Nota da Autora: Sei que venho massacrando vocês no angsr nas outras fics, então nada melhor que um momento relax. Adorando os comentários de vocês! Esse capitulo é uma das milestones dessa fic. Gostaria de lembrar que a Beckett aqui é confusa e medrosa quando falamos de sentimentos, porém não tão broken afinal não sofre de PTSD. Afinal, Dylan roubou ou não o coração da detetive? Eu disse que os capitulos dessa fic não iam ser grandes, haha! Parece que ainda não consegui obedecer minha regra... Enjoy!
Cap.3
Martha a recebeu com beijos e abraços. Castle explicou o que acontecera
com o pequeno Dylan a mãe e o que eles estavam fazendo para dar uma condição
digna a criança. Alexis encantada com o bebê, tirou-o do colo do pai. Castle
aproveitou para preparar o jantar. O menino parecia calmo, o que não queria
dizer nada já que ainda tinha a chupeta na boca.
– Fico feliz que esteja lutando por esse pequeno, Katherine. Deus sabe o
quanto é difícil criar um filho sozinha. E essa pobre moça... tudo o que ela
queria era fazer sua arte e dar uma vida digna ao seu bebê. Por que alguém a
matou? Tão jovem...Richard me contou. Eu não sei o que leva as pessoas a
fazerem isso, não entendo.
– Muitas vezes nem eu, Martha.
– Quer dizer, ela poderia ser eu anos atrás – Martha olhou para o filho
alheio aparentemente a conversa mexendo na panela de macarrão – foi muito
difícil, sabe? Cria-lo. Houveram ocasiões que pensei em desisti, tirei comida
da minha boca para alimenta-lo, não me arrependo nem um segundo. Por isso,
espero que Dylan tenha a sorte de conseguir alguém que cuide dele e o faça ser
um bom homem, como meu Richard – Beckett percebeu que apesar do sempre
conhecido drama que Castle dizia ser típico da mãe, aquilo não era uma
encenação. Vira a sinceridade no olhar dela, estava emocionada. Suas palavras
serviram para aumentar ainda mais a responsabilidade que Kate sentia com Dylan.
Devia isso a Anna. Seu filho não podia reviver o passado da mãe.
– O jantar está quase pronto. Basta o molho ferver e misturamos tudo –
nesse instante, Alexis apareceu na cozinha com o bebê no colo.
– Pessoal, acho que alguém precisa de uma troca de fraldas – e sem
questionar colocou o bebê no colo de Kate. Ela olhou assustada para Castle.
– Nossa! O que você está dando para esse menino comer, Castle?
– Por enquanto apenas leite – ele riu se aproximando dela – quer me
acompanhar até o quarto para troca-lo. Todas as coisas dele estão lá – com uma
certa relutância, ela o seguiu, se questionava se ele sabia que não iria ser
ela a fazer o serviço, viu que ele pegou algo como um protetor plástico –
coloque-o na cama sobre o plástico – Castle pegou as fraldas, o creme, os
lencinhos umedecidos e colocou tudo perto de onde Dylan estava – preparada?
– Eu não vou trocar essa fralda!
– Por que não? É apenas um bebê, seu coco não é tão nocivo assim para
ter nojo, Beckett.
– Não é a sujeira... eu...eu não sei fazer isso, pronto! Já disse.
– Você não sabe trocar fraldas? Suas amigas não têm bebês? Nunca
trabalhou de baby-sitter? – ele parecia surpreso – é algo comum para
adolescentes.
– Não, Castle. Não tenho intimidades com bebês. Já disse, satisfeito? –
ela parecia irritada – mais alguma pergunta ou vai trocar a fralda?
– Tudo bem, observe o mestre – ele brincou. Porém, era como observar um
mestre mesmo, ao menos aos olhos de Beckett. Sem qualquer dificuldade, Castle
tirou a fralda suja, dobrou-a, limpou o bumbum do bebê, passou creme e colocou
a outra fralda num tempo que Kate considerava recorde. Estava impressionada.
Ele brincava com o bebê. Cheirava seus pezinhos, mordia seus dedos. Era uma
cena inusitada para Beckett presenciar. Claro, Castle era pai, mas havia algo
de puro e envolvente no jeito como ele lidava com aquela criança. Era como se
fosse sua. Vendo-o agir assim, a fazia sorrir. Ele leva muito jeito nesse lance
de paternidade. Nem parecia o escritor de teorias malucas muitas vezes
inconsequente.
Ali, ele era o doce e carinhoso Castle. O homem bom e sensível criado
por Martha. Uma pessoa que entendia de sentimentos como ninguém que ela
conhecia. Ela deixou escapar um suspiro prazeroso. Ele a fitou.
– Será que podemos jantar agora, detetive? Oh, Deus! O jantar! – ele se
levantou com pressa – cuide dele – ela riu do jeito estabanado como ele saíra
do quarto e então tornou a ficar séria. Dylan, ele a deixara sozinha com o
bebê. A criança brincava com o tubo do creme. Beckett não tinha certeza se
deveria tirar o item das mãos dele. Não sabia o que fazer.
Olhando ao redor, pela primeira vez ela se deu conta de onde estava.
Esse era o quarto de Castle. Seu espaço. Exceto que nesse momento, era também o
quarto de um bebê. O ambiente de intimidade de um solteiro, transformara-se em
um quarto de criança improvisado. Somente então Beckett notara o tanto de
coisas que Castle comprara. Havia um berço portátil, vários pacotes de fraldas,
cremes, remédios, mamadeiras. Via roupinhas, brinquedos. Meu Deus! Para que
todo esse exagero? E ainda assim, o gesto era doce. Bonito. Anna teria gostado
desse gesto, pensou.
Pegando um dos brinquedos, ela se aproximou de Dylan. Debruçando-se
sobre a cama, ela tirou o tubo de creme das mãos gordinhas. O choro começou.
