Nota da Autora: Sei que prometi abordar o PCA nesse capítulo, mas acabei escrevendo sobre outros momentos, um pouco da relação familiar. Como isso é uma obra de ficção, mudei algumas coisas sobre a personagem da Gigi. Nada que possa ferir a história. Espero que gostem... enjoy!
Atenção...NC17!
Cap. 37
Na segunda-feira, Stana e sua
irmã Gigi embarcavam para o Canadá a fim de passar as festas com os pais e
irmãos. Ela ainda estava embalada pelo clima dos últimos momentos que curtiu ao
lado de Nathan. Tirou a aliança e pendurou no cordão que usava. Devido às
roupas de frio altamente necessárias no Canadá, ninguém em sua família veria a joia
para fazer perguntas. Gigi tagarelou o trajeto todo até aterrisarem o que a
manteve ocupada e divertindo-se com as ideias bem malucas e ecléticas da irmã.
O pai foi busca-las no
aeroporto acompanhado de Anne. Quando viu a tia, correu para os seus braços
enchendo-a de beijos. Vendo o jeito da neta, o pai de Stana riu. Adorava aquela
menina e o carinho que ela nutria por sua filha. Gigi foi a primeira a
cumprimenta-lo com um beijo estalado no rosto e um abraço.
- Cadê a Dona Rada?
- Em casa, preparando comida
para um batalhão. Oi, filha!
- Oi, pai – Stana o abraçou –
estava com saudades.
- Vamos para casa, a mãe de
vocês está louca para vê-las. Preparem-se, está fazendo -3 graus e tem previsão
de neve para o natal.
- Sim, tia! Podemos brincar na
neve! – disse Anne empolgada. Stana apenas sorriu, ter a companhia da sobrinha
poderia ajudar a passar o tempo e não faze-la pensar tanto em Nathan.
Conversaram animadamente durante a viagem até a casa dos pais. Ele contava as
novas invenções da mãe e o exagero de sempre para recebe-las. Perguntou como
estavam as coisas em Los Angeles e no trabalho. Apesar de ser louco pela filha
e um fã apaixonado e de carteirinha, o pai não era tão observador quanto à mãe,
além do que dona Rada já acompanhara a filha bem mais de perto para conhecer
certos comportamentos de Stana e por isso, ela se preparava para atuar o quanto
pudesse. Não podia levantar qualquer suspeita sobre sua nova situação. Esperava
que Gigi e Anne a ajudassem nisso.
Foram recebidas com festa pelo
irmão e pela mãe. Claro que já havia uma mesa cheia de guloseimas para as duas.
O chamado “chá da tarde”. Stana abraçou e beijou a mãe demonstrando o quão
feliz estava em vê-la. Dona Rada achou a filha muito animada, de semblante
limpo e nada de stress apesar de umas olheiras que Stana explicou serem
resultados dos últimos dias de filmagem. Sorria muito, o que revelou-se uma
grata surpresa para a mãe.
- Você parece estar muito bem,
filha. Muito feliz. Tudo certo por L.A?
- Sim, mãe. Tudo como deveria
estar – ela conhecia aquele olhar, por trás do sorriso amável havia um ar
pesquisador, investigador que Stana tratou de escapar pois não se sentia
preparada para responder perguntas capciosas – as filmagens terminaram bem, fui
indicada a um novo PCA pelos meus fãs, ou seja, já tenho eventos para ir assim
que voltar para LA e estou gostando muito do trabalho da minha nova agência.
Estou ficando com uma agenda cheia.
- Precisando de companhia para
as festas, estou à disposição – disse Gigi – tenho que aproveitar as vantagens
de ter uma irmã em Hollywood.
- Você sabe que não sou de
Hollywood – Stana se serviu de um copo de eggnog para relaxar – não tenha uma
imagem errada de mim, Gigi.
- Eu sei, sis. Você é meu
orgulho em todos os sentidos – a cara de safada de Gigi não escapou à mãe que
aproveitou o momento para pesquisar o que estava acontecendo na vida da filha,
afinal coração de mãe não se engana facilmente. Aquela imagem relaxada da filha
devia ter alguma explicação.
- Outro PCA, hein? Seus fãs realmente
a adoram. Também quem pode culpa-los. Sua personagem é um exemplo para muitas
adolescente e mulheres mundo afora, trabalha com uma equipe de escritores e
pessoas fantásticas e depois que juntaram sua personagem e de Nathan em um
relacionamento sério, com direito a casamento e tudo, a série ficou bem
interessante contrariando os invejosos de plantão. Aliás, parece que a sua
atuação ao lado de seu parceiro de cena está cada vez melhor. Mande meus
parabéns a Terri pelo belo episódio do casamento.
- Nossa! Olha a dona Rada sendo
fanzoca! – brincou Gigi. Anne que prestava atenção às conversas, acabou fazendo
o seu comentário.
- É, eu achei lindo o
casamento. O moço tava mais bonito que antes. Ele gosta muito muitão da
policial, né tia? Não! Ele ama a policial.
- É, Anne, ele ama – Stana respondeu
sorrindo instintivamente levando os dedos da mão a procurar a aliança na mão
esquerda para lembrar-se que não estava usando-a. Rada insistiu.
- Sério, gostei muito da
situação que criaram. Acredita que me pararam no mercado para perguntar se você
e Nathan eram namorados? As pessoas se impressionam com o jeito de vocês na
câmera – Stana nada disse, apenas suspirando – você ouve isso todo tempo, não? Falando
em amor, como anda esse coração, filha? – perguntou a mãe reparando no jeito
que ela ficara ao ouvir falar de Nathan além da forma como olhara para Anne
após o comentário da sobrinha.
- Mãe, a senhora sabe como são
os fãs de Castle. Eles costumam achar que o relacionamento de nossas
personagens transcedem as telas. Não é nada além de uma boa atuação e muitas
horas de dedicação pela cena perfeita. Uma das últimas cenas que gravamos dos
dois levou nada menos que seis horas, ainda vai ao ar – claro que Stana não ia
contar para a mãe que demorou esse tanto por pura diversão dos dois – então não
é algo automático. Exige muito trabalho e horas na madrugada – ela fingiu não
prestar atenção na outra pergunta da mãe. Esse era um terreno perigoso, apesar
de atriz, o assunto Nathan era muito escorregadio para ela ainda, especialmente
em se tratando de dona Rada.
