quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

[Castle Fic] Rise Again - Cap. 2

Cap.2



As coisas começaram a se agitar no 12º distrito. Pessoas sendo mortas é algo que se vê todos os dias numa cidade como NYC. Com sorte, Beckett afundou-se no que ela mais sabia fazer, investigação policial.


Entre um caso e outro, ela distraia-se com as teorias malucas de Castle e deixava bem escondido em seu sub-consciente toda a historia do atirador. Continuava freqüentando o psicólogo da polícia e mantendo segredo sobre isso.

O caso que estavam investigando agora era um prato cheio para as viagens de Castle. Um super-herói misterioso por se dizer, matara um homem cortando-o ao meio. Pra variar, ela obteve todo o seu background no assunto através dele. Não que ela já não conhecesse sendo uma fã de quadrinhos desde seus quatorze anos.

A caminho da loja de quadrinhos, Castle não podia resistir a excitação que sentia e dividi-la com ela.

- Sente esse cheiro?

- O suave odor de páginas impressas?

- A Comicadia nos chama.

- Esse lugar é a loja mais importante de quadrinhos. É o Vaticano para o católico. É Meca para o peregrino.

- É a correnteza para a desova...

- Sei, Castle. Comprei meu primeiro quadrinho aqui com 14 anos. "Sin City: Uma Dama por Quem se Mata".

- Hardcore!

Mais uma coisa que ele descobria sobre ela. Aos poucos formava a personalidade de Beckett e estava adorando descobrir que ela era tão geek e nerd como ele. Forçou um pouco mais.

- Certo, espere, espere, certo. Se pudesse ser um personagem de quadrinho, quem você seria?

- Elektra.

- Uma assassina implacável que esconde suas emoções.

A cara dele a fez desviar o olhar.

- Não, talvez porque ela tenha habilidades ninjas da pesada.

- E você? Homem de Ferro? Homem-Aranha? Não, espere. Já sei. Homem Irritante.

Ela adorava implicar com ele.

- Tente bilionário industrial Bruce Wayne, o Cavalheiro das Trevas. Ele é ressentido, bonito e tem os brinquedos mais legais.

- Exagerou com essa.

Eles entraram na loja e Castle deu de cara com vários exemplares dos quadrinhos de seu livro.

- E já mencionei que gosto refinado eles têm aqui na Comicadia?

- Sr. Castle. E você é Kate Beckett, certo? Mike Hoover. Senhor, sou um grande fã. É uma grande honra conhecê-lo.

- A honra é minha.

- Acabamos de receber o Derrick Storm.

- Digo... a arte, a escrita... é, em uma palavra, incrível.

- Qual é sua parte preferida?

Beckett revirou os olhos e falou.

- Não precisa responder. O ego dele não precisa de incentivo.

- Sem dúvida quando Derrick Storm escapa dos bandidos batendo no táxi.

- Táxi.

Ambos falaram a palavra juntos.

- Desculpe, Det. Beckett. Deveria ter avisado do spoiler.

- Não. Tudo bem. Não vou ler.

- Sério? Vi seu nome na nossa lista. Você encomendou uma cópia.

-É mesmo?

Droga! Fora pega. Ele não ia deixá-la em paz por conta disso.

- Só estava sendo solidária. Não estamos aqui por isso. Preciso fazer umas perguntas.

- Isso mesmo.

E dessa forma Beckett desviara a conversa. Depois da loja, infelizmente Beckett não teve boas noticias, na verdade, ela recebeu uma bronca grande de Gates e a mesma insinuou que ela não era uma boa detetive. Aquilo enfureceu Beckett, ela odiava ser tratada como incompetente.

Ela se dedicou completamente ao caso. Nada de fantasias criadas pela mente do seu parceiro, queria fatos concretos, reais que pudesse levar a um promotor e limpasse sua barra com a Capitã. Infelizmente, as pistas levam sempre para o mundo dos super-heróis. Ou melhor, dos seus escritores.