Desesperada para cala-lo, Beckett ofereceu o leãozinho de plástico para o
menino. Não pareceu agradar, continuava berrando. Ela tentou três brinquedos
diferentes sem sucesso. Até ali, se perguntava porque ninguém aparecera para
ajudá-la. Com medo que o bebê sufocasse porque estava vermelho de tanto chorar,
ela deu a chupeta. Dylan cuspiu. Respirando fundo, ela fez o que não queria.
Com cuidado e ainda desajeitadamente, Beckett o pegou no colo. Ainda
tentando equilibra-lo da melhor maneira possível, ela viu o choro do menino começar
a diminuir. Repetiu o gesto que Anna fizera quando a conhecera e o pequeno
Dylan se acomodou perfeitamente em seu colo encostando a cabecinha próximo ao
seio dela. Uma das mãozinhas a tocava a pele, ele fechou os olhos.
Kate não conseguia explicar o que estava sentindo. Paz? Calmaria?
Bem-estar? Não sabia definir, mas era uma sensação gostosa. Ela balançava o
corpo imitando o que vira Castle fazer na mini copa. Sorriu. Ele estava quase
dormindo. De repente, abriu os olhos. Aquelas duas bolas azuis com um brilho
próprio a fitavam. Ela limpou as lágrimas do rostinho dele e ofereceu a
chupeta. Dessa vez, Dylan aceitou. Tornou a fechar os olhos.
Beckett lembrou-se imediatamente da sua vítima, de Anna. Ela precisava
lutar por aquele bebê. Sentada sobre a cama de Castle, ela embalava o bebê. A
cama de Castle. Ele dormia ali. O quarto dele. De repente, ela se sentia uma
invasora. Intrusa. Não deveria estar ali. Aquele era um lugar íntimo. Só dele.
Seu descanso. Gemeu baixinho. Borboletas no estomago. O que havia de errado com
ela?
Os passos fortes se aproximavam. Castle ouvira o choro cessar. Ele havia
proibido a mãe e a filha de socorrer a detetive. Queria ver como ela iria se
virar. Parecia que conseguira. A cena encontrada por Castle foi além do que ele
esperava. Ali, no meio do seu quarto, Kate Beckett segurava o pequeno Dylan nos
braços já adormecido e para sua surpresa, ela parecia estar gostando da
situação. Ele fez mais barulho que devia.
– Shhh, Castle...assim vai acorda-lo... – falava baixinho.
– Desculpe. Dormindo, hum... você se saiu bem para alguém sem
experiência, Detetive.
– Sorte de principiante, acho – ele sorriu, sabia que não era verdade,
mas se ela queria se enganar, assim seria. Outro fato importante sobre Beckett,
não tinha confiança quando o assunto era sentimentos.
– Coloque-o no berço, ele vai ficar quieto e poderemos jantar – Castle a
ajudou colocando o objeto próximo a cama. Com alguma dificuldade, ela conseguiu
colocá-lo sobre o colchão e sorriu ao ver que o bebê não acordou. Tarefa
cumprida, pensou. Castle pegou o Mr.Frog e também colocou no berço – ele vai
ficar bem. Vamos.
Na sala, Martha e Alexis já comiam.
– Ele dormiu – Beckett disse como se alguém a tivesse cobrando uma
resposta.
– Sente-se, querida. Quer vinho? – Martha se levantou e tratou de servir
vinho a detetive. Kate sentou-se à mesa, o prato de massa já servido por Castle
a sua frente.
– Aceito. Isso está cheirando bem.
– Você vai gostar, especialidade do papai. Carbonara – ele sentou-se ao
lado dela, entregou a taça de vinho e ergueu a sua própria para um brinde,
piscando para ela.
– Bon appétit, Beckett – ela brindou com ele, sorrindo. Alexis tinha
razão. Estava delicioso. Ela praticamente devorou o prato.
– Está muito bom, você se importa se eu repetir?
– Claro que não, me deixe servi-la – ele voltou com um segundo prato
para Beckett. Enquanto a detetive comia, Martha resolveu questiona-la sobre
Dylan.
– Katherine, o que acontecerá com o bebê? Ele tem alguém? Família?
– Não. Anna era órfã.
– Oh, meu Deus! Pobre criança.
– Amanhã teremos o encontro com a assistente social. Pelas regras, por
se tratar de um bebê, ele irá para um orfanato especial com pessoas
especializadas, porém ainda é parte do sistema. Dylan, infelizmente, irá passar
pelo que a mãe passou. Não tenho muito o que fazer nesse caso, apenas me
certificar de que seja bem tratado e pedir alguma prioridade em um possível
processo de adoção. Há tantos casais querendo ter filhos hoje em dia e não
podem. Talvez, ele tenha mais sorte que a mãe – Castle reparou que havia uma
tristeza no olhar dela.
– Há alguma restrição para adotar nesse caso? – perguntou Alexis.
– Seguramente sim, trata-se de um bebê sem qualquer família. Isso será a
primeira coisa que a agente social priorizara, uma família. Pais com condições
de cria-lo, alimenta-lo, educa-lo. Pessoas de bem.
– Há restrição a sexo?
– Não, apesar de que o sistema dá preferência a casais heterossexuais.
– Entendi, só nos resta torcer pelo pequeno – disse Alexis. O clima ficou
estranho depois dessa conversa, todos pareciam tristes e incomodados com a
situação do bebê. Beckett decidiu que era hora de ir embora. Quando estava
próximo da porta, o choro recomeçou.
– Alguém acordou... um minuto, Beckett, eu já volto – Castle foi até seu
quarto pegar o bebê – deve estar com fome - ele ainda chorava – pode segura-lo
um minuto? – entregou a criança a Alexis respeitando o suposto bloqueio da
detetive com bebês. Rapidamente preparou uma mamadeira e ofereceu a Dylan que
tomou metade, abrindo o berreiro em seguida – não quer mais? Você precisa
comer, garotão... – ele falava mansamente o que não adiantou. O choro ficou
mais alto. Alexis tentou alimenta-lo sem sorte. Beckett já estava agoniada com
a situação.
– Será que ele está com dor?
