quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.6


Nota da Autora: Obrigada pelos comentários, fiquei surpresa com as reações de vocês , leitoras! Eu não achei justo demorar para postar, porém já aviso. Não vão com muita sede ao pote. A essência do reencontro está, na verdade, em varias partes desse capitulo. Seja em gestos, declarações, Caskett tem seu jeito único de se comunicar. E antes que acusem a escritora de algo, aviso que nenhum personagem sumiu ainda dessa fic, ainda! Enjoy!  



Cap.6     

Ele se aproximou da cama onde ela estava sentada. Pegou uma de suas mãos, ela sorria.  
— Kate… é bom ver o seu sorriso. E-eu pensei… - ela colocou o indicador sobre seus lábios, encostou a testa na dele. 
— Não, por favor. Nem comece a falar. É bom ver você - ela se afastou para fita-lo - meus olhos azuis, Deus! - ela beijou-lhe os lábios carinhosamente segurando o rosto dele em suas mãos - e-eu sinto muito, Castle. Por faze-lo sofrer, por ser teimosa e…
— Não, você me salvou. Mesmo diante de toda a dor, você me salvou. 
— Quer dizer que eu igualei a contagem? Estamos quites? - ela sorria. 
— Ah, você gostaria, não? Ainda ganho de você. E-eu tive medo, Kate. Você precisa parar de me dar esses sustos. 
— Você escolheu casar com a policial. Faz parte do pacote - ela sorriu, a voz um pouco fraca. 
— Deus! Isso é louco… - ele a beijou de novo - eu te amo tanto, Kate. 
— Always… - ela repousou a cabeça no peito dele sentindo o cheiro tão familiar, as lágrimas vieram automaticamente aos seus olhos. Castle a abraçou. Não precisavam de grandes palavras, declarações. Suas atitudes falavam por seus corações.  
— É bom ficar assim. Como você se sente? De verdade? 
— Como se um caminhão tivesse me atropelado. Minhas costas doem. Cansada. 
— Precisa descansar, amor. 
— Ela precisa mesmo - disse Johanna entrando no quarto - ok, Castle. Acho que podemos deixar Kate dormir um pouco. As costas ainda doem? - ela assentiu - você precisa se movimentar, mas isso pode esperar. Castle? Cinco minutos. Você precisa fazer seus exercícios. Quando o Dr. Gray vier para a troca de plantão, conversaremos mais um pouco. Seu pai já foi avisado. Deve aparecer à tarde. Cinco minutos e eu volto. 
— Castle, Caleb e-ele está - havia preocupação nos olhos dela. 
— Ele está morto. Não tem que se preocupar com isso, Kate. 
— Na nossa casa, Castle… eu não… não previ isso, era para ser seguro, a cozinha, tanto sangue… 
— O loft já foi liberado. Está nos esperando. Assim, que Johanna lhe der alta, voltaremos para casa. Não quero você pensando em Loksat, em investigação, os rapazes estão cuidando disso. E Gates está no 12th. Não é a hora de bancar a policial, apenas descanse - ele começou a solta-la. Beckett fitou-o. 
— Não vai me dar um beijo antes de ir? - ele riu. Acariciando o rosto dela, sorveu os lábios da esposa com carinho. 
— Eu volto. Não morra de saudades - ele fez uma careta - ops! Péssima escolha de palavras. 
— Você já foi melhor, escritor - ela implicou - não demore muito para me ver. E traga o café da próxima vez. Você prometeu. 
— Quando? - ele olhou intrigado - vo-você se lembra disso? - ele sorriu - vou convencer Johanna. 
Meia hora depois, Johanna surgiu no quarto acompanhada da enfermeira. Trazia uma bandeja com um espécie de mingau e um suco de frutas. 
— Outra refeição, Kate. Precisa recuperar as forças. Quero conversar com você - ela sentou na cadeira ao lado da cama - seja franca comigo. Eu sei que o cenário que aconteceu em seu apartamento não é algo inesperado diante da sua profissão. Não foi sua primeira vez em uma situação de risco, nem do seu marido. Contudo, foi bastante sério. Eu e meu colega batalhamos muito para salva-los e após acompanharmos os dias no coma de vocês, restavam-nos dúvidas, se resistiram, se acordariam, vimos o quanto Castle parecia perturbado ao acordar, ao saber noticias suas. O seu quadro foi diferente. Acordou bem. Mas para nós, médicos, isso não quer dizer nada. O trauma se expressa de maneiras diferentes, em estágios diferentes, varia de paciente para paciente. Você já me falou da sua última lembrança de maneira clara. Não me convenceu. É por isso que quero que converse com uma psicóloga. Sua alta está condicionada a isso. Ela já falou com Castle. 
— Você precisa saber se estou bem física e psicologicamente - Kate suspirou - tudo bem. 
— Ótimo, amanhã eu a trarei para conversar com você. Vejo você mais tarde. Precisamos caminhar. 
A próxima visita que ela recebeu foi a de Jim. Ver sua filha acordada e sorrindo era um alivio enorme. 
— Oh, Katie… quantas vezes mais você vai brincar com a saúde do seu velho pai? Não para de me assustar, filha. 
— Desculpe? Pai, eu não faço de propósito.
— Eu sei. É bom ver que está bem. Tive muito medo, por você, por Castle. Ele realmente a ama, querida. 
— Ele é a minha vida, pai.  Mas eu prometo que por um tempo evitarei esses sustos, ao menos por uns meses,eu acho. Ainda sou uma capitã da NYPD - ela apertou a mão do pai, Jim beijou a testa de sua menina. Sim, para os pais, os filhos nunca deixavam de ser crianças. Castle passou outra meia hora na companhia da esposa assim que o pai deixou o quarto da filha. Não trouxera o tão desejado café, não estava autorizado. Mais tarde, a doutora fez uma nova visita. Certificando-se de que estava tudo bem, ela convidou Kate para um passeio no hospital. Ainda com dificuldade, ela caminhava devagar ao lado da médica. 
— Eu poderia ter pedido para uma enfermeira a acompanhar, mas esse é um daqueles momentos egoístas dos médicos. Eu queria conversar com você. 
— Sobre o que? Por que? Existe algo sobre Castle que você não está me contando, doutora? Ele ficou com alguma sequela, ele precisa de recuperação? Vocês o mantiveram no hospital até agora, Castle me contou que fez questão. Eu conheço meu marido, sei o quanto pode ser teimoso. E podia não estar me contando tudo. Por que outra razão vocês o deixariam ficar no hospital se já poderia ir para casa? - a preocupação no rosto de Kate fez Johanna sorrir. 
— É incrível o nível de preocupação de vocês. Não, Kate. Ele ficou porque se recusou a deixa-la, mesmo com a filha quase o implorando. Eu queria conversar porque de certa forma nossas profissões são parecidas, imprevisíveis, nunca sabemos ao certo como uma história vai terminar, claro que sempre esperamos e trabalhamos pelo melhor. De vez em quando, nos deparamos com uma história boa, apaixonante na verdade. A sua e a de Castle - Kate sorriu. 
— Você é medica ou talvez uma contadora de histórias como Castle? Parece ele falando. Espera… você é fã? 
