhas caminhadas. Vejo vocês amanhã.
- Esteja aqui às sete,
mocinha...
- Pode deixar... – ela gritou
já distante da porta. Um som indicou que havia uma mensagem em seu celular.
Nathan. Checou o que ele escrevera e sorriu. Saindo para o estacionamento do
estúdio, viu o BMW quase perdido em um espaço tão vazio. Ele estava escorado na
porta, as mãos nos bolsos do casaco esperando por ela. Ao vê-lo, deu uma
corrida para diminuir a distância entre eles ficando de frente para o homem
charmoso com um ar divertido no rosto.
- Pensou que eu tinha me
esquecido de você, Staninha? Como poderia? Você irá voltar para casa comigo.
- De certa forma, pensei que,
por ser tarde, tivesse saído logo.
- E deixar você fazer seu amado
ATP sozinha pelas ruas escuras de Los Angeles depois das nove da noite? Não
mesmo! Vem, entre no carro – ele ativou o alarme, segurando o volante e dando
partida após vê-la colocar o cinto – está com fome?
- Não muita. Acho que me satisfaria
apenas com uma sopa. Está tarde.
- Sei como resolver isso –
dirigiu rumo a sua casa e no caminho parou em um restaurante chinês para
comprar a refeição para ambos. Conhecendo a noiva, comprou uns pastéis de pato
e uns bolinhos por precaução. Em casa, jantaram rapidamente e após um belo
banho, estavam deitados na cama. Stana começava a ler novamente suas falas para
o dia seguinte. Não via a hora de começar a filmar a parte do universo
alternativo. Por volta de onze da noite, ela deixou o texto de lado e decidiu
dormir.
Ás sete e meia da manhã, Stana
estava maquiada e pronta para filmar as primeiras cenas do universo
alternativo. Captain Beckett, ela gostava do som ao ouvir Jon chamando por ela
na primeira tentativa da cena. Os primeiros trabalhos da manhã correram
tranquilamente. Com o texto decorado e na ponta da língua, eles se divertiam ao
fingir que não conheciam Castle. Seguindo os conselhos de Terri para montar
essa outra face de Beckett, Stana demonstrava autoridade sem ser carrasca e ficava
ainda mais bonita e sexy segundo Luke no novo look. O mesmo foi elogiado por
Nathan sendo parte da sua fala e parte verdade, pois esqueceu o que deveria
dizer em seguida fazendo os colegas refilmarem a passagem.
Fizeram a primeira pausa do dia
por volta das onze. Stana foi direto para a mini copa servir-se de café e
procurar pelos famosos cookies de Dara. Encontrou-a na sala dos escritores
discutindo algo como Terri sobre o episódio que estava escrevendo.
- Hey, Dara! Por acaso você não
teria aqueles cookies gostosos por aí? Estou com fome e combinariam muito com o
café. Oi Terri!
- Acho que tenho um pouco ainda
na minha gaveta – ela saiu do quadro e remexeu à procura de uma tupperware –
aqui. deve ter apenas três ou quatro, pode comer.
- Ah, obrigada. Acho que não
iremos almoçar tão cedo e não tomei café direito. Quase me atraso porque fiquei
decorando texto até tarde depois de um dia puxado – sentou-se em uma das
cadeiras para saborear o seu café de maneira mais apropriada, só então observou
as anotações no quadro ao lado de Terri, não o que Dara escrevia e sim o que
continha informações do episódio que filmavam. Era uma espécie de checklist.
Ali enumerado lia-se os pontos já com um “ok” de pincel ao lado.
Vestido – não! Fazer reunião
com SK
Alianças – ok
Votos – ok (difícil...)
Elementos de cena – ongoing (
prazo final: daqui a sete dias – incluindo extra fim de semana)
Data final para o casamento –
somente após todas as filmagens, dia exclusivo. Checar com David.
Olhando para aquelas anotações,
não se contentou em ficar calada.
- Terri, você ainda não sabe
quando filmaremos o casamento? Posso ver as alianças? E os votos? – a urgência
na voz, demonstrava o quanto ela estava ansiosa por esse momento – por favor,
Terri...
- Dara, acho melhor continuar a
nossa conversa depois do almoço. E Stana, você não deveria estar gravando?
- Ainda não sou necessaria na
cena. Nathan está filmando com os rapazes as externas e estou esperando para
fazer a cena do interrogatório. Vamos lá, sabe que espero esse momento tanto
quanto você, me deixa ver as alianças... serão de ouro amarelo, grossas, finas?
Sempre imaginei Beckett usando ouro branco, combina mais com ela e comigo
também.
- Stana, Stana quer parar de
fazer perguntas? Tudo a seu tempo... você saberá no momento certo.
- Você é implicante, Terri. E
má – ela se levantou da cadeira, bebeu o último gole do café e se aproximou da
produtora – só me resta trabalhar para ver se conseguimos filmar logo esse
casamento – sorrindo, ela abraçou-a e beijou a bochecha dela – mas eu te adoro
mesmo assim, tá? Sei que você escreveu o melhor casamento possível para Castle
e Beckett, ninguém mais poderia fazer isso a não ser você.
