sábado, 10 de dezembro de 2011

[Castle Fic] Rise Again - Cap. 1




Rise Again
Autora: Karen Jobim
Classificação: PG-13/NC-17
Gênero: AU / POV Beckett
Advertências: Angst,Romance – A partir de SP Rise 4T
Capítulos: 1 de ?
Completa: [ ] Sim [ x ] Não

Resumo: Após levar um tiro, Beckett está entre a vida e a morte. Castle está desesperado e sente-se impotente por não poder ajuda-la. Uma long fic paralela para acrescentar um algo mais na vida do pessoal do 12º distrito.


Nota da autora: Está é uma fic diferente. A exemplo do que já fiz com outra série, a história aqui contada é uma AU da S4. Muitos dos elementos da temporada corrente estarão presentes, inclusive diálogos mas algumas situações serão tratadas de maneira diferente. Até agora estou muito satisfeita com o rumo da atual temporada de Castle porém sempre dá para criar coisas novas não? Espero que gostem.


Rise Again


Tudo parecia acontecer em câmera lenta. Em pequenos flashes. Ela não tinha conhecimento do que acontecera. Precisava saber. Kate abriu os olhos vagarosamente. A claridade a cegou por uns segundos, ela piscou várias vezes até adaptar-se à luminosidade do ambiente. Estava num quarto de hospital.

Hospital. Dores. Sangue. Tiro.

De repente, a memória voltou com a força de um furacão. Beckett tornou a fechar os olhos e mordeu os lábios. Tudo veio à tona. Montgomery, o funeral, tristeza, um disparo, ela atingida, Castle.

Castle.

Ele a empurrara ao chão, tentou protegê-la. Não foi tão rápido. Ela lembrava da face dele. Tensa. Preocupada. E então, aquelas palavras: Stay with me, Kate, I Love you. Aquilo era a última coisa que ela se lembrava. De algum modo, ela tinha sentimentos contraditórios quanto aquilo. Uma parte dela acreditava que foram as palavras de Castle e seu jeito sincero de olhá-la que a fizera querer lutar contra a morte. A outra parte, queria bloquear tudo o que acontecera, não se achava pronta para lidar com isso, não sabia o que tudo significava.

Ela estivera à beira da morte. Sobrevivera era verdade. Beckett porém, não se sentia completa. Algo mudara seriamente nela e Kate ainda não sabia o que isso traria para sua vida.

Batidas pequenas na porta chamaram sua atenção. O rosto familiar surgiu sorrindo. Josh. Ele se aproximou e beijou-lhe a mão. Beckett ensaiou um pequeno sorriso.

- Como você está, Kate?

O corpo todo doía, estava cansada e conversar era o que menos desejava no momento.

- Fraca e cansada. Muita dor.

- Você passou por uma cirurgia muito difícil. Esteve entre a vida e a morte. É natural que esteja assim. Precisa de repouso absoluto. Você quer que eu fique aqui com você?

- Não, só quero dormir e algo para a dor, Josh. Por favor.

- Tudo bem, vou chamar a enfermeira para aplicar uma dose de morfina em você. Estou de plantão já tem 48 horas. Vou para casa tomar um banho e volto.

- Descanse, você precisa.

Ele beijou-lhe a testa e saiu. A enfermeira voltou ao quarto e aplicou a droga. Em menos de cinco minutos, ela caiu em um sono profundo. Dormiu por quase oito horas. Ao acordar, sentia ainda muitas dores. Porém, esse não era o maior dos problemas de Beckett. A droga a ajudou a descansar não a ponto de esquecer aquilo que martelava em sua cabeça. As palavras de Castle.

I Love you. Três palavras poderosas. Seria esse mesmo o sentimento dele para com ela? Não teria sido um impulso? As vezes, ela gostaria de acreditar que sim porém o medo registrado em seu olhar dizia outra coisa. Ela estava muito confusa, não sabia o que fazer. Ela também tinha medo. Era uma detetive competente, respeitada em seu meio, destemida. Era. Agora, ela se transformara numa vitima de um atirador de elite e sabia que tudo isso era devido ao caso inacabado da sua mãe.

Diante de todos os fatos, ela escolheu o seu caminho. Beckett decidiu por bloquear qualquer emoção ou sentimento inseguro que pudesse estar atrapalhando sua recuperação. Não estava pronta e nem raciocinava corretamente para entender ou escolher qual o melhor caminho a seguir. Ela optou por se fechar em copas.


Um dia depois...


- Castle...