— Sou, porém não tem nada de tietagem nessa conversa. O que me chamou atenção foi a coincidência do meu nome, a trajetória de vocês. Quer dizer, como vocês conseguem? 
— Está pedindo conselhos amorosos para mim, doutora? 
— Por favor, Johanna. E talvez esteja - Beckett riu.
— Johanna, eu talvez seja a pior pessoa para isso. Eu levei quatro anos e uma experiência de quase morte para perceber o quanto eu gostava de Castle e que ele me amava. Sentimentos não são fáceis para mim, admiti-los, vive-los, desde que minha mãe se foi. Até Castle. Ele me mostrou que era possível ser feliz, mesmo assim, eu quase o perdi. Trai sua confiança devido a minha obsessão. Graças as suas mãos, estamos aqui. Eu tive que dar muitas cabeçadas para entender o que é amar, depender um do outro. 
— Algumas vezes as coisas mais difíceis na vida são também as que mais valem a pena. 
— Engraçado, Castle disse isso uma vez, algo parecido. Hoje eu sei o quanto o amo. E o quanto errei mesmo querendo protege-lo. É um pouco mais difícil se acostumar a ter outra pessoa ao seu lado quando se passa anos da sua vida como uma loba solitária. Não sei se entende o que eu digo. 
— Sim, até demais. Eu tenho uma filha adolescente. Desde que ela nasceu, minha vida resume-se a ela e ao trabalho. O pai dela me deixou quando ela tinha três anos. Disse que eu vivia para o hospital e não queria ser trocado por desconhecidos. Desde lá, eu sou solitária. Dez anos. 
— Dez anos? Como consegue? 
— Sem um relacionamento sério. Claro que dei minhas escapadas. Necessidade básica de todo ser humano. 
— Até agora. Acredito que exista alguém, não? - a médica enrubesceu - certo, o melhor conselho que posso dar é não aja como eu. Não demore, não vire as costas. E de preferência, escolha alguém que a compreenda, que saiba o quanto seu trabalho como médica é importante. Talvez seja por isso que eu e Castle estamos juntos. Ele entende e respeita o que eu faço. 
Johanna sorriu. Elas retornaram ao quarto de Beckett. A médica relembrou o encontro com a psicóloga no dia seguinte. Quando saia pela porta, Beckett a chamou. 
— Johanna? Obrigada pela conversa. Fazia tempo que não me sentia tão bem conversando com alguém além de Castle. Espero que encontre quem procura ou assuma o que sente se já o  encontrou. 
Castle deveria ter deixado o hospital naquela noite, porém após a noticia da esposa, Johanna não sossegou enquanto não convenceu Paul a fazer vista grossa. Disse que ficaria lhe devendo um favor. 
Por volta de nove da manhã, logo após Beckett ter terminado seu desjejum, a Dr. Marshall apareceu em seu quarto acompanhada de outra médica. 
— Bom dia, Kate. Essa é a Dr. Jessica Mueller. Acho que pode conversar com ela, não? 
— Claro. 
— É um prazer conhece-la, Beckett. Ou devo chama-la de Sra. Castle? 
— Kate, pode me chamar de Kate. 
— Ótimo - ela sentou-se ao lado da cama - eu li sua ficha, conversei com seu esposo. Talvez conheça um pouco sobre quem você é. O que aconteceu aos dois, independente de estar relacionado como um risco de sua profissão, é bem sério. Não é algo que possa se esquecer da noite para o dia, pode causar traumas. Não seria o seu primeiro, não? A vida tem se mostrado cruel com você ao longo dos anos. Sua mãe, sua obsessão, mudança de carreira, um atentado, a PTSD. E agora, uma nova experiência de quase morte em sua própria casa. Conhecendo seu histórico como policial a primeira coisa que me vem a mente é que irá querer fazer justiça, terminar a investigação, ver a verdade nua e crua. Estou certa? Como você se sente diante disso, Kate? 
— Se você tivesse feito essa pergunta a mim quatro, cinco anos atrás, minha resposta seria: colocarei todo o meu tempo nessa investigação até que tenha todos atrás das grades. Lutaria dia e noite por essa nova causa. Como já fiz com o caso da minha mãe. Viveria a obsessão. 
— E agora? No presente? A sua resposta será outra? 
Kate olhou para os dedos. Fitava a sua aliança que recebera da médica. Brincou com o anel. Suspirou. 
— Quando eu descobri sobre Loksat, meu primeiro impulso foi investigar. Amigos morreram por isso. Queria justiça. Ainda não tinha ideia do quanto era perigoso. No meu primeiro dia como capitã, eu me vi em uma perseguição, eu menti para Castle e fiz algo completamente idiota mesmo tendo sido alertada por alguém que sabia como eu reagiria a tudo aquilo. Depois de muitos anos, me deixei levar pela obsessão. Eu não quis ouvir conselhos. Eu deixei o meu marido, a minha casa, achando que podia fazer tudo sozinha. Acreditava que estava protegendo Castle. Foi totalmente o contrario. Eu o magoei, negligenciei nosso casamento, nossa parceria. Coloquei nossa confiança em jogo. E para que? Para perceber que não posso fazer isso sem ele, quase estraguei minha vida. Quando finalmente nos acertamos, eu o coloquei em perigo. Mas ele é teimoso o suficiente para me seguir, sempre foi assim. Isso faz dele a pessoa mais especial da minha vida. Você comentou sobre a PTSD. Eu sei que terei pesadelos, será um choque voltar para o loft e encarar o chão da cozinha, porém será diferente. Por Castle. 
— Você está dizendo que seguirá forte por ele? Lidará com o trauma de maneira diferente devido a presença de Castle. 
— Castle é a diferença. Seu amor, nossa confiança. Nós ajudaremos um ao outro. A justiça já foi feita. De modo errado e contrario aos meus princípios. Mesmo sendo policial, meu último recurso é usar a arma para matar. Eu o fiz por Castle e por mim, em legitima defesa. Então, respondendo sua pergunta: não, deixarei meus colegas terminarem o serviço, meus dias investigando Loksat acabaram. Eu quase destruí meu casamento, me destruí e magoei a pessoa que mais amo na vida. Basta. 
Sorrindo, a psicologa comentou. 
— Sabe, seu marido tem razão. Você é extraordinária. Acho que você está pronta para ir para casa, Kate. Apenas, se durante sua jornada para deixar Loksat e o trauma para trás, se precisar, pode me ligar - ela estendeu um cartão a Beckett. 
A psicóloga deixou o quarto de Kate para relatar o que ouvira para a doutora Marshall. 
Satisfeita, a médica foi procurar o colega. Encontrou-o checando quarto de cirurgias. 
— Está ocupado? 
— Não, acabei de sair de uma cirurgia. Algum problema? 
— Pelo contrario. Jessica acabou de conversar com Kate. Podemos dar alta para os dois, Paul. Acredito que já está mais do que na hora de deixarem esse hospital. Quer fazer isso agora? 
— Por que não? Vou passar no quarto do Sr. Castle. Te encontro no quarto da sua paciente? 