- Stana não adianta puxar saco,
isso não vai fazer eu amolescer. Mas, obrigada, eu acho – disse rindo.
- Não estou puxando saco, estou
falando a verdade. Estou adorando esse episódio o que me diz que posso esperar
o melhor para o final. Vejo vocês depois. Assim que saiu da sala, Terri
comentou com Dara.
- Ela não tem jeito. Uma vez
shipper, sempre shipper. Seria capaz de invadir a sala onde estivessem as
coisas somente para descobrir o que eu estava tramando. Mas não é apenas isso,
você não notou que ela está mais relaxada, sorridente. Notei desde que fui
anunciar o episódio.
- O que você esperava? Ela
assim como muitos aqui, incluindo você sonham com esse momento desde o piloto,
não? Eu não estava na equipe desde o inicio, mas sempre fui fã da série e
torcia por esse dia, sou uma privilegiada por poder acompanhar isso de perto. E
Stana respira a sua personagem, não imaginaria outra reação vindo dela.
- Eu sei, ela deixou claro
várias vezes o quanto queria Castle e Beckett juntos. O casamento é um marco
para todos, em especial para Stana. Não é somente isso, quando ela chegou nessa
sala naquele dia da reunião e anunciei a pergunta de quem ia casar, havia um
brilho diferente no seu olhar, então ela disse nós, ainda por cima olhando para
Nathan. É como se já esperasse pelo anúncio. Há mais no jeito dela do que
alegria por ver seu desejo e o da sua personagem se tornar realidade.
- Do jeito que é curiosa, deve
ter escutado alguém falando dos detalhes do episódio – fazia o possível para
tirar essa desconfiança de Terri, para ela era apenas felicidade por Castle e
pelo que vivia diariamente com Nathan - E, vamos lá Terri, meio óbvia sua
pergunta, não? Especialmente depois do falso casamento. Stana é como os mais
loucos fãs de Castle, tem loucura por ver certas coisas acontecerem e um faro
impressionante. Seu apelido faz justiça a ela, shipper Queen a define muito
bem.
- Pode ser que você tenha
razão. E já que ela elogiou tanto o episódio, acho que vou dar uma conferida
nas gravações. quer vir comigo? Retomamos a conversa depois.
- Tudo bem.
As câmeras estavam a postos
gravando a cena na sala de interrogatório. Terri se coloca ao lado do diretor
para observar a cena. Esposito e Ryan interrogavam Castle quando ela entra em
cena pedindo para resolver isso. Séria, senta-se de frente para ele, o arquivo
aberto entre ambos, já virado para si. Quando Nathan começou a dizer suas
falas, Stana apertou o play do iphone que deixara sobre a mesa. O som do dueto
de Nathan e Rachel gravado por ela há algumas semanas encheu a sala onde
estavam. Desde que lera sobre isso no script, Stana planejara fazer isso. Ao
ver a cara dele gargalhou imediatamente.
Pronto. Foi suficiente para
todos que trabalhavam ali caírem na gargalhada. Diretor, assistentes de câmera,
iluminação além de Terri e Dara.
- Ah, isso é muito engraçado.
Vocês não se cansaram ainda dessa piada? – entortou a boca – pelo visto, não.
De quem foi a ideia?
- De quem foi? Ela está bem a
sua frente – disse o diretor - Nem sabíamos disso. E pra variar teremos que
gravar novamente.
- A sua cara foi muito
engraçada... ah, Nathan, vai ser difícil esquecer.
- Você? Isso foi ideia sua?
- Não pude resistir, desculpe –
ela acabou tocando a mão dele enquanto dizia essas palavras. Percebendo o que
fazia, recolheu o braço de maneira casual sem levantar suspeita. Terri olhou
para Dara que disfarçou para evitar ser pega em qualquer comentário bobo que
pudesse comprometer os amigos.
- Tudo bem, o horário do
recreio acabou crianças. Que tal voltarmos ao trabalho? Se continuarmos nesse
ritmo, não vamos almoçar tão cedo, somente para lembra-los que já passam das
duas da tarde – disse Paul – será que podemos recomeçar? Stana e Nathan
controlaram o riso e fizeram sinais de ok para o diretor. O silêncio
instalou-se no set e as gravações foram autorizadas ao sinal do diretor. Dessa
vez, a cena saíra perfeita.
- Muito bem. Acho que podemos
fazer uma pausa para o almoço. Voltamos em uma hora.
Eles fizeram um almoço rápido e
Nathan retornou ao set antes dela para filmar uma cena no loft. A bateria de
gravações da tarde foi bem tranquila tanto que por volta das seis já encerravam
o dia de gravação. Antes de deixar o estúdio, Stana passou um what’s app para
avisa-lo que ia para casa porque precisava ajeitar algumas coisas e estava
ficando sem roupas lá. Também escreveu que precisava conversar com ele sobre o
que vira na sala dos escritores. Nathan respondeu que passaria em seu
apartamento mais tarde.