- Ah, mas não é assim um
sacrifício muito grande estar ao lado de um homem charmoso como ele... só posso
dizer que você, sis, é uma garota de sorte.
- Gigi, você sempre tende a ver
o lado pervertido da coisa! Eu, hein menina! Não sei para quem você puxou! –
disse a mãe sorrindo.
- A senhora fala como se Stana
fosse uma santa! Ela é igual ou pior que eu!
- Tia Gigi tem razão, Anne
também gostaria de ficar muito tempo do lado do moço bonito... Anne gosta dele,
é divertido. Mas Anne não pode namorar o moço porque ele é velho e já tem dona
– Stana olha para a sobrinha surpresa com o comentário, assim sua mãe ia ficar
ainda mais intrigada. Tratou de corrigir esse mal entendido. Rada estava
abismada com o que Anne dissera.
- Anne! De onde veio isso? – a
avó perguntou.
- Olha só, você está falando
besteira próximo da menina, Gigi – disse Stana ralhando – isso não é assunto
para crianças.
- Meu amor, por que disse isso
do rapaz? – quis saber a vó.
- Porque ele já tem dona, vó. E
ela ama muito o moço. A policial, oras! – disse revirando os olhos o que
arrancou os risos de todas. Stana aproveitou a deixa para escapar daquela
conversa. Anne a salvara. Garota esperta! Deu um beijo em seu rosto e levantou-se.
- Vou aproveitar e tomar um
banho. Quer ajuda mais tarde com o jantar, mãe?
- Não, filha. Está tudo sob
controle. Fiz o jantar cedo, será só esquentar. E você está aqui para
descansar.
- Ah tia, você podia fazer uma
torta para o natal... – Anne olhava para ela com cara de cachorro pidão – uma
de chocolate e creme... – Stana entendeu o recado.
- Vou pensar, isso se sua vó
não tiver feito um milhão de sobremesas para a ceia de natal.
- Não, estava pensando em fazê-las
amanhã.
- Por favorzinho, tia Stana...
– a súplica nos olhos de Anne a fez rir.
- Vou pensar... agora deixa eu
subir. Gigi, vou deixar a porta fechada – elas estavam dividindo o velho quarto
que dormiam quando crianças. Subiu as escadas. A vó aproveitou para ralhar com
a neta.
- Não aperreie sua tia. Ela
precisa descansar enquanto estiver aqui, Anne, se quiser faço a torta para
você.
- A da tia é mais gostosa.... –
vendo a cara da avó, a menina tratou de corrigir seu erro – mas Anne adora o
poutine da vovo, faz para mim?
- Ah, moleca! Você não tem
jeito! Vai procurar algo para brincar! – a menina saiu correndo, subindo as
escadas como um furacão chamando pelo pai.
Stana tomou um banho
refrescante com água bem quente. Secou os cabelos vestindo calça de moleton e
um suéter pretendia se proteger do frio mesmo com o aquecedor dentro de casa, a
última coisa que queria era ficar doente. Relembrando a conversa de antes,
sabia que escapara bem do primeiro interrogatório, mas devia ficar atenta, pois
dona Rada não era boba. Anne a salvara mais uma vez, apenas por isso ganharia
sua torta.
Sentada em sua cama, Stana
levou a mão inconscientemente ao cordão puxando-o e brincando com a aliança
entre seus dedos. Será que já estava no Canadá? Queria noticias dele. Pegou o
celular e mandou uma mensagem “hey, babe, miss you. XS”. Ficou olhando para a
tela esperando uma resposta que não veio. Ele deveria estar em trânsito. Gigi
entrou no quarto quase uma hora depois.
- O que você está fazendo
olhando para esse celular? Desse jeito vai dar bandeira, sis – sentou-se ao pé
da cama onde Stana estava deitada.
- Gigi, você precisa ter
cuidado com o que fala. Por que fica instigando a mamãe falando de Nathan?
Daqui a pouco ela vai me perguntar se estamos juntos já começaram as
especulações...
- Eu estou tentando te ajudar.
Se eu ficar falando um monte de besteira, ela não vai levar a sério. Confie em
mim. Só que o disfarce não depende somente de mim. Eu reparei na forma como
brincou com o seu dedo, esperava encontrar a aliança ali, não? Esse tipo de
coisa pode ser fatal se a dona Rada perceber, acho que ela já está um pouco
desconfiada que você tem alguém.
- Nem me fale! Não estou a fim
de passar por outros interrogatórios especialmente na frente de toda a família.
- Eu entendo. Não se preocupe,
o que eu puder fazer para desviar a atenção desse assunto, eu farei. Conte
comigo.
- Obrigada, Gigi – ela apertou
a mão da irmã num gesto de cumplicidade – o que acha da gente se embebedar
depois do jantar? Podemos ir ao Joe’s, ficar umas horas sozinhas, longe da
muvuca. Só nós duas.
- E quanto à torta de Anne?
Você sabe que não vai conseguir escapar...
- Faço amanhã.
- Tudo bem então, mas se tiver
muito cheio por lá, voltamos para casa e nos embebedamos na varanda mesmo – as
duas riram dos planos.
O jantar na casa dos Katics foi
tudo menos tranquilo. A barulhada diante da mesa faria qualquer pessoa que
passasse na rua achar que estavam se matando ou que se tratava da casa de
italianos. Todos falavam alto, gargalhavam e faziam uma bagunça sentados à mesa
de jantar. Os quitutes da dona Rada apenas serviam para colaborar com o clima
maravilhoso em família. Felizmente, eram tantos assuntos que Stana escapou de
qualquer questionamento quanto a sua vida amorosa. Ela adorava esse clima,
sentia falta algumas vezes. Não era à toa que adorava a muvuca do set de
Castle, ali também formavam uma grande família.
