Nota da Autora: Chegou a hora de sacudir um pouco essa paz toda, começando uma sessão angst-ciumes interessante. Mais nos próximos capítulos... e um pouco mais de Giff para vocês! Mordo e assopro hahaha! Esse capítulo ficou bem grandinho. Enjoy!
Cap.66
Os dias seguintes trataram de pura rotina. Os
efeitos das injeções cessaram ou pelo menos, normalizaram-se. O que era uma
pena na opinião de Nathan. A médica disse que não iriam durar para sempre, porém
não desapareceriam por completo. Tudo dependeria do estado de espirito dela.
Essa foi a explicação que Stana lhe dera após uma nova consulta com a médica. O
tratamento estava caminhando bem.
As filmagens tomavam praticamente todo o seu
tempo. Chegavam cedo ao estúdio e saiam bem tarde, nas primeiras horas da
madrugada. Especialmente em locações onde eram filmadas as cenas noturnas.
Stana já tinha enrolado Dona Rada o suficiente. Fazia mais de uma semana que
falara com a mãe e prometera uma resposta. Em um dos intervalos, ela decidiu
que não adiantava mais adiar o óbvio. Em seu trailer, pegou o celular e discou.
- Oi, mãe. É a Stana.
- Eu sei que é você, filha. Finalmente se
lembrou que tem mãe? Você está me devendo uma resposta.
- Eu sei, por isso estou ligando. Eu disse que
as coisas estavam agitadas nesse começo de mês. De qualquer forma, eu falei com
meus produtores e a melhor data para que eu possa cumprir meu cronograma e dar
um pouco de atenção a você é mesmo no início de março. Falei com a Gigi também.
Tudo estará pronto para recebe-la, mãe. Vai ficar conosco na minha casa, certo?
- Sim, essa era a ideia desde o início. Claro
que vou passar uns dias com a minha neta também, podemos ficar todas juntas na
verdade.
- Por mim não há problema, mas e quanto ao
Marko? Ele pode se sentir excluído. A senhora pode passar uns dias com ele.
- Podemos ver isso depois. Estou assumindo que
a visita ao set também está garantida.
- Claro. Não se preocupe. Quer que eu olhe
passagem aérea?
- Não precisa. Teodor vai fazer isso para mim,
acredite. Avisarei a data correta assim que confirmar. Não vejo a hora de estar
passando um tempo ao lado das minhas garotas.
- Também iremos adorar tê-la por aqui, mãe. Um
beijo.
- Beijo, filha. Volim te.
- Volim te – ao desligar, Stana suspirou.
Seriam duas longas semanas.
Mais tarde na volta para casa, ela comenta com
Nathan que ligara para a mãe e acertara a visita. Esperava apenas pela data da
passagem. Novamente, ele disse para que não perdesse o sono com isso. Enquanto
ela e Nathan tinham seus dias longos e cansativos, muitas vezes nem se vendo ou
conversando antes de dormir apropriadamente, outro casal parecia estar
aproveitando ao máximo a oportunidade juntos. Jeff já estava oficialmente em
Los Angeles e passava boa parte do tempo com Gigi. Agora que já tinha uma
residência própria, eles revezavam as noites.
Gigi estava na cozinha de seu namorado ajudando
a colocar a mesa do jantar quando Jeff comentou.
- Devíamos convidar nossos irmãos para jantarem
aqui algum dia. Retribuir o que fizeram, é educado e além do mais sua irmã
falou que deveríamos desempatar os momentos estranhos. O que acha?
- Você vai cozinhar para eles? Não conte
comigo, ao contrário da minha irmã, eu sou péssima quando o assunto é dotes
culinários. Casa, comida e roupa lavada não são meu departamento. Não tenho
vocação para Amélia – se aproximando dela, Jeff ria e enlaçou a cintura. Após
beija-la, respondeu.
- Não se preocupe, eu faço o jantar. Vai ser
bom, sempre que vinha a Los Angeles, Nate me tratava super bem, agora posso
retribuir a gentileza.
- Falando em gentileza, que tal você fazer
gentilezas para mim? Podemos sair dessa cozinha e ir para um cômodo mais
interessante?
- O que há de errado com a cozinha? Posso
praticar gentilezas tranquilamente aqui – ele já começava a deslizar os lábios
pelo pescoço dela.
- Nada errado, só não estou curtindo esse lugar
hoje.
- Você curtiu ontem... duas vezes...
- Tá vendo? Não podemos ser repetitivos. A
única exceção é o quarto, por motivos óbvios. Falando nele... – Gigi saiu
puxando Jeff pela mão rumo a suíte principal. Ao chegar no local, ele
rapidamente tirou suas roupas jogando-a na cama.
- Hora de gentilezas, Gigi... – e com o peso
sobre o corpo dela, eles fizeram amor. Mais tarde, já devidamente acomodados
para dormir, ela sente a necessidade de conversar sobre o assunto que
incomodara a irmã.
- Jeff, está dormindo?
- Estou....
- Mentiroso – ela beliscou o braço dele
fazendo-o gritar reclamando – você e Nathan são confidentes, não? Desde meninos
como eu e Stana, certo?
- Sim, somos. Irmãos e melhores amigos. Por
que?
- Tem um assunto incomodando minha irmã e
apesar de eu achar que é exagero dela, não consigo ficar sem aquela pulga atrás
da orelha, talvez eu não queira concordar com ela, mas o assunto é coisa do
passado.
- Se é passado, por que se preocupar? Foi algo
que Nathan fez? Por isso perguntou se sou seu confidente? Quer saber se eu lhe
diria a verdade sobre o passado do meu irmão? Gigi, isso não deveria ser
assunto nosso. Se Stana tem uma dúvida deveria perguntar diretamente ao marido.
- Não é uma dúvida, é mais um desconforto. Se
eu lhe perguntar, será honesto comigo? – ela o fitou, o semblante parecia
calmo, mas sério.
- Nem sei do que você está falando...
- Saberá, mas será honesto?
- Você está prestes a me colocar em uma
situação desconfortável, posso prever, tudo bem. Serei honesto, isso se souber
responder o que você quer saber.
- Na época de Firefly, Nathan e Morena tiveram
algo, eles namoraram?
