quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

[Bones Fic] Between Love & War - Cap.1

Between Love & War

Autora: Karen Jobim
Classificação: NC-17
Gênero: AU
Advertências: Angst,Drama,Romance
Capítulos: 1 de ?
Completa: [ ] Sim [X] Não


Nota da autora: Essa fic é bem diferente das outras que já escrevi. Nela, B&B não se conhecem (ainda). Booth é um capitão do exército, Brennan uma cirurgiã neo-natal famosa. As personalidades são quase as mesmas mas em um novo contexto. Vocês não verão todos o elenco de Bones aqui,ok? Espero que gostem.

Resumo: Booth está de serviço a um ano no Afeganistão. Está cansado. Brennan é uma workaholic que não se dedica a curtir a vida mesmo com todos os conselhos da sua melhor amiga, a artista plástica Angela Montenegro. Mas isso está prestes a mudar...


Between Love & War

Cap.1


Afeganistão – 3 anos atrás


Booth estava sentado sobre uma pedra com o olhar no horizonte. Hoje fazia exatamente um ano que ele estava ali. Estava cansado. Ele tinha orgulho do trabalho que fazia representando seu país porém algumas vezes ele não entendia o propósito de certas guerras. O trabalho dele era de treinamento. Como exímio atirador de elite, ele tentava passar a jovens soldados táticas de guerra por ele aprendida seja na guerra do golfo, em represálias contra o Iraque e no próprio Afeganistão. Raramente ia a campo.

Ele sentia falta da sua cidade. New York era sua paixão. Criado no Queens, ele amava cada pedacinho daquela cidade. Queria muito caminhar pelas avenidas largas e iluminadas e fazer um passeio com direito a piquenique.

Também fez boas amizades no campo de concentração mas o seu melhor amigo era um rapaz mais jovem que ele. Wendell. Era sargento do exército apenas pela insistência de sua familia. Seu pai já falecido era do exército. Apesar de ótimo companheiro de guerra, forte, destemido e bom de tiro, Booth sabia que essa não era nem de longe a vocação do garoto.

Suas reflexões foram cessadas assim que o próprio Wendell sentou-se ao seu lado.

- O que faz aqui sozinho Capitão? Os rapazes estão jogando poker, estavam procurando pelo senhor.

- Não, hoje não quero jogar.

- Pensando na vida?

- Sim, lembrando da minha amada New York. E de quanto tempo eu já perdi aqui nessa terra.

- É verdade, eu espero ansioso pelo dia que alguém vai chegar e me dizer que posso voltar aos Estados Unidos.

- Você pretende voltar a estudar?

- Claro que sim. Toda vez que lembro que parei a faculdade de medicina no terceiro ano. Hoje poderia estar tão próximo de fazer as provas para estagiar e depois a residência.

- Vou torcer por você. Ainda quero ver você se transformar num grande médico. Eu vejo o jeito como você cuida dos seus companheiros feridos, a noite vejo você lendo aqueles livros... você vai sim realizar seu sonho,Wendell.

- E você capitão? Qual o seu sonho?

- Ah, sou uma pessoa modesta. Não tenho grandes sonhos, quero apenas o que todos querem: fazer o que gosto, me apaixonar perdidamente por alguém,casar, constituir família.

- E o que pretende fazer em New York?

- Eu não me iludo, continuarei no exército. Ajudando a formar homens de bem e servindo o meu país.

- Você reclama mas gosta disso aqui.

- Gosto sim de ensinar mas isso eu poderia fazer lá.

- Somos dois sonhadores, ansiosos por uma notícia que nos leve de volta a nossas origens.

- É,Wendell. Espero que esse dia não demore tanto.


New York
Hospital Presbiteriano de NY


Brennan estava no conforto médico. Ela descansava um pouco. Estava de plantão até às sete da manhã. 24h no hospital. Para muitos médicos, isso era um verdadeiro suplício. Não para ela. Dr.Brennan amava estar dentro de um hospital, principalmente dentro de uma OR. Formada em medicina com especialização em ginecologia/obstetrícia, ficou famosa pela sua dedicação em cirurgia neonatal. Cirurgiã neo-natal famosa na costa leste, ela como diziam os crentes, operava milagres. É claro que Temperance Brennan não acreditava em nada disso. Todos os seus feitos e as vidas que salvara deram-se por meio da ciência. Ciência esta que foi a grande responsável por ela ter se tornado quem ela era hoje.

