sábado, 12 de novembro de 2011

[Demily Fic] Do Not Blame the Wine - Cap.2

Pitadas de NC-17....be aware!


Cap. 2



David para o carro na frente de uma clínica na entrada da emergência. Um atendente de enfermagem viu a agitação dele e já se aproximou com uma cadeira de rodas. Ao ver o rapaz, ele foi logo falando.


- Por favor amigo, ajude aqui ela não pode andar, acho que ela quebrou o pé.

Ele ajudou-a a sentar e acompanhou o atendente até a recepção. Ele mesmo pegou a bolsa de Emily e preencheu todo o formulário a partir dos documentos dela. Eles permaneceram no salão de emergência por alguns minutos esperando pelo ortopedista.

- David... cadê o sangue? Tem certeza que estamos, você sabe, num hospital?

- Sim, Em. hey, você não quer ligar para a Zooey?

- Nãooooo...ela vai brigar comigo!

- Você não é a mais velha? Como ela pode brigar com você?

- Nós temos nossas regras...

- Ok, acho que eu vou atrás de café para você.

- Daviiii porque não tem ninguém morrendo? Cadê o médico?

- Temos que esperar, Emily.

Ela puxou a manga da camisa dele e sorriu.

- Liga pro meu médico, orto, otope...

- Ortopedista, amor.

- Isso!

- Com licença, sou o Dr.Reyes vou levar a senhora para o raio X.

- Eu posso ir?

- David, ele é tão novinhooo...

- Você não poderá entrar senhor. O que ela tem?

- Bebeu um pouco demais,tropeçou e acho que quebrou o pé. E para onde você vai leva-la?

- 3º andar. O senhor pode esperar na ante-sala.

- Onde posso conseguir café?

- Tem uma máquina de expresso no mesmo andar, venha, eu mostro.

Eles seguiram até o elevador. No 3º andar, o médico residente mostrou a direção da máquina de café e seguiu para o raio x. Com dois copos de café nas mãos, ele esperava na porta da sala do exame. Estava preocupado. Se Emily quebrasse o pé, eles realmente teriam problemas nas gravações, além disso precisava curar essa bebedeira dela. Suspirou.

Num passe de mágica, sua mente vagou para o momento quando ela o beijou pela segunda vez. O que foi aquilo? Ele nunca teria imaginado ver Emily tomando a iniciativa. Não parecia ser do feitio dela. Então, o que significava aquilo? Curiosidade, efeito do álcool ou algo mais?
Finalmente, ela surgiu ainda na cadeira de rodas com o médico.

- Vou levá-los até a enfermaria desse andar e faremos um pequeno curativo e daremos m analgésico e anti-inflamatório. Foi apenas uma torção no tornozelo. Nada preocupante. Vamos?

- Emily, vai bebendo esse café.

Ela não protestou e calmamente foi sorvendo o líquido. Após medicada e de curativo feito, ele orientou como proceder em caso de dor. Pediu também repouso com o pé em uma altura mais elevada do resto do corpo para evitar inchaço e nada de sapato alto. David agradeceu e pegou a receita das mãos dele. Saiu empurrando a cadeira de rodas pelo corredor.

- David, estou com muito sono... e sede.

- Você não tomou o café todo, precisa melhorar o nível de açúcar do seu sangue. Vou pegar uma coca-cola pra você.

- Não, faz mal...não quero...

- Você não tem querer.

- Ai, mandão.

Ele pegou uma latinha de coca naquelas máquinas e a fez beber pelo menos metade. Só então seguiram para o carro. David consultou o relógio. Uma e meia da manhã, sabia que estaria encrencado.

Ele dirigia procurando manter uma conversa com ela. Não queria que caísse no sono especialmente se Zooey não tivesse em casa pois precisaria levá-la até o andar de cima e não queria causar nenhuma má impressão. Ela respondia algumas coisas que ele perguntava e por duas vezes, ele sentiu a mão dela acariciando a coxa dele. Ele preferiu ignorar o ocorrido devido à bebida.

Ele estacionou na frente da casa dela. Com cuidado, a fez ficar de pé.

- Você consegue andar?

- Não sei....eu....aiaiaiai....não posso, dói demais.

- Tudo bem, tudo bem linda. Eu te ajudo.

E sem pensar duas vezes, ele a suspendeu no colo.

- Cadê sua chave?

- Na bolsa...

