terça-feira, 27 de dezembro de 2011

[Castle Fic] Rise Again - Cap.5


Nota da Autora: Alguém me perguntou se o próximo capítulo teria cenas shippers...acho que sim mas não vão com muita sede ao pote ok? O cap ficou enorme :)


Cap. 5


Barnes & Noble


Às 7:30, Kate e Castle entravam pela porta da frente da livraria. Vários fotógrafos se acotovelavam a fim de conseguir a melhor foto. Beckett trajava um vestido verde até a altura do joelho expondo as pernas compridas. Ela estava temerosa em como sua presença nesse evento iria refletir na mídia e no seu distrito.

Castle dirigiu-se com ela para a mesa onde trabalharia. Conversou com sua editora deixando Beckett um pouco de lado. Sabia que ela tinha um certo receio com a sua ex-mulher. Depois de acertar como a noite funcionaria, ele voltou para perto dela.

- Já disse o quanto você está linda hoje? Deveria usar vestidos ou saias mais vezes.

- Castle, sou uma policial. Não posso ficar usando vestidos para trabalhar.

- Eu vou ter que autografar meus livros até a fila acabar mas imagino que seja no máximo uma hora. Tudo bem? Depois vamos ao coquetel. Circule pela livraria, dê uma olhada nos meus fãs e nos meus concorrentes.

- Tá Castle, estou numa livraria e acho que consigo me ocupar por uma hora. Você vai autografar qualquer livro seu?

- O foco é o quadrinho mas sim, posso assinar qualquer um porque?

- Curiosidade...

Ele se distanciou sorrindo. Kate observou ele sentar-se à mesa e começar a jogar charme para todas aquelas mulheres na fila. Tinha que ser assim, caso contrário não seria o Castle que ela conhecera. Vez por outra, ele a buscava na multidão e lhe provia um sorriso moleque como só ele sabia fazer. Ela suspirou e resolveu dar uma circulada deixando ele trabalhar.

Entrando na sessão de literatura de mistérios, ela viu cada uma das obras dele ali. Ela tinha toda a série de Derrick Storm, porém apenas quatro estavam autografadas. Da série nova inspirada nela tinha todas autografadas por ele mesmo em cada um dos lançamentos. Puxou um exemplar de Heat Wave e abriu na dedicatória onde ele a mencionava e depois seguiu direto para a página 105. Nos últimos meses ela relera esse capítulo várias vezes. Sabia os diálogos quase que decorados.

Sorriu para si mesma. Era uma boba. Aquele comportamento era digno de uma adolescente apaixonada e não de uma detetive séria como Kate Beckett era. Reparou numa moça de no máximo 20 anos que olhava atenta os livros de Castle. Ela puxou o Naked Heat e leu a orelha do livro.

- Gosta de Rick Castle?

- Muito! Tenho todos os livros de Derrick Storm. Vim pegar meu quadrinho. Soube que ele iniciou uma nova série agora, vi na internet e na tv. Sobre uma detetive da NYPD.

- Esse que você tem nas mãos não é o primeiro livro de Nikki Heat, tome é esse aqui.

Beckett pegou um exemplar de Heat Wave na prateleira e entregou a ela. A garota sorriu.

- Sou Alicia. Você é fã também?

- Kate. Sim, sou.

A garota olhou para ela intrigada. Leu a dedicatória. KB.

- Espera, você me parece familiar. Sim! É você mesma, Nikki Heat. Wow.

Beckett sorriu pela surpresa da garota.

- Você é mesmo uma sortuda! Diz aí, como é trabalhar com ele? Deve ser o máximo e sem contar que ele é lindo.

- É trabalhar com Castle tem suas vantagens e temos nossos momentos. Nem tudo são flores, pode apostar.

- E você já dormiu com ele não, ele é bom amante?

Beckett arregalou os olhos.

- Não! Castle e eu somos apenas colegas de trabalho. Não tenho nada com ele.

- Como não? Você é a musa dele e não acho que você seja uma mulher burra então se o que diz é verdade, o que você está esperando? Um homem daqueles não é de se esnobar. E fique tranquila, ele não faz meu tipo.

Beckett resolveu não comentar. Via Alicia pegar os três volumes de Nikki Heat e rindo, pode perceber que ela estava meio envergonhada.

- Você vai me achar doida. Primeiro, mando você se jogar nos braços do meu escritor favorito e depois vou te pedir uma coisa.

- O que?

- Pode assinar o Heat Wave na página da dedicatória para mim? Você é a responsável por essas páginas e foi um prazer conhece-la. As fotos não fazem justiça, você é mais linda pessoalmente.

- Kate?

- Hey, Castle...

- Estava procurando por você.

Alicia tinha entregue o livro a Beckett e estava ao lado dela sussurrou.

