segunda-feira, 7 de novembro de 2011

[Demily Fic] Do Not Blame the Wine - Cap.1




Do not blame the wine...
Autora: Karen Jobim
Classificação: NC-17
Gênero: AU / Demily POV Emily
Advertências: Angst,Drama,Romance – de volta as primeiras temporadas.
Capítulos: Era pra ser One-shot mas... terá pelo menos 3 capítulos!
Completa: [ ] Sim [ x ] Não

Resumo: Após os últimos acontecimentos na vida de Emily nada como um desafio...um novo trabalho, um novo parceiro e momentos tensos e ainda agradáveis que ela passava ao lado de David. Muitos questionavam a amizade e a química dos dois...estariam certos?

Nota da Autora: Mais uma fic Demily, simplesmente porque ainda não consigo aceitar que esses dois não tiveram nada... para pura diversão e se você não aprova esse tipo de coisa, não leia! Essa fic é dedicada a Nina, afinal ela foi a incentivadora da história.


Do not blame the wine...


Emily entra no studio da Fox para mais um dia de trabalho. Ela não podia reclamar da vida. Desde que fizera o teste para viver a famosa antropóloga forense Temperance Brennan no seriado de TV Bones, sua vida dera uma guinada para melhor. A primeira coisa boa que ela experimentou após ser contratada, foi conhecer David Boreanaz, seu companheiro de cena.

David era uma pessoa contagiante. Sempre de bom humor, brincalhão e muito focado no trabalho, ganhou o respeito e a simpatia de Emily desde a primeira cena que fizeram juntos. A química como todos no studio gostavam de dizer foi instantânea. O que eles chamavam de química, Emily explicava como empatia. Eles se conectavam. Não foi à toa que a parceria das telas logo se tornou uma boa amizade. Juntos, eles passavam os dias aprontando para os outros colegas e para os técnicos que com eles trabalhavam.

A amizade repentina e sincera entre os dois também foi responsável por dar credibilidade aos seus personagens e colocar a série no holofote e seus atores na frente da mídia, direto ao estrelato.

Como David tinha alguns anos de experiência a mais que Emily, ele estava sempre pronto a ajudá-la, seja ensaiando cenas no camarim, dando dicas de atuação ou mesmo sugerindo como trabalhar a sua linguagem corporal. Gostavam tanto de trabalhar juntos que por vezes esqueciam-se do tempo e acabavam por deixar o lugar de gravações por último, várias vezes tarde da noite.

Já devidamente vestida e maquiada, Emily deixou o camarim para se reunir com os colegas de elenco.O dia ia ser longo hoje. Nem bem colocou os pés no Studio que ia gravar, foi saudada por David com um beijo na bochecha.

- Olá, Emily. Tudo bem com você?

- Tudo bem, David. Oi, pessoal!

Ele chegou bem próximo ao ouvido dela e sussurrou.

- Sabe que dia é hoje?

- Quarta

- Isso mesmo! Dia de sairmos para beber, nosso dia...está tudo certo pra hoje não ?

- Veremos, temos muito trabalho hoje, David.

- Ah,Em...qual é!

- Eu não disse não....disse veremos.

Ele sorriu, não discutiria. Sabia que a convenceria a ir quando chegasse a hora.

O dia passou rapidamente e precisamente as seis da tarde, Emily terminara de filmar sua última cena. Estava exausta. Ela parou para se despedir de todos quando viu David caminhando em sua direção. Já imaginava o porque daquilo.

- Pronta?

- Ah,David estou muito cansada... posso deixar passar hoje?

- De jeito nenhum! Se você está cansada nada melhor que uns bons drinks para relaxar...

- É mais provável que eu durma ao primeiro gole, não sou boa companhia.

- Emily, você é sempre uma ótima companhia.

Ela balançava a cabeça e sorria pra ele. Não tinha como discutir, ele sempre dava um jeito de enrolá-la.

- Duas doses de tequila e eu te levo pra casa.

- Um copo de vinho e eu vou pra casa.

- Ótimo! Vamos?

- Me encontre no estacionamento. Preciso pegar minha bolsa.

Minutos depois, eles deixavam as locações da Fox. Iam sempre ao mesmo barzinho próximo a área de Bel Air em Los Angeles. Era um lugar calmo e reservado chamado Starbucks e o símbolo era uma baleia branca referência ao clássico Moby Dick.