— Sim.  
Castle estranhou a visita do Dr. Gray, ao dizer que precisava conversar com ele e a esposa, o escritor começou a se preocupar. Será que havia algo de errado com Kate? Entraram no quarto dela. Kate conversava animadamente com a Dr. Marshall. 
— Somente você vendo. Até hoje me pergunto como ele teve reflexo para puxar todos aqueles fios. Salvou nossas vidas. As vezes me questiono se estaríamos juntos se tivesse cedido antes aos galanteios do escritor. Eu já estava apaixonada por ele naquela época, então veio a morte de Montgomery, o atentado e eu me vi retrocedendo passos, por medo. 
— Você está contando a história errada, Beckett. Você se apaixonou por mim naquela sala de interrogatório, quando disse que você tinha olhos lindos - ela riu. 
— Não vamos discutir isso outra vez. A última eu não podia fazer muita coisa já que estava presa a uma placa evitando uma bomba de explodir. Agora eu posso literalmente chutar o seu traseiro. 
— Não tão rápido, capitã. Ainda está se recuperando, certo Johanna? 
— Outra bomba? Meu Deus! Quantas vocês já enfrentaram? 
— Três? - Kate olhou para ele. 
— Quatro se contar o caso onde descobri que você mentiu para mim sobre eu dizer que a amava. Engraçado, nunca tinha reparado nesse detalhe. Quando você disse que me amava também havia uma bomba envolvida. 
— Momentos explosivos são mais interessantes? Você devia saber responder porque, afinal é o escritor aqui. 
— Só espero que não tenha uma bomba envolvida quando decidirem ter filhos - disse Johanna. Paul riu, mas Castle e Beckett apenas trocaram um olhar. Esse fora um assunto esquecido pelos dois nos últimos tempos. 
— Acho bom mudarmos o tom da conversa, doutora. Temos algumas noticias importantes para comunicar a vocês. Castle já recebeu alta há alguns dias, mas a teimosia foi maior e continua perambulando por esse hospital. Isso tem que acabar. 
— Kate, seus exames mostraram que está muito bem. Sua recuperação durante o período que esteve em coma foi rápida. Seus pontos foram retirados, estão secos. Claro que precisa se movimentar, a dor nas costas irá sumir logo. Conversei com a Dr. Mueller, ela também demonstrou confiança em sua condição psicológica. Sabemos que uma situação dessas não desaparece de nossas mentes tão rapidamente. Vocês terão momentos difíceis, o primeiro será a volta para casa. Portanto, gostaria de lhe entregar o cartão dela. Qualquer problema, ligue, converse. Vai fazer bem aos dois. Quanto a volta ao trabalho, terá que esperar. 
Castle olhou para ela. Ainda se perguntava se a esposa ia continuar a investigação de Loksat. Não conversaram a respeito. 
— O que você quer dizer com isso? - ele perguntou. 
— Vou dar um mês de licença médica a Kate. Nem comece a contestar. Ordens médicas. Vocês precisam de um tempo juntos, se recuperarem. Podem até fazer uma viagem. Desde que estejam se sentindo bem. 
— E quanto a… - ele olhou para Kate, voltou sua atenção à médica - quando poderemos fazer sexo? 
— Castle! - ela ficou vermelha de uma hora para outra. Johanna riu. Paul baixou a cabeça - cala a boca! 
— Por que? Quero saber se posso fazer amor com a minha esposa? Que mal há nisso? 
— Nenhum. Essa decisão é de vocês. Por favor, não vão querer realizar o kama sutra todo em uma noite. Esperem ao menos uma semana, sinta seu corpo, Kate. Nada de exageros. 
— Oh, Deus… - Kate cobria o rosto. 
— Tomarei cuidado, o mesmo já não posso afirmar quanto a Beckett, ela não consegue manter as mãos longe de mim - novas risadas. 
— E ficou pior… - ela suspirou. 
— Guardem certos comentários para vocês - disse Paul - Diante do que a Dr. Marshall colocou, eu quero dizer que ambos terão suas altas assinadas essa tarde. Poderão deixar o hospital por volta das cinco da tarde.  
Castle apertou a mão da esposa. 
— Ouviu isso, amor? Vamos para casa. 
— Sim, vamos para casa, Rick. 
Castle ligou para Martha contando a boa notícia. Pediu à mãe que cuidasse de tudo para a chegada deles. Também não perdeu a chance de perguntar se a filha estava em casa. A resposta foi negativa. Qualquer pessoa que o visse nesse momento, notaria a tristeza em seu rosto. Suspirou. Não ia se abater com isso agora. Ele precisava cuidar de Kate. 
Por volta das cinco da tarde, a Dr. Marshall voltou ao quarto de Kate. Sua paciente já estava pronta para ir embora. Martha enviara uma muda de roupa para a nora e outra para o filho. De pé, ela checava sua imagem no espelho. Estava mais corada, porém bem mais magra. 
— Pronta, Kate? 
— Sim - ela virou-se para fitar a mulher que a observava com um sorriso nos lábios - o que foi? 
— Estava lembrando das palavras de seu pai quando falou comigo. Dizendo que eu tinha o nome da sua mãe, que isso era um sinal. Ele deixou bem claro que você questionaria. Como disse mesmo? 
— Coincidências não existem. 
— Isso! Acredita mesmo nisso, Kate? Você ter sido operada por alguém com o mesmo nome da sua mãe não pode ter sido obra do destino? 
— Dr. Marshall, Johanna, eu sou policial, ajo com a razão, acredito em evidências e onde elas me levam. Porém, oito anos atrás, alguém me ensinou que há sempre uma história uma cadeia de eventos que contribuem para que cheguemos a um determinado ponto de nossas vidas. Esse mesmo alguém me ensinou que precisamos acreditar na magia. Se acreditarmos, a encontraremos. E isso é verdade, eu encontrei minha mágica. Portanto, talvez meu pai tenha razão. A vida me trouxe a esse hospital onde uma médica chamada Johanna salvou minha vida. 
— É bom ouvir isso. E falando em magia…
Castle apareceu logo atrás da médica.
— Hey… não vai me dizer que Beckett estava contando mais histórias sobre esse bonitão charmoso? Ela não resiste, doutora. É louca por mim. 
— Meu Deus! Como alguém consegue ter um ego maior que essa sala? - elas riram. 
— Pronta? 
— Sim - ela aproximou-se de Johanna e deu-lhe um beijo no rosto - obrigada por tudo. Especialmente por aturar meu marido, ele não é fácil. Muitas vezes é pior que um garoto de 9 anos movido a doces. 
— Foi um prazer, Kate. Seja feliz. 
— Eu já sou, Johanna - ela respondeu olhando para Castle. Entrelaçou seus dedos aos dele - me leve para casa, babe. 
— Tchau, Johanna. Cheque as livrarias para o próximo lançamento da série Heat e por favor, dê uma chance ao Paul - Beckett o olhou, uma das sobrancelhas levantadas - eu te explico depois. 
— Vão embora, os dois - ela disse rindo. Definitivamente havia momentos que ela amava sua profissão mais que tudo, onde todos os esforços, as noites mal dormidas, faziam sentido. Esse era um deles.   

