sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

[Castle Fic] A (Im)Perfect Love Story - Cap.7


Nota da Autora: E chega mais um.... vamos falar de amor e das razões porque amamos Caskett? Hora de matar as saudades do nosso casal e de suas estripulias juntos. E tem participação especial... ela está de volta e parece que veio com vontade de ficar. Será? Um beijo e um agradecimento especial a Lee por conseguir um grande feito com a S9! Não deu para ser com todas, mas chegaremos lá. Hahaha... e bem para aqueles que perguntam, talvez no próximo capitulo acabaremos de vez com o drama desnecessário de uma certa criatura. Enjoy!  


Cap.7   

Eles sentaram-se na mesa de jantar. Os milk-shakes em copos apropriados e coloridos. Beckett esquecia como o marido adorava certos supérfluos. Os sanduíches sobre um prato, as batatas fritas do jeito que ela adorava com queijo cheddar numa outra vasilha. Castle a viu roubar uma batata e fechar os olhos ao saborea-la. 
— Como senti falta disso. Você acertou, babe. 
— Da última vez que tentamos fazer isso, você acabou indo embora antes de comermos, lembra? 
— Sim, nosso aniversario de casamento. Pelo menos comemoramos. Muito bem, por sinal. 
— E estou feliz por poder reprisar aquela noite hoje. 
— Não será reprise, Castle. Será outra chance, outra comemoração. E dependendo da nossa saúde, pode rolar um repeteco - ela sorria. 
— Não podemos pular essa parte? Do jantar? Você está me matando, Beckett - ela riu, beijou-o carinhosamente. 
— Não, iremos fazer da maneira certa dessa vez, Castle.  
Eles saborearam o suposto jantar entre carinhos e beijinhos. Pareciam dois adolescentes apaixonados, dividindo a comida, trocando olhares, implicando um com o outro. Ao terminarem, ela recolheu os pratos. Disse que ia ao banheiro e já encontrava com ele no quarto. Castle entendeu isso como sinal verde. Como ele ansiava por tê-la nos braços outra vez, por inteiro. 
Correu para o quarto e foi logo se livrando da camisa, da calça. Ficou apenas de cueca. Então se lembrou. E se ela quisesse toda a experiência? Já estava pensando em vestir-se novamente quando viu o reflexo da esposa no espelho. Beckett estava de calcinha e sutiã. Tocava a lateral do corpo. Os olhos analíticos de policial estavam atentos ao reflexo, viu um outro sinal em seu olhar. Seria insegurança? Talvez ela não estivesse tão pronta para dormir com ele ainda depois do tiro. Havia dúvidas? Ele suspirou. Aproximou-se dela. 
— Kate? Amor? Está tudo bem? - ele estava atrás dela - escute se você ainda não está se sentindo bem para isso, eu posso esperar. De verdade. E-eu não quero que… 
— Não, Castle. Não é isso. Eu quero muito, mas agora após me olhar no espelho… Eu que pergunto: como você pode me desejar? Olha o meu corpo! Magro, feio, todo marcado de balas, facas. Está vendo? No peito, na lateral do corpo, no estômago. E a pior, a que eu mesma costurei. Como posso ser atraente assim? - ela tinha os olhos cheios de lágrimas. Essa foi uma cena que Castle nunca esperava presenciar da esposa. Kate Beckett sentindo-se feia, não atraente, talvez até não feminina. 
— Hey… de onde você tirou essa ideia? Kate, olhe para mim - ele a virou para fita-lo - como pode estar se sentindo insegura? Você não é feia. Mesmo que se esforçasse bastante, não conseguiria. Essas marcas, elas fazem parte da sua historia. De quem você é, do que viveu e como chegou até aqui. Fazem de você a mulher forte, determinada. A mulher que admiro e por quem eu me apaixonei. Amo cada uma delas. Especialmente a ultima porque foi por mim - ele acariciou o rosto dela, deslizou sua mão até o seu estômago tocando a cicatriz - eu te amo, exatamente do jeito que você é. Eu te desejo, agora mais que nunca… 
— Castle, eu… 
— Vem, Kate. Quero fazer amor com você - ele a puxou pela mão até o quarto. De frente para a cama, ele a beijou. Tomou seus lábios calmamente, lento e sedutor, o beijo começava a crescer, a ter vida própria. As mãos de Castle vagavam em seu corpo, tocando a pele. Ele a deitou contra o colchão. Parou um instante para admirar-la. Sim, ele não dissera aquelas palavras da boca para fora, apenas para acalma-la. Fora sincero. Sua admiração por aquela bela e forte mulher ultrapassava qualquer limite, qualquer definição de sentimento. 
Sorriu. Tirou a cueca. Ele não a enganara ao dizer que a desejava. Estava representado pelo seu corpo, bem a frente dela. Castle inclinou-se sobre a cama. Acariciou os cabelos dela tirando-os do rosto. Beijou-a por várias vezes. Então, ele começou sua viagem. Seus lábios deslizavam pelo pescoço, o colo, o meio dos seios. A primeira cicatriz. Castle beijou-a carinhosamente. Ergueu os olhos para fita-la. Esticou uma das mãos entrelaçando os dedos aos dela. Voltou sua atenção ao corpo da esposa. 
Castle seguiu com os lábios para a lateral do corpo. Duas marcas. Uma pequena e a outra da faca. Ele repetiu o ritual beijando o local e olhando para ela. Quando fez isso com a cicatriz do tiro no estômago, ele se demorou com a cabeça descansando sobre o local. A maior prova de amor que alguém pode receber, pensou. Ao erguer o olhar para encontrar o de Kate, viu que ela chorava. 
Ele se deixou ficar sobre o corpo dela. Os rostos alinhados. O azul profundo admirando as lágrimas nos olhos amendoados. Então a beijou apaixonadamente. 
— Eu te amo, Rick - disse em meio à lágrimas. Ele tornou a beija-la. Dessa vez, o desejo tomou conta de Kate. Imprimiu urgência contra os lábios dele, mudou de posição ficando por cima. Castle desfez o sutiã, jogou-o para o lado. Sentou-se na cama, sua boca provou os seios. A língua brincava com os mamilos, instigando. Os gemidos pareciam musica aos seus ouvidos. Deus! Ele chegou a pensar que não teria chance de fazer amor com sua esposa outra vez. Ela jogou a cabeça para trás. Castle mordiscou a garganta dela, beijou o pescoço exposto enquanto as mãos tocavam os seios, puxando e apertando. Ele a ergueu um pouco apenas para coloca-la deitada novamente no colchão. Arrancou a calcinha que ela ainda vestia. Uma de suas mãos tocou seu centro. Ela estava úmida, mais do pronta para recebe-lo. Mas Castle não tinha pressa. Usando os dedos, ele a provocou. Massageava o seu clitoris, seus lábios perdidos ainda nos seios dela escutando os gemidos de Kate. Sentindo seu corpo contorcer-se diante de si. Beijou-lhe o ventre e finalmente a provou com os lábios. 