Conforme combinado, eles sentaram-se na mesa de canto e David pediu uma caneca de cerveja para ele e uma taça de vinho tinto para ela. Não iria contra a vontade dela, nada de shots hoje. O mais importante era passar mais uns minutos com ela. Era somente isso que ele queria. Quando o garçon chegou com as bebidas, ele falou.

- Trato é trato. Viu como sou obediente?

- Hum, sei... vou fingir que acredito.

- Ouch! Você não confia em mim? Não é minha amiga?

- É claro que sou sua amiga, por isso estou aqui bebendo com você apesar de estar louca por um banho e cama.

- Hum...banho e cama....ótima pedida.

Ele olhava para ela com cara de safado. Emily deu um tapinha nele.

- Quer parar pervertido! Você só pensa besteira!

- O que você queria? Além de ter uma mulher linda do meu lado, ela ainda fala em cama e banho...pare de provocar...

Ela riu e voltou a tomar outro gole da bebida. Eles ficaram por mais de meia hora no bar. Em seguida, conforme prometera David a levou para casa. Ao se despedirem, ele deu um beijo no rosto dela e desejou boa noite. Sorrindo, Emily entrou em casa.

Já relaxada, de camisola e deitada em sua cama, Emily se pegou pensando no happy hour dessa noite.

“A saída com realmente me fez bem, como sempre. É tão estranho o jeito como as coisas acontecem. Quando fiz o teste para o seriado pensei que eu teria apenas que atuar, ser profissional e ir para casa após um longo dia de gravação. Tudo saiu exatamente ao contrário do que eu pensei. Não só os meus colegas de elenco são maravilhosos como todo o pessoal da técnica. Isso sem falar em David Boreanaz. Até conhece-lo pessoalmente eu nem tinha me ligado nele ou na carreira dele. Ele é tão cativante, tão simpático, tão lindo. Ok, ele é apenas meu parceiro de elenco, de cena mas desde o início ele fez questão de fazer eu me sentir bem-vinda, à vontade. E esses nossos encontros nas quartas, desde a primeira filmagem. É como um momento íntimo, só nosso. Nós estamos filmando o nono episódio da primeira temporada e e parece que a gente já se conhecia a anos. Eu não consigo explicar, ele...me intriga.”


Os pensamentos de Emily foram interrompidos por um barulho vindo do andar de baixo. Zooey deveria estar tentando compor. Ela s levantou da cama e colocou um robe.foi até a área das escadas e gritou.

- Zooey... você pode não ensaiar hoje?

O barulho continua. Ela desceu as escadas.

- Zooey, você não ouviu o que eu...

- Hey,sis! Tudo beleza?

- Tudo bem mas ficaria melhor se você não praticasse hoje.

- Cansada? São só 9 da noite.

- Tive um longo dia no trabalho. Só isso.

- Hey, hoje não é seu dia de beber com o David? Está cedo pra você estar em casa não? Você geralmente chega por volta das onze....

- Como eu disse, foi um longo dia no trabalho.

- Ok, vou deixar você dormir.

Zooey beijou a irmã no rosto e fechou o piano.


Dias depois...


Emily estava saindo de casa quando seu celular tocou. David.

- Hey, gorgeous.Quer uma carona para o aeroporto?

- Eu já tinha chamado um taxi.

- Desmarque, estarei ai em dez minutos.

Ela desligou e sorriu. Em dez minutos, ele estacionou na frente da casa dela com um taurus prata. Desceu, colocou a mala dela no carro e abriu a porta para ela.

- Pronta para ir para Los Angeles?

- David, nós moramos em LA, vamos apenas para a região de San Diego!

- Eu sei Emily, entre na brincadeira, vista o papel da sua antropóloga forense preferida.

- Tá bom, entendi.

- Porque vamos de jatinho? Podíamos ir de carro mesmo.

- Coisas de Hart Hanson... mas que tal a gente fazer isso na volta? Posso alugar um carro.

- Gostei, vou pensar no assunto.

- É claro que teremos que ver a nossa escala de gravações de volta a LA mas são apenas 3 horas de carro nada que atrapalhe.