XXXXX

Eles estavam de frente para a porta do loft. Ambos de mãos dadas. Encaravam o pedaço de madeira como se fosse uma barreira inimiga a ser vencida. Castle tornou a olhar para Beckett. 
— Kate, essa é a nossa casa. Nosso lar. Não podemos ter medo - ela suspirou. 
— Não é medo, faz mais de uma semana que estamos longe, deixamos o lugar em meio a uma tragédia. A nossa volta torna o pesadelo real. E nos faz lembrar do que é importante. Nossa vida, nosso amor, o casamento, o lar. E-eu só preciso digerir isso - minutos se passaram. 
— Está pronta? 
— Sim - Castle abriu a porta. Deram os primeiros passos em direção a sala. Trocaram um olhar. O lugar permanecia o mesmo. A decoração, as cores, o cheiro. O lar dos Castles. Ela apertou a mão dele, sorriu. 
— Richard! Katherine! - Martha surgiu na sala - é tão bom ver vocês. Querida, como você está se sentindo? - ela abraçou a nora - parece bem. 
— Sim, um pouco de dores nas costas, resultado de estar parada por muitos dias e cansada. Esses remédios e muitos dias em coma me desnortearam. 
— Eu sei, felizmente está tudo bem agora. O lugar é o mesmo. Limpamos, ajeitamos. O quarto de vocês os espera. Estão com fome? Mandei buscar uma sopa simples de galinha. Não sabia se podiam comer qualquer coisa. Tratem-se de se alimentar para recuperar as forças. 
— Mãe, e Alexis? - Kate notou a mudança no semblante do marido. 
— Ela não está aqui, Richard. Está dormindo na casa de uma amiga. Não deve aparecer até o fim de semana, imagino - o rosto dele demonstrava decepção - relaxe, kiddo. Não se preocupe com isso nesse instante. Tem que cuidar da sua saúde e da sua esposa. Vamos, vou esquentar a sopa. 
Eles seguiram a mãe de Castle até a cozinha. O primeiro olhar para o cômodo, fez Beckett fincar os pés no chão e apertar com mais força a mão de Castle. De repente, flashes de memória enchiam sua mente. O tiro, a face de Caleb, o sangue, Castle estirado. Ela fechou os olhos, um gemido de dor escapou de seus lábios e enterrou o rosto no peito de Castle. Ele a abraçou. Beijou-lhe o topo da cabeça. 
— Está tudo bem. Estou aqui - ela se afastou e olhou para o marido. 
— Estamos vivos. Juntos. 
— Sim. Esquece isso agora - ele a guiou até o balcão da cozinha. Sentaram-se um ao lado do outro - lembre-se dos bons momentos que vivemos aqui, nesse mesmo local. As vezes que fiz panquecas, quando tomamos café juntos antes do trabalho, os beijos - ela sorriu e sussurrou no ouvido dele. 
— E quando fizemos amor nesse balcão e no chão da cozinha. 
— Sim, essa é a melhor lembrança - ele riu e beijou-a. Martha colocou os pratos de sopa na frente deles. 
— Tratem de comer e descansar. Nada de estripulias por hoje. Vou deixa-los sozinhos - Martha deu um beijo no rosto do filho, outro na nora e subiu as escadas. Eles tomaram a sopa. Ao terminarem, Castle levantou-se e perguntou. 
— Quer café? 
— Sim, você está me devendo café por uns dez dias. 
— Podemos consertar isso. Vá para sala. Eu vou preparar seu latte preferido, Beckett. 
Dez minutos depois, ele se aproximava dela no sofá com uma bandeja e duas canecas de café. Ao segurar o objeto nas mãos, Kate sorriu. O coração. 
— Seu coração, escritor? - ela sorriu. Castle sentou-se ao lado dela segurando sua própria caneca. O cheiro da bebida entrava em suas narinas enquanto o gosto do liquido descia pela sua garganta. Gemeu baixinho.
— Sim, todo seu - eles deram as mãos. 
— Castle, por que você disse para Johanna dar uma chance ao médico? É ele? Oh! Ela gosta dele, não? 
— Sim, mas como você sabe disso? Mal conviveu com o meu médico. 
— Ela conversou comigo. Pediu conselhos amorosos - ela mesma riu - logo para mim. 
— Você não mandou ela esperar quatro anos, certo? - ele fazia uma cara de pânico apenas para mexer com a esposa. Ela deu um murro no braço dele. 
— Não! Implicante. Apesar de ter dito a ela que não era a melhor pessoa para conselhos. 
— Eles se gostam e parecem sofrer do mesmo mal que nós, a teimosia. Apesar de que nesse departamento, você ganha de mim. 
— Se você falar mal de mim mais uma vez, vai dormir nesse sofá. 
— Ouch! É bom ver minha capitã mandona de volta em ação - eles terminaram o café. Permaneceram sentados no sofá abraçados. Não havia necessidade de conversa. Ambos precisavam do silêncio para refletirem sobre os últimos dias e os próximos que viriam. Tinham que deixar o ambiente relembra-los que ali era o seu lugar preferido assim como a delegacia era sua segunda casa. No loft, onde construíam seu relacionamento, seu casamento, eles enfrentaram o inimigo e passariam a cuidar do futuro. 
Futuro. 