- OMG! É ele mesmo...

Kate riu.

- Me empresta sua caneta Castle? Tenho que dar um autógrafo.

Ele estendeu a caneta que ela pegou e assinou desenhando uma smiley face ao final.

- Sua vez, Castle. Alicia quer o seu também.

- Ainda bem que você se escondeu por aqui se não era capaz de ficar escrevendo seu nome até mais que eu. Aqui está Alicia. Agora se me permite dizer, concordo. As fotos estão bem distantes de quem é a verdadeira Nikki Heat.

- Obrigada, Mr. Castle. Tchau Kate. Vocês formam um casal e tanto.

Deu um sorriso significativo para ela e saiu.

Ele olhou para a prateleira à sua frente e teve que implicar com ela.

- Muito conveniente você estar justamente na sessão dos meus livros, por acaso está engajada em me conseguir novos fãs, Beckett? Ou esta me ajudando a enriquecer ainda mais?

- Para seu governo, Alicia já era sua fã, ela queria conhecer a série de Nikki Heat.

- Sei, e você estava mostrando suas partes favoritas do meu livro a ela?

Antes que Beckett pudesse livrar-se da cópia que tinha em mãos, ele pegou o livro e reparou na página que ela lia. Sorrindo satisfeito e convencido, provocou.

- Já desconfiava que essa era sua passagem preferida.

- Não vou me dar ao trabalho de responder porque seu ego já está muito elevado hoje. Já que estamos aqui, você podia trabalhar um pouco não?

Ela pegou um livro dele da prateleira e entregou nas mãos dele.

- A Calm before the storm? Você tem esse livro que eu sei...

- Não autografado, portanto... esse afinal é o objetivo dessa noite não?

- Claro! Venha comigo, Kate. Vou assinar seu livro e podemos ficar mais à vontade e beber alguma coisa.

Ele voltou ao lugar que estava anteriormente e assinou o livro para ela e foi atrás das bebidas. Beckett sorriu ao ler.

“ Para a sucessora e fã de Storm, Kate Beckett com admiração e amor de seu escritor, Rick Castle ”

Ele voltou e entregou a ela uma taça de espumante. Pos a mão na parte baixa de suas costas e a conduziu para o salão reservado da livraria onde estava sendo realizado o coquetel. Entre os convidados, todos os amigos escritores. Patterson, Connelly que sorriam ao ve-la.

- Olá, Detetive Beckett! Estamos sentindo sua falta na mesa de poker. Queremos saber quando teremos o prazer de ver você deixar o nosso Rick aqui mais pobre.

- Não deve faltar oportunidade.

- Que tal uma partida daqui a duas semanas ? No clima de halloween?

- Veremos.

Gina se juntou a eles apenas para alfinetar.

- Detetive Beckett! Não sabia que você estava por aqui. Vejo que você já está bem enturmada com os amigos de Castle.

- Ela é nossa parceira de poker. Todos contra Castle. – disse Connelly sorrindo.

- Entendo. Se vocês quiserem jantar, está servido.

- É impressão minha ou ela não parecia nem um pouco satisfeita com a sua presença Detetive?

- Meu caro Michael, não vamos entrar nesse assunto. Vamos comer alguma coisa, Kate?

Ele já saiu puxando ela rumo à mesa. Serviram-se e escolheram um lugar tranquilo em que pudessem conversar. Pediu ao garçon bebida para ambos.

- Desculpe não te dar atenção antes, ossos do ofício.

- Eu me mantive bem ocupada, Castle. Tinha bastante gente por aqui não?

- Kate, não disfarce, você sabe que sou famoso. Você é uma fã e por isso sabe o quanto devotados são essas pessoas. E não me venha com aquela história de ser fã do gênero que isso não vai funcionar comigo.

Ela abriu a boca para contestar mas desistiu.

- Admita, você é uma fã daquelas que compram o próximo lançamento ainda em pré-venda. E pra quem não ia ler Deadly Storm você estava bem interessada na história.

- Eu não estava...

- Eu vi, detetive. Lembre-se que também sei conduzir uma investigação.

- Ok, eu li. Satisfeito? E eu também gosto dos seus livros. Pronto, falei.

- Viu como é fácil admitir?

Eles continuavam conversando até a livraria fechar. Quando deixaram o lugar Castle disse que a levaria para casa e seguiram de limusine até a casa dela cortesia da editora dele. Assim que o carro estacionou, ele saiu junto com ela.

- Tenho algo para você. Sua coleção não pode ficar desfalcada.

Ele entregou a ela um exemplar de Deadly Storm. Beckett abriu e viu que ele assinara para ela.


“Para minha fã #1 Kate Beckett que me fez também seu fã, minha inspiração e meu eterno mistério capaz de me fazer revelar os meus maiores segredos de escritor. Com amor, Castle.”