Abandonada pelos pais quando tinha 15 anos, ela bolou em vários lares adotivos, não se dera bem com nenhuma família e sempre retornava para o sistema. Certa vez, conheceu um senhor que costumava visitar o lar para dar a eles suprimentos, presentes, fazia doações para as crianças. Chamava-se Max. Ele observou a forma como Temperance devorou um livro de curiosidades sobre ciência. Além disso, já reparava que ela era mais inteligente que a maioria e tentou se aproximar dela dando-lhe livros. Foi assim que Brennan se apaixonou pela ciência e decidiu que seria médica.

Anos depois, ela recebeu a notícia de que o velho Max falecera mas que ela foi a última pessoa a ser lembrada por ele e recebeu cerca de 50.000 dolares. Ela tinha acabado de entrar para a Universidade como bolsista e esse dinheiro veio bem a calhar enquanto estudava. O bipe soou.

911...acidente de carro

Brennan se levantou e espreguiçou-se, tinha trabalho a fazer.

Ao chegar no PS, ela viu 3 corpos bastante ensanguentados. Dois rapazes e uma moça, grávida. Brennan correu até a maca.

- O que aconteceu?

- Ela mal respira doutora, pulso fraco, hemorragia, o bebê corre risco de vida.

- Vamos para a OR2.

Ela sai correndo empurrando a maca.

Depois de 3 horas, ela finalmente deixou a sala de cirurgia. A mãe ainda corria risco de vida. O bebê, um menino pesando 2,6 kilos, passava bem. Temperance estava exausta. Seu plantão terminaria daqui a meia hora mas ela já estava preocupada o bastante para ficar ali por mais algumas horas apenas para se certificar que o bebê e a mãe ficariam bem.

Essa era Temperance Brennan, uma mulher dedicada a ciência, disposta a tudo para salvar vidas e sem a mínima preocupação com a sua própria.

Ao chegar em casa, próximo das 9 da manhã, encontrou sua roommate já de saída.

- Sweetie! Esperei você para tomar café!

- Ah, Angie desculpe. Tive que ficar um pouco mais um bebezinho que nasceu de madrugada, eu não podia sair sem saber se estava tudo bem com ele.

- É, sempre um paciente, um bebê, uma mãe... amiga eu admiro você, sério! Acho a sua dedicação incrível mas Tempe já tá na hora de você cuidar um pouquinho de si mesma. Precisa espairecer, viver. Você vive em New York mas garanto que faz mais de um ano que você não visita o Central Park.

- Nem faz tanto tempo assim, foi naquele piquenique com você em... julho.

- Do ano passado! Já estamos terminando agosto.

- Ah, eu não posso e quando vejo a tanto de vidas que ajudei a salvar, isso me deixa satisfeita.

- Tá, não vou discutir isso agora. Preciso trabalhar. Vai dormir, você tá com olheiras enormes.

- Tchau,Angie.

Brennan pegou uma caneca de café e um croissant. Sentou-se no sofá. Após o primeiro gole no café quente, ela se pegou pensando. Estava mesmo cansada. Ela não admitia mas sabia que a amiga tinha razão. Ela precisava diminuir o ritmo, mas porque? Para ficar em casa? Não gostava de se sentir inútil. Ela fechou os olhos.

Ainda assim, ela se sentia só. Isso parecia ser algo constante na vida dela. O relacionamento mais sério que tivera acabara mal. Infelizmente Brennan sentiu a dor da traição cedo demais e isso a deixou desgostosa com os homens. Por si só, decidiu que ela não precisava sofrer e para isso evitava os relacionamentos. Seu último envolvimento com alguém não passava de sexo casual. Temperance não tinha vergonha de dizer: nunca se apaixonara. Sua desculpa? Sempre esteve focada na ciência, na carreira e logo após se firmar ela se dedica a salvar vidas tal como jurou repetindo as palavras de Hipócrates.