Seguindo as pistas, as idéias loucas, eles chegaram a policial, Ann. Após uma discussão calorosa na sala de interrogatório, Beckett chegou a conclusão de que ela não era a assassina, apenas um boa policial tão obcecada pela morte do pai que acabou buscando outros meios de fazer justiça mas não matara ninguém. Para falar a verdade, elas se pareciam e de alguma forma, Ann tocou fundo em certas feridas sobre sua mãe que não queria remoer no momento, não quando ela tinha um caso para resolver.

Sua conversa com Ann porém, rendeu a ela ótimas informações e apontou-lhes o verdadeiro assassino. Após a prisão do assassino, Beckett sentiu-se na obrigação de dar conselhos a ela.

- Ann, você é uma boa policial e tem alguém que se importa com você. Não foque tanto no passado para não jogar seu futuro fora. Cuide-se.

Elas se despediram e Ann foi até o namorado, abraçou Paul. Beckett ficou pensativa ao vê-los deixar o distrito. O que era mais engraçado nisso tudo era que ela estava dando os conselhos que deveria seguir.

Castle e Beckett ficaram lado a lado enquanto Ann e Paul seguiram para o elevador, trocaram um beijo enquanto as portas se fecharam.

- Um escritor e sua musa. Lutando contra o crime. Como nós.

Beckett abre um pequeno sorriso para ele, no seu olhar era possível perceber uma minúscula parcela de inveja do casal à sua frente. Um ar sonhador cruzou o seu rosto ao olhar para Castle que notou algo diferente e sentiu-se embaraçado.

- Amanhã?

- Certo.

Castle virou-se para sair mas acabou retornando apenas para fazer uma pergunta que ficara buzinando na sua mente.

- Você reservou mesmo uma cópia da minha novela gráfica?

Beckett suspirou e segurou a onda. Não queria dar bandeira.

- Sim, Castle. Eu reservei como disse antes estava sendo solidária a você não que você precise mesmo do dinheiro...

- Beckett, porque não consigo acreditar no que você diz? Pelo que me lembro, você é uma fã assídua de Derrick Storm. Porque não estaria interessada nessa versão? Diz aí, você mal pode esperar para ler não?

A cara de alegria dele era algo peculiar. Parecia uma criança. Ela não poderia dar a ele a satisfação de ve-la admitir o que ele queria. Então, ela enrolou.

- Considere isso um gesto de solidariedade já que você está trabalhando aqui conosco. Os rapazes também compraram.

- Jura? Excelente.

Ela balançava a cabeça para ele.

- Oh, Castle... vai pra casa.

- Eu vou. E aposto que ainda vou ver você se deliciando com o meu quadrinho.

Ele se foi. Beckett voltou para sua mesa e pegou-se pensando no desfecho do caso. Até aquele momento, ela não tinha analisado a situação como Castle a pintara. Ann e Paul eram um casal parecido com ela e Castle, combatiam o crime sem perder a visão da fantasia. De repente, ela se deu conta do que pensara. Nós não somos um casal! Mas o que nos impede de ser ? Ela tocou o anel da mãe dela, essa era realmente o motivo.

Passando as mãos nos cabelos, ela resolveu não divagar sobre esse assunto. Talvez daqui a um tempo possa discutir algo com o terapeuta. Voltou sua atenção para o computador. O distrito estava em silêncio. Ela era a única pessoa ali. Sentiu-se sozinha e sem a menor vontade de trabalhar.

Kate ficou se recriminando. Podia ter segurado Castle por mais um pouco para garantir a ela alguns minutos ou horas a mais de companhia. Suspirando, ela desligou o computador, arrumou suas coisas e foi para casa. No caminho porém, ela parou na Comicadia para apanhar seu exemplar de quadrinhos de Derrick Storm. Tinha um encontro essa noite.

Após tomar um banho e vestir-se confortavelmente, Beckett deitou na cama e preparou-se para a leitura. Na sua cabeceira estava o ultimo livro de Castle – Heat Rises – que ele autografara quando ela foi procurá-lo.