PS.: Suas dúvidas estão explicadas nas páginas desse livro.


- Minhas dúvidas? Como assim Castle?

- Suas anotações de Deadly Storm. Eu as vi naquele dia e bem decidi responde-las.

- Você roubou meu caderno?

- Nah, você sabe que está com o seu caderno. Tirei uma foto.

- Castle! Você não tinha o direito de mexer nas minhas coisas!

- Por favor, não me bata, não brigue comigo... fiz isso porque tinha que me redimir com você, quero que me perdoe...

Ela não estava acreditando no que ele acabara de dizer. Realmente não dava para deixá-lo sozinho um minuto. Mas ela não estava com raiva e não iria brigar com ele. Adorara a dedicatória e sabia exatamente o que ele queria dizer quanto a se redimir. O último caso. Ela se aproximou perigosamente dele e sussurrou ao seu ouvido.

- Eu adorei Castle.

Ela deixou a mão deslizar pelo peito dele e beijou-o carinhosamente na bochecha. Sorrindo se despediu.

- Te vejo amanhã...

- Kate...

- Boa noite, Castle.

Ela entrou no prédio deixando-o com cara de bobo na calçada. Beckett não foi trocar de roupa. A primeira coisa que fez ao chegar em casa foi tirar os sapatos e jogar-se na cama para ler o livro de Castle. A cada virar de páginas, ela encontrara anotações de Castle respondendo as suas perguntas. Ao final do livro, ela encontrou um envelope pregado com um adesivo destinado a ela. Abriu e tirou um bilhete de lá.


“Kate Beckett,

Quando disse que você é um mistério não estava errado. Todo escritor precisa de musa, inspiração e boas críticas para saber que seu trabalho não está sendo em vão. Dessa forma, você pode imaginar como me senti quando me deparei com as suas palavras de elogio à minha pessoa. Saber o que você pensa de mim vou cotá-las “Como Castle consegue? Ele realmente é o melhor do gênero, gosto da forma de escrita descritiva sem ser enfadonha e dono de um jogo interessante de palavras que te prende a cada página, se ele sonha que não consigo largar seus livros até chegar à última página...”.

Essa foi a melhor crítica que já recebi na vida simplismente porque veio de você, Kate. Não consigo achar outra palavra para descreve-la que não seja a mesma já repetida por esse dono das palavras que nesse momento se vê totalmente sem elas – Extraordinária, always Kate.

Seu eterno fã e sim, sonho. Um dia.


Love, Castle.


O coração disparado. O sorriso nos lábios. Através daquelas palavras, ela sabia que ele se declarava. Ele a amava mas infelizmente por causa de uma mentira que ela pregara para se proteger e se permitir um tempo, não podia dizer a ela.


XXXXXXX


Já se passavam dois dias de quando Castle a levou para a noite de autógrafos. À noite, em sua casa, ele degustava um copo de whisky calmamente e pensava nela. Teria ele sido muito direto? Forçado demais? Estaria Beckett sentindo-se sufocada? Não, ele acreditava certamente que não.


Então porque ela não comentara nada?

Ele conhecia bem a personalidade de Kate Beckett. Sabia que por baixo daquela mulher forte, racional e determinada escondia-se alguém frágil, com desejos e vontades como qualquer outra mulher, ela queria uma pessoa ao seu lado, alguém que a compreendesse. Ele já atingira várias camadas dela porém, existia aquela quase intransponível : a que foi construida com a morte da mãe – a do medo de se entregar de cabeça naquilo que ela acredita.

Castle bebericou mais um pouco e o copo secou.

Ele tinha um objetivo. Sabia que era uma tarefa difícil, pequenas doses quase a conta gotas. Aos poucos, ele a faria enxergar o quanto ela podia entrar de cabeça e viver um grande amor.

Sua filha entrava pela porta sorridente. Ao ver a luz do escritório acesa, foi até lá. Imaginava que o pai estivesse escrevendo. Ao vê-lo com o copo de whisky na mão e os olhos perdidos deduziu que a noite não fora dedicada à escrita, aquele olhar ela conhecia bem, ele estava pensando nela.

Alexis não era boba. Sabia o quanto o pai se apaixonara pela detetive. Afinal, Kate Beckett era uma mulher muito bonita, inteligente e devotada àquilo que acreditava. Isso fisgara o coração do seu pai. Ela aprovava o relacionamento, o único problema era que Beckett não parecia estar pronta.

- Pai...

- Oi, Alexis.

- O que você está fazendo?

- Nada de mais, já ia dormir.

- Está pensando nela, não? Na Detetive Beckett?

Ele apenas sorriu. A menina se aproximou dele e o abraçou por trás envolvendo os braços no pescoço dele. beijou-lhe o rosto e Castle acariciou as mãos dela.