Beckett acordara chamando por ele. Ela estranhara a ausência dele até agora. Sentia falta dele mais do que gostava de admitir. Estava sozinha no quarto o que foi um alivio para ela afinal o que Josh pensaria se ouvisse ela chamando pelo escritor?

Já passava das 10 da manhã quando Beckett estava sentada na cama fazendo um pequeno lanche com o namorado a seu lado. A porta se abriu e Castle surgiu segurando um buque de flores. Ao vê-lo, o sorriso despontou e o coração acelerou. Era bom ver o rosto dele novamente. Isso de certa forma a deixava calma. Josh estava com ela e ao vê-lo despediu-se a contragosto para dar um tempo a ela.

- Hey, Castle...

Um sorriso cansado e uma ligeira preocupação com a aparência.

- Devo estar horrível pelo jeito que você está me olhando.

- Não, é que eu não pensei que ia vê-la novamente.

Ele sentou ao lado dela. Beckett tentava disfarçar o que sentia por vê-lo ali. Ela já fizera sua escolha.

- Soube que você tentou me salvar...

- É...soube? Você não se lembra?

- Não me lembro de nada.

A feição de Castle assumiu um misto de dor e frustração. Ela não se lembra.

- Você não lembra...do tiro?

- Não, a ultima coisa que eu lembro é de estar no púlpito e depois escuridão.

Ele não acreditava no que estava ouvindo. Não podia ser verdade. Beckett se preparava para dizer algo que iria tornar a expressão dele ainda mais triste. Sim, ela reparara o quanto as palavras por ela pronunciadas o deixaram triste.

- Algumas coisas são melhores se forem esquecidas. Estou cansada,Castle.

- Tá certo, conversaremos amanhã.

- Castle...talvez eu precise de um pouco mais de tempo para me recuperar.

- Ok, quanto mais?

Kate sentiu um aperto no coração ao olhar para ele e falar.

- Eu te ligo, ok?

- OK.

Saiu. Beckett olhava para a porta fechada a sua frente. Mordia o lábio. Ela odiara o que acabara de fazer.

Rick Castle caminhava pelo corredor alheio a tudo ao seu redor. Ainda não conseguia acreditar no que ouvira. Ela não se lembra de nada. Ela não tem recordação do que aconteceu então...ela não sabe que ele se declarou, que disse que a amava. Droga! Não deveria acontecer assim. Vê-la tão pálida e cansada naquela cama de hospital mexera com ele. Kate Beckett não era nem de longe a mulher, a detetive forte que ele conheceu e que amava, correção, ama. Tão frágil... e agora ela queria um tempo. Pra pensar? Tentar se lembrar? Ou simplesmente esquecer?

Não. Beckett não era uma mulher de desistir. Esse era um dos motivos que fizeram ele se apaixonar por ela. Ela não colocaria essa história de lado, ela a investigaria a fundo custe o que custasse. Ela desafiaria a todos que cruzassem seu caminho para saber quem atirou nela. Essa era a sua Beckett. Determinada. Exceto que agora ela não agia assim. Para Castle, trabalhar com a melhor detetive de NY tornara-se um privilegio, um prazer. Ele não estava disposto a se afastar, como ela não queria deixar assassinos impunes. Precisava honrá-la de qualquer forma. A Montgomery que dera a vida por ela e a própria Beckett, a mulher que amava. Castle não descansaria enquanto não descobrisse algo que a ajudasse a pegar o filho da mãe que fizera isso a ela. Tinha que voltar ao distrito e cavar essa história. Devia isso a ela.


Três meses depois...


Beckett voltara a pisar essa manhã no 12º distrito. Trazia consigo o colar com o anel de sua mãe. Era uma espécie de amuleto e um lembrete de que aquilo ainda não acabara. Fora recebida com alegria pelos colegas. Ryan e Esposito aproveitaram e a encheram com toda a informação possível sobre o que descobriram sobre o seu atirador. Também acharam muito estranho ela não saber de nada já que o mérito de tudo o que descobriram ate agora tinha sido de Castle. Ambos ficaram espantados por saber que ela não falava com ele a três meses. Do mesmo modo, Beckett também ficara surpresa ao saber que ele continuava indo ao distrito e correndo atrás de pistas para achar o atirador.

O primeiro encontro com a nova Capitã não foi dos melhores. Ela sabia que teria problemas daqui para frente. Um caso de homicídio surgiu e os meninos deixaram o distrito. Beckett sentou-se a sua mesa e suspirou.