Ao ler a dedicatória do livro, Kate não poderia deixar de lembrar os últimos meses.

“To Captain Roy Montgomery, NYPD. He made a stand and taught me all I need to know about bravery and character.”

Aquelas palavras de Castle foram profundas. Montgomery morrera por ela, para protegê-la. O plot do livro também demonstrava uma história tensa, de muita dificuldade com certeza algumas nuances da própria vida real dela estaria escrita nas entrelinhas.

Desde então, o exemplar estava na sua cabeceira e Beckett não tivera coragem de iniciar a leitura. Ela queria muito ler porém, depois daquele tiro, ela passara a ver as histórias de Nikki Heat com outros olhos. Na sua interpretação, considerava que tudo que Rook dizia ou fazia era um reflexo próprio de Castle e sua imaginação era afetada pelas palavras do escritor.

Decidiu-se por fim em ater-se a história em quadrinhos, era menos perigosa.

No dia seguinte, Beckett estava atolada de trabalhos burocráticos. Tinha todos os relatórios do último caso para fechar e ainda por cima, Gates pediu uma série de informações sobre alguns casos já encerrados durante o tempo de Montgomery e seus gastos. Segundo ela, o 12º distrito estava gastando dinheiro com coisas sem importância em vez de adquirir equipamentos adequados para investigação por exemplo.

Se tinha algo que Beckett detestava fazer era papelada. Não conseguia entender porque eram preciso tantas assinaturas e formulários para se encerrar um caso. Já passava das duas da tarde quando Castle apareceu no distrito.

- Olá, Beckett!

- Resolveu aparecer, Castle?

- Porque você estava com saudades?

Ela fez cara de poucos amigos para ele. Percebeu que ela estava irritada.

- Passar uma manhã longe de mim te deixa de mau humor, Beckett?

- Não, papelada me deixa de mau humor. Não aguento mais escrever, anexar fotos. Estou com os olhos ardendo.

Falando isso, ela esfregou os olhos com as mãos e empurrou a cadeira para trás. Segurando na mão dele puxou-o forçando a se levantar.

- Que foi?!

- Venha Castle, preciso de um café.

No pequeno espaço que eles chamavam de copa, Beckett se escorou no armário de frente para a máquina de café. Com a cabeça fez sinal para ele indicando que estava esperando. Castle se fez de desentendido apenas para ve-la pedir.

- Você não ia tomar café? Porque está parada ai?

- Estou esperando você me servir...

- Qual a palavra mágica detetive?

- Castle...

- Ah, essa também é mágica mas estava esperando algo como “Por favor, Castle eu adoro seu café!”.

Ele falou imitando a voz dela o que fez Beckett sorrir. Ela se aproximou dele e sussurrou no ouvido dele.

- Por favor, Castle eu preciso de uma xícara de café...

Satisfeito até demais com o gesto dela, ele virou-se para a máquina e começou a fazer o tal café. Beckett ficou observando o jeito dele. A concentração, a ruga formada entre os olhos, o movimento das mãos. Ela podia ficar admirando-o por um longo tempo. O cheiro forte de expresso começava a invadir seus pulmões, ela salivava e inalava profundamente o aroma. Castle pegou a caneca e virou o café. Fumegava. Ofereceu a ela.

Beckett abriu o sorriso, esse era um vício que ela fazia questão de cultivar. Ao tomar o primeiro gole, fechou os olhos. Ao abrir sorria. Castle já segurava a sua caneca e sorriu de volta.

- Delicioso...

- O café e o barrista?

Ela não respondeu para ele, mentalmente dizia sim. Ela abaixou-se e abriu o armário em busca de algum biscoito ou salgadinho para acompanhar o café. Encontrou um pacote de cookies já no final. Apenas dois. Ao ver isso, Castle deduziu o que acontecera.

- Você almoçou, Beckett?

- Não, fiquei tão absorta naqueles relatórios que nem parei para comer.