Ele procurou até encontrar o chaveiro. Com jeitinho, ele abriu a porta equilibrando-a em seus braços. Ao ouvir o barulho na fechadura, Zooey que estava na sala escrevendo na frente do piano levantou-se já imaginando o que era a irmã que chegava. Ao ver a cena, Emily no colo de David e ele cuidadoso ao extremo para não fazer barulho, não entendeu nada.

- David? O que aconteceu? Emily...

Ele percebeu a apreensão nos olhos dela. E se sentiu incomodado, pois não sabia o que ela poderia estar pensando.

- Sis... cheguei. Viu só o meu herói?

- Zooey, a Emily tropeçou e torceu o tornozelo. Mas não se preocupe, levei-a no hospital, já está medicada só não consegue pisar no chão. Vou leva-la para cima.

- Tá, tá.

Eles subiram mas Zooey não gostava nada do que via. Era impressão sua ou Emily estava bêbada? Havia algo estranho no ar. David a colocou na cama e com cuidado elevou a perna dela e colocou sobre uma almofada. Emily sorriu para ele e agradeceu.

- Zoo, ele não é um cavalheiro? Ah, sis...estou com tanto sono.

- Em, o quanto você bebeu?

- Ah, Zoo...pouquinho...

Ela mostrava os dedos indicando o quanto, estava aérea.

- Nossa Em! Você bebeu demais. Dá pra sentir o bafo daqui. Vodka.

- Ah,sis...tava tão gostoso... a bebida, a companhia, o bei...

David a interrompeu na hora.

- Emily é melhor você dormir, não?

- É, eu acho...vou dormir...cadê meu beijo de boa noite David?

Ela olhava fixamente para ele. Colocava a mão na cintura como se estivesse cobrando. David virou o rosto tentando disfarçar. Porém, ela não desistiria.

- Estou esperando, David...

Ele meio sem jeito pela presença da irmã dela, debruçou-se na cama e beijou-lhe a testa.

- Boa noite, Emily. Te vejo amanhã. Descanse...

- Boa noite, sonha comigo...

David saiu mordendo os lábios. Estava muito desconfortável naquela situação e algo lhe dizia que ainda iria ficar pior. Quando ele chegou à porta da casa, entregou a receita dos remédios para Zooey.

- Ela vai ficar bem Zooey, só precisa dormir.

- Ah, claro! Ela vai ficar ótima. Hoje é uma torção no pé, amanhã um corte profundo e depois? Um contusão, acidente de carro? Você também estava bebendo David. Você dirigiu!

Zooey estava muito chateada.

- Calma...está tudo bem. Eu estou bem, conheço meu limite. E sua irmã se excedeu um pouco, tentei impedir mas ela não me obedeceu.

- O problema é que você pensa que conhece minha irmã, erro seu! A Emily não pode exagerar na bebida. Ela é muito certinha, anda na linha mas quando ela bebe demais, ela perde a razão, ela faz besteira, não responde por si.

- Zooey, por favor, gosto muito da sua irmã e não faria nada para prejudicá-la. Eu a respeito como pessoa, profissional e principalmente mulher. Peço desculpas se te deixei preocupada e passei dos limites. Da minha parte, não acontecerá mais.

- Acho bom mesmo! Poxa David, a Emily se torna inconseqüente quando bebe. Já vi ela fazer coisas que só a magoaram depois por causa de bebida. Não quero ver ela mal.

David resolveu não comentar. Porque será que Zooey estava falando daquele jeito? Será que ela pensava que ele fizera isso de propósito? Será que achava que ele estava tentando seduzir a irmã?

- Zooey, apenas cuide dela. Prometo que estarei fazendo o mesmo.

Zooey suspirou e desejou boa noite a ele. Fechou a porta atrás de si e subiu para ver a irmã. Ela já dormia. Com zelo, ela tirou o sapato dela, afrouxou o botão da calça. Ligou o ar condicionado. Deixou um copo d’água na cabeceira da cama. Torcia para que ela acordasse bem. Desligou o abajur e desceu.

No dia seguinte ao acordar, Emily percebeu que ainda estava com a mesma roupa da noite anterior. Fazendo o reconhecimento de onde estava, pequenos flashes de memória surgiam fazendo-a entender o porque.

“Estava com David, bebemos muito, David... oh, eu beijei o David! OMG! O que foi que eu fiz? Toda vez que eu bebo....e beijei duas vezes. Hospital, ele me carregou... meu pé... isso não pode estar acontecendo comigo, não posso passar por isso. David...”