- Falamos com Hart depois que acabarmos as gravações.

Os dias em San Diego foram efetivos e calmos. Rapidamente eles conseguiram gravar a parte do episódio que precisavam e na quinta às quatro da tarde encerravam o trabalho. Emily procurou Hart para saber do cronograma de gravações e por sorte apenas voltariam a gravar na sexta à tarde, o que lhes dava tempo suficiente para retornar de carro e ainda aproveitar a cidade. Ela contou o que pretendia a ele e como David já esperava, após algumas perguntas ele cedeu. Hart sempre cedia a ela.

- Tudo certo, David. Voltamos amanhã de carro com o compromisso de estarmos no estúdio logo após o almoço.

- Ótimo! Pronta para um pouco de diversão?

- Nada de exageros, kiddo...

- Não...só estava pensando em visitar o zoológico de San Diego e depois podemos jantar ou beber alguma coisa afinal ontem foi quarta e não cumprimos nosso ritual.

- Tudo bem mas antes vamos para o hotel. Preciso tomar um banho e mudar de roupa.

- Ok, vamos lá.

Meia hora depois, eles deixavam o hotel com roupas bem casuais. Ambos vestiam jeans e uma blusa simples. Por cima, David usava uma jaqueta de couro e Emily um blazer preto. Passaram cerca de uma hora no zoo. Apesar de ser um dos melhores e os animais serem muito bem cuidados, Emily não gostava de vê-los entre grades. Ela era uma protetora de animais ferrenha e odiava ver alguém fazendo mal a eles.

Em seguida, David optou por um programa mais light. Eles passearam pela orla da praia, tomaram água de coco e depois seguiram para um restaurante bastante recomendado na cidade. Acqua. Muito bonito e a vista nem se fala. Emily e David saborearam uma deliciosa refeição com um vinho branco igualmente especial. Conversaram casualmente, adorando o tempo que estavam passando um com o outro. Depois, eles optaram por um barzinho recomendado pelo concierge do hotel Fiesta de los reyes, onde a atmosfera era toda mexicana.

A vista do terraço era incrível. Emily estava surpresa. Assim que escolheram a mesa, David perguntou a ela.

- O que você quer beber hoje, Em?

- Deixa eu olhar os drinks daqui, se nada me chamar a atenção, podemos ir de tequila.

- Tequila é sempre uma boa pedida!

Emily observou os diferentes coquetéis mas nada parecia chamar sua atenção.

- A boa e velha tequila...

- Por favor, traga quatro doses de tequila.

- Quatro?

- Para não perdermos tempo...

Ela riu. Rapidamente o garçon voltou com o pedido trazendo também sal e limão. David ainda observava o cardápio e acabou pedindo alguns petiscos que sabia que Emily gostava. Pediu ao garçon para providenciá-los.

Eles começaram a conversar sobre várias coisas distintas, um pouco da vida, das atualidades, nada realmente específico. David queria conhecer mais dela.

- Ok, você já falou de um monte de assuntos comigo, Emily mas quero saber mais. Quais são os seus sonhos? O que você espera da vida?

- Hum, vamos entrar nessa agora?

- Porque não? Sou curioso.... vamos Emily diga logo. Onde você imaginar estar daqui a cinco anos?

- Bem, quero certamente me dedicar ao trabalho e em cinco anos espero ser reconhecida no meio. E claro que torço muito para que Bones seja um sucesso e que eu continue fazendo a minha personagem. Pra isso, David, eu conto com você. Se o Booth vai embora não sobra muito para a Brennan.

- Certo, como eu gosto muito da minha parceira, pretendo ficar por perto o quanto der, até quando o show finalizar.

- Bom saber.

Emily deu um daqueles seus sorrisos que deixavam David de coração mole. Ele pediu mais quatro doses de tequila e investiu um pouco mais na conversa.

- Ok, você falou em relação a sua vida profissional e como fica a pessoal? O que esse coraçãozinho quer?

Ele deixou a mão vagar de leve do rosto, para o ombro até se colocar sobre a mão dela. Emily respirou fundo. A tequila chegou nesse exato momento e ela rapidamente tirou sua mão da dele. Emily olhava para ele intensamente. Pegou o copo e após sorver o limão e o sal, virou a tequila de uma vez. David riu, sabia que ela estava adiando a resposta. Virou a sua dose também.