Três meses. Ela não falava com Castle a longos três meses. Na verdade, ela tentava esquecer um pouco de toda a loucura que tomara conta da sua vida. Kate se isolou na cabana do pai, rompeu com o namorado e bloqueou ao máximo todas as recordações daquele dia e com ela a pessoa de Castle. Desde que começara a trabalhar com ele, Beckett nunca ficara tanto tempo sem falar com ele. E ainda assim, ela não deixou de pensar nele. Ela ainda tinha medo do que significaria encará-lo novamente, de como seria trabalhar com ele e tê-lo a seu lado constantemente.

Porém saber o que ele andara fazendo na sua ausência, da sua dedicação para com ela e o ocorrido, a fez sentir-se grata e em débito com ele. Castle sempre esteve lá por ela. Sempre. De alguma forma, ela teria que trazê-lo de volta a sua vida. Tê-lo por perto nem que fosse para agradecer de maneira torta. Ela sentia tanta falta dele mas do que estava disposta a admitir. Essa fora a razão que terminara seu romance com Josh. Nem de longe ela percebia nele a devoção que via em Castle mesmo que fosse uma amizade, era mais verdadeira e dedicada que seu relacionamento com o médico.

Ela ainda se recordava da maneira como Josh reagira. Ele tinha ido visitá-la na cabana de seu pai. Fazia dias que não se viam, falavam-se moderadamente por telefone. Quando Josh dissera que vinha visitá-la, Beckett sabia que não podia mais adiar sua decisão. Não foi um fim de relacionamento fácil.

- Precisamos conversar, Josh.

- Essa frase nem sempre é sinônimo de boas noticias Kate.

- Não, você tem razão.

- Você vai terminar comigo? Quer ficar sozinha depois de tudo que passou? Acha que essa é a melhor resposta agora, que é a coisa certa a fazer?

- Você não sabe o que eu passei...

- É claro que sei! Você levou um tiro, quase morreu. Tudo por um impulso de querer achar o assassino da sua mãe, por se deixar levar por um idiota.

- Não foi só um tiro e nem por impulso. Eu perdi um amigo, eu me arrisquei por justiça! Não foi só um tiro, não é só um caso. É a minha mãe!

- Sua mãe está morta Kate. Quanto mais você terá que sofrer para perceber que ela se foi?

- Ela se foi mas isso não significa que devo esquecê-la e deixar tudo pra trás. Não é minha natureza e se você não consegue entender isso é mais um motivo para não estarmos juntos.

- É por causa dele não? Essa sua insanidade, o fato de jogar-se nessa caçada louca, é tudo culpa daquele escritor idiota e as fantasias dele.

- Não meta o Castle nisso.

- E ainda o defende. Há!

- Sabe Josh ao contrário de você, Castle não me critica pelas escolhas. E você está errado. Não é ele que me puxa para encontrar o assassino da minha mãe, a diferença é que ele não sai do meu lado durante a caçada.

Kate tinha lagrimas nos olhos. Baixou a cabeça por uns segundos a fim de se recompor. Voltou a falar.

- Apenas vai embora, Josh. Você merece alguém que realmente o entenda e goste de viver em seu mundo. Eu não sou essa pessoa. Somos muito diferentes e eu não estou pronta para lidar com isso. Não estou pronta a deixar meu passado para trás.

- Kate, como pode? O que esse cara tem?

- Ele me entende.

Beckett sabia que tinha algo importante a fazer. Pegou o casaco e deixou o distrito.


XXXXXX



Rick Castle lançara mais um romance da série Nikki Heat. Ele estava autografando em uma livraria pacata de New York hoje. Infelizmente, o trabalho que tanto adorava parecia para ele agora tão sem sentido, tão mecânico. Tudo porque sua verdadeira inspiração decidira desaparecer totalmente de sua vida e ele sequer sabia o porquê disso. Três meses, porque você sumiu Kate?

Essa pergunta inundava a mente do escritor com uma freqüência bem maior do que ele podia suportar. Isso o fazia sofrer. A cada toque do seu celular, ele pulava assustado achando que poderia ser ela dessa vez.

Agora ele estava ali, assinando livros para leitores assíduos, pessoas que o admiravam e o fazia como alguém que servia o lanche da cantina da escola do bairro. Castle queria apenas saber se ela estava bem. Será que o esquecera por completo? Ele apenas queria saber...

Nomes e mais nomes. Agradecimentos e assinaturas e então.

- A quem devo dedicar?

- Pode dedicar a Kate.

