domingo, 6 de novembro de 2016

[Castle Fic] Baby Boom - Cap.13


Nota da Autora: E o momento maternidade continua.... as experiências de Kate como "mamama" ainda não acabaram. Sim, tem momentos cutes, porém quero que lembrem como o tempo corre nessa fic. Apesar de eu demorar para publicar, o tempo passa em dias para Beckett o que torna qualquer decisão difícil em 24 horas levando seu histórico em conta. Go with the flow... Obrigada pelos comentários e continuem ligados... pelas minhas contas estamos chegando na metade da fic, porém não tenho nada decidido ainda sobre quantos capítulos, apenas uma estimativa. 


Cap.13 


Dylan estava esperto e brincando com Kate por toda a manhã. Ela estava aliviada por vê-lo tão bem. Os dois últimos dias acabaram por mostrar que Castle havia conseguido algo inédito com relação a ela. Beckett não apenas ficara preocupada com o bebê, ela assumira o papel de mãe. Algo despertara dentro dela. E esse sentimento não foi o único que a incomodou. Dividir a cama com ele foi uma experiência muito boa. Ela tivera medo que Castle confundisse as coisas, ultrapassasse limites, no entanto, nada aconteceu. De fato, ela fora quem acabara fantasiando, sonhando e se aproveitando mesmo inconscientemente do momento a dois. Afinal, o que isso dizia deles? Será que entendera errado? Castle não tinha interesse em ficar com ela? Era tudo por causa do bebê? 

Nonsense. Ele se sentia atraído por ela, gostava dela, soube disso por vários momentos que dividiram juntos e principalmente pelo beijo.  

Por que ela estava pensando nisso agora? Estava sentada no tapete com um bebê entre as pernas e pensando no beijo de Castle! Isso era errado! Beckett virou o pescoço para a área da cozinha. Ele estava atrás do balcão fazendo o almoço, concentrado. Kate suspirou. Era bom olhar para Castle, admira-lo. Tinha uma visão bastante privilegiada dele, o traseiro completamente mordível, deixou escapar um gemido... Meu Deus! Estou ficando louca! Fique atenta ao bebê, foque em Dylan, repreendeu-se. Ela colocou o menino de pé fazendo-o pular em suas pernas, as gargalhadas de ambos chamaram a atenção de Castle que segurando uma colher suja de molho virou-se para fita-los.  

- O que vocês dois estão aprontando ai? - eles continuavam rindo, Castle sorria vendo a bela imagem. Deus! Como ela ficava linda com um bebê nos braços! Sentindo-se ignorado, Castle deu dois passos na direção deles. A visão das pernas de Kate naquele short o fizeram perder a concentração. Ele engoliu em seco, boquiaberto diante da mulher a sua frente que beijava e suspendia o bebê fazendo-o gritar. A colher que tinha nas mãos pingava molho no chão. Kate virou o menino para checar a fralda porque sentiu um cheirinho estranho. Tinha razão. Na maior naturalidade, ela brincou.  

- Alguém fez um presente, fez sim! - soprava nas costas do menino fazendo barulho e arrancando risadas de Dylan - vamos tirar esse presente? Lavar esse bumbum? - quando se levantou deparou-se com Castle no meio da sala , a colher suspensa pingando e o olhar bobo em sua direção - Castle, está sujando o chão de molho! O que você está fazendo?  

- Eu... era para você provar... acho...  

- Melhor você limpar o chão - ela se aproximou com o bebê no colo, segurou na mão dele levando a colher até os lábios, lambeu as costas onde ainda havia molho. Castle a observava, os olhos vidrados nela - talvez um pouco mais de pimenta do reino e orégano. É o molho do filé a parmegiana, não? Capriche no queijo... -  ela não percebeu que lambia os lábios, Castle estava quase babando. Beckett soltou a mão dele acariciando o ombro em seguida - bastante queijo - e com a maior naturalidade, seguiu para o quarto do bebê.  

Castle respirou fundo. Por que ela fazia isso? Ainda ficou pelo menos uns cinco minutos parado ali ate se lembrar da panela no fogo.  

Vinte minutos depois, Beckett surge na cozinha segurando Dylan que já vestia outra roupa.  

- Então, que horas sai o almoço? Esse garotinho quer comer, daddy.  

- Como você está bonito, garotão! Você demorou para trocar essa fralda, a situação estava feia?  

- Um pouco. Juro que não sei o que damos para ele que faz, você sabe, feder tanto...  

- É o remédio.  

- Mas eu demorei porque tomamos banho, diz para o daddy Dylan, conta que você brincou com a baleia azul e a baleia branca. Beluga - o menino olhava para ela sentado no balcão da cozinha, mostrava o brinquedinho nas mãos e respondia.  

- Ugaaa...ugaaa - Castle sorria, ela dera banho no bebê. 

- Garoto esperto! Sua sopa fica pronta em um minuto, falta apenas amassar - prontamente, Castle começou a preparar a sopinha. Kate inclinou-se no balcão para observa-lo e conversar com Dylan baixinho.  

- Olhe, Dylan. Daddy está fazendo seu almoço, ele é muito bom com comida, não? Ele é bom com várias coisas... Daddy é bobo também. Parece criança, eu adoro esse lado dele. É o nosso segredo, ok? - ela suspirou - ele ama você, baby boy... eu também - Kate olhou para o bebê - Deus! Eu... realmente disse isso?  

- O que vocês estão cochichando ai?  

- Nada - ela respondeu e cochichando no ouvido do bebê, ela comentou - ele está com ciúmes, baby boy... Por isso ele é bobo. Quer atenção... Pede a comida do papai, diga "papapa". O menino olhava fascinado para Kate - diga, daddy vai ficar feliz "papapa" - ele se aproximou deles sorrindo.  

- Aqui esta, garotão. Agora, que tal me contar o que ela falava ao seu ouvido?  

- Boa tentativa, Castle. Quer que eu dê a comida dele para você não perder o foco do nosso almoço?  

- Não, está tudo encaminhado. O molho está pronto, a massa também. Os filés estão empanados, vou apenas colocar para fritar.  

- Posso fazer isso - ela começou a perambular pela cozinha checando as panelas e provando cada coisa.  

- Não precisa. Quer parar de remexer nas minhas panelas?  