– Pode ser...– respondeu Martha aproximando-se dele e apalpando a
barriga, não havia grandes reações ao toque e o choro continuava intenso – não parece
cólica – verificou a fralda – precisa de troca. Pode ser isso que o incomoda.
– Certo, vou troca-lo – disse Castle virando-se para ela – se quiser ir,
Beckett, fique à vontade.
– Não, eu espero – de alguma forma, ela não se sentia bem deixando o
bebê aos prantos no loft, afinal era sua responsabilidade. Sentou-se no sofá
para esperar, ouvia os gritos de Dylan. Nada de cessar. Castle retornou com o
bebê nos braços ainda chorando.
– Não é a fralda. Já troquei. Tenho certeza que ainda é fome, só não
entendo porque não aceita a mamadeira outra vez – ele tentou. Nada – hey,
garotão... o que aconteceu? O leite não está bom? Você estava comendo... será
que você não quer tentar? Eu não sei o que pode ser...
- E eu sei? Você é o pai aqui...
- Por favor, Beckett... – a súplica que vira nos olhos azuis de Castle,
era quase a mesma que via nos do pequeno Dylan, suspirou e deixou que ele o
colocasse em seu colo. Também lhe entregou a mamadeira. O choro continuava,
porém, ao oferecer a mamadeira, o menino tornou a olhar para Kate da mesma
maneira de antes, quando voltara a dormir. As reclamações diminuíam e Beckett
conseguiu que ele pegasse a mamadeira. Com vontade, ele sugava o leite e olhava
para ela.
– Você conseguiu... – Castle parecia encantado. Beckett se deixou levar
pelo momento e acabou curtindo observar o pequeno devorar a mamadeira olhando
intensamente para ela. Castle assistia o que considerava um espetáculo cheio de
orgulho da detetive. Uma ideia se formando cada vez mais em sua mente.
Precisava interferir no futuro de Dylan, era sua obrigação.
Dylan terminou a mamadeira. Mesmo relutante, Beckett tirou-a de sua
boca. Ele não chorou.
– Incrível... – Castle deixou escapar – você precisa coloca-lo para arrotar.
Não pode prejudicar sua digestão, senão terá cólicas.
– Não sei fazer isso, Castle. Minha experiência com bebê é zero.
– Não parece. Vem cá, posso te ajudar – ele tentou pegar Dylan do colo
dela, o bebê reclamou na hora – hey, hey, calma garotão, você precisa arrotar –
Castle o colocou apoiado em seu ombro. O choro recomeçou baixinho, ele embalava
e batia de leve nas costas do bebê. Pouco tempo depois, ele ouviu-o arrotando,
mas o choro aumentou – tudo bem, está com sono? – ele o balançava aquilo pareceu
acalma-lo por um minuto. Então, as lágrimas surgiram outra vez – Castle o
ajeitou nos braços e cantou “brilha, brilha estrelinha”. Apesar de ser um
clássico, e mesmo tendo Dylan o ouvido por alguns minutos, o choro continuou.
– Castle, ele não gostou... essa não era a música que Anna cantava.
– Quer tentar? Fique à vontade! – dessa vez, ela tomou a iniciativa
pegando, mesmo que desajeitadamente, o bebê do colo dele. Da melhor maneira
possível, ela o ajeitou na mesma posição de antes e começou a cantar “Joy to
the world”. A voz dela parecia acalma-lo. Martha observava a interação dos três
de longe, especialmente do filho com a detetive. Em qualquer outra circunstância,
podia-se pensar que eram um casal. O jeito que seu filho olhava para a bela
mulher era encantador. Apaixonado, completamente perdido de amor por Katherine
Beckett. Porém, a realidade era diferente de seus desejos. Como mãe, ela torcia
para o filho encontrar a felicidade. De alguma forma, esse bebê parecia estar
começando a abrir portas. A ela, restava esperar. E dar um empurrãozinho sempre
que possível.
– “Jeremiah was a bull frog, he was a
little friend of mine. I never understood a single word he said but I helped
him drink his wine. Joy to the world, all the boys and girls, joy to the fishes
in the deep blue sea, joy to you and me…”
Castle adorava a voz de Beckett cantando. Desde aquela vez que a
escutara cantando Piano Man.
- Olha, ele dormiu.
– Sim, ele gosta do seu colo – Castle sorriu para ela – vamos coloca-lo
no berço. Ai, você pode ir para casa – ela o acompanhou até o quarto, ele pegou
o bebê de seu colo e com facilidade o emborcou no berço. Seguiram até a porta
do loft – obrigada pelo jantar.
– E obrigado por ajudar com Dylan.
– Foi sem querer...
– Mesmo sem querer. Bebês são sensitivos, Beckett. Ele gosta de você,
talvez saiba que pode protege-lo. Sei que também gosta de mim, mas prefere seu
colo. Instinto masculino? – ela revirou os olhos.
– É um bebê, Castle.
– Não subestime a inteligência de um bebê.
– Esteja cedo na delegacia. Tudo bem?
– Estarei, boa noite Beckett – quando ela virou-se pronta para sair pela
porta, ele perguntou – ele vai ficar bem, não? Mesmo entregue ao sistema, ele
vai sobreviver e encontrar uma família para cuidar dele, não?
– E-eu não posso garantir isso, Castle – ela viu a agonia nos olhos dele
– eu apenas posso torcer para que sim.
– Eu...queria... eu me vejo nele...
– Eu sei... – esticou a mão para tocar a dele – eu sei. Vamos tentar dar
o melhor para Dylan, ok?
– Sim, vamos.
– Vejo você amanhã. Boa noite, Castle.
Ela deixou o loft pensativa. Com o coração apertado. Castle ainda fitava
a porta quando Martha se juntou a ele.
– Tudo bem, kiddo? Eu sei o que está pensando... podia ser você. Eu
também pensei.
– Desculpe, não queria que pensasse mal de mim. Você é uma boa mãe. É só
que, a mãe de Dylan não teve a oportunidade de vê-lo crescer, a tiraram esse direito,
dele também. Eu estava pensando... acha que tenho chance?