Stana já deitara em sua cama de
pijamas. Passava parte do tempo decorando suas falas para o dia seguinte de
filmagens. Adorara as correlações que Terri colocou nesse episódio que tanto
lembrava o piloto. Ela repetia o texto em voz alta quando o som de mensagem
tocou em seu celular. “Estou chegando, abre a porta. N” ela se levantou da cama
atravessando o apartamento. Ouviu as batidas leves na porta. Sorrindo, destrancou
a fechadura e o viu parado a sua frente com uma mochila nas costas.
- Oi, gorgeous... hoje é meu
dia de acampar aqui.
- Entre, Nate. Estava decorando
texto. Preciso de mais um tempo antes de parar, você se importa? Já comeu?
- Não se preocupe comigo, vou
aproveitar para tomar um banho. Depois podemos conversar, mas antes, quero um
beijinho. Acho que mereço depois do mico que você me fez passar hoje...
- Claro! – ela colocou as mãos
no peito dele e sorrindo abriu os lábios para beija-lo – e não foi mico, era
pra descontrair.
- Certo, fazendo todo mundo rir
de mim.
- Oh, amor... nem foi assim –
beijou-o novamente.
- Foi divertido, admito. E
serviu para vê-la gargalhar gostoso na minha frente. Está perdoada. Vá
trabalhar enquanto tomo meu banho.
Ele já estava de pijama deitado
ao lado dela. gostava de admira-la decorando suas falas. Oras estava sentada na
cama, oras andava de um lado para o outro fazendo pose e repetindo caras e
bocas típicas de Kate Beckett. Satisfeita consigo mesmo, ela colocou o texto de
lado, debruçou-se apoiada no joelho e beijou-o.
- Terminei. Quer um café? Vou
preparar para nós.
- Aceito. Ela saiu do quarto e
Nathan aproveitou para remexer na sua mochila de onde tirou uma pequena
caixinha branca,escondendo-a atrás de si. Quando ela retornou ao quarto,
entregou-o uma caneca com café fumegando. Ele tomou o primeiro gole e suspirou
– então, o que queria conversar?
- Acredito que você ainda não
teve tempo de falar com Dara.
- Não, por quê?
- Eu fiquei por uns instantes
na sala dos escritores, Dara e Terri estavam discutindo o próximo episódio
dela, mas não foi isso que me chamou a atenção e sim uma lista de itens para o
casamento Caskett. Um deles era as alianças. Outro, o vestido que dizia que
iria conversar comigo e Luke além de não colocar no quadro a data certa para a
filmagem. Eu tentei arrancar alguma coisa de Terri mas não obtive sucesso.
Talvez eu não seja a pessoa mais adequada para fazer esse tipo de abordagem.
Confesso que ao ver a lista já pensei como Beckett e a ansiedade me dominou. Sou
uma negação quando meu lado shipper floresce.
- De certa forma, isso foi bom.
Faz com que Terri acredite que você está apenas sendo você mesma, ansiosa por
coletar algo sobre o casamento – ele tirou a caixa de trás de si – quase
esqueci, pra você.
- Ah, presente! – ao se deparar
com o chocolate branco – obrigada – falou com a boca cheia, lambendo os lábios
– você pode estar certo, o caso é que precisamos saber em que data teremos o
casamento para nos programarmos. Isso é mais fácil de conseguir com Dara, você
precisa saber detalhes dela além de contar nosso plano. Precisamos ter a ajuda
de Dara, o mais rápido possível. Gostaria de estar preparada.
- Concordo com você. Vou
procurar Dara amanhã sem falta, apenas preciso encontra-la longe de Terri para
evitar qualquer suspeita. Quanto a data do casamento, acho que já sabemos que
ficará para a outra semana. Amanhã já é sexta-feira e ninguém falou de
trabalhar no sábado ou domingo. Meu palpite é que fique por volta de quinta ou
mesmo sexta que vem.
- Sabe, eu estava pensando. E
se chamássemos a Dara para um encontro fora do estúdio, não seria mais seguro?
- Talvez, mas como garantir que
não levantaremos suspeitas? Se fóssemos fazer isso, o melhor lugar seria minha
casa, Stana.
- Você não acha possível?
- Tirar Dara do set numa sexta
com que pretexto? E Chad? – ele suspirou e passou a mão na cabeça – a menos
que... ela dá aulas na segunda e se inventasse que tem uma aula na sexta?
- Pode ser, mas se vamos
convidar os dois para serem nossas testemunhas, ele seria bem-vindo. Marcamos
depois das gravações com eles. Estaria fora do meio de trabalho então não
haveria porque criar alguma ideia falsa ou fofocas sobre isso.
- Tem razão. Vamos procurar
Dara logo cedo e convida-la para estar lá em casa por volta das sete e meia.
Você comentou que as alianças já estão prontas?
- Sim, era um dos itens que
estavam ticados na lista. Por que?
- Preciso saber e ver. Essa é
uma das obrigações do noivo. Staninha, você está tranquila por não ter seu pai
nessa cerimônia para entrega-la a mim?