Cansada, ela seguiu para o seu quarto. Jogou-se na cama e adormeceu imediatamente.


Duas semanas depois


Booth estava recolhendo algumas armas quando Wendell entrou correndo no galpão.

- Capitão, capitão!!!

- Que foi sargento? Estamos com problemas?

Wendell parou e tomou fôlego.

- Não Capitão, fomos liberados. Nós vamos para casa.

- Sério?

- Sério! Veja!

Wendell estendeu um papel a ele. Booth ao ver a assinatura do general, sorriu. O sorriso transformou-se em gargalhada. Ele abraçou o amigo.

- Sabe o que me deixa mais feliz, Wendell? Essa frase aqui...

Ele apontou para o canto do papel.

- Por tempo indeterminado.

- Vamos, Capitão. Temos que arrumar as malas.

Os dois deixaram o galpão sorrindo. Na manhã seguinte, Booth e Wendell entraram num avião com destino a New York. Ao olhar o Afeganistão de cima, Booth sentiu um alívio percorrer seu corpo. Sobrevivera mais uma vez. A felicidade tomava conta dele e saudade era uma palavra que ele certamente não usaria quando pensasse no Afeganistão novamente.


New York


Brennan deixava mais uma vez a OR. Infelizmente, após declarar o óbito de uma recém-nascida. Ela correu para as escadas de emergência. Apesar da pose de durona, Brennan tinha um coração enorme e quando ela um paciente morria em sua mão, ela se sentia péssima principalmente quando era bebês novinhos. Ela esmurrava a parede e deixava as lágrimas cair. Era uma das poucas vezes que ela se deixava chorar. A cada paciente que perdia, ela buscava forças para salvar mais vidas e caía de cabeça no trabalho.


Dias atuais


Booth caminhava pela rua. Ele adorava a sua vizinhança. Quando voltou para NY não tivera dúvidas em se estabeler no village. Além das facilidades de restaurantes, diversão, serviços, ele morava de frente ao metrô o que ajudava no seu dia-a-dia. Ainda trabalhava para o exército formando novos soldados. Lecionava na academia várias disciplinas dentre elas estratégia de guerra. Desde sua volta aos Estados Unidos, ele tivera alguns relacionamentos mas nada muito sério. Continuava solteiro.

Esporadicamente ele ainda falava com Wendell, pelo menos a cada duas semanas. Ele estava no último ano da faculdade e estava se preparando para os exames que lhe garantiriam a residência.
As vezes, ele não gostava de admitir mas sentia-se sozinho. Queria muito encontrar alguém especial disposta a curtir a vida como ele. Esse dia ainda não chegara.


Hospital Presbiteriano de NY


Brennan saia da OR, nascera mais uma menina. Enquanto ela preenchia o prontuário com os resultados da cirurgia, viu Mark se aproximando.

- Hey, dia agitado?

- Não, essa foi a primeira cirurgia de hoje.

- Você sai as 7?

- Saio, porque?

Ele se aproximou dela e acariciou o braço, falou meloso.

- Pensei em tomarmos um drink, namorar um pouco, talvez jantar e depois...

Ela riu.

- Já sei o que o depois significa.

- E o que acha?

- Parece ser uma boa idéia.

- Você merece um trato especial depois de salvar tantas vidas.

- Concordo mas hoje não vou fazer isso. Tenho as entrevistas com os estudantes da residência. Espero encontrar bons futuros médicos.

- Te espero as 7:30 no Guilty.

- Até lá...

Temperance seguiu para a sala de reunião. A uns dois anos, ela acabara se envolvendo com Mark, um cirurgião cardio-toráxico bastante competente e muito bonito. Ok, ela estava sendo modesta, Mark era gostoso mas também galinha, não queria compromisso nenhum portanto o melhor parceiro que Brennan podia ter. Ela gostava de estar na companhia de Mark, o que tinham era apenas para satisfazer suas necessidades básicas e o homem era um show na cama.