– Você ainda está falando do bebê ou de Katherine?
– Do bebê, e o que tem Kate?
– Eu vi o jeito como a olhava. Está apaixonado, Richard. Não pense em
usar essa criança para conquista-la. Não é certo.
– Mãe, você que veio com esse papo de apaixonado. Eu quero o melhor para
o bebê. Preciso fazer algo, ligarei para o Dr. Andrews cedo amanhã.
Beckett estava deitada repassando os acontecimentos do dia especialmente
no loft. Dissera que era sorte de principiante, contudo sabia que não era esse
o motivo dela conseguir acalmar o bebê mesmo sem experiência. Não conseguia
esquecer das palavras de Anna “ele gosta de você. É parecida comigo”. Mesmo não
querendo admitir, Beckett sabia que sua semelhança com a mãe de Dylan era o
principal motivo da criança buscar por seu colo, acalmar-se em momentos tensos.
Só que isso iria acabar. Não podia ter essa conexão com o bebê que deixaria seu
convívio em poucas horas. Ainda assim, ela não sabia explicar o que aquela
criança representava para ela. Não era somente o dever, a responsabilidade como
policial de proteger e servir um inocente. Ia além disso.
O que Kate Beckett não conseguia definir era no fundo sua afeição ao
pequeno Dylan. Um vínculo que começara em um domingo qualquer e se tornava a
ligação mais importante que o pequeno tinha naquele momento. A substituta de
sua mãe.
Ela teve um sonho estranho. Estava de volta ao beco onde encontrara
Anna. Não havia sinal do bebê. Ela olhava para o corpo inerte da moça. Jovem
mãe. Algo que Kate não pensava em ser, na verdade não se lembrava de sequer ter
cogitado isso algum dia. Bebês a apavoravam. De repente, não era mais Anna quem
estava deitada no chão. Era Johanna. O coração de Kate começava a bater mais
rápido. Um choro de bebê surgira do nada. A voz de sua mãe “cuide dele,
Katie... ele vai precisar de você. Ele só tem você, filha”. Ao seu lado, Anna
ferida e sangrando segurava Dylan. Entregou-o para a detetive. Johanna tornou a
falar “você consegue, meu bem. Ele gosta de você, Katie”.
Beckett acordou assustada. Há anos não sonhava com a mãe e ouvir sua voz
foi como esmagar seu coração em pedacinhos. O que esse sonho significava? O que
sua mãe sabia sobre esse bebê? Definitivamente a sua mente estava lhe pregando
peças. Suspirando profundamente, ela tornou a deitar na cama. Demorou um pouco
para dormir, ainda era possível escutar a voz carinhosa de Johanna chamando-a.
Katie.
Na manhã seguinte, Castle chega ao distrito todo sorridente com o bebê
no colo, o carrinho em um ombro, a bolsa com suas fraldas e alimentação em
outro e alguns brinquedos nas mãos. A criança parecia se divertir diante das
circunstâncias.
– Bom dia, detetive.
– Bom dia, Castle. Olá, Dylan! Segurou a mãozinha dele que ao vê-la jogou-se
para seu colo. Castle não se objetou a isso.
– Desculpe, não trazer seu café, mas eu não tinha mãos suficientes e objetos
quentes próximos de bebês não são boas ideias e...
– Tudo bem, Castle...eu entendo.
– A assistente social já ligou?
– Sim, deve chegar aqui por volta das oito.
– Excelente, você pode olha-lo por uns instantes enquanto compro seu
café? – ele não esperou resposta seguindo rumo ao elevador. Quinze minutos
depois, ele reaparece com dois copos de café. Colocou-os sobre a mesa de
Beckett e pegou Dylan em seu colo para que ela pudesse tomar a bebida à
vontade. O bebê não ofereceu resistência porque estava bastante interessado na
bandeja de papelão onde Castle trouxera as bebidas. Isso foi um alívio para
Beckett que temia um acesso de choro como o que acontecera na outra noite.
Castle passeava com o menino pelo distrito procurando sempre coisas coloridas
para chamar a sua atenção. Pegou alguns bichos de plástico, uma girafinha, um
leãozinho e um tigre. A criança parecia entretida.
– Onde arranjou isso? – Beckett perguntou.
– Comprei. Também tem um de animais marinhos. É bom para usar no banho.
Tem baleia, caranguejo, polvo, golfinho...
– Já entendi, Castle. Você não precisava comprar isso. Dylan estava com
você por uma noite – isso era o que ela pensava. Castle conversara com seu
advogado de manhã cedo e já o colocara a par do que pretendia fazer. Esperava
apenas a conversa com a assistente social para saber quais eram suas chances e
os próximos passos. No instante que estava brincando com o menino, Esposito se
aproxima e ao ver a cena solta um comentário maldoso para Beckett sobre Castle.
– Olha só, até que ele não é ruim. Caso não emplaque nenhum best-seller,
pode trabalhar de baby-sitter.
– Eu ouvi, Esposito. Hahaha você é tão engraçado... – ele notou que Ryan
se aproximava – hey, Ryan! Quer tentar segurar o bebê? Ao que tudo indica, você
é o único dos três que pode ter futuro nessa área.
– Por que não? – Ryan pegou o bebê do colo de Castle segurando em seus
braços. Tão logo a criança percebeu a mudança, olhou para o rosto de Ryan e ao
não reconhecê-lo começou a berrar. O escritor correu para socorrer o bebê – eu
não sei o que houve, eu...
– Relaxa, Ryan é assim mesmo. Dylan não é o tipo de bebê que vai com
todo mundo. Não é nada pessoal.
– Como não? E isso for um sinal de que não tenho o gene da paternidade,
não estou pronto para ver Jenny numa ambulância. Não... – ele saiu caminhando
nervoso pelo salão.
– Ah, não! O que vocês fizeram? O cara já está todo preocupado com o que
os sogros irão pensar dele e mais essa agora! Vou ter que escutar ele
resmungando o resto do dia! Isso não é justo, meu parceiro está se
transformando em uma mulherzinha.
