sábado, 12 de março de 2016

[Stanathan] Kiss and Don´t Tell - Cap.66



Nota da Autora: Chegou a hora de sacudir um pouco essa paz toda, começando uma sessão angst-ciumes interessante. Mais nos próximos capítulos... e um pouco mais de Giff para vocês! Mordo e assopro hahaha! Esse capítulo ficou bem grandinho. Enjoy! 



Cap.66   


Os dias seguintes trataram de pura rotina. Os efeitos das injeções cessaram ou pelo menos, normalizaram-se. O que era uma pena na opinião de Nathan. A médica disse que não iriam durar para sempre, porém não desapareceriam por completo. Tudo dependeria do estado de espirito dela. Essa foi a explicação que Stana lhe dera após uma nova consulta com a médica. O tratamento estava caminhando bem.

As filmagens tomavam praticamente todo o seu tempo. Chegavam cedo ao estúdio e saiam bem tarde, nas primeiras horas da madrugada. Especialmente em locações onde eram filmadas as cenas noturnas. Stana já tinha enrolado Dona Rada o suficiente. Fazia mais de uma semana que falara com a mãe e prometera uma resposta. Em um dos intervalos, ela decidiu que não adiantava mais adiar o óbvio. Em seu trailer, pegou o celular e discou.

- Oi, mãe. É a Stana.

- Eu sei que é você, filha. Finalmente se lembrou que tem mãe? Você está me devendo uma resposta.

- Eu sei, por isso estou ligando. Eu disse que as coisas estavam agitadas nesse começo de mês. De qualquer forma, eu falei com meus produtores e a melhor data para que eu possa cumprir meu cronograma e dar um pouco de atenção a você é mesmo no início de março. Falei com a Gigi também. Tudo estará pronto para recebe-la, mãe. Vai ficar conosco na minha casa, certo?

- Sim, essa era a ideia desde o início. Claro que vou passar uns dias com a minha neta também, podemos ficar todas juntas na verdade.

- Por mim não há problema, mas e quanto ao Marko? Ele pode se sentir excluído. A senhora pode passar uns dias com ele.

- Podemos ver isso depois. Estou assumindo que a visita ao set também está garantida.

- Claro. Não se preocupe. Quer que eu olhe passagem aérea?

- Não precisa. Teodor vai fazer isso para mim, acredite. Avisarei a data correta assim que confirmar. Não vejo a hora de estar passando um tempo ao lado das minhas garotas.

- Também iremos adorar tê-la por aqui, mãe. Um beijo.

- Beijo, filha. Volim te.

- Volim te – ao desligar, Stana suspirou. Seriam duas longas semanas.

Mais tarde na volta para casa, ela comenta com Nathan que ligara para a mãe e acertara a visita. Esperava apenas pela data da passagem. Novamente, ele disse para que não perdesse o sono com isso. Enquanto ela e Nathan tinham seus dias longos e cansativos, muitas vezes nem se vendo ou conversando antes de dormir apropriadamente, outro casal parecia estar aproveitando ao máximo a oportunidade juntos. Jeff já estava oficialmente em Los Angeles e passava boa parte do tempo com Gigi. Agora que já tinha uma residência própria, eles revezavam as noites.

Gigi estava na cozinha de seu namorado ajudando a colocar a mesa do jantar quando Jeff comentou.

- Devíamos convidar nossos irmãos para jantarem aqui algum dia. Retribuir o que fizeram, é educado e além do mais sua irmã falou que deveríamos desempatar os momentos estranhos. O que acha?

- Você vai cozinhar para eles? Não conte comigo, ao contrário da minha irmã, eu sou péssima quando o assunto é dotes culinários. Casa, comida e roupa lavada não são meu departamento. Não tenho vocação para Amélia – se aproximando dela, Jeff ria e enlaçou a cintura. Após beija-la, respondeu.

- Não se preocupe, eu faço o jantar. Vai ser bom, sempre que vinha a Los Angeles, Nate me tratava super bem, agora posso retribuir a gentileza.

- Falando em gentileza, que tal você fazer gentilezas para mim? Podemos sair dessa cozinha e ir para um cômodo mais interessante?

- O que há de errado com a cozinha? Posso praticar gentilezas tranquilamente aqui – ele já começava a deslizar os lábios pelo pescoço dela. 

- Nada errado, só não estou curtindo esse lugar hoje.

- Você curtiu ontem... duas vezes...

- Tá vendo? Não podemos ser repetitivos. A única exceção é o quarto, por motivos óbvios. Falando nele... – Gigi saiu puxando Jeff pela mão rumo a suíte principal. Ao chegar no local, ele rapidamente tirou suas roupas jogando-a na cama.

- Hora de gentilezas, Gigi... – e com o peso sobre o corpo dela, eles fizeram amor. Mais tarde, já devidamente acomodados para dormir, ela sente a necessidade de conversar sobre o assunto que incomodara a irmã.

- Jeff, está dormindo?

- Estou....

- Mentiroso – ela beliscou o braço dele fazendo-o gritar reclamando – você e Nathan são confidentes, não? Desde meninos como eu e Stana, certo?

- Sim, somos. Irmãos e melhores amigos. Por que?

- Tem um assunto incomodando minha irmã e apesar de eu achar que é exagero dela, não consigo ficar sem aquela pulga atrás da orelha, talvez eu não queira concordar com ela, mas o assunto é coisa do passado.

- Se é passado, por que se preocupar? Foi algo que Nathan fez? Por isso perguntou se sou seu confidente? Quer saber se eu lhe diria a verdade sobre o passado do meu irmão? Gigi, isso não deveria ser assunto nosso. Se Stana tem uma dúvida deveria perguntar diretamente ao marido.

- Não é uma dúvida, é mais um desconforto. Se eu lhe perguntar, será honesto comigo? – ela o fitou, o semblante parecia calmo, mas sério.

- Nem sei do que você está falando...

- Saberá, mas será honesto?

- Você está prestes a me colocar em uma situação desconfortável, posso prever, tudo bem. Serei honesto, isso se souber responder o que você quer saber.

- Na época de Firefly, Nathan e Morena tiveram algo, eles namoraram?