- Ah, estou começando a entender o que está
acontecendo com Stana. A première de Deadpool, o reencontro, o fato que ela nos
deu os convites inclusive para as acompanhantes. Como eu disse, ela deveria
perguntar para Nate.
- Isso quer dizer que você não vai me
responder, portanto posso concluir que eles tiveram algum rolo. E você dizendo
que iria ser honesto.
- Hey, eu não terminei. Apenas disse que ela
deveria perguntar a ele, para tirar essa besteira da cabeça. Nathan e Morena
trocaram beijos, amassos, uma breve relação se é que posso chamar assim. De
qualquer modo, ela casou, se divorciou e segundo as últimas notícias, ela teve
seu segundo filho com o cara de Gotham. Não sei porque Stana se preocupa com
ela.
- Nunca viu mulher com ciúmes, Jeff? Olha a
história por trás de Firefly. Nathan ama a série até hoje. Adoraria trabalhar
nela outra vez. Ele e Morena são bons amigos, tem histórias de bastidores, ele
ficou nu em cena, junte tudo isso e o fato da história lembrar um pouco a deles
e me diga se o receio não poderia existir.
- Tudo bem, a dúvida eu entendo. Mas Nate é
louco pela sua irmã. Não tem motivo algum para Morena servir de preocupação.
Acredite, eu lembro de todos os relacionamentos do meu irmão e posso falar sem
qualquer dúvida. Ele nunca amou ninguém como ama Stana.
- Eu agradeço pela honestidade, também concordo
que Nathan ama minha irmã demais. Só que você não pode pedir a alguém que ama
para não ter ciúmes do amado. A reação de Stana é compreensível. Porém, eu vou
cuidar para que ela se segure na première. Falta menos de uma semana. Três dias
para ser mais exata.
- Você é igual a sua irmã? Sente ciúmes? – Jeff
estava curioso para saber afinal eles estavam nessa brincadeira de ficar já
fazia algum tempo e não poderia negar que se apaixonara pelo jeito de Gigi,
pelo corpo, ah! Ele estava apaixonado, sim! Contudo, não sabia se Gigi tinha o
mesmo sentimento ou se ela ainda estava na fase de curtição.
- Depende. Isso é muito relativo. O
relacionamento acaba trazendo um pouco desse tempero de vez em quando.
- Então, você pode ter ciúmes de mim...
- Não sei, podemos classificar o que temos como
um relacionamento?
- Me diga você, passamos todas as noites
juntos. Jantamos e fazemos sexo quase todas as noites, mais de uma vez alguns
dias, rimos um do outro e atualmente desde que passei a morar na mesma cidade
que você, dividimos a cama todas as noites para dormir. Se isso não é um
relacionamento...
- Hum... soa mais como amizade colorida, não? –
ela sorria com uma cara marota para Jeff.
- Gigi...
- Sim, seu bobo. Acho que podemos classificar
isso como um relacionamento.
- Foi o que pensei – ele segurou o queixo dela
e deu-lhe um beijo apaixonado. Ela retribuiu o carinho e aconchegou-se em seus
braços para dormir.
Era véspera da première de Deadpool. Stana
acabara de chegar em casa. Encontrou Nathan na cozinha.
- O que você está fazendo aí? Não viu minha
mensagem? Disse que ia cozinhar para nós. Pensei que ia sair mais tarde do
estúdio.
- Sim, mas acabamos as cenas antes do previsto
e como os rapazes da técnica não tinha o cenário da próxima sequencia
completamente pronto, fomos dispensados. Toks é muito fácil de se trabalhar.
- Que seja... – ela retrucou, ele riu.
- Você realmente não gosta dela, não?
- Não é questão de gostar. Acho que ela só não
tem o mesmo apreço pelo show que eu tenho, para mim é indiferente. Você não me
respondeu. O que está fazendo? – agora ela já se encontrava ao lado dele
sorrateiramente deslizando a mão pelas costas até se aconchegar calmamente no
bolso da calça tocando o bumbum. Beijou-lhe o ombro.
- Apenas lavando umas verduras. Você vai fazer
salada?
- Vou. Mas quero fazer uns steaks e um creme de
brócolis com bastante queijo provolone.
- Creme de brócolis, parece comida de doente.
- Deixa de ser bobo, você vai adorar meu creme.
Anne gosta. E o molho que irei preparar para a carne também é especial.
- Por que esse tratamento vip, hum?
- Não posso querer cozinhar para você? Acho que
merecemos um jantar normal, sem comida processada ou comprada. Temos trabalhado
tanto esses últimos dias que não conseguimos nem desfrutar de um tempo juntos.
Pode me servir de vinho? Vou trocar de roupa e já volto. Gosto de cozinhar
bebendo. Você não precisa ficar aqui me ajudando – ela o beijou carinhosamente.
Cinco minutos depois, Stana volta para a
cozinha. Nathan adorava o fato da esposa querer cozinhar para ele, curtirem um
momento a dois, mas sabia que todo esse momento tinha uma explicação. Ela devia
estar encucada com a festa de amanhã. Certamente estava maquinando como lidaria
com a distância na festa, o fato dele poder interagir como se ela não estivesse
de verdade ali e Morena, claro. Nathan não era bobo, Stana tinha o pé atrás com
a sua amiga. Não seria a primeira vez que ela demostraria ciúmes, acontecera no
passado antes mesmo deles namorarem. Se fosse abordar o assunto teria que ser
com cautela.
Ele esqueceu por algum tempo toda a história e
focou em apreciar o que ela fazia na cozinha. Decidiu que a cena pedia música.
Do seu iphone escolheu uma seleção de jazz e o som invadiu o ambiente.
- Hum, ótima escolha. Você não vai beber?
Aproveite e me sirva um pouco mais – ele não apenas serviu como também
aproveitou para dar um amasso nela, Stana gostava quando ele fazia essas
coisas. Nathan sabia como tratar uma mulher. Ele se afastou e deixou-a
trabalhar. Meia hora depois, estavam sentados à mesa saboreando o jantar.
- Está uma delícia. Se você tivesse me dito que
o creme de brócolis levava bacon, não tinha torcido o nariz.
- E estragar a surpresa? – ela tomou outro gole
de vinho após uma nova garfada – amor, precisamos conversar sobre amanhã. Como
iremos para a première, nossas histórias tanto na festa como para o pessoal do
estúdio porque teremos que sair cedo. Não podemos dar bandeira. Você já
combinou com Jeff como quer fazer?