- Hummmm sou possessivo quando cozinho. Vou fritar - ela simplesmente assumiu o controle da cozinha.  

- Vá se acostumando, ela adora mandar. Tem que ter o controle de tudo.  

- Eu posso te ouvir, Castle...  

- Eu sei. Estou atestando o óbvio. E por favor, não mexa nas minhas panelas - mas era tarde demais. Kate começou a fritar os filés. Não aguentando de curiosidade, Castle foi até ela, ver o que fazia - está ficando bom. Kate, você mexeu no meu queijo?  

- Você está se referindo aquela porção ínfima que estava no prato? Acrescentei mais, eu disse que gosto de queijo.  

- Mas o queijo só vai por cima e se colocar muito o molho não será suficiente.  

- Relaxa, sei o que estou fazendo. Já terminou de dar a sopinha de Dylan? - bastou olhar para ele para saber a resposta.  

- O que foi que disse, garotão? Sim, mandona!  

Castle terminou de alimentar o bebê, colocou-o no carrinho e voltou sua atenção a Beckett. Ela já arrumara os filés no prato, colocara as fatias generosas de queijo por cima e esperava o molho ferver.  

- Não acha que tem queijo demais? - ele falou quase escorado nela, Kate quase pulou de susto com o contato.  

- Nossa! Você me assustou... não tem queijo demais - ele esticou o braço para pegar um pedaço de queijo roçando nela e colando o corpo no seu. Kate sentiu o calor que emanava da pele dele, era bem-vindo. Deu um tapinha na mão de Castle - não toque na comida! - ela sorria, ele também, pegou outro pedaço da crosta do filé, levou a boca olhando para ela.  

- Hum, está gostoso. Faça sua mágica do parmegiana, estou curioso - sorrindo, ela pegou o molho da panela e despejou sobre os pedaços de queijo vendo-os derreter maravilhosamente. Com uma colher, Castle ajudava a espalhar o molho. Era um trabalho a dois. Ele pegou o orégano e o manjericão extra que separara salpicando-os sobre o prato. Era de dar agua na boca. Sem querer, ele encostou a colher na mão dela, sujando-a. Castle passou o dedo tirando o excesso de molho, levando o dedo a boca, sorria. Deus! Ela queria que ele parasse de dar ideias maliciosas a ela.  

- Acho que podemos comer agora - disse Castle deixando sua outra mão deslizar sorrateiramente pelas costas dela, apertando de leve a lateral da sua cintura roçando seu nariz nos cabelos dela. O gesto fez Kate se agarrar ao balcão, inclinou a cabeça para o lado no mesmo instante que o nariz dele alcançou sua nuca. Os pelos do braço eriçaram-se e ela deixou escapar um gemido frustrado quando ele se afastou . Ela respirou fundo antes de juntar-se a mesa com Castle. Atraída pelo cheiro da comida, Martha apareceu e se juntou aos dois mudando completamente o clima, o que Beckett agradeceu.  

Após o almoço, ela notou que Dylan estava sonolento. Pediu para Castle cuidar da cozinha enquanto fazia uma mamadeira para Dylan e o colocava para dormir.  

- Está vendo, garotão? Mandona... 

- Quer parar com isso, Castle?  

- Ah, Beckett... você sabe que adoro esse seu jeito, menos quando quase arranca minha orelha. 

- Deixe de ser exagerado! - ela pegou o bebê no colo e comentou com a voz meiga que sempre falava com Dylan - Vamos, baby boy, deixa esse bobo do Castle ai. Vou pegar seu elefantinho, tomar um leitinho e dormir - desapareceu na direção do quarto.  

Kate sentou-se na poltrona, acomodando o bebê e o elefante em seu colo para então oferecer a mamadeira. Enquanto ele comia, Kate conversava.  

- Esse seu pai adora me provocar, baby boy... as vezes acho que é inconsciente outras de propósito. Ele é um bobo - ao sorrir para ela, Kate retribuiu o sorriso afirmando - é um bobo sim, e você vai adorar quando ele fizer bobagem. Daddy bobo, sim... - o bebê largou a mamadeira só para mexer com ela, como se fosse uma brincadeira. Dylan repetia "mamama" e o coração de Kate derreteu - oh, meu amor... você é muito fofo e mama ama muito o meu baby boy... - Ela não se tocou do que dissera, mas Castle estava observando da porta e ouviu tudo. O coração se encheu de orgulho. Ela se rendera ao pequeno, seu futuro filho e com sorte dela também. A emoção foi tão grande que ele sentiu as lágrimas arderem em seus olhos, tanto que precisou se afastar a fim de se acalmar. Estava sentado no sofá quando ela apareceu na sala.  

- Ele dormiu. Acho que vou aproveitar para arrumar as coisas para amanhã. 

- Amanhã? - Castle pareceu intrigado. 

- Sim, volto a trabalhar amanhã, esqueceu? O capitão me deu apenas dez dias.  

- Oh, eu esqueci. Pode ver isso mais tarde. Que tal assistir um filme? Vamos, Kate, algum clássico. Deixo você escolher - ela ponderou a ideia por um minuto, da ultima vez que fizeram isso eles quase se beijaram. 

- Você não ia escrever?  

- Posso fazer isso depois, minha imaginação funciona melhor a noite e de madrugada - ele bateu no lugar ao seu lado - senta aqui, Beckett. Pegue o controle remoto e escolha o filme, eu aceito qualquer coisa.  
- São quase duas da tarde. Eu também quero um tempo para descansar. Um filme leva cerca de duas horas - ela estava com o controle remoto nas mãos. Achou algo que poderia ser interessante e mais rápido que um filme - Por que não assistimos um episódio de CSI? Dura 45 minutos, nos divertimos e eu ainda consigo arrumar minhas coisas e descansar. O que acha? 