Terminado o jantar, Stana
ajudou a recolher os pratos junto com a cunhada, queria diminuir o trabalho
para a mãe apesar da insistência dela de que não ia perder seu tempo arrumando
a cozinha porque Rose viria no dia seguinte para ajuda-la com a casa e a ceia
de natal. Chamando Gigi, elas subiram trocaram de roupa e pegaram o carro do
pai emprestado para ir até o pub no outro quarteirão. O local não estava tão
cheio quanto Gigi imaginava, o que acabou sendo bem apropriado para as irmãs.
Ficaram um tempo conversando com o dono para depois se instalarem em uma mesa
de fundo onde poderiam conversar e beber tranquilas.
Optaram por vinho tinto para
amenizar o frio negativo que fazia lá fora. As conversas com a irmã eram sempre
divertidas e estimulantes. Dessa vez, Stana fez questão que Gigi contasse um
pouco sobre sua vida, já que das últimas vezes ela tinha sido o centro das
atenções. Gigi era design de interiores, apesar de não estar em um
relacionameto no momento, a profissão sempre rendia a ela boas experiências com
futuros clientes. Inclusive seu último namorado fora um potencial cliente e
ficaram juntos por dez meses. A irmã contara de uma visita técnica que fizera a
um potencial cliente para reformular um escritório.
- O cara era lindo! Advogado.
Sarado, cabelos pretos, olhos verdes e que boca! Desenhada para o pecado, sis!
Comecei dando uma ideia para clarear o ambiente, os moveis eram pesados porque
o tal espaço pertencia a um tio dele, precisava ser modernizado. Sugeri várias
mudanças que deixariam o lugar bem convidativo, bom de trabalhar e mantendo o
lado profissional. Tinha um sofá que definitivamente não combinava ali, mas ele
adorava porque era deliciosamente macio. Ele me fez sentar para experimentar. E
foi assim, bastou eu sentar ali e de repente estávamos nos agarrando e tirando
as roupas.
- Gigi! Não! Você não fez isso!
Ele era seu cliente, sua louca! – Stana ria da audácia da irmã, às vezes esquecia
o quanto eram parecidas.
- Foi ele quem começou e você
não queria que eu resistisse com aquela boca divina querendo ser beijada. Mas,
não perdi o cliente. Terminei o projeto, ganhei meu dinheiro e ainda pude
comemorar o resultado com uma noite de sexo muito estimulante. E não se
preocupe, ele não era casado. Ah! Espera, tenho uma foto dele aqui – ela
remexeu o celular e mostrou o advogado para a irmã. Ele era realmente charmoso
e Gigi acertara em chamar aquela boca de divina.
- Nossa! Acho que não posso
culpa-la por fim... – Stana pediu mais
uma taça de vinho, tinha certeza que já derrubara uma garrafa na companhia da
irmã. Assim que tomou um novo gole da bebida, o celular vibrou. Mensagem de
Nathan. Sorrindo, ela leu. “Hi, gorgeous, não tive muito tempo ainda, cheguei há
uma hora atrás. Posso ligar agora? Espero não ter acordado você.” Stana checou
o relógio, duas e quinze da manhã. Ficou feliz por saber que ele já estava no
Canadá, porém não ia deixar a irmã falando sozinha, respondeu “oh, tudo bem. Vá
dormir, falo com você amanhã. ILY”, recebeu uma mensagem cheia de beijos e
corações.
- Era o Nathan, não?
- Sim, chegou há pouco. Amanhã
falo com ele direito, deve estar cansado. E estou bem acompanhada.
- Sendo assim, que tal pararmos
de falar das minhas aventuras e começarmos a falar do seu pedaço de mau
caminho. Conte logo para mim, o que o Sr. Fillion tem que virou a cabecinha da
minha irmã mais velha?
- Ai, Gigi! De novo esse papo?
- Claro! Você não me contou
nada ainda e não se esqueça que sou sua confidente. Vamos, Stana, abre o
jogo...
- Gigi, acho que você já bebeu
demais por hoje.
- Não vem com desculpas, oh
sis, só um pouco. Satisfaz minha curiosidade... – Stana tomou mais um pouco do
vinho e sorriu, teria que contar algo a ela. Suspirando para criar coragem, ela
sugeriu.
- Tudo bem, vou comentar
algumas coisas com você, porém tem que me prometer que ficará quieta e não
contará a mais ninguém. E vamos sair daqui, esse é o tipo de conversa que
deveremos ter sozinhas, talvez até em nosso quarto. Vou pedir a conta e ver se
Joe pode me vender uma garrafa desse vinho para levarmos. Dez minutos depois,
elas entravam no carro do pai rumo a casa. Procurando fazer o mínimo de barulho
possível, Gigi passou na cozinha pegou duas taças e subiram para o quarto.
Sentadas na cama, Stana começou.
- Primeiro, não vou comentar
muitos detalhes da minha intimidade porque não gosto disso. Contudo, vou
revelar o suficiente para você ficar com água na boca, inclusive um plano que
estou maquinando caso eu e ele ganhemos o PCA. Nathan não me conquistou apenas
pelos beijos ou sexo, ele é muito mais do que isso. É romântico, apaixonado,
daqueles que entram de cabeça em um relacionamento. Mas, eu estaria mentindo se
dissesse que não foi o beijo dele e sua pegada que acenderam o sinal vermelho
de perigo para mim. Não fora o nosso primeiro beijo em cena, que tinha sido uma
ótima experiência, mas aquela pegada em Always ficou gravada em minha mente. Eu
não vou mentir, fui com sede ao pote. Só não esperava que ele fosse também.
Nate me pegou de surpresa, os beijos, os toques e...
- Espera, você está dizendo que
estão juntos desde ali?
- Não, não! Foi quase um ano de
tortura, eu não queria acreditar que precisasse tanto dele. Comecei a prestar
mais atenção, só não sabia que aquilo o estava incomodando também. A nossa
primeira vez foi incrível. O homem tem pegada e um toque simplesmente surreal.
Tive que me render. Há muito mais além daqueles olhos azuis.