- Não, pensei em apenas marcar a hora com ele.
Teremos que ir em carros separados. Você e Gigi, ele e eu. Quanto a desculpa,
não preciso de uma, todos sabem que sou amigo de Morena e também de Ryan, estar
na première é meio óbvio para mim. Já você, pensei que poderia dizer que sua
agência lhe conseguiu os ingressos porque você é fã de Stan Lee e já teve a
oportunidade de falar com ele muitas vezes. Ninguém precisa saber se é
inteiramente verdade e você é fã dele.
- Acha que é suficiente?
- Para o que precisamos? Sim.
- E se perguntarem se chegamos juntos na sessão
ou se sabíamos da ida um do outro? Esses repórteres vão certamente perguntar. Acho
que posso dizer que comentamos que iriamos. Ambos somos fãs de quadrinhos.
- Só que isso não vai colar com a Morena.
Talvez para ela diga que soube no dia mesmo quando estávamos filmando que você
iria. Não quero que ela pense que dei o meu convite para você, entende? Ela
espera que eu leve alguém.
- E qual é o problema se você não levar? Por
acaso ela vai te cobrar o convite de volta? – o tom da voz de Stana mudara, ele
reparara quanto o assunto mexia com os nervos dela. Ciúmes, mas por que?
- Não é nada disso. Direi que um dos rapazes da
equipe técnica queria muito vir e ele sempre me ajuda, por isso decidir dar
para ele.
- E se ela perguntar quem é ele?
- Ela não fará isso, além do mais, Morena é uma
das estrelas da festa, não terá tempo para ficar papeando com as pessoas, tem
obrigações a cumprir.
- Você parece saber bastante como a festa irá
acontecer... tem razão, ela terá assuntos mais interessantes para conversar.
Preciso achar um vestido, não sei que roupa eu vou usar...
- Não é um baile de gala. Hey... – ele esticou
a mão para toca-la – você já pode parar com esse ciúme bobo. Morena é uma amiga
do passado. Você é minha esposa, Staninha. Relaxe e curta a festa. Prometo que
somente terei olhos para você.
- Não é você que me preocupa, Nate. É ela, vocês
têm uma história. Não sou feita de gelo, posso ter ciúmes. E você não poderá
ficar me seguindo com os olhos senão irá dar bandeira. Temos um segredo a zelar.
- Ah, certo... o segredo sobre sermos
casados... – ele olhava para Stana com uma cara safada, queria tirar a ruga de
preocupação da testa dela – e se não me falha a memória, uma das obrigações do
casamento não é fazer amor? Estamos atrasados nesse quesito, faz o que, uns
três dias que a gente não brinca um pouco?
- Você anda contando, Nate? – ela se levantou e
sentou-se no colo dele.
- Não, mas sei que estamos trabalhando muito.
- Faz três dias e quatorze horas
aproximadamente. Vamos acabar com esse problema antes ou depois da sobremesa? –
Stana mordicava o lóbulo da orelha dele enquanto uma das mãos invadia a camisa
acariciando-lhe o peito.
- Quem precisa de sobremesa com você? – ela se
levantou e saiu correndo subindo as escadas. Nathan foi atrás dela.
Dia da Premiere de Deadpool
Durante todo o dia que antecedera o evento,
Stana e Nathan agiam de maneira diferente lidando com a situação como lhe
parecia melhor. Ele estava eufórico e curioso para ver o resultado do filme,
conversava empolgado com o pessoal da técnica sempre que podia. Ela remoía
sozinha suas dúvidas sobre o que esperar da noite. Claro que queria ver o filme,
também tinha curiosidade, porém o que lhe incomodava era como iria se comportar
diante do possível encontro de Nathan com Morena.
Assim que teve um intervalo, Stana ligou para a
irmã. Queria combinar as coisas para mais tarde. Gigi ouviu tudo o que sugerira
e acabou fazendo a pergunta que realmente interessava.
- Sis, você está bem? Não pretende fazer
nenhuma besteira nesse evento, certo?
- Gigi, não sou barraqueira. Por que você está
pensando assim de mim? Eu vou ficar de olho, só isso e você vai me ajudar.
- Stana, acho que você está exagerando. Não é
tudo isso, sei que você está com ciúmes, somente não faz sentido. Nathan ama
você. Morena não significa nada perto do que você é. Deveria apenas pensar em
se divertir.
- Estou feliz que esteja indo comigo. Preciso
de uma pessoa para me manter racional.
- Estarei lá, sis. Não se preocupe. Você verá
que nada irá acontecer. Te vejo mais tarde.
Ao voltar para as gravações, Nathan atuou o
pequeno joguinho deles. Conforme suspeitaram, ninguém desconfiou da
coincidência. Os dois foram muito convincentes. Deixaram o estúdio praticamente
juntos, Gigi e Jeff chegaram na hora combinada na casa de Nathan. Ele estava
pronto esperando por Stana. Gigi aproveitou que a irmã não estava presente para
conversar com o cunhado.
- Como ela está? Parece agitada? – Nathan quis
fazer cara de desentendido, mas Gigi não ia cair na dele – ah, por favor, você
sabe do que estou falando.
- Ela está preocupada, já disse que não tem
motivo para isso, Gigi.
- Sei que não, mas tente entender um pouco o
lado dela. Não é como se ela pudesse aparecer ao seu lado e mostrar que você
está comprometido. Ciúme é bom, ela confia em você. É Morena que a perturba.
Deixe comigo, tentarei fazê-la relaxar.
- Agradeço por isso. Mas continuo sem entender
porque Stana se sente tão ameaçada por Morena.
- Não se trata de beleza ou sex appeal,
trata-se de história e importância.
- Ninguém é mais importante que Stana para mim,
Gigi...
- Mulheres, bro. Elas não conseguem esquecer
umas às outras. Nem tente entender, parece loucura e – levou um beliscão de
Gigi – ouch! – Nathan riu da atitude da cunhada.
- Veja como fala da minha irmã! E de mim
também.