A voz. Ele ergueu a cabeça do livro e a fitou. Era realmente ela à sua frente. Kate Beckett. Sua musa, sua amiga, seu amor. Ele assinou o livro e a fila se moveu. Meia hora depois, ele encerara a sessão e deixou a livraria agradecendo a todos. Kate esperava por ele e francamente ele não sabia se deveria conversar, discutir ou mesmo falar com ela. Ele estava magoado demais. Ela o ignorara após tudo o que passaram, após vê-la morrer bem na sua frente.

- Castle, espere...

- Eu esperei por três meses. Você nunca ligou.

- Sei que está com raiva...

- Pode apostar que sim!

Ele virou-se para ela. O semblante sério.

- Eu a vi morrer numa ambulância. Sabia disso? Sabe como é? Ver a vida se esvair de alguém que você... – ele pausou por um segundo, não ia dizer a palavra, não dessa vez – gosta?

- Eu disse que precisava de tempo.

- Você disse alguns dias...

- Eu precisei de mais.

- Deveria ter avisado.

- Castle ,espere. Eu não podia te ligar. Não sem reviver tudo o que estava tentando me afastar. Precisei de tempo para digerir tudo isso.

- Josh te ajudou?

- Nós terminamos.

Apesar da raiva, aquelas palavras acalmaram seu coração. Ela terminara o namoro. Ela estava sozinha. Beckett fechou a cara e virou-se indo embora. Castle relutou e brigou consigo mesmo diante do que acabara de acontecer ali entre eles. Foi atrás dela.

Sentados no balanço de uma pracinha, eles não se falaram por algum tempo. Beckett folheava o livro em suas mãos criando coragem para puxar assunto.

- Gostei da dedicatória.

- Pareceu apropriada.

- Deve ter sido difícil escrever esse final.

- Sim, dadas as circunstâncias foi sim.

Ele esperou uns segundos. Ele precisava matar a curiosidade.

- Porque vocês terminaram?

- Eu realmente gostava dele. – olhando para Castle reafirmou – Mas não era suficiente.

Ela tomou coragem e falou.

- Depois que a minha mãe morreu, algo dentro de mim mudou. É como se eu tivesse construído um murro dentro de mim. Não sei, acho que não queria sofrer daquele modo de novo.

Ela olhava para ele.

- Eu sei que não conseguirei ser o tipo de pessoa que gostaria, sei que não conseguirei ter o tipo de relacionamento que quero até que essa parede seja derrubada. E não acontecerá até que eu encare isso.

Ela olhava para ele buscando um sinal de compreensão, de aceitação. Os olhares intensos apenas revelavam a cumplicidade de ambos. Ele sabia que demonstrar seus sentimentos era algo difícil e totalmente fora do estilo e da personalidade de Beckett. Isso significava que de alguma forma, ela tentava dizer que sentia muito.

- Então acho que teremos que achar esses caras e acabar com eles. Isso não significa que eu não estou mais bravo.

- Os rapazes me contaram o que você fez, seguiu o rastro do dinheiro. Procurou os policiais pagos.

- Eu gostaria que tivesse sido útil. Eu localizei os arquivos mas quando o banco fechou pegaram todos os arquivos e guardaram num armazém em Union City. Anos depois houve um incêndio e eles foram destruídos. É só mais um beco sem saída.

- Como o incêndio aconteceu?

- Foi um acidente, fiação velha.

- Tem certeza?

- Sim, foi investigado.

- Viu o relatório do investigador?

- Não, mas incendiar um armazém? Parece muito trabalha por alguns arquivos.

- Não mais trabalho do que já fizeram antes.

E como um passe de mágica, ela sentiu-se satisfeita. Não só vira a dinâmica com Castle voltar a funcionar como ela gostava, mas também encontrara algo para seguir com a investigação. Só tinha um problema. Gates.

- Como você vai voltar se foi expulso pela Gates?

- Eu só deixei ela me expulsar porque não havia razão para ficar. Ela vai me aceitar.

Beckett sorriu. Ele ia usar o prefeito. Para Castle, era muito mais que apenas voltar ao distrito e fazer pesquisas, investigar casos. Para ele, era a forma de estar ao lado dela, ajudando-a, protegendo-a. E isso era tudo que importava por hora.

Ao voltarem ao distrito já tinham um caso e acabaram por envolver-se nisso não sem esquecer a investigação sobre o armazém que faziam escondidos. A rotina parecia ter voltado a vida deles com seus procedimentos, suas obrigações e uma capitã osso duro de roer até o momento em que Beckett ficara frente a frente com uma arma apontada para ela.