- CSI? - ele parecia decepcionado. 
- Sim, tem um episódio começando em dez minutos. Podemos inclusive fazer uma brincadeira enquanto assistimos. Que tal tentarmos adivinhar o assassino, cada um por si. Se eu adivinhar, você faz o jantar para mim, se você adivinhar, eu cozinho para você. 
- Estou começando a gostar, mas essa sua ideia de aposta ser paga com jantar está muito fraquinha. 
- Castle, não complique. É apenas uma simples brincadeira, para passar o tempo. 
- Eu entendi, mas só um jantar? Terá que fazer melhor que isso. Que tal assim: se eu ganhar, você cozinha somente para mim. Se você ganhar, eu cozinho ou te levo para jantar na sexta. Nada de Alexis, minha mãe ou Dylan. Seremos só nós dois, é isso ou strip pôquer - esse lado competitivo de Castle acabava colocando-a em situações complicadas. Suspirou. 
- Tudo bem. Jantar. Com uma condição, não podemos teorizar juntos. Nem discutir o que se passa no episódio. Teremos que ganhar sozinho. 
- Ótimo - de repente, ele se levantou do sofá. 
- Aonde você vai, Castle? O episódio irá começar em três minutos. 
- Preciso de algo, já volto - ele desapareceu pelo escritório e retornou em seguida com um pequeno caderno moleskine e uma caneta - o que? Preciso estar preparado para organizar minhas pistas, fazer anotações das entrevistas. Você não quer papel? 
- Não, estou bem. Preciso apenas me concentrar. Onde você vai de novo? - ao vê-lo se levantar agora em direção a cozinha. Voltou com duas canecas de café. 

- Não podemos investigar sem café. Item numero um de qualquer detetive - ela sorriu, como ele adivinhou que ela estava desejando um pouco de café? 
- Olha, vai começar.        
Passados dez minutos de episódio, Castle já tinha duas paginas inteiras de anotações. Ela olhava-o confusa.  

- Castle, para que tudo isso?  

- Aposto que você está arrependida de não estar fazendo seu próprio quadro de evidências.  

- Nah, está tudo muito óbvio nesse - implicou. A reação dele foi imediata.  

- Está? - a cara de pânico que ele fizera foi impagável.  

- Relaxa, Castle - ela tocou a coxa dele acariciando de leve - você vai perceber - então Beckett se acomodou no sofá como se quisesse aproveitar seu próprio conselho, seu corpo colado no dele. Repousou a cabeça no ombro de Castle, só então ela notou que ele estava tenso. Suspirou continuando com o carinho em sua perna. Ele resolveu relaxar. Virou o rosto para fita-la, Beckett sorriu. Assim que deu o próximo comercial, ambos pularam do sofá.  

- Fala sério!  

- Impossível! Que furo, qualquer amador sabe que isso está errado. Não precisa ser legista ou CSI, esse pessoal não faz pesquisa antes?  

- Aparentemente, não - os dois começaram a conversar sobre os defeitos encontrados no episódio, sobre o caso em si e de repente, aquele momento descontraído da parceria deles estava lá. Com um componente a mais: os toques. Ela sequer perceba que estava grudada nele ou tocando sua mão, ou socando-o de leve rindo. Estavam curtindo cada minutos juntos daquele domingo. Ao final do episódio, quem acabou ganhando foi Beckett, mas apenas porque Castle titubeou quanto ao seus dois possíveis suspeitos. 
- Está vendo? Se não tivesse se concentrado tanto em anotar as coisas, teria prestado atenção ao que era realmente importante. 
- Haha! Olha quem fala! Você não larga seu quadro e seu caderninho, detetive. 
- Acho que provei que sei investigar sem eles, Castle. Eu ganhei e não adianta reclamar. Porém, eu sou uma pessoa muito bacana e justa. Você pode me levar para jantar em algum lugar, e eu vou cozinhar para você mesmo assim, exceto que será um jantar de família, afinal eu faço as regras - ela piscou para ele. 
- Não posso argumentar… estive tão perto! A culpa é sua, você me distraiu com a conversa. Eu perdi o pulo do gato. Devia pedir uma revanche. 
- Sem revanche, Castle. Admita que você perdeu. E estava gostando de conversar comigo para descobrir pistas que notei - isso não foi tudo que ela notara. 
- Tudo bem, sem revanche. Mas acho que poderíamos fazer isso mais vezes. Foi bem divertido. 
- Foi sim, só que amanhã farei isso na vida real. Vou aproveitar que o Dylan está dormindo e arrumar minhas coisas. Talvez quando ele acordar possamos dar um passeio no parque. Ele está bem melhor, não? 
- Sim, apesar do dentinho ainda não ter saído. Você não me dá alternativa, vou ter que ir escrever. 
- Quanto sacrifício, Castle… - ela revirou os olhos - você costumava gostar de escrever sobre Nikki, acabou o encanto? 
- Pelo contrario, o encanto está maior a cada minuto. Nikki é magnifica, em todos os sentidos possíveis. Ela nunca decepciona - os olhos azuis a fitavam intensamente, Beckett sabia que ele estava falando dela, o coração perdeu uma batida. Minutos atrás, eles estavam em uma intimidade de casal, como se fizessem isso há séculos. Agora, o tom era de desejo e Kate não podia deixar de pensar no que gostaria de fazer. Apenas olhar para Castle não estava mais funcionando. Tentando escapar antes que cometesse uma besteira, ela falou. 
- Melhor eu… eu vou subir. 
- Não quer um café primeiro? 
- Nós já tomamos café, Castle. Vai escrever, daqui a pouco Dylan acorda e não fazemos mais nada. 
- Tem razão. Até mais, Beckett.     

Em seu quarto, Beckett avaliou suas roupas, escolheu uma para o dia seguinte. Checou sua bolsa, casaco. Estava no quarto de Castle, tudo bem, pegaria pela manhã. 

Quarto de Castle. Ela gostara de dormir ali ao lado dele. Até sonhara. Sorriu. As lembranças do sonho ainda mexiam muito com ela. Deitou-se na cama, agarrou um dos travesseiros e lembrou das duas noites que passara ao lado dele e acordara envolta em seus braços. Ela não fazia isso há meses. Acordar abraçada a um homem. Mesmo quando estava com Josh, dormia sozinha por causa das viagens. Sentia falta disso, alguém para esquentar seu corpo, seus pés, alguém para conversar sobre bobagens logo nos primeiros minutos que acordasse. Estava há quinze dias convivendo com Castle e ele acabou mostrando para ela uma vida diferente da que levava. 

Beckett começava a gostar daquela vida. Era divertida, aconchegante, nova e cheia de descobertas. Acabou adormecendo. 