- Oh, alguém acaba de se meter em encrenca... –
Nathan implicou com o irmão. Gigi ia completar algo, mas Stana vinha descendo
as escadas – vocês já estão nesse nível de relacionamento? No qual ela agride
você? Nossa! Foi bem rápido.
- Do que vocês estão falando? – Stana
perguntou.
- Sua irmã já está usando violência doméstica
com Jeff.
- Ele deve ter merecido – olhando para Nathan
como quem diz, mais um comentário e você pode ser o próximo. Sabiamente, ele se
aproximou dela beijando-lhe os lábios.
- Você está linda, amor.
- Cara! Ele sempre foi o mais inteligente da
família... – todos riram do comentário de Jeff – melhor irmos andando, não
quero perder nenhum segundo desse filme – eles dirigiram-se para a garagem.
Cada dupla em seu respectivo carro, antes de entrar Nathan voltou-se para Stana
encostando-a contra a lataria roubando-lhe um beijo apaixonado capaz de lhe
deixar sorrindo ao se afastar.
- Comporte-se, Staninha e espere pela nossa
comemoração mais tarde.
- Acho que eu deveria estar dizendo essa frase
para você.
- Tudo bem, pombinhos. Chega que estou
começando a ficar enjoada com tanto açúcar. Vamos, sis! Quero ver o Ryan
Reynolds chegando – e saiu puxando a irmã pelo braço.
Durante a trajetória para o complexo do AMC,
Gigi observava a irmã. Ela estava agitada, nervosa. Não trocaram uma palavra
até que Stana estacionasse o carro. Antes de saírem, ela decidiu que deveria
dar uns conselhos para acalmar a irmã.
- Stana, olhe para mim – ela segurava o braço
da irmã forçando-a a obedece-la – estamos aqui para nos divertir. Não
acontecerá nada de mais, você ouviu as palavras de seu marido. Tire essa ruga
feia da sua testa. Se quer roubar a cena, precisa ter mais confiança em si
mesma. Cadê a mulher destemida que lutou tanto para ser atriz, enfrenta longas
horas de trabalho e casou-se escondido com o homem que ama? Seja essa mulher
hoje à noite. Seja superior. Mesmo que não precise, mostre a que veio,
concentre-se no que é importante. Divertir-se com histórias em quadrinhos.
- Ah, Gigi. Não sei o que faria sem você para
me apoiar. Claro que não é fácil, falar não é o mesmo que se comportar. Mesmo
assim, obrigada. Vamos tentar nos divertir.
Ao entrar no teatro, vários fotógrafos já
viraram suas lentes para capturar a beleza da mulher que simplesmente se
destacava de qualquer outra pessoa naquele lugar. A altura de Stana também
ajudava, além dos saltos altos que usava. Independente disso, sempre chamava
atenção. O sorriso de Gigi não podia ser maior. Segurando a bolsa e o celular
da irmã, ela a deixou brilhar no tapete vermelho da première. Nesse momento, os
repórteres estavam proibidos de fazer entrevistas porque o estúdio queria
iniciar a projeção do filme na hora marcada. Eles teriam sua chance depois que
a sessão acabasse.
O celular de Stana vibrou nas mãos de Gigi. Era
uma mensagem do Nathan avisando que acabara de chegar. Felizmente, Stana já
tinha deixado o tapete vermelho e seguia para a entrada da sala. Gigi respondeu
a mensagem “estamos entrando na sala de exibição agora”. Foi ao encontro da
irmã.
- Nathan acabou de chegar – mostrou o celular –
vamos entrando, quanto mais tempo as pessoas levarem para perceber que ambos
estão aqui, melhor para vocês. Terão que enfrentar os repórteres de qualquer
forma.
- Tudo bem – elas entraram na sala. Gigi
percebeu que o olhar da irmã percorria cada centímetro do local em busca de
ninguém menos que Morena – lá está o Ryan, vou falar com ele.
- Sis, eu sei que você está procurando por
Morena. Não precisa fingir, seus olhos não param quietos. Quer saber onde ela
está, olhe a duas horas. De vermelho – Stana virou o pescoço e se deparou com a
suposta inimiga. Suspirou. Ela parecia bem – ela está bonita para quem acabou
de ter um bebê.
- Como assim?
- Ela teve bebê em setembro. Filho dela e do
seu costar em Gotham.
- Você parece saber muito sobre ela, Gigi.
- Conversei um pouco com Jeff, ele me contou
sobre a história de Nathan com ela. Como já havia dito antes, não há nada com
que se preocupar. Passado é passado. Ela está em outra, feliz. Você não precisa
se preocupar. Ela não passa de uma amiga que trabalhou um dia com ele.
- Você vai querer me enganar com essa história?
Sei que ela e Nathan tiveram um caso. Não precisa me privar de detalhes.
- Sim, eles ficaram um tempo juntos. Se
agarraram, transaram e daí? Acabou. Ela teve um bebê recentemente. Isso não é
relevante? Nem vou mencionar o fato de que ele está casado com você. Sera que
podemos assistir ao filme em paz? – Stana suspirou – olha, os rapazes chegaram.
Não se vire para não dar bandeira. Deixa que eu faço isso para você – Gigi viu
quando ambos desciam as escadas em direção onde Morena estava.
- Ele está indo na direção dela, não? Posso ver
na sua cara.
- Está. Nossa, sis, nossos homens são muito
lindos.
- Gigi, pode focar no que está acontecendo, por
favor. Ele está falando com ela? Conte.
- Sim, eles estão se cumprimentando. Um beijo
no rosto, nada de mais, estão rindo.
- Não consigo. Preciso ver o que está
acontecendo – Stana virou-se para observa-los. Viu que conversavam
animadamente, também percebeu a forma como Morena eventualmente tocava em
Nathan. O que há de errado com ela? Por que não para de tocar nele? Para a
sanidade de Stana, a conversa foi breve. Talvez devido ao pouco tempo que
faltava para o filme começar. Acabaram de anunciar que faltava cinco minutos.