- Oh, Nate... desencana. Não
sou muito de tradições. O mais importante de tudo é você e eu. Apenas nós dois,
será mais do que suficiente para a nossa felicidade – beijou-o novamente
deitando-se com ele, aconchegada em seu corpo – estava pensando em levar Anne
para sua casa no sábado, o que acha?
- Será muito bem-vinda, você
irá passar o fim de semana lá, não?
- Claro, babe, desde sexta –
mordiscou os lábios, beijou o peito dele – vamos dormir, não podemos arriscar
chegar atrasados amanhã. Preciso de um café decente.
- Se perdermos a hora, prometo
comprar guloseimas na confeitaria próxima ao estúdio para você.
Raleigh Studios – 7am
Eles chegaram cedo e cheios de
guloseimas. Era uma forma de garantir uns minutos sozinhos antes de começarem
os trabalhos de gravação do dia. Na mini copa não havia ninguém naquela hora.
Stana resolveu ir até a sala dos escritores chamar Dara. Sabia que a escritora
chegava bem cedo ao estúdio. Não se enganara. Ela estava de pé olhando para o
quadro onde montava seu episódio, pensativa.
- Hey, Dara! Bom dia... – viu a
mulher pular.
- Nossa! Você me assustou,
maluca.
- Quer tomar café? Em
retribuição aos seus cookies. Trouxemos umas coisinhas e queríamos trocar umas
palavras com você.
- Claro! Recusar guloseimas? Só
se estivesse doida. Vamos lá - Com a mini copa somente para os três naquele
instante, Dara se admirou do tanto de comida que havia. Nathan era muito
exagerado – bom dia, Nathan! Que bela maneira de começar a sexta-feira.
- Sirva-se à vontade. Estou
terminando de fazer café para nós. Stana é melhor você começar a comer porque
daqui a pouco teremos que trabalhar. Paul está doido para tirar nosso couro –
distribuindo canecas de café para as damas, ele pegou a sua e sentou-se de
frente para Dara comendo um dos bagels com cream cheese, percebeu que Stana
lambuzava de geleia uma das bear claws saboreando com gosto, Dara comia um
croissant – delicioso, não? Essa confeitaria é muito boa.
- Sim, vocês acabam com
qualquer chance de fazer dieta trazendo esse monte de gordices para cá. Fácil
pra você, Stana que pode atacar um monte de doces e manter esse corpo sarado e
perfeito.
- O mesmo você não pode dizer
de mim – reclamou Nathan – tenho que ralar muito para não engordar, uma
tortura.
- Prefiro você fofinho... – ela
sorriu para ele.
- Ah, o amor... vocês são um
casal muito perfeito.
- O que nos leva ao assunto que
gostaríamos de conversar com você. Não podemos falar no estúdio para não levantar
suspeitas. Posso adiantar um pouco do assunto, mas deve prometer que não
comentará nada com ninguém, especialmente Terri.
- Nossa, quanto mistério. Às
vezes vocês me colocam em cada saia justa. Ontem mesmo a Stana fez isso.
Inventou de bisbilhotar na sala e acabou pressionando Terri para falar do
casamento. Sabia que ela ficou desconfiada com você. Falou que estava diferente
desde que começaram esse episódio. Eu enrolei o que pude falando do seu lado
shipper mas não sei se consegui convencê-la totalmente.
- O que nos leva a mais uma
razão para não conversarmos aqui. Será que você poderia ir a minha casa hoje à
noite, tipo sete e meia, estou convidando você e Chad. E posso adiantar que o
assunto tem a ver com essa conversa de Stana, a desconfiança de Terri e o
casamento Caskett. Não estaríamos pedindo sigilo e sua ajuda se não fosse
importante para nós e por confiarmos demais em você, Dara. Pode atender nosso
pedido?
- Vocês realmente querem me ver
em apuros, não? Só me metem em saia justa.
- Pense que é apenas uma
reunião de amigos na casa de Nate. Não precisa falar para ninguém. Estaremos
fora do horário de trabalho mesmo – ela viu nos olhos de Stana a ansiedade pela
resposta positiva, estava curiosa diante de tanto suspense, por isso sua
posição não poderia ser outra.
- Tudo bem, irei ate sua casa.
Só espero não estar me metendo em encrenca.
- Não estará, prometemos –
disse Nathan – obrigado, Dara.
- Droga! Vocês conseguiram me
deixar curiosa. Agora vou passar a sexta inteira ansiosa para descobrir do que
se trata.
- Então, você faz uma ideia de
como me senti ontem na sala quando Terri me negou informações – disse Stana
rindo.
- Haha! Muito engraçado.
Obrigada pelo café, preciso voltar para o meu trabalho e vocês precisam filmar.
A manhã correu tranquila nas
gravações. Pela parte da tarde, Terri a chamou para conversar com Luke enquanto
Nathan filmava cenas com Molly e Susan no loft. Luke trazia alguns desenhos
debaixo do braço para a reunião. Quando Stana sentou-se, Terri foi direto ao assunto.