- Então?

- Ah, David é difícil responder uma pergunta dessas. O que todos querem? Ser feliz.

- Ah, come on. Nada de respostas evasivas. Desembucha!

- Tudo bem só que aposto que você vai me condenar e me ver de outra forma depois que eu falar...

- Experimente!

- Penso em casar, ter uma família. Não agora, minha carreira é mais importante no momento. Porém, antes de casar, eu quero me apaixonar, amar perdidamente, fazer sexo com o melhor parceiro que a vida me apresente. Viajar.

- Nossa! O que você fez com a Emily certinha? Ela ainda está aí?

- Está. Só porque eu não falo aos quatro ventos, não quer dizer que eu não tenha desejo por outras coisas.

- E ainda assim, você conta isso pra mim?

- Estava me perguntando exatamente isso nesse momento, porque é tão fácil falar isso para você? Me sinto bem fazendo isso. Talvez porque sei que você não vai me recriminar.

- Não mesmo você pode confiar em mim, sempre.

Ele buscou novamente a mão dela. Apertou-a na sua e sorriu. O contato com a pele dele a fez sentir um arrepio na espinha. Fosse pelo efeito do toque ou da bebida, ela sentiu-se muito atraída por ele. Um pensamento fora do comum passou na sua mente, ela queria beijar David. Era o diabinho atiçando o pensamento de Emily.

“Querer não é poder” era o que outra voz dizia a ela.

David estava adorando segurar a mão dela e por vários minutos permaneceram assim, ele simplesmente não conseguia parar de olhar aqueles olhos profundos, intensos e misteriosos. Emily retirou devagar sua mão debaixo da dele e sorriu.

- Vou ao toilette e você, peça a saidera pois precisamos ir. Ou você esqueceu que temos que pegar a estrada cedo?

- Ah, agora sim é a Emily certinha que eu conheço.

Ela riu e deixou a mesa. Ao voltar, mais uma dose de tequila a esperava. Ela sorveu o sal e o limão e virou rapidamente. David riu do tom desafiador que ela impunha para ele fazer o mesmo.

- Tá esperando o que pra virar esse copo?

- Nada, madame!

E virou. David fez sinal ao garçon para trazer a conta.

- Só quero ver se você vai estar apto para dirigir amanhã.

- Porque? Por essas doses? Ah, com certeza.

David pagou a conta e saíram do restaurante. Ele a guiava com a mão na parte de baixo das costas. Ambos estavam bem, não estavam bêbados apenas animados. David aproveitou para abraça-la enquanto andavam em direção ao ponto de táxi. Ao chegarem ao hotel, subiram juntos no elevador, estavam em andares diferentes. Antes da porta se abrir no andar dela, David a puxou e deu um beijo no rosto.

- Boa noite, Em.

- Boa noite, David. Coloque o despertador para as seis, temos que estar na estrada às oito.

Ele apenas sorriu. Devagar Emily seguiu para seu quarto. Por causa do efeito da bebida, ela adormeceu rapidamente e para sua surpresa, sonhou com Boreanaz.

No dia seguinte, ela se levantou cedo, tomou banho e ligou para o quarto dele. Após o terceiro toque uma voz sonolenta atendeu.

- Alô...

- David? Você ainda está dormindo? São sete da manhã!

- Tá...Emily já vou...

- Vou descer para tomar café por favor não se atrase. Ainda temos que pegar o carro.

- Ok..já sei amor....

“Amor? Ele a chamou de amor? Não devo ter ouvido errado.”

Ela desceu e quando estava acabando seu café, David surgiu de calça jeans, camiseta e óculos escuros.

- Não me diga que você está de ressaca?

Ele bebendo um longo gole de café respondeu em seguida.

- Não, estou com sono mesmo.

- Isso quer dizer que eu dirijo, pelo menos metade do caminho.

- Não Emily, posso dirigir.

- Você está caindo de sono, de jeito nenhum. Coma algo e me encontre na recepção eu consegui que trouxessem um carro pra gente aqui.