– Ora, Espo, isso pode ser bom, se ele não quiser ficar mais com a Jenny,
você é o próximo da fila. Pelo menos, sai economizando na balada e quem sabe se
você não adota o pequeno Dylan com ele – implicou Castle vendo o detetive sair
resmungando. Beckett não aguentou e riu da colocação de Castle.
– Quero te mostrar uma coisa – Castle falou remexendo na bolsa do bebê.
Tirou de lá um pequeno álbum de fotos que Anna fazia do filho. Dentro havia
três fotos soltas, antigas, também de bebê – veja, esse é Dylan. E esse sou eu
– entregou as fotos para a detetive. Beckett examinava com cuidado. A
semelhança era incrível – me diz se ele não podia ser eu?
– Sim – ela concordou e deixou escapar – ou podia ser seu filho... –
suspirou. O comentário dela o fez sorrir.
De repente, surge a sua frente, uma mulher muito distinta trajando um terninho
e carregando uma pasta de executiva.
– Detetive Beckett? Agente Selena Wilson da proteção à criança e ao
adolescente, nós falamos ao telefone ontem.
– Claro, Agente Wilson. Esse é Richard Castle, escritor e consultor
nesse caso e o pequeno Dylan. Pode me acompanhar para a sala de interrogatório
um? - Devidamente sentada em seus lugares, a conversa começou.
– Então, detetive. Preciso saber exatamente o que aconteceu com a mãe
dessa criança e quais as chances dela escapar do estado.
– Não muitas, para falar a verdade, quase nulas – Beckett se pôs a
contar a história de Anna nos mínimos detalhes para a agente. Sabia que Dylan
era um potencial órfão para o sistema. Ele estava muito calmo no colo de
Castle, mesmo assim ela não tirava os olhos do bebê. Essa atitude não passou
despercebida pela agente – infelizmente, é isso. Tudo indica que o pequeno
Dylan terá o mesmo destino da mãe, o que é muito triste.
– Que história trágica. Você ainda não encerrou o caso?
– Não. Estou à espera do laboratório, tenho expectativas de que uma das
digitais encontradas na cena do crime nos aponte o assassino.
– Certo. Uma vez finalizada a investigação, a criança é oficialmente do
sistema.
– Agente Wilson, o que acontecerá com Dylan? E se não se importa em informar,
quais seriam as condições mínimas necessárias para adota-lo? – Beckett
estranhou a segunda pergunta.
– Dylan irá para um orfanato especializado em bebês, passará por exames
médicos, terá seu histórico familiar documentado para então começarmos as avaliações
de potenciais casais para a adoção. Como ele tem seis meses de vida, é bastante
comum encontrar casais que se interessem. A maioria, porém, prefere
recém-nascidos. O critério de adoção é primeiramente ser um casal, não
necessariamente casados, mas que dividam o mesmo teto e tenham uma relação
estável de, no mínimo, dois anos. Preferencialmente heterossexuais. Nesse
ponto, o sistema é um pouco preconceituoso, caso não encontremos um lar para a
criança, analisamos os homossexuais. Condição financeira estável é outro
requisito. Os futuros pais deverão ter dinheiro para cria-lo e educa-lo e sem
antecedentes criminais ou histórico de drogas ou qualquer substância ilícita.
– Um perfil interessante.
– Mais difícil de conseguir do que o senhor possa imaginar, Sr. Castle.
– Acho que me encaixo nesse perfil – Beckett olhou para ele, os olhos
arregalados – em sua maioria.
– O senhor é casado?
– Não.
– Castle, o que... – mas ele a interrompeu.
– Tenho uma relação estável. Três anos.
– Moram juntos?
– Praticamente. Vivemos um no apartamento do outro, mas ela passa mais
tempo no meu.
– Para adoção terão que morar juntos. O casal passa por uma avaliação de
convivência para obter a guarda temporária do bebê. Está realmente pensando em
adotar essa criança, Sr. Castle?
– Sim, mais do que você imagina. Tenho meios, financeiros e emocionais.
Já sou pai, o que me dá uma vantagem. Meu problema resume-se a discrição,
agente Wilson. Com relação ao meu relacionamento.
– O processo é sigiloso, Sr. Castle. Qual o problema de seu
relacionamento? – ele estendeu a mão para pegar a de Beckett. Entrelaçou os
dedos nos dela. Imediatamente, o susto que ela tomara a princípio, transformava-se
em vergonha. Kate Beckett estava vermelha e baixou a cabeça impossibilitada de
encarar a assistente social.
– Meu relacionamento é com a detetive da NYPD, porém como trabalhamos
juntos não podemos expor o que fazemos fora da delegacia, existe procedimento,
protocolos. O fato dela ser a investigadora principal no assassinato é um
problema para a adoção?
– Não. Está certo de que querem isso?
– Absolutamente.
– Detetive Beckett? Está de acordo? – Beckett olhou para Dylan, na mesma
hora o bebê se jogou para o colo dela fazendo-a sorrir. A agente entendeu a
reação como um sim. Por dentro, Kate estava tensa. Uma mistura de sentimentos a
dominavam, ela precisava parar isso, tinha que conversar com Castle – Então, o
primeiro passo é morarem juntos.
– Posso acionar meu advogado para conversar com você sobre os próximos
passos? De quanto tempo preciso?
– Por que não fazemos assim, vocês mantem a responsabilidade sobre Dylan
até o fim do caso. Isso dará tempo para pensarem porque é uma decisão importante,
define vidas, é para sempre. Ninguém deixa de ser pai ou mãe. Uma vez feito,
não há volta. Pensem. Depois, você pode me contatar e acionar seu advogado.
– Ótimo.
– Se vocês realmente estiverem dispostos, será o melhor para o bebê.