Não era pela urgência, pelo desejo, era simplesmente por sentir a falta de quem se ama que Beckett experimentou uma explosão de prazer rápida e intensa. Seu corpo tremia. Ainda podia sentir os lábios, a língua dele a tomando, incansável. Os efeitos do orgasmo ainda estavam presentes em seu corpo e sua mente quando ele tornou a beijar-lhe os lábios. Então, ela sentiu quando ele a penetrou. 
Beckett sentiu o coração disparar. A sensação outra vez. Plenitude. Conforto. Seus olhos encontraram os dela. Era como voltar para casa. 
— Eu te amo, Kate. Always. 
Ele começou a se mover dentro dela. Rapidamente, encontraram seu ritmo. A sincronia que nunca os abandonava desde o primeiro dia em que se conheceram e que apenas se fortaleceu com os anos. A mesma sincronia que estava em tudo o que faziam, no trabalho, na vida, na cama. A cada segundo ele se afundava mais e mais, queria se tornar um só como já experimentaram tantas vezes. 
O ritmo aumentou, os corações aceleraram, ela o agarrava puxando-o contra seu corpo. Gemidos, gestos, toques. Queriam o tudo. Sentir o quanto era grande o sentimento, o amor, o desejo que nutriam um pelo outro. Ele saiu de dentro dela e sob protestos voltou a afundar-se em Kate. Ambos completamente inebriados de prazer, o clímax a atingiu arrancando um grito que foi silenciado pelos lábios de Castle sobre o seu. Então, eles se renderam. Inundados pelo sentimento que os guiara todos esses anos. A vontade de ser um único corpo, o desejo de satisfazer um ao outro e o amor que os unia. 
Beckett beijou o ombro do homem sobre si. Acariciava suas costas. Castle virou-se para o lado ficando de barriga para cima. Ela virou-se de lado. Entrelaçou os dedos nos dele. Levou a mão do marido até seus lábios, beijou a aliança. 
— Obrigada por manter a promessa, babe - ele olhou para ela - de não mudar nunca. É por isso que estamos aqui. 
— Dessa vez você está errada. Estamos aqui porque você me salvou e de alguma maneira isso a salvou também. 
— Acho que nunca concordaremos nesse ponto - ela beijou os lábios dele, deixou uma das mãos acariciar o peito, tocou a cicatriz impressa pela entrada da bala do lado direito do peito, mais abaixo, o corte da cirurgia próximo as costelas. Devia ter uns dois centímetros. A ponta do dedo vagava sob sua extensão acariciando o local - eu podia dizer que me arrependo de algo, dos meus erros, pedir desculpas novamente. Contudo, eu aprendi com você. Tudo o que vivi até aqui faz parte da minha historia e em determinado momento ela colidiu com a sua. Se tornou nossa. Eu quero muito continuar a escreve-la ao seu lado, Castle. 
— Você irá. Já começamos um novo capítulo, Kate. Desde o momento que você abriu os olhos e eu vi seu sorriso outra vez naquele hospital - ela beijou-o seus lábios e aconchegou-se no peito dele. 
— Eu sei - ela esperou uns segundos - Castle, se você estiver com algum problema, pode me contar. Nós prometemos. Eu notei suas olheiras.
— Estou bem, amor. Enquanto você tem pesadelos, eu tenho insônia. Mas algo me diz que depois dessa noite, vou dormir maravilhosamente bem. 
Na manhã seguinte, após o café na cama que seu marido a trouxera, Kate optou por cuidar de alguns afazeres necessários para a sua viagem. Ela e Castle acabaram burlando o tempo que a doutora pedira para os dois quanto a fazer amor. Não importava. Ela se sentia muito bem com isso. Castle disse que iria ao mercado fazer compras para o jantar de hoje à noite. Ele colocara na cabeça que ia fazer o carbonara. 
Estava distraída no sofá, quando a porta do loft se abriu. Alexis não esperava dar de cara com Kate. Ficou parada olhando para a mulher a sua frente. 
— Você acordou. Só assim para ele voltar para casa. 
— Alexis, eu… 
— Eu estou com pressa. Tenho uma reunião importante em uma hora sobre o meu futuro. Boa sorte com a sua recuperação - subiu as escadas correndo. Beckett suspirou. Não sabia como abordar a menina. Para piorar, Castle não estava em casa. Ele odiaria saber que a filha estivera no loft e não pudera falar com ela. 
Beckett tinha razão. Alexis desceu as escadas quinze minutos depois. Tinha certeza que dissera tchau simplesmente porque ela continuava na sala, pura falta de sorte. Mais tarde, quando Castle voltou ao loft, Beckett ponderou se deveria contar a ele sobre a visita relâmpago de Alexis. Ficaria chateado, porém não queria mentir para ele. 
— Ela esteve aqui. Alexis. 
— E já foi? Vocês discutiram? Ela brigou com você? 
— Não, Castle. Ela estava com pressa. Tinha um compromisso importante. 
— Ela volta hoje? Amanhã? 
— Sinto muito, babe. Ela não disse. 
— Tudo bem, falo com ela depois - ele deu um sorriso amarelo, porém Kate podia ver o que estava sentindo em seus olhos. 
Faltava cerca de dez dias para a viagem. Castle estava animado, a maioria das coisas resolvidas. Os últimos dias estavam sendo bem divertidos embora Beckett estivesse incomodada. Desde que Alexis se encontrara com ela, não retornara ao loft. A viagem se aproximava e mesmo sorrindo, sendo carinhoso e fazendo piada, ela sabia que Castle continuava triste por não conseguir se acertar com a filha. Ela queria poder fazer alguma coisa. Ela era a razão pela qual os dois brigaram. Era um assunto delicado. Sabia muito bem disso. 
Estava preparando um suco para si quando Martha entrou fazendo festa pela porta. 