Minutos depois, David aparecia no lobby com sua mochila e um sorriso um pouco melhor. Ele apenas entregou as chaves e seguiu com ela até a entrada do hotel. Um conversível vermelho igual ao que eles usaram nas filmagens esperava por eles. Emily se dirigiu ao lugar do motorista enquanto um David muito contrariado sentou-se no banco do carona. De óculos escuros, Emily se ajeitou na direção e deu partida no carro. Em menos de quinze minutos, eles estavam na rodovia interestadual que os levaria de volta a Los Angeles.

Meia hora de estrada e David permanecia calado. Emily tentava puxar conversa sem sucesso. Finalmente, ele resolveu abrir a boca.

- Você está adorando dirigir e me deixar de castigo não?

- David, não se trata disso. Você não estava em condições. Como se sente agora?

- Muito melhor, já posso dirigir?

- Na próxima parada. Daqui a uma hora.

- Tudo isso? Ele ficou logo emburrado.

- Homens, qual o problema de não estar no controle da direção?

- Todos!

Ela sorriu e estendeu a mão para tocar a coxa dele, um movimento involuntário com a intenção de mostrar uma certa compreensão mas a forma como a mão dela deslizou pela coxa e acariciou-o fez David interpretar o gesto de outra maneira, até ela interpretou de outra maneira após ter feito e rapidamente tirou a mão. Mais animado, ele se ajeitou no banco procurando se aproximar dela. Propositalmente, ele esticou o braço no encosto do assento a fim de tocar o ombro dela e ficar acariciando a pele alva.

Emily avistou uma rest área e assim deu sinal para fazer a parada. Ela foi ao banheiro enquanto David ficara encarregado de comprar café. Assim que ela tornou a aparecer no saguão, ele já a esperava. Entregou o café a ela e beijou-lhe o rosto.

- Bom dia...

Ela olhou para ele intrigada, a sobrancelha erguida.

- Estava te devendo um bom dia decente, estava muito chato essa manhã e você não merece isso.

- David, você já vai dirigir agora, não precisa me adular.

- Quem disse que estou fazendo isso para dirigir? Estou me redimindo com você.

- Tá certo. Vamos?

O rádio estava ligado numa das estações mais badaladas da California. Ao ouvir os primeiros acordes do piano, ele sorriu e falou.

- Adoro essa música!

- Essa?

- Clocks, coldplay.

- Você? Fã do Coldplay?

- Qual é o problema?

- Nenhum, achei muito interessante.

- Quem não gosta de Coldplay? Olha essa batida, o piano...

E ela se pôs a cantarolar junto com o rádio fazendo David rir do jeito dela.

O restante da viagem foi tranqüila, enquanto ele dirigia Emily mantinha a conversa e até jogaram alguns jogos e adivinhações. O clima entre os dois era leve, nada forçado ou planejado. Vez ou outra, eles acabavam por se tocar, se acariciar tudo espontaneamente. David beijava-lhe o ombro, Emily acariciava os cabelos dele e as mãos acabavam por revezar nas pernas um do outro.

A chegada a LA foi rápida e David deixou Emily em casa antes de devolver o carro. Antes de ir embora, ele tornou a beijá-la na bochecha e ela retribuiu o gesto fazendo o mesmo. Sussurrou ao ouvido dele que o veria em breve.

Naquela tarde, eles voltaram a trabalhar e nada de excepcional aconteceu.


Quarta-feira


Eles já estavam filmando o décimo episódio. Emily terminara suas cenas por hoje e estava no camarim descansando. Hoje era novamente o dia deles. Sairiam para beber e conversar. Porém desde a ultima vez que fizeram isso, Emily começava a avaliar outras possibilidades. Depois daquela noite no restaurante mexicano, ela simplesmente não conseguia parar de pensar em David. Era involuntário e em vez de procurar cancelar a noite, ela estava ansiosa por isso. Ela tirava a maquiagem da sua personagem para aplicar a sua própria. Sabia que David ainda estava filmando.

“Tenho sonhado com David todas as noites. Nos meus sonhos não há nada explícito apenas insinuações. Nos divertimos e ontem meu sonho foi além, eu o beijei em sonho! O que está acontecendo com você Emily? Você não pode se apaixonar por ele, é seu colega de elenco, seu parceiro de cena. Porque ele tem que ser tão atencioso, tão carinhoso. Eu sei que ele usa isso para impressionar. Já ouvi dizer que ele é mulherengo mas ele é casado! Isso Emily, esse é o verdadeiro motivo pelo qual você nem pode pensar em besteira com ele.”