- Como não é segredo para
ninguém, teremos um casamento. Stana, como intérprete da noiva, eu pergunto. O
que deu errado para Beckett, no ponto de vista da noiva, em todas as tentativas
de casamento que ela teve?
- Além do fato de não ter um
noivo a seu lado para casar? O vestido. Não me entendam mal. O último Alberta
era lindo demais, tinha um ar clássico, simples e combinou com Beckett. Mas foi
totalmente maltratado na sequencia do episódio em meio a água, lama e fuligem,
mesmo que de mentirinha. Caramba, o outro pegou fogo. Se perguntasse pra mim,
eu não casaria de vestido, parece ser sinônimo de azar para ela, não arriscaria
isso novamente. E o fato de você ter mencionado antes que seria um casamento
simples, talvez fosse interessante tentar algo diferente.
- Não é à toa que seus atos se
confundem com o da sua personagem – disse Luke – nossa rainha acertou em cheio,
não Terri?
- Sim, acho que essa mulher tem
um sexto sentido quando se trata de Castle. Não queremos Beckett de vestido,
Luke trouxe alguns modelos para escolhermos e achamos que nada melhor que a
própria atriz para palpitar sobre o que cairia melhor para a ocasião, seu humor
e claro procuramos a combinação ideal.
- Aceito com prazer o desafio
de escolher a roupa de noiva de Kate. Vamos lá, Luke. Mostre-me o que tem.
Durante uma hora, eles
discutiram sobre modelos, cores e o que combinaria melhor com a ocasião e o
estado de espírito da personagem. Mesmo não conhecendo o texto que
interpretaria, Stana imaginou o que tinha pela frente em sua vida real. Nada de
pompa ou exagero, clássico, simples e bonito. Bastava se encaixar nesses
aspectos. A decisão ficou entre dois modelos. Para tirar a prova de qual seria
melhor, Luke decidiu que seria mais fácil vendo-a vestir cada um dos modelos.
Tinha certeza que assim que se visse no espelho, Stana saberia escolher a roupa
perfeita. Combinaram de fazer isso, ao final do dia após Stana terminar de
gravar. Preocupada com a hora, ela disfarçou muito bem, mas precisava correr
para não sair muito tarde do estúdio.
A próxima e última cena do dia
era aquela em que surpreendia Castle na sala de observação mesmo depois de
tê-lo mandado embora de seu distrito. Enquanto os rapazes interrogavam a
possível suspeita, Nathan se preparava para gravar a cena que seria editada e
combinada com aquela que estava terminando de ser filmada.
Ia tudo muito bem, Castle
prestava atenção às perguntas de Ryan e Esposito fazendo suas próprias
suposições e perguntas até ser surpreendido com a porta sendo aberta. Stana
fazendo seu melhor momento Beckett como todos se acostumaram durante a primeira
temporada, fez Nathan balançar ao ser pego de surpresa pela então Capitã.
- Mr. Castle! – ao ouvir a
autoridade naquele chamado, não resistiu e exclamou.
- Nossa! Você fica tão sexy chamando
meu nome desse jeito, wow! – o comentário foi tão espontâneo que o fez esquecer
a próxima fala e Stana ruborizar e exclamar.
- Essa merece ir para os
bloopers... caramba, Nathan – e começou a rir. Paul já havia dito “corta”.
- Vamos lá, pessoal concentração.
Respirem, preparem-se. Mais uma tomada em 3,2,1.... gravando – Nathan repetiu
suas falas com precisão, Stana entrou na sala e repreendeu-o como deveria ,mas
então Nathan fez aquela cara de Castle tão engraçada que a tirou do sério
virando de costas para ele e caindo na gargalhada.
- Desculpa, pessoal – virou-se
para Nathan ainda rindo – desculpe mesmo, oh Nathan eu não esperava essa cara,
palhaço – os câmeras estavam se divertindo. Aqueles dois eram uma piada juntos.
- Vocês não prestam! – disse
Chad rindo da bobagem dos dois – melhor vocês ensaiarem que cara Nathan vai
fazer para não lhe pegar de surpresa, Stana. Faça de novo, ela precisa se
acostumar ao que vai ver – ele aceitou o conselho de Chad e encarando-a,
repetiu três vezes a careta enquanto Stana tentava se manter concentrada
olhando para ele. As duas primeiras tentativas foram um fiasco, na terceira ela
já se sentiu mais controlada. Nathan repetiu o gesto mais duas vezes e
finalmente ela parecia estar por inteiro na cena.
Paul resolveu filmar novamente.
Setou o tempo, ajustou a iluminação e com as câmeras preparadas para rodar, deu
o sinal aos dois. Felizmente, para alívio do diretor, eles realizaram a cena
com maestria da terceira vez. Ao gritar “corta” dessa vez, ele consultou o relógio.
Passava das seis da tarde.
- Agora sim, vocês trabalharam
direito. Vou dar um desconto por ser sexta. Encerrramos por hoje, aproveitem
bem o descanso de vocês. A próxima semana promete.