Acordou com um chorinho vindo do celular. Dylan. Ao checar a câmera viu que ele continuava em seu berço, talvez Castle não tenha escutado. Ela levantou-se da cama e desceu as escadas. Castle não estava no escritório quando Kate atravessou-o indo para o quarto do bebê. Dylan reclamava baixinho. Ao vê-la, o choro aumentou, como se soubesse que podia exagerar para que ela fizesse algo. 

Kate inclinou-se no berço e sorriu pegando-o nos braços. O contato com a criança a fez perceber de imediato que ele voltara a ter febre. A cabecinha estava quente outra vez. Ela procurou pelo termômetro. Assim que tirou a temperatura dele, a preocupação voltou a domina-la. Outro 38,8 graus. Isso não teria fim? Pegando umas fraldas de pano, o elefantinho e uma manta, ela subiu as escadas com Dylan no colo. 

No quarto, ela molhou as fraldas na pia do banheiro, tirou a roupinha do bebê. Por sorte havia trazido a pequena bolsa contendo os lencinhos, a pomada e fralda descartável. Ele precisava de uma troca. Depois de limpa-lo, Beckett o envolveu nos panos frios. Colocou-o sobre a cama, tirou a própria blusa. Deitou-se na cama com Dylan contra sua pele fria, a fralda cobrindo as costas do bebê. Puxou o edredon e jogou sobre eles. 

- Oh, baby boy… quando essa febre chata vai passar? Não gosto de vê-lo assim, tão quieto porque está doente. Esse dentinho está demorando demais para sair - o pequeno resmungava contra o corpo dela, uma vez ou outra chorava um pouquinho. Ela começou a cantar para ele, acariciando suas costas, pegou o elefante mostrando para a criança que agarrou a tromba. Sentiu a testa dele, ainda estava quente. 
- Não gosto de ficar preocupada com você, bebê. Essa preocupação de mãe… Deus! Eu pareço uma mãe, não? Por que você tem que ser tão adorável? Torna impossível não gostar de você, baby boy - ela segurava a mãozinha dele em seus dedos. Cheirava a cabecinha onde os cabelos castanhos ralos lembravam os seus. As duas butucas azuis a olhavam sem piscar, a boquinha vermelha abria e fechava. Ela acariciava a cabeça dele e votara a cantar baixinho. O menino foi cedendo ao sono outra vez, vagarosamente.    

Ao perceber que Dylan adormecera, relaxou. A sensação de ter o bebê contra seu corpo era deliciosa. Algo que Kate nunca experimentara realmente. Contato pele contra pele. Era um momento especial, a acalmava e mexia com suas emoções. Envolta pela delicadeza do instante que experimentava, acabou cochilando. 

Castle não percebera quanto tempo se passara. Ele estava tentando se concentrar na escrita. Teve sucesso por uma hora, tempo que começou a divagar sobre a situação com Dylan e Kate. A forma como ela começava a apreciar tudo o que vinha acontecendo e mais que isso, sua pequena revelação quanto a amar o garoto. Castle se perguntava se ela iria constatar que também o amava. 

Outro pensamento lhe ocorreu. A historia que Beckett lhe contava sobre o elefante. Ele sabia que conhecia aquele bichinho. Decidiu revirar as caixas que levara para o porão de Alexis. Depois de um longo período, ele encontrou quatro livrinhos do Babar. Sorrindo, retornou ao loft louco para mostrar o pequeno tesouro a Kate. Agora seria de Dylan. 

O silêncio do loft o incomodou. Dylan parecia estar dormindo bastante. Assim que sentou na cadeira do escritório, ele examinou o celular. O bebê não estava no berço. Será que acordara e estava com Beckett? Mas ele não a vira na sala e… nossa! O tempo voara. Eram cinco da tarde. Dylan devia estar com fome. Ela não sairia sem dizer nada, então somente poderia estar em um lugar. Seu quarto. Castle imaginou encontra-la deitada em sua cama com o bebê. Ao entrar em seu quarto, vazio. A cama e o berço. Restava um lugar. 

Preparou um leite para o menino, pegou os livros e subiu as escadas. A porta do quarto de hospedes não estava fechada, apenas escorada. Pela fresta, podia perceber que havia alguém ali. Com cuidado, ele abriu a porta. 

Kate estava deitada na cama,os olhos fechados e o bebê dormindo em seu peito. Castle não sabia dizer se ela também dormia. Aproximou-se da cama para ter certeza, foi quando notou que ela estava sem blusa. Dylan estava deitado diretamente em seu corpo, contra sua pele, coberto pela manta. 

A imagem era linda de se ver. Digna de mãe e filho. Castle não conseguia parar de sorrir. Isso significava que Dylan devia estar com febre. Ele não queria assusta-la, portanto tocou-lhe gentilmente o ombro, chamando-a baixinho. 

- Beckett? Hey… Kate? - ela abriu os olhos devagar. Ao ver Castle na sua frente, ela se assustou. Segurou o bebê contra seu corpo lembrando-se que estava sem blusa debaixo da coberta. 
- Castle, o que faz no meu quarto? 
- Fiquei preocupado. Não vi Dylan em seu berço e já são cinco da tarde, ele deve estar com fome. Trouxe um leite. O que aconteceu? 
- Ele começou a chorar e percebi que estava outra vez com febre. Eu medi a temperatura. Estava 38,8. Resolvi traze-lo para cá, você não o ouviu e nem estava no escritório. 
- Eu fui até o porão e… - Castle fez menção de sentar-se na cama. A ideia de estar sem blusa perto dele a apavorou. 
- Não, Castle! Vire-se! 
- Por que? - ele se fez de inocente. 
- E-eu estou sem blusa. Eu li que colocar o bebê em contato com uma pele fria ajuda a baixar a febre, gera conforto e… você entendeu, eu preciso me vestir, portanto não discuta e vire-se. 
- Mas e Dylan? 
- Eu consigo me vestir e olhar o bebê dormindo, Castle - ele a obedeceu. Beckett colocou o pequeno sobre o colchão com todo o cuidado. Em seguida, pegou a camiseta que usava vestindo-a outra vez. Ajeitou os cabelos e pegou o bebê novamente em seus braços livrando-se das fraldas. Percebeu que ele ainda estava com o corpinho quente - pode se virar, Castle. 