— Ah, Katherine! Tenho um presentinho para vocês. Um dos meus alunos de teatro tem um irmão que faz viagens de moto várias vezes por ano em todo o mundo. Ele me deu esse guia quando mencionei que meu filho estava programando uma viagem como essas. Não precisa me agradecer - colocou o livro sobre o balcão. 
— Obrigada, Martha - ela sorriu, exceto que Martha notou que algo estava preocupando sua nora. Beckett bebeu um pouco do suco. 
— Cadê o meu filho? 
— Castle disse que ia resolver uns assuntos. Você sabe como seu filho é. Anda cheio de mistérios desde que começamos a planejar essa viagem. Cada dia é uma novidade - ela sorriu. 
— É, eu tenho que admirar a empolgação do meu filho. Mesmo quando sua loucura ultrapassa alguns limites. 
— Acho que foi uma das coisas que fez eu me apaixonar por ele - Kate riu - as teorias malucas.  
— Eu sei que você está ansiosa por essa viagem, esse tempo a sós com ele, mas eu também sei que está preocupada. Vai me contar o que está acontecendo, Katherine? Embora eu tenha uma vaga ideia do que se trata - ela sentou-se em um dos bancos ao lado da sogra. Suspirou. 
— Desde que voltamos para casa, resolvemos fazer essa viagem, as coisas tem caminhado bem. Castle está animado, sorrindo, intimamente está tudo excelente. Qualquer um que o veja entende que ele está feliz. Menos eu. Castle pode disfarçar o quanto quiser, mas eu consigo ver além do sorriso, das aparências. Há uma nesga de tristeza em seu olhar. Eu o conheço muito bem. 
— Alexis. 
— Sim. Estamos a dez dias de viajar e não quero que ele saia de férias comigo brigado com ela. Alexis não voltou aqui desde o dia que deu de cara comigo. E-eu nem sei se irá voltar. Eu queria uma chance de conversar com ela, fazê-la entender que o pai sente sua falta, mas ela nem quer olhar na minha cara. As vezes eu penso em abordar o assunto, dizer que sei que está triste por não falar com a filha, então sei que ele dirá que não é minha culpa, eu provavelmente iria pressiona-lo e nós acabaríamos brigando. E eu não quero brigar com ele. Eu só quero que ele fique bem. Quero que resolva a situação. 
— Então não brigue. Não toque no assunto, Katherine. 
— Isso está me consumindo, Martha. Porque eu sei que ele está sofrendo. Eu entendo o lado de Alexis também. 
— Alexis está cega, vivendo um momento de crise adolescente. 
— Eu não quero que Castle saia sem conversar com ela para essa viagem. Porque direta ou indiretamente, eu sou a razão de tudo isso estar acontecendo em primeiro lugar. Eu nunca quis estar entre Castle e a filha. 
— Você não está, querida. Posso pedir um favor? Não pense mais sobre isso. Eu compreendo o que está dizendo portanto prometa que não falará nada e me dê uns dois dias. Alexis virá a essa casa e meu filho terá sua chance. Ele vai em paz para essa viagem, Katherine. Prometo. E mais uma coisa. Tire essa ruga de preocupação do seu rosto. Se tem algo que o meu filho sabe fazer muito bem é ver além de você.  
— Obrigada, Martha. 
— Eu dei um sermão em Alexis como nunca antes. Dois, na verdade. Um defendendo seu pai. O outro, você. E eu não me arrependo de nenhuma palavra que usei para fazer isso - Martha sorriu - memorável, Katherine. Você é. 
Beckett ainda ficou mais algum tempo perambulando pela cozinha terminando seu suco. Ao voltar para o quarto, ela não conseguia deixar de pensar sobre o assunto. Iria cumprir sua promessa para Martha, porém se Alexis voltasse ao loft, uma hora ou outra elas teriam que se encarar. Quando isso acontecesse, Beckett não sabia exatamente o que dizer. Ela precisava conversar com alguém. Abriu a bolsa, dentro de sua carteira estava o cartão da doutora Mueller. Podia ligar para ela, marcar uma hora. Pegou o telefone, porém não foi o numero da psicóloga que Kate digitara. Ao terceiro toque, a ligação foi atendida. 
— Marshall. 
— Dr. Marshall, aqui é Kate Beckett. Lembra de mim? 
— Claro que sim, Kate. O que posso fazer por você? Está tudo bem? Está se recuperando? 
— Sim, tudo bem. Está no hospital? Eu preciso vê-la. 
— Kate, tem certeza que está tudo bem? 
— Sim, doutora. E-eu preciso de um favor. Posso ir encontra-la no hospital? 
— Meu plantão termina em meia hora, estou exausta. Eu preciso descansar um pouco. 
— E-eu sinto muito, esqueça o que… - Johanna a interrompeu. 
— Pode me encontrar para um café mais tarde, digamos às três? Conhece uma cafeteria que tem na esquina da Union Square, quase de frente para a Macy’s? 
— Sei de onde está falando. 
— Encontre-me lá, três da tarde. E Kate, me chame de Johanna. 
— Até mais tarde, Johanna. 
Beckett não sabia exatamente porque fizera aquilo. Impulso? Desespero? Não. Ela apenas precisava de alguém que a escutasse e talvez lhe oferecesse um outro ponto de vista. Não queria que a analisassem, apenas queria um conselho. 
Castle ligou para Beckett dizendo que não poderia voltar para casa agora e ela teria que almoçar sozinha. Não disse exatamente o que estava fazendo porém ela não contestou, tinha certeza que ele contaria quando achasse correto. Sim, Beckett não ia pressiona-lo. Podia ser algo bom relacionado com a viagem ou seus livros, mas também podia ser que seu marido precisasse de um tempo para ficar sozinho afinal essa situação com Alexis estava mexendo demais com ele e Kate sabia que na sua frente, ele parecia sempre ótimo porque não queria preocupa-la. Suspirou. Ela e o marido eram muito parecidos na arte do disfarce para não ferir o outro. No fim, eles acabavam voltando um para o outro querendo ajuda pois ninguém os entendia tão bem quanto eles mesmos. 
Não era exatamente isso que ela estava fazendo? 
A ausência de Castle ajudou Beckett. Ela podia sair sem precisar justificar nada a ninguém. Mesmo assim, escreveu um recado para o marido deixando preso à porta da geladeira. Desde o último acontecimento na vida deles não ia arriscar-se a deixa-lo preocupado. Saiu. 