Na primeira hora, a Dr.Brennan entrevistou 4 candidatos juntamente com outro colega, apenas um parecia realmente atender o perfil que procuravam. Mais uma bateria de entrevistas e 3 novos escolhidos. O hospital precisava de seis internos ao todo e Brennan ainda não tinha encontrado o ideal para trabalhar com ela. Não que ela pudesse escolher mas até esse momento gostara apenas de um dos candidatos. A última leva de estudantes trouxera 4 novos rostos duas mulheres e dois homens. Um rosto chamou atenção dela. Ele parecia nervoso.

- Como você se chama?

- Wendell Bray.

- Você tem um bom desempenho na Universidade. Apesar de... 27 anos? É isso mesmo?

- Sim, estive servindo o exército por pouco mais de um ano e nesse período não pude cursar a universidade. Assim que voltei aos USA eu retomei os estudos.

- Certo. Você sempre quis exercer a medicina Wendell?

- Sim, desde meus 15 anos. Infelizmente tive que lutar muito para conseguir. Meu pai era do exército e morreu quando eu tinha 16 anos. Ele não queria que eu fizesse medicina, queria que eu seguisse carreira no exército como ele. Por isso me alistei e fui para o Afeganistão. Era uma espécie de dívida que eu tinha com meu pai.

- Entendo.

Brennan examinava a ficha dele. Gostara do rapaz, era perseverante e teve que cruzar obstáculos como ela para estar ali.

- Desculpe mas eu não posso evitar, você é a famosa Dr.Brennan. Eu sou um grande apreciador do seu trabalho. Gostei muito e concordo com a sua explanação na revista Scientifican American do mês passado sobre resultados metabólicos na cirurgia neonatal.

- Obrigada, Sr.Bray. você poderia esperar na antesala?

- É claro. Foi um prazer conhecê-la.

Depois de mais uma entrevista, eles se decidiram. Chamaram Wendell e mais uma moça para comunicarem que estavam aprovados para o programa.

Ao sair do hospital, Wendell estava nas nuvens. Ligou para a mãe e deu a boa notícia, teve que acalmá-la pois só fazia chorar.

Mais tarde, Brennan deixou o hospital e foi encontrar com Mark. Assim que ela chegou, ele acenou para ela. Levantou-se e beijou-a.

- E então? Conseguiu selecionar os internos?

- Ah,sim. Acho que pelo menos a metade tem chance de sucesso.

- Ouch! Você é muito exigente.

- Não, sou realista é de vida humana que estamos falando.

- E não sou exigente, sou seletiva.

- E por isso você me escolheu certo?

Ele a abraçava e mordiscava a orelha dela.

- De certa forma, você é atraente e bom de cama. Para mim é suficiente.

- Ah, adoro o fato de você ser tão carinhosa.

- Que tal pedir uma gin tônica para mim? E enquanto ela não chega...

Brennan puxou-o pela camisa e tascou um beijo sensual nele.

Do barzinho, foram direto ao apartamento dele onde transaram e acabaram por adormecer juntos.

Ela acordou pela manhã com o celular tocando. Angela.

- Oi..

- Onde você está? Não me diz que ficou no hospital de novo?

- Estou no apartamento do Mark.

- Ah, se lembrou que precisa espairecer de vez em quando. Ainda bem!

- Também sinto desejo e tenho direito.

- Claro! Apesar de não ter futuro nenhum nessa relação... de qualquer forma, liguei pra saber onde você se meteu. Que tal dar uma passada na minha galeria hoje? Podíamos almoçar juntas.

- Ok, hoje não estou de plantão.

- Ótimo! Te espero lá pro meio-dia. Podemos comer no Whole Foods.

- Tá, Angie. Até mais tarde.

Brennan se levantou e foi para a cozinha. O apartamento estava deserto. Tirou a caixa de suco da geladeira e ligou a cafeteira. Encontrou um bilhete preso a um magnético.

“Estou de plantão. Fique a vontade. Adorei a noite! Bjos, Mark”

Ela tomou o suco e suspirou. Rotina, a boa e velha rotina.


Academia do Exército


Booth acabara de ministrar sua última aula de hoje. Ao encontrar com Jeff no corredor, recebeu um cumprimento de respeito e logo deu a despensa.

- Fala, Jeff.

- Professor, nós iremos fazer uma festa ao final do curso. Vamos comemorar a formatura dos novos recrutas e queríamos sua presença.