- Você quase não revelou nada e
eu estou aqui, quase infartando. Aposto que já transaram em lugares bem
bacanas, fogem muito para namorar?
- Bem pouco. Nossa rotina é
complicada. Já estivemos em vinhedos, Nova York, mas isso não é um problema
para nós. Temos imaginação. Sempre arrumamos algo novo para experimentar.
Variar não importa muito porque o que ele faz com os lábios e a língua é – ela
fechou os olhos mordando os lábios – nossa! Muito bom!
- Definitivamente esse papo
está me deixando deprimida. Então, aquela química na tela é real?
- Real. Temos que nos policiar
para não fazer loucuras. Quero surpreende-lo no PCA, acho que ele vai ficar
meio agoniado no começo, mas depois...
- Fala logo o que tá pensando
em fazer! – pediu Gigi não se aguentando de ansiedade. Stana riu da irmã e
contou sua ideia. Foram dormir umas quatro da manhã, para Stana a conversa foi
um incentivo para sonhar com Nathan e a certeza que estava morrendo de saudades
dele.
A previsão do tempo não foi
contrariada. Por volta das dez da manhã, a neve começou a cair bem no quintal
da casa dos Katics. Vendo a quantidade de neve e o tapete branco e liso que se
formava na frente da casa, Anne não sossegou até a tia concordar em sair para
brincar na neve. Da janela da cozinha, a mãe observava o jeito da filha e
sobrinha. Faziam um boneco de neve em meio à cantoria e gargalhadas. Aquela
cena acalmou seu coração, Stana parecia mesmo feliz.
Depois do jantar, ela pediu
para tomar conta da cozinha. Queria fazer a torta de Anne. A mãe pediu pelo
menos uma hora para arrumar tudo e terminar de fazer a marinada do peru. Stana
aproveitou para trancar-se no quarto e ligar para Nathan. O sorriso se abriu ao
ouvir sua voz.
- Hey, gorgeous. Saudades!
- Hey, babe. Como estão as
coisas por ai? Sonhei com você.
- Excelente, sinal de que não
sou o único com saudades. Tudo bem por aqui. Anne está te consumindo muito?
- Um pouco. Pelo menos é bom
para que ela continue sabendo que estou aqui e posso ter você e ela na minha
vida. Não pensei que fosse sentir tanto sua falta depois do sonho de ontem.
Será que tem um tempinho de madrugada para conversarmos mais à vontade?
- Depois dessa sugestão...
arranjo o tempo que for preciso. Duas da manhã, está bom para você?
- Sim, é um encontro então. Um
beijo, Nate.
- Ah, Staninha... só você.
Beijo – ela desligou já ansiosa pelo telefonema de logo mais, desceu as escadas
e se preparou para fazer a torta de Anne.
A véspera de natal foi uma
loucura. Stana e Gigi se dividiam para ajudar a mãe na cozinha. Foi uma
correria gostosa que se estendeu até a hora da ceia. A temperatura lá fora
estava abaixo de zero, já o clima dentro de casa estava quente e aconchegante.
Muito eggnog, comida e vinho. Passava da meia-noite quando chegara a hora de
trocar os presentes cada um com seu prato cheio de doces. Anne devorara dois
pedaços enormes da torta de chocolate que a tia preparara. A festa em família
não poderia ter sido melhor, pensou Rada. Talvez a única que discordasse um
pouquinho era Stana, queria que Nathan estivesse com ela, porém não deixaria
ninguém perceber isso.
Ela falou com o esposo no dia
25. Passara pelo menos umas duas horas no celular via facetime enquanto Gigi a
acobertava dizendo que estava dormindo porque bebera demais. Nesse ponto, Stana
teve que reconhecer. Contar seu segredo para a irmã além de lhe proporcionar
alguns minutos de folga com Nathan também acabara gerando uma companhia e uma
aliada com quem podia conversar sobre seu relacionamento sabendo que não seria
julgada e teria seus conselhos, mesmo que um pouco loucos.
Três dias depois, a neve voltara
a cair na cidade. Passada as primeiras excitações do natal, Stana começara a
querer voltar para sua casa, para Los Angeles. Ainda tinha quase uma semana
pela frente, portanto teria que se ocupar. Ela passara muito tempo com o
celular ou no quarto com um livro, tudo para que sentisse as horas do dia
caminharem mais depressa, não estava tendo muita sorte. Anne bateu à porta do
quarto.
- Tia, você quer brincar na
neve com Anne? Papai disse que vai fazer uma guerra de neve. Falou que você é
campeã nisso. Por isso vim aqui. Vamos brincar, tia? Por favor... eu quero
tanto – a menina sentou-se na cama ao lado de Stana, acariciou o cabelo dela e colocou
a mãozinha sobre seu rosto – a tia tá com saudade do tio Nathan, né? Anne sabe
– Stana fechou os olhos por uns segundos tornando-os a abri-los para fitar a
menina. Puxou-a em um abraço beijando-lhe o topo da cabeça.
- Estou sim, docinho, não vou
mentir para você – para não deixa-la preocupada, mudou logo o tom da conversa –
porém, sabe o que seria bem legal agora?
- Ele aparecer aqui e encher a
tia de beijo? – Stana riu.
- Isso também, mas não. Estava
pensando em arrasar seu pai nessa guerra de neve até ele ficar bem branquinho
de tanta bolada. O que acha? Quer tentar fazer isso comigo? – os olhos da menina
brilharam.
- Sim!
- Ótimo! Deixe eu me vestir.
Seu pai não perde por esperar...
Rada estava na cozinha
preparando o jantar daquele dia. Gigi acabou se metendo a fazer um bolo para a
sobremesa. Da janela da cozinha, elas podiam observar as travessuras de Stana e
Anne correndo para acertar o irmão numa brincadeira bem divertida. Sorrir era
inevitável diante da cena na qual Stana ensinava Anne a fazer o arremesso
perfeito acertando o pai, ou o zelo da tia com a pequena. Beijos, abraços. Quem
olhasse de longe pensaria que eram mãe e filha, além de serem parecidas. Então,
Rada começou a falar em voz alta.