Union Square 

Beckett saiu da estação do metro direto na praça. Enquanto caminhava para a esquina onde Johanna encontraria com ela, pode observar aquele pedaço da sua cidade. Não se lembrava a última vez que estivera ali. Ao passar pela feirinha dos fazendeiros, se viu tentada a comprar umas blueberries lindas e cerejas imensas. Talvez depois, pensou. Sim, levaria para Castle. Ao aproximar-se do vendedor certificou-se até que horas eles ficariam ali. 
— Até cinco da tarde, por que? 
— Eu quero comprar umas cerejas e blueberries antes de voltar para casa. Não sei se até às cinco já estarei livre… 
— Melhor não deixar para depois. 
— Tem razão - ela sorriu - essas cerejas estão lindas. Meu marido vai adorar. 
— Ele deve ser um cara de sorte - disse o vendedor olhando para a mulher a sua frente. 
— É, eu também sou - pegou a sacola, satisfeita seguiu para o seu encontro. 
Johanna já estava na cafeteria. Escolhera uma das mesas próximas a janela assim podiam observar o movimento da rua e o céu azul. Ela acenou para Kate logo que a viu. 
— Desculpe o atraso. Não pude resistir a feirinha - mostrou a sacola - um pequeno mimo para Castle. 
— Eu acabei de chegar. Sente-se. Tomei a liberdade de pedir uns biscoitos e uns brownies para nós. Ia pedir seu café, mas não queria que esfriasse - Kate sorriu sentando-se de frente para a médica.  
— Você sabe qual o meu café? 
— A menos que meus instintos de fã estejam errados… 
— Esqueci desse detalhe - Johanna fez sinal para o rapaz e ordenou o café para as duas. Com as bebidas a sua frente a médica começou a conversa. 
— Confesso que fiquei surpresa com o seu telefonema, Kate. Está tudo bem? Como está a recuperação, o corpo dói, mostra sinal de que está curado ou…desculpe, é a força do hábito. Muitos anos de emergência. Pela sua cara posso ver que não é nada disso. Você mencionou um favor. 
— Sim, na verdade eu lembro que comentou no hospital que eu e Castle deveríamos tirar umas férias. Descansar. Queremos fazer isso. É algo que eu gosto muito, nós chegamos a conversar uma vez e acho que chegou o momento. Vamos fazer uma viagem de moto cruzando o país até Las Vegas. Acha que estamos prontos para aguentar? Você sabe, depois de… 
— É claro que sim. Irá fazer muito bem a vocês. Uma mudança de ares, sem compromissos, Ajudará a relaxarem e deixar tudo isso para trás - Kate riu - o que? 
— Nós nunca deixaremos para trás, doutora. Superaremos, porém faz parte de quem somos, da nossa história. Como as bombas, o assassinato de minha mãe, o meu atentado, o 3XK. São acontecimentos que nos fizeram crescer, sofrer, nos uniram ainda mais. 
Johanna sorriu. Esperou Beckett tomar mais um gole do café. Estendeu a mão tocando na dela. 
— Kate, por que você está realmente aqui? Não foi para ter minha aprovação da sua viagem. Se fosse um problema relacionado com o caso que a colocou no hospital ou algum episódio de PTSD teria procurado a Dr. Mueller. Qual o problema, querida? 
— Alexis. 
— A filha de Castle. Eles ainda não fizeram as pazes. 
— Não. E embora Castle se mostre animado com a viagem, esteja brincando e sorrindo, eu sei que ele está triste. Eu o conheço. 
— E você de alguma forma se acha culpada porque foi o pivô da discussão entre eles. O que é errado da sua parte. 
— Tem certeza que você não é psicóloga? 
— Tenho, mas sou mãe de uma adolescente. Acredito que foi por isso que me procurou, não? Acha que posso aconselha-la no assunto.
— Sim - disse Beckett apesar de que em sua mente sua resposta era outra. O nome a fez procura-la, a estranha ligação que sentira desde a primeira conversa - Johanna, Alexis não é mais uma adolescente. É uma mulher feita. Isso não é uma crise de ciúmes. Sei que ela me culpa pelo que aconteceu com o pai porque sabe que Castle me seguiu por conta própria, por sua escolha, porque me ama. Só que a culpa que ela atribui a mim está relacionada com a cena que ela viu. 
— Vocês quase mortos no chão do loft. 
— Sim. Alexis está passando por algo que eu também passei quando perdi minha mãe. Eu sei como se sente, o problema é…
— Você não consegue chegar até ela. Conversar com Alexis. 
— Isso. Ela esteve no loft alguns dias atrás. Eu era a única pessoa em casa. Eu sei que ela detestou me ver. Fugiu como um criminoso alegando que tinha pouco tempo para um compromisso. Desde lá não voltou ao loft. 
— Qual foi a reação dela ao lhe ver? 
— Surpresa, choque e me disse “você acordou. Só assim para ele voltar para casa.” Eu pude ver a raiva em seus olhos, eu apenas queria… queria que desse uma chance ao pai. Não por mim. Nós estamos bem, lidando com as nossas novas bagagens, nos divertindo. Contudo para que Castle esteja realmente, 100% feliz, ele precisa fazer as pazes com a filha - Beckett tinha os olhos cheios de lágrimas. Johanna queria abraça-la, mas não tinha essa intimidade. 
— Não fique assim. Eu sei o quanto é difícil ver alguém que você ama ser envolvido em um sentimento que apenas traz infelicidade. Perdendo tempo. 
— Eu só queria que entendesse o erro que está cometendo. Eu perdi minha mãe. O pai dela ainda está aqui, de braços abertos para recebe-la. Como ela não enxerga isso? - uma lágrima correu pelo rosto dela. Beckett limpou rapidamente. Diante daquela demonstração, Johanna não se aguentou. Se aproximou da bela mulher e abraçou-a. Beckett se deixou receber o conforto dos braços da médica. 
— Eu nunca quis estar nessa posição. Não posso ser a razão porque Alexis e o pai não se falam. 
— Você sabe que no fundo não é. Está relacionado com a perda. Sinto muito, mas não há nada que possa fazer se não tiver a chance de conversar com ela. 