Ela tentou firmar o pé. Já estava um pouco melhor. Muito devagar, ela levantou-se da cama. Dez horas. Tinha gravação na parte da tarde. E Zooey certamente a esperava para confrontá-la.

Nem bem sentara-se a mesa para tomar o café, a irmã surgiu ao seu lado.

- Bom dia, Em. Como se sente?

- Estou bem. O pé dói um pouco. Tenho que tomar o analgésico.

- Já que está bem, desembucha!

- O que?

- Emily, a bebedeira de ontem, David, tornozelo quebrado... você sabe que não pode exagerar na bebida então fala o que aconteceu?

- Não aconteceu nada demais. Saímos como toda semana, exagerei um pouco e na hora de ir embora, tropecei nos degraus. Torci o pé. E só.

- Em, você não precisa esconder nada de mim. Fale logo.

- Não há nada para falar. Foi apenas uma saída entre amigos.

- Ok, vou deixar passar por agora só peço a você que tome cuidado e da próxima vez não exagere tanto na bebida. Em vez de destilado, fique no vinho mesmo, é saudável e você já está acostumada.

Emily sorriu e terminou o seu café. Estava pensativa. A irmã era esperta e se ela bobeasse certamente Zooey iria notar o que acontecia. Mas afinal o que significa isso?

“Eu beijei David. Duas vezes. Não devia, não podia mas fiz. Porque Emily? Ele é casado, ele é seu parceiro de trabalho. Você não pode cruzar essa linha, tem que haver limite. Preciso focar na minha carreira. Preciso esquecer aqueles beijos, eles foram um momento de espontaneidade causado pela bebida. Isso! Foi exatamente isso, o álcool. Exceto que não foi. Admito que a vodka ajudou na decisão porém estaria mentindo se não dissesse que tinha vontade de fazer isso. Tenho que me controlar e tirar isso da cabeça. Preciso, o mais rápido possível.”

Naquela tarde, ela foi trabalhar e o ritmo fora tão intenso que nem sequer teve tempo de pensar no assunto de antes. Exceto por uma dor de cabeça persistente e as olheiras que foram disfarçadas com maquiagem. Ela vira David por poucos minutos fora do set, a maior parte do tempo estavam filmando. Na verdade, ela nem viu quando ele deixou o Studio.

À noite em sua casa, Emily preparou uma sopa para jantar e cedo foi para cama, precisava de descanso. Adormeceu quase imediatamente. Durante o sono, porém, Emily acabou projetando seus medos e pensamentos em forma de sonho.

“Emily se viu em um dos sets de Bones. Estava deserto. Ela apenas decorava algumas cenas na plataforma de análise. Repetia em voz alta suas falas. Estava concentrada quando fazia isso que nem percebeu a aproximação de alguém. Ele a observava, quieto.

- Droga! Porque não decoro essa fala?

- Talvez porque você já esteja cansada...

Ela deu um pulo.

- David... você me assustou. A quanto tempo está aí?

- O suficiente para perceber que você está cansada e deveria relaxar.

- Pensei que estava sozinha.

- Tinha umas coisas a acertar com o Larry sobre o guarda-roupa do Booth.

Ele se aproximou dela e tirou as páginas do script da sua mão. Deixou-as de lado sobre a mesa. Com uma das mãos, ele a tocou na parte inferior das costas colocando-a à sua frente. Acariciando a sua cintura, ele elevou ambas as mãos até os ombros dela.

- Você está tensa, Emily. Precisa de uma massagem. Vem aqui.

David puxou-a pela mão até o outro cenário, o escritório de Temperance Brennan. Sentaram-se no sofá. Colocando-se em posição, tendo as costas dela voltadas para ele, David começou a massagear os ombros dela levemente. Os dedos iam tocando-a com calma. Realmente ela estava tensa. O simples toque das mãos dele a fazia morder os lábios. Sentiu os dedos percorrerem sua nuca pressionando seus ossos com delicadeza.

- Qual o motivo dessa tensão toda Emily? Esta preocupada com algo?

Ela não respondeu de imediato. Suspirou. Ele continuava tocando-a com seus dedos agora na extensão de toda a sua coluna. Um arrepio percorreu o exato lugar por onde seus dedos passavam. Ela entreabriu os lábios. De repente virou-se para ele.

David pode perceber a intensidade dos olhos dela e as pupilas dilatadas então compreendeu.