Ela não sabia qual era o plano que Nathan tinha
durante a sessão, portanto assim que o viu se afastar de Morena, ela voltou sua
atenção para a irmã. De repente, as luzes diminuíram indicando que a sessão iria
começar a qualquer momento. As pessoas começaram a procurar seus lugares e
organizarem-se para apreciar o filme. Stana perdeu Nathan de vista. No escuro,
ficaria bem difícil de saber onde ele sentara. Pelo menos, sabia que não seria
ao lado de Morena. Os artistas tinham lugares reservado para eles. O jeito era
relaxar e curtir as duas horas de diversão. O diretor falou por cinco minutos
sobre o filme e agradecendo a todos que trabalharam no projeto antes de deseja
uma ótima sessão a todos. Gigi cutucou a irmã. Ela não percebeu na primeira
vez, então apertou-lhe o braço.
- Ouch! O que está fazendo? – sussurrou para
Gigi.
- Será que pode trocar de lugar comigo?
- Por que? A sua vista está ótima.
- Troque de lugar e não discuta! – Stana
revirou os olhos e trocou de cadeira com ela. Sentiu uma mão em sua perna e deu
um pulo com o susto. Ao olhar para o lado, viu que Nathan sorria.
- Olá, Staninha. Quer pipoca?
- Nate, podemos ser vistos juntos! – ela
sussurrou – está maluco?
- Nessa escuridão? Duvido! Eu disse que íamos
dividir a pipoca. Olhe para sua irmã, ela parece estar bem à vontade para ver o
filme – Gigi estava com a cabeça encostada no ombro de Jeff, segurava sua mão –
veja o filme e coma a pipoca – ele colocou a mão sobre a coxa dela. Stana não
sabia explicar o que acontecera, porém ela de fato ficou mais calma e começou a
relaxar. Na metade do filme, estava enroscada no braço de Nathan. Quando se
lembrava de onde estava, voltava a sentar-se ereta, o que era besteira já que
minutos depois acabava retornando a mesma posição de antes.
O filme rendera boas risadas, aplausos e muitos
momentos interessantes. Era de longe um dos melhores que eles assistiram em um
bom tempo. E de certa forma, um marco no relacionamento deles. Afinal, com o
segredo, esse tipo de programa era luxo para os dois. Quando as letras
começaram a subir na tela, Stana afastou-se de Nathan. Não sabia ao certo o que
faria em seguida. Não deveria ser vista ao lado de Nathan. Se as luzes fossem
acesas, a imagem dos dois, lado a lado, não pegaria bem. O que deveria fazer em
seguida, trocar de lugar novamente com Gigi? Foi quando ela teve a ideia de se
levantar para ir ao toilete já que estava nos créditos. Como todo o filme de
super-herói era esperado uma cena no final e provavelmente ninguém levantaria
antes de assisti-la. Essa podia ser a deixa de Stana. Sussurrou no ouvido dele.
- Vou ao toilete. Acho que somente nos veremos
em casa... comporte-se – ela se levantou e seguiu para o banheiro. Enrolou o
quanto podia lá. Algumas mulheres começavam a chegar comentando a cena final
além como o filme. Ótima hora para cair fora sem levantar suspeitas. As pessoas
já se dirigiam para o salão da festa onde todos teriam a chance de conversar,
beber, comer petiscos e claro conseguir conexões em Hollywood. Para Stana,
apenas duas coisas importavam: achar Gigi e ficar de olho no marido, o que
significava na verdade, ficar de olho na Morena.
Ela enviou uma mensagem para a irmã enquanto
rondava o salão procurando por seus alvos no mar de gente. Um garçom passou
oferecendo bebida. Ela escolheu champagne. Nem um sinal de Gigi. Porém, avistou
Ryan com Morena ao seu lado. Falavam com um casal que Stana não reconhecia.
O salão onde estava tinha várias entradas
diferentes pois vinham de diversos corredores das salas de cinema. Era amplo e
por isso tornava-se fácil perder alguém de vista. Pelo menos, a sua inimiga da
noite estava quieta dando entrevistas. O que a lembrou que deveria evitar os
repórteres. Finalmente, viu Nathan conversando com dois caras que não conhecia.
Onde está Gigi? Espera... Jeff também não estava ao lado de Nathan.
- Essa não! – Stana revirou os olhos – era só o
que faltava estar lidando com dois adolescentes. O que esses dois estavam
aprontando? - Ela passou a observar atentamente os cantos do salão, as
aberturas e tudo que não queria era ser surpreendida por outra cena
desagradável aos seus olhos. Dessa vez, para o bem de Stana, eles estavam
vestidos.
Quando cruzou uma das portas que davam acesso
ao salão, ela deu de cara com Gigi e Jeff no maior amasso contra a parede do
canto.
- Gigi! – ele se afastou de supetão sem encarar
a cunhada – meu Deus! Eu trago você para me ajudar a tomar conta do Nathan e o
que fazem? Aliás, vocês dois porque Jeff era para estar colado no seu irmão.
- Relaxa, sis! Jesus, até parece que aconteceu
alguma coisa. Não estávamos fazendo nada de errado. Está tudo sob controle,
não? – com a relutância da irmã em responder, ela insistiu – droga, Stana! Não
tem nada errado, por que esse desespero?
- Eu não sei se está acontecendo algo. Não
estou cuidando dele, estava atrás de você.
- Tudo bem, quer bancar a detetive ou a
stalker, vamos fazer isso - ela deu um rápido beijo em Jeff – vá atrás de seu
irmão antes que essa moça tenha um ataque. E você, vem comigo. Preciso de um
drinque para encarar o papel de babá do Nathan – saiu puxando a irmã a procura
de um garçom. Pegou duas taças de champagne. Quando Stana fez menção de pegar
uma delas de sua mão, Gigi negou – vá pegar a sua própria bebida. Essas são
minhas – Stana revirou os olhos. Focando o salão, Gigi comentou.
- Certo, onde estávamos? Ah, na parte onde
procuramos Nathan e encontramos Morena atracada na cintura dele – o olhar de
Stana fuzilava a irmã.
- Só estava checando se você ainda estava
prestando atenção ao que eu digo. Stana, vamos curtir a noite. Morena está em
outra.
- Fácil para você falar. Ela não quer seu
namorado... falando nisso, já virou namoro mesmo? – Gigi sorriu.
- Sim, acho que sim – o semblante feliz e
sonhador a denunciava.
- Oh, meu Deus! Você está se apaixonando por
ele?
- Não, estou curtindo e... – mas estava
vermelha.