— Martha disse que eu esperasse. Prometeu que Alexis conversaria com o pai antes de viajar. 
— Pelo pouco que conheci de Martha, ela é uma mulher sábia e também é mãe. Escute seu conselho. 
— Será sempre minha culpa, Johanna. 
— Castle tem razão. Você sempre se culpa pelos problemas do mundo. Oh, Katie… ao menos essa vez, pode não fazer isso? - Beckett a fitava com os olhos arregalados - o que foi? 
— Vo-você me chamou… Katie… você me chamou de Katie. 
— Sim, é uma forma carinhosa. Desculpa, e-eu exagerei, ultrapassei limites, não? 
— Não, é que… - ela suspirou - minha mãe me chamava assim, Johanna. 
— Oh… desculpe? - Beckett fechou os olhos, balançou a cabeça. Pegou a mão dela. 
— Não, está tudo bem. Não precisa se desculpar. Acho que toda essa conversa sobre pais, filhas, perdas. Isso mexe comigo. 
— E o fato de eu me chamar Johanna não ajuda. Entendo. 
— Na verdade, foi por isso que a procurei. Acho que as loucuras de Castle tem mais influência em mim do que eu imaginava.   
— Bem, eu não tenho idade para ser sua mãe, mas adoraria ser uma amiga. Eu sinto que a conheço mais do que uma paciente porque no instante que eu soube que tinha o mesmo nome da sua mãe, eu não era apenas a médica. Eu me tornei um símbolo de esperança e me doei. 
— E você aguentou dez dias de loucura de Castle. Nem todos conseguem - Beckett riu. 
— Paul certamente não conseguiria sozinho - ela também riu. 
— Você gosta dele. Paul. Foi por isso que quis conversar comigo, pedir conselhos - ela enrubesceu - Castle me contou e meu marido não erra nesses assuntos. O que você está esperando? 
— É complicado - dessa vez, Beckett gargalhou - o que? É sim. Trabalhamos juntos, tenho uma filha e faz muito tempo. 
— Parece que estou me vendo no espelho. Você acredita em segundas chances, Johanna? Porque eu sim. Foi o que me fez perceber o quanto eu queria Castle. Só ele. A vida está lhe dando uma chance para ser feliz. 
— Ele ficou com ciúmes de Castle - ela riu - porque eu conversava com ele, o defendia e porque eu almocei um dia. 
— Ele falou isso para você. 
— Não diretamente. Ele é orgulhoso e teimoso demais. Mas eu sei. 
— Ah… sei do que está falando. Ficou irritado com suposto charme do meu marido. Posso imaginar quantas enfermeiras andaram suspirando por ele nos corredores daquele hospital. 
— Você o conhece bem. Ele comparou Paul a você. Cheio de normas e procedimentos, disse que só faltava revirar os olhos - ela percebeu que Kate estava mais calma. 
— Então é melhor dar uma chance ao cara, Johanna. Ele tem seu charme, eu reparei. Se você disser algo sobre isso a Castle, eu nego até a morte - as duas riram - já basta o ataque de ciúme natural que ele teve algumas vezes e eu nem dou motivo. Sério, você deveria chama-lo para jantar. 
— Le Cirque? 
— Por que não? Você já sabe que é o jantar será maravilhoso, o encontro também poderá ser. Uma coisa leva a outra e quem sabe? 
— Falando nisso, ainda está, você sabe, esperando ou…
— Ah, não. Nós sequer esperamos uma semana. 
— Pela pergunta de Castle, eu imaginei que não - Johanna checou o relógio - desculpa, eu tenho que ir. Prometi a Audrey que a levaria ao cinema. Estou devendo um tempo com a minha garotinha. Vida de médica. 
— Posso imaginar. Sou policial. Audrey. Não seria uma homenagem a atriz? - Johanna anuiu - deve ser mal de Johanna. Meu nome do meio é Houghton, não é sobrenome. O primeiro é Katherine, junte tudo. 
— E temos outra Hepburn - concluiu Johanna. 
— Bem, não vou segura-la. 
— Sobre aquele assunto, espere um pouco. Martha saberá o que fazer e algo me diz que terá sua chance. 
— Obrigada. Vou seguir seu conselho. Espero que siga o meu. Chame Paul para sair. 
— Tudo bem. Vou pensar a respeito. Vou perguntar a Audrey. Quando se é mãe, as prioridades mudam. Por falar nisso, você e Castle não pensam em filhos? 
— Até um certo tempo atrás, não. Ou pelo menos, eu não. Mas agora… o assunto anda bolando na minha mente. 
— Acho que seriam pais maravilhosos - Johanna se levantou, Kate fez o mesmo - eu gostei muito de conversar com você. Se quiser repetir a dose, sabe onde me encontrar - estendeu um cartão a ela - esse é o meu numero pessoal. Boa sorte, Kate. E divirta-se na sua viagem. 
— Obrigada. Concordo, deveríamos fazer isso mais vezes. Talvez quando voltar de viagem eu a procure para saber como estão as coisas com Paul - a médica abraçou Kate, trocaram um beijo. Viu Kate pegando a carteira.  
— Eu já paguei - Kate riu - por conta da casa - piscou para ela. Ao ver Johanna na porta, a chamou. 
— Johanna? - a mulher virou - pode me chamar de Katie se quiser. 
— Tchau, Katie - Beckett ainda ficou uns minutos no café pensando. Comprou outro latte, pegou sua sacola e seguiu para casa. Sentia-se bem melhor. 
Castle já estava em casa preparando o jantar na cozinha. O cheiro do bacon frito fez Beckett gemer. 
— Hey, gorgeous… por onde andava até agora? 
— Você não leu meu recado? - ela se aproximou dele beijando-lhe o pescoço. 
— Li. Você ia encontrar Johanna às três, são quase seis e meia. Todo esse tempo? Kate, você está bem? Está sentindo alguma dor? 
— Não é nada disso, babe. Eu estou muito bem. Eu fui perguntar de Johanna sobre a nossa viagem. 
— Precisou de três horas para convence-la? 
— Não, amor. Nós acabamos conversando sobre outras coisas - ela abraçava sua cintura - hum, você está cheirando a bacon. 
— Talvez porque estou fritando… sobre o que conversaram? Não, posso adivinhar. Sobre um escritor bonitão de olhos azuis que, por coincidência, é o preferido das duas. 