- Pai, acho que é uma questão de tempo. Você já disse a ela o que sente?

- De certa forma mas não foi no melhor momento.

- E porque não diz de novo? O que o impede?

- Ah, queria que fosse tão simples. É complicado.

- Não, é bem simples. Só precisa de uma atmosfera especial.

- Filha, tem algumas questões pendentes por resolver.

- O caso da mãe dela... ajude-a a superar isso. Você consegue.

- Vou tentar mas devagar.

- Vou me deitar, você vem?

- Daqui a pouco.

- Boa noite, pai.

- Boa noite, Alexis.


Apartamento de Beckett


Ela estava sentada na cama, a história em quadrinhos aberta sobre o seu colo na página da dedicatória. Kate já lera o livro e o bilhete pelo menos três vezes. Observava cada detalhe da escrita e da história. Castle realmente era um gênio e ela tornara-se ainda mais fã dele ao ler suas anotações. Tomou mais um gole do vinho.

As pontas dos dedos passeavam sobre o papel do livro. Um pequeno sorriso se formou nos lábios. Ela lembrou-se da noite agradável, da sensação de beijá-lo na bochecha e da vontade de provar novamente aqueles lábios. Lembrou que não voltara ao terapeuta. Precisava voltar, ele exigiria uma resposta dela sobre a última sessão. Como foi mesmo que ele falou? Ah, do que eu tenho medo de que ele não espere ou de que espere...

Ela passou as mãos nos cabelos. Como responder essa pergunta?

Ela tinha medo de se envolver isso já admitira até para ele. Castle pareceu compreender e disposto a esperar que ela conseguisse deixar para trás o caso de sua mãe. Mas por quanto tempo? Ele é um homem bonito, charmoso, rico e famoso, por quanto tempo ele estaria disposto a esperar por ela? Uma parte dela queria vencer esse medo e partir para a ação, queria saber como seria ter um relacionamento com ele. Outra parte era mais cautelosa, se ela cumprisse o que dissera e continuasse sozinha até desvendar o assassinato da sua mãe, estaria perdendo sua chance? Castle estaria ainda a seu lado quando ela finalmente fechasse o caso?

Ela suspirou e decidiu que ainda não estava pronta para enfrentar o terapeuta.



XXXXXXX


Duas semanas se passaram sem maiores novidades na vida de Beckett exceto que ela evitava o terapeuta desde a última vez que conversaram pelo fato de que não conseguira vencer a batalha interna entre sua mente e seu coração.

A cidade de Nova York estava toda enfeitada para o halloween. Preto, roxo e laranja eram as cores da estação. Esse era o mês preferido de Beckett, outono sua estação preferida. A manhã no distrito começara devagar mas então...

- Hey, Beckett... qual a sua fantasia para o halloween?

- Nenhuma Castle. Não vou comemorar a data.

- Ah, vai sim porque você vai jogar poker comigo e os outros escritores esqueceu?

- Poker?

- É, você esqueceu do convite que Connelly fez na noite de autógrafos?

- Não esqueci mas o que tem a ver minha fantasia de halloween com o poker?

- Vamos jogar no dia 31, caracterizados.

Beckett revirou os olhos.

- Você acabou de inventar isso não?

Ele sorriu.

- Prepare-se detetive porque faltam quatro dias apenas.

Beckett apenas balançou a cabeça.

Castle assistia um filme com Alexis à noite quando seu celular tocou. Alguém fora assassinado.


Quando chegou ao local, ele trocou algumas idéias sobre a filha com Beckett. Sempre gostava de ouvir uma opinião feminina sobre o comportamento da menina. Dando atenção a vítima, Castle descobriu que era Jack Sinclair um apresentador de um programa que buscava fantasmas e situações paranormais. Não foi novidade ao ver que ele era fã do show que ela considerava ridículo. Como sempre, eles discutiriam muito sobre quem estaria certo: o crente contra a cética.
Beckett vasculhou todas as possibilidades racionais e as esgotou por um momento. Havia coisas difíceis de explicar mas ela não se daria por vencida.

Então se Barry não é o cara, é hora de revermos a possibilidade de ser...

- Se disser "fantasma", vou te mandar para casa.

- Aparição americana.

Ela teve que rir. Essa resposta só podia vir do Castle.

Descobriu outra maneira de explicar o padrão do sangue?

- Não descobri, mas vou.

- Jack Sinclair estava muito nervoso quando chegou de taxi esta noite, descobriremos onde pegou o taxi e o que estava fazendo lá.

- Entendido.

- Você verá, Castle, será como qualquer investigação quando soubermos mais da vida e detalhes da morte da vítima, tudo será explicado.