- Mentira! Está vermelha de vergonha! Isso é
bom e... estranho, sis. Imagina quando a mamãe souber, vai dar um nó na cabeça
dela.
- Stana, um problema de cada vez. Nada de
pensar em dona Rada agora. Olhe ali, eles estão se aproximando da Morena. Hum,
parece que vão ter uma conversa entre amigos. Jeff está com ele, não precisa se
preocupar.
- Eu que não confio!
De longe, as duas observavam a interação de
Morena com Nathan e Jeff. Stana visivelmente nervosa.
- Nathan! Agora podemos conversar a vontade –
ela deu um abraço apertado nele e beijou-lhe o rosto. Ainda manteve os braços
segurando os bíceps dele por uns segundos, claro que Stana reparou.
- Você se lembra do meu irmão, Jeff.
- Sim, nos vimos algumas vezes na época de
Firefly. Como vocês estão? Cadê as acompanhantes de vocês? Não me venha com
desculpas, Nathan. Um cara bonitão como você não pode vir sem ninguém a uma
festa. Aliás, os dois. Falando de DNA...
- Eu pretendia trazer alguém, mas um dos caras
da técnica de Castle estava louco para ver o filme. Acabei dando para eles. Não
me importo, Morena. Estou solteiro e muito bem assim. E quanto a você, como
está o bebê?
- Cada dia mais lindo. Ben está curtindo cada
momento. Pai bobo mesmo. E você? Se continuar nessa solteirice nunca vai ter um
filho! Muito me admira que não tenha algum pelo mundo, Nathan. O que você acha,
Jeff? Talvez ele nem saiba!
- Por mais que meu irmão queira um filho, ele é
esperto o bastante para não se deixar apunhalar por golpes.
- Nisso você tem razão. Gostaram do filme?
- Muito! Parabéns! – a conversa entre eles
continuou animada. Morena acabava se empolgando e agia como uma brasileira.
Deixava o lance dos toques, carinhos e risadas expressivas falarem mais alto.
Stana assistia a tudo irritada.
- Olha o jeito dela! Não para de tocar em
Nathan! E para que essa risada escandalosa? Típica de quem quer chamar atenção,
exagerada. Oh, olhem para mim sou poderosa! Oh, posso ficar cercada por homens
bonitos, todos me acham sexy... – ela falava com uma voz irritante, fazendo
pouco da outra mulher totalmente alheia ao fato de que era observada por alguém
em uma crise de ciúmes.
- Stana, menos. Ela não fez nada demais. Você
pode acha-la exagerada, mas você também tem uma risada escandalosa.
- É diferente, não fico me oferecendo para os
outros – nesse instante, ela vê Morena colocar a mão no peito de Nathan rindo.
Um gesto considerado como uma espécie de flerte. Deixou a mão deslizar calmamente
pelo peito dele, mantendo o sorriso e o olhar conectado com o dele – mas o que
ela está pensando? – Gigi a segurou. Não era nada realmente, Morena acabara de
lembrar de um momento deles em Firefly e sem maldade encostou a mão no peito de
Nathan, acabou por agradecer pela chance de trabalhar com ele. Infelizmente,
aos olhos de Stana, o cenário era completamente diferente.
- Olha para isso, Gigi! Como você pode me dizer
que ela não quer algo?
- Porque não quer. Você viu como Nathan se
afasta dela? Pare de pensar demais, de elaborar teorias da conspiração. Nathan
te ama. Morena está em outra, é mãe. Tire essa desconfiança da cabeça. Aposto
que se perguntarmos depois para o Jeff, ele vai confirmar que não era nada.
- Como você pode ter certeza? Eles são irmãos,
sempre foram confidentes. Ele não contaria a verdade para você. Ia falar o que
o irmão dele quiser.
- Não, Jeff me contaria a verdade.
- Que nada! Você está olhando para a situação
com olhos apaixonados. Nem está analisando direito a história.
- Isso não tem relação com sentimento, mas
aparentemente, você faz questão de bancar a insegura quando no fundo é a mulher
mais poderosa de todo esse salão pelo simples fato de estar casada com Nathan
Fillion.
- É isso, preciso arranjar um outro lugar para
Nathan ir ou um outro repórter para entrevista-la – Gigi a segurou pelo braço
impedindo-a de continuar andando.
- Você não vai sair por ai querendo bater na
outra mulher, comporte-se – mas ela se desvencilhou do aperto que a irmã
tentava em vão para exercer algum controle sobre ela. Ao se encaminhar na
direção de onde eles estavam, Stana foi surpreendida por um olhar sagaz de uma
repórter.
- Olha que surpresa, olá Stana. Pode nos
conceder uns minutinhos?
- Tudo bem – ela olhou para Gigi como quem diz,
por favor, não o perca de vista – podemos conversar um pouco – Gigi permaneceu
a seu lado, nada extremamente significante acontecia na conversa dos demais –
mas acho que você deveria dar chance para a rainha da festa, a Morena, não?
- Ah, eu já a entrevistei. Hora dos convidados.
O que a trouxe aqui na première? Fã de quadrinhos como seu co-star Nathan?
- Sim, eu adoro os quadrinhos desde nova, tenho
o maior respeito por Stan Lee e sou fã de carteirinha dele. Eu consegui o
convite através dele.
- Ótimo, então gostou do que viu?
- Muito. Acredito que foi o filme mais
engraçado que já vi em muito tempo. Ryan ficou perfeito de Deadpool – ela
sorria para a repórter, mas disfarçadamente tentava capturar o que acontecia do
outro lado do salão.
- Vamos falar um pouco de Castle? A série
acabou de voltar do hiatus e parece que finalmente Castle e Beckett estão
novamente juntos em segredo. Os fãs estavam bem chateados antes do hiatus, o
que eles podem esperar nessa nova fase?
- Muita diversão. A ideia de juntar os dois em
segredo gera situações interessantes até para os amigos. Eles sentem a perda do
relacionamento. E fazer essa dança... quer dizer, você não sabe o quanto é
difícil manter um segredo. Ainda mais com alguém como Castle, o jeito que
gostam de trabalhar juntos – de repente, Stana percebeu que estava falando de
si mesma. Levou a mão a testa querendo ajeitar o cabelo. A repórter segura sua
mão assustando Stana.
- Que aliança é essa? Você está noiva?