Essa palavra não incomodava tanto a Beckett como antes. O que haveria em seu futuro com Castle? Mais aventuras, tiroteios, investigações? Amor, diversão, noites de prazer. Família. Seria esse o próximo passo? Criar sua família? Ela sorriu. Talvez.  
— Castle, vamos para cama… estou ficando com sono.  
— Você sabe que iremos dormir, não? Ouviu a doutora, nada de brincadeiras, Katherine Beckett - ele a fitava com o olhar malicioso. Beckett revirou os olhos puxando-o para o quarto. Trocaram de roupa e em menos de dez minutos, adormeceram. Cansados e sob efeito de remédios. 
No meio da madrugada, ela remexia-se na cama. Beckett tinha o sono agitado. A mente perturbada. Gemia, implorava. De repente, um grito invade o quarto. 
— Nãoooo….
Ela desperta assustada. Castle senta-se na cama. 
— Kate? - ela estava de olhos arregalados. As lágrimas escorriam pelo rosto. 
— Vo-cê…você morreu… Cas…você…não… - ele a abraçou. Suspirou. 
— Eu estou aqui. Está tudo bem. Não vou a lugar algum. Foi apenas um sonho ruim. 
— Pesadelo. Caleb, você… 
— Shhh, está tudo bem. Não pense mais sobre isso. Pense em algo bom, em nós. Escolha uma memória nossa e pense nela. 
— O dia do nosso casamento - ela sorriu - o dia mais feliz da minha vida. Nos Hamptons. Você, suas palavras. 
— Pronto. Viu? Há tanta coisa boa para nos lembrarmos - ela o fitou, Castle limpou as lágrimas do rosto dela - quer voltar a dormir? Posso contar uma historia para você. 
— História? 
— Sim, você sempre foi fã das minhas histórias. Essa é especial. Sobre uma policial que não pode resistir ao charmoso escritor de olhos azuis. É quente, vou avisando. 
— Eu conheço essa história, Castle. 
— Não a versão estendida e com comentário do astro principal. Eu! - ela riu, encostou-se no peito dele. Então, Castle começou a relembrar o primeiro encontro deles. Minutos depois, ela dormia. Castle, ao contrario dela, não conseguiu pregar os olhos. Enquanto ela tinha pesadelos, ele enfrentava o trauma com a insônia. 
No dia seguinte, após o café da manhã, Beckett pede algo que Castle temia desde que ela acordara. Queria ir ao 12th distrito. 
— Tem certeza, Kate? Você ainda não se recuperou e… - ela viu a preocupação nos olhos dele. Era hora de ter a conversa adiada desde o hospital - Beckett, você vai voltar a investigar Loksat? E-eu não sei se você devia e… - ela colocou o indicador nos lábios dele, impedindo-o de continuar. 
— Castle, pode me escutar por um instante, babe? Eu quero ir ao distrito para entregar o pedido de licença a Gates, ver os rapazes, agradecer. Quanto a Loksat, eu já tomei minha decisão. Castle, eu matei Caleb. Terei que passar por avaliação para voltar a NYPD. É o procedimento normal, estou bem com isso. Eu o matei para salva-lo. Salvar a nós dois. Eu voltei a vida após estar em coma. Coloquei meu casamento em risco por essa investigação. Não. Eu não estou pronta para me arriscar a perder você, a me perder. Porque, babe, eu não funciono sem você. Chega de obsessão. Eu quero um tempo a sós com você, nós precisamos disso. Eu não investigarei Loksat. Eu escolho você, era o que deveria ter feito desde a primeira vez. 
— Kate, e-eu… não sei o que dizer. 
— Eu quero sumir com você por uns tempos, abraçar uma outra espécie de aventura. O que me diz de uma viagem de moto cruzando os Estados Unidos, Castle? Está pronto para me ver usando roupas de couro? 
— Oh, meu Deus! Não me torture assim, Beckett… 
— Não é tortura. Estou falando sério. Eu e você cruzando o país de moto. Não gosta da ideia? 
— Adoro. Eu até sugeri isso nas nossas conversas quando você estava em coma. 
— Sugeriu? Hum, interessante. Você por acaso falou de votos de casamento, de Rook? - ele sorriu. 
— Eu lia todas as vezes que ia te visitar alguma cena de Nikki. Li essa também. Também recitei meus votos.  
— E-eu achei que estava sonhando… 
— A mente humana é incrível. 
— Podemos ir a delegacia, então? Tenho que conversar com Gates se pretendo ficar mais tempo afastada da minha posição de capitã. 
— Quando você pretende viajar? - ela percebeu que ele ainda não estava completamente pronto. Havia um assunto pendente. Alexis. Beckett percebera quando a mãe mencionou que ela não estava em casa. 
— Johanna me deu um mês para recuperação. Daqui a quinze dias acredito que já podemos cair na estrada. Eu me sinto bem. Podemos perguntar a ela se há algum problema nisso. Talvez uns dois meses longe seria bom. Ela mesma sugeriu que viajássemos. E se podemos fazer amor em uma semana… 
— Três semanas. Acho que conseguimos organizar tudo - silenciosamente ele completou. E fazer as pazes com a minha filha. 