- Ah, estou começando a entender o que está acontecendo com Stana. A première de Deadpool, o reencontro, o fato que ela nos deu os convites inclusive para as acompanhantes. Como eu disse, ela deveria perguntar para Nate.

- Isso quer dizer que você não vai me responder, portanto posso concluir que eles tiveram algum rolo. E você dizendo que iria ser honesto.

- Hey, eu não terminei. Apenas disse que ela deveria perguntar a ele, para tirar essa besteira da cabeça. Nathan e Morena trocaram beijos, amassos, uma breve relação se é que posso chamar assim. De qualquer modo, ela casou, se divorciou e segundo as últimas notícias, ela teve seu segundo filho com o cara de Gotham. Não sei porque Stana se preocupa com ela.

- Nunca viu mulher com ciúmes, Jeff? Olha a história por trás de Firefly. Nathan ama a série até hoje. Adoraria trabalhar nela outra vez. Ele e Morena são bons amigos, tem histórias de bastidores, ele ficou nu em cena, junte tudo isso e o fato da história lembrar um pouco a deles e me diga se o receio não poderia existir.

- Tudo bem, a dúvida eu entendo. Mas Nate é louco pela sua irmã. Não tem motivo algum para Morena servir de preocupação. Acredite, eu lembro de todos os relacionamentos do meu irmão e posso falar sem qualquer dúvida. Ele nunca amou ninguém como ama Stana.

- Eu agradeço pela honestidade, também concordo que Nathan ama minha irmã demais. Só que você não pode pedir a alguém que ama para não ter ciúmes do amado. A reação de Stana é compreensível. Porém, eu vou cuidar para que ela se segure na première. Falta menos de uma semana. Três dias para ser mais exata.

- Você é igual a sua irmã? Sente ciúmes? – Jeff estava curioso para saber afinal eles estavam nessa brincadeira de ficar já fazia algum tempo e não poderia negar que se apaixonara pelo jeito de Gigi, pelo corpo, ah! Ele estava apaixonado, sim! Contudo, não sabia se Gigi tinha o mesmo sentimento ou se ela ainda estava na fase de curtição. 

- Depende. Isso é muito relativo. O relacionamento acaba trazendo um pouco desse tempero de vez em quando.

- Então, você pode ter ciúmes de mim...

- Não sei, podemos classificar o que temos como um relacionamento?

- Me diga você, passamos todas as noites juntos. Jantamos e fazemos sexo quase todas as noites, mais de uma vez alguns dias, rimos um do outro e atualmente desde que passei a morar na mesma cidade que você, dividimos a cama todas as noites para dormir. Se isso não é um relacionamento...

- Hum... soa mais como amizade colorida, não? – ela sorria com uma cara marota para Jeff.

- Gigi...

- Sim, seu bobo. Acho que podemos classificar isso como um relacionamento.

- Foi o que pensei – ele segurou o queixo dela e deu-lhe um beijo apaixonado. Ela retribuiu o carinho e aconchegou-se em seus braços para dormir.

Era véspera da première de Deadpool. Stana acabara de chegar em casa. Encontrou Nathan na cozinha.

- O que você está fazendo aí? Não viu minha mensagem? Disse que ia cozinhar para nós. Pensei que ia sair mais tarde do estúdio.

- Sim, mas acabamos as cenas antes do previsto e como os rapazes da técnica não tinha o cenário da próxima sequencia completamente pronto, fomos dispensados. Toks é muito fácil de se trabalhar.

- Que seja... – ela retrucou, ele riu.

- Você realmente não gosta dela, não?

- Não é questão de gostar. Acho que ela só não tem o mesmo apreço pelo show que eu tenho, para mim é indiferente. Você não me respondeu. O que está fazendo? – agora ela já se encontrava ao lado dele sorrateiramente deslizando a mão pelas costas até se aconchegar calmamente no bolso da calça tocando o bumbum. Beijou-lhe o ombro.

- Apenas lavando umas verduras. Você vai fazer salada?

- Vou. Mas quero fazer uns steaks e um creme de brócolis com bastante queijo provolone.

- Creme de brócolis, parece comida de doente.

- Deixa de ser bobo, você vai adorar meu creme. Anne gosta. E o molho que irei preparar para a carne também é especial.

- Por que esse tratamento vip, hum?

- Não posso querer cozinhar para você? Acho que merecemos um jantar normal, sem comida processada ou comprada. Temos trabalhado tanto esses últimos dias que não conseguimos nem desfrutar de um tempo juntos. Pode me servir de vinho? Vou trocar de roupa e já volto. Gosto de cozinhar bebendo. Você não precisa ficar aqui me ajudando – ela o beijou carinhosamente.

Cinco minutos depois, Stana volta para a cozinha. Nathan adorava o fato da esposa querer cozinhar para ele, curtirem um momento a dois, mas sabia que todo esse momento tinha uma explicação. Ela devia estar encucada com a festa de amanhã. Certamente estava maquinando como lidaria com a distância na festa, o fato dele poder interagir como se ela não estivesse de verdade ali e Morena, claro. Nathan não era bobo, Stana tinha o pé atrás com a sua amiga. Não seria a primeira vez que ela demostraria ciúmes, acontecera no passado antes mesmo deles namorarem. Se fosse abordar o assunto teria que ser com cautela.

Ele esqueceu por algum tempo toda a história e focou em apreciar o que ela fazia na cozinha. Decidiu que a cena pedia música. Do seu iphone escolheu uma seleção de jazz e o som invadiu o ambiente.

- Hum, ótima escolha. Você não vai beber? Aproveite e me sirva um pouco mais – ele não apenas serviu como também aproveitou para dar um amasso nela, Stana gostava quando ele fazia essas coisas. Nathan sabia como tratar uma mulher. Ele se afastou e deixou-a trabalhar. Meia hora depois, estavam sentados à mesa saboreando o jantar.

- Está uma delícia. Se você tivesse me dito que o creme de brócolis levava bacon, não tinha torcido o nariz.