- Isso tem a ver com aquela noite, aquele beijo? Me diz Emily, o que você precisa e eu vou...

- Você...

A resposta saiu imediata, sem pensar, sem dosar, apenas colocou para fora o que sentia nesse exato momento. David olhava-a de modo diferente.

- Emily, eu...

Não houve tempo para terminar a sentença. Os lábios dela estavam sobre os dele. Pediam passagem. Queriam repetir a loucura de outrora. Ele cedeu, como não poderia? Era Emily, aquela mulher maravilhosa que alegrava o seu dia, que afastava as preocupações dele apenas com um sorriso. Ele a puxou para si.

O beijo que era longo, exploratório, tornou-se intenso.

Ele a empurrou levemente contra o sofá e inclinou-se sobre ela. Quebrou o beijo. Agora seus lábios percorriam o pescoço, o colo. Os dentes roçavam o tecido da roupa sobre os seios dela.


Uma das mãos escorregou para o meio das pernas dela fazendo Emily arfar. Quando ele abocanhou um dos seios sobre o tecido, fez-se a escuridão.”


Emily acordou gemendo, sobressaltada. Ela estava alagada de suor, mais que isso. Ela acabara de ter um orgasmo.

Sentada em sua cama, ela segurava o rosto entre as mãos. Assustada com o que acabara de presenciar.

“OMG! O que está acontecendo comigo? Cadê meu autocontrole? Isso é loucura.”

Ela levantou-se cambaleando da cama e foi tomar um banho. Precisava tirar aquele sonho da sua mente, precisava esquecer. Após alguns longos minutos debaixo do chuveiro, ela se dedicou a vestir-se e foi até a cozinha em busca de um chá para tomar. Durante um bom tempo ela rolou na cama e somente após ver e rever a cena na sua cabeça umas três vezes, ela finalmente conseguiu adormecer.

No dia seguinte, Emily agradeceu mentalmente por ser fim de semana e por Zooey não estar por perto. Depois do que aconteceu naquela noite, tudo que ela precisava era não demonstrar a bagunça em que se metera e conhecendo a irmã, ela certamente notaria.

Ela preocupou-se em ocupar seus dois dias de folga com muitas atividades, tudo com apenas um objetivo: não pensar em Boreanaz.

Felizmente, a missão foi um sucesso. Durante o período, ela sequer lembrou dele. Restava saber qual seria sua reação na segunda quando voltasse ao set de filmagens.


Segunda-feira
Fox Studios


Ela chegou cedo ao set naquela segunda. Foi direto ao seu camarim prepara-se para as filmagens do dia. Ela ainda queria repassar algumas cenas antes de gravar. Meia hora depois, Emily estava pronta. Seguiu para o encontro com o pessoal técnico.

- Bom dia!

- Bom dia, Emily!

Era Michaela que a cumprimentava. Outras pessoas também a cumprimentaram. O diretor veio ao seu encontro para conversarem sobre a cena que filmariam em seguida. Minutos depois, David surgiu no set. Cumprimentou a todos e para Emily o tratamento foi diferenciado. Ele aproximou-se e abraçou pela cintura para lhe dar um beijo no rosto logo em seguida.

Após acertos com o diretor, eles começaram as filmagens. Quatro horas depois fizeram o primeiro break para um pequeno lanche. Emily, David, Michaela e TJ estavam sentados na pequena mesa da copa do Studio quando Hart chegou.

- Ah, Stephen me avisou que estariam por aqui. Preciso entregar os novos scripts para vocês e pedir um grande favor.

- Hum, lá vem... o que você quer Hanson?

- Bem, David quero que você e Emily peguem seus scripts e os devorem.

- E não é isso que fazemos todos os dias?

- É, acho que vocês não me entenderam. Estou falando do próximo episódio. Entregarei os scripts para vocês hoje e vamos começar a filmar amanhã. A Fox quer que agilizemos os episódios.

- Então vamos filmar dois episódios de uma vez?

- Sim, mas será apenas nesses três episódios seguintes. Posso contar com vocês?

- Vai adiantar dizermos não?

- Não...

Todos riram.

- Ok, vou pedir para a Jessica providenciar as cópias de vocês e nem preciso dizer que as cenas mais pesadas são de David e Emily.

- OK, Hart a gente já entendeu. Trabalharemos mais horas essas semanas.

- Vou deixar vocês curtirem o almoço.

