quarta-feira, 23 de junho de 2010

[Demily] Hiatus - Cap.2


Cap.2



Emily chega em casa e vai direto para o chuveiro. Depois de um bom banho, ela já de pijamas vai até a cozinha e se serve de uma taça de vinho levando a garrafa até a sala. Sentada no sofá, ela começa a pensar alto.

Como foi que cheguei aqui? Nessa situação? Quando ganhei o papel de Temperance Brennan sabia do desafio mas nunca pensei encontrar pessoas tão maravilhosas no ambiente de trabalho. Todos sem exceção mas David, bem ele é outra história.

Seu jeito honesto, brincalhão e carinhoso logo teve espaço comigo e a amizade aconteceu em minutos. Verdadeiros amigos de longa data. A amizade evoluiu e viramos confidentes. No meu íntimo, sabia que eu brincava com fogo e a amizade com David poderia facilmente ultrapassar a linha tênue de um outro sentimento. Além disso, David é muito esperto e galante. Não foi uma nem duas vezes que ele tentou me beijar, fosse em entrevistas ou em momentos de bastidores, ele sempre tentava. No início, achava engraçado mas com o tempo fiquei envergonhada. Isso porque comecei a olhá-lo de maneira diferente. Não era mais engraçado, era constrangedor.

Não sei precisar quando efetivamente me apaixonei por ele, talvez entre os bons momentos da segunda temporada. Quando soube que iria beijá-lo naquele episódio de natal já na terceira temporada , fiquei extremamente nervosa. E se eu der bandeira? Tinha que ser algo convincente e sem suspeitas. Ele ainda me provocou querendo ensaiar. Foi de momento e a apartir dali, tudo realmente mudou. David passou a ser o meu objeto de afeição, de desejo que infelizmente tinha que ser reprimido. Não que o considerasse descartável, de jeito nenhum! Era a vontade de te-lo em meus braços...

Ela virou a taça de vinho e tornou a encher o copo.

O segundo beijo aconteceu de maneira inesperada.


Foi nas filmagens do episódio 4x19 quando ficamos cara a cara com David me imprenssando na parede. Alguém sem querer no estúdio espirrou e derrubou uma das luzes de apoio e o diretor teve que falar o “Corta!” mas a ligação entre eu e David era tão grande que não percebemos e permanecemos sem quebrar o olhar. E de repente, eu me denunciei e entreabri os lábios, pelo menos eu gosto de pensar que fui eu que dei a permissão e ele me roubou um beijo. Meu corpo todo ficou em alerta, um arrepio percorreu minha espinha, ele pressionou o corpo contra o meu e eu cedi aqueles lábios. O beijo deve ter durado uns dez segundos e acabei empurrando-o sem fôlego e brigando com ele, chamando-o de louco.


Foi muito difícil regravar aquela cena, tensa. Era cada vez mais eminente a quebra de limites, as situações no série entre nossos personagens também contribuíram, não houve um só momento em cenas supostamente românticas que David não tivesse tentado um contato, outras vezes eu mesma me deixei levar, era uma questão de tempo, da oportunidade certa .... e finalmente ela apareceu.

Um toque de celular conhecido tira Emily dos seus desvaneios. O sorriso abriu-se nos lábios. É ele.

- Oi...

- Hey, o que você está fazendo?

- Saboreando uma taça de vinho, David você sabe que horas são?

- Sim, mais de uma da manhã.

- Você não deveria estar dormindo? Está em casa?

- Estou mas até onde eu sei, estou de folga. Você que deveria dormir, não vai gravar amanhà?

- Vou...mas não consegui ter sono ainda, estava perdida em pensamentos.

- Eu estava neles?

- David...

- Já respondeu.

- Porque ligou?

- Você me disse pra ligar. Eu só esperei para ser no outro dia, não quis parecer ansioso.

Ela riu.

- Imagina!

- Quer companhia? Posso ajudar você a virar a noite.

- Não, David. O vinho é boa companhia.