Naquele galpão, ao encarar a arma apontada para si, Beckett fraquejou. A respiração tornou-se pesada, ela foi paralisada pelo medo. Seus olhos indicavam pânico e tudo que ela fez foi baixar a guarda e ficar parada ali, sem qualquer reação. Ela não ouvia nada que acontecia ali por vários minutos. Apenas sentia sua mão tremer segurando a própria arma. Guardou-a no coldre ainda muito afetada pelo que acabara de acontecer com ela.

De volta ao distrito, ele a questionou. Vira tudo. O medo, o tremor. Ele insistira para que eles conversassem e ela negou. Disse apenas que não aconteceria novamente. Saiu dizendo que ia investigar o incêndio. Castle não a deixaria sozinha nessa. E tinha razão, ela ainda estava muito abalada com tudo. Ele a acompanhou até o apartamento dela. Discutiam detalhes do caso e tentavam conecta-lo com tudo que sabiam. Ela estava desesperada. Ela precisava acreditar que aquele incêndio fora culposo. Era a única pista que tinha.

Castle tentou convencê-la do contrário e a reação de Beckett partiu seu coração. Ela tinha os olhos cheios d’água quando dissera aquelas palavras. Todos se foram, Castle. E por esse motivo, ele estava debruçado em todos os dados que tinham, tentando achar algo solto, uma pista, qualquer coisa que desse a ele a oportunidade de conseguir respostas. Castle não estava preparado para aquele telefonema e as informações que recebera. Ele precisava mantê-la afastada do caso, para sua própria segurança. Era uma tarefa difícil, arriscada em se tratando de Beckett. Precisava convencê-la. Sua vida dependia disso. Ele não arriscaria perde-la novamente. Mesmo que isso estivesse criando problemas com a sua família. Independente da opinião da sua mãe ou de Alexis. Beckett era parte importante da sua vida tanto quanto elas.

E com as palavras certas, ele conseguiu. Ela se rendeu ao argumento dele. Voltaram ao caso, trabalharam juntos e descobriram a pista do verdadeiro assassino. Ao voltar ao galpão onde ela sofrera a sua parada, onde encarara o medo, Beckett foi surpreendida pelo assassino. Mas ela não sucumbiria dessa vez. Buscando toda a força necessária dentro de si, ela gritou com Mitch. Castle estava a seu lado dando-lhe apoio, incentivando-a a manter a calma. E ela conseguiu vencer o temor que a assombrara antes prendendo o cara.

Eles se despediram não sem antes ela agradecer por estar lá com ela. Castle fez uma promessa a ela, achariam um modo de resolver aquilo tudo. Por hora, deixariam assim.

Ao voltar para casa, Castle conversou com a filha e acabaram por entender-se sobre Beckett. No escritório, ele acessou um arquivo com o nome dela na tela de led. Todas as conexões que juntara até ali, todas as pistas e dúvidas existentes. Seu próprio arquivo confidencial. Seu segredo obscuro. Beckett não sabia e ele pretendia manter assim. Tudo isso era demais para ela suportar agora.

Beckett deixou o distrito pensativa. Fazia apenas dois dias que voltara ao trabalho e sabia que estava longe de ser aquela detetive rápida e exemplar de antes. Estava abalada. O tiro, sua mãe, a quase morte, Castle. Nada disso podia ser esquecido. Era parte dela e por esse motivo a afetava tanto. Ela entrou no consultório. Sabia que precisava voltar a ser quem era, precisava enfrentar seus demônios, seus medos. Pela sua mãe, por Castle, por ela.

Sentada de frente para o psicólogo, Beckett começou a falar. Se queria suportar tudo isso e se reerguer novamente, antes de mais nada, ela precisava dizer a verdade.

- Eu menti antes.

- Do que você se lembra?

- Eu me lembro de tudo.

Ela sentiu o impacto daquelas palavras. Poderosas. Ela conseguia ver o rosto de Castle apreensivo, ouvir as palavras dele. Se queria seguir em frente, quebrar o muro que construíra ao seu redor, ela precisava se abrir, precisava falar.

I Love you, Kate.

Ela teria que aprender a entender o quanto aquela frase podia mudar sua vida. Enquanto não fizesse, este seria seu segredo.

À noite em seu apartamento, Beckett serviu-se de uma taça de vinho. Assim que os primeiros goles de álcool atingiram seu corpo, ela se sentiu tomada por uma solidão enorme, um medo sem explicação, uma tristeza e a saudade da mãe tirada tão abruptamente da sua vida.