— Você não pode ser mais convencido? Sim, você apareceu na conversa embora não tenha sido o assunto principal. Eu não sabia que Paul tinha ficado com ciúmes de você. O que andou aprontando enquanto eu dormia naquele hospital, Castle? 
— Nada, amor. Não tenho culpa de ter um charme irresistível - ela gargalhou - é verdade! Eu convidei Johanna para dividir um steak do Le Cirque. Queria apenas conversar com a minha fã sobre você. 
— Eu acredito. Vai demorar muito para o jantar ficar pronto? Carbonara de novo? 
— Não disfarce, sei o quanto você ama meu carbonara. Mas não. Medalhões de filé, purê de batatas com alho e bacon, vagens e brócolis na manteiga para você não dizer que esqueci os legumes. Depende de você. O molho está quase pronto. É colocar os filés para fritar. 
— Vou tomar um banho. Eu trouxe frutas para você, talvez possamos comer com a sobremesa - colocou a sacola sobre o balcão. 
— Eu não pensei na sobremesa… - ela olhou para Castle com aquela malícia no olhar, Castle abriu a sacola - oh, Beckett… cerejas? Blueberries? 
— Use a imaginação, escritor… - e desapareceu em direção ao quarto. Castle sorriu. Ela parecia bem relaxada após o encontro com Johanna. Ele se perguntava se o nome da médica estava relacionado à razão de tê-la procurado porque Beckett não precisava de autorização médica para viajar. Conhecia sua esposa o suficiente para saber que esse não fora o motivo da conversa. 
Mais tarde, eles estavam sentados no sofá. Bebiam vinho e Kate mostrava o livro que Martha lhe dera aquela manhã. As ideias para a viagem apenas aumentavam com as novas dicas que encontraram no livro. De repente, a curiosidade de Castle não o deixara esquecer sobre o encontro da esposa com a médica. 
— Kate, posso fazer uma pergunta para você? 
— Desde quando você pede permissão, Castle? Você sempre pergunta de qualquer jeito - ela o fitava sorrindo. 
— Esse seu encontro com Johanna. Isso não tem nada a ver com um possível trauma, os pesadelos ou uma PTSD, tem? - ela baixou a cabeça para em seguida beijar-lhe os lábios. 
— Não. Castle, não tem porque ficar preocupado. Eu fui de fato pedir permissão para viajar. Saber se era bom, mas não foi a única razão para procura-la. 
— E qual foi a razão, Kate? - ela desviou o olhar. Não podia contar o motivo principal, então escolheu o outro. 
— Você vai tirar sarro de mim… 
— Claro que não - ela o olhou com aquele jeito peculiar de Beckett - tudo bem, talvez se você me contar… 
— E-eu fiquei curiosa, pela historia do Paul, por ela. O nome, Castle. Eu fiquei intrigada porque justamente alguém chamada Johanna salvou minha vida naquele hospital. 
— Você está dizendo o que eu penso que está dizendo? Você viu em Johanna, a sua mãe? 
— Ambos sabemos que ela não tem idade para ser minha mãe, eu simpatizei com ela no momento que a vi naquele hospital. Não sei explicar. Eu pude comprovar hoje que ela é ótima. Eu gostei dela, me senti bem conversando, sabe? Eu sei que Lanie é minha amiga, mas com Johanna foi diferente. Talvez porque ela entenda um pouco o que eu faço, ou porque acompanhou nossa luta no hospital, por ser sua fã. Eu não sei… eu apenas gostei dela. 
Castle beijou a testa da esposa. 
— Bom, isso é bom. Ela é uma pessoa especial, Kate. Sei o quanto torcia por você, para acordar. A vida é cheia de surpresas. Johanna pode ter sido uma delas - ela tomou um pouco mais do vinho, fitou o marido. 
— Ela me chamou de Katie… apenas meu pai me chama assim. E minha mãe. Nunca Kate ou Katherine, quando fazia alguma besteira era “mocinha”, fora esses momentos somente Katie. 
— Então, vocês realmente tem uma conexão. Se quer meu conselho, não a perca. Deixe Johanna ser sua amiga. 
— Eu já fiz isso. Parece não ser algo que Kate Beckett faria, mas eu aprendi, eu mudei. Você me fez mudar. 
— Não, eu não a mudei. Apenas mostrei que você poderia confiar nas pessoas e expressar seus sentimentos. Você escutou e por isso estamos aqui hoje. 
— Ok, vamos parar de falar sobre isso ou vamos estragar o clima da noite - ela colocou a taça de vinho sobre a mesa, com as mãos no peito dele, tirou a taça que ele segurava antes que Castle fizesse besteira e derramasse vinho. Desabotoou a camisa, jogou no chão. Ela o fez deitar no sofá. Beijou-o de maneira sedutora, provocando.. Os lábios deslizavam provando a pele com beijos e língua. Ele a viu levantar. 
— Onde você vai? 
— Já volto - Beckett retornou a sala encontrando Castle na mesma posição de antes. Trazia consigo uma vasilha com cerejas e blueberries. Tirou a blusa que usava ficando apenas de sutiã. Afastou as pernas e sentou-se no colo dele bem na direção do membro, com a vasilha nas mãos. Pegou uma cereja. Ergueu na direção da boca e mordeu-a. 
— Quer, Castle? - ela mastigava o fitando, provocando enquanto mastigava. Pegou mais uma, essa era um ramo com duas. Inclinou-se sobre ele, ofereceu o raminho. Seus lábios bem próximos aos dele. Castle mordiscou a cereja abocanhando-a. Ela fez o mesmo com a outra até os lábios colidirem. Beckett se afastou, pegou duas blueberries colocou no peito dele e amassou-as com a mão. Tornou a inclinar-se no peito dele e lambeu as frutas. Podia sentir a ereção dele crescendo mo meio de suas pernas. 
Novamente pegou duas blueberries e colocou no meio de seus seios amparadas pelo sutiã. 
— Se quiser vai ter que vir buscar… 
Castle ergueu-se do sofá suas mãos na lateral do corpo dela, acariciando, apertando sua cintura, porém ao invés de ir diretamente para os seios, ele a puxou pelos cabelos e beijou-a com urgência. Kate se entregou ao beijo. Os lábios de Castle deslizavam pela pele em direção aos seios, ela inclinou o corpo para trás segurando-se no sofá. Castle provou as frutas esmagou-as com os dentes fazendo o suco molhar sua pele que ele provou, lambeu, beijou. Beckett pegou outra cereja, ofereceu a ele. Sentia suas mãos acariciando seus seios, apertando, provocando. Soltou um gemido antes de voltar a sua própria sedução. 