Gosto quando é possível resolver casos difíceis de forma simples. Espero que
vocês me ajudem a dar um lar para Dylan. Ligue para mim quando encerrar sua
investigação, detetive – a agente saiu da sala deixando-os sozinhos. Castle
sabia que o clima estava tenso e o tempo ia fechar para o seu lado. Beckett se
levantou da cadeira com o pequeno Dylan no colo. Saiu da sala, mas virou-se
para fita-lo com um olhar fulminante.
– Fique aqui.
Beckett foi até o salão principal e entregou a criança para um dos
uniformes tomar conta por alguns minutos. Tinha um assunto muito sério para
resolver. Ela voltou a sala e fechou a porta com força. Apoiando as duas mãos
na mesa, ela gritou.
– Que diabos você pensa que está fazendo? Ficou louco? No que você
estava pensando? Adotar uma criança! Isso não é uma brincadeira, Castle!
– Estava pensando em Dylan! Estou pensando no futuro dele, no seu
destino.
– Mentindo? Quer adota-lo, mentindo? Isso é crime! Perjúrio, Castle!
Deus! Eu sou uma detetive da NYPD, você acabou de mentir e me envolver sem
qualquer consentimento. Sua loucura passou dos limites!
– Não, Beckett, me escute. Eu não posso deixar essa criança cair no sistema.
Ele sou eu, Beckett! Será que você não entende? A mãe dele era atriz solteira,
ela lutava para cria-lo, ele tem os olhos azuis e...Beckett, de todas as
delegacias de homicídios, o caso dele veio parar no 12th. Onde eu estou. Não se
trata de coincidência, é destino.
– Sim! O destino de uma criança que pode ter várias chances de encontrar
um lar.
– Você não acredita nisso. Você está com medo de Dylan se perder nos
orfanatos como a mãe dele. Você ouviu a agente. Os casais querem
recém-nascidos. Kate, eu sei que não temos um relacionamento. Somos amigos, parceiros.
Eu estou pedindo a você a chance de dar a essa criança um futuro. Não será uma
mentira tão grande. Será uma mentira branca, leve. Nos conhecemos há três anos,
trabalhamos juntos, escrevo sobre você através de uma personagem, os rapazes
nos conhecem, o capitão. Eles podem confirmar nosso “relacionamento”. Não será
tão difícil. Você pode se mudar para o loft por um tempo, apenas o necessário
para a avaliação. Tenho um quarto de hóspedes.
– Você, além de mentir, vai envolver mais pessoas na sua história de
ficção?
– Não é uma história. É a realidade. Eu quero adotar Dylan, já falei com
a minha mãe. Eu só preciso de algumas semanas suas. Se depois quiser que eu
desapareça da sua vida, Beckett, eu farei. Eu preciso salvar Dylan. Ao fazer
isso, estarei salvando a mim mesmo. Porque ele... sou eu, Kate. Dylan é Rick
anos atrás. Se não puder fazer isso por mim, faça por Anna. Era o seu último
desejo antes de morrer. Um lar para o seu filho.
A mente de Kate fervilhava. Ela não era uma criminosa, não agia fora das
regras. Castle estava querendo convence-la a cometer uma loucura. Dylan. Ela
odiava entrega-lo ao sistema. Não, o que Castle propusera era errado, tão
errado... de repente, ela lembrou-se do que Martha lhe dissera. Sobre passar
fome, não desistir. Por Castle. Não, ela não podia estar pensando nisso. Então,
lembrou-se de Anna. Ela queria um futuro digno para o filho. Castle podia oferecer
isso.
Ela segurava o rosto escondido nas mãos. Tinha vontade de gritar. Era um
misto de frustração e impotência. Exceto que não era tão impotente assim, havia
uma escolha. Fingir por algumas semanas um relacionamento com Castle dando a
chance a Dylan, ou entrega-lo a própria sorte do sistema. As duas situações
eram ruins. Covarde. Escolher a segunda alternativa a tornava uma fraca, uma
perdedora. Conivente com o assassino que tirou a vida daquela mãe, não?
Ela também estaria cometendo um crime ao entrega-lo a agente porque
havia alguém disposto a cuidar apropriadamente dele e ela simplesmente decidira
ignora-lo. O que isso dizia dela como pessoa? Lembrou-se dos olhos azuis. De
Dylan e de Castle. Quase idênticos. Ela viu a angustia no olhar do escritor.
Ele praticamente implorara para que ela o ajudasse.
Podia ser Castle.
Sentiu os olhos arderem. As lágrimas cortavam-lhe a garganta pedindo
passagem. Não podia chorar. Ela sabia o que era não ter uma mãe, uma família.
Isso a transformara mesmo após seus 19 anos. O que isso não faria com um bebê? Lembrou-se
do sonho. Sua mãe lhe dissera para cuidar dele. Ouviu a voz outra vez em sua
mente “você consegue, meu bem. Ele gosta de você, Katie”.
– Castle, eu não consigo olhar para você agora. Eu preciso de uns
minutos. Sai daqui, por favor.
– Kate? – ele a chamou relutante.
- Castle, você não ouviu? Por favor... – ele saiu. Foi para a mini copa.
Beckett continuava de cabeça baixa, a mente perdida em pensamentos. Servir
e proteger. Era bem mais que isso, não? Anna morrera como sua mãe. Em um beco,
jogada a própria sorte. Dylan merecia uma família. Kate pensou em si mesma. Sua
família desmoronou naquele janeiro ao encontrarem sua mãe. Ela nunca mais fora
a mesma, seu pai também não. O ambiente familiar se quebrou e sua vida mudou
180 graus. O que essa perda poderia fazer com um bebê?
Ela não sabia quanto tempo havia se passado. Pressentiu alguém abrir a
porta da sala. Era fácil dizer quem era.
– Kate? - Quando ela ergueu a cabeça, viu o rosto cansado, preocupado. E
os olhos tristes, sem brilho – eu sinto muito. E-eu passei dos limites – ele
estava quase...chorando.
– T-tudo bem, Castle. Podia ser você... e-eu entendo.