Ela chorou. Verteu lagrimas até não poder mais suportá-las. Em posição fetal, ela enrolava-se na cama, o corpo tremendo pelo choro compulsivo que vinha em ondas até ela. A respiração forte a fez buscar por ar enquanto acalmava o coração. A cabeça latejava já não chorava mais. Extinguira todas as lagrimas.

O celular tocou sobre a cabeceira da cama. Ela não atenderia. Não queria. A insistência era grande. Ela esticou-se para pega-lo. No display, havia o registro de ligações perdidas. Castle. Ela mal checara a informação quando o celular tornou a tocar.

- Hey...

- Kate, está tudo bem? Te acordei?

- Não, só estava deitada. Está tudo bem, Castle.

- Eu acabei saindo com pressa do distrito e acabei por não falar direito com você. Ia te chamar para comer alguma coisa.

- Não precisa, Castle. Estou cansada. Nos falamos amanhã ok?

- Está tudo bem mesmo, Beckett?

- Sim, Rick. Boa noite para você.

- Kate, você sabe que estarei ao seu lado não importa como nem porque. Always.

- Eu sei Castle, obrigada.

- Durma bem e precisando, me ligue. A qualquer hora.

Ela encerrou a ligação. Um sorriso inocente surgiu em seus lábios. Dissera para si mesma.

- Um dia de cada vez, Kate. Um dia de cada vez.



Continua....

3 comentários:

Eliane Lucélia disse...

Uau,é a única interjeição que veio à minha cabeça no momento,vamos lá, achei uma coisa diferente nesse cap. e gostei muito da abordagem, vc sempre costuma pegar uma determinada cena e levá-la adiante, dá uma nova dinâmica aos fatos, ir além do que a série mostrou, nesse cap. vc pegou várias cenas e deu a elas uma visão diferente, as vozes de cada personagem que ficaram ocultas, na série há a presença da ausência,sabemos o que cada um sofreu por saber do sentimento de cada um, aqui vc trouxe (de forma maravilhosa por sinal)tudo as claras, eu não comentei com ninguém, mas fiquei com uma impressão neste epi que me incomodou um pouco, a Kate foi procurar o Castle porque ela estava sentindo falta dele ou porque ele estava com os arquivos do caso da mãe dela? eu sei que a resposta era obvia, mas não gostei de sentir o que senti na época, talvez olhei d+ com os olhos da razão e enxerguei uma ponta solta, a ponta que vc amarrou brilhantemente aqui, enfim, AMEI esse cap, vc narrou, entrou na cabeça dos personagens e as fez transbordarem, adoro quando faz isso,sabemos que todos esses personagens já estão construídos historicamente, mas vc os completa, vc os guia de uma forma que eles não percam nenhuma característica,adoro o algo a mais que a senhorita oferece a cada um deles, e já estou no aguardo do próximo. Bjos

Este disse...

Triste relembrar essas cenas,mas bom ver escrito de uma visão diferente.
Perincipalmente a parte que a Kate faz questão de esquecer o ILY do pobre Castle. Sinto até hoje vontade de bater na Becket por isso. kkkk O bom que isso vai trazer uma nova forma de se relacionar entre os dois, trazendo pra Kate mais confiança.
Apesar do Josh ser um fofo não saberia amar e entender a kate como o Castle. É lindo ele lutando e ajudando ela no caso da mãe Aid a bem que esse três messe fizeram ela ficar com saudade do Castle.

Ficou ótima a fic Karen. Gostei muito da maneira que vc escreveu cada cena do ep. Mostrou cada pequeno detalhe que foi muito importante para o ep. e a temporada. Aguardo continuação. hehhe

Julia Blaustein disse...

Muito bom! HAHAHAHAH Faz tempo que não comento... Triste! Mas vamos lá... Amei a interpretação que você fez do Josh, quando parecia que ele não podia ser mais babaca e, consequentemente, odiado, você conseguiu! Já estava com raiva ao rever a cena, quando li, mais ainda, o que fez com que o pé na bunda que a Kate dá nele, mais satisfatorio! KKKKKKKK A parte do terminio entre os dois também ficou interessante, consegui ver a Beckett falando tudo aquilo e não imagino de outra maneira, Perfeito,Então parabéns! No final, na ligação que o Castle faz, o Always KKKKKK Sempre lá... Enfim, um excelente cap. Parabéns!