Casou-se? – ao olhar para a própria mão, ela se deu conta da besteira. Tinha
que consertar, droga!
- Não, puxa! Esqueci de tirar a aliança da
Beckett – e deu uma risada por puro nervoso – eu me arrumei no estúdio para
vir. Simplesmente esqueci de tirar, passo tantas horas com ela que as vezes não
noto. Não casei, Beckett casou. E não é a primeira vez que acontece – a
repórter parecia ter comprado a ideia dela, examinando a mão de Stana comentou.
- Parece tão real!
- Essa é a ideia, o pessoal de props, eles são
verdadeiros mágicos.
A conversa com a repórter continuou. Do outro
lado do salão, Morena nota finalmente a presença de Stana na festa.
- Hey, Nathan. Aquela não é sua co-star? Não
sabia que estava por aqui. Vocês vieram juntos?
- Não – ele fingia estar prestando atenção em
Stana com uma certa casualidade – ela me disse hoje durante as filmagens que
vinha, é grande fã de Stan Lee. Até brincou uma vez nas nossas gravações quando
filmamos um episódio sobre super-heróis.
- Você não vai dizer olá para ela?
- Morena, passamos mais de quatorze horas
juntos. Acho que não preciso cumprimenta-la. Deixe-a curtir a noite.
- Ah, mas eu quero falar com ela. Talvez ela possa
me dar algumas informações úteis – nem esperou para o que Nathan tinha a dizer,
saiu andando em direção a Stana. Ele olhou para o irmão e respirou fundo.
- Bro, você sabe que isso pode não terminar
bem. Stana morre de ciúmes de Morena.
- Como você sabe disso? Ah, esquece. Foi a
Gigi. Realmente, ela é uma dama, mas algo na Morena desperta uma pessoa muito
ciumenta nela.
- Algo? Pense mais em você. O problema é o que
você teve com Morena no passado. Vai deixar as duas se falarem ou vai até lá?
Se fosse você colava nelas para evitar problemas – ele sabia que o irmão estava
certo. Stana ainda dava a entrevista, Morena se aproximava.
- Então, você veio junto com Nathan para a
première? Estavam filmando juntos?
- Estávamos trabalhando, mas ele saiu antes de
mim. Sai nas pressas mesmo.
- Olha quem veio se juntar a nós! Olá de novo,
Morena – ela encara a rival.
- Hey, Stana. Não sabia que você era fã de quadrinhos,
Nate me disse. Gostou do filme?
- Muito. Você está ótima de namorada do Deadpool.
O papel caiu bem para você – nas entrelinhas ela queria claramente dizer outra
coisa – deve ter sido fácil de filmar, não?
- Pelo contrário, deu muito trabalho. Aquela
cena com o Ryan então! Sabe a da cama? Não parávamos de rir – Gigi viu a veia
da irmã pular, ela estava ficando irritada e por isso resolveu interceder.
- Oi, sou Gigi. Irmã da Stana. Você trabalhou
muito bem. Muito natural e olha esse corpo! Nem parece que acabou de ter um
bebê a pouco tempo – Stana fitou a irmã fuzilando-a. por que Gigi a elogiava? –
e cadê o pai? Não veio para a festa?
- Sim, ele veio, mas teve que voltar para o
estúdio assim que a exibição do filme terminou. Compromissos, você entende bem
o que é isso, não? Horas e horas de gravações, madrugadas, sempre com a mesma
pessoa. Acho que foi por isso que nós acabamos nos aproximando. Não sei como
você e Nathan não acabaram juntos. Ele é bem difícil de resistir... – ele vinha
chegando nessa hora.
- Ele é ótimo, mas nós somos apenas bons
amigos. Levamos o profissionalismo a sério e o que somos: costars.
- Hey, olha quem está aqui! Espero que não
estejam falando mal de mim.
- É afinal, são suas duas costars preferidas,
embora Stana tenha mais vantagem sobre Morena. Afinal sete anos não são dez
meses – Nathan sentiu a alfinetada da Gigi, sinal de que as coisas não estavam
nada bem. A fim de se passar como o mocinho sem problemas da história, Nathan
foi ao encontro da esposa agindo naturalmente.
- Olá, Stana. Curtindo a première? Afinal esse
assunto é bem mais interessante do que falar do cara que você passa muitas
horas por dia, não? Já conversou com Stan Lee? – sim, ele dera uma gelada
proposital em Morena. Precisava mostrar calma e provar para Stana que não tinha
com que se preocupar. Infelizmente, Morena parecia totalmente alheia ao que
poderia causar entre os dois, não era para menos, não sabia do segredo e do
relacionamento. Simplesmente enroscou seu braço no de Nathan e falou.
- Você é fã de Stan? Ele vai adorar saber.
Quero te perguntar uma coisa, como pode Nathan estar solteiro? Ele está
mentindo para mim, não? Você que convive com ele todos os dias deve saber a
verdade. Quem ele está namorando? Ele não me engana... sei que está – ela
passava a mão no braço dele para cima e para baixo, inclinando a cabeça para
escorar em seu ombro.
- Ele não está. E que interesse você tem nisso?
Pensei que estava com o pai do seu filho ou já cansou? – ela sentiu Gigi
beliscando sua coxa discretamente - Mas se você é tão expert em Nathan, por que
perguntou para mim? Até onde sei está solteiro.
- Não, você está acobertando-o. Eu sei só pela
sua reação. Um homem como esse, sozinho? – Morena segurou o rosto de Nathan com
as mãos, sorriu - é um pecado! Vou ser obrigada a encontrar alguém para ele
nessa festa se você insiste na solteirice.
- Minhas caras amigas, eu não preciso de defesa
nem de namorada. Estou bem. Acreditem.
- Stana, preciso ir ao banheiro, vem comigo? –
perguntou Gigi já puxando a irmã – prometo que depois iremos falar com Stan
Lee.
- E eu preciso de uma bebida – disse Nathan –
com licença, Morena – a repórter olhou para a atriz confusa.
- O que acabou de acontecer aqui?
- Está perguntando para a pessoa errada. Vou
curtir minha festa, com licença.
No banheiro, Gigi se certificou que estavam
sozinhas antes de começar a falar com a irmã.