- Nathan, você tem um minuto? –
era Dara quem o chamava.
- Claro – Stana passou por ele
casualmente e se despediu para não dar bandeira.
- Bom final de semana pra
vocês, até segunda Nathan.
- Você já vai? – Nathan
perguntou.
- Não, tenho uns assuntos pendentes
com o Luke para resolver. Espero sair daqui antes das sete. Tenho que pegar
minha sobrinha, ela vai para minha casa hoje passar o fim de semana.
- Então, aproveite – disse ele
– até segunda, Stana.
Ela foi direto para a sala de
provas onde Luke já a esperava junto com Terri. As duas roupas estavam
esperando por ela. Rapidamente, pegou uma delas e dirigiu-se para trás das
cortinas. Em menos de dois minutos, apareceu na frente deles e deu de cara com
um espelho de dois metros. A roupa era muito bonita, mas pessoalmente não
ajudou a criar o espírito que Stana esperava para o clima do casamento.
- Você está linda, Stana –
disse Terri – muito delicada. O que acha, Luke?
- O que posso dizer? É Stana!
Alguma coisa não fica bem nessa mulher? É impossível. O que achou, docinho?
- Sinceramente? É bonito, mas
não sei, falta algo que me diga: é isso que Beckett se imagina vestindo ao
caminhar na direção de Castle. Não tem conexão para mim.
- Entendo. Melhor experimentar
o outro – ele entregou a roupa no cabide para ela, Stana voltou para trás da
cortina e trocou de roupa, já sentira algo diferente nessa combinação, mas foi
somente após se olhar no espelho que conseguiu ver Kate Beckett naquela imagem.
Sorrindo, ela suspirou.
- Elegante, clássico e caiu
como uma luva para Beckett em uma cerimônia simples e especial. O caimento da
calça está perfeito. Adorei o bolerinho, lindo.
- Acho que temos a roupa do
casamento para Kate – disse Terri, por fim. Stana não ia perder a chance de
questionar.
- Bem, essa segunda roupa ficou
bem melhor que a outra, consigo imaginar Beckett mas claro que facilitaria se
você me dissesse como tudo irá funcionar. Escolher as coisas no escuro é
difícil, Terri.
- Boa tentativa, Stana. Nada de
querer saber detalhes antes. Luke, temos o vencedor. E nem precisa de ajustes.
Você tem um olho excelente quando se trata de Stana.
- É o costume. Vá lá, amor,
tire essa roupa que vou dar um tratamento especial para ela ficar ainda mais
deslumbrante quando você for vesti-la de verdade.
Stana tirou a roupa e devolveu
a Luke. Terri agradeceu pela ajuda e desejou a ela um ótimo fim de semana.
Sorrindo, ela deixou os estúdios. Checou seu relógio e percebeu que não estava
atrasada. Faltava quinze minutos para às sete. Tempo suficiente para chegar a
casa de Nate. Eram cerca de sete e quinze quando Stana tocou a campainha. Depois
de cumprimenta-la assim que fechou a porta, seguiram para a sala onde
esperariam por Dara e Chad. Ele serviu duas taças de vinho tinto para começarem
bem o final de semana.
Quando o relógio de Nathan
marcara sete e trinta, a campainha tocou novamente.
- Isso é que chamo de
pontualidade britânica.
- Está parecendo desespero ou
ataque de curiosidade – comentou Stana.
- Pode culpá-la? – perguntou
Nathan.
- Não mesmo. Ele saiu para
abrir o portão enquanto Stana se preocupou em pegar taças e alguns antepastos
para comerem antes de pedirem o jantar. Já tinha decidido que seria pizza. Ao
ver Chad e Dara entrando, ela sorriu. Chad fez cara de surpreso ao se deparar
com Stana.
- Isso é alguma reuniãozinha de
Castle? Convidou quem mais, Nathan? Olá, Stana – rindo e balançando a cabeça,
ela falou.
- Relaxa, Chad. Sabemos que
você conhece o nosso segredo, não precisa disfarçar. E respondendo sua
pergunta, somos somente nós quatro. Queremos participa-los sobre alguns
assuntos. Vamos, sentem-se. Aceitam vinho?
- Espera, como vocês sabem que
eu... você contou a eles? – virou-se para Dara.
- Não tive escolha, eles
confiam em mim, em nós.
- É verdade – afirmou Nathan –
do contrário não estariam aqui hoje – Stana serviu-lhes o vinho, esperando os
dois se acomodarem para contarem o propósito daquela visita. Dara que não cabia
em si de curiosidade, não esperou muito tempo para pressiona-los.
- Chega de enrolação. Qual o
motivo desse encontro? Porque sei que não se trata de um encontro de casais. O
que vocês estão aprontando dessa vez?
- Tudo bem, não é nosso
objetivo adiar o que temos a dizer e fazer. Dara, queremos falar sobre o
casamento.