Ele não resistiu olhar para o peito dela agora coberto com a camiseta. Entregou-lhe a mamadeira. Beckett voltou a sentar-se na cama e Castle fez o mesmo ficando ao seu lado. 

- Ele ainda está com febre. Talvez devêssemos dar o remédio. 
- Vamos medir a temperatura antes - ele tirou do bolso o objeto, ao ver o semblante confuso de Beckett, completou - eu imaginei que você tivesse o trazido para cá porque ele estava com febre - colocou o termômetro na testa dele. Minutos depois, ele constatou que a febre baixara um pouco, mas ainda era alta. 38,5 graus - vou buscar o remédio. 

Castle voltou rapidamente com o vidro e o conta-gotas. Beckett sentou-se ereta para ficar mais próxima a ele de modo que alcançasse a boquinha do bebê e deixasse as gotas atingirem sua garganta, logo em seguida, ela virou a mamadeira nos lábios de Dylan, dessa forma a dosagem do remédio não seria perdida. Ao sentir o gosto do leite, ele começou a sugar com força. Abriu os olhos. Ao se deparar com a imagem de Kate, o bebê abriu o sorriso para ela e continuou mamando. 

Ao terminar, ela entregou a mamadeira para Castle e colocou o pequeno para arrotar. Dando-se por satisfeita, acomodou-o em seu colo sentando-o em suas pernas, Dylan agarrou outra vez o elefante. 

- O que você estava fazendo no porão? 
- Eu sabia que conhecia o tal elefante de algum lugar. Alexis tinha os livrinhos. Eu os encontrei no porão. São quatro, podem ser de Dylan agora - vendo os livros, Kate sorriu. Mais um gesto meigo de Castle. Quando isso ia parar de deixa-la boba? Ela pegou um deles e mostrou a Dylan. 
- Olhe, baby boy… os livros do Babar. Daddy trouxe para você, eram da sua futura irmã. Vamos ler? - ela abriu na primeira página da história, Dylan deu um gritinho de felicidade tocando o desenho do elefante a sua frente. Isso arrancou um sorriso de ambos. Verdadeiros pais bobos - era uma vez um elefante chamado Babar, mais conhecido como rei de Celesteville respeitado por todos os elefantes. Mas não é assim que a historia de BaBar começa. Quando era pequeno, ele vivia na floresta com seus pais até o dia que viu um caçador matar sua mãe… - Kate fez uma pausa, trocou um olhar com Castle que automaticamente entrelaçou seus dedos nos dela encorajando-a a continuar - então, Babar foge e vai para a cidade onde conhece alguém muito importante - outra vez, ela o fitou, sorriu - Babar aprende muito sobre a vida na cidade, vê aqui, baby boy, o seu elefantinho na cidade? Não é legal? Olha o carro… vrum,vrum… - o garoto ria e imitava “vuvu” - isso, Dylan. Agora daddy vai continuar - ela voltou a olhar para Castle. 

Foi a vez dele sorrir e contar parte da historia fazendo vozes engraçadas e diferentes que chamavam a atenção do menino e o fazia gritar e tentar imitar os sons. Eles alternavam na história e outra vez a proximidade de seus corpos pareceu algo natural e simples. Sorrisos, toques, pequenas provocações e risadas. Um momento que merecia ser gravado. Dylan batia as mãozinhas no livro como se pedisse mais. Quando terminaram a primeira historia, Kate bateu palmas e o bebê a imitou. 

- Oh, meu Deus! Ele está batendo palminha, Castle. Pega meu celular! - Castle virou-se para a cabeceira e pegou o celular ja ativando um video - Bate palminha, baby boy, bate… isso, meu amor. Muito bem. Você é muito lindo e inteligente, que nem o seu daddy. É sim! - o bebê sorriu e Castle não perdeu a oportunidade, afinal estava gravando. 
- Obrigado pelo elogio, Kate. Os dois. 
- O que você disse? - ela não percebera o que dissera. 
- Estou agradecendo os elogios a minha beleza e a minha inteligência que você acabou de fazer. 
- Eu, o que? Oh… - Beckett lembrou do que dissera - é, bem. Não estaria mentindo. Você tem que ser inteligente para escrever tantos best-sellers. E, estarei me enganando se não dissesse que você é charmoso e bonitão. Você mesmo fez sua propaganda - ela sorria. 

- Wow… obrigado novamente, Kate. E tanto eu como Dylan concordamos que você é maravilhosa, em todos os sentidos, por dentro e por fora, não garotão? - ele mexeu com o bebê porque já vira a mulher a sua frente ruborizar. 
- Castle… eu, obrigada. 
- Por que motivos Nikki seria tão sexy? - viu ela mordiscar os lábios. Ele pegou o bebê colocando-o entre suas pernas - quer mais uma historia, Dylan? Então, bate palmas - ele fez o gesto e o menino imitou. Kate, mesmo mexida com as palavras dele, gravou o pequeno momento entre futuros pai e filho. 

Castle leu outra historia para o menino. Dessa vez, Beckett apenas observava a interação dos dois. Como isso poderia ser tão perfeito? A fatalidade de uma pessoa, tornava-se a felicidade de outra como mágica. Era isso que Castle queria dizer quando falara de acreditar em destino e magia? Nas infinitas possibilidades que a vida podia trazer? Como esse encontro. Essa união. Suspirou. 

- Ele ainda está com febre. Você se importa de ficar com ele na sala enquanto preparo a sopa dele? Talvez comer ajude a lutar contra a fraqueza. E Kate? Acho melhor você dormir outra vez lá embaixo. 
- Eu também acho. Vamos descer - ela não protestou, nem relutou. Dormir com Castle não era nem de longe algo ruim. 
Ao contrário das outras vezes, Kate não se sentiu insegura ou fez Castle de alguma maneira adiar sua ida para o quarto. Ela acabou levando a roupa que separara para o closet dele alegando que acordaria muito cedo para ir a delegacia e como não tinha ideia de como seria a noite com Dylan, ela resolveu deixar tudo a mão, em sua cabeça estava sendo prática. 

Meia hora depois que Castle deu a sopinha para o menino, a febre subiu atingindo 38,9 graus o que deixou Beckett muito preocupada, porém Castle a tranquilizou dizendo que era a reação da sopa e do remédio, significava que logo ele estaria sem febre se o remédio agisse conforme esperado. 