Meia hora depois, batidas no seu camarim a tirara da sua reflexão.

- Emily? Você está aí?

Ele abriu a porta e a encontrou pronta de pé próximo a porta.

- Estou aqui. Você já acabou de filmar?

- Sim, vim te procurar pra sairmos...

- Estou pronta! E vou logo avisando, não trouxe meu carro portanto você está duplamente responsável por mim hoje.

- Quem vê isso, pensa que você veio preparada para aprontar...

- David...

Eles deixaram o Studio rindo. Foram para o mesmo lugar de sempre, o Moby Dick. Estava cedo não eram nem sete da noite. Após sentarem no seu lugar cativo, um ao lado do outro, David perguntou o que ela queria beber.

- Não sei, pensei em tomar um vinho hoje...

- E abandonar a tequila?

- Eu não sei se a tequila seria a melhor pedida depois da ultima vez, você não ficou muito bem...

- Ok, nem eu nem você, vamos de vodka.

- Não tomo vodka pura...

- Drinks com fruta,eu deixo.

- Ok,tudo bem.

David pediu a primeira dose de vodka sendo a dela com kiwi. Como era regra nesses encontros, eles sempre comentavam alguma situação do trabalho, uma cena, um diálogo era quase natural. E com isso foram dois drinks para cada lado. Continuaram conversando com mais uma rodada de bebida. Emily estava contando sobre a Zooey e suas investidas musicais.

- É incrível! Quando ela está compondo eu sofro! O piano não para!

- Sofre? Ela é tão ruim assim?

- Não! Ela é muito boa mas esquece que estou ali e ao contrário dela preciso acordar cedo no dia seguinte. As vezes, ela vira a madrugada.

- Coisas de músicos, Em. aliás, sua família é bem talentosa. Você canta também?

- Eu cantava, hoje não mais. Podia ter seguido a carreira de cantora.

- Wow, cantora! Eu compraria seu CD, porque não seguiu os passos da sua irmã? Seriam uma dupla e tanto.

- Minha voz, minhas cordas vocais não agüentariam, eu tentei...

- Sua voz é linda, imagino você cantando...

- Para com isso, David...

O olhar dele a queimava por dentro. Intenso. Ela suspirou e mordiscou o lábio inferior, tomou um pouco do drink à sua frente. Felizmente, David mudou de assunto e ela relaxou. Durante muito tempo eles continuaram a conversar sobre todo o tipo de assunto sem deixar de beber. David apenas fazia sinal para o garçon e os copos surgiam na mesa. Pediram alguns petiscos mas já passavam das nove da noite e eles nem sabiam dizer o quanto de vodka tinham ingerido. David estava bem porém, Emily já demonstrava que estava alta, mais alegre que o normal.

Ela estava se sentindo leve, diferente, alegre. E de alguma forma, ela estava mais aberta, ousada. Aos poucos, ela se aproximava cada vez mais dele. Roçava sua perna na dele ou mesmo o braço, mexia-se a ponto de esbarrar sempre nele. Aquele modo de agir não era natural dela. David percebeu e resolveu suspender a bebida.

- Emily, que tal uma coca-cola ou um suco?

- O que? Ouvi direito? Eu quero outro drink com morango...

- Em, tem certeza que não quer dar uma parada?

- Não. Ela olhou para ele séria.

- Vou ao toilette e quando voltar espero encontrar meu drink certo Boreanaz?

Ele apenas levantou as mãos preferindo manter-se calado.

No banheiro, Emily lavava as mãos antes de voltar ao bar. Olhou-se no espelho e suspirou. Ela sabia que estava um pouco mais alegre que o normal, talvez tivesse exagerando nas doses de álcool. O corpo fala e Emily sentia que seu corpo queria isso, David provocava esse efeito nela, sentia-se atraída demais por ele, os pelos da nuca se eriçavam apenas em pensar num beijo com ele.

“Droga! Porque não consigo tirar esse pensamento da minha cabeça? Porque tudo que penso é em esbarrar nele, sentir o calor da pele dele rente a sua. Deve ser a bebida! Devia parar de beber por hoje.”