- Você não deveria fazer isso. Agora fica se entupindo de besteiras.

- Quem fala! Vive comendo muffins, chocolates e todo tipo de porcaria. Você pensa que não sei que é Alexis que se preocupa com a sua alimentação e não o contrário? Ela mesma me contou.

Ele fez bico mas não desistiu.

- Mesmo assim, não justifica. Você precisa se alimentar...

- Castle, eu sei me cuidar. Droga! Eu já estava me satisfazendo com o biscoito agora você foi falar de comer e me deu vontade de comer uma boa massa acompanhada de um bom vinho tinto. E ainda tenho mais da metade do relatório para fazer...

Ela seguiu para a salão com sua caneca e sentou-se de frente para o computador. Ele sentou-se no seu lugar de sempre. Beckett ergueu as sobrancelhas e resolveu tentar.

- Castle, que tal você me ajudar? Você podia organizar as fichas das pessoas envolvidas conforme a linha do tempo enquanto eu faço o upload de todas as fotos do caso.

- Ok, vou te ajudar.

E ele pegou as fichas relacionadas ao caso. Beckett estava concentrada no computador preenchendo o relatório com as fotos e sua respectiva legenda. Quinze minutos depois, Castle fechou a quarta pasta que examinava.

- Isso é muito chato!

- Bem-vindo a rotina policial. Burocracia é realmente um saco.

Ele tamborilava os dedos sobre a mesa dela. Beckett tentava não se irritar com ele. Pegou as informações que ele já separara e começou a digitá-las. O barulho agora era outro. O apertar constante de uma caneta. Tec tec tec. Ela suspirou. Ele parecia estar desafiando-a mas no fundo, Castle estava entediado. Quando ele começou a bater a caneta na ponta da mesa, Beckett largou o arquivo que estava digitando e tirou a caneta da mão dele com um olhar de matar. A única coisa que Castle conseguiu dizer foi.

- Ninguém morre mais nessa cidade?

- Castle vai pra casa. Você está entediado e está me atrapalhando.

- Aqui é NY, tem sempre um motivo pra matar porque seu telefone não toca?

- Castle...

- Tá bom, vou deixar você em paz. Talvez Alexis esteja em casa agora.

Ele se levantou e sorrindo para ela se despediu.

- Bom trabalho, Detetive...

- Tchau Castle, prometo que se alguém morrer você será a primeira pessoa que eu ligarei.

Porém, ninguém morreu na tarde daquele dia. Beckett finalmente terminara o relatório e arquivou o caso. Também entregou os dados que Gates solicitara a ela. Cansada do longo dia em frente ao computador, ela só pensava em esticar o corpo por alguns minutos.

Chegou em casa, tirou os sapatos e o casaco deixando-os pela sala mesmo. Jogou-se na cama alongando as costas e os braços. Fechou os olhos e se permitiu uns minutos de sossego. Vinte minutos depois sentindo-se um pouco mais relaxada, Beckett levantou-se da cama, tomou um banho e voltou à sala. Sobre a mesinha de centro estavam o primeiro livro de Richard Castle de Derrick Storm e a novela gráfica abertas em paginas específicas.

Após ler a novela gráfica, Beckett resolveu pesquisar algumas dúvidas no livro de Castle. Esse era o grau de fanatismo que ela tinha pelas obras do escritor da mesma forma que ela também era fã de Temptation Lane. É claro que Castle não precisava saber do nível de tietagem que ela nutria pelas obras dele embora, ela sabia, ele desconfiasse.

Ela puxou o livro para cima do sofá e colocou a revista em quadrinhos no colo. Começou a reler a parte de onde parara ontem. Ela foi absorvida na leitura e nem reparou o tempo passar até o seu estômago começar a reclamar. Levantou-se com a revista nas mãos e foi até a cozinha checar o que poderia comer quando a campainha tocou.

Ela casualmente aproximou-se da porta ainda com os olhos na leitura e percebeu quem estava na porta.