Eles deixaram Dylan no bercinho móvel que trouxeram do quarto de Castle para o meio da sala com vários brinquedos enquanto sentavam-se para tomar um café e decidir o que iriam comer. Apos um simples lanche com restos dos files do almoço e uma salada bem feita, Castle e Beckett pegaram o bebê e foram para o quarto. Enquanto trocava a fralda dele, Castle arrumava o berço para que ele dormisse. Beckett mediu a temperatura mais uma vez. 38,3 graus. Estava baixando finalmente. 

Pediu para Castle ficar com Dylan enquanto tomava um banho. Sem cerimonia, ela pegou o roupão atrás da porta e seguiu para o banheiro de Castle. Ele apenas sorriu vendo-a desaparecer. 

- É garotão, parece que a sua “mama” está mais a vontade com a nova vida do que pode perceber. Isso merece um high five - e fez o gesto com o bebê.  

No banheiro, ela despiu-se e olhou-se no espelho. Entrou na banheira e ao invés de levar seus produtos, usou os de Castle. O momento foi bem relaxante. Optou em apenas usar o chuveiro, não queria se demorar. Apos enxugar o corpo, ela passou seu hidratante e vestiu-se. Apenas seu pijama, porém tomara cuidado para não usar uma regata clara e nem shorts. Ficara com a calça longa. Os cabelos estavam presos em um coque deixando os ombros e o pescoço a amostra. 

Ao voltar para o quarto, ela encontrou Dylan sentado entre os travesseiros da cama e Castle brincando com o elefante. Inventando histórias. O menino fazia sons e batia as mãozinhas se divertindo com as bobagens de Castle. Ele percebeu a chegada dela pelo perfume de cerejas que emanava da sua pele, característico de Beckett. 

- Hey…olha quem voltou! Já podemos contar a novidade para ela, Dylan. 
- Novidade?
- Sim, o dentinho do nosso garotão está saindo. Venha ver - Castle se aproximou do bebê tocando levemente o queixo dele fazendo-o abrir a boca para que Beckett pudesse ver o pedacinho de dente branquinho que surgia - vai rasgar mais nos próximos dias e o do lado já está saindo também. 
- Ah, que lindo… a febre vai desaparecer também. 
- Vai sim, logo - ela estava ao lado dele na cama - nossa! Você está cheirosa demais. Que tal faze-lo dormir enquanto eu tomo banho? 
- Tudo bem - Beckett pegou Dylan em seu colo, entregou o elefante ao menino fazendo-o abraça-lo. Em seguida, começou a cantar. Quando Castle voltou ao quarto, ele já dormia no berço. 
- Você foi rápida. 
- Acho que ele estava grogue do remédio. Ainda estava morninho - Castle sentou-se ao lado dela na cama. Ligou a televisão no canal com as noticias. Queria ganhar tempo - nem acredito que amanhã volto a trabalhar, parece que passou tão rápido. 
- Sim, estamos entrando na última semana de avaliação. Mais sete dias e você se livrará de mim, Beckett. Deixarei de ser um fardo. 
- Hey… - ela pegou a mão dele - isso não foi nem de longe um fardo, ou melhor, não está sendo. 
- É que você falou de um jeito que parecia estar aliviada por voltar ao distrito. Só juntei as peças. 
- Não, Castle. Claro que senti falta de investigar casos, mas essa experiência com Dylan, com você, além de ser completamente nova, me fez repensar algumas coisas. Inclusive o jeito que conduzi minha vida até aqui. 
- Hum, reflexões? Bom saber que despertei seus pensamentos e te mostrei novos horizontes - ela ainda segurava a mão dele. 
- Não se ache tanto - ela largou a mão dele e se aconchegou nos travesseiros próxima a ele. Castle pegou o controle remoto e começou a surfar pelos canais - olha, vai passar outro episódio de CSI em quinze minutos. 
- Quer apostar de novo, Beckett? Gostou da brincadeira? O que me lembra, sobre o jantar. Quando poderemos realiza-lo? Devíamos aproveitar os sete dias que estão por vir. 
- Eu sei, mas ainda temos uma visita da agente. Será que você terá que recebe-la sozinho? Quer dizer, com a minha volta ao trabalho, as chances de eu estar presente são mínimas. 
- Eu sei. Não se preocupe. É bom você não estar aqui, afinal não estará realmente depois que o processo de avaliação acabar - ela o fitou curiosa, ele parecia chateado? No fundo, ouvi-lo dizer essas palavras não fizeram muito bem a ela. A convivência e seu contato com Dylan estavam prestes a acabar. Não sabia ao certo como deveria se sentir sobre isso. 
- Não precisamos pensar nisso agora. Ainda temos uma semana pela frente. Mude o canal, vamos analisar os erros de um caso de CSI - ele sorriu, não apenas pela vontade dela em esquecer o assunto e tentar anima-lo, mas principalmente porque Beckett estava realmente envolvida na sua vida e na de Dylan de uma forma que não esperava quando isso tudo começou. 

Eles assistiam o episódio e novamente debatiam os erros, suposições e teorias. Riam e implicavam um com o outro. A brincadeira foi tão boa que Castle acabou indo na cozinha buscando vinho para ambos e engataram mais dois episódios. Kate nem se percebera, porém seu corpo não estava apenas colado ao de Castle, ela apoiava literalmente sua cabeça no ombro dele, seus pés tocavam a perna dele subindo e descendo na canela como se usasse a calça de moletom para esquenta-lo. Terminado o episódio, ela falou. 

- Melhor desligar a televisão. Eu preciso dormir. Acordo cedo, esqueceu? 
- Tudo bem - ele desligou usando o controle, deu uma espiada no berço de Dylan, o menino dormia tranquilo - logo mais o garotão vai acordar querendo leite. Continue dormindo, eu cuido dele - puxou o edredom cobrindo a ambos, inclinou-se e beijou-lhe a testa - Boa noite, Kate - desligou o abajur ao seu lado. Ela suspirou virando-se de lado, mantendo as costas para ele. 
- Boa noite, Castle. 

De acordo com a previsão de Castle, Dylan acordou quase duas horas depois choramingando. Fazendo o que prometera a Beckett, ele se levantou para preparar a mamadeira. Alimentou-o e após faze-lo cochilar outra vez, colocou-o no berço. Ao deitar na cama ao lado dela, Kate murmurou aparentemente dormindo. 