- E estragar a surpresa? – ela tomou outro gole de vinho após uma nova garfada – amor, precisamos conversar sobre amanhã. Como iremos para a première, nossas histórias tanto na festa como para o pessoal do estúdio porque teremos que sair cedo. Não podemos dar bandeira. Você já combinou com Jeff como quer fazer?

- Não, pensei em apenas marcar a hora com ele. Teremos que ir em carros separados. Você e Gigi, ele e eu. Quanto a desculpa, não preciso de uma, todos sabem que sou amigo de Morena e também de Ryan, estar na première é meio óbvio para mim. Já você, pensei que poderia dizer que sua agência lhe conseguiu os ingressos porque você é fã de Stan Lee e já teve a oportunidade de falar com ele muitas vezes. Ninguém precisa saber se é inteiramente verdade e você é fã dele.

- Acha que é suficiente?

- Para o que precisamos? Sim.

- E se perguntarem se chegamos juntos na sessão ou se sabíamos da ida um do outro? Esses repórteres vão certamente perguntar. Acho que posso dizer que comentamos que iriamos. Ambos somos fãs de quadrinhos.

- Só que isso não vai colar com a Morena. Talvez para ela diga que soube no dia mesmo quando estávamos filmando que você iria. Não quero que ela pense que dei o meu convite para você, entende? Ela espera que eu leve alguém.

- E qual é o problema se você não levar? Por acaso ela vai te cobrar o convite de volta? – o tom da voz de Stana mudara, ele reparara quanto o assunto mexia com os nervos dela. Ciúmes, mas por que?

- Não é nada disso. Direi que um dos rapazes da equipe técnica queria muito vir e ele sempre me ajuda, por isso decidir dar para ele.

- E se ela perguntar quem é ele?

- Ela não fará isso, além do mais, Morena é uma das estrelas da festa, não terá tempo para ficar papeando com as pessoas, tem obrigações a cumprir.  

- Você parece saber bastante como a festa irá acontecer... tem razão, ela terá assuntos mais interessantes para conversar. Preciso achar um vestido, não sei que roupa eu vou usar...

- Não é um baile de gala. Hey... – ele esticou a mão para toca-la – você já pode parar com esse ciúme bobo. Morena é uma amiga do passado. Você é minha esposa, Staninha. Relaxe e curta a festa. Prometo que somente terei olhos para você.

- Não é você que me preocupa, Nate. É ela, vocês têm uma história. Não sou feita de gelo, posso ter ciúmes. E você não poderá ficar me seguindo com os olhos senão irá dar bandeira. Temos um segredo a zelar.

- Ah, certo... o segredo sobre sermos casados... – ele olhava para Stana com uma cara safada, queria tirar a ruga de preocupação da testa dela – e se não me falha a memória, uma das obrigações do casamento não é fazer amor? Estamos atrasados nesse quesito, faz o que, uns três dias que a gente não brinca um pouco?

- Você anda contando, Nate? – ela se levantou e sentou-se no colo dele.

- Não, mas sei que estamos trabalhando muito.

- Faz três dias e quatorze horas aproximadamente. Vamos acabar com esse problema antes ou depois da sobremesa? – Stana mordicava o lóbulo da orelha dele enquanto uma das mãos invadia a camisa acariciando-lhe o peito.

- Quem precisa de sobremesa com você? – ela se levantou e saiu correndo subindo as escadas. Nathan foi atrás dela.

Dia da Premiere de Deadpool

Durante todo o dia que antecedera o evento, Stana e Nathan agiam de maneira diferente lidando com a situação como lhe parecia melhor. Ele estava eufórico e curioso para ver o resultado do filme, conversava empolgado com o pessoal da técnica sempre que podia. Ela remoía sozinha suas dúvidas sobre o que esperar da noite. Claro que queria ver o filme, também tinha curiosidade, porém o que lhe incomodava era como iria se comportar diante do possível encontro de Nathan com Morena.

Assim que teve um intervalo, Stana ligou para a irmã. Queria combinar as coisas para mais tarde. Gigi ouviu tudo o que sugerira e acabou fazendo a pergunta que realmente interessava.

- Sis, você está bem? Não pretende fazer nenhuma besteira nesse evento, certo?

- Gigi, não sou barraqueira. Por que você está pensando assim de mim? Eu vou ficar de olho, só isso e você vai me ajudar.

- Stana, acho que você está exagerando. Não é tudo isso, sei que você está com ciúmes, somente não faz sentido. Nathan ama você. Morena não significa nada perto do que você é. Deveria apenas pensar em se divertir.

- Estou feliz que esteja indo comigo. Preciso de uma pessoa para me manter racional.

- Estarei lá, sis. Não se preocupe. Você verá que nada irá acontecer. Te vejo mais tarde.

Ao voltar para as gravações, Nathan atuou o pequeno joguinho deles. Conforme suspeitaram, ninguém desconfiou da coincidência. Os dois foram muito convincentes. Deixaram o estúdio praticamente juntos, Gigi e Jeff chegaram na hora combinada na casa de Nathan. Ele estava pronto esperando por Stana. Gigi aproveitou que a irmã não estava presente para conversar com o cunhado.

- Como ela está? Parece agitada? – Nathan quis fazer cara de desentendido, mas Gigi não ia cair na dele – ah, por favor, você sabe do que estou falando.

- Ela está preocupada, já disse que não tem motivo para isso, Gigi.

- Sei que não, mas tente entender um pouco o lado dela. Não é como se ela pudesse aparecer ao seu lado e mostrar que você está comprometido. Ciúme é bom, ela confia em você. É Morena que a perturba. Deixe comigo, tentarei fazê-la relaxar.

- Agradeço por isso. Mas continuo sem entender porque Stana se sente tão ameaçada por Morena.

- Não se trata de beleza ou sex appeal, trata-se de história e importância.

- Ninguém é mais importante que Stana para mim, Gigi...

- Mulheres, bro. Elas não conseguem esquecer umas às outras. Nem tente entender, parece loucura e – levou um beliscão de Gigi – ouch! – Nathan riu da atitude da cunhada.  

- Veja como fala da minha irmã! E de mim também.