- Castle?

Ela lembrou do que tinha em mãos e rapidamente tentou se livrar sem sucesso do livro, deixando-o cair no chão bem à frente dele. Castle abriu o sorriso.

- Olá, Beckett! Percebo que você está bastante ocupada se deleitando com a minha novela gráfica. Fico muito feliz.

Ele foi entrando no apartamento dela.

- Não é nada do que você está pensando, Castle. Estava apenas folheando as paginas, os gráficos são bem feitos.

- Não são melhores que a história com certeza.

- Não li.

- Mesmo?

Castle deu de cara com o livro sobre o sofá. Sorriu. Kate mordeu o lábio inferior. Ela fora pega no flagra. Ele não podia perder a oportunidade de zoar com ela.

- O que você quer, Castle?

- Bem, eu passei aqui para te convidar para irmos a uma cantina italiana muito boa, afinal você não estava com vontade de comer massa? É claro que não sabia que você estava tão envolvida com a leitura de Derrick Storm mas se serve de consolo, jantar na companhia do escritor e criador do personagem pode te dar algumas vantagens. Você poderá por exemplo tirar dúvidas, comentar cenas, dizer qual a sua frase preferida....

- Castle quer parar?

- Só estou sendo gentil! Aceita o meu convite?

Ela ficou olhando para ele ponderando a opção. Jantar com Castle poderia ser um programa bem divertido para o fim de noite além de não ter que ficar sozinha.

- Então, Detetive Beckett? Porque não desfrutar da companhia da sua celebridade favorita? Sou melhor que o próprio Derrick Storm. E nem todos tem o privilégio da minha companhia.

Ela revirou os olhos.

- Ok, Castle. Eu aceito porque estou morrendo de fome mas tem uma condição: nada de ficar me enchendo por causa dos seus quadrinhos, temos um acordo?

- Ah, qual o problema de conversarmos sobre isso? Um assunto que ambos gostamos e...

- Boa noite, Castle.

- Não, não tudo bem. Sem Derrick Storm, prometo!

- Ou Nikki Heat.

- Porque pensaria em Nikki Heat se estou com a minha musa de carne e osso?

Beckett não respondeu à provocação dele mas sorria intimamente. Gostava do jeito como ele demonstrava o respeito por ela e de certa forma a elogiava.

- Me dá cinco minutos.

Ela desapareceu para o quarto. Enquanto ela trocava de roupa, Castle sentou no sofá. Curioso, verificou o que ela fazia com seu livro e deparou-se com um bloco amarelo de anotações. Tinham perguntas sobre a história e alguns comentários com relação ao jeito dele de escrever uma história. Sabia que não podia levar o papel, mas resolveu o problema pegando seu celular e tirou fotos das anotações dela. Prometera que não ia falar disso hoje para ela só que isso não o impedia de achar um momento para explorar o que ela escrevera.

Nessa hora, Beckett aparece na sala trajando uma calça jeans, botas de cano longo preta e uma blusa azul decotada que realçava seu colo. O cabelo solto transformava a imagem em algo deslumbrante. Ele respirou fundo.

- Vamos?

Ao chegar perto dela já na saída da porta, ele sentiu o cheiro característico de cerejas. A marca registrada de Beckett.


Cantina Buena Sera


Castle entrou no restaurante conduzindo-a com a mão nas costas dela. Ele vinha cumprimentando varias pessoas no caminho até encontrar a mesa reservada para ele num local reservado ao fundo. Ele puxou a cadeira para ela como um perfeito cavalheiro. Sentou-se de frente para ela.

Um garçon já se aproximou dando a eles os cardápios.

- Olá, Mr. Castle. O que deseja beber? Vinho branco, tinto? Talvez um champagne?

- O vinho da casa. E traga umas bruschettas para nós.

- Pois não, senhor. Trarei num segundo.

- Você é cliente da casa não, Castle?