Castle tentava abocanhar a cereja, ela puxava cada vez que os lábios dele chegavam perto. Ria. Era um jogo delicioso. Cada vez que ela afastava a cereja dele, movia-se excitando ainda mais o membro de Castle dentro da calça que usava. Finalmente, ela deixou-o morder a cereja. Aproveitando que tinha a garganta exposta, ela usou os dentes para instiga-lo, perdeu-se no pescoço, no rosto, mordiscou o lóbulo da orelha dele e deixou-se cair de volta no sofá roubando um beijo apaixonado dele. Ao quebrar o contato, sentia a respiração acelerar, como o coração. Adrenalina nas veias, desejo no azul profundo. 
— Beckett… por favor… 
Ela se levantou. Estendeu a mão para ele, Castle levantou-se do sofá. Sentiu a mão da esposa em suas calças, abrindo-as enquanto o puxava para o quarto. 
— Hora da sobremesa, babe… 
Na manhã seguinte, ela acordou sozinha na cama. Colocou o roupão e saiu do quarto. Encontrou-o no escritório escrevendo. Abraçou-o pelo pescoço, beijou-lhe o rosto. 
— Bom dia, babe. Por favor, não me diga que teve outra crise de insônia… 
— Não, acordei a meia hora. Tive uma epifania! 
— Castle, você não está escrevendo uma cena com Nikki e Rook usando o que aconteceu ontem, está? - a cara de culpado dizia tudo - Oh, meu Deus! Você está! 
— Você disse para eu usar minha imaginação, Beckett. 
— Comigo! Não para escrever o que nós fizemos em um livro! 
— Mas nós somos Nikki e Rook, amor… 
— Castle, não! 
— Ah, Beckett, por favor… não está igual. Na verdade, elas nunca são. Eu sempre mudo um pouco - ela deu um soco no peito dele - ouch! Violência não! Não posso evitar, é para isso que musas servem, inspirar. 
— Palhaço! 
— Acho que você está precisando de café. Vem, vou fazer para você - ela fingiu estar emburrada, então viu um papel sobre a mesa dele. Cancelamento de firma. Era o escritório de PI dele. Beckett o fitou. 
— O que é isso, Castle? 
— Esse foi o assunto que fui resolver ontem.
— Vai fechar seu escritório de investigador? 
— Vou. Hayley vai voltar para a Inglaterra, eu vou para o distrito com você. Ambos sabemos que a razão de eu ter aberto aquele escritório era para ter uma chance de investigar crimes com você depois que Gates me expulsou do 12th. Você é a capitã. Posso continuar resolvendo casos na sua delegacia. Espera, você não vai me expulsar, vai? 
— Não… você é meu parceiro de crimes e na vida. E quanto Alexis? Ela gostava de trabalhar ali - viu o olhar do marido mudar, Droga! Não devia ter falado da filha. 
— Eu falei com Hayley, Alexis não quer continuar. Ela está se preparando para fazer uma pós-graduação. Está fazendo umas entrevistas… não tem porque eu manter aquilo. 
— Tudo bem - tentando trazer um pouco de alegria de volta ao semblante do marido, ela comentou - que tal preparar o café que você me prometeu? Ainda temos cerejas e blueberries se você quiser comer… 
— Não provoca, Beckett. 
Eles encontraram Martha sentada em um dos bancos comendo no balcão da cozinha. Kate viu aveia, iogurte e as frutas. 
— Bom dia, meus queridos. Sentem-se para tomar café. Eu não sei quem trouxe essas frutas, mas elas estão deliciosas - Beckett riu. 
— Ah, sim. São realmente deliciosas. Irresistivelmente deliciosas - piscou para a sogra. 
— Quer parar? - Castle retrucou. 
— Onde você as comprou? 
— Na feira da Union Square. Aliás, depois do café você podia comprar mais para nós. Eu aceitaria como desculpas pelo que você andou aprontando hoje naquele escritório. 
— Beckett, caso você não tenha reparado eu tenho licença poética sobre o que escrevo. Nikki não vai deixar de ter cenas quentes porque você não quer. Aceite seu papel de musa - ela trocou um olhar com a sogra, Martha percebeu que estava implicando com seu filho. 
— Então vá comprar minhas cerejas, as minhas não, da Nikki. Vou tentar me acostumar com a ideia de sua editora lendo o que você escreveu. 
— Não seria a primeira vez, ela sabe que o que escrevo é baseado em você. Sabia do risco que corria ao casar com o escritor, assim como eu sabia o que seria estar casado com uma policial. E não revire os olhos. 
— É, kiddo. Se você quiser escrever outras cenas nesse nível, eu sugiro ir a Union Square - ele entregou a caneca de café para a esposa. 
— Mulheres! Preciso arranjar um meio de equilibrar essa competição. 
Eles tomaram café e Castle acabou saindo para comprar as frutas. Aproveitando que estava sozinha com a nora, Martha comentou. 
— Eu falei com Alexis. Inventei que queria sair com ela hoje. À princípio, ela não gostou muito da ideia porque eu a forcei a vir ao loft, mas depois ela revelou que estava precisando de uns documentos e umas roupas. Disse que está tentando se matricular em um curso. 
— É o Castle comentou. 
— Ela falou com ele? 
— Não, Hayley contou. Ele vai fechar o escritório de PI. 
— Já não era sem tempo, o lugar dele sempre foi ao seu lado, querida. De qualquer forma, eu a convenci a vir aqui. Vamos almoçar. Quem sabe eu não faço ela enfrentar o pai de um vez por todas? Ou ao menos posso tentar que ela durma aqui. 
— É, espero que consiga. 
Beckett e Martha estavam conversando na sala sobre o livro de viagens, animada, a nora mostrava o itinerário e algumas das dicas que incorporaram no roteiro. Elas trocavam uma gargalhada quando a porta do loft se abriu. Alexis. 
— Hey, kiddo. Você veio - o sorriso de Kate desapareceu. 