- Olhe para elas. São perfeitas
juntas. Ficou mais aliviada de ver Stana sorrindo novamente. Desde o natal
achei que ela anda meio cabisbaixa, bem diferente da pessoa que chegou aqui –
Gigi sabia que a mãe estava querendo pescar alguma coisa, optou por continuar
calada, focada na receita que fazia - vendo o jeito dela com Anne, me pergunto
porque ainda não é mãe. Acho que meu sonho de ter netas ou netos vindos das
minhas meninas vai ter que ser esquecido. Nem você, nem ela. E pensar que Stana
está pronta para ser mãe. Nem casar vocês conseguiram!
- Mãe! Não fale assim!
- Mas é verdade. Nada contra
vocês serem mulheres modernas, com carreiras, Deus sabe que agradeço todos os
dias pelo que sua irmã e você conseguiram. Minha filha é uma celebridade além
de maravilhosa.
- Eita, mamãe coruja, Dona
Rada! Sei o quanto ama sua filhota. E quer saber, não devia se preocupar tanto.
Ela está bem. Passei esses últimos meses com minha irmã, posso afirmar que não
há motivo para achar que ela está triste. Convenhamos, não tem muito o que
fazer nessa cidade.
- Não vejo Stana saindo com
ninguém a um bom tempo. Bonita no meio de tantos artistas? Deve ter alguma coisa
errada.
- Não tem nada demais
acontecendo, mãe. A mana está bem, está feliz – de repente, sentiu que falara
demais. Esperava que a mãe não percebesse piorando o interrogatório. Doce
ilusão.
- Você sabe de alguma coisa,
ela está namorando, não? Percebi algo diferente no semblante dela quando
chegou, coração de mãe não se engana, na verdade, venho observando seu
trabalho. Até atuando ela está diferente, eu sei.
- Não viaja, mãe. Acho que Anne
não é a única a misturar ficção e vida real. Stana não é a Beckett. Cadê sua
forma de bolo? – Gigi queria mudar de assunto a qualquer custo.
- No armário do canto, em cima.
Não sou criança, Gigi. Sei muito bem o que é realidade e ficção. Também conheço
minha filha, afirmo que ela está agindo diferente. Algo me diz que você sabe
mais do que está me contado.
- Lá vem a senhora! Não posso
falar nada que dona Rada dá um jeito de encontrar pelo em ovo.
- Gigi, mas você não acha no mínimo
estranho que sua irmã trabalha há quase sete anos com a mesma pessoa, um homem charmoso,
educado, galanteador e não tenha acontecido nada entre eles? Ainda mais agora
que são obrigados pelo trabalho a atuar como um casal? Eu se tivesse no lugar
dela, já tinha experimentado de verdade. Eu sei que minha filha não é lésbica,
então qual é o problema?
- Meu Deus! Está até usando a
carta de lésbica, não esconda o jogo mãe. Se está tão desconfiada, pergunte
para ela – disse Gigi querendo colocar um fim naquela conversa.
- Não vou fazer isso porque irá
chatea-la. Você sabe como sua irmã é reservada.
- Exato, agora a senhora disse
tudo. Stana é reservada, não quer dizer que não tenha uma vida e não beije
muito na boca além de outras coisas. A senhora já ouviu falar na expressão
“Kiss and Don’t Tell”? Eu diria que essa é a filosofia de vida da minha irmã,
faz ela muito bem principalmente considerando o meio que vive – Gigi empurrou a
forma no forno. Era só esperar o bolo ficar pronto – deixe Stana viver a vida
dela, e não seja tão pessimista. Quem sabe não ganha netinhos daqui a um tempo?
- Como assim?
- Posso fazer uma produção
independente, que tal? – beijando-a na bochecha, saiu rindo após despejar essa
bomba no colo da mãe.
- Deixa de ser maluca, menina!
– a mãe gritou, porém em se tratando de Gigi, não adianta se estressar. Rindo, concentrou-se
na massa que preparava para a torta do jantar. O lance dos netos era em parte
da boca para fora. Criara muito bem suas meninas e para uma mãe não há nada
mais precioso do que ver suas filhas realizadas, felizes e unidas. Gigi, apesar
de toda a brincadeira, era louca pela irmã, fazia tudo por Stana e esse amor
fraternal era capaz de defendê-la com unhas e dentes. Mesmo da mãe. Algo
acontecia na vida de Stana, Gigi sabia, mas seria incapaz de trair a confiança da
irmã para contar à mãe.
Escapar do interrogatório dera
um pouco de trabalho, mas valera a pena. Tinha que concordar com a mãe. Sua
irmã não estava no mesmo humor de quando chegara no Canadá. Gigi sabia o
motivo. Sentia falta de Nathan. Nessa madrugada, ela acordou por uns minutos e
pode ouvir a irmã conversando com o marido ao telefone. Na varanda, ela
escorava-se para observar um pouco da brincadeira na neve. Tirando os momentos
com Anne, Stana permanecia mais na dela, calada. O nome disso era saudade.
Queria poder fazer algo pela irmã. Ouvindo os gritos da pequena, Gigi pos-se a
maquinar um plano.
No dia trinta, Stana estava
deitada na cama tentando ler um pouco. Gigi entrou no quarto disposta a
interrompê-la por um bom motivo. Sentou-se na cama de frente para ela e puxou o
livro das mãos.
- Hey! Eu estava lendo.
- Isso, estava. Passado. Temos
que pensar no futuro. Sabia que a Dona Rada fez um super interrogatório comigo?
Ela está desconfiada que alguma coisa está acontecendo na sua vida. Agindo
desse jeito, se trancando no quarto não vai ajudar muito. Não queira deixa-la
ainda mais desconfiada. Acredita que ela falou até do Nathan?
- Sério? Você não disse nada,
disse?
- Claro que não, mandei ela
sossegar e deixar você em paz. Só que isso não está certo e nem resolverá seu
problema. Eu sei que você está com saudades dele. Sofrendo porque queria estar
passando esses dias ao lado dele. Eu a ouvi ao telefone, sis. Por isso tomei
uma decisão. Quero que você ligue para o Nathan, diga para ele comprar uma
passagem para Toronto. Vocês vão ficar juntos nesse reveion. Vamos ligue para
ele!