- Frequento essa cantina desde a época que escrevia meus primeiros livros de Derrick Storm. O dono é meu fã. Não é o restaurante mais badalado de New York mas é o meu preferido.

- Sendo assim, o que você recomenda?

- A massa aqui é caseira e os molhos divinos. Sugiro o tradicional. Fettuccine a bolognese. É maravilhoso.

- Aceito a sugestão.

O garçon serviu o vinho e deixou o aperitivo na mesa. Castle fez o pedido para ambos. Quando o garçon se afastou, Castle esperou ela saborear os primeiros goles do vinho para puxar conversa.

- Muito bom esse vinho...

- Sim, é cabernet sauvignon.

- Fiquei pensando sobre o caso que encerramos ontem.

- Em que sentido?

- Gosto quando durante um caso descubro mais sobre você. Principalmente quando a descoberta é algo que seja comum a nós dois. Kate Beckett fã de histórias em quadrinhos. Isso é o máximo.

- Como assim?! Não tem nada demais nisso. Muitas pessoas gostam de quadrinhos.

- Isso não é verdade, nerds, geeks esses sim gostam de quadrinhos. E você daria uma Elektra perfeita. Você tem o olhar poderoso, uma história de vida, a personalidade de Elektra é...

E ele se pos a divagar sobre a personagem. Beckett sorriu. Só mesmo alguém como Castle traria uma garota para jantar e conversaria sobre quadrinhos com ela. Era simplesmente quem ele era, sem disfarces, sem jogos. Podia conversar sobre as noticias do mundo, alguma manchete polêmica do país mas não, ele preferia divagar na fantasia. Não que ela se importasse, Kate gostava disso nele. Era um dos motivos que o tornava único. Quem precisa conversar sobre economia num encontro? O pensamento a pegou desprevenida. Encontro? Não, isso não era um encontro! Apenas uma noite agradável entre amigos. Mas a afirmação que ela mesma fizera não traziam segurança aquele pensamento de antes.

Beckett tomou um pouco mais de vinho e sorriu. Precisava ocupar a mente. Então, ela começou a discutir com ele sobre personagens dos quadrinhos.

- OK, você fica aí falando da Elektra, dando vários motivos para explicar porque escolhi a ela e quanto a você? Bruce Wayne? Você podia ser mais discreto mas acredito que Rick Castle tem uma veia megalomaníaca muito acentuada.

- Ora e porque não? Bruce combina comigo. É chique, clássico. Rico como eu, amante da tecnologia, misterioso...

- Misterioso? Castle você não tem nada de misterioso!

- Como não? Sou um homem que vive de mistérios.

A comida deles chegou no meio da conversa animada que faziam. Após serem servidos, Beckett provou a massa.

- Hum...que delicia!

- Eu avisei.

- Bem , onde estávamos mesmo? Ah, na parte que eu me intitulava um homem de mistérios, além de ser um autor de Best Sellers do gênero.

- Exato! Você escreve livros de mistérios porém ao contrário de suas histórias e personagens, você é um livro aberto. Totalmente transparente, Castle.

- Ah, Detetive Beckett... você sabe que a respeito como profissional mas tenho que discordar. Creio que o seu faro de detetive está enganado a meu respeito. Tenho meus segredos, Beckett.

- Você? O curioso? Você nem consegue guardar um segredo, Castle.

- Ah, Kate. Não julgue o livro pela capa.

Castle estava sério. A olhava intensamente e algo naquele momento fez ela sentir um arrepio percorrer-lhe a espinha. Ele falara sério. Castle tinha segredos e um deles pelo menos ela conhecia. Ele a amava. Para ele era um segredo já que ela dissera que não se lembrava de nada sobre o tiroteio. Para ela, era uma dúvida com a qual ela precisava lidar.

- Ok, Castle. Não vou discutir com você. Se tem segredos, vou descobrir. É disso que vivo esqueceu?

- Um brinde a uma noite entre amigos, Beckett.