– Sim, desculpe por coloca-la numa situação complicada. Esqueça o que
pedi. Fui longe...demais – a lagrima escorreu pelo rosto – E-eu apenas torcerei
para a agente Wilson encontrar um casal apropriado para cuidar de ... Dylan –
ele abriu a porta, estava de saída. Não tinha condições de ficar ali. Não hoje.
– C-Castle, Rick... – chama-lo pelo primeiro nome o fez voltar e fita-la
– eu a conhecia...Anna. E-eu a vi em um café. E Dylan. Eu o carreguei antes.
Ela se parecia comigo, por isso ele gosta do meu colo. E-ele a vê em mim. Eu
não deveria estar conduzindo essa investigação... eu menti porque eu gostei
dela, Castle. Não queria vê-la sem justiça, só que me apegar... torna tudo mais
difícil, e-eu... Deus! – a lágrima caiu teimosa – Você é um homem maravilhoso,
Rick. Por querer tentar... – ela se aproximou dele, pegou sua mão – eu vou
ajuda-lo a adotar Dylan, por Anna e por você...
Um sorriso despontou no rosto dele. Castle a abraçou com força.
– Obrigado, Kate... muito obrigado... – ele estava chorando. Beckett
fitou seu rosto, as lágrimas caiam sem reservas. O sorriso transformou-se em
riso. Ele beijou-lhe o rosto - obrigado.
– Always... – por segundos os olhares se encontraram. Intensamente. Ele
suspirou.
– E-eu vou ligar para o meu advogado... você é...extraordinária, sempre
soube – ele limpou o rosto e pegou o telefone, Beckett limpou o rosto, respirou
fundo e deixou-o sozinho. Seguiu em disparada até o banheiro.
Loucura. Acabara de compactuar com uma loucura. Um crime, talvez? Nem
tanto. Eles tinham um relacionamento. Eram parceiros. Pela primeira vez, seu
papel não seria apenas a da pessoa que faz justiça, aquela que prende o
criminoso quando já é tarde demais e vidas foram despedaçadas. Dessa vez, ela
tinha em suas mãos a chance de fazer a diferença. Salvar uma vida. Castle tinha
razão, era a coisa certa a fazer.
Ao sair do banheiro, ela se deparou com Ryan e Esposito a esperando em
sua mesa.
– Beckett, chequei Bryan Robinson. Viciado em drogas. Cocaína. Foi preso
por porte de droga há dez meses. Morreu de overdose três meses atrás.
– Identificamos os caras. Ambos têm ficha – Ryan estendeu uma pasta com
a foto dos caras, típicos marginais – Pegamos os endereços, vamos traze-los
para cá.
– Façam isso. Vou interroga-los com vontade. Sabem de Castle?
– Ele está na mini copa. Disse que ia preparar uma vitaminada para o
bebê. Ele entende dessas coisas, tudo bem que é pai, mas é interessante ver a
forma como ele cuida daquele menino. Trata-o como fosse filho. É um lado
diferente do escritor cheio de teorias malucas e brincalhão. Gosto desse
Castle. É, dá até para desconfiar. Como se a qualquer momento alguém dissesse:
te peguei!
– Não, é sincero. Ele realmente se importa. Também gosto desse Castle –
suspirou – vá, Ryan. Quero colocar esses assassinos na cadeia o mais rápido
possível.
– É para já.
Ela esperou o detetive desaparecer para caminhar até a mini copa. De
longe, observava o que ele fazia. Castle estava com o pequeno no carrinho.
Cortava umas frutas, morangos e banana pelo que ela via. O bebê brincava com um
dos bichinhos que Castle mencionara mais cedo. Ela ouviu a voz dele conversando
com o bebê.
– Essa era a vitaminada preferida de Alexis. Aposto que você irá gostar.
Tão pequenino e não tem ideia de como seu futuro está sendo resolvido...
prometo fazer tudo que estiver ao meu alcance para transforma-lo em um grande
homem, Dylan. Quando tudo isso acabar e você for um Castle, as coisas serão
diferentes. E quando estiver maior, eu contarei a você a história de sua adoção
e como uma mulher incrível foi responsável por você ter uma família. Você terá
orgulho dela, assim como eu tenho. Ainda não sabe, Dylan, mas aquela que
acalenta seu choro também salvou sua vida. E por isso serei eternamente grato a
Kate.
Ela prendeu a respiração. As emoções estavam a mil. Não esperava ouvir
isso. Suspirou e procurou se recompor. Ele percebeu a presença dela.
– Hey, quer café? Estou alimentando esse carinha.
– Café é sempre bom – ela sentou-se em um dos bancos próximos a Dylan,
começou a brincar com os animais de plástico mexendo com ele – Ryan recebeu os
resultados do laboratório, identificamos os dois suspeitos. Eles foram
busca-los. Acredito que esteja próximo de terminar, Castle.
– Isso é bom. Você fará justiça para Anna – entregou a xicara de café –
então, cuidaremos do pequeno Dylan. Conversei com meu advogado. Ele me
entregará os papeis amanhã. Se propôs a vir aqui para conversar com a agente.
Acha que pode marcar essa reunião?
– Claro – vendo que ela não comentara mais nada, ele falou.
– Você está fazendo a coisa certa, Beckett. Sabe disso.
– É, eu sei. Mas é louco, inconsequente e... Castle, eu tenho medo. E se
estivermos brincando com uma vida? Existem casais que adorariam ter um bebê
e...
– Não estamos. Isso não é uma brincadeira para mim, Beckett. É uma das
decisões mais sérias e sábias que já tomei na vida. Desde Alexis. Nós faremos
isso funcionar. E tenho certeza que todos irão ajudar – ele fechou a mamadeira,
entregou na mão dela – quer alimenta-lo?
– Não, faça você. Demorou tanto para fazer a mamada...
– Beckett, pegue o Dylan. Eu vou ligar para a agente Wilson – ele pegou
o celular e discou o número do cartão que guardara no bolso. Beckett tirara o
bebê do carrinho e aninhara em seu colo oferecendo a mamadeira. Dylan sugou na
hora. Enquanto o alimentava, ela balançava o corpo. A mãozinha de Dylan sobre a
dela e os olhos azuis vidrados na bela mulher. Castle observava aquela imagem.