- Festa? Aqui na academia?

- Não, será na casa do Ryan que mora no Upper East Side. Bebidas,garotas,amigos e banda tudo que uma boa festa deve ter. E aí, o que me diz?

- É posso aparecer. Quando será? Sem ser nesse sábado, o outro.

- Isso, às 8h. Tai o endereço.

Ele entrega um papel a Booth.

- Jeff, se importa que eu leve um amigo, ele também foi do exército.

- Claro que não, pode levar. Vejo o senhor lá.

Booth pegou o celular e discou para Wendell.

- Oi, Wendell.

- Capitão! Queria mesmo falar com você.

- Wendell, eu já te disse que para você é Booth. Sem formalidades de exército, somos amigos.

- Desculpe, é a força do hábito. Preciso contar a novidade! Você está falando com o mais novo interno do Hospital Presbiteriano.

- Sério? Isso é ótimo,cara! Eu disse que você conseguiria ser médico.

- Ah, estou muito feliz e ainda conheci uma das médicas que mais admiro - Dr.Brennan. além de competentíssima no que faz, ela é linda. Sabe aquelas mulheres de tirar o fôlego?

- Wendell, cuidado. Você está só começando...

- Não Booth, só estou mencionando.

- E quando começa?

- Daqui a duas semanas.

- Então precisamos comemorar. Vai ter uma festa dos soldados no próximo sábado, Upper East Side, tá afim?

- Mas só terá soldado?

- Nah. Mulheres,bebidas, música...

- Ah, agora melhorou. Eu topo.

- Eu te ligo para acertar os detalhes. Podemos nos encontrar na Grand Central Station ás 8h.

- Combinado,eu espero sua ligação.

XXXXX

Brennan checava o relógio. Mais de 11 e meia. Ela tinha que pegar o metrô. A galeria de Angela ficava na W 65th St próxima ao Lincoln Center. Ela saltaria na estação de lá e iria a pé. A linha vermelha estava bem cheia. Ela chegou a galeria quase meio-dia e meio.

- Ufa! Me atrasei.

- Tudo bem amiga, estava mesmo atarefada e bem acompanhada.

Ela sorriu para amiga mostrando o rapaz a seu lado.

- Tempe, esse é Ryan. Ele trabalha para o exército. É sargento. Formado pela universidade de NY em Engenharia de comunicação. Temperance Brennan, minha amiga e cirurgiã, a melhor.

Brennan estendeu a mão.

- Prazer.

- O prazer é meu.

- Ryan é cliente da galeria. Ele está aqui encomendando umas peças para dar de presente a mãe dele.

- Ah...

- Está tudo certo, Ryan. Estarei começando os trabalhos e na primeira semana de setembro te ligo.

- Obrigado,Angela. E não se acanhe apareça na festa, o convite é extensivo.

- Vou pensar querido.

Ele se despediu dela com um beijo no rosto e acenou para Temperance. Saiu.

- Ele é uma gracinha não?

- Angela... é cliente.

- Olha quem fala! Você dorme com seu colega de plantão. E aliás, para seu governo, Ryan é meu amigo. A mãe dele foi uma das minhas primeiras clientes e foi ele quem instalou o sistema de segurança da galeria.

- Não sabia disso.

- Que tal irmos andando? Estou morrendo de fome!

Angela pegou sua bolsa e saiu puxando a amiga.

- Não vamos pegar o metrô?

- De jeito nenhum. Vamos caminhar.

- Angela são quase dez quarteirões!

- Caminhamos, conversamos, observamos a paisagem e de repente estaremos lá.

E assim fizeram. Chegaram ao Whole foods e após escolherem o que comer sentaram-se numa mesa de canto. Angela puxou conversa.

- O Ryan me convidou para uma festa no próximo sábado. Festa do pessoal do exército. Ah, já estou sonhando com aqueles homens grandes, fortes...

- Você vai?

- Claro que sim e você vai comigo e trate de trocar plantão se tiver.

- Quem disse que vou com você?

- Você não tem querer, precisa sair e conhecer gente nova. Chega desse ambiente de hospital e médicos. Vamos conhecer uns soldados.