E deixou a sala. Mais tarde, Emily e David receberam seus scripts mas deixaram de lado já que tinham que se concentrar nas filmagens. As gravações daquele dia foram finalizadas depois das oito da noite. Cansada mas ciente de suas obrigações para o dia seguinte, Emily acabou por demonstrar sua preocupação para os dias que viriam.

- Como vamos dar conta de filmar esses episódios David? Ainda tenho que decorar as falas e faltam pelo menos dez cenas do episódio atual.

- Calma, já sei o que faremos. Hoje você vai pra casa, toma um banho, relaxa e lê o script. Amanhã, nós continuamos as filmagens e pedimos um tempo para passar o texto das primeiras cenas do próximo episódio. Se você quiser, podemos trabalhar juntos. Decorar e passar falas, se nos ajudarmos tudo fica mais fácil.

- Acho que vou aceitar sua sugestão. Começamos amanhã?

- Sem falta.

Ele a puxou para si e novamente a abraçou. Até aquele momento, Emily bloqueara cada um dos pensamentos que tivera durante o fim de semana porém nesse momento ao sentir o toque dele, tudo voltou à sua mente. Ela mordiscou os lábios. Não podia dar bandeira. David acariciou o ombro dela e beijou-lhe a bochecha.

- Vai dar tudo certo. Confie em mim.

Ela sorriu para ele e David colocou a mão sobre a costa dela guiando-a até o estacionamento.

No caminho para casa, era quase impossível não pensar nele, não lembrar do toque e sentir-se envolvida, mexida. Ela suspirou fundo. Ao chegar em casa, seguiu o conselho de Boreanaz exceto que ao tentar relaxar durante o banho, sua mente desobedeceu-a e lá estava ele novamente em seus pensamentos.

Já sentada na sua cama com o script na mão, ela forçou a si mesma a se concentrar nas suas falas e na análise da atuação de sua personagem nesse novo episódio. Era o 14º da temporada e aparentemente não tinha muita novidade em termos de dificuldades de atuação para Emily. Ela viu e reviu suas falas das primeiras cinco cenas assim como se familiarizou com a história do caso. Passava da meia-noite quando ela finalmente resolveu dormir.

No dia seguinte, as filmagens foram intensas. Pela parte da manhã, eles terminaram de filmar cinco das dez cenas restantes do episódio anterior e fizeram uma parada para discutir em reunião com Hart o script do próximo que começariam a filmar às 4 da tarde.

Depois, ela e David se fecharam numa sala para ensaiar as primeiras cenas do episódio. Eles trabalhavam muito bem juntos e conforme previsto começaram as filmagens no horário. O trabalho foi exaustivo. Ficaram em estúdio até nove da noite e deveriam retomar as gravações cedo pela manhã por volta das 8 horas. Emily combinara com David de estarem às seis lá.

E foi o que aconteceu.


Com muitas falas e dois episódios na cabeça, eles trabalhavam em ritmo frenético. O grande problema disso tudo era que a proximidade com David era intensa e difícil de evitar. Ele estava sempre a rodando, tocando, beijando. Parecia que seu corpo era o campo magnético perfeito para as mãos dele que a buscavam como um ímã. Aquilo também estava mexendo com Emily. Certamente ela sentia-se acuada por pensar tanto nele mesmo quando estava trabalhando. A tensão entre eles só aumentava. David fazia tudo de maneira involuntária, para ele era algo natural. Infelizmente para Emily aquilo beirava a tortura e a obrigava a entrar em conflito consigo mesmo.

Tinha uma cena no episódio relativamente simples exceto pelo vocabulário empregado pela sua personagem que estava tirando Emily do sério. Ela já ensaiara dezenas de vezes com David e ainda não acertara totalmente. Desistindo por hora, eles se despediram e foram para casa. Amanhã era o dia fatídico que ela teria que gravar mas sua cabeça estava a ponto de explodir.

Quando ele foi se despedir dela no estacionamento, sem querer Emily mexeu o rosto e o beijo que era para ser na bochecha acabou por acertar os lábios. Novamente um beijo. Ela se afastou assustada.

- Desculpe...

- Hey, Em...tudo bem.

Ela estava vermelha. David para amenizar o momento, segurou a mão dela e levou-a aos lábios.

- Boa noite, Emily. Te vejo amanhã.

E saiu rumo ao seu carro.

Emily foi para casa e dedicou-se a decorar a cena. Porém, sua mente não queria saber de trabalhar, ela queria pensar em David. Vencida pelo domínio de suas emoções, ela se serviu de uma taça de vinho e deixou sua mente vagar para o oceano desconhecido de David.