- Gigi, o que você fez? Não
posso sair daqui de supetão dizendo que vou passar a virada do ano em Toronto
com sabe lá quem. Não vou contar para a mamãe que estou casada.
- E pensa que não sei disso? Eu
comprei uma passagem para você ir a Toronto usando o meu cartão, reservei o
hotel cinco estrelas à beira de um lago com direito a ceia e fogos. Pode me
agradecer depois. A desculpa para a dona Rada é simples. Eu e você iremos para
uma festa, você viaja e eu vou passar a virada com a Meg, não contarei nada,
pode deixar. Portanto, o que está
esperando? Liga logo pro Nathan!
- Gigi, eu nem sei... – abraçou
a Irmã com carinho – obrigada!
- Considere meu presente de casamento
atrasado para vocês. Enquanto você fala com ele, vou preparar o espírito da
mamãe.
O humor de Stana mudou. Depois
que falou com Nathan, o sorriso e a ansiedade voltaram a tomar conta do seu
rosto. Nathan adorou a ideia da cunhada providenciando na mesma hora sua
passagem aérea. Ela preparou apenas uma valise, poucas roupas, maquiagem e
objetos pessoais. Havia trazido um vestido branco longo bem simples e por conta
do frio ia precisar de seu casaco vermelho.
Às seis da manhã do dia
seguinte, elas se despediram da mãe dizendo que voltavam no dia 02. No dia
quatro voltaria a Los Angeles, pois as filmagens retornavam na segunda. Rada
viu que a alegria retornara ao rosto da filha. Imaginava que Gigi tinha algo a
ver com isso, mas sabia que não estava no seu direito de perguntar, se Stana
quisesse contar algo ou conversar, bastava chama-la.
- Juizo vocês duas! Voltem
inteiras, nada de exageros.
- Mãe, somos bem grandinhas –
disse Gigi.
- Isso não que dizer que devo
parar de me preocupar – retrucou Rada recebendo um beijo de Stana.
- Deixa que cuido da Gigi, mãe.
Vamos, pai. O voo sai em uma hora – dando um beijo gostoso em Anne, elas
rumaram para o aeroporto. Elas se despediram conseguindo enganar o pai para que
Gigi pudesse ficar por um período no aeroporto até sentir que era seguro pegar
um taxi e ir até a casa de Meg, uma amiga de infância das duas. Antes da irmã
embarcar, elas se abraçaram e Stana agradeceu novamente o gesto da irmã.
- Deixa de ser boba, sis. Você
merece. Sei que está louca para agarrar o seu marido, não posso culpa-la.
Aproveita bem, só não vai me arranjar um sobrinho. Vocês acabaram de casar!
- Gigi! – desatou a rir da
doidice da irmã – tenho que embarcar, não se preocupe quanto a isso, sou
prevenida.
Toronto – três horas depois
Stana chegava ao hotel
reservado pela irmã. Era deslumbrante. O espaço na beira do lago estava sendo
preparado para a festa de logo mais. Balões, caixas de sons, a decoração em
dourado e vermelho chamava a atenção. Uma mesa enorme estava montada no
restaurante que dava para o lago. Ia ser uma ótima festa. Aproximando-se da
recepção, Stana fez o check-in, solicitando duas chaves. Dispensou o serviço do
mensageiro pegando o elevador levando sua valise.
O quarto era uma suíte standard
muito bem trabalhada, uma cama Queen size, um banheiro razoável com um belo
chuveiro que era possível aproveitarem se tivesse vontade, mesa como uma
espécie de escritório, bem adequado para o propósito de dormir. Ela enviou uma
mensagem para Nathan querendo saber se já tinham chegado. Respondeu que estava
a caminho do hotel. Ficou zanzando pelo saguão quando viu o taxi encostar à
porta. Nathan desceu carregando uma mala pequena. “Estou vendo você, já estou
com a chave. Vá direto para o elevador.”
Sorrateiramente, ela desfilou
pelo saguão querendo mostrar-se interessada na decoração parando próximo a uma
moça para perguntar sobre a festa de logo mais. Vendo que ele já conseguira
chegar até o elevador, agradeceu as informações, dizendo que era melhor começar
a se preparar para a festa e rumou em direção aos elevadores. Apertou o botão
fingindo não conhecer o homem a seu lado. Assim que as portas se abriram, eles
entraram juntos. Stana inseriu o cartão no painel do elevador e apertou o
quarto andar. Somente quando o elevador começou a subir foi que olhou para ele,
sorrindo. Precisavam ainda agir discretamente. Abriu a porta do quarto e viu
quando Nathan jogou a mala no chão e virou-se para encara-la.
Stana o agarrou no momento em
que seus olhares se encontraram. A saudade de dias fora representada em um
beijo profundo e cheio de paixão. As mãos passeavam pelo corpo de ambos,
sentindo, tocando querendo tornar cada vez mais real esse encontro. Quebrando o
beijo para devorar a orelha dela, Stana deixou escapar um gemido.
- Deus! Como senti sua falta!
- Nem me fale, Stanninha, nem
me fale... – ele abriu o casaco, tirou-o vendo que ela usava um suéter e uma
calça jeans. Ela tratou de se livrar das botas quando Nathan arrancou seu
suéter pela cabeça. Deitou sobre a cama colocando o peso de seu corpo já sem a
camisa sobre o dela. Devorava seu pescoço querendo provar a pele macia que
tanto povoava seus sonhos. Desceu pelo colo, seios, estomago até esbarrar na
calça que ela vestia. Abriu o botão e puxou a peça enquanto seus lábios
avançavam pela calcinha.
Estava nua sobre o colchão.
Ergueu as pernas abrindo-as sugerindo que estava esperando por ele. Nathan
livrou-se da calça e do boxer. O membro já despontava ereto para penetra-la.
- Vem, Nate, não demore, por
favor... quero você....