- Ah, não! Vocês não tem
limites? Caramba, esperem mais um pouco. Terri vai comentar com vocês já na
próxima semana. Stana isso é bem ideia sua e Nathan, você deve estar muito
apaixonado para estar fazendo isso. não posso dar detalhes, mesmo porque não
sei de tudo. Terri tem sido muito misteriosa quanto a tal cerimônia. Por que esse
desespero, Stana? Sei que a data é importante para você, é um marco mas um
pouco de paciência é bom pra quem ja esperou seis anos, o que são mais alguns
dias?
Stana e Nathan se entreolharam,
ela deu de ombros como quem diz “fala logo”. Nathan deixou a taça sobre a mesa
de centro e tomou a mão de Stana na sua.
- Dara, o motivo de estarmos
querendo detalhes sobre esse casamento é bem simples. Eu e Stana resolvemos
oficializar nossa união no mesmo dia que Castle e Beckett, do mesmo modo
simples e precisamos da sua ajuda para tornar isso possível. Sim, nós vamos nos
casar – Dara arregalou os olhos e quase deixou a taça escapulir de sua mão. Por
alguns segundos, ela não conseguiu falar nada.
- Vocês... casar... Stana...
oficial... Oh, meu Deus! Mas como? Eu... – ela não se aguentou e soltou um
grito estérico, se levantou e abraçou Stana com toda a força. Depois puxou
Nathan e fez o mesmo dando um beijo estalado na bochecha dele – você
conseguiu... fisgou a baleia branca.... isso é a melhor notícia que recebi em
anos!
- E tem mais, gostaríamos que
você e Chad fossem nossos padrinhos e testemunhas.
- Padrinhos? – ela estava com
lágrimas nos olhos – preciso me sentar... estou meio zonza.
- Dara não é tão simples quanto
parece. Stana e eu decidimos que mesmo oficializando a nossa união, ainda
manteremos segredo de tudo. É aí, que vocês entram para nos ajudar. Precisamos
correr com os papéis o mais rápido possível, nas nossas contas temos no máximo
quatro dias para contratar um juiz, arranjar as alianças e estarmos prontos
para o nosso casamento.
- Esse era um dos motivos que
perguntei sobre as alianças a Terri -
disse Stana – queríamos ter certeza de como elas serão porque já que Castle e
Beckett vão usar as deles todo o tempo, podíamos usar as nossas.
- Entendo. Bem, ainda não sei
como vou fazer para conseguir mostrar essas alianças a vocês, darei um jeito. E
a cerimônia? Vocês não vão chamar mesmo ninguém? Será como se nada tivesse
acontecido? Isso é tão estranho. Quer dizer vocês estarão casados, felizes e
não poderão dividir essa alegria com as pessoas. Tem certeza que é isso mesmo
que querem fazer?
Stana suspirou olhando para
Nathan e sorrindo. Trocaram um beijo antes dela responder à amiga.
- Sim, exatamente isso. Para
celebrar o amor basta duas pessoas, um casamento se faz assim. Um dia teremos a
chance de dividir a nossa felicidade com o mundo. Já estamos a mais de um ano
juntos, em pensamento quase seis. Não há nada que deseje mais agora do que
carregar um símbolo do meu amor por Nathan, ser considerada a Sra. Nathan
Fillion, mesmo que seja somente entre nós já me deixa explodindo de felicidade –
Stana suspirou segurando as lágrimas ao olhar para ele.
- Ah... isso é tão, tão lindo e
romântico que me deixa com vontade de casar de novo. É claro que ajudarei
vocês, talvez eu seja a maior torcedora dessa união, fã número um desse casal.
Nossa! – ela limpou os olhos que estavam cheios de lágrimas – desculpa, eu
estou muito feliz por vocês. Preciso de outro abraço, Stana – rindo, fez o que
a amiga pediu. Nathan reparara quue Chad mantivera-se calado durante toda a
conversa, então perguntou.
- Chad, tudo bem? Por que está
tão calado? – ao ver o sorriso do colega, seu coração ficou um pouco mais
aliviado.
- Estou tentando assimilar tudo
isso. A impressão que tenho é de ter acabado de ser puxado para dentro de um
episódio da própria série. De repente, não sei se estou falando com Castle ou
Nathan. Stana ou Beckett. Estou confuso. Trabalho a muitos anos com ficção,
escrevendo, dirigindo, lembro de estar na faculdade discutindo sobre Shakespeare,
amor e uma das nossas colegas soltou aquela velha frase de Oscar Wilde “a vida
imita a arte”, confesso que nunca acreditei nessa máxima, até esse momento. Que
a exemplo da arte, a sua felicidade se multiplique infinitamente. Acho que
devemos brindar a isso – ele ergueu a taça oferecendo o gesto ao casal. Todos
pegaram as suas também e brindaram sorrindo. Nathan agradeceu.
- Chad, belas palavras. E
concordo que é um pouco extraordianário se analisarmos o contexto. Porém, se
pensarmos com o coração, é simplesmente amor.
- Parem! Vocês vão me fazer
chorar – disse Stana puxando Nathan para beijar-lo de supetão.