Ela riu. Adorava o jeito de bem com a vida de Angela.

- Vou pensar.

- Nada disso. Bren, você precisa sair. Queria muito te ver sorrindo, amando, um homem faz falta viu?

- Eu tenho um homem.

- Não, você tem um objeto sexual, um brinquedinho que você usa sempre que tem vontade. Não me entenda mal, acho Mark um pedaço de homem mas ele não quer nada sério.

- E nem eu, por isso é ótimo. Exatamente o tipo de relacionamento que preciso.

- Mentira! Você se fechou para o amor, a vida, você teve uma decepção. Isso acontece com todo mundo. O tempo está passando. Você não é mais uma jovem de 20 anos. É uma mulher bem sucedida com mais de 30 e sem vida social.

- Que foi? Você tirou o almoço para me analisar? Você sabe que eu detesto psicologia.

- Sei e não sou psicóloga. Estou sendo sua amiga. Eu sei que você se faz de durona,independente mas no fundo sabe que tenho razão. Você quer as mesmas coisas que as outras pessoas.

Brennan suspirou. Tomou um gole do seu chá e mudou o rumo da conversa.

- Acho que encontrei um interno muito bom esse ano.

- Ele é bonito?

- Angela! Ele é bem inteligente e batalhador...

A conversa das duas seguiu por mais de uma hora. Depois despediram-se e Brennan aceitou o conselho da amiga para passear na vizinhança. Passou um tempo na Borders, tomou um café e resolveu cortar o Central Park para pensar na vida.

Viu vários pais supervisionando os filhos brincarem. Outros colocavam os barcos no lago e festejavam ao ver o mesmo deslizar pela água. Uma garotinha linda de olhos azuis brincava com uma bola e chutou-a em sua direção. Brennan pegou e entregou a ela. A garota se encantou com seu colar. Brennan brincou um pouco com a criança sob os olhos atentos da mãe. Com um beijinho na barriga ela seguiu seu passeio. Ao avistar um carrinho de cachorro quente, ela sentiu uma vontade imensa de comer um.

Ali perto, Booth estava sentado na sombra de uma árvore com um ipod no ouvido. Alguns garotos jogaram futebol ali perto. A bola escapou e foi parar nos pés de Booth. Ele se levantou e começou a fazer embaixadinhas.

- Hey, tio! Devolve a bola aí...

Booth ainda fez alguns toques e chutou. A bola fez uma curva e acertou em cheio a mão de Brennan que segurava o hot dog melando toda a blusa.

- Droga!

Ele correu até ela. Pegou a bola e devolveu para os meninos.

- Eu não acredito! Só pode ser brincadeira!

Brennan tinha a blusa toda melada de mostarda e ketchup.

- OMG! Desculpe moça, foi minha culpa os meninos pediram a bola e...

Booth se calou quando a viu levantar o rosto e o fitar. Ela era linda, espetacular. Ele ficou boquiaberto diante dela.

- Definitivamente não devia ter seguido o conselho de Angela. Droga.

- Er...d-desculpe.

- Foi você quem chutou a bola?

- Foi, ia devolver para os garotos e ela fez uma curva e...

- Tá entendi. Não importa já perdi meu hot dog mesmo.

- Eu te compro outro.

- Não precisa. Perdi a vontade. Você é bem grandinho para jogar futebol não?

- Gosto de esportes, mas eu não estava jogando.

Brennan sentiu a raiva se dissipar. Suspirou. Só então reparou no homem a sua frente. Era muito

bonito. Másculo. Do estilo que ela gosta.

- Tem certeza que não quer mesmo o hot dog? Você pode sentar ali debaixo da árvore, que tal?

- Não, vou pra casa.

Booth passou a mão na cabeça nervoso. Não queria que ela fosse.

- Por favor, é o mínimo que posso fazer depois de ter te sujado.

Ela o observava. Havia algo nele diferente. Aqueles olhos, pareciam hipnotiza-las.

- Um hot dog. Depois vou pra casa. Não posso andar por aí toda suja.

- Ah, mas isso eu posso resolver. Espere ali debaixo da árvore.

Sem esperar resposta, Booth desapareceu da frente dela.




Continua......

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