12th Distrito

Quando Beckett e Castle pisaram no salão da delegacia, receberam uma salva de palmas de todos os policiais presentes. Trocaram um olhar. Seguiram em direção aos amigos. Ryan abraçou Castle enquanto Esposito abraçava Beckett, depois trocaram. 
— Como vocês estão? Totalmente recuperados? 
— Nem tanto, Ryan. 
— Vocês tinham que ir ao extremo. Tinham que roubar a cena para derrubar Loksat - disse Esposito - você nem imagina, Beckett, a corja que compõe essa organização. Tem gente até do FBI e CIA envolvido. Trouxemos vários para interrogatório, prendemos uns seis até agora e… 
— Javi, eu acho que a Beckett não está interessada nesses detalhes da investigação - disse Ryan. 
— Como não? Essa investigação é dela. Beckett a trouxe à tona. 
— Não é por isso que eles estão aqui, bro - Ryan trocou um olhar com Beckett que sorriu. Ele sempre entendera as nuances das situações. Será um bom capitão um dia, pensou - estou certo? 
— Sim, está. Loksat não é mais a minha investigação. Estou passando-a oficialmente a vocês. Viemos aqui falar com Gates. Eu e Castle ainda estamos nos recuperando, sob licença médica. 
— Ela está na sala dela, quer dizer sua. Pode bater na porta. Ela irá gostar de vê-la. 
— Tenho uma pergunta. Como souberam que estávamos em apuros? 
— Vikram. Ele não tirou a vigilância do loft como você mandou. 
— Então a teimosia de alguém nos salvou? - disse Castle - viu como é importante ser teimoso, Beckett? Precisamos falar com ele. 
— Ele está por aqui. 
— Primeiro, Gates. Vamos, Castle - de mãos dadas, seguiram para a sala da capitã. 
— Como ela pode desistir da investigação agora? Isso não é comportamento da Beckett, será que é efeito do trauma? 
— Bro, esse não é o comportamento da policial Beckett, trata-se da esposa, da mulher que ela é. Talvez um dia você entenda caso esteja em um relacionamento sério com alguém. Não é trauma. Ela escolheu o sentimento, seu relacionamento. Eles quase morreram por isso, Javi. 
Esposito ficou calado. Para ele, não fazia sentido, nem poderia. Afinal, era um lobo solitário. 
A capitã fez sinal para que os dois entrassem. 
— Capitã Beckett, é bom vê-la de pé outra vez. Mr. Castle. 
— Capitã Gates. 
— Sentem-se. Imagino que esteja aqui para falar sobre sua recuperação. Não espera que eu aceite sua volta para dirigir esse distrito após passar dez dias em coma. 
— Não, senhora. Não é para isso que estamos aqui. 
— Por favor, só Gates. Temos a mesma patente e já convivemos bastante para não precisar delas. isso não se aplica a você, Mr. Castle - Beckett teve que segurar o riso - o que posso fazer por você, Beckett? 
— Eu tenho uma licença médica de um mês assinada pela Dr. Marshall - entregou o papel - também sei que você está aqui para me cobrir, porém tem seu cargo, seu departamento para dirigir na 1PP. Se eu me afastar, como fica o 12th? 
— Afastar? Você quer pedir dispensa da NYPD? 
— Não, mas preciso ficar um tempo longe. Mais de um mês. Dois meses além da licença, talvez possa voltar antes. isso é o que preciso agora. 
— Não vejo problemas, Beckett. Você tem carta branca para se afastar, tenho certeza. Se quiser que fale com o Comandante em seu nome, considere feito. Quanto ao seu distrito, estará bem representado. Eu sabia que você precisaria ficar longe, não tinha ideia de tempo, então comecei a treinar o detetive Esposito como capitão interino durante sua ausência. É claro que ambas sabemos que o detetive em questão não tem muito jogo de cintura e pode ser muito resistente em receber uma critica desse nível embora seja um ótimo policial, excelentes instintos. Portanto, eu nomeei Ryan como o detetive primário e seu co-conselheiro durante sua ausência. Nós duas sabemos que se tem alguém capaz de sentar nessa cadeira daqui a alguns anos, esse alguém é o detetive Ryan. 
— Concordo, Gates - Castle olhava surpreso para a esposa, ele não imaginava Beckett escolhendo Ryan ao invés de Esposito - também estou me retirando oficialmente da investigação contra Loksat. Já fiz demais. Deixe-a para os rapazes. Eu ficarei muito grata se puder falar por mim ao Comandante. 
— Farei isso, não se preocupe. Quanto a Loksat, você não precisará fazer teste para manter sua arma. Sabemos que foi legitima defesa e como capitã não faz uso da arma constantemente. Será sugerido algumas sessões de treino apenas para verificar a firmeza. Nada demais. E por favor, Kate, faça um favor para si mesma, evite confusões por um bom tempo. Desacelere, pegue o seu marido e vá descansar. 
— Pode deixar, Gates. 
— Apesar que não sei como você consegue descansar com ele ao seu lado. Nem como aguenta esse jeito irritante dele - Gates olhou para Castle provocando. 
— Capitã, a senhora sabe o quanto a admiro? Pode me dar um pouco de crédito por tudo que Beckett fez? 
— Mr. Castle… você teria sido um bom policial - ele abriu um sorriso - é um ótimo parceiro, pena que não passaria em qualquer teste psicológico da NYPD. 
— Vou encarar essa última parte como um elogio, capitã. Para minha própria satisfação. 
— É, faça isso - Gates sorriu - eu ligo assim que falar com o Comandante. 
— Obrigada - elas trocaram um sorriso e deixaram a sala da capitã. De mãos dadas, entraram na sala de video. Vikram analisava algo no telão, os dedos dançando no teclado. 
— Vikram? - ele ergueu os olhos do teclado. 
— Beckett. Castle. Nossa! É bom ver vocês. 
— Viemos agradecer pela sua teimosia - disse Castle - e pensar que um dia odiei você. Muito. 
— E-eu posso imaginar. 
— Não, você não pode. Quis te torturar com vários requintes de crueldade por afastar minha mulher de mim, por instiga-la nessa busca insana, atrai-la para a obsessão, a toca do coelho. E por atrapalhar a comemoração do nosso primeiro aniversário de casamento. Sim, persona non grata. 
— E-eu sinto muito, mas não era somente eu, quer dizer… 
— Castle, por favor… - mas a própria Beckett estava surpresa com o que ouvira.  
— Mas, como o sábio Galileu provou, o mundo é redondo e dá voltas. Você acabou salvando a nós dois - Castle estendeu a mão para o técnico - sem ressentimentos? - Vikram olhou o escritor nos olhos, tinha que admirar aquele homem. 
— Sim, sem ressentimentos. É bom tê-los de volta nesse lugar. 
— Não estamos de volta, Vikram. Pelo menos, não agora. Ficaremos afastados. Voltaremos eventualmente. Enquanto isso não acontece, você ajude meus detetives. 
— Com certeza. 
De volta ao salão, Castle e Beckett se dirigiram aos dois amigos. 
— Espo, Ryan, estamos de saída. 
— Como assim? - perguntou Esposito. 
— Gates explicará melhor para vocês. Cuidem bem do meu distrito. Ryan, dê um beijo na Jenny e nas crianças por mim e não deixe Esposito muito tempo sozinho. Estamos tirando umas férias, merecidas férias - ela olhou sonhadora para Castle - prometo que voltamos. 
— Kate Beckett! Nem pense em ir embora agora sem dar um abraço na sua amiga! - Lanie surgiu no salão. Abraçou a amiga - você quer nos matar? Ser sua amiga é tarefa difícil! Pode ao menos avisar quando for aprontar outra vez? 
— Desculpa? - ela riu - está tudo bem, Lanie. 
— Estou vendo - ela checou a amiga de cima abaixo e depois Castle - estão com cara de quem não dorme há dias, o que é irônico para pessoas que saíram de um coma, mas parecem bem. E você - ela virou-se para Castle, abraçou-o - da próxima vez, seja homem e prenda a sua mulher em casa! - deu um peteleco na testa dele. 
— Lanie, caso não tenha reparado, ela é a dona das algemas. Estou preso a ela, não importa em qual circunstância - Beckett não resistiu e beijou-o. 
— Awww… vou deixar passar dessa vez. Quando voltam? Esse distrito não é o mesmo sem vocês. 
— Terá que esperar um pouco mais, Lanie. Estamos oficialmente de férias. 
— Então aproveitem! - beijou a amiga e abraçou Castle. 
— Até a volta - seguiram abraçados para o elevador - que tal um café, capitã? 
— Aceito, mas esqueça a capitã, estamos de férias, babe. 
— Certo, quer um café minha querida esposa? 
— Bem melhor, Castle. 
— Deveria responder: sim, meu amado marido - ela deu um cutucão nele com o indicador, bem no peito. 
— Não force… 