- Dylan acordou… você deu leite, Castle? 
- Sim, Kate. Já comeu e dormiu de novo. Durma você também, Kate. 

- Hum, está bem, Castle…. - ela se mexia na cama, jogou as pernas sobre ele e um dos braços em seu estômago - obrigada, Castle… por Dylan… - se moveu um pouco mais procurando pelo seu corpo, tudo isso em um estágio semi-letárgico de sono - frio… edredom - agora ela estava quase agarrada nele, Castle jogou o edredom sobre os dois e sorriu. Quem era ele para reclamar se Beckett queria dormir agarrada a ele? Sem qualquer culpa, adormeceu em seguida.   

O celular despertou as seis da manhã. Kate não queria se levantar, estava tão aconchegante essa cama, pensou. Abriu os olhos e não acreditou na cena. Ela estava abraçada a Castle. Suas pernas enroscadas nas dele e seu nariz enterrado no pescoço dele. Os braços de Castle estavam um entre eles e o outro em sua cintura. Como isso fora acontecer? Ela tentou se mexer, virou-se, mas Castle a puxou contra o seu corpo. Agora, ela estava com as costas coladas no peito dele. O queixo de Castle em seu ombro. Ele dormia como se tudo fosse a coisa mais natural do mundo. 

Admitia, a sensação de ter um outro corpo quente junto ao seu era gostosa demais. Sentia-se protegida, um bem-estar a invadia. Infelizmente, aquilo não era um comportamento adequado para ela e Castle, eles não estavam juntos. Fora isso, tinha que trabalhar. Cuidadosamente, ela moveu o braço dele e se esquivou do contato deslizando pelo colchão até deixar a cama. 

No banheiro, ela se arrumou, maquiou e apenas voltou ao quarto de roupão para pegar a roupa que separara para o dia. Retornou ao banheiro. Quando surgiu no quarto outra vez devidamente pronta, encontrou Dylan de olhos abertos, brincado sozinho com o elefante. Ao vê-la, abriu um sorriso. 

- Bom dia, meu bebê… está com fominha? - ela tirou-o do berço. Ficou aliviada de ver que ele estava com o corpo frio. Nada de febre. Castle ainda dormia. Beckett saiu carregando-o até a sala. Apos acomoda-lo na lateral de seu quadril, ela preparou a mamadeira. Torcia para que depois de tomar o leite, voltasse a dormir, caso contrario teria que acordar Castle ou não conseguiria ir trabalhar.    

Estava dando de mamar a Dylan quando Alexis apareceu descendo as escadas também arrumada com os livros nas mãos. 

- Bom dia, detetive Beckett. Vai trabalhar hoje? 
- Vou sim. Estou apenas alimentando o Dylan, tomo café e saio. 
- E cadê meu pai? Ele vai com você ou fica com Dylan? Eu tenho aula, mas posso chamar a vovó. 
- Não vá incomodar Martha, se seu pai não tiver acordado até a hora que eu tiver que sair, vai acordar na marra - Alexis sorriu. 
- Vou fazer o café. Quer ovos? 
- Por que não? - Kate terminou de alimentar o menino, mas nem sinal de que iria dormir outra vez. Ela o colocou no bebê conforto e sentou-se ao lado de Alexis para tomar café. Estavam quase terminando quando Castle surgiu na sala esfregando os olhos. 
- Por que vocês acordam tão cedo? - foi direto para a cafeteira pegar uma caneca de café. Em seguida, se enfiou no meio das duas, beijou o rosto da filha e fez o mesmo com Kate. Alexis olhou intrigada. Perdera alguma coisa? - bom dia, mulheres da minha vida. Hey, garotão! - pegou o pé do menino e mordiscou os dedinhos fazendo-o sorrir - você é do time delas, não? Os que madrugam. 
- Tenho escola, pai. 
- E eu preciso trabalhar. 
- Alexis, tem horário. Qual a sua desculpa, Beckett? Montgomery deve aparecer no distrito somente lá pelas nove da manhã. 
- Porque ele é o capitão, eu tenho que estar lá às oito. 
- Se você diz… 
- Vou escovar os dentes - Beckett se levanta do balcão da cozinha e segue naturalmente para o quarto de Castle. Alexis o questiona na mesma hora. 
- O que aconteceu aqui? Perdi alguma coisa? 
- Do que você está falando, Alexis? 
- Você chega e cumprimenta Beckett com um beijo na bochecha, agora ela vai para o seu quarto escovar os dentes? Sou tão desligada assim? Vocês… quer dizer, vocês…? 
- Nada aconteceu. Ela dormiu no meu quarto porque Dylan teve febre novamente. Ela também deixou objetos de higiene pessoal no meu banheiro porque faz parte da farsa de casal que estamos encenando, é bem mais fácil e rápido para ela escovar os dentes aqui do que ir lá em cima. 
- Isso está muito estranho, é quase como se ela estivesse muito à vontade com tudo. 
- Quer saber minha opinião? Ela está. Funciona para mim - Beckett voltou para a sala já com o casaco e a bolsa nas mãos. Colocou-a no sofá para se despedir de Dylan. Ao vê-la, o menino mexia os bracinhos querendo se jogar para o colo dela. 
- Hey, baby boy… eu tenho que trabalhar. Mas o daddy vai cuidar de você. Vocês vão brincar, passear no parque, comer coisas gostosas e à noite eu volto para ver se vocês se comportaram. Puxa, Castle… acabamos nem indo no parque ontem. E agora somente poderei leva-lo no sábado - ela fez uma cara frustrada diante da constatação - Pelo menos, a febre não vai mais atrapalhar. Meus dentinhos saíram, Alexis. Quer ver? Dá um sorriso, meu amor… mostra o dentinho - ela puxou o queixinho dele para baixo delicadamente para mostrar a novidade a filha de Castle. 
- Que gracinha! Tão pequeninos e tão branquinhos. 
- É sim, lindinhos. Agora, eu preciso ir. Vai para o colo do daddy, vai - ela entregou o bebê a Castle. No instante que fez isso, Dylan começou a chorar se jogando para ela - oh, meu amor, é o daddy, ele vai brincar com você - Castle tentava distrai-lo, porém não estava tendo muito sucesso. Kate lembrou-se do elefante. Entregou-o a Castle que começou a fazer varias vozes engraçadas balançando o bichinho de pelúcia ao contar uma historia. Isso pareceu o acalmar. 