- Emily, promete que a gente não vai deixar de se falar nesse período? Diz que você vai ligar pra mim, pra saber como eu estou.

- David... não brinca com fogo.

- Eu adoro o fogo.Especialmente um de brilhantes olhos azuis. Promete? Como amiga vai...

Um longo suspiro foi ouvido.

- Ok, como amigos.

- Yey! Agora estou mais feliz.

- Acho bom você ir dormir, não quero confusão pro meu lado.

- Boa noite, Em.

- Boa noite, David.

- Sonha comigo...

- Você é impossível hein?!

- É parte do meu charme. Beijo.

- Outro.

Desligou o telefone. Agora vou dormir mais feliz também David.


Uma semana depois....


Emily nem acreditava que estava livre! Agora sim ela teria um tempo para si. Despedindo-se do pessoal do elenco, ela saiu do estúdio e nem bem sentou na frente do volante ligou para sua massagista e avisou que estava precisando de seus cuidados e já saiu.

Ao chegar no salão já instalada, ela deitada de costas tinha o celular em mãos e um dilema a resolver: ligo ou não ligo?

Desde cedo, Emily estava pensando nele e agora ela ainda não sabia o que fazer.

Uma semana sem falar com alguém que você já é acostumada a passar 10,12 horas por dia é muita coisa. Ainda mais quando esse alguém é David. Ele é totalmente espaçoso, presente, carinhoso. Ficar longe dele provoca uma sensação estranha de vazio, de marasmo. Talvez me contente apenas em ouvir sua voz, saber como ele está, o que está fazendo. Não é pedir muita coisa,hum? E acredito não correr perigo, afinal é só um telefonema nada de mais.

Sentindo as mãos suaves da massagista desfazer os nós da suas costas, ela sorriu e apertou o botão verde do celular. No terceiro toque, ele atendeu.

- Que milagre! Pensei que já tinha me esquecido.

- Oi, pra você também David.

Amo ouvir essa voz...

- Oi, amore... como você está? Já de folga?

- Finalmente. Agora vou poder descansar um pouco.

- E no que você está pensando?

- Talvez numa viagem.

- E me deixar sozinho aqui?

- Até onde eu me lembro você não mora só. E você, o que anda fazendo?

- Brincando de videogame, bola, matando as horas do dia, me mantendo ocupado de maneira suficiente a não me deixar pensar em você mas a noite... as noites são impossíveis!

- Não diz isso...

- Quero te ver, por favor, Em!

- Não posso!

- Pode... não me deixa triste. Tenho uma idéia! Venha me ver jogar hockey amanhã na L.A. arena as 15h. Depois tomamos um café e conversamos. Que tal?

- Hummmm

- Toda essa alegria? Sabia que ia gostar.

- Não, esse gemido não foi por você, foram as mãos maravilhosas de Paty, minha massagista.

- Como? Você está nua, fazendo massagem?

- Sim, porque?

- Ah, não acredito! Você é má Emily! Como ousa me ligar quando está nua numa mesa de massagem?

- E o que tem de mais seu bobo?

- Tudo!!! Como você acha que vou ficar agora? Pensando no seu corpo perfeito e cheio de óleo, cheirando minhas mãos podendo passear por ele... isso é tortura.

OMG! Tortura é o que você está fazendo com essas palavras ao meu ouvido! Droga David! Meus mamilos estão doidos só de ouvir isso.

- Hey....quer parar?

- A culpa é sua! Agora você vai ter que se encontrar comigo. Amanhã, sem falta.

Droga, não consigo resistir. Sei que posso pagar caro por isso mas é mais forte que eu.

- Ok, estarei lá.

- Um beijo linda...

- Beijo e juízo.

- Hum que maravilha, Paty... estava mesmo precisando dessa massagem.

Também preciso de outra coisa mas só pagando pra ver amanhã.


Continua...

Um comentário:

Rubine disse...

Quanta sedução para um só capítulo! Adorei!