“Como posso trabalhar, me concentrar se tudo o que penso é em beijar, tocar e abraçar o David. Não é à toa que não consigo decorar minhas falas. Ele está me consumindo. O que está acontecendo comigo? Não podia estar me deixando influenciar desse jeito. Não é saudável para mim, para ele, para o nosso trabalho. Porém, o que eu posso fazer? Ele é tão cativante, tão encantador... às vezes tenho a impressão que ele chega a me hipnotizar com o seu olhar. O problema é que não posso me deixar levar, não posso fraquejar e bem...me apaixonar. Querer não é poder, Emily! Você seria capaz de arriscar tudo por causa dele? De um caso perdido? Queria tanto poder evitar esses conflitos, queria tanto ser uma pedra de gelo! O que vou fazer?”

Essa era a pergunta de um milhão de dólares que por hora Emily deixara sem resposta. No fundo, ela estava se enganando. Ela queria ater-se a um fio de esperança racional em meio a toda essa tempestade que povoava sua cabeça.


Dia seguinte


Eles já haviam gravado quatro cenas. Emily estava cansada e apreensiva. Parte devido a noite mal dormida por causa do sono pertubado, parte por estar preocupada com as cenas que tinham que gravar.

Chegara a hora da tal cena que ela não tinha o domínio total. Na primeira tentativa, ela esbarrou logo na terceira fala. Foram para a segunda tentativa. Dessa vez, a cena correu um pouco melhor mas ela tropeçou na fala mais difícil. Brigou com ela mesma.

- Desculpe pessoal...

David chegou perto dela e sussurrou em seu ouvido.

- Calma, você consegue amor...

Pronto. A avalanche começou a se formar dentro dela de novo. Ela fechou os olhos tentando se concentrar para gravar. Ao sinal do diretor, ela começou a recitar suas falas. Parecia que estava lutando com as palavras e derrapou exatamente na mesma fala anterior. E então, ela desabou. Emily caiu em prantos no meio do set de filmagens.

- E-eu não posso...n-não consigo mais...eu...

As pessoas ficaram na sua grande maioria, atônitas aquela situação. Ela não ouvia ninguém. David resolveu intervir e ajudar a sua amiga.

- Pessoal, por favor. Afastem-se, desliguem o equipamento e vamos encerrar por hoje ok?

Todos entenderam o pedido dele e obedeceram. David se aproximou dela e pegou a mão dela na sua enroscando os dedos. Sem dizer uma palavra, ele saiu puxando-a pelo set até o camarim,pegou sua bolsa e dirigiu-se ao estacionamento. Sabia que ela precisava sair dali, precisava de espaço. Ele a colocou no carro. Ela ainda chorava e murmurava baixinho.

- Não posso...não vou conseguir...não....

- Emily, vou te tirar daqui. Vamos a algum lugar para que você possa se sentir melhor. Confie em mim.

Ele apertou a mão dela e deu partida no carro. Ela apenas chorava, extravasando todo o misto de emoções que sentia naquele momento.



Continua....

3 comentários:

Este disse...

De novo me pergunto. Pq desse machucado. kkkkkkkkk Só atrapalhou tudo, mas adorei a Emily bebinha. Super sincera e nada tímida. Pobre Emily os sonhos estão fazendo a mulher esquecer até do trabalho. Ela precisa curar esse sonho com a realidade, eu acho. kkkkkkkkkk. Ah que pena da Emily as emoções estão mais forte, oh tadinha até chorou.
Ainda bem que tem o David pra ajudar- lá, sempre educado e gentil. Cuida bem dela viu David, ajude ela da melhor forma que puder. Tenho certeza que vc sabe como agir. kkkkkkkkkkkkk Espero ansiosa para o próximo cap.

Marlene Brandão disse...

nossa senhora!!!!!!!!!!!!!
o sonho com o David foi massa(minha mente foi longe por demais agora) ta bom parei....
o capitulo ficou maravilhoso s2
bjones s2

Julia Blaustein disse...

Awnt que fofis ele a chamando de amor... Sabe que isso a conforta e sim, como a Este falou, o machucado atrapalhou bastante, porque além de pensar na situação em que os se encontram agora ela terá que pensar na repreensão da Zooey, pobre Em, mas tenho certeza que David estará lá para ajudá-la! Ótimo cap. Parabéns amore!
Julia Blaustein