Dias depois…

Castle e Beckett sentiam-se bem mais fortes. Os planos para a viagem continuavam em andamento. Ele estava empolgado. Despedira-se dela no meio da tarde dizendo que precisava resolver algumas coisas. Era bom vê-lo animado outra vez. Seu escritor estava de volta, com seu jeito exagerado e moleque. Quase. Mesmo sorrindo e brincando com ela, Beckett o conhecia o suficiente para perceber que ainda havia uma nesga de tristeza em seu olhar. Alexis. 
Desde que voltaram para o loft, a filha ainda não viera para casa. Não falara com os dois. Nem um telefonema sequer. Beckett não gostava dessa atitude dela. Tinha certeza que a culpava pelo que vira naquela cozinha. Não tinha problema algum se Alexis decidisse odia-la a partir de agora, o que não aceitava era o gelo com o pai. 
— Katherine? Tudo bem? - Martha sentara ao lado da nora, não gostava de ver nenhum dos dois muito quietos depois do que acontecera. 
— Sim, Martha. 
— Querida? Tem algo se passando nessa cabecinha. 
— Alexis deu sinal de vida? 
— Ah, isso - Martha pegou a mão da nora - ela ligou. Deve vir por aqui logo. Ela está bem, Katherine. Está no apartamento de Hayley. Parece que ela voltará a Londres no fim do mês. Foi chamada pela policia de lá. Sei que você está preocupada por causa de Richard. 
— Ele está bem, Martha, mas sei que está triste. Nós não podemos viajar sem ele se acertar com Alexis. 
— Eu sei. Acredito que irão fazer isso. Não fique pensando sobre isso. Você já foi adolescente, sabe como são essas crises. Alexis decidiu ter a dela aos 20 anos. Vai passar - a sogra se levantou e deixou-a sozinha. 
Beckett nada disse, porém sabia que não era uma crise adolescente. Talvez entendesse mais do que ninguém a confusão na mente de Alexis agora. Seus pensamentos foram interrompidos pela porta aberta e Castle cheio de sacolas. 
— Hey, amor. Pode me ajudar? 
— Castle, para que tanta sacola? 
— Coisas para a viagem. E trouxe o jantar. Remy’s. Sei que está com saudades - ela tirou a sacola de comida para ajuda-lo, colocou sobre o balcão da cozinha. Ele sentou-se no sofá deixando as sacolas aos seus pés. 
— Você está ciente que faremos uma viagem na estrada, de moto? Não podemos levar exageros, Castle. 
— Sim. Eu sei - ele abriu uma das sacolas e tirou uma caixa branca enorme - para você - balançando a cabeça, ela sentou ao lado dele e abriu o presente. Era um uniforme em couro. Calça e jaqueta da Harley Davidson - totalmente útil para a viagem. Comprei um para mim também - ela beijou os lábios dele. 
— Eu adorei. E acho que ficará bem gostoso nessas roupas, Castle. Especialmente seu traseiro - ela mordiscou os lábios. De repente, ela soube exatamente o que queria fazer - que tal saborear nosso jantar? Tem razão, estou com muita saudade daquele milk-shake de morango, da mesma forma que estou com muita saudade de você. 
— Você está… dizendo…
— Quer me acompanhar em um encontro, Castle? Um encontro de namorados completo? 

— Jamais diria não a você, Kate. 


Continua...

4 comentários:

cleotavares disse...

Que bom que a Kate resolveu abrir os olhos para essa obsessão de Loksat. Tão bonitinha dando conselhos amorosos para a Johanna. Sobre a Alexis, quero muito que ela rasteje aos pés da Kate e a agradeça pela vida do pai.
Passeio de moto, amei(a bunda do Castle em uma calça de couro)
E vamos que vamos, que hoje a jeripoca vai piar, não é Castle?