Não podia deixar de atender um
pedido tão ansioso da bela mulher à sua frente. Porém, ao invés de partir para
a ação propriamente dita, ele queria faze-la ansiar um pouco mais por esse
contato completo da união de seus corpos. Ele inclinou-se, beijou-lhe seu
centro e provou-a com vontade. Aconteceu exatamente como ela imaginara no sonho
erótico que tivera algumas noites atrás. Ele habilmente usava a língua com uma
maestria capaz de fazer Stana gemer initerruptamente enfiando as mãos em seus
cabelos para incentiva-lo a não parar. Queria sentir o corpo vibrar com aquele
toque, queria poder explodir em seus braços. Seu desejo foi atendido. Arqueando
o corpo contra ele, sentiu o corpo tremer para receber um orgasmo explosivo que
a tirou de orbita, se é que isso era possível.
Mas Nathan ainda não acabara, o
orgasmo se multiplicava à medida que ele a incitava com a ponta da língua.
Agora, ele rumava para os seios dela. Circulando
seus mamilos, roçando-os com os dentes até abocanha-los completamente em sua
boca. Stana continuava a inclinar o corpo em sua direção. Uma das mãos de
Nathan tocava seus lábios que sugavam seus dedos. Colocando-se sobre ela, ele a
beijou com paixão apenas para distrai-la e introduzir-se dentro dela
perdendo-se na sensação de acomodar-se lá dentro.
No segundo seguinte, ambos moviam-se
em sincronia para juntos alcançarem um novo momento de prazer, queriam um novo
orgasmo. Não demorou muito para atingirem o objetivo desejado, deixando-se cair
sobre Stana, sentiu as unhas dela cravando seus ombros.
Levaram algum tempo para se
recuperarem do momento vivido em plena tarde. Nathan escorregou para o lado
respirando pesadamente. Stana aninhou-se novamente no peito dele.
- Isso que chamo de matar as
saudades... – disse Nathan.
- Isso, espero ser só o começo,
ainda temos dois dias pela frente....
- Nossa – ele disse ao
beijar-lhe a testa – como minha esposa é insaciável.... – Stana riu da
observação dele. Inclinou-se para beija-lo mais uma vez.
- Não pense que por isso vou
querer pular a festa no lago. Quero brindar ao ano novo ao seu lado, amor.
- Claro que sim, a noite é sua.
Depois de mais uns bons amassos
na cama, ela finalmente levantou-se da cama para se arrrumar para a noite.
Ficou um bom tempo no banheiro. Quando saiu já havia secado o cabelo e cheirava
maravilhosamente. Nathan estava enrolado em um roupão assistindo ao noticiário
de Toronto que mostrava os festejos de ano novo por todo o mundo. Ela se aproximou acariciando seus cabelos,
recebendo um beijo carinhoso dele.
- Como você está cheirosa,
Staninha... dá vontade de devorar sua pele toda novamente.
- Não ainda, Nate. Melhor ir se
arrumar, já são oito da noite.
Uma hora depois, eles desciam
no elevador para o ambiente do restaurante à beira do lago. Foram recebidos
cordialmente pela bela moça na entrada do local e direcionados a uma mesa para
dois. Eles traziam seus casacos no braço para que mais tarde pudessem assistir
a queima de fogos na frente do lago na área externa.
Nathan escolheu um dos vinhos
que estavam disponíveis na carta. Sabia da preferência de Stana pelo tinto. Os
aperitivos foram servidos logo em seguida, a noite tinha tudo para ser muito
agradável mesmo com a temperatura lá fora estando em torno de 3 graus. Era o
seu primeiro ano novo celebrado como casados. Esse fato por si só tornava a
ocasião especial.
Devido ao inverno, a ceia fora
servida às dez da noite para que os convidados pudessem jantar tranquilamente
para então admirar a queima de fogos. Duas garrafas de vinho depois e uma ceia
de fazer inveja a muitos, o casal aproveitava o momento para namorar um pouco.
Faltando quinze minutos para a meia-noite, Nathan ajudou-a a vestir seu
sobretudo vermelho, ajeitou o seu próprio e com a mão nas costas dela, a guiou
para perto do lago.
O clima de Toronto não os
permitia curtir o momento de admiração do lago e consequentemente a bela queima
de fogos prometida sem que eles se mantivessem agasalhados e abraçadinhos.
Garçons circulavam entre os presentes à beira do lago entregando-lhes taças de
champagne para o brinde da meia-noite.
- É um sonho estar aqui ao seu
lado – disse Stana – se alguém tivesse me dito que isso aconteceria a cerca de
duas semanas atrás, eu não teria acreditado. Estou muito feliz por saudar o ano
de 2015 junto com meu marido – ele tomou a mão esquerda na sua levando-a aos
lábios beijando o lugar onde se encontrava a aliança. Stana fizera questão de
usa-la no dedo naquela noite.
- Somos afortumados, Staninha.
Quando a contagem regressiva
começou, eles fitavam um ao outro segurando as taças nas mãos.
-
10...9...8...7...6...5...4...3...2...1 – sorrindo, ele acariciou o rosto dela –
Feliz Ano Novo, Mrs. Fillion!
- Feliz Ano Novo, Mr. Fillion.
Eu te amo muito, Nate – a resposta dele foi simples. Um beijo apaixonado nos
lábios da pessoa amada. Brindaram, beberam o champagne e voltaram a perder-se
nos lábios um do outro.
- O que você acha de fugirmos
para o quarto? – propôs Nathan.
- Pensei que nunca ia
sugerir...
De volta às quatro paredes que
os separavam do mundo lá fora, Stana pode se livrar do casaco deixando Nathan
apreciar o belo vestido branco que usara. Ele percebera que por baixo, não
usara absolutamente nada, o que fez seu corpo reagir de imediato pela
descoberta. Stana o fez perder o paletó, a gravata e desabotoou a camisa
vermelha que usava. Ele encontrou o fecho do vestido e o desfez observando o
pano escorregar leve pelo corpo dela até atingir o chão. Lá estava sua mulher
completamente nua a sua frente.