- Vamos voltar aos negócios –
disse Dara – o que precisamos fazer para concretizar nosso plano? – empolgados
diante da novidade, eles começaram a discutir a melhor forma de transformar o
desejo daquele casal em realidade. A conversa seguiu durante o jantar e
terminou com um belo café expresso. O planejamento estava traçado, restava agir
como combinado para estarem prontos. Nathan e Stana os levaram até a porta,
antes de se despedirem, Dara fez um último comentário.
- Isso pode até custar uma
briga com Terri, mas farei com prazer. Aqui entre nós, ela vai ficar magoada
quando descobrir porque já ficou desconfiada... de qualquer forma, teremos
tempo até lá.
- Pode ficar chateada, no fundo
sei que entenderá nossos motivos – disse Stana.
Ao voltarem para a sala depois
de uma noite agitada, cheia de bons momentos e presságios, Stana sentia-se
leve. Subiram logo para o quarto e após namorarem um pouco, adormeceram.
Por volta das nove da manhã
quando levantou da cama, Nathan notou a quietude do quarto. Descendo as escadas
encontrou Stana cortando algumas frutas. O balcão da cozinha estava cheio de
ingredientes e o cheiro do café já podia ser sentido. Ao vê-lo, ela sorriu.
- Bom dia, Nate. Já vou servir
uma caneca de café pra você. Estava esperando você acordar para eu fritar os
ovos. Daqui a pouco vou sair para buscar Anne – ao perceber a cara de
interrogação, completou – você não esqueceu que ela vem para cá hoje, certo?
- Não, amor. Acho que ainda
estou meio sonolento. Você, pelo visto, está com a corda toda – pegou o café
das mãos dela – algum motivo especial? - Em longos goles, bebeu metade da
xícara. Roubou uns pedaços de melão e morangos que ela havia cortado antes.
- Nada demais, estou feliz e
pensei em retribuir o carinho do meu noivo, afinal ele sempre faz coisas
gostosas para mim. Meu noivo... gosto do som disso – ela disse sorrindo e
mordendo o lábio inferior com a cara sapeca. Nathan se aproximou dela e
beijou-a.
- Também gosto. Noivo. Fica
melhor ainda na sua voz e em breve será marido... Mrs. Fillion – ele sorriu.
Em cinco minutos, eles estavam
sentados à mesa saboreando um omelete delicioso. Stana devorava o cereal com
frutas e apenas para não perder o costume tirava os pedaços de bacon do prato
de Nathan. Assim que terminou, lavou as mãos, pegou a bolsa e saiu para buscar
a sobrinha levando a chave da casa consigo.
Nathan estava deitado no sofá
zapeando os canais ainda preguiçoso quando sentiu aquele peso sobre o estomago.
Recuperado do susto, ele entendeu o que se passara.
- Tio Nathan!!! Anne tava com
saudades... – e encheu o rosto dele de beijos e apertos nas bochechas.
- Minha princesinha... também
estava com saudades – colocou-a sentada em seu colo e Stana ocupou o lugar a
seu lado – pronta para as nossas brincadeiras?
- Sim! Vamos competir com a tia
hoje? Não estou a fim de perder...
- Veremos como derrotar sua tia
Stana, tá bem? Hoje temos uma surpresa para você. Algo muito especial.
- Ah, tio... conta! Anne adora
surpresa! É presente para mim? Conta, por favor...
- Quando chegar a hora você vai
saber. Troque de roupa e vamos já para a piscina.
- Oba! – a menina saiu em
disparada subindo as escadas para o quarto que ocupava, como se aquele lugar
fosse realmente seu. Vendo a alegria da sobrinha, Stana abraçou Nathan e
beijou-o. Sua felicidade estaria completa em poucos dias.
Continua......
3 comentários:
Omg! Omg! "Morrida" Eles casando também. Amoooooooooooo.
Eu to amando eles casando mas vivendo casados escondidos?! Isso N vai dar certo
Acho ilario sempre que tem alguma noticia pra dar no fim todos esperam a reação Stana,huuuum pq sera??? =p
Dessa vez ñ vão iludir a pobrezinha,agora vai que é tua tafarel...ops! Stanão!!!!!
Confesso que até EU zuaria o Nate com “Let it Go" kkkkkkkkkkk essa musica numca mais sera a mesma para mim.Ai estou lendo na Santa Paz e...STANATHAN DECIDI CASAR,COMO ASSIM PRODUÇÃO????
E NO MESMO DIA QUE CASKETT,PODE ISSO ARNALDO????
FIQUE =0 LI UMAS 3X PRA VER SE MEUS OLHOS Ñ ESTAVAM ME TRAINDO,NO CREIO AINDA SE NI OR...E QUEM SERA A MADRINHA??? SIM,A VERDADEIRA FADA MADRINHA,CUPIDO,RAINHA DAS RAINHAS DARA...APPLAUSE DE PÉ E AINDA TEREMOS ANNE,PRONTO POR AGORA DIGO PERDI O RUMO DA MINHA VIDA DE VEZ,NO PROXIMO GAME OVER!!!!
é isso ;)
Postar um comentário