- O que você estava fazendo? Estava caindo no
jogo dela! E bem na frente da repórter! Se Nathan e eu não tivéssemos quebrado
a conversa, eu nem sei o que ia acontecer. Por que você se deixou atingir, sis?
- O que você queria? Sou de carne e osso, não
de pedra. Meu sangue ferveu. Eu disse que ela não é confiável. Quer arranjar
alguém... ela quer agarra-lo, isso sim!
- O que ela quer não importa. Você viu que ele
não está nem um pouco interessado.
- Ela estava se esfregando nele, Gigi. Eu
pensei que ela ia beija-lo!
- Ela não ia fazer nada disso. Era sua
imaginação, sua raiva falando mais alto. Pare de besteira.
- E como fui esquecer a aliança? Eu cometi um
grande erro... e se aquela repórter quiser pode criar a maior polêmica diante
disso....oh, Deus! O que foi que eu fiz? Não! Independente do Nathan não ter
feito nada, mas ele continuou conversando, ele deixou aquela mulher invadir seu
espaço, não podia ter feito isso. Estou com muita raiva e quer saber? Quero ir
embora, preciso ficar longe disso tudo.
- Tem certeza? Vai deixa-lo sozinho com ela?
- Gigi! Você deveria me ajudar! Não disse que
ele está se comportando? Oh meu Deus! Você mudou de opinião! Agora não posso ir
embora só que não suporto mais ficar vendo essas ceninhas dela – ela gritou, o
rosto muito vermelho. Baixou a cabeça e procurou se acalmar. Gigi acariciava as
costas dela falando baixinho para que ela se mantivesse calma. Aos poucos, ela
foi cedendo. Gigi resolveu que era melhor irem embora. Antes decidiu que Stana
precisava de uma taça de vinho para ajudá-la a relaxar.
Deixaram o banheiro rumo ao bar. Gigi pediu
duas taças de vinho branco. Colocou a irmã sentada em uma cadeira próxima ao
bar. Olhava o movimento. Nem sinal de Nathan e também não conseguia ver Morena.
Resolveu ficar calada. A última coisa que queria era ver a irmã pensado
besteira. Seu cunhado deveria estar em algum lugar com o irmão. Talvez
estivesse ido para casa.
Alguns minutos depois, ela o viu. Estava
próximo a repórter. Pelo menos estava sozinho.
A repórter aproveitou-se da chance para
questiona-lo.
- Nathan, posso fazer uma pergunta a você?
- Quer me entrevistar?
- Não, é mais uma curiosidade... – ele achou a
colocação da repórter estranha e esperava que não fosse perguntar sobre o seu
passado com Morena.
- Tudo bem.
- Você trabalha com Stana. Por um acaso, você
sabe dizer se ela está noiva ou casada? – ele franziu o cenho diante da
pergunta, de onde viera isso? – ah, desculpa. Vejo que achou estranho. Deixa eu
explicar. Ela está usando uma aliança, mas jurou que é da personagem. Está
solteira – ouvindo isso, ele sentiu um alívio e começou a rir.
- Ela fez isso de novo? Stana é muito avoada.
Ela já esqueceu de tirar a aliança da Beckett muitas vezes. E respondendo sua
pergunta, ela está solteira. Trabalho com ela todos os dias, vai ter que
confiar na minha palavra – riu novamente – não acredito que ela está com o prop
da série. É desligada mesmo! Pode me dar licença, vou ao toilete – Nathan saiu
de fininho indo em direção aos banheiros. Gigi sentiu um alívio. Talvez fosse a
melhor hora para cair fora daquele lugar. Já tiveram muitas emoções por uma
noite e algo lhe dizia que a irmã e o cunhado ainda iriam conversar e muito
naquela noite.
Stana terminou o vinho, quando Gigi virou-se
para chamar a irmã, perdeu a chance de ver Morena seguindo na direção dos
banheiros. Elas caminhavam para a saída juntas quando presenciaram uma cena
indesejada. Nathan vinha saindo do banheiro e Morena o puxou. Elas escutaram o
que a atriz falava.
- Nate, agora estamos apenas os dois aqui. Confessa,
quem você está pegando? Eu sei que tem alguém.
- Para com isso, eu já disse que estou sozinho.
- Não está, não. Se estivesse eu poderia fazer
isso – ela puxou-o pela camisa tentando beija-lo, por reflexo os lábios
meramente se encostaram pois Nathan a afastou – está vendo? Você nunca
rejeitaria um beijo ou um amasso comigo. Quem roubou seu coração?
- O que você pensa que está fazendo? Não gostei
da brincadeira – ele estava sério. Stana quase pula para alcançar o corredor
onde estavam, porém Gigi a puxou rumo a saída.
- E nossa! O lance é sério. Você está bravo.
- Brincadeira de muito mal gosto, Morena. Não
pense que por ser minha amiga pode abusar da intimidade. Eu vou embora.
Parabéns, o filme está muito bom. Com licença...
- Hey, Nathan! Volta aqui... só estava
brincando... – ele sequer olhou para trás. Gigi apressou o passo para tirar a
irmã dali o quanto antes. A pior coisa que poderia acontecer era os dois
ficarem frente a frente porque não conseguiriam evitar uma confrontação para o
bem ou para o mal.
Gigi colocou a irmã no banco do carona. Ela
tomou o volante. Ao ligar o carro, viu as lágrimas escorrerem pelo rosto de
Stana.
- Vou te levar para casa, sis – seria uma longa
noite.
Continua....
3 comentários:
pleaseee não me faça esperar pelo próximo capítulo!!!! to mega curi, precisando do próximo!!! Ps: não ligo para cap grande, quanto maior melhor hahaha
Ela ouviu a conversa toda, certo? Espero que compreenda. Quero vê o Nathan acalmar a fera.
Pra começo de conversa "Não tenho vocação para Amélia. "Pô até aqui esse nome tá me perseguindo. Gigi poderia ter citado outro nome. Mas ok?! Deixa Ameba pra lá! Hahahaha
Menina,STANA SUA LOKA... NÃO DEIXA BARATO NÃO!!!!
Sinto que se não fosse Gigi a coisa ia pegar fogo,essa morena é super desnecessária na boa?! Nathan tá bem ferrado pq a mulher não tá pra conversa civilizada não. Corre que dá tempo!!!!
Postar um comentário