- Talvez não tudo. Estava revisando as filmagens da casa desta noite, procurando sinal de mais alguém, uma sombra, reflexo, algo, ao invés, encontrei... eles seguiram Ryan até a sala para verificar o video.

- Melhor verem com seus próprios olhos. Eu desacelerei o vídeo, olhem o tripé no fundo. Ali, viram?

- Eu...tenho certeza que há uma explicação para isso.

- Há... Eles estão aqui.

Na manhã seguinte, Beckett se espantou em ver Castle tão cedo no distrito tomando conta do quadro de investigação com anotações e fotos. Ela brincou com ele pela empolgação e ele tomou a brincadeira como atenção e começou a descrever sua teoria maluca. Beckett percebeu que precisaria de muito café para agüentar as viagens de paranormalidade de Castle, ele indicou que havia algum na mesa mas aparentemente ele tomara os dois.

- Esses assassinatos, o assassino alega que havia...Preparados? Um demônio foi responsável.

- Um demônio? Sério?

- Não estou inventando. Está registrado.

- Ótimo. Um demônio matou Jack Sinclair.

- E qual é o próximo passo?

- Vamos vigiar a casa, esperar o demônio aparecer e pegá-lo com a arma de próton?

- Isso não é verdade, sabe? Que caça-fantasmas de verdade as usem.

- Caça-fantasmas de verdade? Isso não é uma contradição, cara?

Como sempre, ela não comprara a teoria dele e pediu ajuda a Esposito.

- Certo. Alguém tem algo pertinente ao caso?

-Eu tenho.

-Certo.

Espósito explicou o que encontrara mas Ryan trouxe a idéia do mistério novamente para o centro da investigação afirmando que Jack morou próximo aquela casa e que morria de medo de passar por lá.

-Por quê?

-Não sei, mas acho que está na hora de descobrir.

-Fique à vontade, Castle.

-Você não vem?

- Não, tenho um assassinato para solucionar.

- Eu vou. Ryan falou.

Beckett olhou para eles com aquele seu olhar fuzilante, matador.

- Que olhar.

-É.

- Recebo muito isso.

- Vai andando.

-Vamos.

-Rápido.

Apesar de ter prometido a ela que prepararia um novo café, a empolgação não deixou Castle pensar nisso e agora Beckett estava apanhando da máquina de expresso. Ela nunca sabia como operar aquilo direito e droga! Ela precisava de café! Nisso, ela dependia totalmente de Castle.

- Vi Ryan lá embaixo. Não acredito que o deixou ir com Castle.

- É. Talvez Salsicha não deixe Scooby se encrencar. Além disso, nunca se sabe. Talvez apareçam com algo útil.

Ela estava estressada e não conseguiu preparar o café.

Depois de interrogatórios e becos sem saída parece mesmo que as opções de Beckett estavam se esgotando mas ela não daria o braço a torcer. Castle e Ryan voltaram com uma nova suspeita Mercy Lagrange. Ela achou por bem investigar. Durante a conversa, Castle parecia cada vez mais envolvido enquanto Beckett estava incomodada com a situação. Para ela era abobrinha demais até que Mercy revelou algo interessante.

- Quando aceitou o serviço, começaram os sonhos. No início, eram só flashes, a silhueta de uma sala. Mas os sonhos se tornaram pesadelos. Imagens, corpos...

-Corpos de quem?

-Ele não sabia. Quanto mais conversávamos, ficava claro não serem sonhos.

-E o que eram?

-Recordações. Ele havia testemunhado algo mal. E estava reprimindo por todos esses anos. Mas as recordações eram fortes. Estavam retornando.

- E do que, exatamente, ele se lembrava?

- De uma mulher, muito sangue e um homem com uma faca.

- Quem era o homem?

- Disse que a face estava borrada, mas estava ficando clara. Eu disse a ele que se retornasse à sala onde aconteceu, talvez se lembrasse de tudo.

- "Mercy, posso vê-lo." Era o rosto do assassino.

- Jack se lembrou de tudo logo antes de ser morto.

- O último assassinato naquela casa ocorreu há 20 anos. Li o caso. Não houve testemunhas.

- Houve uma. Jack Sinclair estava lá. Na noite que aquela mulher morreu. Ele estava lá.

Agora Beckett ficara pensativa. Discutiram o caso de 20 anos atrás consultaram o investigador oficial da época e tiveram um nome Matt Benton. Eles foram interroga-lo. Nada muito concreto mas isso deu uma nova linha de investigação para ela. Fazendo sua própria investigação, Castle chegou a uma idéia de como os assassinatos poderiam ocorrer. Bateu na porta de Beckett.

- Duas palavras: laird's lug.

- Laird's lug?

- Significa "ouvidos do senhor". Se refere a uma câmara secreta sobre a sala de jantar de muitos castelos escoceses. O anfitrião a usava para ouvir os convidados.