Ela suspirou e voltou para a mesa. E no momento que se sentou, a vontade de parar de beber desapareceu. O drink a sua frente era lindo e mais lindo ainda era o homem sorrindo a sua frente.

- Melhorou?

- E quem disse que eu estava ruim?

- Ok, ok...

Emily levou o drink aos lábios. O rosto de David se iluminou ao vê-la sugar a bebida. Sexy, sensual. Ele levou o seu copo a boca tentando afastar a imagem pecaminosa que seu cérebro insistia em formar.

- David que tal uma brincadeira?

- Brincadeira?

- Já que não temos nenhuma garrafa aqui para spin the bottle, que tal Truth or Dare?

- Emily! Você tão certinha sugerindo essas brincadeiras? Acho melhor parar de beber.

- David, você não me conhece tanto assim, sou certinha mas posso ser maluquinha também...topa ou não?

- Ah, não sei se é uma boa idéia...

- Vai amarelar agora, David? Vai dar uma de covarde?

Ele balançou a cabeça. Rindo, falou.

- Aceito e não me responsabilizo pelo que vier.

- Ok, eu começo. Truth or Dare?

- Truth.

- Você já traiu sua esposa?

- Que pergunta!

- Responda...

- Não.

- Se sente tentado?

- Hey! É a minha vez... Truth or Dare?

- Truth.

- Você já amou de verdade, Emily?

- Uma vez. Eu tinha 22 anos. Foi intenso.Fiquei perdidamente apaixonada. Truth or Dare?

- Truth.

- Você é bom de cama como eu imagino que seja?

- Emily, o que tem nessa bebida?

Ela apenas olhou para ele e tomou mais um gole da vodka, com os olhos, ela exigia a resposta.

- Nunca tive reclamações...

- Convencido!

- Sua vez, Truth or Dare?

- Truth.

- Você já fez alguma loucura por amor?

- Queria dizer que sim, porém a verdade é não, pelo menos até hoje. Quem sabe um dia...

A intensidade do olhar dele a penetrava e a deixava meio zonza. A bebida parecia funcionar como um afrodisíaco e todo o corpo de Emily se arrepiava com aquele olhar penetrante. Ela estava prestes a mandar seu bom senso para o espaço, apenas precisava de um incentivo. E parece que Boreanaz leu seus pensamentos.

- Truth or Dare, David?

- Dare.... a palavra saiu como um sussurro. Emily suspirou e fez a proposta.

- Eu te desafio a me beijar.

O rosto dela estava bem próximo ao dele. Os corpos quase colados. A boca de Emily estava entreaberta, provocando. A tentação era insustentável. Ele não conseguiria resistir e ao mesmo tempo não sabia como era melhor agir. Ela estava mesmo o desafiando ou era um pretexto para beijá-lo? Não sabia ao certo. Inclinando-se na direção dela, ele encostou os lábios nos dela, suavemente. Fora um selinho, simples. Ao afastar-se dela, viu que tinha os olhos fechados. Ao abrir-los, falou.

- David, isso é o melhor que você pode fazer?

Era esse o sinal que ele precisava. No mesmo minuto, ele a puxou pela nuca e colou seus lábios nos dela, agora em um beijo realmente verdadeiro. Emily abria os lábios deixando a língua dele invadir o interior da sua boca. A sensação de beijá-lo era melhor que ela imaginara, melhor que seu sonho. Ela deixou as mãos vagarem pelos braços, ombros, chegando até o cabelo. Emily sentiu uma pontada no seu centro. Tudo era novo, excitante, delicioso. E errado!

Ela quebrou o beijo e virou o rosto. Passara dos limites. Pegou o copo dele e virou a dose de vodka pura de uma vez. Manteve os olhos fechados por uns instantes. David recostou-se na cadeira recuperando o fôlego, ainda não acreditava no que tinha acontecido. Criando coragem, ela finalmente falou.

- Acho que já chega por hoje não?

- Tenho que concordar com você, Em. Vou pedir a conta.