Nathan deu alguns passos para
trás a fim de admira-la por algum tempo. Instintivamente, sentindo a pontada na
virilha aumentar e o desconforto pressionar contra suas calças, ele as tirou.
Foi a vez de Stana aproximar-se segurando o membro dele com uma das mãos
enquanto os lábios sorviam os dele, colocando-o sentado sobre a cama posicionando-se
sobre o membro dele mantendo-se de costas para ele. Nathan a segurava pela
cintura, acomodando-a, sentindo-a mover-se para conseguir o encaixe perfeito.
As mãos dele foram parar
diretamente em seus seios, apertando-os, puxando os mamilos para provocar
reações imediatas no corpo dela por completo. Os lábios voltaram a se encontrar
em um beijo provocante e enquanto Nathan devorava-lhe a nuca mantendo as mãos
ocupadas sobre os seios dela, Stana começou a mover-se com ele. Deslizando uma
das mãos, ele alcançou seu clitóris, massageando e antecipando o momento de
prazer.
O corpo todo vibrava diante dos
tremores do orgasmo que a dominou minutos depois. Nathan a deitou de lado na
cama continuando a mover-se proporcionando ainda mais prazer. Repetiram o ato
de fazer amor três vezes naquela madrugada, todas às vezes alcançando explosões
de orgasmos que chegaram em ondas para percorrer seus corpos transformando-os
em um só.
Os dois dias que seguiram,
foram recheados de momentos românticos e muito prazer. Antes de deixar o hotel
rumo ao aeroporto, eles tomaram banho juntos desfrutando de mais um momento
intimo no chuveiro. Despediram-se no portão de embarque com um beijo
apaixonado.
- Vejo você domingo, gorgeous.
- Sim, chegarei à noite, babe.
- Agradeca a Gigi mais uma vez
por mim, Staninha.
- Pode deixar – jogando mais um
beijo no ar para ele, entrou de vez para embarcar de volta para a casa da mãe.
Duas horas depois, ela encontrara a Irmã esperando-a no saguão, louca para
saber as novidades. Stana não aguentou e abraçou Gigi com muito carinho.
- Obrigada, obrigada, obrigada.
Feliz ano novo, sis. Nathan e eu nem sabemos como agradecer esse presente.
Significou muito para nós. De verdade.
- Eu sei, não há exemplo melhor
que sua carinha de felicidade, sis. Vamos, vou ligar para o papai. Nossas
férias no Canadá estão chegando ao fim.
- Sim, mas valeram muito a
pena.
- Quer um conselho, sis? Tente disfarçar
um pouco mais sua felicidade ou dona Rada vai ficar ainda mais desconfiada do
que está acontecendo em sua vida.
- Gigi, isso é uma missão impossível.
Não consigo parar de sorrir.
Claro que quando chegaram em
casa, como era de se esperar, a mãe notou como Stana estava radiante. Resolveu não
comentar nada, mas sua curiosidade estava cada vez mais aguçada. Felizmente,
ela havia se lembrado de voltar a colocar a aliança no cordão, escondendo-a da mãe.
Em seus últimos dias ali, Stana
evitou o quarto ficando sempre pela sala, seja brincando com a sobrinha, seja
conversando com os irmãos animadamente. Na noite anterior a sua viagem, arrumou
suas malas e fez seu último jantar com a família toda reunida. Antes de deixar
a casa da mãe no domingo, ela se despediu apropriadamente de cada um deixando a
mãe por último.
- Obrigada por tudo, Dona Rada.
Vou sentir saudades...
- Tudo da boca para fora. Uma vez
que você se mete naqueles estúdios se esquece do mundo. Mas, você está certa. Ama
o que faz e tem que aproveitar ao máximo as oportunidades que a vida está lhe
oferecendo. Filha – ela relutou antes de falar acariciando o rosto de Stana –
eu não sei o que anda acontecendo em sua vida, apenas que está fazendo muito
bem a você. O que quer que seja o motivo dessa felicidade, lhe faz muito bem. Nunca
a vi tão linda e feliz. Não irei pedir para me contar, seu silêncio é uma
escolha sua. Só quero que saiba que estou vibrando por vê-la assim.
- Oh, mãe. Obrigada. Eu te amo –
entrou no carro após beijar a mãe. Gigi a observava calada. Parece que
conseguiram sobreviver a dez dias no Canadá sem ter que revelar o segredo que
escondiam. Bom para Stana que podia voltar tranquila para os braços de seu
marido com o segredo que viviam a salvo.
XXXXXXXXXX
Cinco horas depois, ela entrava
em casa. Deixou as malas na sala sem se preocupar com a arrumação. Subiu as
escadas rumo ao quarto. Abrindo a porta encontrou-o sentado na cama lendo o
novo script que chegara.
- Hey, gorgeous...
- Hey... pensei que não fosse
mais aparecer. Tem um jantar gostoso esperando por você. Está com fome? –
Nathan largou os textos sobre o colchão levantando-se para ir ao encontro dela.
Beijou-a vagarosamente nos lábios.
- Um pouco – abraçou-o
envolvendo seus braços no pescoço de Nathan. Sorrindo, ela acariciou o peito
dele – é bom estar de volta. Lar doce lar.
De mãos dadas, eles desceram às
escadas rumo à cozinha.
Continua....
3 comentários:
Gigi rainha das rainhas!!!!!
Nossa,conseguiu sem ter que contar o que está acontecendo olha que ñ foi fácil. Anne salvou a pele da tia, lindinha ♡♡♡♡♡
A mama Katic ta querendo manjar dos paranaues, sabe de nada inocente.
Voltando a Gigi,amei ela a partir de agora Nathan tem mulheres incríveis ao seu lado,homem de sorte hein.
Nada como passar a virada de ano com quem se ama♡ e depois dos fogos Stana que numca perde o rebolado eita mulher ñ nega fogo 66666
O que será que teremos para o PCA?????
HUUUUM!!! !!!
Eu gostaria q eles falassem logo, pelo menos para as famílias, q estão casados. Pq eles n fazem isso logo de uma vez??
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