- Ou bebi muito vinho ou não o bastante.

- Seamus McClaren, construtor da casa McClaren, cresceu próximo ao Castelo de Edimburgo, famoso por seus laird's lug. Ele gostou tanto do conceito que pôs versões modernas em muitas casas.

- Está dizendo que a casa McClaren possui uma câmara secreta?

- Explicaria tudo. Como as mortes são só naquele cômodo? Como o assassino aparece e desaparece quando quer? Respostas para isso, até agora, eram indefinidas. Falando nisso, como foi no hotel?

- Não deu em nada.

- Não há evidência alguma de que Matt Benton tenho estado no Fairwyck.

- Talvez a prova de seu retorno estará na câmara.

- Vale a pena dar uma olhada.

- Iremos logo cedo, vamos ver o que aparece.

- Quer ir agora?

-A não ser... que esteja com medo.

Beckett faz cara de desdém.

-Até parece.

- Eu entendo. É uma casa assombrada.

-Não estou com medo, Castle.

-Não, não, você tem razão. O demônio provou sangue fresco. A sede pode não ter se saciado só com uma vítima.

Kate dá o braço a torcer.

- Tudo bem, vamos lá.

- Se não está com medo, diga.

- Não.

- Você sabe que quer.

- Não quero dizer, Castle.

- Por mim. Por favor.

Porque ela sempre fazia as coisas para agradá-lo? Ela soltou um risinho.

- Não tenho medo de fantasmas.

- Obrigado.

E lá foram eles para a mansão. Beckett já checara boa parte da sala e nada de estranho aparecera. Ela já estava desistindo.

- Por que quer tanto achar algo sobrenatural nisso?

- Por que quer tanto não achar?

- Só estou seguindo as provas para onde quer que me levem. E, como policial, buscarei todas as explicações mundanas possíveis.

- E se não houver nenhuma?

- Então estou aberta às alternativas.

Ele gargalhou com a frase de Beckett.

- Você? Senhora Cética?

- Só porque não fico falando disso, não significa que não acredite em outro plano.

E ela decidira simplesmente brincar com ele.

- Até já tive minhas experiências.

- Não brinca! Como o quê?

- Quando era pequena, meus pais alugaram uma cabana, quando precisei ir ao banheiro...Quer saber? Vai achar que sou louca.

- Não, não. Continue, me conte.

Ele já estava tenso e ela já sabia que ele estava comprando a história.

- Então... indo para lá, escutei uma...voz sussurrando "Kate... Kate..." Estava vindo de um quarto que o dono havia trancado e dito a meus pais para nunca irem lá. Naquela noite havia um brilho estranho por baixo da porta. E ouvi a voz de novo "Kate..." Então fui até a porta... e ela não estava trancada. Girei a maçaneta, abri a porta e então eu vi...

Ela empregava dramaticidade. Castle já estava envolvido.

- O quê? O que você viu?

Ela sorriu.

- Há,há. Muito engraçado. Me pegou.

Kate gargalhava.

- Há quanto tempo me conhece, Castle? Claro que não acredito em fantasmas.

Então a porta se fecha e a energia se vai. Castle lembra que fora a mesma sequencia de eventos da morte do Jack. A lanterna de Kate não funcionou mas ela vira fósforos e acabou achando e acendendo a vela que se apagara quase no mesmo instante.

- Castle...

- Não fui eu.

- Tudo bem. Talvez haja uma corrente de ar.

Ela andou pelo local até sentir de onde vinha a suposta corrente. Então, a coisa mais estranha acontecera quando ela pediu a Castle para levantar-la.

-Me dê um impulso.

-Tudo bem. Pronta?

-Sim.

Ele oferece as mãos para impulsioná-la. Beckett faz pressão no corpo dele colocando os joelhos nos ombros de Castle. Ela tentava se equilibrar nos ombros dele.

- Meu Deus, Castle.

- Isso é fácil.

- Castle, por favor. Apenas segure firme.

- Nossa... É o barulho na gravação logo antes de Jack Sinclair ser morto.

- Certo. Vou subir. Pronto? Agarre minhas pernas.

O que aconteceu no segundo seguinte fez Beckett arregalar os olhos e gemer.

- Castle, eu falei "pernas". Certo?

- Pernas! Sinto muito.

Eles entraram na suposta câmara e a cada minuto parecia que a solução era mundana. Descobriram um gerador de campo magnético que poderia explicar as luzes piscando e o tripé andando sozinho. Eles suspeitam que talvez Matt Benton nunca tenha deixado a casa. E estavam certos pois encontram o corpo dele. Pesquisando e trocando alguma idéia, Beckett lembrou-se do irmão. Pete Benton. Mas ele tinha álibi. Uma observação de Esposito levou-os ao assassino. Fuller. Eles decidem ficar de tocaia na frente da casa. Quando pensavam ter pego o assassino foram surpreendidos pelo Detetive Smith.