— Olá, Alexis - ela disse. 


Continua....

3 comentários:

cleotavares disse...

A Kate se achando feia, "faça isso não " querida, senão não me olho mais no espelho.
Nosso casal lindo está de volta, com tudo, e quando digo "tudo" é tudo mesmo. uhuuuuu!
Achei muito fofo essa amizade que está nascendo entre Kate e Johanna.
E a ALexis, bem eu acho que já está na hora da Kate "enquadrar" a enteada.

Unknown disse...

Eita eita eita!!! Que eu amo demais esse ship! ❤❤❤ Depois de tanto sofrimento naquele hospital, ver eles se amando assim é tão lindo ❤❤❤
E essa amizade sincera da Kate com a Johanna?! Eu tô amando? Eu tô amando muito! Os conselhos da Kate pra ela foram ótimos também, torcendo muito por Grayshall ❤❤❤❤❤❤ e ela chamando a Beckett de Katie foi tão amorzinho ❤❤❤❤❤
Agora vamos a Alexis chatinha. Minha vontade de bater nela continua, em especial por deixar o pai triste. Poxa, o Castle é um amorzinho.
Muito obrigada pelo capítulo, Kah. Eu amei ❤❤❤❤❤

Vanessa disse...

Castle querendo pular o jantar e partir para a sobremesa. ahahah
Tão bonitinho eles comendo, conversando e trocando carinhos... Dois apaixonados!
Castle todo preocupado com ela, dizendo que se ela não está pronta, ele pode esperar. ♥
Super natural a insegurança de Kate. São muitas marcas mesmo. Mas Castle tem razão, cada cicatriz tem uma historia e ela sobreviveu a todas.
Claro que ele a deseja, seria impossível. Castle é incrível! Chega bater uma bad por querer um desses..
Lindo demais ele beijando cada marca. Emocionante o amor deles.
Tem coisa mais mágica que eles fazendo amor depois de tudo o que passaram? Perfeito! Não tenho nem palavras.
Coisa mais linda, ela tocando a cicatriz dele. Fico tão orgulhosa quando Kate diz coisas que aprendeu com Castle.
Uma nova história que eu to louca pra ler...
Ela falando sobre eles contarem as coisas. Ele fala da insonia, mas não menciona a pirralha.
Eles burlaram o prazo que a doutora deu? Nem percebi. hahaha Mas a doutora foi bem clara, ela disse para Kate sentir seu corpo e que dependia deles... Então está tudo bem ne. hahaha
A pirralha apareceu. Kate bem que podia dar uns tapas nela... hahaha OK, não daria certo. hahaha
Adoro essas conversas entre Kate e Martha. Achei fofinho o presente dela. E o jeito que ela se preocupa com a Kate.
Algo me diz que alguém vai levar um terceiro sermão. hahaha
wOW Kate ligando para Johanna. OMG!Bonitinho ela deixar o recado na geladeira para não deixa-la preocupado.
A conversa das duas. Rolou ate abraço. Own chamou ela de Katie.... Tb quero que sejam amigas. Tão lindinhas.
É complicado" hahahaha Esse Joh e Paul são uma nova versão de Caskett hahaha
Kate falando que imagina as enfermeiras suspirando por Castle hahaha
Castle preocupado e curioso com esse encontro de Kate com Johanna.
Esses dois são lindos. Adoro quando eles conversam, mesmo qdo omitem certas coisinhas...
Eu sabia que essas cerejas seriam ótimas sobremesa. Ainda bem que foram para o quarto. Eu achei que a pirralha ia chegar bem na hora.
Definitivamente a musa inspira o escritor, em todos os sentidos hahah
Adoro ela implicando com ele e Martha ajudando. Que bom que ele vai fechar o escritório. Martha tem razão, o lugar dele sempre foi ao lado dela...
Elas se divertindo e a pirralha chega...