- Oh, alguém acaba de se meter em encrenca... – Nathan implicou com o irmão. Gigi ia completar algo, mas Stana vinha descendo as escadas – vocês já estão nesse nível de relacionamento? No qual ela agride você? Nossa! Foi bem rápido.

- Do que vocês estão falando? – Stana perguntou.

- Sua irmã já está usando violência doméstica com Jeff.

- Ele deve ter merecido – olhando para Nathan como quem diz, mais um comentário e você pode ser o próximo. Sabiamente, ele se aproximou dela beijando-lhe os lábios.

- Você está linda, amor.

- Cara! Ele sempre foi o mais inteligente da família... – todos riram do comentário de Jeff – melhor irmos andando, não quero perder nenhum segundo desse filme – eles dirigiram-se para a garagem. Cada dupla em seu respectivo carro, antes de entrar Nathan voltou-se para Stana encostando-a contra a lataria roubando-lhe um beijo apaixonado capaz de lhe deixar sorrindo ao se afastar.

- Comporte-se, Staninha e espere pela nossa comemoração mais tarde.

- Acho que eu deveria estar dizendo essa frase para você.

- Tudo bem, pombinhos. Chega que estou começando a ficar enjoada com tanto açúcar. Vamos, sis! Quero ver o Ryan Reynolds chegando – e saiu puxando a irmã pelo braço.

Durante a trajetória para o complexo do AMC, Gigi observava a irmã. Ela estava agitada, nervosa. Não trocaram uma palavra até que Stana estacionasse o carro. Antes de saírem, ela decidiu que deveria dar uns conselhos para acalmar a irmã.

- Stana, olhe para mim – ela segurava o braço da irmã forçando-a a obedece-la – estamos aqui para nos divertir. Não acontecerá nada de mais, você ouviu as palavras de seu marido. Tire essa ruga feia da sua testa. Se quer roubar a cena, precisa ter mais confiança em si mesma. Cadê a mulher destemida que lutou tanto para ser atriz, enfrenta longas horas de trabalho e casou-se escondido com o homem que ama? Seja essa mulher hoje à noite. Seja superior. Mesmo que não precise, mostre a que veio, concentre-se no que é importante. Divertir-se com histórias em quadrinhos.

- Ah, Gigi. Não sei o que faria sem você para me apoiar. Claro que não é fácil, falar não é o mesmo que se comportar. Mesmo assim, obrigada. Vamos tentar nos divertir.

Ao entrar no teatro, vários fotógrafos já viraram suas lentes para capturar a beleza da mulher que simplesmente se destacava de qualquer outra pessoa naquele lugar. A altura de Stana também ajudava, além dos saltos altos que usava. Independente disso, sempre chamava atenção. O sorriso de Gigi não podia ser maior. Segurando a bolsa e o celular da irmã, ela a deixou brilhar no tapete vermelho da première. Nesse momento, os repórteres estavam proibidos de fazer entrevistas porque o estúdio queria iniciar a projeção do filme na hora marcada. Eles teriam sua chance depois que a sessão acabasse.

O celular de Stana vibrou nas mãos de Gigi. Era uma mensagem do Nathan avisando que acabara de chegar. Felizmente, Stana já tinha deixado o tapete vermelho e seguia para a entrada da sala. Gigi respondeu a mensagem “estamos entrando na sala de exibição agora”. Foi ao encontro da irmã.

- Nathan acabou de chegar – mostrou o celular – vamos entrando, quanto mais tempo as pessoas levarem para perceber que ambos estão aqui, melhor para vocês. Terão que enfrentar os repórteres de qualquer forma.

- Tudo bem – elas entraram na sala. Gigi percebeu que o olhar da irmã percorria cada centímetro do local em busca de ninguém menos que Morena – lá está o Ryan, vou falar com ele.

- Sis, eu sei que você está procurando por Morena. Não precisa fingir, seus olhos não param quietos. Quer saber onde ela está, olhe a duas horas. De vermelho – Stana virou o pescoço e se deparou com a suposta inimiga. Suspirou. Ela parecia bem – ela está bonita para quem acabou de ter um bebê.

- Como assim?

- Ela teve bebê em setembro. Filho dela e do seu costar em Gotham.

- Você parece saber muito sobre ela, Gigi.

- Conversei um pouco com Jeff, ele me contou sobre a história de Nathan com ela. Como já havia dito antes, não há nada com que se preocupar. Passado é passado. Ela está em outra, feliz. Você não precisa se preocupar. Ela não passa de uma amiga que trabalhou um dia com ele.

- Você vai querer me enganar com essa história? Sei que ela e Nathan tiveram um caso. Não precisa me privar de detalhes.

- Sim, eles ficaram um tempo juntos. Se agarraram, transaram e daí? Acabou. Ela teve um bebê recentemente. Isso não é relevante? Nem vou mencionar o fato de que ele está casado com você. Sera que podemos assistir ao filme em paz? – Stana suspirou – olha, os rapazes chegaram. Não se vire para não dar bandeira. Deixa que eu faço isso para você – Gigi viu quando ambos desciam as escadas em direção onde Morena estava.

- Ele está indo na direção dela, não? Posso ver na sua cara.

- Está. Nossa, sis, nossos homens são muito lindos.

- Gigi, pode focar no que está acontecendo, por favor. Ele está falando com ela? Conte.

- Sim, eles estão se cumprimentando. Um beijo no rosto, nada de mais, estão rindo.

- Não consigo. Preciso ver o que está acontecendo – Stana virou-se para observa-los. Viu que conversavam animadamente, também percebeu a forma como Morena eventualmente tocava em Nathan. O que há de errado com ela? Por que não para de tocar nele? Para a sanidade de Stana, a conversa foi breve. Talvez devido ao pouco tempo que faltava para o filme começar. Acabaram de anunciar que faltava cinco minutos.