Aos poucos, as lágrimas foram secando. Beckett se recusava a deixar o loft sem ter a certeza de que tudo ficaria bem. Dylan começou a bater palmas e dar gritinhos. Esse era o sinal de que tudo estava sob controle. Ela se aproximou do bebê sorrindo. Beijou o topo da cabeça dele e fingiu morder o pezinho. 

- Tchau, baby boy. Comporte-se. Até a noite - aproximando-se de Castle, beijou-lhe o rosto e sorriu - bom dia, Castle. Se precisar de ajuda, me ligue - caminhou para a porta do loft e antes de bater a porta ouviu. 
- Bom trabalho, detetive. Diga oi aos rapazes por mim. E compre seu café, não esqueça - Alexis olhou para o pai sorrindo. 
- Se nada aconteceu, deve estar bem próximo disso. Também vou indo. Tchau, Dylan.


Beckett ligou o carro e saiu dirigindo, nem bem virou a esquina seu celular tocou. Ryan. O dia começara cedo para os mortos. Esperava que passasse rápido também. Não via a hora de voltar para casa. 


Continua...

4 comentários:

cleotavares disse...

Ownt! Que família mais linda. Esqueci de comentar no capítulo anterior, sobre os elefantes, achei muito fofo e tipo um aviso para Kate, " ele é seu filho". O Dylan está cada dia mais esperto e o Rick e a Kate já se comportam como os pais mais lindos do mundo. Olha só a Kate, toda receosa para sair pro distrito. Esse dia longe do Dylan vai acender ainda mais a luzinha de mamãe da Kate, vai sentir falta o dia todo, do laço mãe e filho.

Vanessa disse...

Resolvi fazer um comentário só para os dois últimos capítulos...
Estava pensando sobre BB hoje, e cheguei a seguinte conclusão... BB é como fazer uma trilha, sabe aquela trilha que vc pode ficar o dia todo caminhando para chegar até o lugar esperado? E nesse lugar vc vai encontrar a paisagem mais linda que ja viu... BB é assim, e a gente pode escolher reclamar do caminho ou aproveitar a paisagem da caminhada, esperando maravilhada pelo que virá. Eu escolhi a segunda opção. E estou super bem com isso..
Estou amando cada elemento que vejo durante essa jornada, porque não tem como não me encantar com o que vejo... Ver Kate abraçando naturalmente a maternidade, sem falar na proximidade com Castle... Toques, carinhos, beijos no rosto, conforto mútuo... Ver ela se abrindo sobre o lance do elefantinho, a historia da mãe dela... Deixar escapar um "vovó"... hahaha
Ver Kate toda preocupada com Dylan (como uma mãe de primeira viagem), angustiada e expressando seu amor por ele... Assumindo sua posição de mama, se rendendo ao Baby Boy, não tem preço... Ah, jamais esqueceria de dormir abraçadinha com Castle e acordar gostando disso... Do jeito que ela está a vontade, com tudo isso... Tb amo o jogo de gato e rato, e o "traseiro mordível" hahaha
Eu acho que conhecendo Beckett, se ela se render agora, a noite vai ser incrível, mas no outro dia, ela iria surtar. E dizer que foi um erro, que era errado e que eles precisavam focar em Dylan... Kate não é tão broken, mas é broken (notas da autora, sobre a personagem)... Eu não quero isso, Beckett precisa de um tempo para assimilar as coisas... Para ter suas respostas...E além dos mais não é so Castle, agora tem um baby tb, que ela ja ama... E ela está tao a vontade com o baby e com Castle que será um choque quando ela voltar para o apartamento... Aliás,pelo o que vimos, o baby boy não vai gostar muito tb de perder a mama... Como não gostar do caminho, quando nossa guia nos diz que Kate mal saiu e ja queria voltar para "CASA"... ♥♥♥♥
Estou dizendo, a beleza da caminhada me deixa apenas mais ansiosa pelo que virá... Será Roma em BB!!! ♥♥♥

Silma disse...

Que capítulo cute 😍
Essa família Castle/Beckett ainda vai render muito.O amor da"mama" só tá aumentando tanto no Dylan quanto na Kate.Eu fico feito boba lendo 😂😂😍.Mais uma noite dormindo juntinho,agarradinhos que sonho isso meu dels 😍.
Acho que aqui todas querem uma mesma coisa "Kate abre os olhos MUÉ" mas o que acontece é que com ela tudo tem que ser na mais pura calma,sabe o passo da tartaruga?Então "mama" Kate caminha assim,mas tudo vai valer a pena no fim.Miga só não demora que nóis tá tudo ansiosa 😌 pareço uma ninfa mermo e quero orgasmos múltiplos entre Castle e Kate 😏😎
Não quero nem pensar quando essa última semana acabar 😔 passou rápido demais 😥 Mama não vai embora não 😓 fica na nossa casa que se tornou sua durante essas 3 semanas!!!!
Preciso comentar aqui que tudo o que vejo eu só lembro do Dylan 😂😂😂 outro dia mesmo tava no mercado comprando umas coisas na ala infantil e vi um elefante e em que eu pensei???Dylan,meu baby boy 😍 👶🏻🐘

Unknown disse...

Que capítulo tão lindo 😍😍 tanto amor e tanta fofura, esses três tem pegado de jeito o meu coração ❤ em especial o pequeno Dylan ❤❤❤
Tão lindo também ver esses momentos de Kate e Castle, eles jogando com o episódio de CSI foi maravilhoso! E ainda mais que vai rolar um jantar maroto 😍❤
Tadinho do baby Dylan com tanta febre, eu fico cada vez mais mexida com essa Kate mãezona, meu coração se enche de amor por cada pequeno gesto ❤ a forma como ela e Dylan agem, é tudo tão natural, é tão linda, uma verdadeira ligação ❤
Finalmente os dentinhos do baby mais lindo do universo estão nascendo! ❤
E o que tivemos? Mais uma noite juntinhos na mesma cama ❤
Que capítulo lindo, Kah ❤