Unknown disse...

Nesse momento estou em transe ... jogada no chão morrendo de amor 😍😍😍😍😍😍😍😍 , eu claramente amo essa fic ,roubou o meu Coração dicumforça 💙💙💙💙💙 ... OMG que capítulo lindo , momentos lindos , pessoas lindas ... ai meu Deus , estou me sentindo uma bobona e com muito prazer senhora kkkkkkkk ... Cara estou comentando coisa com coisa kkk pq eu realmente não tenho palavras pra descrever , as palvras evaporaram e mas uma vez vc me tirou um chão de uma forma encantadora , linda , emocionante , comovente, mágica e estremamte cativante , eu não me canso de falar o quanto eu tenho orgulho de vc Kah . Obrigada por me mostrar outra história com os mesmos personagem , obrigada por curar minhas dores , obrigada por nós propocionar uma história tão Linda , obrigada por dividir com nós o seu brilhante talento .
OMG minha rainha acordou 🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉🎉 . Amei tudo que li , não vou comentar por partes , pois claramente eu iria me perder rs ( não consigo colocar em palavras o que sentir ) , But... "Eu adorei. E acho que ficará bem gostoso nessas roupas, Castle. Especialmente seu traseiro..."
Esse comentário não poderia passar despercebido ... Eu concordo plenamente com ela , até consigo imaginar 😈😈😈😈 ... Esse homem 💙💙💙💙💙 parei ...

Kah , thx💙


Mah 😘😘😘

Unknown disse...

Ai, o fim da maratona ❤❤❤
Kah, antes de tudo, queria te agradecer por ter feito essa fic e nos tirado da frustração do final do último episódio. Só você pra fazer esse final ficar tão maravilhoso e especial. Obrigada mesmo! ❤❤❤❤❤
Eu fiquei tão feliz com a Kate acordando e se encontrando com o Castle, todo o amor dos dois fofinhos ❤
Amei bastante a conversa da Kate com a psicóloga, ela deixando a investigação de lado, escolhendo o Castle ❤❤❤
eles precisam de um tempo, umas férias longe de toda a confusão mesmo.
Pausa para o Castle matando a Kate de vergonha perguntando sobre o tempo de fazer coisinhas hauahauahuhauahauahu ele não tem jeito mesmo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Agora fique tensa com eles voltando para o loft. O trauma do ataque é muito grande. Mas pouco a pouco tenho certeza que eles ficam bem.
Se tem uma coisa que promete é essa viagem hauahauahuhauahauahu algo me diz que eles vão aproveitar muuuuuito hauahauahauahauahuaauaahauhaahaauahauahauahauhaauahau, se bem que já to ansiosa pra esse encontro aí kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk também promete eim kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ai Kah, muito obrigada mais uma vez por tudo, por essa fic incrível, por esse novo ship lindinho (hauahauahu ❤). Mil vezes obrigada ❤❤❤❤❤

*Era surto demais mesmo, não ia caber em um comentário hauahauahauhauahauahauahaau, desculpa os surtos e não desiste de mim ❤❤❤❤❤*

Vanessa disse...

A reação deles, meu Deus tanto amor. É tão lindo. Beijos, toques, encostar as testas, ela encostar no peito dele, sentir o cheiro dele. Ambos precisam desse contato, mesmo que seja breve, para saber que está tudo bem. Eu to me matando de chorar... Eles são lindos demais.
Kate usando o bom humor, ai que maravilha. Eu amo esses dois. Always.
Gente KB está melhor que eu, apos ler os cinco capítulos (não estou reclamando hahaha)
Johanna conversando com Kate. Ela toda preocupada com Castle. Johanna é incrível. KB dando conselhos amorosos. Ate nisso, eles são iguais. Mesmo conselho ahahah
A conversa com a psicóloga. OMG. Ela falando de quando saiu de casa. E da diferença que Castle faz na vida dela. E brincando com a aliança...♥
Basta! Agora é hora de se curar e viver!♥
Ela é extraordinária mesmo.
Joh e kate conversando sobre a historia deles.
Alta. Aeeeee!
Rindo eternamente do Kama sutra em uma noite hahahaha. Beckett constrangida e Paul tb hahaha
Viver para ver Kate Beckett falando em coincidência e magia, é algo maravilhoso. Realmente ela encontrou a dela.
Castle dando um ultimo conselho a Joh, antes de sair do hospital ahahah
Volta para o loft.
Não vai ser fácil, mas um vai poder contar com o outro.
Castle trazendo boas lembranças da cozinha... Panqueca, tomar café, beijos, fazer amor no balcão e no chão da cozinha... Gosto disso.
Café! ♥
Eles falando de Paul e Joh. Que lindinhos.
Joh lembra muito Castle, tipo tem filha, gosta historia e é desinibida. Mas tem um lado Beckett na parte de focar na carreira e não em relacionamentos.
Paul é mais racional tipo Beckett. Não dá pra ter muita noção dele, pois ate agora foi explorado mais o lado da Joh. Mas Shippo.
A Capitã mandona de volta, graças a Deus. haha
Pesadelos, ja esperava. É natural, dado todo trauma. Castle tranquilizando Kate. O casamento tb é um dos meus dias favoritos haha
Castle vai contar uma historia... Esse homem é maravilhoso demais.
Kate querendo voltar para o distrito. Castle preocupado e ela vem com essa declaração linda de amor. Ela escolheu ele.
Amando os planos para o futuro.
Ryan é um lindo, tem um sensibilidade incrível. Até Gates e Beckett pensando nele como capitão. Ai que coisa mais linda.
Gates e Castle, essa relação tao linda...
Adorei a sinceridade de Castle com Vikram. Nossa, temos até Lanie... Amei.
Caskett sempre tão fofinhos!
A pirralha continua com a birra. Até Kate está preocupada por Castle, claro que ela sabe que Alexis tb não está bem. Martha sendo maravilhosa como sempre.
Esses dois viajando de moto. Tõ um pouco preocupada com isso, preferia que fossem de avião. Acho muito esforço físico, pelo que eles passaram. Sei lá. (Talvez esteja surtando um pouco)
E essas roupas de couro não estão ajudando... Ainda mais quando ela cita o traseiro dele hahaha
Eu ouvi encontro? Amo isso!♥