Era linda. Seu coração transbordava de orgulho. Kate seria uma boa mãe um dia.
No fundo, ele gostaria que Dylan a ajudasse a ver que podia querer isso. Nada
disso era brincadeira, a experiência de conviver com Kate seria um desafio para
ele. Esperava sinceramente que isso lhe mostrasse um lado da vida que ela
apagara da mente, o lado bom, de ser feliz. Porque Kate Beckett tinha muito
medo de ser feliz.
Rick Castle estava disposto a tentar e Dylan podia ajuda-lo.
– Agente Wilson? Rick Castle – e começou sua conversa para convencer a
agente que tinha um potencial lar para Dylan. Foram dez minutos de papo – ao
desligar, Beckett já estava colocando Dylan para arrotar lembrando-se do que
ele ensinara ontem – está marcado, dez da manhã. Vou avisar o advogado.
– Acho que alguém precisa de uma troca de fraldas. Você se importa de
fazer isso, Castle?
– De jeito nenhum, pode deixar comigo.
Nesse instante, Esposito entra na mini copa.
– Trouxemos os caras. Coloquei um na sala de interrogatório um e outro
na três. São todos seus.
– Obrigado, Espo. Hora de fritar alguns traseiros.
– Por favor, não comece sem mim – Castle pediu.
– Você não pode entrar na sala com o bebê.
– Não vou entrar, vou observar. Só preciso trocar a fralda.
– Tudo bem. Eu espero – Beckett pegou as últimas informações sobre os
suspeitos com seus detetives. Ao ver Castle entrar na sala de observação, ela
colocou as pastas nos braços e entrou em uma das salas. Dylan estava no colo de
Castle. Ele segurava a mão do bebê.
– Prepare-se, Dylan! É hora do show.
Continua....
11 comentários:
Morrendo de amor por essa fic *-*
não maltrate meu core demorando a posta, plz!
Ai meu Coração !!! Essa fic esta superando minhas expectativas , confesso que me emocionei , que capítulo lindo . Kate não tem pra onde correr !!! Cada dia que alguém escreve sobre CASTLE eu vou a grandeza desse personagem , CASTLE CASTLE é realmente um personagem que me dá muito orgulho assim como Kate BECKETT e assim como vc Kah💜
Thx 😘😘😘
Ai meu Coração !!! Essa fic esta superando minhas expectativas , confesso que me emocionei , que capítulo lindo . Kate não tem pra onde correr !!! Cada dia que alguém escreve sobre CASTLE eu vou a grandeza desse personagem , CASTLE CASTLE é realmente um personagem que me dá muito orgulho assim como Kate BECKETT e assim como vc Kah💜
Thx 😘😘😘
Amei. A ligação de Kate com o Dylan está cada dia mais forte. Hum! Mini cupido vai trabalhar pra juntar esses dois. Muito fofa essa fic.
Excelente fic, fico olhando toda hora para ver se foi postado novo capítulo.O que dizer da atuação do Castle, sua sinceridade em comparar com sua infância, lindo, e da transformação que ele está conseguindo da Kate que está se apaixonando pelo bebê. Estou amando essa fic, muito meiga, adorável de se ler. Beijos querida.
aaaaaaaaaaa eu amo essa fic, ela é tão amorzinho que leio vomitando arco iris, estou apaixonada, simplesmente amo UEHAUEHAUHEUAH. Castle jogando a kate do barranco sem perguntar se queria ou não, assim que eu gosto kkkkk, prevejo muita comédia desse relacionamento deles, morar juntos com um bebe de uma vez só, vai ser hilario, mal espero pra ver <3
Essa fic é a coisa mais fofa do mundo!
Mal sabe a Kate na armadilha que está caindo. Ela não é indiferente ao Dylan e nem ao Castle e vai morrer de amores pelos dois.
ownnnnnnn que família mais linda vai se formar hahahahah morrendo de amores pela fic
Esse clima doméstico é tão legal... E olha que vai melhorar ne?
Não sei lidar com essa fofura desses tres... Meu Deus, kah... Não bastasse toda a carga emocional... Kate conhecer Anna e Dylan, a historia ser parecida com a de Castle... Vc ainda bota sonho com Johanna... Sem or! SOS! Eu gritei quando vi a intenção do Castle... Beckett brava, sai de baixo... E o que foi os chorando? Meu cori não guenta... Amei que o pai biológico está morto, pq evita pessoas surgirem querendo a guarda dele... (não é to dando ideia, só pensei nisso pq minha mente fértil não pára... Vc sabe disso... haha)
Hora do show!
Essa fic tá muito maravilhoso 😍 Uma família! Vão ser uma família,mesmo que seja de "mentirinha" por enquanto 😏
aaaaaahhhhh que fofurinhaaaa <3 <3 <3
eu to apaixonada demais por essa fofura toda <3 <3 o pequeno Dylan, fofurinha do mundo todo! <3 <3 o que é a Kate colocando o pequeno pra dormir ?! Meu coração não aguenta tanto amor <3 <3 <3 <3
E o que eu tava imaginando aconteceu!!! Sabia que o Castle tinha se ligado de uma forma tão forte ao pequeno, ai que atitude linda! Não poderia esperar menos do meu Castle amorzinho! Que homem maravilhoso <3
– O processo é sigiloso, Sr. Castle. Qual o problema de seu relacionamento? – ele estendeu a mão para pegar a de Beckett. Entrelaçou os dedos nos dela. Imediatamente, o susto que ela tomara a princípio, transformava-se em vergonha. Kate Beckett estava vermelha e baixou a cabeça impossibilitada de encarar a assistente social.
MEU CORAÇÃO DEU UM BAITA PULO NESSA PARTE <3 <3 <3 imagina esses dois com o pequeno?! ai meu coração <3
amei amei amei demais Kah <3
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