Em dez minutos, ele pagara a conta e eles deixaram a mesa rumo ao estacionamento. Emily caminhava meio trôpega e David a apoiava, guiando-a com a mão em suas costas. Ao passar pela porta que dava acesso ao estacionamento, Emily não resistiu e jogou o corpo contra ele e beijou-o novamente. Pego de surpresa, David a princípio não respondeu ao beijo mas ao sentir as mãos dela no peito dele e a língua pedindo passagem, ele não resistiu e abraçou-a puxando o corpo dela para junto do seu. Perderam-se no ato por alguns minutos. Ao arfarem em busca de ar, Emily sorriu. Tinha o rosto vermelho, exibindo um pouco de vergonha pelo súbito ato.

Rindo, ela se afastou dele e desceu o primeiro degrau. As pernas bambas pelo efeito da pequena loucura que acabara de fazer aliada a bebida, a fizeram tropeçar e cair no chão de cimento do estacionamento. Aquilo tirou David do estágio letárgico que se encontrava. Correu até ela.

- Em, você está bem?

Ela desatou a rir. Ele ajudou-a a se levantar. Quando tentou pisar, gritou de dor.

- Em, o que foi?

- Acho que quebrei o pé...

- OMG... vem, vou te levar pro hospital.

Ele a apoiou no corpo e tentou leva-la até o carro mas Emily não conseguia andar direito. Sem pensar duas vezes, ele a carregou no colo. O semblante preocupado. Ao perceber que estava sendo carregada, ela sorriu para ele.

- Ah, meu herói...

- Oh, Emily você tá muito bêbada... vai ficar tudo bem, vamos ao hospital.

Ele a ajeitou no carro e ao ligar a chave na ignição, ouviu ela dizer.

- A Zooey vai me matar...

E sem dar muita trela a amiga, ele pisou fundo rumo ao hospital mais próximo.



Continua.....

6 comentários:

mika disse...

Amoooo fics Demily, essa fic vai ser perfeita já estou vendo, amando a fic esperando anciosa pelo prox. cap.

Eliane Lucélia disse...

OMG, adorei o diabinho, dessa vez ele foi mais forte que o anjinho, um diabinho safado junto com uma santa vodka e dois seres com desejos reprimidos, só podia dar nisso, um pé quebrado kkkk a emoção foi tanta que Emily até desequilibrou, agora estou eu aqui, doida pra provar dessa vodka e continuar essa leitura, o que está por vir?! curiosaaaaa. kkkk/ bjosss.

Marlene Brandão disse...

Vodka tive uma experiência não muito boa com ela (risos) aos 15 anos meu primeiro porre.Pena não ter um Dave gooooooootoso aom meu lado e sim! cheguei a cair de beba ahan! me ralei no joelho tive de mentir a mãe se não era castigo na certa. A fic esta linda to esperando a continuação ligéiro me viciei em ler as tuas fics to aproveitando minhas ferias(por pouco tempo) depois é só estudo e trabalho...

you're perfect for me

bjones amore s2

Este disse...

Amo essa amizade de Demily, principalmente nesse momentos que eles ficam sozinhos, onde não precisam esconder como se sentem e dos outros.
Nossa que tentação o David, o homem é super insistente.
Fiquei imagino a Emily bêbada se não tivesse se machucado. PQ vc fez isso Karem. Quero mais que um beijo de Demily. kkkkkkkkkkkkkkk Poxa pq a Emily não resolveu tudo nesse ultimo beijo.hehehe David não fuja dela pq vc tá louquinho por ela. Espero que tenha muitas cenas dos dois saindo juntos ainda, quem sabem numa delas saia do beijo e parti pra ação. kkkkkkkk
Adorei a fic amiga. Como sempre vc arrasou.

Ana Luiza disse...

Amooo Demily !! estou adorando a fic :)
aguardando ansiosa pela continuação !!

Julia Blaustein disse...

YAAAAAAAAAAAAAY Faz tempo que eu não leio uma Demily boa :D estava com saudades já, amo esses dois, são perfeitos, ainda mais do jeito que você os coloca, e o que uma bebida não faz hein? Pegarei o endereço da Fox e mandarei uma garrafa de vodka com um cartão... Quem sabe né? Se só uma garrafa de vodka for o suficiente tá fácil! O que estamos esperando? KKKKKKKKKKKKKKK E a Zooey a matará de inveja só se for... Do jeito que aquela lá "shippava" nas outras fics KKKKKKKKKKKK Enfim, parabéns otimo cap!
Julia Blaustein