22 de dezembro
Jeffersonian – 11 da manhã
Dra. Brennan estava debruçada sobre a mesa de exame separando alguns ossos pequenos para avaliar ao microscópio quando ouviu os passos no salão.
- Hey, Bones! Você tá aí?
- Sim, Booth.
Ela levantou o rosto e sorriu. Lá estava ele, totalmente a vontade. Usava uma calça jeans estilo surrada, tenis e uma camiseta branca que realçava os músculos do tórax. Os cabelos estavam molhados e meio despenteados. Realmente uma tentação aquela hora da manhã. Ela suspirou.
- Oi, bom dia!
- Oi, Parker.
- Oi, Bones.
- Filho é Dra. Brennan.
- Bones está bem ou Tempe se preferir.
O menino abriu o sorriso. Tinha o olhar curioso para o que ela tinha nas mãos.
- O que você está fazendo Bones?
- Avaliando a ficha médica desse esqueleto. Um colega tem algumas dúvidas e pediu para eu confirma-las.
Ela não percebera mas o garoto já estava a seu lado. Como estava sozinha, havia desativado o alarme que indica invasão à área de análise.
- Ele morreu de que?
- Segundo o relatório do legista, foi estrangulado. Está vendo isso aqui? Esses ossos do pescoço foram esmagados.
Ela virou-se para a tela do computador.
- Esse é um osso normal, e aqui temos o osso do nosso amigo.
- Que legal!
- Você gosta de ciências, Parker?
- Eu não gostava muito mas depois de ver o que você faz e também das experiências do refrigerante, eu comecei a gostar. Acho muito maneiro o que você faz. Meu pai não gosta, não sei se acha nojento ou tem medo sabe?
- Parker!
- Ah, tenho que discordar. Seu pai é o homem mais corajoso que eu conheço.
Ela olhou para Booth e sorriu.
- Você sabia que ele já me salvou várias vezes?
- Não, verdade pai?
- Não foram tantas vezes assim, né? Disse um Booth envergonhado.
- Que osso é esse?
- Ah, esse é a ulna. E esse aqui é o rádio e também temos o...
Booth ficou de longe admirando os dois. Quando o assunto é ciência, Bones não possui qualquer inibição ao se relacionar. Ele via seu filho atento às explicações dela, fascinado pela mulher a sua frente. O que dizer? Tal pai, tal filho. Ele sentou-se e deixou ela ter o seu momento com o Parker. Ele mais do que ninguém sabia o quanto aquela carta mexeu com ela. Uma agradável surpresa disso ele tinha certeza.
Vários minutos se passsaram e finalmente Parker quebrou a ligação entre eles pedindo para ir ao banheiro. Booth ensinou onde era e aproveitou para conversar com ela.
- Então, como está se saindo seu mais novo aluno?
- Ele é muito esperto. Lembra muito o pai, até na maneira de falar certas coisas e também nos gestos.
- Isso foi um elogio?
- Sim, nunca escondi de você que era um ótimo pai. Parker é a prova disso.
- Obrigada, Bones. Significa muito vindo de você.
Eles estavam bem próximos. Booth segurava a mão dela, Brennan podia sentir a respiração quente dele no seu rosto. O perfume masculino invadiu suas narinas. Só mais um pouco e ficaria difícil distinguir quem era quem. Nesse momento, Parker voltava ao salão fazendo um certo barulho e rapidamente eles se separaram.
- Pai, eu estou com fome.
- Ah, ta... é tudo bem vamos indo então. Tchau Bones.
- Porque essa pressa, Booth?
- Pai... você já falou pra ela?
- Falar o que?
O menino revirou os olhos e suspirou.
- Tenho que lembrar de tudo não é?
- Filho eu já falei que a Bones, ela não...
- Peraí pai deixa eu falar.
- É Booth deixa ele falar. Diga, Parker.
- É que eu e o meu pai gostaríamos de convidar você pra passar o natal com a gente. Lá em casa.
- Eu já falei pra ele que você não festeja o natal mas ele não quer acreditar.
- Você aceita, Bones?
- Filho você ainda não entendeu...
- Aceito, adoraria passar o natal com vocês.
Booth arregalou os olhos não acreditando no que acabara de ouvir.
- Você está falando sério?
- Se você tivesse me convidado Booth, eu também teria aceitado.
- E você ainda acha ele corajoso, sei.
Brennan não aguentou o comentário do menino e riu.
- Ah, que legal. Agora vocês tem uma piada intima sobre mim.
Ela virou-se para ele com a cabeça levemente inclinada e sorrindo, depois sacudiu-a em sinal de admiração.
- Muitas vezes você parece uma criança grande, Booth!
- Olha quem fala, a mulher do bambolê.
Ela deu um tapinha nele como se o repreendesse. O sorriso de Parker foi de orelha a orelha.
- Beleza, então depois de amanhã às 8h e não esqueça dos presentes.
- Parker!
- Vamos logo,pai.
- Tudo bem? Você quer ir comer com a gente?
- Não, obrigada. Preciso terminar isso aqui hoje. Amanhã não pretendo vir ao Jeffersonian.
- Tá certo, qualquer coisa liga.
- Tchau, Parker.
- Tchau, Bones.
Eram cinco da tarde quando Temperance Brennan deixou o laboratório pelo menos terminara o trabalho e não precisaria vir amanhã. Ela estava tão focada em terminar o relatório que nem se quer pensou no convite que recebera. Somente agora a caminho de casa, ela pode refletir sobre o que acontecera naquela manhã. Se pensasse bem, ela tivera um momento tão íntimo com os dois, parecia surreal porém ainda assim tão bom, tão perfeito. O convite teria sido espontâneo por parte do garoto ou seria algo mais? Ela lembrou-se do tal beijo no visgo, aquilo fora o ato mais irracional que ela já praticara e o que ela mais sentia vontade de repetir. Isso mesmo, a Dr, a cientista racional admitia por fim a si mesma.
Temperance Brennan estava apaixonada por Seeley Booth. E agora não tinha mais volta.
CONTINUA...
Um comentário:
Para começar a adorei a Bones interagindo com o Parker, depois os dois fazendo brincadeira com o Booth, muito engraçado, fico imaginando a carinha do Booth todo envergonhado. A Brennan passando o Natal com eles,execelente. Estou adorando a maneira que a história está acontecendo.
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