Mais um caso terminara, Beckett estava cuidando da papelada quando Castle franzindo o cenho encostou-se na mesa dela.

- O que você está fazendo ainda aqui Detetive? Esqueceu do seu compromisso?

- Não, Castle. Ou você não reparou o amontoado de papel na minha mesa?

- Não estou falando disso. Noite de poker! Os rapazes estão ansiosos.

- Castle eu não sei se é uma boa idéia, não vou me fantasiar.

Ele pega o telefone e liga para o Patterson. Fala alguma coisa para ele e dá o celular para Beckett.

- Ele quer falar com você...

Ela o fuzila com o olhar mas pega o telefone. Depois de alguns minutos, ela devolve o aparelho para ele.

- É bom você ter muito álcool e dinheiro porque vou limpar você!

- Ui! Mal posso esperar. Esteja na minha casa as 8h. Estou ansioso para jogar com você Beckett.

- Ah, e seus amigos não estarão fantasiados. Só estou avisando para você não pagar mico.


Apartamento de Castle
8:15 pm


Ao abrir a porta, Castle se deparou com Beckett com as mãos na cintura.

- Boa noite, Detetive Beckett.

- Boa noite, Castle.

Ela vestia uma roupa casual. Calça jeans, uma blusa de manga ¾ de malha colada que realçava os seios e uma jaqueta de couro preta. Para completar cabelos soltos e botas de salto agulha.

- Me acompanhe, todos já chegaram.

Ela entrou na sala de estar onde uma mesa de poker estava montada e ao redor dela os amigos de Castle já se preparavam para começar a rodada da noite. Foi Michael Connelly quem primeiro a cumprimentou.

- Ah, Detetive Beckett! Seja bem-vinda! Até que enfim alguém para fazer a felicidade da mesa e raspar os dólares do Castle. Como você está se sentindo hoje? Com sorte?

Ela sorriu e cumprimentou a todos. Sentou-se ao lado de Connelly e respondeu.

- Sim, acho que hoje vou ganhar alguns dolares.

- Não seja modesta detetive, pense em milhares de dólares. ‘

- Se contar todos vocês deve ser isso mesmo. E por favor, me chame de Kate. Hey, Castle! Cadê minha bebida?

- Deal...

Castle sentou-se à mesa sorrindo e entregando a ela um copo de vodka com gelo.

Eles começaram a jogar. Realmente, a maré de sorte estava com Kate. Ela ganhou a primeira mão de Connelly e Castle já ficou satisfeito por ver que ela não tinha um alvo. Acontece que Beckett tinha montado sua propria estratégia. Ela só competiria com Castle caso pudesse pagar a aposta a fim de ver as cartas dele para evitar o que acontecera das vezes anteriores onde ambos deixaram o outro ganhar. Algumas mãos boas, outras ruins e o saldo para Beckett era positivo. Ela perdera para os outros mas ganhara três mãos contra Castle.

Estavam numa nova rodada e sua mão era muito boa. Kate apostou alto pois tinha um par de ases na mão. A mesa oferecera a ela mais um ás no turn. Trinca de ás. As duas cartas restantes eram um três e um quatro. Aumentou as apostas.

- É, ela está animada. Saio.

Primeiro Michael, depois James deixando apenas Castle para apostar. Ele estava disposto a desistir da mão afinal o que faria com um 2 e um 3? Mas a mesa lhe trouxera uma boa oportunidade de fazer um flash. Iria continuar. Beckett devia ter uma boa mão para aumentar.

- Eu pago quero ver a última carta.

- Estou sentindo que você vai perder mais uma para Kate.

O River foi virado e francamente não ajudou a Kate que continuava confiante. Um cinco. Era última rodada de apostas. Kate não tinha muito o que pensar mas a primeira aposta era de Castle. Ele checava as cartas e a mesa, pensativo. Ia jogar com ela.

- Parece que nosso amigo está meio receoso de apostar, será que você vai levar mais essa? Acho que o Castle precisa de uma motivação, se ele perder será a quarta vez só para você. Se isso fosse strip poker eles estaria de cuecas.

- Se isso fosse strip poker, Beckett estaria em maus lençóis.

- Duvido! – o olhar de Kate o desafiara – vamos Castle pode ser a sua chance da noite.

- Ok, eu aumento.

Ela sorriu. Dane-se a estratégia!

- Você é muito conservador Castle. All in!

Sorrindo, cruzou os braços provocando-o com o olhar.