Ela sorriu e virou o copo de vinho. Depois de um sorvete italiano maravilhoso, Castle pediu a conta e deixaram o restaurante. Beckett já ia descer as escadas para a estação de metrô quando ele a segurou.

- Onde você pensa que vai?

- Pra casa, Castle. Amanhã tenho que trabalhar.

- E que tipo de noite agradável eu poderia te oferecer se não a encerrasse com a sua bebida preferida? Vamos até a esquina tomar um bom café, Kate.

Por essa ela não esperava. Esses pequenos gestos dele eram as coisas mais importantes para ela. Beckett abriu o mais lindo dos sorrisos.

- Com direito a essência de vanilla?

- O toque final.

Eles entraram na cafeteria da esquina e Castle foi buscar os cafés enquanto ela se sentava observando o publico freqüentador do local. Na sua maioria estudantes com seus notebooks e livros bem acompanhados com um copo de café. Um grupo de amigas ria entre goles e alguns casais estavam namorando. Beckett percebeu que não havia uma pessoa sequer sozinha e agradeceu mentalmente por Castle estar ali com ela essa noite não tornando-a a exceção.

- Pronto! Aqui está seu favorito: Grande skim latte, two pumps sugar free vanilla.

- Obrigada Castle. Podemos ir andando? Caminhar um pouco.

- Vamos.

Lado a lado, saboreando cada gota de café, eles caminhavam e conversavam. Quinze minutos depois, eles saltaram de um taxi na frente do apartamento de Beckett. Ele a levou a ter a porta do seu apartamento. Quando entrou, Kate virou-se para ele e sorriu.

- Eu te convidaria para entrar para tomar café se já não tivéssemos feito isso e se eu tivesse café descente em casa.

- Agradeço o convite. Quem sabe em outra oportunidade? Eu preciso ir.

- Foi uma noite maravilhosa, Castle. De verdade. Obrigada.

- É sempre um prazer, Beckett. Talvez possamos fazer isso mais vezes.

- Eu adoraria. Boa noite, Castle.

O sorriso despontou no rosto.

- Boa noite, Kate.

Ele se inclinou na direção dela e beijou-lhe a bochecha. Virou fechando a porta entre si sem perceber que Beckett suspirava pelo gesto. Fazia tempo que ela não se tinha um momento tão bom. Os últimos meses da sua vida não tinham sido nada fácil e teve que reconhecer que afastar Castle da sua vida mesmo que por três meses fora um erro. De alguma forma, Castle sempre tornava seus dias mais interessantes.



Continua....

3 comentários:

Eliane Lucélia disse...

Hum, vejo o futuro interessante desse casal um pouco mais perto e estou louca pra saber da reação do Castle quando ele ler as anotações da Kate, acho que o coração dele vai saltitar de emoção, agora caramba, como essas pessoas são viciadas em café!? Confesso que fiquei com água na boca, Fettuccine a bolognese acompanhada de um Carbenet Sauvignon, adoroooo e com uma companhia dessas então a Beckett é sortuda d+++, quero ver por quanto mais tempo Kate vai se segurar, controlar o que sente, mas isso é assunto para os próximos cap, aqueles que estou no aguardo, sempre! bacios

val disse...

foi suave e bom esse capitulo e como eles sou viciada em café, o que um bom café não faz...
mas já estou ansiosa pelo próximo capitulo e saber as pespectivas do nosso casal mais quente.

bjim...

Julia Blaustein disse...

Fetuccine a bolognese, Carbenet Sauvignon, lattes com direito a Vanilla... Qual é a sua intenção Sra Castle? Fazer com que fiquemos com água na boca? Além de, vamos dizer porque é isso mesmo, inveja da Beckett por ter alguém tão lindo e perfeito (redundancia, sim, foi proposital) KKKKKKK como o Castle? KKKKKKKKKKK Adoro quando ele a irrita! Coitada, como se não bastasse a papelada e a Gates enchendo o saco, ele faz questão de irritá-la! KKKKKKKKK Enfim, parabéns! Excelente cap!