Ela não sabia qual era o plano que Nathan tinha durante a sessão, portanto assim que o viu se afastar de Morena, ela voltou sua atenção para a irmã. De repente, as luzes diminuíram indicando que a sessão iria começar a qualquer momento. As pessoas começaram a procurar seus lugares e organizarem-se para apreciar o filme. Stana perdeu Nathan de vista. No escuro, ficaria bem difícil de saber onde ele sentara. Pelo menos, sabia que não seria ao lado de Morena. Os artistas tinham lugares reservado para eles. O jeito era relaxar e curtir as duas horas de diversão. O diretor falou por cinco minutos sobre o filme e agradecendo a todos que trabalharam no projeto antes de deseja uma ótima sessão a todos. Gigi cutucou a irmã. Ela não percebeu na primeira vez, então apertou-lhe o braço.

- Ouch! O que está fazendo? – sussurrou para Gigi.

- Será que pode trocar de lugar comigo?

- Por que? A sua vista está ótima.

- Troque de lugar e não discuta! – Stana revirou os olhos e trocou de cadeira com ela. Sentiu uma mão em sua perna e deu um pulo com o susto. Ao olhar para o lado, viu que Nathan sorria.

- Olá, Staninha. Quer pipoca?

- Nate, podemos ser vistos juntos! – ela sussurrou – está maluco?

- Nessa escuridão? Duvido! Eu disse que íamos dividir a pipoca. Olhe para sua irmã, ela parece estar bem à vontade para ver o filme – Gigi estava com a cabeça encostada no ombro de Jeff, segurava sua mão – veja o filme e coma a pipoca – ele colocou a mão sobre a coxa dela. Stana não sabia explicar o que acontecera, porém ela de fato ficou mais calma e começou a relaxar. Na metade do filme, estava enroscada no braço de Nathan. Quando se lembrava de onde estava, voltava a sentar-se ereta, o que era besteira já que minutos depois acabava retornando a mesma posição de antes.

O filme rendera boas risadas, aplausos e muitos momentos interessantes. Era de longe um dos melhores que eles assistiram em um bom tempo. E de certa forma, um marco no relacionamento deles. Afinal, com o segredo, esse tipo de programa era luxo para os dois. Quando as letras começaram a subir na tela, Stana afastou-se de Nathan. Não sabia ao certo o que faria em seguida. Não deveria ser vista ao lado de Nathan. Se as luzes fossem acesas, a imagem dos dois, lado a lado, não pegaria bem. O que deveria fazer em seguida, trocar de lugar novamente com Gigi? Foi quando ela teve a ideia de se levantar para ir ao toilete já que estava nos créditos. Como todo o filme de super-herói era esperado uma cena no final e provavelmente ninguém levantaria antes de assisti-la. Essa podia ser a deixa de Stana. Sussurrou no ouvido dele.

- Vou ao toilete. Acho que somente nos veremos em casa... comporte-se – ela se levantou e seguiu para o banheiro. Enrolou o quanto podia lá. Algumas mulheres começavam a chegar comentando a cena final além como o filme. Ótima hora para cair fora sem levantar suspeitas. As pessoas já se dirigiam para o salão da festa onde todos teriam a chance de conversar, beber, comer petiscos e claro conseguir conexões em Hollywood. Para Stana, apenas duas coisas importavam: achar Gigi e ficar de olho no marido, o que significava na verdade, ficar de olho na Morena.

Ela enviou uma mensagem para a irmã enquanto rondava o salão procurando por seus alvos no mar de gente. Um garçom passou oferecendo bebida. Ela escolheu champagne. Nem um sinal de Gigi. Porém, avistou Ryan com Morena ao seu lado. Falavam com um casal que Stana não reconhecia.

O salão onde estava tinha várias entradas diferentes pois vinham de diversos corredores das salas de cinema. Era amplo e por isso tornava-se fácil perder alguém de vista. Pelo menos, a sua inimiga da noite estava quieta dando entrevistas. O que a lembrou que deveria evitar os repórteres. Finalmente, viu Nathan conversando com dois caras que não conhecia. Onde está Gigi? Espera... Jeff também não estava ao lado de Nathan.

- Essa não! – Stana revirou os olhos – era só o que faltava estar lidando com dois adolescentes. O que esses dois estavam aprontando? - Ela passou a observar atentamente os cantos do salão, as aberturas e tudo que não queria era ser surpreendida por outra cena desagradável aos seus olhos. Dessa vez, para o bem de Stana, eles estavam vestidos.

Quando cruzou uma das portas que davam acesso ao salão, ela deu de cara com Gigi e Jeff no maior amasso contra a parede do canto.

- Gigi! – ele se afastou de supetão sem encarar a cunhada – meu Deus! Eu trago você para me ajudar a tomar conta do Nathan e o que fazem? Aliás, vocês dois porque Jeff era para estar colado no seu irmão.

- Relaxa, sis! Jesus, até parece que aconteceu alguma coisa. Não estávamos fazendo nada de errado. Está tudo sob controle, não? – com a relutância da irmã em responder, ela insistiu – droga, Stana! Não tem nada errado, por que esse desespero?

- Eu não sei se está acontecendo algo. Não estou cuidando dele, estava atrás de você.

- Tudo bem, quer bancar a detetive ou a stalker, vamos fazer isso - ela deu um rápido beijo em Jeff – vá atrás de seu irmão antes que essa moça tenha um ataque. E você, vem comigo. Preciso de um drinque para encarar o papel de babá do Nathan – saiu puxando a irmã a procura de um garçom. Pegou duas taças de champagne. Quando Stana fez menção de pegar uma delas de sua mão, Gigi negou – vá pegar a sua própria bebida. Essas são minhas – Stana revirou os olhos. Focando o salão, Gigi comentou.

- Certo, onde estávamos? Ah, na parte onde procuramos Nathan e encontramos Morena atracada na cintura dele – o olhar de Stana fuzilava a irmã.

- Só estava checando se você ainda estava prestando atenção ao que eu digo. Stana, vamos curtir a noite. Morena está em outra.

- Fácil para você falar. Ela não quer seu namorado... falando nisso, já virou namoro mesmo? – Gigi sorriu.

- Sim, acho que sim – o semblante feliz e sonhador a denunciava.

- Oh, meu Deus! Você está se apaixonando por ele?

- Não, estou curtindo e... – mas estava vermelha.

- Mentira! Está vermelha de vergonha! Isso é bom e... estranho, sis. Imagina quando a mamãe souber, vai dar um nó na cabeça dela.