- Ah, você quer guerra Beckett? – Castle contou suas fichas e acabou por descobrir que realmente não estava com sorte – droga! Não tenho fichas suficientes para cobrir a aposta.

- Vai desistir Castle?

- Não! Posso oferecer meu relógio?

- Não... quero algo mais desafiador Castle...

- Ok, se eu ganhar quero um beijo seu na boca.

Ela gargalhou.

- Ok, e se eu ganhar?

- Escolha.

- Ficara um caso afastado do distrito.

- Ah isso não é justo! Estou pedindo algo bom...

- É pegar ou largar, Castle.

- Ok, ok. Mostre o que você tem, Kate.

- Trinca de ases.

- Damn it! Isso é uma ótima mão!

- É Castle, parece que vou ficar sem meu parceiro no próximo caso...

- Sim, sua mão é ótima exceto que a minha é melhor: Straight .

- O que?!

- Ganhei, Beckett e devo acrescentar que na mão mais importante.

Ela olhava para as cartas na mesa e de volta para Castle. Era real e ela sabia o que viria em seguida. Ela teria que beijá-lo na frente de todos porque no fundo, Castle era um exibicionista.

- Então, Kate? Vai pagar a aposta?

- Sou uma pessoa de palavra.

- Olha, eu e o Michael podemos sair. Pra vocês ficarem mais à vontade.

- Não precisa.

Beckett puxou Castle pela camisa e tascou um beijo nos lábios dele. Deslizou a língua para dentro da boca e intensificou o beijo. Uma das mãos puxava-o pela nuca. Fora questão de segundos mas todo o sentimento reprimido por Kate desaguou naquele beijo. E da mesma forma urgente e rápida que começara, acabou. Castle estava meio sem fôlego e Beckett sem baton e vermelha. Respirava fundo surpresa pelo efeito que isso provocara nela.

- OK, está pago.

- E muito bem pago não? Você deixou o tagarela sem palavras, Kate.

- Eu? Sem palavras? Há!

Mas Castle ainda estava zonzo pela forma como esse beijo aconteceu. Tão urgente como o primeiro porém bem mais intimo, ele sentiu algo a mais no toque dos lábios dela.

- Que tal mais um drink?

- É preciso de uma dose de vodka.

Michael se ofereceu para preparar a bebida e Castle foi ver o jantar. O jogo acabara por hoje. Sentaram-se a mesa de jantar e conversavam animadamente. De vez em quando, ela olhava para ele apenas para surpreender-se com ele olhando para ela. Disfarçavam mutuamente.

Apesar de inesperado, Beckett acabou gostando da idéia de Castle. A noite foi muito boa e bem diferente do que ela imaginara que seria. Após o café e um bom licor todos foram se despedindo.

- Kate, é um prazer ter você à nossa mesa. Tira o foco de Castle e ganhamos mais.

Ela riu.

- Na verdade essa noite foi bem mais lucrativa para você, imagino.

Ela não falou nada. Agora estava apenas ela com Castle e não iria mesmo se demorar. Ela ainda estava mexida com o beijo e não, ele não podia forçá-la.

- Eu vou nessa Castle. Te vejo amanhã?

- Tem certeza que quer ir embora Kate?

Ele pegou a mão dela e ela sentiu um arrepio na espinha.

- Eu adorei a noite, Kate. Muito mesmo.

- Até que foi divertido...

Ela se inclinou para beijá-lo na bochecha e ele desviou fazendo Kate acertar seus lábios. Ela o olhou constrangida.

- Desculpe, Castle eu...

- Não peça desculpas, Kate. Por favor, não peça.

- Castle, não diga mais nada ok? Não force as coisas.

Ela virou as costas para ele rumo à porta, Castle agarrou o braço dela e perguntou.

- Kate, me diga, estamos bem?

Ela virou o rosto para fitá-lo. Um pequeno sorriso no canto dos lábios.

- Sim, estamos bem. Boa noite, Rick.

E saiu pela porta.



Continua.....

2 comentários:

val disse...

Oi querida, eu adorei, vc é minha salvação, já que não tem epi de Castle, tem fics da Karen.
Mais uma vez vc se superou e arrasou, continue assim Feliz Ano Novo!

Eliane Lucélia disse...

Caramba, gostei muito mais do cap. da fic do que do epi, muito mais elaborado, muito mais interessante, nossa, adorei a sessão de autógrafos, Castle estava com um cuidado com a Kate, tão carinhoso, e as dedicatórias dele, linda,finalmente descobri o que tinha nas anotações dela, arrasou. Quanto ao jogo de Poker, no final das contas Castle saiu ganhando dobrado, mas bem que o jogo poderia ter continuado só com os dois, com aquele lance de perderem uma peça de roupa, mas entendo, ainda não chegamos a esse nível, não podemos atropelar a história, né não? amei linda, bjossss