- Stana, um problema de cada vez. Nada de pensar em dona Rada agora. Olhe ali, eles estão se aproximando da Morena. Hum, parece que vão ter uma conversa entre amigos. Jeff está com ele, não precisa se preocupar.

- Eu que não confio!

De longe, as duas observavam a interação de Morena com Nathan e Jeff. Stana visivelmente nervosa.

- Nathan! Agora podemos conversar a vontade – ela deu um abraço apertado nele e beijou-lhe o rosto. Ainda manteve os braços segurando os bíceps dele por uns segundos, claro que Stana reparou.

- Você se lembra do meu irmão, Jeff.

- Sim, nos vimos algumas vezes na época de Firefly. Como vocês estão? Cadê as acompanhantes de vocês? Não me venha com desculpas, Nathan. Um cara bonitão como você não pode vir sem ninguém a uma festa. Aliás, os dois. Falando de DNA...

- Eu pretendia trazer alguém, mas um dos caras da técnica de Castle estava louco para ver o filme. Acabei dando para eles. Não me importo, Morena. Estou solteiro e muito bem assim. E quanto a você, como está o bebê?

- Cada dia mais lindo. Ben está curtindo cada momento. Pai bobo mesmo. E você? Se continuar nessa solteirice nunca vai ter um filho! Muito me admira que não tenha algum pelo mundo, Nathan. O que você acha, Jeff? Talvez ele nem saiba!

- Por mais que meu irmão queira um filho, ele é esperto o bastante para não se deixar apunhalar por golpes.

- Nisso você tem razão. Gostaram do filme?

- Muito! Parabéns! – a conversa entre eles continuou animada. Morena acabava se empolgando e agia como uma brasileira. Deixava o lance dos toques, carinhos e risadas expressivas falarem mais alto. Stana assistia a tudo irritada.

- Olha o jeito dela! Não para de tocar em Nathan! E para que essa risada escandalosa? Típica de quem quer chamar atenção, exagerada. Oh, olhem para mim sou poderosa! Oh, posso ficar cercada por homens bonitos, todos me acham sexy... – ela falava com uma voz irritante, fazendo pouco da outra mulher totalmente alheia ao fato de que era observada por alguém em uma crise de ciúmes.

- Stana, menos. Ela não fez nada demais. Você pode acha-la exagerada, mas você também tem uma risada escandalosa.

- É diferente, não fico me oferecendo para os outros – nesse instante, ela vê Morena colocar a mão no peito de Nathan rindo. Um gesto considerado como uma espécie de flerte. Deixou a mão deslizar calmamente pelo peito dele, mantendo o sorriso e o olhar conectado com o dele – mas o que ela está pensando? – Gigi a segurou. Não era nada realmente, Morena acabara de lembrar de um momento deles em Firefly e sem maldade encostou a mão no peito de Nathan, acabou por agradecer pela chance de trabalhar com ele. Infelizmente, aos olhos de Stana, o cenário era completamente diferente.

- Olha para isso, Gigi! Como você pode me dizer que ela não quer algo?

- Porque não quer. Você viu como Nathan se afasta dela? Pare de pensar demais, de elaborar teorias da conspiração. Nathan te ama. Morena está em outra, é mãe. Tire essa desconfiança da cabeça. Aposto que se perguntarmos depois para o Jeff, ele vai confirmar que não era nada.

- Como você pode ter certeza? Eles são irmãos, sempre foram confidentes. Ele não contaria a verdade para você. Ia falar o que o irmão dele quiser.

- Não, Jeff me contaria a verdade.

- Que nada! Você está olhando para a situação com olhos apaixonados. Nem está analisando direito a história.

- Isso não tem relação com sentimento, mas aparentemente, você faz questão de bancar a insegura quando no fundo é a mulher mais poderosa de todo esse salão pelo simples fato de estar casada com Nathan Fillion.

- É isso, preciso arranjar um outro lugar para Nathan ir ou um outro repórter para entrevista-la – Gigi a segurou pelo braço impedindo-a de continuar andando.

- Você não vai sair por ai querendo bater na outra mulher, comporte-se – mas ela se desvencilhou do aperto que a irmã tentava em vão para exercer algum controle sobre ela. Ao se encaminhar na direção de onde eles estavam, Stana foi surpreendida por um olhar sagaz de uma repórter.

- Olha que surpresa, olá Stana. Pode nos conceder uns minutinhos?

- Tudo bem – ela olhou para Gigi como quem diz, por favor, não o perca de vista – podemos conversar um pouco – Gigi permaneceu a seu lado, nada extremamente significante acontecia na conversa dos demais – mas acho que você deveria dar chance para a rainha da festa, a Morena, não?

- Ah, eu já a entrevistei. Hora dos convidados. O que a trouxe aqui na première? Fã de quadrinhos como seu co-star Nathan?

- Sim, eu adoro os quadrinhos desde nova, tenho o maior respeito por Stan Lee e sou fã de carteirinha dele. Eu consegui o convite através dele.

- Ótimo, então gostou do que viu?

- Muito. Acredito que foi o filme mais engraçado que já vi em muito tempo. Ryan ficou perfeito de Deadpool – ela sorria para a repórter, mas disfarçadamente tentava capturar o que acontecia do outro lado do salão.

- Vamos falar um pouco de Castle? A série acabou de voltar do hiatus e parece que finalmente Castle e Beckett estão novamente juntos em segredo. Os fãs estavam bem chateados antes do hiatus, o que eles podem esperar nessa nova fase?

- Muita diversão. A ideia de juntar os dois em segredo gera situações interessantes até para os amigos. Eles sentem a perda do relacionamento. E fazer essa dança... quer dizer, você não sabe o quanto é difícil manter um segredo. Ainda mais com alguém como Castle, o jeito que gostam de trabalhar juntos – de repente, Stana percebeu que estava falando de si mesma. Levou a mão a testa querendo ajeitar o cabelo. A repórter segura sua mão assustando Stana.

- Que aliança é essa? Você está noiva? Casou-se? – ao olhar para a própria mão, ela se deu conta da besteira. Tinha que consertar, droga!

- Não, puxa! Esqueci de tirar a aliança da Beckett – e deu uma risada por puro nervoso – eu me arrumei no estúdio para vir. Simplesmente esqueci de tirar, passo tantas horas com ela que as vezes não noto. Não casei, Beckett casou. E não é a primeira vez que acontece – a repórter parecia ter comprado a ideia dela, examinando a mão de Stana comentou.

- Parece tão real!

- Essa é a ideia, o pessoal de props, eles são verdadeiros mágicos.

A conversa com a repórter continuou. Do outro lado do salão, Morena nota finalmente a presença de Stana na festa.

- Hey, Nathan. Aquela não é sua co-star? Não sabia que estava por aqui. Vocês vieram juntos?

- Não – ele fingia estar prestando atenção em Stana com uma certa casualidade – ela me disse hoje durante as filmagens que vinha, é grande fã de Stan Lee. Até brincou uma vez nas nossas gravações quando filmamos um episódio sobre super-heróis.

- Você não vai dizer olá para ela?

- Morena, passamos mais de quatorze horas juntos. Acho que não preciso cumprimenta-la. Deixe-a curtir a noite.

- Ah, mas eu quero falar com ela. Talvez ela possa me dar algumas informações úteis – nem esperou para o que Nathan tinha a dizer, saiu andando em direção a Stana. Ele olhou para o irmão e respirou fundo.

- Bro, você sabe que isso pode não terminar bem. Stana morre de ciúmes de Morena.

- Como você sabe disso? Ah, esquece. Foi a Gigi. Realmente, ela é uma dama, mas algo na Morena desperta uma pessoa muito ciumenta nela.

- Algo? Pense mais em você. O problema é o que você teve com Morena no passado. Vai deixar as duas se falarem ou vai até lá? Se fosse você colava nelas para evitar problemas – ele sabia que o irmão estava certo. Stana ainda dava a entrevista, Morena se aproximava.

- Então, você veio junto com Nathan para a première? Estavam filmando juntos?

- Estávamos trabalhando, mas ele saiu antes de mim. Sai nas pressas mesmo.

- Olha quem veio se juntar a nós! Olá de novo, Morena – ela encara a rival.

- Hey, Stana. Não sabia que você era fã de quadrinhos, Nate me disse. Gostou do filme?

- Muito. Você está ótima de namorada do Deadpool. O papel caiu bem para você – nas entrelinhas ela queria claramente dizer outra coisa – deve ter sido fácil de filmar, não?

- Pelo contrário, deu muito trabalho. Aquela cena com o Ryan então! Sabe a da cama? Não parávamos de rir – Gigi viu a veia da irmã pular, ela estava ficando irritada e por isso resolveu interceder.

- Oi, sou Gigi. Irmã da Stana. Você trabalhou muito bem. Muito natural e olha esse corpo! Nem parece que acabou de ter um bebê a pouco tempo – Stana fitou a irmã fuzilando-a. por que Gigi a elogiava? – e cadê o pai? Não veio para a festa?

- Sim, ele veio, mas teve que voltar para o estúdio assim que a exibição do filme terminou. Compromissos, você entende bem o que é isso, não? Horas e horas de gravações, madrugadas, sempre com a mesma pessoa. Acho que foi por isso que nós acabamos nos aproximando. Não sei como você e Nathan não acabaram juntos. Ele é bem difícil de resistir... – ele vinha chegando nessa hora.

- Ele é ótimo, mas nós somos apenas bons amigos. Levamos o profissionalismo a sério e o que somos: costars.

- Hey, olha quem está aqui! Espero que não estejam falando mal de mim.

- É afinal, são suas duas costars preferidas, embora Stana tenha mais vantagem sobre Morena. Afinal sete anos não são dez meses – Nathan sentiu a alfinetada da Gigi, sinal de que as coisas não estavam nada bem. A fim de se passar como o mocinho sem problemas da história, Nathan foi ao encontro da esposa agindo naturalmente.

- Olá, Stana. Curtindo a première? Afinal esse assunto é bem mais interessante do que falar do cara que você passa muitas horas por dia, não? Já conversou com Stan Lee? – sim, ele dera uma gelada proposital em Morena. Precisava mostrar calma e provar para Stana que não tinha com que se preocupar. Infelizmente, Morena parecia totalmente alheia ao que poderia causar entre os dois, não era para menos, não sabia do segredo e do relacionamento. Simplesmente enroscou seu braço no de Nathan e falou.

- Você é fã de Stan? Ele vai adorar saber. Quero te perguntar uma coisa, como pode Nathan estar solteiro? Ele está mentindo para mim, não? Você que convive com ele todos os dias deve saber a verdade. Quem ele está namorando? Ele não me engana... sei que está – ela passava a mão no braço dele para cima e para baixo, inclinando a cabeça para escorar em seu ombro.

- Ele não está. E que interesse você tem nisso? Pensei que estava com o pai do seu filho ou já cansou? – ela sentiu Gigi beliscando sua coxa discretamente - Mas se você é tão expert em Nathan, por que perguntou para mim? Até onde sei está solteiro.

- Não, você está acobertando-o. Eu sei só pela sua reação. Um homem como esse, sozinho? – Morena segurou o rosto de Nathan com as mãos, sorriu - é um pecado! Vou ser obrigada a encontrar alguém para ele nessa festa se você insiste na solteirice.

- Minhas caras amigas, eu não preciso de defesa nem de namorada. Estou bem. Acreditem.

- Stana, preciso ir ao banheiro, vem comigo? – perguntou Gigi já puxando a irmã – prometo que depois iremos falar com Stan Lee.

- E eu preciso de uma bebida – disse Nathan – com licença, Morena – a repórter olhou para a atriz confusa.

- O que acabou de acontecer aqui?

- Está perguntando para a pessoa errada. Vou curtir minha festa, com licença.

No banheiro, Gigi se certificou que estavam sozinhas antes de começar a falar com a irmã.

- O que você estava fazendo? Estava caindo no jogo dela! E bem na frente da repórter! Se Nathan e eu não tivéssemos quebrado a conversa, eu nem sei o que ia acontecer. Por que você se deixou atingir, sis?

- O que você queria? Sou de carne e osso, não de pedra. Meu sangue ferveu. Eu disse que ela não é confiável. Quer arranjar alguém... ela quer agarra-lo, isso sim!

- O que ela quer não importa. Você viu que ele não está nem um pouco interessado.

- Ela estava se esfregando nele, Gigi. Eu pensei que ela ia beija-lo!

- Ela não ia fazer nada disso. Era sua imaginação, sua raiva falando mais alto. Pare de besteira.

- E como fui esquecer a aliança? Eu cometi um grande erro... e se aquela repórter quiser pode criar a maior polêmica diante disso....oh, Deus! O que foi que eu fiz? Não! Independente do Nathan não ter feito nada, mas ele continuou conversando, ele deixou aquela mulher invadir seu espaço, não podia ter feito isso. Estou com muita raiva e quer saber? Quero ir embora, preciso ficar longe disso tudo.

- Tem certeza? Vai deixa-lo sozinho com ela?

- Gigi! Você deveria me ajudar! Não disse que ele está se comportando? Oh meu Deus! Você mudou de opinião! Agora não posso ir embora só que não suporto mais ficar vendo essas ceninhas dela – ela gritou, o rosto muito vermelho. Baixou a cabeça e procurou se acalmar. Gigi acariciava as costas dela falando baixinho para que ela se mantivesse calma. Aos poucos, ela foi cedendo. Gigi resolveu que era melhor irem embora. Antes decidiu que Stana precisava de uma taça de vinho para ajudá-la a relaxar.

Deixaram o banheiro rumo ao bar. Gigi pediu duas taças de vinho branco. Colocou a irmã sentada em uma cadeira próxima ao bar. Olhava o movimento. Nem sinal de Nathan e também não conseguia ver Morena. Resolveu ficar calada. A última coisa que queria era ver a irmã pensado besteira. Seu cunhado deveria estar em algum lugar com o irmão. Talvez estivesse ido para casa.

Alguns minutos depois, ela o viu. Estava próximo a repórter. Pelo menos estava sozinho.

A repórter aproveitou-se da chance para questiona-lo.

- Nathan, posso fazer uma pergunta a você?

- Quer me entrevistar?

- Não, é mais uma curiosidade... – ele achou a colocação da repórter estranha e esperava que não fosse perguntar sobre o seu passado com Morena.

- Tudo bem.

- Você trabalha com Stana. Por um acaso, você sabe dizer se ela está noiva ou casada? – ele franziu o cenho diante da pergunta, de onde viera isso? – ah, desculpa. Vejo que achou estranho. Deixa eu explicar. Ela está usando uma aliança, mas jurou que é da personagem. Está solteira – ouvindo isso, ele sentiu um alívio e começou a rir.

- Ela fez isso de novo? Stana é muito avoada. Ela já esqueceu de tirar a aliança da Beckett muitas vezes. E respondendo sua pergunta, ela está solteira. Trabalho com ela todos os dias, vai ter que confiar na minha palavra – riu novamente – não acredito que ela está com o prop da série. É desligada mesmo! Pode me dar licença, vou ao toilete – Nathan saiu de fininho indo em direção aos banheiros. Gigi sentiu um alívio. Talvez fosse a melhor hora para cair fora daquele lugar. Já tiveram muitas emoções por uma noite e algo lhe dizia que a irmã e o cunhado ainda iriam conversar e muito naquela noite.

Stana terminou o vinho, quando Gigi virou-se para chamar a irmã, perdeu a chance de ver Morena seguindo na direção dos banheiros. Elas caminhavam para a saída juntas quando presenciaram uma cena indesejada. Nathan vinha saindo do banheiro e Morena o puxou. Elas escutaram o que a atriz falava.

- Nate, agora estamos apenas os dois aqui. Confessa, quem você está pegando? Eu sei que tem alguém.

- Para com isso, eu já disse que estou sozinho.

- Não está, não. Se estivesse eu poderia fazer isso – ela puxou-o pela camisa tentando beija-lo, por reflexo os lábios meramente se encostaram pois Nathan a afastou – está vendo? Você nunca rejeitaria um beijo ou um amasso comigo. Quem roubou seu coração?

- O que você pensa que está fazendo? Não gostei da brincadeira – ele estava sério. Stana quase pula para alcançar o corredor onde estavam, porém Gigi a puxou rumo a saída.

- E nossa! O lance é sério. Você está bravo.

- Brincadeira de muito mal gosto, Morena. Não pense que por ser minha amiga pode abusar da intimidade. Eu vou embora. Parabéns, o filme está muito bom. Com licença...

- Hey, Nathan! Volta aqui... só estava brincando... – ele sequer olhou para trás. Gigi apressou o passo para tirar a irmã dali o quanto antes. A pior coisa que poderia acontecer era os dois ficarem frente a frente porque não conseguiriam evitar uma confrontação para o bem ou para o mal.

Gigi colocou a irmã no banco do carona. Ela tomou o volante. Ao ligar o carro, viu as lágrimas escorrerem pelo rosto de Stana.


- Vou te levar para casa, sis – seria uma longa noite.


Continua.... 

3 comentários:

Unknown disse...

pleaseee não me faça esperar pelo próximo capítulo!!!! to mega curi, precisando do próximo!!! Ps: não ligo para cap grande, quanto maior melhor hahaha

cleotavares disse...

Ela ouviu a conversa toda, certo? Espero que compreenda. Quero vê o Nathan acalmar a fera.

Unknown disse...

Pra começo de conversa "Não tenho vocação para Amélia. "Pô até aqui esse nome tá me perseguindo. Gigi poderia ter citado outro nome. Mas ok?! Deixa Ameba pra lá! Hahahaha
Menina,STANA SUA LOKA... NÃO DEIXA BARATO NÃO!!!!
Sinto que se não fosse Gigi a coisa ia pegar fogo,essa morena é super desnecessária na boa?! Nathan tá bem ferrado pq a mulher não tá pra conversa civilizada não. Corre que dá tempo!!!!